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Sistema de precedentes no CPC

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STRECK, Lenio Luiz; ABBOUD, Georges. O que é isto - o sistema (sic) de precedentes no CPC? Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2016-ago-18/senso-incomum-isto-sistema-sic-precedentes-cpc>. Acesso em: 25 maio 2017.
Citações:
Ao dizer “sistema de precedentes” entende-se uma teoria do ordenamento que precisa da ideia de sistema, um todo coerente e harmônico de normas, para oferecer um tratamento efetivo para a relação entre as normas do ordenamento jurídico, assim, conclui-se que o NCPC não se filia a ideia de sistema.
Ao falar sobre o sistema de precedentes não se pode limitar a apenas um ramo do direito, ou seja, apenas na aplicação do processo civil, mas em todos os outros ramos.
No Brasil, busca-se a solução para a insegurança jurídica através de instrumentos de vinculação decisória, omitindo a ideia de que a Constituição e a legislação vinculam a atuação do Judiciário, e também o fato da insegurança jurídica ser intrinsecamente qualitativa na prestação jurisdicional.
Hoje, a súmula vinculante possui uma supremacia em relação à legislação, e o NCPC estende-a para a maioria das decisões dos tribunais superiores, ainda que haja uma confirmação de atuação, voluntarista, ativista e discricionária na maioria das manifestações dos tribunais.
No common law, não há a predominância entre o precedente e à legislação, apenas o costume e o precedente estão subordinados à legislação.
A introdução do sistema de precedentes no país, não depende da promulgação de uma lei, é consequência de que esse sistema solucionaria a grande quantidade de litígios, ignorando a complexidade e o sistema legítimo de precedentes. A ambição de aplicá-lo, consequentemente, implica na supressão de direitos e na ampliação de poder do Judiciário.
O art. 927 do NCPC arrola os provimentos que passaram a ser vinculantes, são textos normativos redutores da complexidade para encarar os litígios repetitivos e que não são equiparáveis ao precedente legítimo do common Law. O NCPC criou provimentos judiciais vinculantes que tem como função a redução da complexidade da litigiosidade repetitiva. Atualmente, há a expectativa que as decisões dos tribunais superiores solucionariam a pluralidade de casos, o mesmo que ocorreu com a lei, no passado.
Outro risco que se corre é do sistema de precedentes desprezar o caso concreto em benefício do julgamento abstrato de teses, pois os tribunais superiores julgam teses, independentemente de casos concretos.
A norma decisória precisa ser gerada em cada processo de decisão jurídica, já a decisão por precedentes não se liga com textos pré-definidos e os casos a serem decididos são individualizados, e o precedente, por sua vez, não compreende questões fáticas, ou seja, não há aplicação subsuntiva ao solucionar um caso através de precedente.
No common Law, o precedente nasce se tiver coerência, integridade e racionalidade suficiente para iniciar uma discussão de teses jurídicas e, a partir daí, tornar-se um padrão decisório pelos tribunais. Assim, primeiramente o precedente deve ser acolhido pelas partes, depois pelas instancias inferiores do Judiciário, para que depois ser essencialmente democrático. No Brasil, os provimentos vinculantes do CPC de 2015 já nascem com esse efeito vinculante, independente de terem coerência, integridade e racionalidade, o que não se trata de um sistema de precedentes. O art. 927 contribui para solucionar diversos problemas judiciais contemporâneos, e para isso, deve ser lido e interpretado conforme todo o ordenamento jurídico vigente.
O que efetivamente vincula em um precedente é estabelecido pelos tribunais inferiores e não pelo Tribunal em que foi decidido a questão, os juízes em casos posteriores que determinam a razão da decisão nos casos passados. 
Os precedentes tornam-se o início e o fim da resolução das questões, afastando a centralidade das leis, diminuindo a estima pela legislação e consequentemente pela Constituição, que são substituídos por provimentos judiciais, que muitas vezes são decisões tomadas sem amparo legal, já que se desconsidera a lei e até mesmo a constituição, demonstrando a fragilidade do sistema vigente para que seja implantado um novo sistema que necessita de bases sólidas, conferindo poderes aos Tribunais sem que haja legitimidade, estruturando uma jurisprudência íntegra, estável e coerente para que seja usado o art. 926 do CPC, correndo o risco de tornar os magistrados legisladores, em vista disso, os provimentos judiciais vinculantes devem ser fiscalizados vigorosamente, para que não haja somente uma subsunção.

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