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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BENEFICIAMENTO DA CASCA DE COCO VERDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adriano Lincoln Albuquerque Mattos 
Morsyleide de Freitas Rosa 
Lindbergue Araujo Crisóstomo 
Fred Carvalho Bezerra 
Diva Correia 
Luis de Gonzaga Castro Veras 
 
 
 2 
 
ÍNDICE 
 
INTRODUÇÃO ............................................. 3 
COCO ‘ANÃO VERDE’ ............................................. 4 
PRINCIPAIS USOS DA CASCA DE COCO 
VERDE 
............................................. 5 
PROCESSAMENTO DA CASCA DE COCO 
VERDE 
............................................. 16 
DIMENSIONAMENTO DE UMA UNIDADE 
DE BENEFICIAMENTO DE CASCA DE 
COCO VERDE PARA A PRODUÇÃO DE 
SUBSTRATO AGRÍCOLA E FIBRA 
BRUTA. 
............................................. 28 
OPERANDO O MAQUINÁRIO ............................................. 31 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................. 34 
 
 3 
1. INTRODUÇÃO 
 O Brasil é, sem dúvida, um dos países que possuem a maior biomassa do mundo 
e a maior extensão territorial cultivável, potenciais estes que devem ser mais bem 
explorados. O acentuado crescimento do agronegócio brasileiro o coloca em posição de 
destaque no processo de desenvolvimento do país, sendo responsável por 22,34% do 
PIB (CEPEA 2011), 43% das exportações e 37% dos empregos (AGRONEGÓCIO 
BRASILEIRO, 2007). Os significativos avanços implicaram no aumento do consumo 
de insumos e da geração de resíduos nas atividades agropecuárias. 
 O agronegócio do coco verde tem grande importância, seja na geração de 
divisas, emprego, renda ou alimentação. A procura por alimentos naturais, a aplicação 
de tecnologias de processamento, as novas alternativas de apresentação do produto e a 
perspectiva de sua exportação contribuem para aumentar o consumo e incrementar sua 
rentabilidade ao longo do ano. O aumento da produção passou a ser uma tendência 
natural, causando uma conseqüente elevação na geração de resíduos sólidos (cascas). 
 Este resíduo é constituído 
pelo mesocarpo, que é a parte 
espessa e fibrosa do fruto, pelo 
exocarpo ou epicarpo, que constitui 
a epiderme, e pelo endocarpo, que 
no fruto imaturo ainda não se 
apresenta tão duro e rígido como no 
coco maduro. 
 Diferentemente da casca do 
fruto maduro, as cascas geradas 
pelo consumo do coco verde não 
possuíam, há muito pouco tempo, 
tecnologia adequada que 
viabilizasse seu aproveitamento. O 
presente capítulo reúne informações 
sobre o aproveitamento da casca de 
coco verde, seus principais usos e 
potencialidades. 
 
EMBRIÃO 
COPRA 
EPICARPO 
 
ENDOCARPO ÁGUA DE COCO 
MESOCARPO 
Fig.1- Estrutura do coco. 
 
 4 
2. COCO ‘ANÃO VERDE’ 
 O gênero Cocus é constituído pela espécie Cocus nucifera L. que, por sua vez, é 
composta por algumas variedades, entre as quais as mais importantes, do ponto de vista 
agronômico, socioeconômico e agroindustrial, são as variedades Typica (var. Gigante) e 
Nana (var. Anã), que se acredita ter originado de uma mutação gênica da Gigante 
(FRUTAS DO BRASIL, 2002; SANTOS et al.,1996). 
 No Brasil, a principal demanda de plantio da variedade Anã é a cultivar Verde, 
para consumo da água do fruto ainda imaturo. Embora esta variedade apresente também 
características para ser empregada como matéria-prima nas agroindústrias para produção 
de leite de coco, coco ralado e outros, seu mercado é essencialmente a água-de-coco (in 
natura ou processada – Figura 2 e Figura 3), a qual tem maior demanda de consumo 
para frutos com cerca de sete meses de idade (FRUTAS DO BRASIL, 2002). 
 Estima-se que o Brasil possui uma área plantada de 100 mil hectares de 
coqueiro-anão, destinados à produção do fruto verde para o consumo da água-de-coco. 
As cascas geradas por este agronegócio representam 80% a 85% do peso bruto do fruto 
e cerca de 70% de todo lixo gerado nas praias brasileiras representa cascas de coco 
verde. Este material tem sido correntemente designado aos aterros e vazadouros sendo, 
como toda matéria orgânica, potenciais emissores de gases estufa (metano), e, ainda, 
contribuindo para que a vida útil desses depósitos seja diminuída, proliferando focos de 
vetores transmissores de doenças, mau cheiro, possíveis contaminação do solo e corpos 
d'água, além da inevitável destruição da paisagem urbana (ROSA et al., 2001a). 
 
 
 
Fig.2- Coco verde in natura Fig. 3- Indústria processadora de 
 água de coco verde 
 
 O desenvolvimento de alternativas de aproveitamento da casca de coco 
possibilita a redução da disposição inadequada de resíduos sólidos e proporciona uma 
nova opção de rendimento junto aos locais de produção. 
 
