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TRANSCRIÇÕES TGP - PROF UBIRATAN MAURICIO

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NOVINHOS DO DIREITO
Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP 
E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com 
 
 
AULA DO SÁBADO 22/10 
 
JUSTIÇA ELEITORAL 
A justiça eleitoral tem uma especificidade em relação ao que vimos até agora: a 
matéria de sua competência NÃO consta na Constituição, enquanto que até onde 
vimos, tudo consta lá, inclusive na Justiça do Trabalho. Porém, nesta não há a 
repartição de competências, apenas em lei infraconstitucional. Aqui é diferente: 
todas as atribuições da Justiça Eleitoral, a matéria de sua jurisdição, está fixada e é 
fixável por legislação infraconstitucional. 
Isso tem uma razão de ser: A cúpula brasileira dos nossos políticos sempre quer 
alterar as regras do jogo quando a eleição se aproxima. Tiveram um pouquinho de 
escrúpulos e não remeteram à lei ordinária, mas sim à lei complementar. 
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e 
competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas 
eleitorais. 
§ 1º - Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes 
das juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e no que lhes for 
aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis. 
§ 2º - Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, 
servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios 
consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e 
pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. 
§ 3º - São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, 
salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias 
de habeas corpus ou mandado de segurança. 
§ 4º - Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente 
caberá recurso quando: 
I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição 
ou de lei; 
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais 
tribunais eleitorais; 
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas 
eleições federais ou estaduais; 
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos 
federais ou estaduais; 
NOVINHOS DO DIREITO
NOVINHOS DO DIREITO
Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP 
E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com 
 
 
V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas 
data ou mandado de injunção. 
Então a matéria ficou reservada à lei complementar. Aí a gente tem no art. 121 uma 
reprodução dos órgãos. Essa referência está mais evidenciada no art. 118: 
 Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral: 
I - o Tribunal Superior Eleitoral; 
II - os Tribunais Regionais Eleitorais; 
III - os Juízes Eleitorais; 
IV - as Juntas Eleitorais. 
Na primeira instância temos uma peculiaridade: temos os juízos eleitorais e as 
juntas eleitorais. Claro que depois do TSE, como no TST, cabe recurso para o STF 
em matéria constitucional. Claro, só se a decisão do TSE agredir a norma 
constitucional. A lei complementar de que trata o 121 é o Código Eleitoral. 
Contextualização: O Código Eleitoral entrou em vigor numa época em que não havia 
no ordenamento jurídico brasileiro essa espécie legislativa chamada lei 
complementar. Mas foi recepcionado pela Constituição atual como lei 
complementar, tal como o Código Tributário nacional. Ambos só podem ser 
alterados por lei complementar, porque a matéria hoje é reserva dessa espécie 
normativa. 
Apenas pode o legislador garantir uma reserva, impor os limites ao legislador 
complementar. Quando for legislar sobre isso, tem de respeitar o que a constituição 
mencionou, que é o caso do parágrafo 4 do art. 121: 
§ 4º - Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente 
caberá recurso quando: 
I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição 
ou de lei; 
Vejam, quando no TRE decidir contrariando a Constituição, não cabe recurso logo 
para o STF não, diferentemente do que ocorre com os tribunais de justiça comum. 
Como se trata de uma justiça especializada, se a decisão do TRE agride a 
Constituição, o recurso vai para o TSE antes, pois tem de exaurir a instância 
especializada. 
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais 
tribunais eleitorais; 
NOVINHOS DO DIREITO
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O TRE de PE vai levar um caso idêntico ao que decidiu o TRE de PB e decide 
divergentemente. Não necessariamente oposta, apenas divergente. Sobe, então, o 
recurso para o TSE para exercer a mesma função que o STJ exerce: zelar pela 
unidade de interpretação em matéria criminal e não-criminal, só que, para o TSE, no 
plano exclusivamente eleitoral. 
