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* * Clique para editar o estilo do subtítulo mestre Clique para editar o estilo do título mestre * INSTITUIÇÃO DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO PROFa Kátia Cristina Cruz Santos PROFESSORAKATIACRUZ.BLOGSPOT.COM UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS PROFESSORA KÁTIA CRUZ * * * Das espécies de contratos 1) compra e venda, 2) troca, 3) doação; 4) Locação de coisas: 5) depósito; 6) mandato; 7) empréstimo (por comodato e por mútuo); 8) gestão de negócios; 9) sociedade; 10) parceria rural (agrícola e pecuária); 11) constituição de renda; 12) seguro; 13) jogo e aposta; 14) fiança. PROFESSORA KÁTIA CRUZ * * * Da compra e venda Compra e venda é o contrato pelo qual uma das partes, chamada vendedor, se obriga a transferir a outra, chamada comprador, o domínio de certa coisa mediante preço certo, em dinheiro. De referir-se que o preço certo pode ser indeterminado, mas determinável. Assim, o preço poderá ser estabelecido pela cotação de determinado título em certo dia. PROFESSORA KÁTIA CRUZ * * * Não se pode, no entanto, fixar o preço por meio da "cláusula ouro". É dívida de dinheiro aquela que se refere ao pagamento de certa e determinada quantia, bastante para a satisfação do débito real. É o caso da indenização em dinheiro dos prejuízos resultantes de ato ilícito. Já a dívida de valor se caracteriza por uma contraprestação que permita ao credor a aquisição de certos bens indispensáveis. É o caso típico do salário ou da pensão alimentícia — com o que o assalariado ou o alimentado haja de prover sua subsistência. PROFESSORA KÁTIA CRUZ * * * Quando a dívida é portable, o devedor obriga-se a ir pagar no domicílio do credor ou onde quer que este indique; quando a dívida é quérable, dá-se o inverso: é o credor obrigado a ir receber no domicílio do devedor. À primeira também se dá o nome de "dívida portátil" e à segunda o de "dívida reclamável". A transferência do domínio é outro elemento indispensável à caracterização da compra e venda. Essa transferência poderá dar-se por tradição real — como no caso de compra e venda de coisas móveis, em que estas passam das mãos do vendedor para as do comprador — como por tradição social ou simbólica — na hipótese de compra e venda de coisa imóvel ou de direitos, quando se transferem os respectivos títulos, além da posse direta da coisa imóvel ou do exercício dos direitos. PROFESSORA KÁTIA CRUZ * * * As despesas de escritura ficam a cargo do comprador. Ao vendedor cabem as despesas com a transferência da coisa objeto de compra e venda. O vendedor só é obrigado a entregar a coisa vendida depois de recebido o preço, salvo se o contrato for a crédito. Os ascendentes não podem vender aos descendentes sem que os demais descendentes consintam expressamente. Assim, um pai que tenha mais de um filho não pode vender nada de seu a qualquer deles sem que os demais manifestem expressamente o seu consentimento. E se forem casados, os cônjuges devem anuir. PROFESSORA KÁTIA CRUZ * * * Pode dar-se, por o caso de alguém comprar como boa uma coisa que tenha defeito oculto, que a torne imprestável ao uso a que se destina ou lhe diminua sensivelmente o valor. A lei chama a esses defeitos “vícios redibitórios”. No caso de existir algum defeito oculto, pode o comprador exigir o desfazimento do contrato, mediante devolução da coisa e restituição do preço, ou pleitear do vendedor um desconto para compensação do vício. Se o vendedor não quiser atender à solicitação do comprador, poderá este propor-lhe a ação redibitória. PROFESSORA KÁTIA CRUZ * * * A compra e venda poderá ser efetuada de modo puro e simples e poderá ser também estipulada mediante cláusulas especiais. Essas cláusulas especiais da compra e venda são: a) a retrovenda; b) a venda a contento; c) a preempção ou preferência; d) a reserva de domínio. PROFESSORA KÁTIA CRUZ * * * Retrovenda é o pacto pelo qual o vendedor se reserva o direito de voltar a ser o dono da coisa vendida, dentro de certo prazo, mediante restituição do preço mais as despesas feitas pelo comprador. A cláusula de retrovenda só é válida para bens imóveis e seu exercício não pode ultrapassar o prazo de três anos. Trata-se no entanto de pacto atualmente em desuso. PROFESSORA KÁTIA CRUZ * * * Venda a contento