 
 5 
3. PRINCIPAIS USOS DA CASCA DE COCO VERDE 
3.1 Substrato agrícola 
O termo substrato agrícola se aplica a todo material sólido, natural ou sintético, 
bem como residual ou ainda mineral ou orgânico, distinto do solo, que colocado em um 
recipiente em forma pura ou em mistura permite o desenvolvimento do sistema 
radicular, desempenhando, portanto, um papel de suporte para a planta (ABAD; 
NOGUERA, 1998). Os substratos podem intervir (material quimicamente ativo) ou não 
(material inerte) no complexo processo da nutrição mineral das plantas. 
O cultivo de plantas utilizando substratos é uma técnica amplamente empregada 
na maioria dos países de horticultura avançada. Esta técnica apresenta vantagens, entre 
elas, o manejo mais adequado da água, evitando a umidade excessiva em torno das 
raízes. O substrato a ser utilizado deve ser capaz de favorecer a atividade fisiológica das 
raízes. 
Diferentes tipos de resíduos agroindustriais vêm sendo progressivamente 
indicados como substrato agrícola. É o caso do pó da casca de coco maduro que, 
inicialmente visto como subproduto da extração da fibra, origina um substrato agrícola 
(“coir dust”, “coir fibre pith” ou pó da fibra de coco) com grande aceitação e demanda 
crescente. Ganhou interesse comercial principalmente como substrato inerte, substituto 
da turfa em cultivos envasados. 
O pó de coco é um material biodegradável, renovável, muito leve e bastante 
parecido com as melhores turfas de Sphagnum encontradas no Norte da Europa e 
América do Norte. Apresenta uma estrutura física vantajosa, proporcionando alta 
porosidade, alto potencial de retenção de umidade, favorecimento da atividade 
fisiológica das raízes (ABAD et al., 2002). 
Em 1949, Hume citou as virtudes hortícolas do resíduo da fibra de coco maduro 
e dados sobre o excelente crescimento e desenvolvimento conseguidos em diferentes 
espécies vegetais cultivadas sobre substratos à base desse resíduo. Entretanto, apesar 
desses efeitos benéficos, passaram-se três décadas antes que o resíduo de fibra de coco 
pudesse ser introduzido no mercado internacional de substratos de cultivo 
(MURRAY,1999). 
A partir da década de 80, várias companhias holandesas passaram a utilizar esse 
resíduo como ingrediente dos substratos de cultivo já fabricados (MEEROW, 1994, 
1997; VAN MEGGELEN – LAAGLAND, 1995). Desde então, diferentes trabalhos de 
investigação foram realizados com o objetivo de se estudar as características e 
propriedades desse novo material e de se avaliar sua potencialidade para ser utilizado 
como substrato ou como componente de substrato em diferentes aplicações nos cultivos 
“sem solo”: produção de mudas, enraizamento de estacas, crescimento de plantas 
ornamentais em vasos, produção de flor de corte e cultivo em substrato de hortaliças 
entre outras (VERDONCK,1983; VERDONCK et al., 1983; HANDRECK, 1991, 1993; 
TEO; TAN, 1993; MEEROW, 1994, 1997; CARAVEO et al., 1996; EVANS; 
STAMPS, 1996; EVANS et al., 1996; OFFORD et al., 1998; KONDURU et al., 1999). 
 
 6 
As propriedades físicas e químicas do pó decoco diferem entre diferentes fontes 
de resíduo, em função principalmente do método usado para processar a fibra e idade do 
fruto. Assim, o controle das características do material antes do uso como substrato é 
de grande importância. Nesse particular, a salinidade é uma das características mais 
importantes a ser controlada. 
Segundo Prisco e O’leary (1970), os danos da salinidade na germinação de 
sementes estão relacionados aos efeitos osmótico e tóxico dos íons. Porém, muitas 
espécies/variedades apresentam diferentes graus de tolerância/sensibilidade aos efeitos 
negativos dos sais durante o cultivo. O conteúdo de sais é diretamente proporcional à 
condutividade elétrica (CE) do substrato. Como um ponto de referência, uma CE de 3 
dS.m-1 limita o crescimento da maioria das plantas. Para o caso de culturas mais 
sensíveis à salinidade, esse valor deverá situar-se em níveis abaixo de 1,0 dS.m-1 
(AYERS; WESTCOT, 1991). 
 Estudo desenvolvido por Murray (2000), sobre amostras de pó de coco maduro 
provenientes de diferentes localidades (Costa do Marfim, Costa Rica, México, Sri 
Lanka e Tailândia), mostrou que a condutividade elétrica dos diferentes substratos 
variou de 0,39 dS.m-1 (para amostra da Costa Rica) até 5,97 dS.m-1 (para amostra do 
México). 
 O resíduo do coco verde é um material que também apresenta uma salinidade de 
média a elevada, o que confere elevada condutividade elétrica. Nesse caso, a eficiência 
da etapa de prensagem, durante o processamento das cascas, é de fundamental 
importância para a adequação do nível de salinidade do pó obtido no processamento. A 
casca de coco verde apresenta 85% de umidade e um conteúdo de sais em níveis tóxicos 
para o cultivo de várias espécies vegetais. A extração desta umidade, via compressão 
mecânica, possibilita a extração conjunta de uma grande quantidade de sais solúveis. 
Este aspecto impõe que a casca do coco verde seja processada o quanto antes possível 
após o consumo ou retirada da água de coco. Adicionalmente, um programa adequado 
de lavagem, por imersão do substrato em igual volume de água durante um curto 
período de tempo (15 min), mostrou-se eficaz na remoção de sais solúveis da casca de 
coco verde e conseqüente redução da condutividade elétrica (BEZERRA; ROSA, 2002; 
ROSA et al., 2001b). Atenção especial deve ser dada à qualidade de água usada na 
lavagem. 
 A utilização do pó/fibra de coco na horticultura depende dos tratamentos 
dispensados ao material, quais sejam: tempo de estabilização do produto, número de 
lavagens realizadas, conteúdo de sais solúveis indesejáveis, enriquecimento com 
fertilizantes, adição de outros componentes para aumentar ou diminuir a aeração e 
retenção de água, etc. 
 Para a comercialização, o produto deverá ser homogêneo e padronizado de modo 
a assegurar ao usuário um certo grau de qualidade e confiabilidade. Em geral, o pó de 
coco pode ser comercializado em sacos ou em ladrilhos (prensado). 
 Buscando proporcionar informação padronizada aos usuários de substratos para 
plantas, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio da Secretaria 
de Defesa Agropecuária, expediu a Instrução Normativa Nº 46 de 12 de setembro de 
2006, com a finalidade precípua de aprovar os métodos analíticos oficiais para análise 
de substratos e condicionadores de solos. Para tanto, todo e qualquer material a ser 
comercializado deverá ser analisado com respeito à: umidade atual, densidade, 
 
 7 
capacidade de retenção de umidade a 10 cm (CRA 10), pH, condutividade elétrica (CE) 
e capacidade de troca de cátions (CTC). A análise do pH e da CE deverá ser realizada 
numa suspensão 1+5 (V : V) de substrato : água. A granulometria e a extração de outros 
nutrientes solúveis poderá ser determinada, porém não é exigênica legal, apesar de 
serem de grande valia para os usuários. Nas Tabelas 1 e 2 são apresentados alguns 
resultados analíticos realizados em amostras de pó/fibra de coco verde processado na 
Usina de Beneficiamento de Coco Verde, localizada em Jangurussu, Ceará. 
 
