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Blindagem Patrimonial

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Blindagem Patrimonial de Bens 
ROBSON ZANETTI
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Por que blindar o patrimônio?
Manter uma privacidade melhorada
Segurança da família e do seu estilo de vida
Insegurança jurídica: indenizações absurdas, injustiças trabalhistas e também em outras áreas, etc...
Medo do futuro. Dano ambiental que aparece anos depois, imóvel que tem escritura anulada, etc...
Possível falência, execuções futuras
Tributação elevada
Problemas ligados ao divórcio
Prevenção para eventual doença
Aposentadoria
Segurança financeira aos sucessores após a morte
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Quem não quer?
Governos porque querem que o dinheiro fique no Brasil e sejam pagos impostos para ele arrecadar mais
Paraísos fiscais existem a mais de 2 mil anos
Banqueiros que querem que o dinheiro fique por aqui para ganharem mais
Quem não entende de blindagem, para dizer que é mais fácil o patrimônio ser protegido no Brasil, como por exemplo, usando a ineficaz holding
Paraísos fiscais, bancários e jurídicos ocorrem por questão de soberania, a qual o Brasil deve respeitar
Nós mesmos quando fruto de lavagem de dinheiro, trafico de drogas e outros crimes
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Fraude contra credores, fraude à execução e indisponibilidade de bens
Fraude Contra Credores
A fraude contra credores ocorre quando a pessoa, após o nascimento da dívida, efetua negócios jurídicos gratuitos como uma doação prejudicando o recebimento do crédito.
RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO PAULIANA. FRAUDE CONTRA CREDORES. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTS. 165, 458, 515 E 535 DO CPC - INEXISTÊNCIA - CERCEAMENTO DE DEFESA - NULIDADE PROCESSUAL - AUSÊNCIA DE PROVA - NÃO CONFIGURAÇÃO - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - EQUIDADE - MATÉRIA DE PROVA - DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL - PROVIMENTO PARCIAL.
VI. A fraude contra credores, proclamada em ação pauliana, não acarreta a anulação do ato de alienação, mas, sim, a invalidade com relação ao credor vencedor da ação pauliana, e nos limites do débito de devedor para com este.
 (REsp 971.884/PR, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/03/2011, DJe 16/02/2012)
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Fraude contra credores, fraude à execução e indisponibilidade de bens
PROCESSO CIVIL E CIVIL. RECURSO ESPECIAL. FRAUDE PREORDENADA PARA PREJUDICAR FUTUROS CREDORES. ANTERIORIDADE DO CRÉDITO. ART. 106, PARÁGRAFO ÚNICO, CC/16 (ART. 158, § 2º, CC/02). TEMPERAMENTO.
1. Da literalidade do art. 106, parágrafo único, do CC/16 extrai-se que a afirmação da ocorrência de fraude contra credores depende, para além da prova de consilium fraudis e de eventus damni, da anterioridade do crédito em relação ao ato impugnado.
2. Contudo, a interpretação literal do referido dispositivo de lei não se mostra suficiente à frustração da fraude à execução. Não há como negar que a dinâmica da sociedade hodierna, em constante transformação, repercute diretamente no Direito e, por consequência, na vida de todos nós. O intelecto ardiloso, buscando adequar-se a uma sociedade em ebulição, também intenta - criativo como é - inovar nas práticas ilegais e manobras utilizados com o intuito de escusar-se do pagamento ao credor. Um desses expedientes é o desfazimento antecipado de bens, já antevendo, num futuro próximo, o surgimento de dívidas, com vistas a afastar o requisito da anterioridade do crédito, como condição da ação pauliana.
3. Nesse contexto, deve-se aplicar com temperamento a regra do art. 106, parágrafo único, do CC/16. Embora a anterioridade do crédito seja, via de regra, pressuposto de procedência da ação pauliana, ela pode ser excepcionada quando for verificada a fraude predeterminada em detrimento de credores futuros.
4. Dessa forma, tendo restado caracterizado nas instâncias ordinárias o conluio fraudatório e o prejuízo com a prática do ato – ao contrário do que querem fazer crer os recorrentes – e mais, tendo sido comprovado que os atos fraudulentos foram predeterminados para lesarem futuros credores, tenho que se deve reconhecer a fraude contra credores e declarar a ineficácia dos negócios jurídicos (transferências de bens imóveis para as empresas Vespa e Avejota).
5. Recurso especial não provido.
(REsp 1092134/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 05/08/2010, DJe 18/11/2010)
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A Proteção sem Fraude a Credores
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
Art. 790. São sujeitos à execução os bens:
I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória;
II - do sócio, nos termos da lei;
III - do devedor, quando em poder de terceiros;
IV - do cônjuge, nos casos em que os seus bens próprios, reservados ou de sua meação respondem pela dívida;
V - alienados ou gravados com ônus real em fraude de execução;
VI – cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores;
VII – do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica.
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Fraude a Execução
Art. 593. A alienação ou oneração de bem é considerada fraude à execução:
I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver;
II – quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, na forma do art. 828;
III – quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição originário do processo onde foi arguida a fraude;
IV – quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência;
V – nos demais casos expressos em lei.
Brasília – Curitiba – Fortaleza – Rio de Janeiro – São Paulo
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Registros de ligações telefônicas são aceitas como prova de fraude à execução
Fonte | TST - Quinta Feira, 28 de Fevereiro de 2013
A Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) não conheceu de recurso contra decisão da Justiça do Trabalho da 12ª Região (SC) que extinguiu a execução de uma sentença trabalhista de quase R$ 1 milhão por entender que houve conluio entre as partes para fraudar interesses da Fazenda Pública. A Turma rejeitou a alegação de que parte das provas – o registro de intensa troca de telefonemas entre as partes – seria ilícita por violação ao artigo 5º, inciso XII, da Constituição da República, que garante a inviolabilidade da correspondência e das comunicações telefônicas, uma vez que não houve escuta ou gravação das ligações.
Na reclamação trabalhista, um ex-empregado de um estabelecimento comercial de Florianópolis (SC) reclamava diversas verbas trabalhistas – entre elas um número bastante elevado de horas extras, embora afirmasse que exercia a função de gerente. A empresa não compareceu à audiência nem apresentou defesa, e a sentença condenou-a a revelia. Os valores das horas extras, à época da execução, chegavam a R$ 878 mil.
Conluio
Na fase de execução, o Ministério Público do Trabalho (MPT) foi informado pela Procuradoria da Fazenda Nacional da existência de diversos créditos tributários inscritos na Fazenda Pública Nacional contra a empresa, que não conseguia executá-los porque a maioria dos seus bens e de seu responsável tributário estava penhorada na Justiça do Trabalho em nome do ex-gerente.  Essa dívida trabalhista, resultante da condenação à revelia, era maior do que todos os bens da empresa, tornando-a insolvente.
Os débitos com a Fazenda Nacional, conforme apurado pelo MPT, chegavam a R$ 244 mil em agosto de 2004, além de dívidas de tributos estaduais e municipais. Todas elas ficariam prejudicadas pela execução dos créditos trabalhistas, que, devido a sua natureza alimentar, têm preferência sobre os demais.
Troca de telefonemas
Diante disso, o juiz da 7ª Vara do Trabalho de Florianópolis (SC) determinou que as empresas telefônicas fossem oficiadas para juntar a listagem de chamadas originadas e recebidas pelos telefones das partes e de seus procuradores. A análise
das listagens revelou a intensa comunicação entre o autor da ação, o sócio da empresa e seu advogado, inclusive na véspera da lavratura do auto de penhora sobre os bens.
O juiz definiu como "no mínimo incomum tão frequente contato entre duas pessoas que contendem em processo judicial", e determinou a extinção da execução ante a existência de conluio. Desde então, o ex-gerente vem recorrendo dessa decisão, tendo como alegação principal a ilicitude da prova relativa às ligações telefônicas.
A tese foi rechaçada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (SC). O acórdão regional esclareceu que não houve quebra de sigilo telefônico porque, "em momento algum", houve pedido de fitas de gravações das conversas mantidas entre as partes. Segundo o TRT, a violação da intimidade ocorreria se houvesse captação das conversas, só aceita em inquérito ou ação penal mediante autorização judicial.
Confusão de institutos
No recurso ao TST, o ex-gerente sustentou que a obtenção das provas teria violado o artigo 5º, inciso XII, da Constituição da República, que considera "inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal". Por isso, todos os demais atos seriam nulos.
O relator do recurso, ministro Vieira de Mello Filho, observou que, de fato, os dados telefônicos foram essenciais para a solução da controvérsia e para a formação do convencimento dos julgadores a respeito da ocorrência de conluio fraudulento. No entanto, o TRT deixou claro que não houve acesso ao conteúdo das ligações, mediante escutas, mas apenas consulta aos registros - horário, data, duração e destinatários das chamadas.
Para o ministro, o ex-gerente, ao alegar violação da garantia do sigilo, "confunde institutos". Ele explica que o sigilo telefônico - consistente na proteção dos registros das chamadas recebidas e realizadas pelo particular - é garantido, assim como o sigilo bancário e fiscal, pelo artigo 5º, inciso X da Constituição, que trata da proteção à intimidade. O artigo XII, indicado como violado no recurso, trata da inviolabilidade da comunicação telefônica e protege a comunicação em si, e não seus registros – ou seja, o conteúdo das conversas.
Citando diversos precedentes do Supremo Tribunal Federal, Vieira de Mello Filho concluiu que "a discussão acerca do procedimento observado pelo magistrado de primeiro grau para determinar a quebra do sigilo telefônico das partes é discussão que, sob o prisma das estreitas hipóteses de cabimento do recurso de revista em fase de execução, não se faz à luz do artigo 5º, inciso XII, da Constituição Federal, único invocado pela parte". A Turma, por unanimidade, não conheceu do recurso.
