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Cezio 137

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Introdução
Nesta pesquisa serão apresentados todos os dados referentes ao Césio 137 que foi o maior acidente nuclear do Brasil. Em 13 de setembro de 1987 foi encontrado em Goiânia um aparelho de radioterapia abandonado que continha uma fonte de cloreto de césio do Instituto Goiano de Radioterapia. A cápsula com cloreto de césio foi aberta e vendida a um ferro-velho. Atraídos pela luminescência do césio, adultos e crianças o manipularam e distribuíram entre parentes e amigos.
Foi uma tragédia que causou uma comoção nacional, mas também gerou, na época, uma discriminação contra os goianos. Ainda hoje, uma associação de vítimas luta para resgatar a cidadania dessas pessoas que foram contaminadas. A Associação das Vítimas do Césio 137 afirma que até o ano de 2012, quando o acidente completou 25 anos, cerca de 104 pessoas morreram nos anos seguintes pela contaminação, decorrente de câncer e outros problemas, e cerca 1600 tenham sido afetadas diretamente.
2. Radiação
Os fenômenos relacionados a transformações no núcleo dos átomos, coletivamente denominado radioatividade, não tem apenas utilizações danosas. Aplicações no diagnóstico de doenças e na terapia do câncer são de significativa importância. Alguns países sofreriam prejuízos irreparáveis se, subitamente, fossem privados da energia elétrica proveniente de suas usinas termonucleares.
Provavelmente já se foi falado em muitos noticiários, assuntos envolvendo radioatividade e energia nuclear. São, sem dúvidas, temas polêmicos.
A descoberta da Radioatividade
No ano de 1896, o francês Henri Becquerel, constatou que um composto de urânio, apresentava a interessante característica de causar uma mancha numa chapa fotográfica mesmo no escuro e embrulhada em papel negro. 
A interpretação do Becquerel era de que o composto emitia algum tipo de raio capaz de atravessar o papel e atuar na chapa.
Ainda no ano de 1898, Ernest Rutherford utilizou uma tela fluorescente para detectar as radiações provenientes de um material radioativo. Com auxílio de placas metálicas, descobriu que havia dois tipos de radiação, que chamou_de_alfa_e_beta.
Em 1900, Paul Villard, na França, se descobriu uma outra forma de radioatividade,_chamada_de_gama. 
3. O que é o Cezio 137?
O césio-137 é um radioisótopo, ou seja, um isótopo radiativo do césio. Isótopos de um elemento químico são as variações de massa atômica que este elemento pode apresentar. Assim, os isótopos de um mesmo elemento têm o mesmo número atômico e diferentes números de massa.
O número de massa é a soma dos prótons e nêutrons presentes no núcleo do átomo. Na maioria dos elementos o número de prótons e nêutrons é igual ou próximo, mas alguns isótopos possuem muito mais nêutrons do que prótons, e em virtude disto seus núcleos se tornam instáveis e emitem radiações. Por isto são chamados de isótopos radiativos ou radioisótopos.
Descoberto em 1860, por Kirchhoff e Bunsen, o elemento químico césio tem número atômico 55 e seus isótopos mais relevantes são o 133 e o radiativo 137. Assim, o césio-137 é um radioisótopo do césio que tem em seu núcleo 55 prótons e 82 nêutrons.
Sua meia-vida, o tempo necessário para que sua atividade radiativa caia pela metade, é de trinta anos e, conforme se desintegram pela emissão radiativa, forma Bário-137. Na natureza apresenta-se como um metal alcalino, mas pode ser obtido da fissão nuclear do urânio ou plutônio.
Como em sua forma alcalino-metálica o césio se apresenta no estado líquido à temperatura ambiente, sua utilização era feita no formato de sais, como o cloreto de césio, muito parecido com o sal de cozinha, mas que no escuro emite o brilho cristalino azulado que fascinou e contaminou em Goiânia.
