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913Rev Bras Enferm. 2015 set-out;68(5):913-22. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167.2015680521p PESQUISA Joelna Eline Gomes Lacerda Freitas VerasI, Emanuella Silva JoventinoI, Janaina Fonseca Victor CoutinhoI, Francisca Elisângela Teixeira LimaI, Andressa Peripolli RodriguesI, Lorena Barbosa XimenesI I Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. Fortaleza-CE, Brasil. Como citar este artigo: Veras JEGLF, Joventino ES, Coutinho JFV, Lima FET, Rodrigues AP, Ximenes LB. Risk classification in pediatrics: development and validation of a guide for nurses. Rev Bras Enferm. 2015;68(5):630-9. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167.2015680521i Submissão: 07-02-2015 Aprovação: 21-05-2015 RESUMO Objetivo: construir e validar um guia abreviado do protocolo de Acolhimento com Classifi cação de Risco em pediatria. Método: estudo metodológico, desenvolvido em duas etapas: elaboração do guia e validação aparente e de conteúdo. A elaboração baseou- se na estratifi cação do conteúdo do protocolo em cinco indicadores de risco, conforme a complexidade, sendo submetido à validação por nove juízes divididos em dois grupos: docentes-pesquisadores e enfermeiros. Resultados: na validação aparente, os juízes consideraram os 25 itens do guia claros e compreensíveis com concordância acima de 70%. Na validação de conteúdo, 17 (68%) itens foram considerados relevantes por 88,9% dos juízes. Os oito itens considerados irrelevantes foram alterados conforme sugestões dos juízes, alcançando-se o Índice de Validade de Conteúdo global de 0,98. Conclusão: o estudo resultou num guia de classifi cação de risco pediátrico válido para avaliar a criança nos serviços de emergência. Descritores: Enfermagem Pediátrica; Avaliação em Enfermagem; Acolhimento; Triagem; Estudos de Validação. ABSTRACT Objective: to develop and validate a short guide for the protocol to user embracement with risk classifi cation in pediatrics. Method: methodological study developed in two stages: development of the guide, and face and content validation. The development involved the stratifi cation of the protocol contents into fi ve risk indicators according to the level of complexity; subsequently it was submitted to validation by nine experts divided in two groups: professors who were also researchers, and nurses. Results: in the face validation the experts considered the 25 items of the guide clear and understandable, with agreement levels above 70%. In the content validation, 17 (68%) items were considered relevant by 88.9% of the experts. The eight items considered irrelevant were changed according to suggestions of the experts, yielding an overall content validity index of 0.98. Conclusion: the study resulted in a guide for the classifi cation of risks in pediatrics that is valid to assess children in emergency services. Key words: Pediatric Nursing; Nursing Assessment; User embracement; Triage. Validation Studies. RESUMEN Objetivo: construir y validar una guía abreviada del protocolo de Acogimiento con Clasifi cación de Riesgo en pediatría. Método: estudio metodológico, desarrollado en dos etapas: elaboración de la guía y validación aparente y de contenido. La elaboración se basó en la estratifi cación del contenido del protocolo en cinco indicadores de riesgo, conforme la complejidad, siendo sometido a la validación por nueve jueces divididos en dos grupos: docentes/investigadores y enfermeros. Resultados: en la validación aparente, los jueces consideraron los 25 ítems de la guía claros y comprensibles por la concordancia más de 70%. En la validación de contenido, 17 (68%) ítems fueron considerados relevantes por 88,9% de los jueces. Los ocho ítems considerados irrelevantes fueron alterados conforme sugestiones de los jueces, alcanzándose el Índice de Validad de Contenido global de 0,98. Conclusión: Se obtuvo una guía de clasifi cación de riesgo pediátrico válido para evaluar el niño en los servicios de emergencia. Palabras clave: Enfermería Pediátrica; Evaluación en Enfermería; Acogimiento; Triaje; Estudios de Validación. Classifi cação de risco em pediatria: construção e validação de um guia para enfermeiros Risk classifi cation in pediatrics: development and validation of a guide for nurses Clasifi cación de riesgo en pediatría: construcción y validación de un guía para enfermeras Joelna Eline Gomes Lacerda Freitas Veras E-mail: joelnaveras@ufc.brAUTOR CORRESPONDENTE Veras JEGLF, et al. 914 Rev Bras Enferm. 