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas 
eleições federais ou estaduais; 
Só cabe recurso no TRE para o TSE não sendo a matéria dos incisos anteriores 
quando disser respeito à eleição federal e estadual. Se for eleição municipal, 
prefeito e vereador, acaba no TRE. Já foi demais ter ido pro TRE! Era pra ser 
resolvido na primeira instância, mas como tem reexame, aí vai para o TRE e morre 
lá, por ser uma questão local. 
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos 
federais ou estaduais; 
Se diz respeito a diploma de deputados estaduais, federais ou senadores, sobe. 
Senão termina aqui no próprio TRE. A não ser que agrida a Constituição, aí sobe 
por qualquer motivo. 
V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas 
data ou mandado de injunção. 
Vejam, sempre que o TRE em competência originária ou recursal denegar habeas 
corpus, MS, HD ou Mandado de Injunção, cabe ainda recurso para o TSE. Então 
essa matéria do parágrafo 4º é o único limite que foi posto ao legislador do Código 
Eleitoral para obedecer quando for dispor sobre a matéria ou inaugurando ou 
alterando a competência. 
Juízos eleitorais apreciam lides civis e criminais. 
Por exemplo: votar no lugar de outra pessoa ou votar duas vezes é tipo penal 
previsto no CE. Quem é que responde pela jurisdição eleitoral? O juiz ou um dos 
juízes da comarca que recebe a designação para o serviço eleitoral. 
Vamos imaginar: Sócrates é o juiz de direito da comarca de Nazaré da Mata, de 
vara única. O Código Eleitoral diz que quando há um corpo autônomo próprio de 
julgadores eleitorais, são tomados de empréstimo das outras expressões do Poder 
Judiciário. Então, do TSE gente que vem do STF e STJ; TRE, gente que vem do TJ 
e dos TRFs; e aqui é o juiz da comarca. Então Sócrates, como juiz da comarca, é 
também juiz eleitoral. Enquanto ele lá permanecer. Porém, no dia em que for 
promovido para Carpina, daqueles juízes de Carpina exercerão juízo eleitoral 
aqueles que o TRE escolher, discricionariamente. Fora disso, os mandatos são de 2 
anos. No caso de comarcas de vara única, não se aplica regra do mandato, pois 
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não há margem para escolha, como é o caso da maioria dos municípios 
pernambucanos. 
Exemplo de conflitos civis: para anular um título de eleitor ou diplomação de 
vereador, é Ação anulatória DESCONSTITUTIVA. 
E o que faz a junta eleitoral? Não confundam junta eleitoral com mesa receptora de 
votos. A mesa receptora de votos na sessão eleitoral só tem função administrativa. 
Aqui tem função administrativa e tem função jurisdicional. Juiz eleitoral também tem 
função administrativa! 
Por exemplo: você vai tirar o título de eleitor. Enquanto a carteira de identidade é na 
secretaria de segurança, o título de eleitor é a justiça eleitoral de 1º grau. Ou então 
mudar o título de eleitorde uma comarca para outra. A justiça eleitoral tem função 
jurisdicional, legislativa e administrativa. Mas a função administrativa da Justiça 
eleitoral é mais intensa do que em todos os órgãos do poder judiciário. Se quer se 
tornar eleitor, mudar o título, se candidatar, fundar um partido político, fiscalizar a 
propaganda eleitoral... faz tudo na justiça eleitoral. Ademais, a função por 
excelência da junta é a apuração da eleição, durante a qual podem surgir conflitos 
eleitorais entre candidatos. Nesse caso é na hora que a junta vai proclamar o 
destinatário do voto que o candidato que se sentir lesado tem de impugnar, 
oralmente, a petição inicial. 
Vamos imaginar: Yuri é o juiz eleitoral, presidente da junta(que é colegiada, 
diferentemente do Juízo; os juízes da junta são indicados pelo Juiz da comarca ou 
designados pelo TRE para decidir os conflitos que surgem durante a apuração). 
Tem dois candidatos chamados Severino dos Santos. Um deles, Severino dos 
Santos Lopes, crê que teve um voto erroneamente endereçado ao outro candidato. 