4. O Acidente do Cesio-137
Um dos maiores acidentes com o isótopo Césio-137 teve início no dia 13 de setembro de 1987, em Goiânia, Goiás. O desastre fez centenas de vítimas, todas contaminadas através de radiações emitidas por uma única cápsula que continha_césio-137.
O instinto curioso de dois catadores de lixo e a falta de informação foram fatores que deram espaço ao ocorrido. Ao vasculharem as antigas instalações do Instituto Goiano de Radioterapia (também conhecido como Santa Casa de Misericórdia), no centro de Goiânia, tais homens se depararam com um aparelho de radioterapia abandonado. Então tiveram a infeliz idéia de remover a máquina com a ajuda de um carrinho de mão e levaram o equipamento até a casa_de_um_deles.
O maior interesse dos catadores era o lucro que seria obtido com a venda das partes de metal e chumbo do aparelho para ferros-velhos da cidade. Leigos no assunto, não tinham a menor noção do que era aquela máquina e o que continha realmente em seu interior. Após retirarem as peças de seus interesses, o que levou cerca de cinco dias, venderam o que restou ao proprietário de um ferro-velho.
O dono do estabelecimento era Devair Alves Ferreira que, ao desmontar a máquina, expôs ao ambiente 19,26 g de cloreto de césio-137 (CsCl), um pó branco parecido com o sal de cozinha que, no escuro, brilha com uma coloração_azul.
Ele se encantou com o brilho azul emitido pela substância e resolveu exibir o achado a seus familiares, amigos e parte da vizinhança. Todos acreditavam estar diante de algo sobrenatural e alguns até levaram amostras para casa. A exibição do pó fluorescente decorreu 4 dias, e a área de risco aumentou, pois parte do equipamento de radioterapia também fora para outro ferro-velho, espalhando_ainda_mais_o_material_radioativo.
Algumas horas após o contato com a substância, vítimas apareceram com os primeiros sintomas da contaminação (vômitos, náuseas, diarréia e tonturas). Um grande número de pessoas procurou hospitais e farmácias reclamando dos mesmos sintomas. Como ninguém fazia idéia do que estava ocorrendo, os enfermos foram medicados como portadores de uma doença contagiosa. Dias se passaram até que foi descoberta a possibilidade de se tratar de sintomas de uma_Síndrome_Aguda_de_Radiação.
Somente no dia 29 de setembro de 1987, após a esposa do dono do ferro-velho ter levado parte da máquina de radioterapia até a sede da Vigilância Sanitária, é que foi possível identificar os sintomas como sendo de contaminação_radioativa.
Os médicos que receberam o equipamento solicitaram a presença de um físico nuclear para avaliar o acidente. Foi então que o físico Valter Mendes, de Goiânia, constatou que havia índices de radiação na Rua 57, do Setor Aeroporto, bem como nas suas imediações. Diante de tais evidências e do perigo que elas representavam, ele acionou imediatamente a Comissão Nacional_Nuclear_(CNEN).
O ocorrido foi informado ao chefe do Departamento de Instalações Nucleares, José Júlio Rosenthal, que se dirigiu no mesmo dia para Goiânia. No dia seguinte a equipe foi reforçada pela presença do médico Alexandre Rodrigues de Oliveira, da Nuclebrás (atualmente, Indústrias Nucleares do Brasil) e do médico Carlos Brandão da CNEN. Foi quando a secretaria de saúde do estado começou a realizar a triagem dos suspeitos de contaminação em um estádio de futebol_da_capital.
A primeira medida tomada foi separar todas as roupas das pessoas expostas ao material radioativo e lavá-las com água e sabão para a descontaminação externa. Após esse procedimento, as pessoas tomaram um quelante denominado de “azul da Prússia”. Tal substância elimina os efeitos da radiação, fazendo com que as partículas de césio saiam do organismo através da_urina_e_das_fezes.