2015 set-out;68(5):913-22. INTRODUÇÃO A inadequação da demanda de atendimento nos serviços de emergência pediátrica é uma realidade presente em inú- meros países e em quase todos os estados brasileiros. Pes- quisas afirmam que varia entre 46,9% e 89% o número de pacientes apresentando problemas de saúde que poderiam ser solucionados na rede de atenção básica(1-2). Com vistas a garantir uma melhor qualidade da assistência nos hospitais de emergência, o Ministério da Saúde, através da Política Nacional de Humanização, instituiu a estratégia do Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR), na qual o enfermeiro atua acolhendo o paciente por meio de uma escuta qualificada(3-5), identificando urgências e emergências com base na avaliação de parâmetros fisiológicos e em sinais de alerta estabelecidos por protocolos(3), dando prioridade aos casos mais graves(1). Nesse contexto, o desempenho do enfermeiro não pode es- tar associado somente à experiência clínica e à intuição, mas sim a informações válidas e relevantes, com base em pesquisas. Além disso, devem ser considerados outros componentes como contexto, ambiente, recursos disponíveis, condições e preferên- cias dos pacientes como indicadores importantes para o acolhi- mento com classificação de risco com qualidade(6). No entanto, estudos têm identificado o uso de critérios subjeti- vos, experiência e intuição nessa classificação por risco(7), além de falhas na aplicação de instrumentos de triagem não validados(8). Diante disso, protocolos de ACCR estão sendo elaborados e im- plementados com apoio do Ministério da Saúde, com destaque para o do Hospital Odilon Beherns, em Belo Horizonte-MG(3) e para o protocolo de ACCR em pediatria, de Fortaleza (CE)(9). O protocolo de ACCR em pediatria de Fortaleza é compos- to por 17 laudas, contudo, o ambiente hostil das emergências pode dificultar a consulta a extensos protocolos durante a ava- liação da criança, elevando a chance de falhas na classificação de risco por parte dos enfermeiros que atuam no acolhimento(2). Assim, faz-se necessária a construção de guias que permitam a visualização instantânea dos sinais e sintomas de acordo com a queixa principal, padronizando a abordagem ao paciente. Para o desenvolvimento deste estudo foi colocada a ques- tão de pesquisa: a construção e validação de um guia de clas- sificação de risco em pediatria garante um instrumento con- fiável e válido para ser utilizado no ACCR em emergência pediátrica? Teve como objetivo construir e validar o conteúdo e a aparência de um guia de classificação de risco a partir do protocolo de ACCR em pediatria. MÉTODO Estudo metodológico desenvolvido em duas etapas: levan- tamento bibliográfico para elaboração do guia a partir do pro- tocolo de ACCR em pediatria(9) e, posteriormente, validação de conteúdo e de aparência do material por parte de juízes. A primeira etapa do estudo ocorreu de janeiro a maio de 2011, com a realização de um levantamento bibliográfico nas bases de dados Latin American and Caribean Health Science Literature Database (LILACS), National Library of Medicine (PubMed), Cumulattive Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL) e Scopus, utilizando-se os MeSH Terms “triage”, “pediatrics” e “scale”, a fim de conceituar teorica- mente o construto “classificação de riscode crianças” e iden- tificar indicadores de risco. Não foi adotado nenhum recorte temporal, sendo incluídos seis protocolos e escalas de triagem validadas internacionalmente(10-15) e dois instrumentos de me- dida resumidos(16-17) que subsidiaram este estudo. O guia de classificação de risco foi construído a partir do levantamento bibliográfico e do protocolo de ACCR em pe- diatria com os indicadores de risco vias aéreas/respiração, circulação/hemodinâmica, nível de consciência, dor e hidra- tação/eliminação, nos quais as condições clínicas do proto- colo foram distribuídas e organizadas na ordem decrescente de nível de prioridade nas cores vermelha, laranja, amarela, verde e azul conforme a proposta da estratégia de ACCR(9). A etapa de validação aparente e de conteúdo do guia ocor- reu de junho a setembro de 2011 mediante a análise de juízes de conteúdo (com experiência em estudos de validação na área de saúde da criança) e técnicos (com experiência clínica em classificação de risco em pediatria). A validade de conteúdo baseia-se no julgamento de juízes peritos, com experiência na área de domínio do conteúdo, que analisam os itens e julgam sua relevância, abrangência, representatividade e se o conteúdo se relaciona com o que se deseja medir(18). A validade de aparência consiste no jul- gamento quanto à clareza, compreensão e legibilidade do conteúdo dos itens, bem como a forma de apresentação do instrumento, verificando se os itens são compreensíveis para a população à qual o instrumento se destina(18). O guia foi avaliado pelos juízes de conteúdo, docentes-pes- quisadores, com conhecimento em construção e validação de instrumentos e por juízes técnicos, enfermeiros com experiên- cia clínica em classificação de risco em emergência pediátrica (público-alvo para o qual o instrumento