 
 8 
Tabela 1. Características de amostras de pó de coco verde processadas (peneirada em 
tamiz de malha quadrada com 5mm de abertura) na Usina de Beneficiamento de Coco 
Verde do Jangurussu, Ceará 
 
 
Unidade AMOSTRA 1 
AMOSTRA 
2 
AMOSTRA 
3 
AMOSTRA 
4 
Nº lavagens 0 1 2 3 
Granulometria (X) 
X >16 mm % 0,0 0,0 0,0 0,0 
8 mm < X < 16 mm % 0,0 0,6 0,7 0,0 
4 mm < X < 8 mm % 1,0 5,4 4,3 1,7 
2 mm < X < 4mm % 5,5 7,8 10,0 6,1 
1 mm < X < 2mm % 5,5 7,8 10,0 6,1 
0,5 mm < X < 1mm % 43,3 36,7 36,4 43,5 
0,25 mm < X < 0,5 
mm % 25,8 25,9 12,3 22,9 
0,125 mm < X < 0,25 
mm % 4,7 5,4 2,6 4,9 
X < 0,125 mm % 0,4 0,4 0,5 0,4 
Dens. (auto-
compactação) kg/m3 164,7 172,7 170,0 170,5 
Umidade Atual % 85,1 82,3 86,4 86,2 
Carbono orgânico % 94,6 97,3 94,7 95,5 
Teor de Cinzas % 5,4 2,7 5,3 4,5 
Nitrogênio Total % 1,1 1,1 1,1 1,1 
C/N 
 
86,0 88 86,1 86,8 
Suspensão 1+1,5 (v:v) substrato : água 
pH 
 
5,61 6,15 6,32 6,48 
CE dS/m 1,42 0,29 0,24 0,21 
Ca 
mg/L 
subs. 6,2 4,8 3,7 2,4 
Mg 
mg/L 
subs. 2,7 2,7 1,9 0,9 
K 
mg/L 
subs. 650,8 71,8 51,0 40,9 
Na 
mg/L 
subs. 160,4 35,9 33,3 33,0 
P 
mg/L 
subs. 26,5 17,1 12,4 6,2 
Cl 
mg/L 
subs. 664,7 195,0 319,1 132,9 
N-NO3 
mg/L 
subs. 0,9 0,7 1,4 3,0 
N-NH4 
mg/L 
subs. 3,7 3,1 2,6 2,7 
S-SO4 mg/L subs 11,4 17,2 17,0 11,4 
Análises realizadas no Laboratório de Água e Solo da Embrapa Agroindústria Tropical 
 
 
 9 
Tabela 2. Características de amostras de pó de coco verde processadas (peneirada em 
tamiz de malha quadrada com 10 mm de abertura) na Usina de 
Beneficiamento de Coco Verde do Jangurussu, Ceará 
 
 
Unidade AMOSTRA 1 
AMOSTRA 
2 
AMOSTRA 
3 
AMOSTRA 
4 
Nº lavagens 0 1 2 3 
Granulometria (X) 
X >16 mm % 0,0 0,0 0,0 0,0 
8 mm < X < 16 mm % 0,0 0,0 0,0 0,0 
4 mm < X < 8 mm % 3,5 9,2 7,7 7,9 
2 mm < X < 4mm % 6,5 8,4 9,5 8,8 
1 mm < X < 2mm % 6,5 8,4 9,5 8,8 
0,5 mm < X < 1mm % 38,9 36,3 40,3 39,2 
0,25 mm < X < 0,5 mm % 27,2 25,3 18,1 23,2 
0,125 mm < X < 0,25 mm % 6,1 5,4 4,2 5,3 
X < 0,125 mm % 0,4 0,3 0,4 0,4 
Dens.(auto-
compactação) kg/m3 167,1 164,7 171,3 167,2 
Umidade Atual % 84,7 83,6 85,9 85,7 
Carbono orgânico % 95,1 95,3 95,3 95,5 
Teor de Cinzas % 4,9 4,7 4,7 4,5 
Nitrogênio Total % 1,1 1,1 1,1 1,1 
C/N 89,4 86,6 86,6 86,8 
Suspensão 1+1,5 (v : v) substrato : água 
pH 5,89 6,15 6,43 6,15 
CE (dS/m) 1,42 0,29 0,26 0,29 
Ca 
mg/L 
subs. 6,8 4,8 3,4 4,8 
Mg 
mg/L 
subs. 8,6 2,7 1,5 2,7 
K 
mg/L 
subs. 691,7 71,8 63,9 71,8 
Na 
mg/L 
subs. 123,1 35,9 35,4 35,9 
P 
mg/L 
subs. 25,2 17,1 10,1 17,1 
Cl 
mg/L 
subs. 709,1 195,0 150,7 195,0 
N-NO3 
mg/L 
subs. 2,0 0,7 1,6 0,7 
N-NH4 
mg/L 
subs. 1,9 3,1 2,0 3,1 
S-SO4 mg/L subs 9,6 17,2 13,2 17,2 
Análises realizadas no Laboratório de Água e Solo da Embrapa Agroindústria Tropical 
 
 
 10 
O uso predominante do pó de coco como substrato agrícola se dá como meio 
inerte; ou seja, funcionando apenas como sustentação para o desenvolvimento de 
plantas e não como fornecedor de nutrientes para a planta. A exemplo do que já ocorre 
com o coco maduro, o uso das cascas do coco verde na forma de substrato agrícola 
inerte já é uma realidade, sendo utilizado como meio de crescimento ou componente de 
crescimento para produção de plantas. As boas características agronômicas do substrato 
a base de coco verde foram atestadas no cultivo de mudas de alface, caju, tomate, 
pimentão, coentro, berinjela, melão, abacaxi ornamental e flores (ROSA et al., 2001b, 
CORREIA et al., 2003, SALGADO et al., 2006, CAPISTRANO et al., 2006, 
OLIVEIRA et al., 2006, CORREIA et al., 2001, BRÍGIDO et al., 2002 PAIVA et al., 
2005). As Figuras 4, 5, 6, 7 e 8 ilustram alguns desses testes. 
 