nada mais é do que ato jurídico sob condição suspensiva. Por ela o contrato de compra e venda só fica perfeito e acabado quando o comprador se declara satisfeito. Até que isto aconteça a coisa fica em seu poder a título de empréstimo em comodato. A venda a contento poderá também caracterizar-se sob condição resolutiva: o comprador recebe o domínio da coisa mas a ele fica facultado devolvê-la depois de certo prazo, se não lhe convier ficar com ela. Em qualquer hipótese, pela venda a contento confere-se ao comprador o direito de desfazer o negócio, a seu critério. Geralmente essa cláusula é usada nos, contratos referentes a coisas que se costumam provar, medir, pesar ou experimentar antes de aceitar-se (vinho, azeite etc.). PROFESSORA KÁTIA CRUZ * * * Preempção é o ajuste pelo qual o comprador se compromete a dar preferência ao vendedor, no caso de pretender vender a coisa a terceiros. O prazo, que é de decadência, é de três dias para as coisas móveis e de trinta dias para os imóveis, dentro do qual a preferência deve ser manifestada. Preferência, em direito, também se conhece pelo termo “prelação”. PROFESSORA KÁTIA CRUZ * * * A reserva de domínio é cláusula estipulada nos contratos de compra e venda a crédito, pela qual o comprador só adquire o domínio da coisa determinada no contrato depois de pagar integralmente o preço. O pacto de reserva de domínio se estipula no contrato de compra e venda de coisas móveis. Estas são sempre coisas infungíveis. O preço é pago em prestações e o comprador entra desde logo na posse da coisa. Contudo, se deixar de pagar qualquer das prestações, pode o vendedor pleitear do juiz a reintegração de posse da coisa vendida e o comprador é obrigado a devolvê-la. PROFESSORA KÁTIA CRUZ * * * Ressalte-se que nenhum desses pactos se presume. Para que tenham validade é preciso que estejam expressamente previstos no contrato e com sua designação inequivocamente especificada, além do registro competente. A menos que as partes estipulem o contrário, o vendedor fica obrigado a resguardar o comprador dos riscos da evicção. A menos que as partes estipulem o contrário, o vendedor fica obrigado a resguardar o comprador dos riscos da evicção. PROFESSORA KÁTIA CRUZ * * * Chama-se evicção a perda da coisa em virtude de sentença judicial que a atribui a terceiro, seu verdadeiro dono. Exemplo: depois de efetuada a compra e venda o comprador é notificado de que o juiz, por sentença, julgou que a coisa que lhe fora vendida é de propriedade de um terceiro. O vendedor é, em todo tempo, responsável pela indenização ao comprador. Por isso deve integrar o processo judicial em que se discute sobre a coisa. PROFESSORA KÁTIA CRUZ * * * Quando se trate de compra e venda de imóvel, esta poderá dar-se ad corpus ou ad mensuram. No primeiro caso o imóvel foi vendido como coisa determinada e a medida foi simplesmente enunciativa, entendendo-se assim quando a diferença de área não ultrapassa um vinte avos da extensão total. No segundo caso, estando determinada a área ou o preço correspondente à medida, se esta não coincidir com as, dimensões dadas, pode o comprador exigir que se complete a área ou, na impossibilidade, pode rescindir o contrato ou pedir abatimento do preço. PROFESSORA KÁTIA CRUZ * * * Dá-se a venda sobre documentos quando a tradição da coisa é substituída pela entrega do seu título representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato ou pelos usos. Pelo contrato estimatório o consignante entrega bens móveis ao consignatário, a quem autoriza vendê-los mediante pagamento do preço ajustado, salvo se o consignatário preferir, no prazo combinado, restituir ao consignante a coisa consignada. PROFESSORA KÁTIA CRUZ * * * Da troca Troca é o contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra, que não seja dinheiro. Sua natureza é a mesma da compra e venda. Dela difere, entretanto, porque na compra e venda a prestação de uma das partes consiste em dinheiro e na troca a prestação dos permutantes será em outra espécie. PROFESSORA KÁTIA CRUZ * * * As mesmas disposições da compra e venda são aplicáveis à troca, com as seguintes modificações: 1) cada um dos contratantes, salvo disposição em contrário, pagará por metade as despesas do contrato; 2) a troca de valores desiguais será nula entre ascendentes e descendentes, sem