Fraude a Execução
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Fraude à Execução Fiscal – Inscrição na Dívida Ativa
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC. DIREITO TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE TERCEIRO. FRAUDE À EXECUÇÃO FISCAL. ALIENAÇÃO DE BEM POSTERIOR À CITAÇÃO DO DEVEDOR. INEXISTÊNCIA DE REGISTRO NO DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO - DETRAN. INEFICÁCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO. INSCRIÇÃO EM DÍVIDA ATIVA. ARTIGO 185 DO CTN, COM A REDAÇÃO DADA PELA LC N.º 118/2005. SÚMULA 375/STJ. INAPLICABILIDADE.
(...) 3. A Lei Complementar n.º 118, de 9 de fevereiro de 2005, alterou o artigo 185, do CTN, que passou a ostentar o seguinte teor: "Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita." 
4. Consectariamente, a alienação efetivada antes da entrada em vigor da LC n.º 118/2005 (09.06.2005) presumia-se em fraude à execução se o negócio jurídico sucedesse a citação válida do devedor; posteriormente à 09.06.2005, consideram-se fraudulentas as alienações efetuadas pelo devedor fiscal após a inscrição do crédito tributário na dívida ativa.
5. A diferença de tratamento entre a fraude civil e a fraude fiscal justifica-se pelo fato de que, na primeira hipótese, afronta-se interesse privado, ao passo que, na segunda, interesse público, porquanto o recolhimento dos tributos serve à satisfação das necessidades coletivas.
(...)
7. A jurisprudência hodierna da Corte preconiza referido entendimento consoante se colhe abaixo: “O acórdão embargado, considerando que não é possível aplicar a nova redação do art. 185 do CTN (LC 118/05) à hipótese em apreço (tempus regit actum), respaldou-se na interpretação da redação original desse dispositivo legal adotada pela jurisprudência do STJ”. (EDcl no AgRg no Ag 1.019.882/PR, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 06/10/2009, DJe 14/10/2009) "Ressalva do ponto de vista do relator que tem a seguinte compreensão sobre o tema: [...] b) Na redação atual do art. 185 do CTN, exige-se apenas a inscrição em dívida ativa prévia à alienação para caracterizar a presunção relativa de fraude à execução em que incorrem o alienante e o adquirente (regra aplicável às alienações ocorridas após 9.6.2005);”.(REsp 726.323/SP, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 04/08/2009, DJe 17/08/2009) "Ocorrida a alienação do bem antes da citação do devedor, incabível falar em fraude à execução no regime anterior à nova redação do art. 185 do CTN pela LC 118/2005".(AgRg no Ag 1.048.510/SP, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 19/08/2008, DJe 06/10/2008) “A jurisprudência do STJ, interpretando o art. 185 do CTN, até o advento da LC 118/2005, pacificou-se, por entendimento da Primeira Seção (EREsp 40.224/SP), no sentido de só ser possível presumir-se em fraude à execução a alienação de bem de devedor já citado em execução fiscal”.(REsp 810.489/RS, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 23/06/2009, DJe 06/08/2009) 8. A inaplicação do art. 185 do CTN implica violação da Cláusula de Reserva de Plenário e enseja reclamação por infringência da Súmula Vinculante n.º 10, verbis: "Viola a cláusula de reserva de plenário (cf, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte." 
(...) 
9. Conclusivamente: (a) a natureza jurídica tributária do crédito conduz a que a simples alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, pelo sujeito passivo por quantia inscrita em dívida ativa, sem a reserva de meios para quitação do débito, gera presunção absoluta (jure et de jure) de fraude à execução (lei especial que se sobrepõe ao regime do direito processual civil); (b) a alienação engendrada até 08.06.2005 exige que tenha havido prévia citação no processo judicial para caracterizar a fraude de execução;se o ato translativo foi praticado a partir de 09.06.2005, data de início da vigência da Lei Complementar n.º 118/2005, basta a efetivação da inscrição em dívida ativa para a configuração da figura da fraude; (c) a fraude de execução prevista no artigo 185 do CTN encerra presunção jure et de jure, conquanto componente do elenco das "garantias do crédito tributário"; (d) a inaplicação do artigo 185 do CTN, dispositivo que não condiciona a ocorrência de fraude a qualquer registro público, importa violação da Cláusula Reserva de Plenário e afronta à Súmula Vinculante n.º 10, do STF. (...)
(REsp 1141990/PR, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 10/11/2010, DJe 19/11/2010)
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Letra muito pequenas, temos que mudar
Fraude à Execução nas Relações Cíveis
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AGRAVO REGIMENTAL. FRAUDE À EXECUÇÃO. INOCORRÊNCIA. DOAÇÃO ANTERIOR AO AJUIZAMENTO DAS EXECUÇÕES. AUSÊNCIA DE REGISTRO NO CARTÓRIO DE IMÓVEIS. SÚMULA 84 DO STJ.
I.- Sendo
incontroverso nos autos que a doação dos imóveis do casal às filhas menores se deu por meio de instrumentos particulares, submetidos ao Ofício de Notas para o reconhecimento, em data anterior ao ajuizamento das execuções, não há que se falar em fraude à execução.
II.- Segundo o entendimento pacífico desta Corte, a ausência de registro da escritura no cartório de imóveis não impede o acolhimento da pretensão das recorrentes - por aplicação da Súmula 84/STJ, por analogia -, preservando-se, assim, o bem, daquele estranho à lide, que seja objeto de constrição judicial indevida, ainda que exista relação de parentesco do proprietário ou possuidor com o executado. Precedentes.
Agravo Regimental improvido.
(AgRg no REsp 921.768/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/02/2011, DJe 28/02/2011)
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Fraude à Execução nas Relações Cíveis
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL.
FRAUDE À EXECUÇÃO. REQUISITOS. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA ENTRE OS ARESTOS CONFRONTADOS. EMBARGOS NÃO CONHECIDOS.
I - Tanto o aresto embargado como o paradigma colacionado afirmam, em consonância com a jurisprudência desta Corte, que, quando não houver penhora registrada, é exigida, para a caracterização da fraude à execução do art. 593, II, do CPC, a prova, a cargo do exequente, da ciência do adquirente do imóvel quanto à existência de ação em curso no momento da alienação do bem e de ser tal demanda apta a reduzir o alienante à insolvência.
II - No aresto embargado, nada se decidiu acerca do requisito subjetivo da boa-fé, seja tácita ou explicitamente. No julgado paradigma houve reconhecimento tácito da boa-fé do adquirente do imóvel, concluindo-se pela não ocorrência de fraude.
III - Sendo diversos os contornos fáticos entre os arestos em confronto, não há como serem conhecidos os embargos de divergência.
IV - Embargos não conhecidos.
(EREsp 1113531/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 23/05/2012, DJe 21/06/2012)
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Aspectos Penais da Fraude à Execução 
 Fraude à execução
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa.
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Aspectos Penais da Fraude à Execução
Processo: ACR 9256 MG 1998.38.00.009256-6
Relator(a): DESEMBARGADOR FEDERAL CÂNDIDO RIBEIRO
Julgamento: 09/08/2005
Órgão Julgador: TERCEIRA TURMA
Publicação: 02/09/2005 DJ p.40
Ementa
PROCESSO PENAL. CRIME DE FRAUDE À EXECUÇÃO. ART. 179 DO CP. QUEIXA-CRIME. PRAZO DECADENCIAL. OCORRÊNCIA. CONTAGEM. DATA DO ATO DE REGISTRO DA ALTERAÇÃO CONTRATUAL NA JUNTA COMERCIAL. INAPLICABILIDADE DO ART. 103 DO CP. INTERESSE EM RECORRER. INEXISTÊNCIA.
I - In casu, o prazo decadencial de 06 (seis) meses para oferecimento da queixa-crime teve início quando do registro do ato de alteração contratual, uma vez que a publicidade é um dos objetivos previstos na Lei de Registro de Empresas Mercantis. Inaplicável, portanto, à espécie o art. 103 do CP.
II - Falece à parte interesse em recorrer quando a decisão guerreada lhe foi favorável in totum.
III - Apelação da CEF desprovida.
IV - Apelação dos acusados não conhecida.
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Indisponibilidade de Bens - Tributário
PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. INDISPONIBILIDADE DE BENS DOS DEVEDOR FUNDADA NO ART. 185-A DO CTN.
1. Discute-se nos autos da execução fiscal a possível indisponibilidade de bens do devedor.
2. O art. 185-A do CTN estabelece as seguintes condições para que se opere indisponibilidade de bens: (a) citação do devedor; (b) ausência de pagamento do débito; (c) inexistência de nomeação de bens à penhora; e, por fim, (d) inexistência de localização de bens penhoráveis.
3. Fundado em contexto fático e probatório, entendeu o Tribunal de origem que um dos requisitos exigidos para a decretação da indisponibilidade não estava presente: a prova de que inexistia bens penhoráveis.
4. Conclusão diversa, por esta Corte, esbarra no óbice imposto pela Súmula 7/STJ.
Agravo regimental improvido.
(AgRg no REsp 1236612/MG, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 08/05/2012, DJe 15/05/2012)
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Indisponibilidade de Bens - Tributário
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ORDINÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO JUDICIAL. SÚMULA 267/STF. DECISÃO JUDICIAL RECORRÍVEL. INEXISTÊNCIA DE ATO TERATOLÓGICO. NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. INVIABILIDADE DA VIA ELEITA.