 
Figura 4 –Mudas de alface cultivadas em substrato 
de coco verde 
 Figura 5 – Mudas de abacaxi ornamental 
cultivadas em substrato de coco verde 
 
 
Figura 6 - Mudas de cajueiro anão cultivadas 
em substrato de coco verde 
Figura 7 – Cultivo de tomate em substrato de 
coco verde 
 
 
 
 11 
 
 Figura 8 – Muda de melão cultivada em substrato de coco verde. 
O pó de coco verde pode ser usado também como substrato (após 
compostagem), puro ou em composição com outros materiais. A compostagem é uma 
técnica utilizada para se obter mais rapidamente e em melhores condições, a 
estabilização da matéria orgânica em material humificado, com atributos físicos, 
químicos e biológicos superiores (sob o aspecto agronômico) àqueles encontrados no 
material de origem. Aplicado nas plantações, o composto adiciona matéria orgânica, 
melhora a estrutura do solo e a retenção de água, reduz a necessidade de fertilizantes e o 
potencial de erosão do solo. 
 O pó da casca de coco verde foi compostado com estercos diversos (bovino, 
poedeira e cama de frango) e utilizado na formulação de diferentes substratos 
juntamente com outros materiais para utilização na produção de mudas de espécies 
olerícolas: alface, melão, tomate, quiabo (BEZERRA et al., 2002; AQUINO et al., 
2003; LEAL et al., 2003; PEREIRA et al., 2004), frutíferas: graviola, caju, mangaba 
(LOURENÇO, 2005, MESQUITA et al., 2006; CAVALCANTI JÚNIOR et al., 2006a), 
ornamentais: crisântemo, tagetes, caliopsis (BEZERRA et al., 2001; BEZERRA et al., 
2006a; BEZERRA et al., 2006b) e na aclimatização de mudas micropropagadas: violeta 
africana, helicônia, abacaxi ornamental, (TERCEIRO NETO et al., 2004; SANTOS et 
al., 2004; CARVALHO et al., 2006). 
 O comércio mundial de pó/fibra da casca de coco tem ganhado força na segunda 
metade da presente década. O preço que se encontrava declinante chegando a atingir os 
US$ 173,00 a tonelada. Entretanto, em novembro de 2005 o preço já se encontrava em 
US$ 281,00 a tonelada FOB no porto do Sri Lanka, maior exportador mundial deste 
produto (FAO 2007). A ampliação do consumo mundial de derivados da casca de coco 
tem grande influência neste comportamento. O que pode ser verificado pelo aumento 
gradativo no volume de exportações (Tabela 3). 
 
Tabela 3 – Preços médios e quantidades de pó/fibra de coco exportado pelo Sri Lanka 
no período de 2000 a 2006, em US$ FOB. 
 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 
Quantidade Exportada 74,87 78,50 79,98 91,06 84,72 106,48 96,45 
Preço FOB 195,00 185,00 186,00 173,00 207,00 238,00 240,00* 
Fonte: FAO 2007. 
* média de preços até junho. 
 
 12 
3.2. Fibras 
 O material fibroso que constitui o mesocarpo do fruto, também denominada 
“coir”, “bonote” ou fibra, é um produto tradicional em países como a Índia e Sri Lanka, 
habituados a processar o coco maduro. Estes países dominam o mercado mundial deste 
produto, sendo responsáveis por mais de 90% da produção mundial. 
Atualmente a produção anual de fibras de coco é de aproximadamente 550.000 
toneladas métricas, produzidas principalmente pela Índia e Sri Lanka (Tabela 4). 
 
Tabela 4 - Produção mundial de fibra de coco entre 2000 e 2006. 
 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 
 Milhares de toneladas 
Fibra Marrom 
Índia 244,0 247,6 241,7 248,0 252,0 285,0 314,0 
Sri Lanka 55,1 55,4 65,5 54,6 67,5 58,9 76,6 
Tailândia 8,7 
 
14,7 22,3 36,9 53,6 41,1 41,1 
Outros Países 18,2 
 
19,3 19,0 17,7 16,7 16,8 17,0 
Sub-Total 326,0 
 
337,0 348,5 357,3 389,7 401,8 448,7 
Fibra Branca 
Índia 120,0 
 
121,8 112,0 112,0 112,0 100,0 96,0 
Total 446 458,8 460,5 469,3 501,7 501,8 544,7 
Fonte - FAO (2007) 
 
Historicamente o Sri Lanka tem sido o principal exportador de fibras e a Índia de 
produtos com maior valor agregado. 
As atividades relacionadas ao beneficiamento da fibra de coco empregam na 
Índia e Sri Lanka mais de 500.000 pessoas, principalmente mulheres na zona rural, 
sendo considerada uma atividade estratégica do ponto de vista social. 
Durante as décadas de 80 e 90 as exportações de fibra de coco declinaram 
fortemente, devido a sua substituição por espumas e fibras sintéticas. A partir da década 
de 90 o crescimento da demanda interna da Índia e das importações China, que em 2005 
já atingia os mesmos volumes da União Européia, reaqueceu o mercado internacional de 
fibra de coco e seus derivados. Como reflexo, outros países como as Filipinas, Tailândia 
e Vietnam, têm ingressado neste mercado expandindo sua produção e exportação de 
fibras. 
 
