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Resumo CAPÍTULO 12 HOBSBAWM

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Resumo CAPÍTULO 12 - RUMO À REVOLUÇÃO 
Eric Hobsbawm – A Era dos Extremos 
 
Impérios antigos: estavam no campo das vítimas, parecendo estar destinados 
à ruína, conquista ou dependência (China, Pérsia, Rússia, Habsburgo) 
Impérios Obsoletos: estavam simultaneamente no campo avançado (forte) e 
no campo atrasado fraco 
 
Rússia: a economia que mais rápido se desenvolveu no fim do século 
XIX. Hobsbawm afirma que alguns historiadores acreditam que esse avanço 
teria continuado a avançar e a evoluir ruma a uma sociedade liberal próspera 
se esse progresso não tivesse sido interrompido pela revolução. Para o 
Império dos Czares a revolução era desejável e inevitável. 
 
“Gigantesco, pesado e ineficiente, econômica e tecnologicamente 
atrasado, com 126 milhões de habitantes (1897), 80% de camponeses e 1% 
de nobreza hereditária, ele era organizado de uma forma que todos os 
europeus instruídos consideravam francamente pré-histórica no fim do 
século XIX: a autocracia burocrática (HOBSBAWM, 2010, pp.448-449)” 
 Estado/ Império dos Czares 
 
Portanto, a revolução era o único método possível de mudar a política 
do Estado que não fosse dar “um puxão de orelhas” no czar ou fazer a 
máquina estatal se movimentar de cima para baixo (consciência universal 
de que era necessário um tipo ou outro de mudança). Todos eram obrigados 
a ser revolucionários (desde os conservadores moderados até a extrema 
esquerda). 
 
A indagação crucial era: qual o tipo de revolução? 
O czar tinha consciência que para ser uma grande nação de primeira 
linha, a Rússia não podia mais se basear, apenas, no tamanho do país, na 
grande população e na vasta, porém primitivas, Forças Armadas. Era 
necessário que a Rússia se modernizasse. 
 
OBS 1861: abolição da servidão, porém não produziu um campesinato 
satisfeito e nem uma agricultura modernizada (junto com a Romênia era o 
último baluarte da servidão camponesa). O rendimento da produção de cerais 
(1898-1902): Rússia europeia pouco menos de 63 hectolitros por hectare, 
EUA cerca de 100 e Grã-Bretanha 246. Mesmo assim, a Rússia se tornou 
num dos maiores fornecedores mundiais de grãos (aumento de 160% da safra 
líquida de cereais entre 1860 e 1900 e aumento das exportações). Em 
contrapartida: dependência dos camponeses russos em relação ao preço do 
mercado mundial (exemplo foi o preço do trigo que caiu quase metade 
durante a Depressão agrícola mundial). 
 
Os números se tornaram bons, porém o descontentamento dos camponeses 
acentuado pela pobreza, pelos altos impostos e baixo preços dos cereais, 
aumentava. Construíram formas potenciais de organização através das 
comunidades coletivas dos povoados, fortalecendo-se como instituições 
oficialmente reconhecidas pela libertação dos servos e reforçado em 1880, 
quando burocratas a consideraram como inestimável muralha contra os 
revolucionários sociais. Existia o outro lado, oposto ao liberalismo 
econômico, que pressionava o fim dessas instituições, para transformarem 
suas terras em propriedades privada. 
 
Debate que dividia os revolucionários: 
 
• Narodniks ou populistas: recebiam algum apoio (instável e hesitante) 
de Marx, defendiam o pensamento de que uma comuna camponesa 
revolucionária capaz de construir a base de uma transformação 
socialista direta da Rússia, poupando o país dos horrores do 
desenvolvimento capitalista; 
• Marxistas russos: acreditavam que isso não era possível, isso porque, 
a comuna já estava se dividindo em dois grupos hostis (burguesia e 
proletariado rural); 
 