1. Trata-se, na origem, de Mandado de Segurança impetrado contra ato de juiz federal de Lages, que, em Medida Cautelar Fiscal, determinou a constrição de patrimônio das empresas impetrantes e de seus sócios, como forma de garantir o pagamento de débitos fiscais.
2. Contra tal ato cabe recurso de Agravo de Instrumento, configurando-se equivocada a impetração do writ, o que atrai o óbice do enunciado sumular 267 do Supremo Tribunal Federal.
3. ( ... )
5. Apenas a título de obiter dictum, saliento que, em princípio, não há teratologia no decisum que determinou a indisponibilidade dos bens dos recorrentes até o limite da satisfação da obrigação, tendo em vista a existência de débito tributário em valor superior a R$ 17.000.000,00 (dezessete milhões de reais). Não há comprovação nos autos da alegação de que tal quantia seria inferior.
6. Existem ainda indícios, segundo decisões proferidas no processo, de transferência e alienação dos bens arrolados pela Receita Federal sem comunicação, bem como manobras para esvaziamento e dilapidação patrimonial da empresa Transnaza pelos seus sócios, o que pode tornar inexeqüíveis os débitos tributários, não havendo, portanto, a priori, ilegalidade no ato.
7. A argumentação levantada no Agravo Regimental de teratologia na decretação de quebra do sigilo fiscal do sócio Douglas Rogério Zapellini e de sua mulher, porquanto realizada sem consistente justificação e fundamentação, não foi trazida no Recurso Ordinário, configurando-se inovação recursal, razão pela qual dela não se pode conhecer.
8. Agravo Regimental não provido.
(AgRg no RMS 33.844/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 24/05/2011, DJe 30/05/2011)
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Indisponibilidade de Bens - Tributário
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO ART. 535, DO CPC. MEDIDA CAUTELAR FISCAL. INDISPONIBILIDADE DE BENS DE TERCEIRO.
ART. 4º, §2º, DA LEI N. 8.397/92. POSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE CARACTERIZAÇÃO DE FRAUDE À EXECUÇÃO OU AJUIZAMENTO DE AÇÃO PAULIANA.
DECRETAÇÃO DA PERDA SUPERVENIENTE DO INTERESSE DE AGIR.
1. Não viola o art. 535, do CPC, o julgado que se encontra suficientemente fundamentado, ainda que tenha adotado tese jurídica diferente daquela invocada pelas partes.
2. Os requisitos necessários para a imputação da responsabilidade patrimonial secundária na ação principal de execução fiscal são também exigidos na ação cautelar fiscal, posto ser acessória por natureza. Precedentes: REsp 722998 / MT, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 11.4.2006; REsp 197278 / AL, Segunda Turma, Rel. Min. Franciulli Netto, julgado em 26.2.2002.
3. O art. 4º, §2º, da Lei n. 8.397/92, autoriza o requerimento da medida cautelar fiscal contra terceiros, desde que tenham adquirido bens do sujeito passivo (contribuinte ou responsável) em condições que sejam capazes de frustrar a satisfação do crédito pretendido.
4. Essas condições remontam à fraude de execução e à fraude contra credores.
5. Descaracterizada a fraude à execução e não ajuizada a ação pauliana ou revocatória em tempo hábil, impõe-se o reconhecimento da perda superveniente do interesse de agir do credor em medida cautelar fiscal contra terceiros.
6. Recurso especial conhecido e parcialmente provido.
(REsp 962.023/DF, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/05/2011, DJe 16/03/2012)
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PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. MEDIDA CAUTELAR FISCAL. DECRETAÇÃO DE INDISPONIBILIDADE DE BENS DO CONTRIBUINTE. INEXISTÊNCIA DE GRAVAME OU RESTRIÇÃO AO USO, ALIENAÇÃO OU ONERAÇÃO DO PATRIMÔNIO
DO SUJEITO PASSIVO. DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. LEGALIDADE DA MEDIDA ACAUTELATÓRIA. SÚMULA 7/STJ.
AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. INEXISTÊNCIA DE ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC.
1. A medida cautelar fiscal, ensejadora de indisponibilidade do patrimônio do contribuinte, pode ser intentada mesmo antes da constituição do crédito tributário, nos termos do parágrafo único do artigo 1º e artigo 2º, inciso V, "b", e inciso VII, todos da Lei 8.397/92 (com a redação dada pela Lei 9.532/97), uma vez que não acarreta em efetiva restrição ao uso, alienação ou oneração dos bens e direitos do sujeito passivo da obrigação tributária.
( ... )
3. Destarte, concluiu-se com ampla cognição fático-probatória que: "Ante o exposto, considerando que a empresa UBIGÁS PETRÓLEO LTDA encontra-se inativa, desde a operação realizada pela Polícia federal em março de 2004, sem nenhuma prática de atividade comercial e com o registro da ANP cancelado e tendo em vista que o débito é muito superior ao patrimônio conhecido da empresa e, mais, que há indícios que o patrimônio dos requeridos está sendo transferido para terceiros, o que denota possível frustração da Fazenda em receber os créditos tributários constituídos, DEFIRO A MEDIDA LIMINAR REQUERIDA, DECRETANDO A INDISPONIBILIDADE PROVISÓRIA DOS BENS DO ESPÓLIO DE ANTÔNIO CARLOS CHEBABE e de ALBENIR SOARES DE AZEVEDO".
7. Recurso especial desprovido.
(REsp 1127933/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 03/02/2011, DJe 10/05/2011)
Indisponibilidade de Bens - Tributário
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Indisponibilidade de Bens na Esfera Cível
Medidas cautelares com nomes diversos frente a dilapidação e ou extravio patrimonial, agora são todas inominadas pelo novo CPC
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Transferência de Bens no Período Suspeito
Lei n. 11.101/2005 – LEI DE RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS E FALÊNCIAS
“Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:
( ... )
II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1o (primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados”;
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AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. FALÊNCIA. ALIENAÇÃO DE IMÓVEL. PERÍODO SUSPEITO. FRAUDE. RECONHECIMENTO PELO JUÍZO ORDINÁRIO. INEFICÁCIA. NÃO PROVIMENTO.
1. Reconhecida a fraude pelas instâncias ordinárias, é ineficaz a alienação de imóvel pela massa falida durante o chamado período suspeito.
 (AgRg no REsp 1147888/MG, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 17/05/2012, DJe 29/05/2012)
Transferência de Bens no Período Suspeito
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Cuidados a se tomar na proteção de bens para não se cometer os crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro
Crime de evasão de divisas – Lei n.7492/86
 Art. 22. Efetuar operação de câmbio não autorizada, com o fim de promover evasão de divisas do País:
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, a qualquer título, promove, sem autorização legal, a saída de moeda ou divisa para o exterior, ou nele mantiver depósitos não declarados à repartição federal competente.
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Ligações entre a lavagem de dinheiro e a fraude fiscal
Mobilização das Nações Unidas e do GAFI na luta contra a lavagem de dinheiro
O papel do GAFI (Grupo de Ação Financeira Internacional): luta contra a lavagem de dinheiro
Convenções de Viena, Palermo e Mérida
Crime de Lavagem de Dinheiro e Fraude Fiscal
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Crime de Lavagem de Dinheiro e Fraude Fiscal
Definição ampla e imprecisa de lavagem de dinheiro
	LEI Nº 12.683, DE 9 DE JULHO DE 2012.
Art. 1º “Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.
Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.”
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Infração penal anterior, trata-se de crime de consequência;
Não diz qual crime é anterior
Fraude fiscal? 
Corrupção? 
Tráfico de drogas?
Técnicas de lavagem de dinheiro
Ocultar
Dissimular a natureza
Origem
Localização
Disposição
Movimentação ou propriedade de bens
Direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente
Crime de Lavagem de Dinheiro e Fraude Fiscal
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Crime de Lavagem de Dinheiro e Fraude Fiscal
Exemplos: 
“ O executivo Augusto Ribeiro Mendonça Neto, um dos delatores do esquema de corrupção na Petrobrás, informou à operação Lava Jato ter simulado ao menos seis contratos de prestação de serviços para pagar propina ao ex-diretor de Serviços da Estatal Renato Duque “ Estadão 02.02.2015
“ ..a PF descobriu centenas de contas bancárias que remetiam milhões de dólares para a China e Hong Kong. Essas contas eram de mais de cem empresas de fachada, que, por incontáveis vezes, segundo a polícia, simularam importações para o exterior com o objetivo apenas de receber e enviar dinheiro, em compra e venda de mercadorias ou p. s.” Gazeta do Povo de 17.03.2014
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Admite-se a prova por presunção ou indiciária
A pessoa deve ter consciência que está lavando dinheiro?
	Exemplos: 
“Ciente de que recursos empregados provinham de empréstimos fraudulentos, José Roberto Salgado atuou para que grandes somas de dinheiro fossem repassadas a terceiros sem que fossem (os saques) noticiados aos órgãos de controle”. Fonte G1
“Ao absolver Ayanna Tenório, o ministro destacou que a ex-vice-presidente do Banco Rural não conhecia Marcos Valério e seus sócios, Cristiano Paz e Ramon Hollebarch. “Ela não só não participou dos atos de gestão fraudulenta como também não tinha ciência do que aconteceu posteriormente (lavagem de dinheiro).”” Fonte G1
Crime de Lavagem de Dinheiro e Fraude Fiscal
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Os Rastros do Crime
Medidas para obter informações sobre os rastros do crime:
Declaração de entrada e saída de valores acima de 10 mil reais no Brasil
Eliminação de ações e cheques ao portador
Contas correntes e ordens de pagamento
	Obrigação de vigilância na identificação do titular e 	do beneficiário efetivo (aquele que é o oculto) de 	dinheiro, natureza de origem do dinheiro e 	movimentações em espécie
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Os Rastros do Crime
Pessoas incluídas
Obrigações legais
Constituição de provas
Informações ao COAF diante de suspeição
Identificação de pessoas sujeitas a vigilância
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Os Rastros do Crime
Existe alguma categoria de pessoas mais expostas a vigilância?