consentimento expresso dos outros descendentes. PROFESSORA KÁTIA CRUZ * * * Da doação Doação é o contrato pelo qual o doador, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o patrimônio do donatário, que os aceita. Este, no entanto, poderá recusar a doação, ressalvados, entretanto, os interesses de terceiros. A doação poderá ser verbal desde que verse sobre coisa móvel de pequeno valor e se a coisa for imediatamente transferida para as mãos do donatário. Pode a doação ser pura e simples e pode ser com encargo. O encargo poderá dar-se mediante termo ou condição. PROFESSORA KÁTIA CRUZ * * * A par disso, pode o doador determinar, em seu benefício ou de outrem, reserva de usufruto. A doação quando feita de pai para filho equivale a adiantamento da legítima que couber ao donatário na herança. Pode também o doador determinar que os bens doados patrimônio se o donatário morrer antes dele. Tem uma condição resolutiva. É nula a doação de todos os bens do doador sem que este tenha renda suficiente para a sua subsistência, bem como a de Coisas que excedam a parte que o doador, na hora de doar, possa dispor em testamento. Pode ser anulada a doação feita por cônjuge adúltero ao seu cúmplice. PROFESSORA KÁTIA CRUZ * * * O doador não e obrigado a pagar juros de mora em virtude da doação e não fica sujeito à evicção, exceto se a doação se der a título de dote, se isto tiver sido ajustado, ou se o doador agiu de má fé. Além dos casos comuns de nulidade, a doação poderá ser revogada, no prazo de um ano, por ingratidão do donatário. Considera-se ingratidão a tentativa pelo donatário contra a vida do doador; as ofensas físicas; a injúria grave ou a calúnia e a recusa de alimentos, se o donatário puder prestá-los ao doador necessitado. Em regra, porém, a doação é irrevogável. PROFESSORA KÁTIA CRUZ * * * Da Locação Locação de Coisas (móveis ou imóveis) é o contrato pelo qual o locador se obriga a ceder ao locatário, por tempo determinado ou indeterminado, o uso e gozo de coisa infungível, mediante certa retribuição. A locação de coisas imóveis é, hoje, matéria de ordem pública, embora esteja contemplada pelo direito privado. Toda ela é regida pela legislação especial do inquilinato que, neste ponto, derrogou o Código Civil. Locação de serviços é o contrato pelo qual o locador se compromete a prestar serviços materiais ou imateriais ao locatário, mediante retribuição. PROFESSORA KÁTIA CRUZ * * * A locação de serviços está regulada pelo Código Civil, mas essas disposições só se aplicam aos trabalhadores autônomos e avulsos e aos profissionais liberais, sem relação de emprego. Todos os demais trabalhadores estão sujeitos às disposições da legislação trabalhista, notadamente a Consolidação das Leis do Trabalho. Na locação civil de serviços o prazo não pode ser superior a quatro anos. Na locação civil de serviços o prazo não pode ser superior a quatro anos. PROFESSORA KÁTIA CRUZ * * * Via de regra, tanto na locação de coisas como na locação de serviços, exige-se a formulação do contrato acessório de fiança. Se a locação for de coisas o locatário pode ser obrigado a oferecer fiador idôneo que garanta a execução do contrato. Se a locação for de serviços é o locador quem deve oferecer fiador. Muitas vezes o contrato de fiança se formaliza numa simples carta, conhecida pelo nome de “carta de fiança”. PROFESSORA KÁTIA CRUZ * * * Como espécie de locação de serviços há o contrato de empreitada, que é o ajuste pelo qual o empreiteiro pode contribuir para uma obra com seu trabalho (empreitada de lavor) ou com ele e os materiais (empreitada mista). Se contribuir com materiais, os riscos correm por conta do empreiteiro até a entrega da obra; se só forneceu mão-de-obra, os riscos correm por conta do dono da obra. PROFESSORA KÁTIA CRUZ * * * Na empreitada de construções, o empreiteiro de lavor e materiais é responsável, durante cinco anos, pela segurança e solidez do edifício. Enfim, a grande diferença que há entre a locação de serviços e a empreitada está em que, naquela, o locador do serviço fica subordinado às ordens e fiscalização direta do locatário; na empreitada é o empreiteiro quem contrata, dirige, fiscaliza e despede os operários, sem qualquer dependência ao dono da obra. PROFESSORA KÁTIA CRUZ
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