Tabela 5 – Principais importadores de fibra de coco no período de 2000 a 2005 
 2000 2001 2002 2003 2004 2005 
Milhares de toneladas 
União Européia 49,68 43,69 49,14 48,94 61,75 74,95 
EUA 12,99 9,90 10,07 11,97 19,44 22,00 
China 21,78 34,01 43,73 51,37 84,32 76,19 
Fonte - FAO (2007) 
 
 13 
No Brasil a tecnologia de aproveitamento da casca de coco seco já é conhecida e 
utilizada há algum tempo. As principais empresas que atuam no mercado de derivados 
da casca de coco seco têm entre 30 e 15 anos de existência. No entanto, a produção 
nacional ainda se destina principalmente ao mercado interno. As exportações só 
começam a ser observadas nos últimos cinco anos (Tabela 6), caracterizadas 
principalmente pela exportação de mantas geotêxteis. Tal fato também pode ser 
atribuído ao fato de que os preços internacionais para a fibra em 2004 se encontravam a 
US$/t 185,00 para a fibra bruta e US$/t 207,00 para o pó (FAO, 2006). Neste período 
estes produtos eram comercializados no Brasil em média a US$/t 360,00 e US$/t 220,00 
respectivamente, sendo que o substrato agrícola comercializado pela líder de mercado 
atingia os US$/t 360,00. 
 
Tabela 6 - Exportações brasileiras de fibra de coco e derivados no período de 2000 a 
2007. 
Mercadoria 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 
Quantidade (kg) 
Fibra de coco em bruto 52 159 734 
Revestimento para pavimentos 23.106 28.010 18.400 
Fibras de coco trabalhadas, não fiadas. 500 129.251 148.875 172.995 122.192 
Fonte - Ministério do desenvolvimento indústria e comércio exterior (2007) 
 As fibras de coco verde apresentam-se como mais uma opção para este nicho do 
mercado e seu uso vem sendo atestado positivamente com resultados equivalentes aos 
obtidos com a fibra do coco maduro. 
 A demanda crescente por fibras de coco se dá em razão do interesse por produtos 
ecologicamente corretos, por ser proveniente de uma fonte renovável, biodegradável e 
de baixo custo e por suas características oferecerem diversas possibilidades de 
utilização. 
 A fibra de coco é adequada para exercer a função de reforço em materiais, 
graças a sua alta resistência e rigidez. De um modo geral, possui grande durabilidade, 
atribuída ao alto teor de lignina e polioses, baixo teor de celulose, elevado ângulo 
espiral quando comparada com outras fibras naturais, o que lhe confere um 
comportamento diferenciado. Possui baixa densidade, grande percentual de 
alongamento e valores pequenos de resistência à tração e de módulo de elasticidade. 
 Utilizada há várias décadas como um produto isolante em diversas situações, a 
fibra de coco tem hoje uma diversidade de aplicações. A fibra em forma de manta 
geotêxtil é um excelente material para ser usado em superfícies sujeitas à erosão 
provocada pela ação de chuvas ou ventos, como em taludes nas margens de rodovias e 
ferrovias, em áreas de reflorestamento, em parques urbanos e em qualquer área de 
declive acentuado ou de ressecamento rápido. 
 A sua utilização na elaboração de compósitos (novos materiais conjugados 
formados por pelo menos dois componentes, sendo um deles um componente de reforço, na 
forma de fibras) tende a diminuir a densidade do material com bom potencial de 
 
 14 
alongamento e capacidade de reforço mediana, porém com possibilidades de aumentode desempenho da interação fibra-matriz devido à ação aglutinante da lignina. A ação 
do calor na formação do compósito tende a aumentar tal capacidade de interação. 
Apesar do baixo teor de celulose, a estrutura da fibra é bem fechada, devendo ser esta a 
razão de sua melhor resistência à ação dos álcalis do que fibras de alto teor de celulose 
(REDDY; YANG, 2005; VAN DAM, 2004). 
Na indústria de embalagens existem projetos para a utilização da fibra de coco 
como carga para o Poli Tereftalato de Etila (PET), podendo gerar materiais plásticos 
com propriedades adequadas para aplicações práticas e resultando em contribuição para 
a resolução de problemas ambientais, ou seja, reduzindo o tempo de decomposição do 
plástico. 
A indústria da borracha é receptora também de grande número de projetos 
envolvendo produtos ecológicos diversos, desde a utilização da fibra do coco maduro e 
verde na confecção de solados de calçados, até encostos e bancos de carros. 
 Estudo desenvolvido por Vale et al. (2006) sobre a viabilidade do uso de fibras 
de coco verde em misturas asfálticas detectou sua boa eficiência com relação ao 
escorrimento, apresentando resultados similares aos tradicionalmente obtidos com 
celulose. 
Além dos usos já citados, a fibra da casca de coco verde pode ser utilizada na 
confecção de vasos, placas e bastões para o cultivo de diversas espécies vegetais. Além 
de substituírem os produtos tradicionais a base de barro, cimento e plástico, também se 
apresentam como uma alternativa aos subprodutos extraídos da samambaiaçu 
(Dicksonia sellowiana), buscando a inserção no mercado ocupado hoje pelo xaxim, que 
é um produto de exploração cada vez mais restrita pela legislação brasileira. 
A confecção de artesanatos variados também representa uma importante forma 
de aproveitamento não apenas da fibra mas também do pó da casca de coco verde, 
podendo originar uma grande gama de itens, haja visto que o Brasil tem sido cada vez 
mais um importante destino para os turistas de outros países, grandes consumidores 
deste tipo de produto. 
3.3. Outros usos da casca de coco verde 
Cobertura morta 
A cobertura morta é uma prática agrícola que consiste em cobrir a superfície do 
solo, com uma camada de material orgânico. O material forma uma camada protetora 
sobre o solo, podendo influenciar nos processos físicos, químicos e microbiológicos do 
solo e proporcionar condições favoráveis ao desenvolvimento da cultura. 
A utilização da cobertura morta apresenta vantagens potencias, tais como 
reciclagem de nutrientes, redução das perdas de água por evaporação da superfície do 
solo e manutenção de níveis de umidade e temperatura, nas camadas superficiais do 
solo, adequados ao desenvolvimento de raízes e de microrganismos benéficos para as 
culturas (MIRANDA et al., 2004). 
 