A 3ª Diretiva Europeia elenca:
Políticos juntamente com seus familiares e assessores, juízes de segunda e última instância, membros do tribunal de contas, dirigentes bancários, embaixadores, cônsul geral e cônsul de carreira, oficiais superiores das forças armadas, membros de órgãos de direção, administração e fiscalização de empresas públicas.
Repressão
Cumulação de penas privativa de liberdade e multa, além do confisco (perda definitiva dos bens após processo judicial) dos bens objeto do crime
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Tipologia na Lavagem de Dinheiro
Ocultação Dentro de Estruturas Empresariais;
Utilização Indevida de Empresas Legítimas;
Uso de Identidades ou Documentos Falsos e de Testas-de-ferro;
Exploração de Questões Jurisdicionais Internacionais;
Uso de Ativos ao Portador;
Uso Eficaz do Intercâmbio de Informações da área de inteligência
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Fases da Lavagem de Dinheiro
Para disfarçar os lucros ilícitos sem comprometer os envolvidos, a lavagem de dinheiro realiza-se por meio de um processo dinâmico que requer: primeiro, o distanciamento dos fundos de sua origem, evitando uma associação direta deles com o crime; segundo, o disfarce de suas várias movimentações para dificultar o rastreamento desses recursos; e terceiro, a disponibilização do dinheiro novamente para os criminosos depois de ter sido suficientemente movimentado no ciclo de lavagem e poder ser considerado "limpo".
Os mecanismos mais utilizados no processo de lavagem de dinheiro envolvem teoricamente essas três etapas independentes que, com frequência, ocorrem
simultaneamente.
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Fases da Lavagem de Dinheiro
Colocação 
A primeira etapa do processo é a colocação do dinheiro no sistema econômico. Objetivando ocultar sua origem, o criminoso procura movimentar o dinheiro em países com regras mais permissivas e naqueles que possuem um sistema financeiro liberal. A colocação se efetua por meio de depósitos, compra de instrumentos negociáveis ou compra de bens. Para dificultar a identificação da procedência do dinheiro, os criminosos aplicam técnicas sofisticadas e cada vez mais dinâmicas, tais como o fracionamento dos valores que transitam pelo sistema financeiro e a utilização de estabelecimentos comerciais que usualmente trabalham com dinheiro em espécie.
Brasília – Curitiba – Fortaleza – Rio de Janeiro – São Paulo
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Fases da Lavagem de Dinheiro
Ocultação
A segunda etapa do processo consiste em dificultar o rastreamento contábil dos recursos ilícitos. O objetivo é quebrar a cadeia de evidências ante a possibilidade da realização de investigações sobre a origem do dinheiro. Os criminosos buscam movimentá-lo de forma eletrônica, transferindo os ativos para contas anônimas – preferencialmente, em países amparados por lei de sigilo bancário – ou realizando depósitos em contas "fantasmas".
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Fases da Lavagem de Dinheiro
Integração 
Nesta última etapa, os ativos são incorporados formalmente ao sistema econômico. As organizações criminosas buscam investir em empreendimentos que facilitem suas atividades – podendo tais sociedades prestarem serviços entre si. Uma vez formada a cadeia, torna-se cada vez mais fácil legitimar o dinheiro ilegal.
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Fases da Lavagem de Dinheiro
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Casos Práticos de Lavagem de Dinheiro
Fonte: https://www.coaf.fazenda.gov.br/conteudo/publicacoes/downloads/100_Casos.pdf
	Três amigos, Brian, Josef e Richard, compraram, na Europa ocidental, utilizando-se dos serviços de um intermediário, a ‘Red Ltd.’, uma empresa não-residente. No registro da empresa, afirmaram que seu objetivo era importar tapetes de um país da Europa ocidental. Para facilitar a comercialização, solicitaram que o intermediário – uma empresa de advogados – abrisse uma conta bancária em nome do ‘Red Ltd.’. A conta foi aberta sem qualquer problema. Segundo novas instruções, apenas os principais funcionários da firma de advogados poderiam ser signatários da conta. Era exatamente isso que os três amigos queriam, pois não queriam estar formalmente vinculados à empresa.
	Dias depois de aberta a conta, Brian ligou para o banco para negociar uma carta de crédito. Disse precisar dessa carta para poder adquirir 20 rolos de tapete que iriam ser entregues a uma grande empresa de catálogos. Deu a entender que se tratava de uma
compra experimental, para ver se tudo corria bem. Se o negócio fosse bem sucedido, a próxima operação provavelmente seria dez vezes maior. Entretanto, Brian parecia entender muito pouco de cartas de crédito e o banco precisou explicar todo o procedimento, passo a passo. Os funcionários do banco acharam estranho Brian dizer que tinha vários anos de experiência no mercado e, no entanto, não sabia usar cartas de crédito. Registraram essa estranheza numa nota de arquivo.
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Casos Práticos de Lavagem de Dinheiro
	Brian disse ao banco que a carta de crédito tinha que ser no valor de US$ 40.000 e pediu ao banco que o avisasse assim que aquele valor tivesse sido transferido para o país exportador, onde Josef e Richard estavam organizando os produtos. Informou que Josef e Richard iriam emitir um certificado para o banco, assim que tivessem inspecionado a mercadoria antes do embarque. O banco também iria receber um documento de embarque. Em seguida, o banco teria de liberar o pagamento até três semanas após a data indicada no documento de embarque. A conta bancária do beneficiário – em nome de Black Ltd. – ficava no país exportador.
	A carta de crédito foi liberada uma semana depois, quando do recebimento de depósitos de uma agência estrangeira de câmbio. Dez dias depois, chegaram o certificado e os documentos de embarque. O banco ficou um pouco preocupado ao perceber que o documento de embarque dava o endereço da Red Ltd. como sendo, na realidade, o endereço de uma unidade industrial em outro país. Além disso, o valor dos tapetes era de US$ 5.500, e não os US$ 40.000 prometidos. Apesar dessas pequenas discrepâncias, o banco autorizou a transferência do dinheiro dez dias depois.
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Casos Práticos de Lavagem de Dinheiro
	Pouco depois, Brian contactou o banco para confirmar que tudo tinha transcorrido bem e que ele estava iniciando a organização de uma nova importação de tapetes. Desta vez, a carta de crédito seria no valor de aproximadamente US$ 625.000. O banco anotou a possibilidade nos arquivos e ficou aguardando instruções.
	Dez meses depois, quando autoridades aduaneiras fizeram uma inspeção de rotina na instituição, o banco comunicou formalmente à alfândega suas persistentes suspeitas em relação à Red Ltd. A informação do banco provou ser muito útil – Brian, Josef e Richard haviam sido detidos oito meses antes, em uma pequena lancha, tentando contrabandear cem quilos de pasta de maconha para dentro do país. Buscas feitas na casa revelaram documentos que indicavam que eles estavam envolvidos numa operação de pequena escala, destinada a financiar uma importação maior de heroína.
	Eles provavelmente já haviam importado uma pequena quantidade de heroína escondida nos tapetes, como parte dos negócios da Red Ltd. Se não tivessem sido detidos, a Red Ltd. teria sido usada tanto para importação quanto para lavagem de dinheiro.
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Casos Práticos de Lavagem de Dinheiro
Indicadores:
Desconhecimento, por parte de um indivíduo, de práticas que ele deveria conhecer
Tentativa de evitar a identificação dos beneficiários finais de uma conta
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Declaração de Remessa Acima de U$ 10,000
Fazer o envio acima de U$ 10,000 mediante banco
Declarar junto ao Banco Central a remessa 
Declarar no imposto de renda
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2ª PARTE – A Gestão Protetiva do Patrimônio dos Sócios e Administradores
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A Gestão Protetiva do Patrimônio Frente à Terceiros
Não existem milagres
Mecanismos no direito nacional e internacional
Doação: não ter nada em seu nome, só que daí não protege o que é teu porque com a doação a tranferência da propriedade. Ainda, sem fraude a credores ou à execução
Fundo patrimonial familiar arts. 1711 e ss. do Código Civil 
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O Bem de Família Frente as Dívidas 
Exceções: dívidas sobre o prédio, condomínio, fraude à execução ou a credores, crédito a pensão alimentícia, a vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui bem de família para efeito de penhora 
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PROCESSUAL CIVIL. CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO. IMÓVEL. BEM DE FAMÍLIA. IMPENHORABILIDADE. PROVA DE QUE O IMÓVEL PENHORADO É O ÚNICO DE PROPRIEDADE DO DEVEDOR. DESNECESSIDADE. EXCEÇÃO DO ART. 3º, V, DA LEI 8.009/90. INAPLICABILIDADE. DÍVIDA DE TERCEIRO. PESSOA JURÍDICA. IMPOSSIBILIDADE DE PRESUNÇÃO DE QUE A DÍVIDA FORA CONTRAÍDA EM FAVOR DA ENTIDADE FAMILIAR. PRECEDENTES. RECURSO PROVIDO.
1. Para que seja reconhecida a impenhorabilidade do bem de família, não é necessária a prova de que o imóvel em que reside a família do devedor é o único de sua propriedade.