foi desenvolvido). A seleção dos juízes de conteúdo ocorreu por meio da amostragem não probabilística e intencional, baseando-se na pesquisa por assunto na Plataforma Lattes. Foram encontrados 23 pesquisadores com 70% ou mais publicações sobre o as- sunto. Foram selecionados dez juízes por atingirem uma pon- tuação mínima de cinco pontos de acordo com os critérios do sistema de classificação de juízes(19). Os juízes técnicos deveriam ter conhecimento comprovado em ACCR em pediatria, enfermagem em emergência pediátrica, assistência a pacientes em unidade de tratamento intensivo pe- diátrico ou saúde da criança e do adolescente. Foram seleciona- dos utilizando-se o critério bola de neve por ser uma estratégia não probabilística e intencional que considera as redes sociais para localizar a amostra(18). Foram encontrados 13 enfermeiros, residentes em Fortaleza, e selecionados nove, por atenderem aos critérios de experiência estipulados de acordo com quesitos do sistema de classificação de juízes adaptados a esta pesquisa(19). Para análise do guia, foram entregues ou enviados por en- dereço eletrônico aos 19 sujeitos selecionados, os seguintes instrumentos: carta-convite, Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, questionário de caracterização dos juízes, check- -list para validação do conteúdo e aparência e uma cópia do Protocolo de ACCR em pediatria de Fortaleza(9), para consulta. Classificação de risco em pediatria: construção e validação de um guia para enfermeiros 915Rev Bras Enferm. 2015 set-out;68(5):913-22. Contudo, somente quatro juízes de conteúdo e cinco da área técnica retornaram os instrumentos preenchidos, perfazendo uma amostra de nove juízes, satisfazendo as recomendações da literatura(20). O retorno dos instrumentos para a pesquisadora se deu por sistema postal e correio eletrônico, quando necessário. Para controle e organização da fase de validação aparente de cada item, foram considerados os aspectos clareza e compreensão (confuso, pouco claro e claro) e pertinência do item ao indicador e à classificação de risco (não, em parte e sim), considerando-se índice de 70% de concordância entre os juízes. No que diz res- peito à validade de conteúdo, foram avaliados a relevância (não, em parte e sim) e o grau de relevância (irrelevante, pouco relevan- te, realmente relevante, muito relevante). Por fim, acrescentou-se um espaço destinado às observações e sugestões dos juízes. A validade de conteúdo do guia deu-se por meio do Índice de Validação de Conteúdo (CVI) calculado com base em três equações matemáticas: o S-CVI/AVE (média do I-CVIs para cada item da escala), S-CVI/UA (proporção dos itens em uma escala que atinge uma classificação de relevância de 3 ou 4 para todos os juízes) e o I-CVI (validade de conteúdo dos itens individuais: proporção de juízes que dão ao item a classificação de relevância de 3 ou 4), sendo considerado relevante o item com IVC igual ou superior a 0,80(21). Os dados foram processados no Statistical Package for Social Science (SPSS), versão 17.0 e analisados por meio de estatística descritiva, com frequência absoluta e relativa. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará (Brasil) sob o protocolo nº 110/2011. Foram respeitados todos os preceitos éticos de pesqui- sas que envolvem seres humanos previstos na Resolução nº 196 de 1996 do Conselho Nacional de Saúde. Nesse sentido, o Ter- mo de Consentimento Livre e Esclarecido foi assinado pelos juí- zes e enviado, juntamente com os instrumentos, ao pesquisador. RESULTADOS A primeira versão do guia abreviado, submetida à validação pelos juízes, apresentou-se em um material com 35 células de um quadro, subdivididas em cinco colunas e sete linhas. O conteúdo do guia abreviado foi extraído do protocolo de ACCR em pedia- tria, sendo que na primeira linha são apresentados os indicadores de risco classificados em Vias Aéreas/Respiração, Circulação/He- modinâmica, Nível de Consciência, Dor, Eliminação/Hidratação. Os cinco indicadores de risco (vias aéreas/respiração, circula- ção/hemodinâmica, nível de consciência, dor, eliminação/hidrata- ção) foram distribuídos nas colunas, sendo estas subdivididas para relacionar as queixas principais (sintomas) e sinais objetivos. Cada indicador de risco indica o nível de complexidade do paciente, em ordem decrescente de prioridade de atendimento, nas cores ver- melha (nível de complexidade- Prioridade I), laranja (nível de com- plexidade- Prioridade II), amarela (nível de complexidade- Priorida- de III), verde (nível de complexidade- Prioridade IV) e azul (nível de complexidade- Prioridade V), conforme esquema da Figura 1. Figura 1 - Proposta de construção de um guia abreviado do Protocolo de Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR) em Pediatria, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Ceará, Brasil, 