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A língua como objeto da linguística

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A LÍNGUA COMO OBJETO DA LINGUÍSTICA 
PIETROFORTE, A. V A língua como objeto da linguística In: FIORIN, J. L. Intodução à Linguística: I objetos teóricos. 4 ed. São Paulo: Contexto, 2010. p. 73-93.
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Modo de fazer Linguística – comparando as línguas na busca de semelhanças e verificando a história (procura de origens comuns) = Linguítica do século XIX – método: histórico comparativo
Ferdinand de Saussure – contribuiu para o avanço da Linguística histórica e comparativa e definiu um novo objeto de estudo para a Linguística (séc. XX) 
“ O ponto de vista que cria o objeto” (Saussure, 1969:15)
Curso de Linguística Geral (1916) – Saussure (Bally, Sechehaye e Riedlinger)
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Síntese das propostas de Saussure para a criação de um novo objeto teórico para a Linguística = quatro conceitos = dicotomias ≠ “ divisão em partes iguais” = par de conceitos que devem ser definidos um em relação ao outro, de modo que um só faz sentido em relação ao outro
Sincronia X Diacronia
Língua X Fala
Significante X Significado
Paradigma X Sintagma
 
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Sincronia X Diacronia 
(Saussure, 1969:94-116)
Saussure ≠ “inventor” → definiu um objeto de estudo para a Linguística
Século XIX → mudança linguística → reconstruir o percurso histórico das línguas – como uma língua através dos tempos e se transforma em outras línguas → Objeto Teórico = mudança
Reconstrução do indo-europeu = vestígios 
Linguística que trabalha mudanças nas línguas através do tempo = Diacrônica 
Saussure opõe uma Linguística Sincrônica → syn = juntamente – chrónos = tempo
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Ponto de vista sincrônico → língua = sistema em que um elemento se define pelos demais elementos
 
Metáfora do tronco da árvore → corte transversal versus corte longitudinal
Regularidade sincrônica não é imperativa = pode ser modificada na diacronia – ex.: Lobos (morfema de gênero e número e não mais de caso)
Fatos diacrônicos = imperativa → caráter sistemático = mudança se realiza em todo o sistema
 
Definição de um ponto de vista sincrônico não está restrita somente à proposta de uma metodologia de trabalho . A partir dela, defini-se = novo objeto de estudo = língua como sistema 
 
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Língua e Fala
(Saussure, 1969:26-28)
As dicotomias saussurianas, embora possam ser estudadas uma de cada vez, só fazem sentido quando relacionadas umas com as outras
Língua versus Fala
Língua = coletiva; dado social; sistemática 
Fala = particular; dado individual; assistemática 
Objeto de estudo da Linguística = língua = sistema → conjunto organizado em que um elemento se define pelos outros / conjunto de signos em que um signo se define pelos demais signos do conjunto
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Signo linguístico = relação entre um conceito e uma imagem acústica 
Conceito = uma ideia, um pensamento que serve para interpretar o mundo → SIGNIFICADO
Imagem acústica = impressão psíquica de uma sequência articulada de sons → SIGNIFICANTE
Signo ≠ de palavra → morfema também é signo
Fatos de língua → estrutura do sistema linguístico 
Fatos de fala → uso do sistema 
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Significante e Significado
(Saussure, 1969:79-93)
Se cabe à língua apenas nomear as coisas do mundo, ela acaba por reduzir-se a um reflexo das coisas → língua não tem um domínio próprio? Coleção de nomes?
No ponto de vista de Saussure = considera-se os signos em suas relações uns com os outros e não a relação entre as palavras e as coisas do mundo 
A partir de uma língua que se veem as coisas do mundo e não o contrário 
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Discussão → grau de tradutibilidade entre diferentes línguas 
Português, francês, húngaro e malaio → princípios de classificação diferentes 
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Signo – ARBITRÁRIO = não há uma relação de causa e efeito que motive a relação que une um significado e um significante
Arbitrário = convencionado; não motivado
Signos absolutamente arbitrários versus signos relativamente arbitrários
Motivação relativa = se estabelece entre um signo e outros signos do mesmo sistema 
Ex.: dezenove; macieira
Estudo do signo = Semiologia X Linguística = ciência dos signos verbais
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Propriedade linear dos signos = dois sons se realizam em uma sucessão 
Distribuição dos signos e de suas relações → estudo da dicotomia paradigma e sintagma
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Paradigma e Sintagma 
(Saussure, 1969: 142-147) 
A linguagem tem dois eixos = 1) de seleção; 2) de combinação 
 Eixo de seleção
 Eixo de combinação
Foi teu irmão
Foi teu pai
Foi teu avô
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Caráter linear = combinação de dois ou mais elementos → relações sintagmáticas → do grego Syntagma = “coisa posta em ordem” 
Relações paradigmáticas = baseadas na seleção dos elementos que são combinados → um signo pode ser associado a outros signos por, pelo menos, três modos: 1) significado (antônimos e sinônimos); significante (imagens acústicas semelhantes); 3) meio de outros signos(em processos morfológicos comuns)
Ex.: Ensinamento → 1) aprendizagem; 2) elemento; 3) ensinar / armamento 
Paradéigma →do grego “modelo, exemplo”
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Sintagma e paradigma → Saussure definiu conceito amplo 
Linguística posterior a Saussure → Paradigma = uma série de elementos linguísticos suscetíveis de figuras no mesmo ponto do enunciado / Sintagma = combinação obedece a um padrão definido pelo sistema 
Relações sintagmática e paradigmáticas → domínio da língua e não da fala → dizem respeito às relações que formam o sistema 
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SAUSSUREURE
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Martinet e a dupla articulação da linguagem
(Martinet, 1978:10-17)
Concepção sistemática de língua
Afirmação = a linguagem é duplamente articulada 
Latim articulus = parte, subdivisão, membro
Lingua é articulada = unidades linguísticas são suscetíveis de ser divididas, segmentadas, recortadas em unidades menores 
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Primeiro modo de articulação = articulam-se as unidades dotadas de sentido → menor = morfema
 
Segundo modo de articulação = articulam-se em unidades menores desprovidas de sentido = fonemas 
A dupla articulação da linguagem → economia linguística = com poucas dezenas de fonemas, formam-se milhares de unidades da primeira articulação; com alguns milhares de unidades da primeira articulação forma-se um número ilimitados de enunciados 
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Coseriu e a noção de norma
(Coseriu, 1987:13-85)
Reformulou a dicotomia saussuriana língua e fala 
Modos de realização linguística que não são próprios nem de um só indivíduo nem de todos os falantes de uma língua → caracterizam variantes linguísticas de uma mesma língua 
Proposta → sistema versus norma versus fala 
Variantes linguísticas → descritas no domínio da norma 
Língua = sistema articulado com suas normas 
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Variantes linguísticas:
Diatópicas → regionais (geográficas)
Diastráticas → uso de diferentes grupos sociais (sociais)
Diafásicas → uso formal ou informal do discurso (sociais)
Diacrônica → faixa etária dos falantes (históricas)
Conceito de norma → funda Sociolinguística = observa as relações entre língua e os fatores sociais, geográficos e históricos

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