2. Não se pode presumir que a garantia tenha sido dada em benefício da família, para, assim, afastar a impenhorabilidade do bem com base no art. 3º, V, da Lei 8.009/90.
3. Somente é admissível a penhora do bem de família hipotecado quando a garantia foi prestada em benefício da própria entidade familiar, e não para assegurar empréstimo obtido por terceiro.
4. Na hipótese dos autos, a hipoteca foi dada em garantia de dívida de terceiro, sociedade empresária, a qual celebrou contrato de mútuo com o banco. Desse modo, a garantia da hipoteca, cujo objeto era o imóvel residencial dos ora recorrentes, foi feita em favor da pessoa jurídica, e não em benefício próprio dos titulares ou de sua família, ainda que únicos sócios da empresa, o que afasta a exceção
à impenhorabilidade do bem de família prevista no inciso V do art.3º da Lei 8.009/90.
5. Recurso especial conhecido e provido.
(REsp 988.915/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 15/05/2012, DJe 08/06/2012)
O Bem de Família Frente as Dívidas 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL. IMÓVEL PENHORADO. DOAÇÃO DOS EXECUTADOS A SEUS FILHOS MENORES DE IDADE. AUSÊNCIA DE REGISTRO DA PENHORA.
IRRELEVÂNCIA. FRAUDE À EXECUÇÃO CONFIGURADA. INAPLICABILIDADE DA SÚMULA N. 375/STJ.
1. No caso em que o imóvel penhorado, ainda que sem o registro do gravame, foi doado aos filhos menores dos executados, reduzindo os devedores a estado de insolvência, não cabe a aplicação do verbete contido na súmula 375, STJ. É que, nessa hipótese, não há como perquirir-se sobre a ocorrência de má-fé dos adquirentes ou se estes tinham ciência da penhora.
2. Nesse passo, reconhece-se objetivamente a fraude à execução, porquanto a má-fé do doador, que se desfez de forma graciosa de imóvel, em detrimento de credores, é o bastante para configurar o ardil previsto no art. 593, II, do CPC.
3. É o próprio sistema de direito civil que revela sua intolerância com o enriquecimento de terceiros, beneficiados por atos gratuitos do devedor, em detrimento de credores, e isso independentemente de suposições acerca da má-fé dos donatários (v.g. arts. 1.997, 1.813, 158 e 552 do Código Civil de 2002).
4. Recurso especial não provido.
(REsp 1163114/MG, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 16/06/2011, DJe 01/08/2011)
O Bem de Família Frente as Dívidas 
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O Bem de Família Frente as Dívidas
RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS DE TERCEIRO. FRAUDE À EXECUÇÃO. ALIENAÇÃO NA PENDÊNCIA DE EXECUÇÃO. INEXISTÊNCIA DE INSCRIÇÃO DA PENHORA.
BOA-FÉ PRESUMIDA DOS TERCEIROS ADQUIRENTES. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 375/STJ.
1. O Tribunal de origem reconheceu a boa-fé dos adquirentes, por isso descabe divergir desse entendimento, conforme teor do enunciado da Súmula 7 desta Corte. Agindo o adquirente do imóvel com boa-fé e não havendo registro da penhora anterior à alienação, não há como configurar a fraude à execução.
2. Incidência da Súmula 375 do STJ, "O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente".
3. Recurso especial provido.
(REsp 809.760/RJ, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 17/05/2011, DJe 26/05/2011)
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Se for de valor suntuoso, está protegido?
O Bem de Família Frente as Dívidas
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Cada cônjuge pode ter seu bem de família?
A residência secundária é protegida?
O Bem de Família Frente as Dívidas
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O bem de família deixa de ser bem de família após a separação de corpos ou divórcio?
Se os cônjuges vivem em imóveis separados os dois são bem de família?
Se o bem somente estiver no nome de um dos cônjuges será protegido?
Se o imóvel onde vive a família estiver em nome da pessoa jurídica devedora é penhorável?
O Bem de Família Frente as Dívidas
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O bem de família pertencente a solteiro, divorciado e viúvo é protegido?
Se dois irmãos moram no mesmo imóvel a dívida foi contraída por um deles?
O Bem de Família Frente as Dívidas
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Se existir a separação de fato indo morar cada um num imóvel?
Se no divórcio ficar um imóvel para cada um deles?
Se já existir a execução e havendo dois imóveis poderá haver o divórcio e ficar um imóvel para cada um dos cônjuges?
Se os filhos estiverem morando ou a eles for transferido, está protegido?
O Bem de Família Frente as Dívidas
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O cônjuge que não estiver vivendo no bem de família após o divórcio e sendo de sua propriedade poderá dispô-lo por testamento?
Até quando existe a condição de “bem de família”?
Em caso de separação de corpos, divórcio o bem permanece com quem?
O Bem de Família Frente as Dívidas
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O Bem de Família Frente as Dívidas
EMBARGOS DECLARATÓRIOS. EFEITO INFRINGENTE. RECEBIMENTO COMO AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO ESPECIAL. PENHORA DE IMÓVEL. BEM DE FAMÍLIA. RESIDÊNCIA DO DEVEDOR EM OUTRO IMÓVEL. CONSTRIÇÃO. POSSIBILIDADE. LEI N. 8.009/90. SÚMULA N.7/STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO DEMONSTRADO.
1. Pode ser objeto de penhora o único bem imóvel do devedor não destinado à sua residência.
 (EDcl no Ag 1321256/SP, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 28/06/2011, DJe 03/08/2011)
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PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE TERCEIRO OPOSTOS PELA ESPOSA. BEM DE FAMÍLIA. IMPENHORABILIDADE. EXISTÊNCIA DE OUTROS IMÓVEIS NÃO COMPROVADA. REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA 7.
1. Consoante o art. 1º da Lei 8.009/90, para configurar bem de família, o imóvel precisa ser próprio da entidade familiar e seus membros devem nele residir.
 (REsp 1249837/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 28/06/2011, DJe 01/09/2011)
- se um dos cônjuges for devedor, poderá o imóvel ser penhorado, levado a leilão e pago o valor do outro cônjuge com o produto da venda?
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE TERCEIRO OPOSTOS PELA ESPOSA. BEM DE FAMÍLIA. IMPENHORABILIDADE. EXISTÊNCIA DE OUTROS IMÓVEIS NÃO COMPROVADA. REVOLVIMENTO 
3. Ademais, não há falar que somente a metade do bem poderia ser considerada impenhorável, sustentando que a outra metade pertence ao marido devedor. Isto porque a referida lei busca evitar o desaparecimento material do lar que abriga a família do devedor.
 (REsp 1249837/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 28/06/2011, DJe 01/09/2011)
O Bem de Família Frente as Dívidas
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EIRELI
“Le concept de patrimoine d´affectation se retrouve dans l´entreprise individuelle à responsabilité limitée (EIRL) qui traduit l´existence possible d´un patrimoine professionnel encourant seul les risques et les aléas de l´activité économique (Loi 2010-658 du 15-6-2010 : JO 16 p. 10984)”
Personalidade jurídica diversa do “sócio”
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Proteção Fiscal
Responsabilidade do administrador e não do sócio
Art. 135 do CTN. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:
( ... )
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
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Responsabilidade do administrador e não do sócio
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. ART.
544 E 545 DO CPC. RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL.
REDIRECIONAMENTO. ART. 135 DO CTN. DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA EMPRESA VERIFICADA. RESPONSABILIDADE DO SÓCIO-GERENTE À ÉPOCA DOS FATOS GERADORES. SÚMULA 7/STJ.
1. O redirecionamento da execução fiscal e seus consectários legais para o sócio-gerente da empresa somente é cabível quando reste demonstrado que este agiu com excesso de poderes, infração à lei ou contra o estatuto, ou na hipótese de dissolução irregular da empresa. Precedentes: RESP n.º 738.513/SC, deste relator, DJ de 18.10.2005; REsp n.º 513.912/MG, DJ de 01/08/2005; REsp n.º 704.502/RS, DJ de 02/05/2005; EREsp n.º 422.732/RS, DJ de 09/05/2005; e AgRg nos EREsp n.º 471.107/MG, deste relator, DJ de 25/10/2004.
2. Ademais, verificada a dissolução irregular da empresa, o redirecionamento da execução fiscal é possível contra o sócio-gerente da sociedade à época do fato gerador. Precedente da 2.ª Turma: AgRg no Ag 1.105.993/RJ, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, julgado em 18/08/2009, DJe 10/09/2009 3. In casu, a Corte de origem assentou que "Na espécie, a execução fiscal refere-se a tributo com fato gerador ocorrido em 30.10.91, sendo que restou documentalmente comprovado que o aludido sócio ingressou na diretoria da empresa somente em 15.02.93 (f. 181), ou seja, muito após a incidência do tributo.(...) Como se observa, não se negou a responsabilidade tributária do administrador em caso de dissolução irregular, mas apenas restou destacada a necessidade de que o fato gerador, em tal situação, tenha ocorrido à época da respectiva gestão, de modo a vincular o não-recolhimento com a atuação pessoal
do sócio, em conformidade com a jurisprudência firmada nos precedentes adotados" (fls. 308/309).
 (AgRg no Ag 1173644/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 07/12/2010, DJe 14/12/2010)
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Responsabilidade subsidiária
Uso de precatórios como forma de proteção patrimonial
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Penhora de bens 
Execução fiscal
Art. 11 - A penhora ou arresto de bens obedecerá à seguinte ordem:
I - dinheiro;
II - título da dívida pública, bem como título de crédito, que tenham cotação em bolsa;
III - pedras e metais preciosos;
IV - imóveis;
V - navios e aeronaves;
VI - veículos;
VII - móveis ou semoventes; e
VIII - direitos e ações.