Este, então, impugna a decisão administrativa do juiz. Se o advogado do outro 
candidato estiver presente, contesta. Se não estiver presente, perde o direito de 
contestar. E o juiz com o colegiado julga na hora e põem na ata. Quando publicam o 
boletim de urna é que os conflitos que surgiram já foram resolvidos. Se o candidato 
de uma das partes não aceita, recorre para o TRE. Aqui, no entanto, tem função 
administrativa e só julga matéria constitucional civil. 
Só para amarrarmos o que vimos até agora: matéria fixável por lei complementar; 
competência recursal do TSE e do TRE. Primeira Instância: juízo eleitoral é o 
órgão constante, singular e titularizado por juiz de direito estadual, escolhido pelo 
TRE se houver mais de um magistrado na comarca (o mesmo ocorre no ministério 
público eleitoral, sendo que com promotores e o critério de escolha sendo pelo mais 
antigo, enquanto que no juízo eleitoral não há critério: a escolha é meramente 
discricionário.) Já a junta eleitoral é órgão transitório, colegiado, constituído por 
eleitores e juiz de direito eleitoral sob a presidência deste, competente para julgar as 
lides surgidas durante a apuração da eleição e a apuração em si, que é função 
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administrativa: proclamar os resultados, diplomar os eleitos... Como se fosse uma 
colação de grau, função meramente administrativa. A Justiça eleitoral foi escolhida 
para isso porque os políticos tem a imparcialidade mais comprometida do que o 
judiciário. 
 
JUSTIÇA MILITAR 
 
Contextualização: a Justiça mais antiga no Brasil é a militar. Foi criada por 
Dom João VI durante a fuga da família real portuguesa para o Brasil, fugindo das 
tropas de Napoleão. Antes de chegar no Rio de Janeiro, em 1808, criou a Justiça 
Militar, mas não com esse nome. De qualquer forma, é considerada a Justiça mais 
antiga do Brasil. 
A pergunta é: Por que há uma Justiça Militar? Isso é realmente necessário? Qual é 
a justificativa? 
A vida militar é muito diferente da vida da sociedade civil porque tem muitas 
peculiaridades. As que aparecem mais são duas: O princípio da hierarquia e o 
princípio da disciplina. Imagina só que você está num campo de batalha e o seu 
comandante lhe manda: “Atire nele, comece a atirar!” e você responde que a ordem 
que lhe deu não é estritamente legal. Com o inimigo avançando não dá pra discutir, 
então é obediência cega mesmo. 
Mais contextualização: E quem criou a Justiça Militar? Essa é uma questão 
anterior. Quem criou o Direito Penal militar? Roma! Na sua superioridade (ele 
realmente diz isso, parece ser o mesmo que superioridade) civilizatória, muito antes 
da era cristã, vocês saem que Roma se expandiu para os 4 cantos do mundo, 
garantindo o seu poderio político com o apoio militar que era dado pelos seus 
militares. Então Roma compreendeu logo ao lado do Direito Civil porque a base do 
nosso Direito Civil vem da época pré-cristã. Isso que a gente estuda hoje (parte 
geral, contratos...) na essência os romanos criaram tudo isso. Eles tinham essas 
práticas e colocaram na norma. Do nosso Direito Civil de hoje, quase 90% é direito 
romano com uma adaptação aqui e acolá. Não é uma civilização superior? Tanto 
que eles dominaram o mundo! Então Roma caiu e ficou-se o direito romano, o civil. 
Eles compreenderam também que a vida militar precisava de um direito penal 
próprio por conta das especificidades da vida militar, aí criaram o Direito Penal 
Militar. E Roma caiu e ficou o Direito Penal Militar. Criaram também a Justiça Militar. 
Por quê? Ser cidadão romano fora de Roma era muita coisa. Ser cidadão romano 
não era pra qualquer um. Estes militares romanos, cidadãos romanos eram muita 
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gente e esse pessoal se desentendia: brigavam entre eles, brigavam com os seus 
superiores. 