2011 1ª Linha: Indicadores de risco. Divide-se em cinco colunas. a primeira coluna representada – Vias Aéreas/Respiração, a segunda – Circulação/ Hemodinâmica, a terceira – Nível de Consciência, a quarta – Dor e, a quinta – Eliminação/Hidratação. Vias Aéreas/ Respiração Circulação/ Hemodinâmica Nível de Consciência Dor Eliminação/ Hidratação 2ª Linha: Queixa principal (Sintomas) e Sinais Objetivos. Subdivide, cada indicador de risco, em dez colunas sendo, a primeira, subcoluna representada pela “Queixa Principal (Sintomas)”, e a segunda subcoluna, representada pelos “Sinais Objetivos”, conforme esquema abaixo. Queixa principal (sintomas) Sinais objetivos Queixa principal (sintomas) Sinais objetivos Queixa principal (sintomas) Sinais objetivos Queixa principal (sintomas) Sinais objetivos Queixa principal (sintomas) Sinais objetivos 3ª a 7ª Linhas: Dispõe o conteúdo das condições clínicas na ordem decrescente de nível de complexidade. Subdivide, cada indicador de risco, em duas colunas, totalizando dez subcolunas, organizados em ordem decrescentede complexidade (prioridade I, II, III, IV e V) nas cores (vermelha, laranja, amarela, verde ou azul). Nível de complexidade – Prioridade I Nível de complexidade – Prioridade II Nível de complexidade – Prioridade III Nível de complexidade – Prioridade IV Nível de complexidade – Prioridade V Veras JEGLF, et al. 916 Rev Bras Enferm. 2015 set-out;68(5):913-22. O conteúdo disposto em 5 linhas e 5 colunas (3ª a 7ª li- nhas) compuseram 25 itens que caracterizaram a condição clínica do paciente, entre queixa principal (sintomas) e sinais objetivos, a que, para melhor compreensão, foi atribuído o va- lor numérico de 1 a 5 para o indicador vias aéreas/respiração, de 6 a 10 para indicador de circulação/hemodinâmica, de 11 a 15 para o de nível de consciência, de 16 a 20 para o indica- dor dor e de 21 a 25 para o indicador eliminação/hidratação. Conforme se observa no gráfico 1, dos 25 itens do guia, 15 (60%) foram considerados claros e compreensíveis por todos os juízes (n=9; 100%) e 9 itens (36%) apresentaram índices superiores a 80%. Apenas o item 17 (referente ao indicador de risco “Dor” relacionado à classificação de risco na cor “la- ranja”), embora com parecer de claro e compreensivo pela maioria dos juízes (n=7; 77,8%), foi o que mais apresentou sugestões para alteração e melhoria do conteúdo (Figura 2). Os juízes também avaliaram a pertinência dos itens (queixas principais e sinais e sintomas) em relação à classificação de risco (vermelho-prioridade 1; laranja-prioridade 2, amarelo-prioridade 3, verde-prioridade 4 e azul-prioridade 5). Consideraram 23 (92%) itens pertinentes, com concordância acima de 70%. Outros dois (8%) itens (item 3- “vias aéreas/respiração” de classificação de ris- co na cor “amarela” e item 18- “dor”, cor “amarela”) obtiveram concordância de sua pertinência por 06 (66,7%) juízes. O guia também foi analisado quanto à adequação do indi- cador de risco, em relação ao conteúdo de queixas principais e sinais e sintomas. Considerando-se que o guia apresenta cinco indicadores de risco, com cinco itens cada (queixa prin- cipal e sinais e sintomas), e que 9 juízes os analisaram, as respostas dos juízes poderiam variar de 1 a 45. Quatro indicadores de risco (vias aéreas/respiração, circulação/ hemodinâmica, nível de consciência e dor) foram considerados adequados ao conteúdo dos itens (queixa principal e sinais e sintomas), com concordância de todos (n=9; 100%) os juízes. O indicador de risco “eliminação/hididratação” teve anuência de todos os juízes na quase totalidade dos itens (somatório=44; 97,8%). Os achados confirmam que o conteúdo do guia está re- lacionado ao propósito para o qual foi construído. No que se refere à validade de conteúdo, observou-se a relevância da presença de cada item no guia. Os juízes consi- deraram 17 (68%) itens relevantes e 08 (32%) não relevantes, devendo, portanto, os itens 3, 6, 7, 8, 11, 13, 16 e 18 serem retirados. Todavia, julgou-se oportuno fazer o cálculo do Ín- dice de Validade de Conteúdo (IVC)(21) e foi verificado que o I-CVI dos itens variou de 0,88 a 1. Identificou-se, ainda, IVC global (S-CVI/Ave, S-CVI/UA) de 0,98 (Tabela 1). No entan- to, por sugestão dos juízes, foram feitas alterações em alguns itens para que permanecessem no guia. Entre as principais sugestões dos juízes acatou-se a altera- ção no título das colunas de “Queixas Principais (Sintomas) e Sinais Objetivos”, para “Queixa Principal e Sinais e Sinto- mas”, bem como alinhamento entre os mesmos. No indicador de risco “Vias aéreas/Respiração”, alguns juízes sugeriram a inserção dos valores de frequência respiratória e frequência cardíaca, para melhor visualização desses parâmetros. No indicador de risco “Circulação/Hemodinâmica” consi- derou-se importante acatar a sugestão