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Delegado de Polícia Civil CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO Disciplina: Direito Civil Professor: André Barros Aula: 17 | Data: 06/12/2017 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES (continuação) 1. Responsabilidade Civil DIREITO DAS OBRIGAÇÕES (continuação) 1. Responsabilidade Civil 1) Conceito Responsabilidade Civil é a consequência jurídica e patrimonial do descumprimento de uma obrigação/débito. 2) Classificação quanto à origem a) Responsabilidade Civil Contratual: é aquela que surge quando há o descumprimento de obrigação prevista no contrato. Exemplo: contrato de locação quando deixa de pagar gera a responsabilidade civil contratual. Dentro do Código Civil o legislador utiliza o nome “inadimplemento obrigacional”, artigo 389 e seguintes, Capítulo da Obrigação. “Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster. Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor. Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei. Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.” Página 2 de 4 b) Responsabilidade Extracontratual (sinônimo de Responsabilidade Aquiliana – vem da antiga Lex Aquilia de Damno, 1ª Lei específica sobre Responsabilidade Civil que se tem notícia): é aquela que surge quando há o descumprimento de obrigação prevista na Lei. O artigo 186 do CC traz a obrigação que tem, ou seja, a obrigação de não causar dano a outrem, desde o Direito Romano com a expressão neminem laedere. “Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” Atenção! Dentro do Código Civil ela é simplesmente batizada como “Responsabilidade Civil”, artigos 927 e seguintes do CC e 186 a 188, CC. “Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.” “Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Art. 188. Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente”. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. 3) Classificação quanto aos seus elementos a) Subjetiva: é aquela responsabilidade calcada na Teoria da Culpa. Em outras palavras, é aquela que exige 4 elementos para que exista o dever de indenizar, são eles: provar o fato ou conduta humana dano elementos com natureza objetiva liame existente (nexo causal) CULPA GENÉRICA (CULPA EM SENTIDO AMPLO) Página 3 de 4 Não basta a presença dos elementos com natureza objetiva. Faz-se necessário provar o elemento objetivo, ou seja, provar a culpa. Culpa é elemento subjetivo porque é a inobservância do dever de conduta imposto pela ordem jurídica. O Código Civil/02 adotou, em regra, a Responsabilidade Civil Subjetiva. • Simples: é aquela em que o autor da ação (a vítima do efeito danoso) deve provar a culpa do réu. Teorias da Culpa • Presumida: parte do pressuposto de que o réu é culpado, então, o autor da ação não precisa provar a culpa do réu porque a culpa do réu é presumida. Não é porque a culpa continua sendo elemento essencial da Responsabilidade Civil (continua sen- do discutido no processo), ocorre apenas uma inversão do ônus da prova. No Código Civil de 1916 assim como no Código Civil de 2002, a Responsabilidade Civil Subjetiva era e continua sendo a regra. Dessa forma, a Teoria da Culpa simples era a regra no CC/16 e é a regra no CC/2002. A Teoria da Culpa Presumida era a exceção no CC/16. Atualmente a exceção é a Responsabilidade Objetiva. No CC/1916, em caráter excepcional a fim de facilitar o acesso a indenização atribuía a Responsabilidade Subjetiva pela Teoria da Culpa Presumida. Exemplo: responsabilidade pelos filhos menores – os pais tinham culpa presumida pelos atos dos seus filhos. Nos dias atuais os pais têm Responsabilidade Objetiva pelos atos dos seus filhos menores. Observação No CC/02, essas mesmas hipóteses foram transformadas em responsabilidade objetiva. b) Responsabilidade Objetiva: é aquela que tem fundamento na Teoria do Risco. Exige a presença de 3 elementos para que exista o dever de indenizar: fato (conduta) dano elementos/requisitos objetivos nexo causal A culpa não entra aqui, não é elemento essencial. Atenção! Não se pode afirmar que na Responsabilidade Objetiva a culpa do réu é presumida. Porque se afirmar que a culpa é presumida o réu teria o direito de afastar a presunção. Questão O juiz não pode analisar a culpa do réu na Responsabilidade Objetiva. Página 4 de 4 Resposta: FALSA. NÃO PODE A análise de culpa pode estar presente na responsabilidade objetiva, entretanto, o juiz não poderá promover a análise de culpa para determinação do dever de indenizar, independente se agiu com culpa ou não. A culpa não é elemento essencial da Responsabilidade Objetiva. PODE O juiz pode analisar a culpa do réu para fixação do quantum indenizatório. O grau de culpa pode alterar o valor da indenização, mesmo na Responsabilidade Objetiva. A culpa pode ser considerada elemento acidental. Aumentada DANO Princípio da Reparação Integral do Dano Indenização Reduzida Em regra, quando é causado um dano o valor da indenização será exatamente o valor do dano causado, artigo 944, caput, CC, regra do sistema é o Princípio da Reparação Integral do Dano. “Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.” O juiz pode aumentar ou diminuir o valor da indenização e o fator determinante será a CULPA do causador do dano, conforme jurisprudência STJ e STF. AUMENTADA: punitive/exemplary damages: Indenização com caráter punitivo aumenta o valor para que o dano não se repita.
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