As remediações não foram suficientes para evitar que alguns pacientes viessem a óbito. Entre as vítimas fatais estava a menina Leide das Neves, seu pai Ivo, Sr. Devair e sua esposa Maria Gabriela, e dois funcionários do ferro-velho. Posteriormente, mais pessoas morreram vítimas da contaminação com o material radioativo, entre eles funcionários que realizaram a limpeza do local.
O trabalho de descontaminação dos locais atingidos não foi fácil. A retirada de todo o material contaminado com o césio-137 rendeu cerca de 6000 toneladas de lixo (roupas, utensílios, materiaisde construção etc.). Tal lixo radioativo encontra-se confinado em 1.200 caixas, 2.900 tambores e 14 contêineres (revestidos com concreto e aço) em um depósito construído na cidade de Abadia de Goiás, onde deve ficar por aproximadamente 180 anos.
No ano de 1996, a Justiça julgou e condenou por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) três sócios e funcionários do antigo Instituto Goiano de Radioterapia (Santa Casa de Misericórdia) a três anos e dois meses de prisão, pena que foi substituída por prestação de serviços.
Atualmente, as vítimas reclamam da omissão do governo para a assistência da qual necessitam, tanto médica como de medicamentos. Fundaram a Associação de Vítimas contaminadas do Césio-137 e lutam contra o preconceito_ainda_existente.
O acidente com Césio-137 foi o maior acidente radioativo do Brasil e o maior do mundo ocorrido fora das usinas nucleares.
5. Conclusão
Desde 1896, temos o conhecimento da existência da radiação; após experiências e testes descobrimos que pode causar vários danos ao ser humano, desde doenças e mutações, onde ocorre danos em nosso DNA, até a morte.
No caso da população de Abadia- GO, eles foram de má sorte encontrar elemento radioativo, o césio-137 onde trouxe a eles vários danos, que até hoje em dia se sofre marcas deste terrível acidente. Os danos foram rápidos, em questão de horas, os sintomas causados pelo direto contato com o césio já estava reagindo, trazendo vômitos, diarreia, entre outros. Após ser levado para amostra, descobriu-se que se tratava de um elemento radioativo, e também que era por ele o motivo de ter causado vários doentes. Assim de 112.800 pessoas que foram monitoradas, 129 apresentam graves casos de doenças tanto expostas como internas. O acidente foi resolvido isolando em caixas e contêineres todo tipo de coisa que entrou ou possivelmente esteve em contato com o césio.
Radiação em certos níveis são realmente destrutível, apesar de que está presente em nosso dia a dia, através de alimentos, luz solar, entre outros; que contem ou emitem radiação, porém, as vezes, não prejudicial ao nosso viver.
O brilho da morte, como o césio foi chamado por Devair Alves Ferreira, primeira pessoa a entrar em contato direto com o elemento, fez centenas de vítimas. Quatro morreram cerca de um mês após a exposição. Entre elas, uma criança de 6 anos, Leide das Neves, considerada a maior fonte humana radioativa do mundo. Atualmente, as vítimas reclamam do descaso do governo, afirmando que estão sem assistência médica e medicamentos. O governo nega a acusação e afirma que as vítimas usam o acidente para justificar todos os seus problemas de saúde. Em 1996, a Justiça condenou, por homicídio culposo, três sócios e um funcionário do hospital abandonado a três anos e dois meses de prisão. Mas as penas foram trocadas por prestação de serviços.
6. Anexos
7. Bibliografia
http://www.infoescola.com/quimica/acidente-do-cesio-137/_acesso: 07.10.2016;
http://www.infoescola.com/elementos-quimicos/cesio/_acesso: 07.10.2016;
LIVRO: QUIMICA na abordagem do cotidiano, TITO CANTO, Cap. 24 “Radioatividade: fenômenos de origem nuclear”;
http://brasilescola.uol.com.br/quimica/acidente-cesio137.htm acesso em 07.10.2016
http://mundoestranho.abril.com.br/historia/o-que-foi-o-acidente-com-o-cesio-137/ acesso em 07.10.2016
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