dos juízes de incluir na subcoluna “Queixa Principal”, o termo “Infecções graves, sepse” em virtude de tratar-se de condição clínica relevante para avaliação hemodinâmica da criança (item 7 do guia). No indicador de risco “Nível de Consciência”, o “déficit cogniti- vo” foi descrito como sinais e sintomas da queixa principal, “Alteração do estado mental” no item 12 e, por sugestão de juízes, este foi retirado da versão final do guia. Figura 2 - Distribuição das afirmações consideradas claras e compreensíveis para os juízes avaliadores do guia abreviado de ACCR em pediatria, Fortaleza, Ceará, Brasil, 2011 Legenda: Itens 1,6,11,16 e 21 - classificação vermelho; Itens 2,7,12,17 e 22 - classificação laranja; Itens 3,8,13,18,23 - classificação amarela; Itens 4,9,14,19,24 - classificação verde; Itens 5, 10, 15, 20 e 25 - classificação azul. Itens do Guia Abreviado 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 Vias aéras/respiração Circulação/Hemodinâmica Nível de consciência Dor Eliminação/Hidratação N úm er o de ju íz es 100% 100% 100%100%100% 100% 100%100% 100% 100%100% 100% 100% 100%100% 88,9% 88,9% 88,9%88,9%88,9% 77,8% 88,9%88,9% 88,9% 88,9% Classificação de risco em pediatria: construção e validação de um guia para enfermeiros 917Rev Bras Enferm. 2015 set-out;68(5):913-22. RE SP IR A Ç Ã O C IR C U LA Ç Ã O /H EM O D IN Â M IC A N ÍV EL D E C O N SC IÊ N C IA D O R EL IM IN A Ç Ã O /H ID RA TA Ç Ã O Q ue ix a Pr in ci pa l Si na is e S in to m as Q ue ix a Pr in ci pa l Si na is e S in to m as Q ue ix a Pr in ci pa l Si na is e S in to m as Q ue ix a Pr in ci pa l Si na is e S in to m as Q ue ix a Pr in ci pa l Si na is e S in to m as C ód ig o de pa ra da (s in al so no ro ) In su fic iê nc ia re sp ir at ór ia PC R * Im in ên ci a de PC R p ac ie nt e nã o re sp on si vo S SV V * au se nt es /in st áv ei s C ia no se c en tr al , FR * al te ra da D is pn ei a ex tr em a, Sp O 2* < 9 0% , O bs tr uç ão d e vi a aé re a Tr au m a m ai or C ho qu e Tr au m a to rá ci co , ab do m in al o u cr an ia no c om pe rf ur aç ão H ip ot en sã o, ta qu ic ar di a, P al id ez ac en tu ad a, p el e fr ia , su do re se , p ul so fi no Pu ls o ca ro tíd eo im pa lp áv el C ód ig o de pa ra da Tr au m a m ai or C ho qu e EC G d e 3 a 8 PC R . N ão r es po ns iv o. SS V V a us en te s TC E (E C G 3 a 8 ) A lte ra çã o do s en só ri o as so ci ad o a si na is d e ch oq ue Pa ci en te ir re sp on si vo , s ó co m r es po st a à do r C on vu ls ão e m a tiv id ad e Le ta rg ia , c on fu sã o m en ta l D is tú rb io s m et ab ól ic os (h ip og lic em ia ) Tr au m a m ai or Tr au m a to rá ci co , ab do m in al o u cr an ia no co m : d or in te ns a (9 a 10 /1 0) D es id ra ta çã o gr av e (> 6 si na is d e de si dr ataç ão ) Le ta rg ia D ifi cu ld ad e pa ra be be r B oc a m ui to s ec a O lh os m ui to en co va do s Fo nt an el a m ui to de pr im id a Pr eg a cu tâ ne a se d es fa z m ui to le nt am en te (> 10 se g) Pu ls o m ui to fi no e en ch im en to c ap ila r m ui to le nt o (> 5s eg ) D is pn ei a, A sm a pr év ia , Si bi lâ nc ia re co rr en te A na fil ax ia SS V V * no rm ai s Es tr id or , s ia lo rr ei a, an gu st ia re sp ir at ór ia in te ns a, e sf or ço m us cu la r Pa ss ad o de a sm a gr av e Sa t O 2 < 9 2% Se ns aç ão de g ar ga nt a fe ch an do , e de m a de g lo te Tr au m a gr av e C om pr om et im en to he m od in âm ic o Q ue im ad ur as H em or ra gi a di ge st iv a, he m op tis e, e pi st ax e In fe cç õe s gr av es , se ps e Si na is v ita is al te ra do s co m si nt om as Fe ri m en to e xt en so co m s an gr am en to at iv o A m pu ta çã o SS V V no rm ai s Pa lid ez , S ud or es e Ta qu ic ar di a in ex pl ic ad a To nt ei ra a o se le va nt ar Q ue im ad ur as d e 2º o u 3º g ra us 10 % > SC Q < 25 % ou e m á re as c rí tic as (fa ce , p er ín eo ) o u ci rc un fe re nc ia is H em at êm es e vo lu m os a H em op tis e fr an ca Ep is ta xe c om P A al te ra da SS V V in st áv ei s Te m pe ra tu ra > 38 ,5 ºC , c al af ri os Er ite m a pu rp úr ic o (m en in gi te ) FR , F C e P A S ou P A D < ou > d e ac or do co m a id ad e T < 35 ºC o u T> 40 ºC A lte ra çã o do es ta do m en ta l Tr au m a cr an ia no D oe nç a ps iq ui át ri ca o u co m po rt am en ta l A bs tin ên ci a gr av e de á lc oo l ou d ro ga s A gi ta çã o, L et ar gi a Ir ri ta bi lid ad e, s on ol ên ci a, co m a EC G 9 a 1 3 Pe rd a da c on sc iê nc ia , co nv ul sã o, c on fu sã o m en ta l, N áu se as e v ôm ito s A lte ra çã o do co m po rt am en to A gi ta çã o ex tr em a D es m ai ad o C on vu ls ão , a lu ci na çõ es , ag ita çã o, tr em or es Tr au m a cr an ia no Tr au m a gr av e D or to rá ci ca D or to rá ci ca tip o vi sc er al D or ab do m in al C ef al ei a D or in te ns a C om a: E C G e nt re 9 e 13 , c ef al ei a in te ns a, d or ce