Uso de precatórios como forma de proteção patrimonial
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Dívidas não fiscais segundo o CPC
Art. 655. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: 
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; 
II – títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado; 
III – títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; 
IV – veículos de via terrestre; 
V – bens imóveis; 
VI – bens móveis em geral; 
VII - semoventes; 
VIII – navios e aeronaves; 
IX – ações e quotas de sociedades simples e empresárias; 
X – percentual do faturamento de empresa devedora;
XI – pedras e metais preciosos;
XII – direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciárias em garantia;
XIII – outros direitos. 
Uso de precatórios como forma de proteção patrimonial
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Contrato de seguro de responsabilidade civil de diretores e administradores (Directors & Officers)
D&O: proteção de bens de diretores e administradores, bem como da sociedade pelos valores pagos em virtude dos atos dos D&O frente a terceiros
Pessoas cobertas: diretores, e administradores...
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Não cobre o risco de interrupção das atividades
O prêmio é proporcional ao risco após análise de documentos contábeis, financeiros e pessoais
Ocorrerá rescisão contratual se as informações forem incorretas
Contrato de seguro de responsabilidade civil de diretores e administradores (Directors & Officers)
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Pode ser subscrita individualmente ou pela própria sociedade
Objeto da cobertura
Início e término da função de administrador (cláusulas “claims made”)
Contrato de seguro de responsabilidade civil de diretores e administradores ( Directors & Officers )
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Importante deixar claro se o fato é coberto durante quanto tempo após a cessação do mandato e se existe ou não necessidade em se manter o seguro até a extinção do prazo prescricional de responsabilidade
Gastos com defesa e outros relacionados (segurador pode reconhecer a dívida, poder para negociar com o prejudicado o valor do dano, faculdade de eleger o advogado, exceto em matéria penal), custas processuais.
Ações por parte do assegurado também é assegurada
Responsabilidade administrativa, tributária, trabalhista, falência e penal que acarretam prejuízo civil estão cobertas?
Contrato de seguro de responsabilidade civil de diretores e administradores (Directors & Officers)
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Exceções mais encontradas:
Punitive damage
Desconsideração da personalidade jurídica
Multas administrativas e fiscais
Má-fé ou dolo reconhecida por sentença
Danos morais e corporais
Responsabilidades por produtos defeituosos, danos ambientais, riscos nucleares, ...
Contrato de seguro de responsabilidade civil de diretores e administradores ( Directors & Officers )
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STS 867/02 de 29 de Julio 2002. Según las sentencias indicadas, algunas de las reclamaciones efectuadas quedaban fuera de la cobertura en virtud de la delimitación temporal que de ella se efectuaba. Así, en las condiciones particulares del seguro subscrito por Banesto se configuraba la cobertura temporal de manera que comprendía los “ hechos o actuaciones realizados antes o durante la vigencia de la póliza, siempre que el asegurado no tuviera conocimiento con anterioridad al 11 de febrero de 1911 de cualquier incidente o circunstancia que pudiera dar lugar a una reclamación”. Esta cláusula delimitadora del riesgo que define la cobertura temporal de la póliza ( no es por consiguiente, una cláusula limitativa, como en algún lugar llega a afirmar la sentencia de la Audiencia ), cumple con los requisitos del art. 73 de la LCS conforme a la redacción que este precepto recibió en 1995 (puesto que este precepto exige que la cobertura retroactiva alcance al menos un año de antelación a la misma a pesar de que la póliza había sido concluída antes de la reforma legislativa de 1995 (ponen de relieve tal incongrencia Pavelek Zamora, E.: “ La sentencia...”
Contrato de seguro de responsabilidade civil de diretores e administradores ( Directors & Officers ) – Caso BANESTO
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Otras actuaciones por las que fueron condenados los administradores quedaron fuera de la cobertura del seguro en virtude de una cláusula limitativa por la cual el asegurador excluía de su cobertura las reclaciones causadas por hechos en virtude de los cuales el asegurado hubiese obtenido un beneficio o remuneración al cual no tuviese derecho, aprovechándose de su cargo, aunque no hubiesse incurrido em ninguna acción delictiva, o surgidas de actos delictivos, que fuesen fraudulentos o dolosos, por parte del asegurado. La oponibilidade de esta limitación al tercer perjudicado fue posible porque se cumplieron las cautelas establecidas en el art. 3 de la LCS, a cuyo tenor “ se destacarán de modo especial las cláusulas limitativas de los derechos de los asegurados, que deberán ser específicamente aceptadas por escrito. “ Pero incluso, duda la sentecia acerca de si los requisitos contenidos em el art. 3 da LCS son exigibles en un seguro de Grandes Riesgos, como el que comentamos, ya que, como sabemos, los seguros que responden a esta calificación no están sometidos en la mayoría de sus extremos a la imperatividad de la LCS. Al margen de ello, según se manifesta em las sentecias, BANESTO, em cuanto tomador del seguro, al mismo tempo que perjudicado, conocía perfectamente estas cláusulas de exonerácion y no puede razonablemente invocarse en este caso la especial tutela que al perjudicado brinda el art. 76 de la LCS”. 
Contrato de seguro de responsabilidade civil de diretores e administradores ( Directors & Officers ) – Caso BANESTO - continuação
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Dificuldade na fixação inicial do valor da cobertura
Os dados contábeis são importantes para saber o risco
Subscrição em conta própria ou benefício de outrem ou ambos
Contrato de seguro de responsabilidade civil de diretores e administradores (Directors & Officers)
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Atos preparatórios e a confecção do contrato de seguro
Fase pré-contratual (envio de questionário ao tomador para conhecer o risco)
Conteúdo: o que está assegurado, o valor, duração do contrato, etc.
Contrato de seguro de responsabilidade civil de diretores e administradores (Directors & Officers)
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Terceiro prejudicado: 
	Exclusões:
Assegurado contra assegurado
Reclamações apresentadas por pessoas com parentesco
Reduzido número de condenações civis 
Contrato de seguro de responsabilidade civil de diretores e administradores ( Directors & Officers )
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Trusts com a finalidade de proteção patrimonial (Trust anglo-saxão, trust italiano)
- Onde afsdjfasdlkfjakl
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O Trust Estrangeiro
O que é o trust?
O trust é uma obrigação natural com a qual um sujeito, denominado trustee, assume a propriedade de bens de um outro sujeito, o settlor, comprometendo-se a gerir e administra-los em favor de determinados beneficiários, indicados no Deed of Trust ( documento que prova a existência do trust ) ou pela vontade do trustee
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O Trust Estrangeiro
Constituinte ou Settlor
É o criador do Trust, é aquele que perde a propriedade dos seus bens em favor do trustee. É a figura que, em função da sua vontade e de seus desejos, modela como o trust será operado. Após a constituição do trust o settlor não é mais proprietário do bens aportados no trust, porém, pode se autonominar beneficiário
e ou protector do trust. A sua atividade é limitada a redação da “ Letter of Wishes “
Trustee
É o sujeito que se torna proprietário dos bens aportados em “ trust “, ele é obrigado frente aos beneficiários a administrar com plena autonomia os bens, mas não poderá gozar dos seus frutos. No exercício da suas funções deverá observar os critérios de imparcialidade e agir no interesse dos beneficiários. Ele poderá ser uma pessoa física ou jurídica
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Beneficiários
Aos beneficiários cabe a “ equitable ownership “ dos bens aportados no trust. Estes podem ser pessoas físicas ou jurídicas indicados no Deed of Trust ou determinados sucessivamente. Eles não tem direito patrimonial, de capital ou de propriedade sobre os bens aportados no trust, mas simplesmente um direito de receber os seus frutos.
Podem ajuizar ação contra o trustee
O Trust Estrangeiro
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Beneficiários em capital
Irão receber a plena propriedade do bem passando o bem diretamente do constituinte ao beneficiário
O Trust Estrangeiro
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Os bens colocados em trust são diversos do patrimônio do trustee
Em geral o trustee tem o amplo poder de gestão 
Fora de sua remuneração normal, o trustee não explora o bem
Tem obrigação de informar os beneficiários
Poder haver a instituição de um “protector” para controle de gestão, podendo nomear e revogar o trustee
O Trust Estrangeiro
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Foi utilizado “ trust “ na operação Lava Jato porque é mecanismo que pode ser usado ilegalmente para esconder dinheiro. 
O Trust Estrangeiro
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O Trust Estrangeiro
Após a transferência os credores dos beneficiários poderão executá-lo
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O Trust Estrangeiro
Análise do trust no direito pátrio
Desconhecido na legislação pátria
É possível trust feito nos EUA para bens localizados no Brasil?
É possível trust feito por brasileiro nos EUA de bens localizados nos EUA? 
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Trust na Itália
“La sentenza del Tribunale di Brescia – 12 ottobre 2004 coglie perfettamente una delle più importanti caratteristiche del trust: il bene conferito in trust non fa più parte del patrimônio del disponente (il quale perde ogni diritto su questo) ed entra nel patrimônio del trustee da cui resta separato (in forza del vincolo di destinazione impresso dal disponente stesso)”
O Trust Estrangeiro
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Art. 62 do Código Civil. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência.