Ambos testemunharam a importância das comunas camponesas (detinham 
80% da terra, em 50 províncias da Rússia europeia, em pose comunitária, a 
ser periodicamente redistribuída por decisão da comunidade). Havia lugares, 
como regiões do sul, em que devido a implantação da comercialização, 
desintegravam-se (levando a maioria de seus habitantes a se unirem para 
defende-la); em regiões como o norte e o centro, estavam fortes e 
articulavam o consenso do povoado em torno da revolução, ou em outra 
situações, a favor do czar e da Sagrada Rússia. A união em defesa dessas 
comunas camponesas, desenvolveu uma “luta de classes no povoado”, 
fortalecendo a revolução ao unir todos os camponeses (ricos, pobres) contra 
a nobreza e o Estado. 
 
Era consenso de quase todos os participantes da vida pública russa que o 
governo do czar administrava mal a reforma agrária e negligenciara os 
camponeses (desviava recursos da população rural para a industrialização 
patrocinada na década de 1890: projeto para aumentar o poder da Rússia 
czarista através da modernização econômica). 
 
Consequências da rápida industrialização (projeto para aumentar o poder da 
Rússia czarista) 
• Proletariado industrial em rápida expansão, concentrado em 
complexos grades de poucos centros principais; 
• Começo de movimento de trabalhadores comprometido pela 
revolução social; 
• Desenvolvimento desproporcional de regiões não pertencentes à 
Grande Rússia 9situadas nas extremidades oeste e sul do império: 
Polônia, Ucrânia, Azerbaijão); 
 
Outro descontentamento: tentativa do governo czarista de aumentar o 
controle político por meio de uma política sistemática de russificação através 
da educação em 1880. 
 
Assim, os descontentamentos sociais aos nacionais se combinaram, isso 
devido ao fato dos movimentos sociais democráticos (marxistas) da maioria 
dos povos minoritários e politicamente mobilizados pelo Império Czarista 
terem se tornado partidos nacionais. 
 
Em 1830: todos os liberais europeus eram favoráveis ao movimento de 
libertação polonês contra o governo czarista. Em 1870 apoiaram a revolução 
iminente devido aos sinais de fraqueza do czarismo e ao surgimento de um 
movimento revolucionário visível composto por integrantes da chamada 
intelligentsia1 (filhos e, em grau elevado e sem precedentes, filhas da 
nobreza e da burguesia, os estamentos médios e outros instruídos, proporção 
substancial de judeus). 
 
 
1 Primeira geração majoritariamente Narodnik (populista) voltada ao campesinato e agindo em pequenos 
grupos terroristas (matando o czar Alexandre II). Embora não tenham enfraquecido o czarismo, esse 
movimento deu destaque internacional ao movimento revolucionário russo). Os Narodnik renasceram em 
1900 em forma de um partido chamado Revolucionário Social, tornando-se o principal partido rural da 
esquerda. 
Movimentos revolucionários cresceram sob as ruínas do populismo (dos 
czares) dos anos 1870 e eram marxistas (grupos revolucionários 
marxistas apoiado no proletariado industrial), organizando-se num 
partido social-democrata russo somente no final da década de 1890. 
 
Dos grupos revolucionários marxistas prevaleceu o de Lenin2 (irmão morto 
por participar da morte do czar Alexandre II), segundo Hobsbawm, gênio em 
combinar teoria e prática. 
 
A inquietação social e política se tornou crescente e perigosa para o governo 
do czar, que reconhecia o perigo potencial que o socialismo representava. 
Essa inquietação ficou ainda mais forte a partir de 1900, causando os 
camponeses, tumultos e greves gerais. Os czaristas, inseguros, encontrou 
como solução para conquista imperial a ocupação do território do Extremo 
Oriente, e esbarrou na expansão japonesa (Guerra russo-japonesa de 1904-
1905 que ressaltou a fraqueza do czarismo). Os liberais de classe média 
também se organizaram como oposição política em 1900. 
Com as ondas revolucionárias cada vez mais intensas, os czares até tentaram 
acelerar negociações de paz, porém, antes da conclusão foram surpreendidos 
pelo estouro da revoluçãoem 1905. 
 