rv ic al D or m od er ad a a gr av e (5 a 8/ 10 ) Fr at ur a co m d ef or m id ad e ou s an gr am en to A m pu ta çã o SS V V no rm ai s SS V V a lte ra do s A ss oc ia do s a su do re se , ná us ea , d is pn ei a A ss oc ia çõ es : n áu se as , vô m ito s, s ud or es e D or in te ns a, S SV V al te ra do s In te ns a in co nt ro lá ve l. C om r ig id ez n a nu ca N áu se as o u vô m ito s Si na is n eu ro ló gi co s fo ca is (p ar es ia , a fa si a) A gu da , c en tr al (c ab eç a, tó ra x, ab do m e) Lu xa çã o, L om ba lg ia tr au m át ic a ou n ão , in ca pa ci ta nt e, c om di m in ui çã o da fu nç ão M M II D es id ra ta çã o m od er ad a C O M vô m ito s (d e 3 a 6 si na is d e de si dr at aç ão ) C ri an ça H is tó ri a de di ab et es M el lit us Ir ri ta da M ui ta s ed e B oc a se ca O lh os e nc ov ad os C ho ro s em lá gr im as Fo nt an el a de pr im id a Pr eg a cu tâ ne a se de sf az le nt am en te (> 10 se g) Pu ls o fin o e rá pi do , en ch im en to c ap ila r le nt o (3 a 5 se g) Le ta rg ia Re cu sa a lim en ta r, vô m ito e /o u di ar re ia , c om ou s em fe br e, co m s in ai s de de si dr at aç ão (o lh os e nc ov ad os , fo nt an el a de pr im id a, o lig úr ia , an úr ia a ci m a de 6 ho ra s) Si na is d e de si dr at aç ão Su do re se (h ip og lic em ia ), V ôm ito , P ul so an or m al , D or ab do m in al C on tin ua Veras JEGLF, et al. 918 Rev Bras Enferm. 2015 set-out;68(5):913-22. RE SP IR A Ç Ã O C IR C U LA Ç Ã O /H EM O D IN Â M IC A N ÍV EL D E C O N SC IÊ N C IA D O R EL IM IN A Ç Ã O /H ID RA TA Ç Ã O Q ue ix a Pr in ci pa l Si na is e S in to m as Q ue ix a Pr in ci pa l Si na is e S in to m as Q ue ix a Pr in ci pa l Si na is e S in to m as Q ue ix a Pr in ci pa l Si na is e S in to m as Q ue ix a Pr in ci pa l Si na is e S in to m as D is pn ei a le ve a m od er ad a SS V V * al te ra do s se m s in to m as A sm a co m di sp ne ia a o ex er cí ci o To ss e fr eq ue nt e A sm a e Sp O 2 en tr e 92 e 9 4% FC < 5 0 ou < 14 0i pm T > 3 8, 5º C FR a lte ra da Tr au m a m od er ad o Q ue im ad ur as H is tó ri a de di ab et es M el lit us H em or ra gi a di ge st iv a Q ue ix as e m ar tic ul aç õe s e pa rt es m ol es Si na is v ita is al te ra do s se m si nt om as SS V V n or m ai s Fe ri m en to m en or (peq ue no ) c om sa ng ra m en to co m pr es sí ve l Fe ri m en to e xt en so po r m or de du ra Q ue im ad ur a de 2º e 3 º gr au s em ár ea s nã o cr íti ca s, SC Q < 10 % D e 1º gr au > 10 % SC Q o u ár ea s nã o- cr íti ca s, fa ce , pe rí ne o, m ão s ou pé s D e1 º gr au e m fa ce , pe rí ne o, m ão s e pé s G lic em ia > 3 00 m g/ dl o u m en or q ue 50 m g/ dl Sa ng ra m en to n ão at ua l ( úl tim as 2 4 ho ra s) SS V V n or m ai s A rt ic ul aç õe s ou m em br os c om d or in te ns a, im po tê nc ia , ca lo r, ed em a, er ite m a, fe br e Fe ri da c or to -c on tu sa FC < 50 o u > 14 0i pm , Te m pe ra tu ra > 38 ,5 ºC FR > 2 00 ip m Tr au m a cr an ia no C on vu ls ão D oe nç a ps iq ui át ric a ou co m po rt am en ta l D efi ci en te m en ta l Se m p er da d a co ns ci ên ci a EC G 1 4 a 15 N áu se a ou v ôm ito SS V V n or m ai s C ri se n as ú lti m as 2 4h o u pr im ei ro e pi só di o, p or ém cu rt o (< 5m in ) A gi ta çã o m en os in te ns a, m as c on sc ie nt e. A lu ci na çã o, de so ri en ta çã o --- --- - Tr au m a cr an ia no Tr au m a m od er ad o D or ab do m in al D or C ef al ei a m od er ad a Se m p er da d a co ns ci ên ci a N áu se a ou v ôm ito Tr au m a to rá ci co c om d or le ve o u m od er ad a e se m di sp ne ia SS V V n or m ai s D is te ns ão a bd om in al Re te nç ão u ri ná ri a Pr os tr aç ão Fe br e En xa qu ec a C ól ic a re na l D es id ra ta çã o m od er ad a SE M vô m ito s (< 3 si na is d e de si dr at aç ão ) H is tó ri a de D ia be te s M el lit us Ir ri ta da M ui ta s ed e B oc a se ca O lh os e nc ov ad os C ho ro s em lá gr im as Fo nt an el a de pr im id a Pr eg a cu tâ ne a se de sf az le nt am en te (< 10 se g) Pu ls o fin o e rá pi do , en ch im en to c ap ila r le nt o (3 a 5 se g) D es id ra ta çã o ac en tu ad a, v ôm ito , do r ab do m in al G lic em ia > 30 0 ou < 50 m gd l Fi gu ra 3 (c on t.) C on tin ua Classificação de risco em pediatria: construção e validação de um guia para enfermeiros 919Rev Bras Enferm. 