A cidadania romana era tão importante que a vida no Novo Testamento, a 
gente vê em São Paulo, era um cidadão romano. Quando Paulo foi acusado de 
crime de subversão, quando se converteu ao cristianismo, ele exigiu que fosse 
julgado por César. Então foi levado pra Roma e essa viagem e julgamento são 
descritos na Bíblia. Ora, então um soldado romano cometer crime? Ser levado pra 
ser julgado por César? Assim o Império Romano vai falir antes do tempo. Então 
Roma em se gênio extraordinário criou a figura do Auditor Militar, que escuta a 
acusação e julga. Então vai partir um navio hoje para a Líbia. Se tem Roma na Líbia 
leva o auditor romano. Deixa o auditor lá na Líbia e ele julga os crimes militares de 
lá. O Auditor andava com um objeto que simbolizava o poder romano. 
A imagem mais aproximada é um cetro. Como uma pequena vara com o 
símbolo de Roma. Como ele andava com esse objeto para se identificar, temos hoje 
a 1ª vara cível, 2ª vara cível, 8ª vara criminal... Então ele chegava nas organizações 
militares, nos campos militares, os “Castros”. O juiz militar togado brasileiro 
concursado hoje se chama Auditor Militar. Porque ele escuta a acusação e a defesa. 
Faz concurso para auditor militar em grau de carreira ou auditor militar substituto. 
Assim como Juiz de Trabalho substituto ou Juiz de Direito substituto. 
Bom, então Roma caiu e levou ao mundo inteiro o Direito Penal Militar e a 
Justiça Militar. É tão imbuído de bom senso que Roma caiu e os países foram 
incorporando essas práticas. É comum vermos em filmes o militar ser julgado no 
interior de sua corporação, e aquilo é função jurisdicional delegada ao comandante 
militar dele. Aí se instala como se fosse um júri. No Direito Brasileiro é tão 
sofisticado isso que não é atribuição dos comandantes militares isso, é atribuição 
jurisdicional do Poder Judiciário, eles integram a estrutura do Poder Judiciário. 
Tanto que no art.92, CF diz: “são órgãos do Poder Judiciário (...) VI - os tribunais e 
juízes militares.” Está perfeito! 
E quando chega no art. 122: 
“São órgãos da Justiça Militar: 
I – O Superior Tribunal Militar (STM); 
II – Os Tribunais e Juízes militares instituídos por lei.” 
Então na Justiça Militar há o STM (mas acima dele há o STF), Tribunais e Juízes 
Militares. Está autorizada a criação de um Tribunal intermediário, mas ainda não 
houve necessidade de criar, então há apenas o STM e o 1º grau. É como se tivesse 
apenas o STJ e o Juiz de comarca sem ter o TJ no meio. Então quais são os Juízes 
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E-mail: direitonoite2015.1@gmail.comMilitares instituídos por lei? A Constituição não os menciona, como menciona para a 
Justiça Eleitoral. A lei instituiu dois órgãos jurisdicionais na 1ª instância, chamados 
“Conselho Permanente de Justiça” e “Conselho Especial de Justiça”. Agora a 
pergunta é: Qual é a competência da Justiça Militar? Qual é a atividade jurisdicional 
da Justiça Militar mantida pela União? O art. 123 tem a composição da Justiça 
Militar, a composição, a investidura como processo administrativo. Interessa pra nós 
o art 124: 
Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes 
militares definidos em lei. 
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento 
e a competência da Justiça Militar. 
A Justiça militar só julga crime que não seja eleitoral, político, de responsabilidade 
ou comum. Só julga crimes militares definidos no Código Penal Militar e 
eventualmente alguma legislação extravagante, tal como ocorre com o Direito Penal 
comum. 
É a lei infraconstitucional que vai repartir a competência. A lei ordinária que vai dizer 
o que compete ao STM, ao Conselho Permanente e ao Conselho Especial. É claro 
que no STM vai ter competência originária e recursal. 