Fundação
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Mudar atribuições do MP para próximo slide
Atribuições do MP
Aprovar escrituras públicas de instituição
Elaborar estatutos
Fiscalizar o seu funcionamento
Fundação
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Fundação
Fiscalizar a aplicação e a utilização dos bens e dos recursos a ela destinados
Examinar e aprovar as prestações de contas apresentadas pelos seus administradores
Examinar os balanços e as demonstrações de resultados
Requisitar informações e documentos necessários à fiscalização e
Prover, quando couber, cargos da sua administração
Promover sua extinção até definitiva liquidação
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O administrador é remunerado passar para o próximo, se possível
O administrador é remunerado
Fundação
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Seguro de Vida e Previdência Privada – Seguro de Vida Nacional
AGRAVO INTERNO. EXECUÇÃO. SEGURO DE VIDA. IMPENHORABILIDADE. 
Julgamento monocrático que deu provimento a agravo de instrumento, de decisão que determinou a substituição da penhora realizada no rosto dos autos de inventário pelo produto da indenização decorrente de seguro de vida. A indenização de seguro de vida, recebida pelo beneficiário, é absolutamente impenhorável, nos termos do art. 649, IX, do CPC. Caso em que existe penhora que parece suficiente para a satisfação do crédito, de forma que o princípio da execução pelo modo menos gravoso também justifica afastar a substituição do crédito resultante do seguro. Negado provimento ao recurso. (Agravo Nº 70018367524, Décima Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo Roberto Felix, Julgado em 28/02/2007)
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Seguro de Vida e Previdência Privada – VBGL/PGBL
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. INDISPONIBILIDADE DE BENS DETERMINADA À LUZ DO ART. 36 DA LEI 6.024/74. SALDO EM FUNDO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA COMPLEMENTAR. PGBL. NATUREZA ALIMENTAR CARATERIZADA NA ESPÉCIE. IMPENHORABILIDADE RECONHECIDA. CONFIGURADA DESPROPORCIONALIDADE DA MEDIDA IMPOSTA.
1. Ação civil pública distribuída em 06/09/2005, da qual foi extraído o presente recurso especial.
2. O regime de previdência privada complementar é, nos termos do art. 1º da LC 109/2001, "baseado na constituição de reservas que garantam o benefício, nos termos do caput do art. 202 da Constituição Federal", que, por sua vez, está inserido na seção que dispõe sobre a Previdência Social.
3. Embora não se negue que o PGBL permite o "resgate da totalidade das contribuições vertidas ao plano pelo participante" (art. 14, III, da LC 109/2001), essa faculdade concedida ao participante de fundo de previdência privada complementar não tem o condão de afastar, de forma inexorável, a natureza essencialmente previdenciária e, portanto, alimentar, do saldo existente.
4. Por isso, a impenhorabilidade dos valores depositados em fundo de previdência privada complementar deve ser aferida pelo Juiz casuisticamente, de modo que, se as provas dos autos revelarem a necessidade de utilização do saldo para a subsistência do participante e de sua família, caracterizada estará a sua natureza alimentar, na forma do art. 649, IV, do CPC.
5. Outrossim, ante as peculiaridades da espécie (curto período em que o recorrente esteve à frente da instituição financeira, sem qualquer participação no respectivo capital social), não se mostra razoável impor ao recorrente tão grave medida, de ter decretada a indisponibilidade de todos os seus bens, inclusive do saldo existente em fundo de previdência privada complementar - PGBL.
6. Recurso especial conhecido e provido.
(REsp 1121426/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, Rel. p/ Acórdão Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 20/03/2014)
 
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Seguro de Vida e Previdência Privada – Seguro de Vida Internacional
Impossibilidade de ser contratado e pago no Brasil
Possibilidade em casos específicos, sob pena de ser considerado crime de contrabando de divisas, segundo a LC/126
Art. 20. A contratação de seguros no exterior por pessoas naturais residentes no País ou por pessoas jurídicas domiciliadas no território nacional é restrita às seguintes situações:
I - cobertura de riscos para os quais não exista oferta de seguro no País, desde que sua contratação não represente infração à legislação vigente;
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II - cobertura de riscos no exterior em que o segurado seja pessoa natural residente no País, para o qual a vigência do seguro contratado se restrinja, exclusivamente, ao período em que o segurado se encontrar no exterior;
III - seguros que sejam objeto de acordos internacionais referendados pelo Congresso Nacional; e
IV - seguros que, pela legislação em vigor, na data de publicação desta Lei Complementar, tiverem sido contratados no exterior.
Parágrafo único. Pessoas jurídicas poderão contratar seguro no exterior para cobertura de riscos no exterior, informando essa contratação ao órgão fiscalizador de seguros brasileiro no prazo e nas condições determinadas pelo órgão regulador de seguros brasileiro.
Seguro de Vida e Previdência Privada – Seguro de Vida Internacional
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Proteção patrimonial em caso de penhora de remuneração “Pro labore”
PROCESSO CIVIL. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. PENHORA DE VALORES EM CONTA CORRENTE. PROVENTOS DE FUNCIONÁRIA PÚBLICA. NATUREZA ALIMENTAR.
IMPOSSIBILIDADE. ART. 649, IV, DO CPC.
1. É possível a penhora "on line" em conta corrente do devedor, contanto que ressalvados valores oriundos de depósitos com manifesto caráter alimentar.
2. É vedada a penhora das verbas de natureza
alimentar apontadas no art. 649, IV, do CPC, tais como os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria e pensões, entre outras.
3. Recurso especial provido.
(REsp 904774/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 18/10/2011, DJe 16/11/2011)
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Holdings e sociedade civil imobiliária – Holding Company
	
“For instance, assume that Company A is owned 50 percent by Company B and 50 percent by Company C. Next, assume that Company B is owned 49 percent by Company A, 50 percent by Company C, and 1 percent by Company D. Similarly, Company C is owned 49 percent by Company A, 50 percent by Company B, and 1 percent by Company D. The ultimate beneficial owner owns all of Company D. This relationship is shown in Figure 16.4.
	
90
Companhia “D”
Companhia “C”
Companhia “A”
Companhia “B”
Holding Company
PROPRIETÁRIO
1% Proprietário
49% Proprietário
49% Proprietário
1% Proprietário
50% Proprietário
50% Proprietário
50% Proprietário
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In this case, effective ownership and control is held by Company D. However, if Company A is sued, a creditor will have difficulty arguing that Company A is the alter ego of either Companies B or C since neither of those companies have a majority ownership in Company A. The same holds true for creditor attacks on Companies B and C, since neither of those companies have a majority owner. Company D, which does have effective control, is distanced to layers from Company A and one layer from Companies B and C. If a creditor attacks only one of Companies A, B, or C, the creditor will have difficulty getting pas any of the entities to the others.
The creditor´s remedy, of course, is to attack all the companies simultaneously on the grounds that they are interrelated and are alter egos of Company D and its owner. However, especially early in litigation, a creditor may not be able to obtain discovery as to these ownership issues, and by the time the creditor reaches the bottom of the structure, the limitations period for suing the other companies may have expired. While these interlocking maneuvers will not benefit the company being directly sued, they may deter a creditor´s attempts to reach the ultimate beneficial owners.
Holdings e sociedade civil imobiliária – Holding Company
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Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.
§ 1° (Vetado).
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
Criação de várias pessoas jurídicas, mesmo sem ser holding
Falência internacional
Holdings e sociedade civil imobiliária – Holding nas Relações de Consumo
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O uso de instrumentos jurídicos de proteção patrimonial da União Europeia por brasileiros com dupla cidadania junto a um dos países da União Europeia
É súdito comunitário toda pessoa quem tem a nacionalidade de um país membro da União Europeia
 “Doble nationalité. – Les personnes qui ont la double nationalité sont déjà nombreuse et le décloisonnement de l´espace européen multipliera san aucun doute ces situations. Comme la determination de la nationalité relève exclusivement de la loi des États membre, il suffit qu´une personne ait la nationalité d´un de ces États pour revendiquer l´accès aux libertés communautaire. C´est ainsi qu´une personne qui a les nationalités italienne et argentine peut invoquer sa nationalité italienne, ou qu´un Franco-Allemand peut invoquer en France sa nationalité allemande. “ Christian Gavalda et Gilbert Parleani – Droit des affaires de l´Union Européenne. 2ème. éd. Paris: Litec, p. 120.
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Paraísos Fiscais e bancários
Definição
A Receita Federal brasileira considera paraísos fiscais países ou dependências que tributam a renda com alíquota inferior a 20%. O Brasil também classifica como "paraísos fiscais" (tecnicamente, país com tributação favorecida) os países cuja legislação permite manter em sigilo a composição societária das empresas. 
Distinção com outros institutos
Offshore ou centro offshore: centro offshore é um país ou território no qual uma regulamentação ou um regime fiscal particular se aplica as atividades econômicas ou financeiras nela implantadas quando as atividades são realizadas fora do país ou do território.
Segredo bancário: proteção contra administração fiscal não somente contra o país de sua instalação, como também externos.
Paraíso judicial: é contra o cumprimento de decisões exteriores
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Meios oferecidos pelos paraísos fiscais e bancários
Diversos tipos de contas corrente: anônima, com números ou pseudônimo
Cláusula com reforço da ocultação: conta de alerta ou migratória, conversa por terceiro indicado e/ou telefone público
Entidades jurídicas com ações ao portador (IBC – International Business Corporation – Enron utilizou quase 900 destas sociedades), trusts
As vantagens são diferentes para pessoas físicas e jurídicas, tudo vai depender do paraíso, por exemplo, Principado de Mônaco para pessoas físicas (isenção de IR), já para jurídicas o imposto é de 33% sobre os lucros, se mais de 25% de seu faturamento é realizado fora do Principado
Qual o melhor paraíso fiscal?