 15 
A casca do coco verde possui teores de potássio, cálcio e nitrogênio (ROSA et 
al., 2002) que podem contribuir de forma positiva para a adubação das culturas. Por 
outro lado, o material pode apresentar níveis tóxicos de tanino, de cloreto de potássio e 
de sódio (CARRIJO et al., 2002), cuja acumulação pode causar alterações das 
propriedades químicas e físicas do solo. O fato sugere que a aplicação da casca de coco 
verde em cobertura morta deve ser acompanhada do monitoramento contínuo da 
salinidade do solo, a fim de prevenir futuras alterações nas propriedades físicas e 
químicas do solo e danos para a cultura (MIRANDA et al., 2007). 
Estudo realizado por Miranda et al. (2004) mostrou que o uso da casca de coco 
verde como cobertura morta em coqueiros alterou o regime térmico do solo, reduzindo a 
variação da temperatura ao longo do dia em relação ao solo sem cobertura, em todas as 
profundidades estudadas, principalmente próximo à superfície. A cobertura com a casca 
de coco verde funcionou como uma camada de isolamento térmico, reduzindo o 
aquecimento do solo durante o dia e a perda de calor para a atmosfera durante a noite, 
evidenciando ser tão efetiva na redução da temperatura máxima e da amplitude térmica 
do solo quanto outros materiais vegetais. 
Fonte alternativa de energia - Briquetes 
As cascas de coco verde podem ser transformadas em briquetes por meio de um 
processo de compactação a elevadas pressões. Os briquetes constam de pequenas toras, 
resultantes da compactação do resíduo. Mais densos, com formato padrão e com alto 
poder calorífico, seu uso tem atraído estabelecimentos que, para reduzir custos e 
aproveitar melhor seu espaço físico, estão aderindo a esta tecnologia. São considerados 
um “carvão ecológico” de alta qualidade e substituem com enormes vantagens a queima 
de óleo combustível e madeira em fornalhas, processos de gaseificação, lareiras etc. 
Outras potencialidades 
 Características microscópicas fazem do pó de coco um excelente adsorvente, 
abrindo possibilidades de uso na área de bioremediação de solos e biosorção de metais 
pesados (SOUSA et al., 2007, PINO et al., 2006), e ainda, como substrato para cama de 
animais de laboratório (FARIAS et al., 2005). 
3.4. Potencialidades de aplicação do líquido da casca de coco verde (LCCV) 
 O líquido gerado durante a prensagem da casca de coco verde (LCCV) apresenta 
em sua composição um conteúdo de polifenólicos, açúcares e potássio que vem 
estimulando pesquisas com o intuito de avaliar seu uso em aplicações de alto valor 
agregado. 
 Os estudos atualmente em andamento versam sobre o potencial do LCCV como 
fonte de taninos para formulação de resinas fenólicas e para fins fitoterápicos; como 
fonte de açúcar em processos fermentativos e geração de biogás; e como fonte de 
potássio, na fertilização de cultivos agrícolas. 
 Os resultados obtidos até o momento indicam que o LCCV tem teor de taninos 
condensados capaz de viabilizar a elaboração de adesivos; teor de açúcares que o torna 
 
 16 
factível de ser usado como meio de fermentação e conteúdo de potássio que possibilita 
seu uso na fertirrigação de culturas, sobretudo aquelas tolerantes a alta salinidade, em 
razão da sua alta condutividade elétrica. 
4. PROCESSAMENTO DA CASCA DE COCO VERDE 
A tecnologia de processamento das cascas de coco verde foi desenvolvida pela 
Embrapa Agroindústria Tropical, em parceria com a metalúrgica FORTALMAG. Na 
Figura 9, pode-se observar o equipamento completo, que realiza as seguintes ações: 
• Trituração: as cascas inteiras ou cortadas são processadas por uma máquina 
que possui um rolo de facas fixas responsáveis pelo esmagamento da parte 
fibrosa do fruto. 
• Prensagem: o material triturado é transportado para uma prensa rotativa 
horizontal, que extrai o excesso de líquido do produto triturado. 
• Seleção: após a prensagem, as fibras, que correspondem a 30% do produto 
final são separadas do pó, equivalente a 70%, em uma máquina 
selecionadora, que utiliza marteletes fixos helicoidais e uma chapa perfurada. 
 Nas etapas subseqüentes, o pó e a fibra seguem rotas distintas de processamento 
até a obtenção, respectivamente, do substrato agrícola e da fibra bruta de casca de coco 
verde que, por processo apropriado, é convertida em uma grande variedade de produtos. 
O fluxograma, no anexo, apresenta as etapas do processo de obtenção de substrato 
agrícola inerte e fibra bruta. 
 
Figura 9 – Equipamento para processamento da casca de coco verde 
 
 
 
 
 17 
4.1. Produção de pó e fibra da casca de coco verde 
 
Figura 10 - Fluxograma operacional da etapa de produção de substrato agrícola e 
fibra de coco verde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Substrato 
Agrícola 
Fibra 
Bruta 
COLETA DA CASCA 
DE COCO VERDE 
ALIMENTAÇÃO 
TRITURAÇÃO 
PRENSAGEM 
CLASSIFICAÇÃOLAVAGEM 
FERMENTAÇÃO 
 
MOAGEM 
 
PENEIRAMENTO 
 
FORMULAÇÃO 
ARMAZENAGEM 
EXPEDIÇÃO 
SECAGEM 
RECLASSIFICAÇÃO 
ENFARDAMENTO 
ARMAZENAGEM 
EXPEDIÇÃO 
MATERIAL 
ESTRANHO 
LCCV 
ÁGUA SALINA 
FIBRILAS E 
CASQUILHOS 
FIBRILAS E 
CASQUILHOS 
Etapas de processamento 
Subprodutos / Resíduos 
 