Justiça Militar da União (JMU) 
Competência: Julgar os crimes militares consoante previsão legal (Código Penal 
Militar, legislação esparsa, Código de Processo Penal Militar, Lei de Organização 
Judiciária Militar 8457/92 e o Regimento Interno do STM), respeitada a reserva 
constitucional do art. 29, inciso X (Será abordado adiante). 
O CPM tem uma estrutura similar à do CP comum: uma parte geral e uma parte 
especial. Na parte especial o nosso Código Penal é: crimes contra a pessoa, contra 
o patrimônio, contra a fé pública... No CPM é assim também. 
Noção conceitual de crimes militares: Os crimes julgados pela Justiça Militar da 
União estão definidos no Código Penal Militar (CPM). De forma geral, em tempos de 
paz, eles podem ser definidos da seguinte forma: 
a) Crimes militares contra o serviço militar ou contra o dever militar. 
b) Crimes contra autoridade ou disciplina militar. 
c) Crimes contra militares 
d) Crimes contra a administração militar e contra o patrimônio militar 
Os Civis podem ser julgados pela Justiça Militar da União se cometerem: 
a) crimes contra o patrimônio e contra a administração militar 
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b) infrações em local sujeito à administração militar 
c) crimes contra militares no exercício das funções militares. 
Vamos meditar sobre isso: Um fulano militar, de farda, no interior da organização 
militar onde é lotado, pratica uma conduta que se enquadra na tipificação do Código 
Penal Militar. É um crime militar. Igualmente seria crime militar em se tratando de 
um Civil nessas circunstâncias. Agora, fora do âmbito territorial a organização 
militar, é preciso que o fulano militar esteja no exercício de suas funções. Ele pode 
estar até à paisana, mas está no exercício de missão que lhe foi confiada por seu 
superior. Então se ele praticar um crime por conta daquele ofício dele, é crime 
militar. Da mesma maneira se um civil praticar um crime contra um militar por conta 
do ofício militar dele, fora do âmbito do território da organização militar, é crime 
militar. Agora, quando ele não está em serviço, mas em casa num final de semana, 
dá um murro no vizinho que é militar também, vai pra Justiça comum. Se um civil, 
no entanto, comete qualquer crime em estabelecimento militar, é crime militar. 
Contextualização: Com os crescentes índices de criminalidade, o perfil dos crimes 
julgados pela JMU foi ampliado. Antes, casos de deserção, por exemplo, eram mais 
comuns. Atualmente, é freqüente a tramitação nas instâncias da JMU, de crimes de 
tráfico e uso de drogas, roubo de armas e estelionato, entre outros. Já na esfera 
estadual, policiais e bombeiros militares são julgados por crimes previstos no CPM. 
A Justiça militar é a única expressão da justiça brasileira que julga apenas uma 
matéria: Direito Penal Militar. São especialistas. A qualidade do julgamento da 
Justiça Militar é uma coisa extraordinária. A pior sentença da Justiça Militar é melhor 
do que um Acórdão do STF. Digo isso sem medo de errar, porque eles são 
especialistas. E depois na Justiça Militar tem uma coisa que me seduz muito: Não 
tem a quantidade de processos que tem na Justiça comum nem na Justiça do 
Trabalho. Porque na comum todos estão estressados e o juiz superlativamente 
estressado. Na Justiça militar não, porque número de conflitos é menor. Eu fico com 
uma ponta de inveja grande, se eu gostasse de Direito Penal eu teria tentado umas 
10 vezes ser Auditor Militar. Os julgamentos militares, principalmente na 1ª 
instância, são de uma profundidade... 
Vamos ver agora as competências de seus órgãos judicantes. Se é tribunal tem 
competência originária e recursal, não é verdade? 
Competência originária do STM(Superior Tribunal Militar): 
a) Segundo a lei 8457/92, os oficiais-generais têm prerrogativa de função, então 
se cometem crimes militares já são julgados pelo STM. Assim como 
deputados federais e senadores são julgados pelo STF. 
b) Revisões criminais de seus julgados e conflitos de competência em sua área. 