Paraísos Fiscais e bancários
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“Isle of Man” é considerada como um dos melhores paraísos fiscais para pessoas jurídicas porque não precisam apresentar documentos contábeis e nem existe tributação sobre rendimentos acima de 300 libras. Ex. compra de máquinas da Rússia para vender no Brasil (isenção da PJ). Daí tem sua residência no Principado, recebe “pro labore” e não é tributado!
Paraísos Fiscais e bancários
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O fim dos paraísos fiscais e paraísos bancários? Confronto entre o princípio da transparência e os paraísos fiscais
Paraísos Fiscais e bancários
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Paraísos Fiscais e bancários
Subvenção mascarada denunciada pela União Europeia: Foreign Sales Corporation Act: autorização para estabelecimento offshore para evitar pagamento de taxas e assim ter maior competitividade no mercado internacional. Cerca de ¼ das exportações americanas são realizadas desta forma.
Grande número de bancos e empresas multinacionais estão em paraísos fiscais:
Grandes países que denunciam os paraísos fiscais tem suas instituições financeiras lá!
Cerca de 500 bancos estão localizados nas Ilhas Caiman
Citigroup 1º grupo financeiro do mundo possui 427 filiais em centros offshore
Motivos legítimos são estímulos aos paraísos fiscais, 
Ex-presidente do STF Joaquim Barbosa tem uma “ off shore “ legalmente constituída, pois sua finalidade é de evitar legalmente o imposto causa mortis nos Estados Unidos
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Paraísos Fiscais e bancários
O Conselho Europeu está equiparando o sigilo dos paraísos bancários a fraude fiscal
Vários acordos bilaterais estão sendo firmados entre países para acabar com os paraísos fiscais e bancários
São operações suspeitas aos olhos do fisco e juízes
Pequenos países apostam corrida para ver qual lei protege melhor os devedores 
100
Os países/credores encontram sérias dificuldades em trazer de volta o dinheiro junto aos paraísos fiscais
Tempo despendido e dinheiro são altos para tentar quebrar o sigilo
Paraísos Fiscais e bancários
Nos EUA se o devedor não trouxer o dinheiro ilegal está cometendo crime de desacato, sob pena de prisão
101
The Commonwealth of the Bahamas
International Business Companies Act, 1990
Modelo prático de constituição de uma off shore - Bahamas
102
Bancos no Brasil que operam off shore
Brasília – Curitiba – Fortaleza – Rio de Janeiro – São Paulo
103
A influência do regime de bens sobre o patrimônio do sócio e/ou administrador
A noção de regime matrimonial
É um conjunto coerente de regras de direito cujo objetivo é organizar as relações pecuniárias frente ao casal e a terceiros.
104
A diversidade de regimes matrimoniais
Existência de regimes opostos: de comunhão universal a separação total
Escolha é feita antes do casamento, caso não feita, o regime é o legal
A influência do regime de bens sobre o patrimônio do sócio e/ou administrador
105
A solidariedade legal entre o casal
Aval e fiança
“Art. 1.647 do CCív. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
	( ... )
	III - prestar fiança ou aval”
106
Jurisprudência - Aval
RECURSO ESPECIAL - AÇÃO ANULATÓRIA DE AVAL - OUTORGA CONJUGAL PARA CÔNJUGES CASADOS SOB O REGIME DA SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS - NECESSIDADE - RECURSO PROVIDO.
1. É necessária a vênia conjugal para a prestação de aval por pessoa casada sob o regime da separação obrigatória de bens, à luz do artigo 1647, III, do Código Civil.
2. A exigência de outorga uxória ou marital para os negócios jurídicos de (presumidamente) maior expressão econômica previstos no artigo 1647 do Código Civil (como a prestação de aval ou a alienação de imóveis) decorre da necessidade de garantir a ambos os cônjuges meio de controle da gestão patrimonial, tendo em vista que, em eventual dissolução do vínculo matrimonial, os consortes terão interesse na partilha dos bens adquiridos onerosamente na constância do casamento.
3. Nas hipóteses de casamento sob o regime da separação legal, os consortes, por força da Súmula n. 377/STF, possuem o interesse pelos bens adquiridos onerosamente ao longo do casamento, razão por que é de rigor garantir-lhes o mecanismo de controle de outorga uxória/marital para os negócios jurídicos previstos no artigo 1647 da lei civil.
4. Recurso especial provido.
(REsp 1163074/PB, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/12/2009, DJe 04/02/2010)
107
Jurisprudência - Aval
TJSP - APL 7202308000 SP Relator(a):Pedro Ablas
Julgamento:30/07/2008 Órgão Julgador:14ª Câmara de Direito Privado Publicação:21/08/2008
EMBARGOS À EXECUÇÃO 
- Aval prestado sem outorga uxória - Validade O aval não pode ser anulado por falta de vênia conjugal, de modo que o inciso III do artigo 1647 apenas caracteriza a inoponibilidade do título ao cônjuge que não assentiu - Recurso improvido 
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Jurisprudência - Fiança
PROCESSUAL CIVIL. LOCAÇÃO. FIANÇA. AUSÊNCIA DE OUTORGA UXÓRIA. FORMALIDADE EXPRESSA NO ORDENAMENTO CIVIL BRASILEIRO. NULIDADE DA GARANTIA. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. PRECEDENTES. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
1. A outorga uxória é formalidade exigida expressamente pelo Código Civil, sua ausência invalida a fiança como um todo.
2. O princípio da legalidade deve prevalecer ao princípio da boa-fé, sendo inviável dar-se validade a um ato jurídico que não está cercado de todos os seus requisitos.
3. Recurso especial a que se dá provimento.
(REsp 1165837/RJ, Rel. Ministra LAURITA VAZ, Rel. p/ Acórdão Ministro ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RJ), QUINTA TURMA, julgado em 17/02/2011, DJe 15/06/2012)
109
Prazo para pedir a anulação
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal.
Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou particular, autenticado.
110
Proibição da formação de sociedade limitada entre cônjuges casados sob o regime da comunhão universal de bens e da separação obrigatória e a desconsideração da personalidade jurídica
Situação de cada cônjuge frente as dívidas pessoais do outro na Comunhão Universal de Bens
111
VANTAGENS
DESVANTAGENS
CONCLUSÃO
Proteção para atos graves como hipoteca e fiança que exigem o consentimento do casal
Liberdade de administração e disposição só de bens próprios
Não oferece uma proteção para a família e por ocasião da dissolução da sociedade conjugal é fonte de conflitos
Construção conjunta do patrimônio é presumida
Exigência sistemática de consentimento de ambos cônjuges perante terceiros
Inexistência de proteção patrimonial total frente a terceiros
Fonte de conflitos na dissolução da sociedade conjugal
112
Quadro Comparativo – Comunhão Parcial de Bens
VANTAGENS
DESVANTAGENS
CONCLUSÃO
Simplicidade de funcionamento na administração e disposição de bens
Regime “egoísta”
É interessante quando cada cônjuge possui ou possuirá bens pessoais
Simplicidade também perante terceiros
Protege a família por dívidas do cônjuge
Proteção familiar frente negócios com terceiros
113
Quadro Comparativo – Separação Total de Bens
VANTAGENS
DESVANTAGENS
CONCLUSÃO
É bom para quem não tem patrimônio próprio e ruim para quem tem ou receberá doação ou herança
Ausência de proteção familiar frente ao marido e a terceiros
Ruim para jovens com patrimônio atual e futuro
Simples de ser liquidado
114
Quadro Comparativo – Comunhão Universal
VANTAGENS
DESVANTAGENS
CONCLUSÃO
Somente se comunicam os bens adquiridos a título oneroso provado pelos cônjuges
Ausência de participação do cônjuge no que for adquirido após o casamento
Bom para casais jovens e para o casal, além de ser bom para prevenção de responsabilidade patrimonial porque não atinge bens do outro cônjuge
115
Quadro Comparativo – Participação Final nos Aquestos
A Tributação Ligada a Escolha do Regime Matrimonial
Doação entre cônjuges ou por terceiros acarretará o pagamento do ITCMD ao beneficiário
116
Modificação do Regime de Bens
"Art. 1639. ( ...)
§2º. É admissível alteração do regime de bens entre os cônjuges, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros". 
117
Conselho
“Achieving phenomenal success in any endeavor involves surrounding yourself with those who make you better. This is essential to your success. It is perhaps the best advice you will ever receive. Will this cost you some money? Certainly. More importantly, how-ever, it will not cost you anywhere near as much as it would, had you not sought advice. It is an investment that will reap phenomenal returns.( … )
One of the most important member of your team will be your attorney. When it comes to pure business and legal decisions, no one member plays as large a role in the overall success of your operations as does your attorney. For this reason, it is imperative that you find an attorney who will be an asset to your team. 
You do not need a high-dollar, big-firm corporate lawyer for all of your legal issues. Not to minimize the value of a good lawyer, but specialized legal services should be reserved for specialized legal work”.
Donald Trump – Asset protection: Tax legal Strategies of the Rich. J. J. Childers, J.D. Trump University.
118
Conselho Traduzido
Alcançar sucesso fenomenal em qualquer empreitada envolve estar cercado daqueles que vão fazer você melhor(ar). Isto é fundamental para seu sucesso. Este é, talvez, o melhor conselho que você jamais irá receber. Isto vai custar dinheiro? Certamente. Muito mais importante, contudo, é que isto não lhe custará nem uma fração do que custaria, caso você não tivesse procurado o conselho. É um investimento, que vai lhe render retornos financeiros fenomenais...
Um dos mais importantes membros do seu time será o seu advogado. Quando se tratam de decisões puramente de negócios e legais, nenhum outro membro vai ter um papel tão grande no sucesso das suas operações como o seu advogado terá. Por esta razão, é imperativo

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