Revolução Russa (publicou documentos secretos do czarismo e acusou o 
imperialismo como um todo) 
 
 
2 Vale ressaltar que os bolcheviques eram apenas uma das várias tendências da social-democracia russa 
e só se transformou em partido autônomo em 1912. Outro fato importante é que tanto para os socialistas 
estrangeiros como para os trabalhadores russos as distinções entre os diferentes socialismos eram 
incompreensíveis e secundárias. A principal diferença é que os camaradas de Lenin eram “mais bem 
organizados, mais eficientes e mais confiáveis”. 
• Nas palavras de Lênin: uma “revolução burguesa realizada por meios 
proletários”; 
• “Por meios proletários”: Apesar do início do recuo, num primeiro 
momento, ter acontecido devido às greves maciças de trabalhadores 
na capital e às greves de solidariedade na maioria das cidades 
industriais do império. Porém, foi a irrupção das revoltas camponesas 
na região da Terra Negra, no vale de Volga e em partes da Ucrânia 
que quebrou a resistência czarista; 
• “burguesa”: a esmagadora maioria da classe média era favorável à 
revolução e a esmagadora maioria de estudantes estavam mobilizados 
para lutar por ela. Tanto liberais como os marxistas admitiram que a 
revolução, se fosse bem sucedida, só poderia levar à implantação de 
um sistema parlamentarista ocidental burguês, com liberdades civis e 
políticas características; 
• Havia um consenso de que a construção do socialismo não estava na 
pauta revolucionária de imediato, pois a Rússia era muito atrasada 
econômica e socialmente para o socialismo; 
• Somente os social-revolucionários não concordavam nesse ponto: 
sonhavam com um projeto cada vez menos plausível de ver comunas 
camponesas transformadas em unidades socialistas; 
• Lenin viu que a burguesia na Rússia era numérica e politicamente 
fraca demais para assumir o governo após o czarismo, da mesma 
forma que a empresa capitalista privada russa era fraca demais para 
modernizar o país sem as iniciativas das empresas estrangeiras e do 
Estado; 
• Fracasso da Revolução de 1905: em 1907 a maior parte da constituição 
foi revogada e a autocracia retornou, ou seja, o czarismo tornara a se 
implantar; 
• Após isso, Lenin tinha de novo, em relação aos rivais mencheviques, 
reconhecer a fraqueza e ausência da burguesia, e a revolução burguesa 
deveria ser feita sem a burguesia, seria feita pela classe operária com 
apoio do campesinato que tinha potencial revolucionário. Os 
operários, na ausência burguesa, tomariam o poder e passariam à etapa 
seguinte da revolução social (revolução permanente); 
• Nos últimos anos antes de 1914, a Rússia empreendeu outra ofensiva 
industrializadora, fazendo com que o proletariado crescesse; 
• Uma nova inquietação proletária se ergueu em 1912; 
• 1917: Revolução Russa (“produziria um regime comunista, o primeiro 
da história, e se tornaria o acontecimento central da política mundial 
do século XX, como a Revolução Francesa fora o acontecimento 
central da política do século XIX”); 
 
Rússia Czarista exemplifica todas as contradições do planeta na Era dos 
Impérios: 
 
• “A Rússia era uma grande potência, uma das cinco pedras angulares 
do sistema internacional centrado na Europa e, levando em conta 
apenas territórios próprios, de longe o maior, mais assim estava fadada 
a ter efeitos mundiais poderosos, exatamente pelo mesmo motivo que 
haviam tornado a Revolução Francesa muitíssimo mais significativa 
internacionalmente que as numerosas revoluções do fim do século” 
XVIII (HOBSBAWM, 2010, p. 461). 
• As repercussões da Revolução russa foram ainda mais amplas: a 
Rússia estava “com um pé no mundo dos conquistadores e outro no 
das vítimas, no avançado e no atrasado” devido extensão física e 
plurinacionalidade de um Império que ia do Pacífico à fronteira alemã; 
• Era um leque de opostos: país industrial importante, tinha economia 
camponesa tecnologicamente medieval, nação imperial, 
semicolônia...

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