 18 
 
 
4.1.1. Coleta da Casca de Coco Verde e Transporte 
Ao chegarem à unidade de beneficiamento, os caminhões carregados de casca de 
coco verde (CCV), se possível, deverão ser pesados. No mercado existem vários 
modelos de balanças para caminhão, o tipo mais adequado deverá ser definido em 
função do tipo de veículo que fará o transporte das cascas. Neste momento também será 
realizada a identificação da origem do material, tipo (inteiro ou bandas), data de 
recepção e outras informações relevantes ao controle do fluxo de entrada de CCV na 
unidade de processamento. O controle permitirá obter informações úteis ao processo de 
planejamento, pois possibilita conhecer melhor a dinâmica de geração de casca nos 
pontos de fornecimento, dias da semana e meses do ano com maior volume de 
produção, possibilitando o planejamento da produção e da formação de estoques. 
Também possibilita verificar a produtividade da fábrica e eliminar possíveis fontes de 
desperdício. 
A casca de coco deve chegar à unidade de beneficiamento em até três dias após a 
extração da água. Esse procedimento visa elevar a qualidade dos produtos finais (pó e 
fibra), pois a desidratação da casca aumenta a sua densidade e prejudica as etapas 
seguintes do processamento, reduzindo a eficiência da retirada dos sais na etapa de 
prensagem e da separação das fibras na etapa de classificação. 
Após a pesagem o caminhão deverá despejar a carga na moega de recepção. 
A moega de recepção tem uma declividade que conduz a matéria prima para 
esteira de alimentação, que a elevará para a entrada da linha de processamento. Neste 
momento deve ser feita a retirada de material estranho ao processamento como, 
canudos, plásticos, pedras, cascas ressecadas podres etc. É importante também que seja 
mantido um fluxo uniforme de alimentação da linha de processamento para garantir a 
eficiência da etapa de prensagem. 
 
Figura 11. Descarga de cascas de coco. 
 
 
 19 
 A alimentação da esteira deve obedecer à vazão obtida na etapa de prensagem. 
Caso o volume seja muito pequeno a prensagem se torna pouco eficiente e a retirada dos 
sais, bem como a etapa de classificação são prejudicadas. Se o volume de cascas é 
maior que a capacidade de prensagem, irá ocorrer um acúmulo de material triturado na 
entrada da prensa e ocorrerá o travamento da mesma ou “embuchamento”. Para 
controlar a velocidade de alimentação existem três formas: 
1. Manualmente controlar o número e tamanho de cascas que entram na máquina; 
2. Redução do número de pás/ganchos da esteira de alimentação; e 
3. Controle da velocidade da esteira de alimentação 
Os modelos de equipamentos mais novos permitem o controle de velocidade da 
esteira de alimentação, o que facilita sobremaneira este ajuste da alimentação. No 
entanto em casos de embuchamento constante podem ser retiradas pás/ganchos da 
esteira numa distribuição uniforme. Estas duas formas de controle do fluxo de 
alimentação não substituem a primeira. O monitoramento da esteira deve ser feito 
constantemente, tanto para evitar a entrada de materiais estranhos ao processamento, 
com dito anteriormente, como para retirar cascas muito grandes ou acumuladas nas pás 
da esteira. 
 
 
Figura 12. Alimentação da linha. 
 
4.1.2. Trituração 
Nesta etapa as cascas inteiras ou cortadas são processadas pela máquina 
trituradora de CCV, essa possui um rolo de facas fixas que trituram as cascas. Ao final 
dessa etapa se obtém a CCV desintegrada. A trituradora da com facas fixas minimiza o 
corte das fibras, viabilizando a separação e o aproveitamento posterior das fibras longas. 
Este procedimento possibilita a realização das etapas seguintes de prensagem e 
classificação. 
Existem no mercado outros equipamentos para triturar a casca de coco. Podemos 
agrupá-los segundo suas ferramentas de corte: Disco e facas, Discos de corte alternados, 
 
 20 
e moinhos universais. Estes equipamentos trituram integralmente a casca de coco verde 
e são úteis em sistemas onde o aproveitamento da fibra não é requerido. 
 
 
Figura 13. Máquina trituradora de casca de coco verde. 
 
 
4.1.3. Prensagem 
A casca de coco tem alta concentração de sais em níveis tóxicos para o cultivo 
de várias espécies vegetais. Segundo Prisco & Oleary (1970), os danos da salinidade na 
germinação de sementes estão relacionados aos efeitos osmótico e tóxico dos íons. 
Porém, muitas espécies/variedades apresentam diferentes graus de 
tolerância/sensibilidade aos efeitos negativos dos sais durante o cultivo. Como um ponto 
de referência, uma CE de 3 dS/m limita o crescimento da maioria das plantas. Para o 
caso de culturas mais sensíveis à salinidade, esse valor deverá situar-se em níveis abaixo 
de 1,0 dS/m (Ayers & Westcot, 1991). 
A casca de coco verde tem 80% de umidade e a maior parte dos sais se encontra 
em solução. A extração de parte desta umidade via compressão mecânica possibilita a 
redução da salinidade de 4,7 dS/m, observada na casca antes do beneficiamento, para 
próximo de 1,3 dS/m. Assim obtém-se uma redução na necessidade de água para o 
processo de lavagem que irá reduzir a salinidade para próximo de 0,3 dS/m. 
A CCV desintegrada é prensada num prensa de rolos horizontais. Ao final da 
prensagem são obtidas as cascas desintegradas com a umidade reduzida, e o líquido da 
casca de coco verde (LCCV), numa proporção de 30% do peso inicial de cascas 
processadas é extraído na forma de LCCV, cuja composição possui açúcares 
fermentescíveis, compostos fenólicos, cátions (cálcio, magnésio, potássio e sódio) e 
ânions (cloreto, bicarbonato e sulfato), além de elevados valores de DQO e DBO. Tais 
características indicam a necessidade de tratamento adequado para esta água residuária 
gerada no processo de beneficiamento da casca de coco verde. 
 