2015 set-out;68(5):913-22. RE SP IR A Ç Ã O C IR C U LA Ç Ã O /H EM O D IN Â M IC A N ÍV EL D E C O N SC IÊ N C IA D O R EL IM IN A Ç Ã O /H ID RA TA Ç Ã O Q ue ix a Pr in ci pa l Si na is e S in to m as Q ue ix a Pr in ci pa l Si na is e S in to m as Q ue ix a Pr in ci pa l Si na is e S in to m as Q ue ix a Pr in ci pa l Si na is e S in to m as Q ue ix a Pr in ci pa l Si na is e S in to m as Si nt om as gr ip ai s D or d e ga rg an ta in te ns a D or d e ou vi do To ss e pr od ut iv a R in or ré ia pu ru le nt a Te m pe ra tu ra e nt re 37 ,8 °C e 3 8, 5° C M ia lg ia Tr au m a m en or Fe br e Q ue im ad ur as e fe ri da s SS V V n or m ai s M or de du ra n ão - ex te ns a Te m pe ra tu ra e nt re 37 ,8 °C e 3 8, 5º C Q ue im ad ur a 1º g ra u, < 1 0% S C Q , á re a nã o cr íti ca Tr au m a cr an ia no D oe nç a ps iq ui át ric a ou co m po rta m en ta l Si tu aç õe s es pe ci ai s Se m p er da d a co ns ci ên ci a, s em vô m ito s A le rt a (E C G = 1 5) A ci de nt e a m ai s de 6 ho ra s SS V V n or m ai s Pe ns am en to s su ic id as G es tic ul an do m ai s nã o ag ita do Se m r is co p ra s i o u pa ra ou tr em D efi ci en te fí si co Tr au m a cr an ia no Tr au m a m en or D or ab do m in al C ef al ei a D or B ai xo im pa ct o, s em pe rd a da c on sc iê nc ia A ci de nt e há m ai s de 6 h e < 1 0 di as SS V V n or m ai s To rá ci co s em d or d e co st el a ou d is pn ei a D is te ns õe s, c on tu sõ es , to rç õe s (fr at ur a po ss ív el ) A gu da , m od er ad a A us ên ci a de p ro st ra çã o N ão -s úb ita , N ão -in te ns a, N ão -e nx aq ue ca Lo m ba lg ia m ai s in te ns a A rt ra lg ia c om li m ita çã o se m s in ai s flo gí st ic os V ôm ito E di ar re ia S EM de si dr at aç ão SS V V n or m ai s M uc os as ú m id as D iu re se h ab itu al Tu rg or d e pe le no rm al Ev ac ua çõ es /d ia < 5 ep is ód io s V ôm ito s/ di a < 5 ep is ód io s Si nt om as gr ip ai s C or iz a Q ue ix as le ve s D or d e ga rg an ta Se m s in to m as re sp ir at ór io s SS V V n or m ai s Tr au m a m en or Fe ri da s Es co ri aç õe s Fe ri da q ue n ão re qu er fe ch am en to Li m pa s em s in ai s si st êm ic os d e in fe cç ão Es ca ra s se m s in ai s si st êm ic os C on tr ol e de ú lc er as cr ôn ic as Re tir ad a de p on to s Q ue im ad ur a de 1 ° G ra u, p eq ue na , á re as nã o- cr íti ca s D oe nç a ps iq ui át ri caD ep re ss ão c rô ni ca re co rr en te C ri se s oc ia l Es ta do m en ta l n or m al Tr au m a m en or D or ab do m in al D or le ve a m od er ad a D or , C on tu sõ es , D is te ns õe s, M ia lg ia D or a gu da , l ev e (< 4 /1 0) C on st ip aç ão in te st in al SS V V n or m ai s To rá ci ca s up er fic ia l, cr ôn ic a, p io ra à co m pr es sã o Lo m ba lg ia c rô ni ca , n ão tr au m át ic a D is úr ia V ôm ito O U di ar re ia SE M d es id ra ta çã o Es ta do m en ta l no rm al SS V V n or m ai s Fi gu ra 3 - G ui a de C la ss ifi ca çã o de R is co e m P ed ia tr ia c on st ru íd o a pa rt ir d o Pr ot oc ol o de A co lh im en to c om C la ss ifi ca çã o de R is co e m P ed ia tr ia d e Fo rt al ez a, F or ta le za , C ea rá , B ra si l, 20 11 N ot a: *P C R : P ar ad a ca di o- re sp ir at ór ia ; IR : I ns ufi ci ên ci a re sp ir at ór ia ; SS V V: S in ai s vi ta is ; FR : F re qu ên ci a re sp ir at ór ia ; FC : F re qu ên ci a ca rd ía ca ; M M II : M em br os in fe rio re s; TC E: T ra um a cr ân io -e nc ef ál ic o; Sp O 2: S at ur aç ão d e ox ig ên io ; EC G : E sc al a de C om a de G la sg ow ; SC Q : S up er fíc ie c or po ra l q ue im ad a; TR O : T er ap ia d e re id ra ta çã o or al ; PA : P re ss ão A rt er ia l. Fi gu ra 3 (c on t.) Veras JEGLF, et al. 920 Rev Bras Enferm. 2015 set-out;68(5):913-22. Tabela 1 - Relevância e distribuição dos Índices de Validade de Conteúdo individuais de cada item (I-CVI), segundo a opinião dos juízes, Fortaleza, Ceará, Brasil, 2011. Itens do guia Relevância n(%) Grau de relevância (I-CVI) 1 9(100) 1 2 8(88,9) 1 3 7(77,8) 1 4 9(100) 1 5 8(88,9) 1 6 6(66,7) 1 7 7(77,8) 1 8 7(77,8) 1 9 9(100) 1 10 8(88,9) 1 11 7(77,8) 1 12 8(88,9) 1 13 7(77,8) 1 14 8(88,9) 1 15 8(88,9) 0,888889 16 7(77,8) 1 17 9(100) 1 18 7(77,8) 0,888889 19 8(88,9) 0,888889 20 8(88,9) 0,888889 21 8(88,9) 1 22 8(88,9) 0,888889 23 8(88,9) 1 24 9(100) 1 25 9(100) 1 A sugestão dos juízes de alteração dos subtítulos das colunas para “Queixa Principal e Sinais e Sintomas” corroborou os prin- cípios da estratégia de ACCR, na qual a avaliação do paciente deve enfocar os sinais e sintomas com base na queixa principal relacionada(8). Alguns juízes solicitaram a inserção de parâme- tros de frequência cardíaca e frequência respiratória no indica- dor de risco Vias Aéreas/Respiração, contudo, optou-se por não inseri-los. A adequação quanto aos parâmetros de freqüência cardíaca e respiratória foi incluída como anexo A do protocolo de ACCR em pediatria”(9) que deu origem ao guia. Os juízes consideraram relevantes as observações de alguns aspectos do estado circulatório, frequência cardíaca e esforço res- piratório na avaliação do estado hemodinâmico da criança. Este resultado corrobora a literatura, pois facilita a identificação de si- nais de alerta e definição do nível de prioridade(9-10,16). O déficit cognitivo foi retirado do guia por sugestão dos juízes que o consideraram pouco relevante na avaliação do comprometimento da criança. Concordando