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c) Interpretação doutrinária do Art. 29, X, CF: “julgamento do Prefeito perante o 
Tribunal de Justiça” O prefeito, por prerrogativa de função, é julgado pelo 
STM em crimes militares, assim como é julgado pelo TRE em crimes 
eleitorais ou o TJ em crimes comuns. 
 
Vamos imaginar: O prefeito vai fazer uma visita a um parente no hospital (??? 
Não entendi o que ele disse, mas parece ser um hospital militar). Ele vai 
passando pela farmácia e vê um pacote com 12 caixas de Viagra. Furta, 
então, aquele bem que constitui patrimônio militar da União. Portanto, o 
prefeito, com este furto militar, vai ser julgado pelo STM. 
 
Se o prefeito furta um bem afetado ao patrimônio da UFRPE, já que se trata 
de uma autarquia federal, ele será julgado diretamente pelo TRF, por ter 
prerrogativa de função. 
Em matéria recursal, o STM vai julgar as matérias abaixo (Entendi que se trata dos 
julgados da primeira instância.) 
Vamos agora para o primeiro grau de jurisdição em nível federal: 
A unidade administrativa que sedia os órgãos colegiados chama-se “auditoria 
militar”. Então, a Auditoria Militar é o órgão administrativo que abriga, que mantém 
em funcionamento os o Conselho Permanente de Justiça e o Conselho Especial de 
Justiça. 
A geografia da Justiça Militar é a mesma divisão administrativa do exército. Então, o 
Recife como a sede da 7ª região militar, englobando RN, PB, PE e AL. Ceará e 
Piauí já são de outra região militar. Sergipe e Bahia, outra também. Tem Auditoria 
Militar, portanto, nas sedes das regiões militares, no Recife, em Fortaleza e em 
Salvador, entre outros. 
Por exemplo: Um fulano está servindo num quartel em Garanhuns. Alguém(soldado, 
cabo, sargento ou oficial) é acusado de crime militar. Lá se realizará o Inquérito 
Policial Militar (IPM), quando tiver pronto, manda para o Ministério Público, se for o 
caso, apresentar a denúncia em quaisquer dos Conselhos, a depender de quem for 
o acusado. 
Conselho Permanente de Justiça: competência para julgar as praças(soldados, 
cabos, sargentos e os aspirantes ao oficialado). É o contingente maior. 
Conselho Especial de Justiça: quando se tem acesso ao oficialado, e se é 
acusado de crime, quem vai julgar é o Conselho Especial de Justiça. Como o nome 
já diz, o CPJ é constante, é permanente, enquanto o CEJ é episódico,transitório, 
como uma Junta Eleitoral ou um Tribunal do Júri. É dessa forma porque o número 
de oficiais é bem menor em relação às praças. Então, se o número é bem menor, é 
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lícito supor que a quantidade de crimes praticados por oficiais é bem menos e não 
justifica a existência de um órgão perene. Quando um oficial é acusado de um 
crime, se instala o Conselho. Somente. EXCETO OS OFICIAIS-GENERAIS, que 
vão diretamente ao STM por prerrogativa de função. 
(Só por curiosidade: esses órgãos com o nome de Conselho já significa que são 
órgãos colegiados) 
Vamos agora para a Justiça militar a nível estadual, que é muito parecida com a 
anterior, porém com mudanças significativas advindas com a Emenda 
Constitucional nº45. 
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os 
princípios estabelecidos nesta Constituição. 
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de 
Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, 
pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo 
grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça 
Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil 
integrantes. 
Não é uma imposição para os estados-membros, é uma medida facultativa. Todos 
os estados brasileiros, no entanto, criaram. Além dos Conselhos, foi criado um Juízo 
de Direito Militar. O segundo grau de jurisdição da Justiça Militar estadual é formado 
pelo próprio TJ ou por um Tribunal de Justiça Militar estadual, que só há em MG, 
São Paulo e Porto Alegre. No nosso estado, como na maioria, o 2º grau é formado 
pelo próprio Tribunal de Justiça estadual, que é comum, e nessa matéria, especial. 