com as análises dos juízes, ao comparar o déficit cognitivo entre adultos e crianças após Traumatismo Crânio-encefálico, uma pesquisa encontrou evidências contra a validade desse critério quando aplicado à população pediátrica(23). Não se trata, portanto, de condição indispensável à avaliação de criança, nem como pa- râmetro de medição do nível de prioridade. A maioria dos juízes considerou confusa a descrição das ca- racterísticas da expressão “Dor intensa, central e crônica”, soli- citando que se acrescentassem os termos “sinais vitais normais” e “escala da dor”, sendo esses parâmetros melhor visualizados nos anexos A e C do protocolo(9). A avaliação da dor em crianças deve ser realizada por meio da identificação de sua intensida- de, através de instrumentos que diminuam a subjetividade dessa dor e que garantam a veracidade da informação, e não a opinião do profissional sobre o que a criança esteja sentindo(24). Em relação à avaliação da desidratação, o protocolo de ACCR em pediatria não quantifica os sinais e sintomas de maneira clara. Estudos referem que os sinais de desidratação têm evolução rápi- da e nem sempre são confiáveis, sendo necessário o exame físico completo e avaliação de parâmetros fisiológicos(25). Sendo assim, no guia, optou-se por quantificar os sinais e sintomas(16) e, desta forma, a criança com desidratação severa, classificada no nível de prioridade I, deve apresentar mais de seis sinais e sintomas; com desidratação moderada, entre três e seis; e com desidratação leve, menos de três sinais e sintomas. Como limitação do estudo, ressalta-se a baixa adesão dos ju- ízes para a etapa de validação, o que pode ser explicado pela demanda de tempo para um trabalho dessa natureza. Recomen- dam-se novos estudos que possibilitem verificar sua adequabi- lidade clínica, devendo ser aplicado por enfermeiros nas emer- gências pediátricas em diferentes cenários de investigação. CONCLUSÃO Este estudo permitiu a elaboração do Guia de Classificação de Risco em Pediatria, a partir do protocolo de ACCR com cin- co indicadores de risco, identificados por Vias Aéreas/Respi- ração, Circulação/Hemodinâmica, Nível de Consciência, Dor e Eliminação/Hidratação, relacionados às funções fisiológicas Na avaliação do indicador de risco “Dor”, os juízes consi- deraram confusa a descrição da dor em “intensa, central e crô- nica”. Também foi questionada a clareza da expressão “dor aguda, moderada”. Foram sugeridas alterações no indicador de risco “Eliminação/Hidratação” para melhor diferenciar o nível de prioridade entre os itens 21, 22, 23 e 24. Com as alte- rações do layout e conteúdo para adequação, a última versão do guia está representada na Figura 3. DISCUSSÃO A avaliação dos juízes evidenciou um guia de classifica- ção de risco válido com IVC global de 0,98(21). O layout do guia seguiu a tendência de instrumentos disponíveis no site do Ministério da Saúde e na literatura. Para isto, adequou-se a formatação do guia equivalente a um cartaz, nas dimensões 460x350mm, com linguagem compreensiva, de fácil visuali- zação e manuseio pelo profissional(22). Classificação de risco em pediatria: construção e validação de um guia para enfermeiros 921Rev Bras Enferm. 2015 set-out;68(5):913-22. REFERÊNCIAS 1. Veras JEGL, Carvalho AT, Uchôa JL, Nascimento LA, Almeida PC, Ximenes LB. Profile of children and teens attended in emergency according to the risk classification: a documen- tal study. Online Braz J Nurs [Internet]. 2011 Sep-Dec [cited 2014 Jan 24];10(3):1-11. Available from: http://www.objnurs ing.uff.br/index.php/nursing/article/view/3264/1149 2. Huang DT. Clinical review: impact of emergency depart- ment care on intensive care unit costs. Crit Care [Internet]. 2004 Aug[cited 2014 Jan 25];8(6):498-502. 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Posteriormente, poderá ser utilizado no cotidiano do profissional enfermeiro que atende crianças no acolhimento em situações de emergência. A utilização do guia possibili- ta aos enfermeiros do acolhimento desenvolver suas funções associando teoria à clínica, e reduzindo a prática baseada na díade experiência e intuição. Todavia, não deve substituir o protocolo de ACCR em pediatria, pelo contrário, devem ser utilizados simultaneamente, de maneira complementar. Veras JEGLF, et al. 922 Rev Bras Enferm. 2015 set-out;68(5):913-22. studies of nursing phenomena]. Rev RENE [Internet]. 2011 Apr-Jun [cited 2014 Mar 21];12(2):424-31. Available from: http://www.revistarene.ufc.br/vol12n2_pdf/a26v12n2.pdf Portuguese. 20. Dodt RCM, Ximenes LB, Oria MOB. Validation of a flip chart for promoting breastfeeding. Acta Paul Enferm [Inter- net]. 2012 [cited 2014 Mar 21];25(2):225-30. Available from: http://www.scielo.br/pdf/ape/v25n2/en_a11v25n2.pdf 21. Polit DF, Beck CT. 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