Mas por que é assim? Porque esses estados são estados de grande extensão 
territorial, com um extensivo militar grande, e então com uma quantidade de crimes 
maior. Precisa então de um 2º grau especializado. Mas não é só atingir esse 
quantitativo, é também o TJ do estado propor a criação de um Tribunal de Justiça 
especializado. 
E o que a Justiça estadual julga? 
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os 
militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as 
ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a 
competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal 
competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais 
e da graduação das praças. 
Foi atribuída à Justiça Militar estadual, por força da Emenda Constitucional nº 45, 
julgar também matéria NÃO-PENAL: as ações contra atos disciplinares militares. 
Quem julgava isso antes era o Juiz de Direito da comarca. Quando o militar comete 
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um crime e a vítima é civil, sendo o crime de homicídio, ele vai ser julgado pelo 
tribunal do júri da comarca. Se o militar mata outro militar não vai pra júri, resolve-se 
na própria justiça militar, mas se for civil, o legislador coloca na competência do júri. 
Vamos imaginar: O militar do corpo de bombeiros cometeu um ilícito disciplinar e foi 
punido. Pode ser uma mera advertência em sua ficha, ou uma advertência em 
público perante a tropa formada. É, então, uma punição administrativa. Ou pode ser 
uma prisão administrativa, que a Constituição diz que não cabe habeas corpus, pois 
é prisão disciplinar.Tem que cumprir a prisão, e depois, se for o caso, buscar pôr 
abaixo essa penalidade administrativa em juízo. Será para propor uma Ação 
DESCONSTITUTIVA anulatória da prisão. Enfim, antes da Emenda Constitucional 
nº 45 era para o Juiz de Direito da comarca. O militar punido, que dizia ser 
injustamente contra o estado de PE que lhe impôs a punição. Agora não! Agora vai 
para a justiça militar. Isso pode ser por ação ordinária, ação ordinária por medida de 
antecipação de tutela, ou tutela cautelar dentro, ou mandado de segurança... Uma 
ação anulatória desconstitutiva da pena disciplinar que lhe foi imposta. 
 Na Justiça Federal isso não existe, mas vimos há pouco tempo que na justiça 
militar da União isso é feito na Justiça Federal, o militar do exército vai mover ação 
contra a União na Justiça Federal pra anular o ato administrativo “ilegal”. Na Justiça 
Militar estadual não! Passou para a Justiça estadual. Para que órgão? 
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, 
singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações 
judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de 
Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os 
demais crimes militares. 
Quem vai julgar é o juiz sozinho, o auditor militar, não o colegiado. Como se fosse 
um Juiz de Direito. O legislador tirou da Justiça comum e pôs na Justiça militar. Qual 
é a novidade? Quando a vítima é civil, não sendo vítima de homicídio, quem vai 
julgar esse crime militar é o juiz singular. Se for homicídio com vítima civil, vai para o 
tribunal do júri, como visto anteriormente. E o Conselho permanente vai julgar os 
demais crimes, aqueles que não são praticados contra civis. Além da matéria 
criminal, a Justiça militar pode julgar as ações civis contra atos disciplinares 
militares. 
(Aqui ele lê o roteiro de aula nessa parte do assunto) 
Auditoria Militar, unidade administrativa: órgãos judicantes nela sediados: 
Conselhos de Justiça: com competência exclusivamente penal: “processar e julgar 
os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei”, isto é, os crimes não 
inseridos na competência do juízo de direito militar. 
Permanente: para julgar os praças 
NOVINHOS DO DIREITO
NOVINHOS DO DIREITO
Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP 
E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com 
 
 
Especial: para julgar os oficiais 
Juízo de Direito Militar: competência mista 
Penal: julgar “os crimes militares cometidos contra civis” (desde que não sejam 
dolosos contra a vida dos civis, hipótese de competência do tribunal do júri) não 
dolosos contra a vida 
Civil: julgar “as ações judiciais contra atos disciplinares militares”. 
 
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