 21 
Na Tabela 1, observam-se os resultados de uma caracterização do líquido de 
casca de coco verde, proveniente do estado do Ceará. 
 
Tabela 1: Caracterização do líquido da casca de coco verde 
Variável Resultado Unidade 
Condutividade Elétrica 7,88 dS/m 
Cálcio (Ca) 5,22 mmol/L 
Magnésio (Mg) 6,15 mmol/L 
Potássio (K) 47,69 mmol/L 
Sódio (Na) 15,65 mmol/L 
Cloreto em água 83,00 mmol/L 
Carbonato em água <0,01 mmol/L 
Sulfato em água 0,08 mmol/L 
Bicarbonato (HCO3) 0,80 mmol/L 
pH 5,02 mmol/L 
Soma ânions 83,88 mmol/L 
Soma Cátions 74,72 mmol/L 
Fósforo (P) 3,08 mmol/L 
Nitrogênio Amoniacal 11,2 mg/L 
Nitrato 0,1 mg/L 
Razão de adsorção de 
sódio (RAS) 
6,56 - 
 
A eficiência desta etapa é de 
importância fundamental para a perfeita 
seleção do material na etapa seguinte e 
também para a adequação do nível de 
salinidade do pó obtido no 
processamento. Para obtenção de 
melhores resultados nesta etapa a casca 
de coco não pode estar desidratada, para 
tanto é importante que seja beneficiada 
até 3 dias após o consumo, para que 
possua o máximo de umidade possível, o 
que otimiza a retirada de sais. 
O operador das máquinas deve 
estar sempre atento para proceder a 
limpeza das caixas de tela que filtram o 
LCCV que sai da prensa, para evitar que 
os restos de fibra e pó obstruam a 
mesma. O material retido pode ser 
recolocado na prensa junto com o 
material novo. Ao fim do beneficiamento 
o material restante deve ser descartado. 
 
4.1.4. Classificação 
Após a prensagem são separadas as fibras do pó na máquina classificadora com 
um rolo de facas fixas e uma chapa perfurada. O material é turbilhonado ao longo do22 
eixo da máquina, o que faz com que o pó caia pela chapa perfurada e a fibra saia no fim 
do percurso. É necessário que o operador, com um rodo de borracha ou vassoura, 
auxilie na descarga do pó, operação que deve ser procedida de 5 em cinco minutos, 
conforme os orifícios da tela comecem a ficar obstruído dificultando a saída do pó. 
O pó selecionado cai na base da máquina, podendo ser recepcionado em caixas 
plásticas, carrinhos adaptados ou mesmo no chão. Nos dois primeiros casos os 
recipientes são trocados sempre que os estejam cheios e trocados imediatamente por 
outros vazios. No terceiro caso de forma contínua o operador faz a raspagem do pó com 
um rodo, puxando o material para uma pilha de onde posteriormente será levado para a 
etapa de lavagem. 
Nas etapas subseqüentes o pó e a fibra seguem rotas distintas de processamento 
até a obtenção do substrato agrícola e da fibra bruta de casca de coco verde em suas 
formas de apresentação comercial. 
 
 Figura 15. Descarga de pó da casca de coco verde. 
 
 
 
 23 
4.2. PRODUÇÃO DE SUBSTRATO AGRÍCOLA 
 
4.2.1. Lavagem 
 O pó da CCV obtido após a etapa de classificação tem condutividade elétrica 
entre 1,3 dS/m. Como citado anteriormente o substrato agrícola deve ter salinidade 
próxima a 1,0 dS/m, no entanto como ao pó de casca de coco ainda serão adicionadas 
fontes de nutrientes na forma de adubos químicos ou orgânicos, que irão aumentar 
novamente a salinidade do substrato, a condutividade elétrica do pó deve se situa em 
trono de 0,5 dS/m. Para atingir este nível de salinidade é necessária a realização de uma 
lavagem do pó com água limpa (com condutividade inferior a 0,3 dS/m) na proporção 
volumétrica de 1:1. Esta lavagem é feita em caixas d’água de fibra, ou de alvenaria, que 
são preenchidas com pó até a metade de seu volume, em seguida adiciona-se água até o 
enchimento por completo da caixa. Estando a caixa cheia com o pó e a água é feito um 
revolvimento do material, ou com o auxilio de uma haste de metal ou madeira. O pó 
deve ficar na água por cerca de 15 minutos. Depois retirado o tampão da saída de água 
da caixa, deixando-se escoar a mesma. 
A saída de água deve estar protegida por um elemento filtrante para evitar a 
perda de pó. Obtivemos bons resultados com a utilização de uma camada de 30 a 50cm 
de fibra da casca de coco, com forme a figura a seguir. 
 
Figura 16. Esquema do tanque de lavagem do pó da casca de coco. 
 
O pó retirado dos tanques e espalhado no pátio de secagem, em camadas de 5,0 a 
10cm de espessura, pelo período de um dia para a evaporação do excesso de umidade. O 
Efluente gerado nesta etapa é tratado juntamente com o LCCV. 
 
 
4.2.2. Fermentação 
 O pó da casca de coco verde possui uma relação C / N elevada, o que confere ao 
substrato da casca de coco verde uma boa estabilidade. No entanto, nos primeiros dias 
após a sua produção ainda se observa atividade fermentativa no pó. Caso o pó seja 
utilizado neste período podem ser observados problemas com a imobilização de 
nutrientes e morte de raízes, devido às altas temperaturas observadas durante a 
fermentação. Para prevenir estes problemas o pó é acondicionado em baias de 
fermentação e revolvido semanalmente por 60 dias, ou até que a temperatura interna da 
pilha de pó se equilibre à temperatura ambiente (gráfico 1), o que pode ser medido com 
um termômetro de haste. As medições de temperatura devem ser feitas pelo menos três 
vezes por semana. 
 
 24 
 
Gráfico 1. Comportamento da temperatura de uma leira de compostagem. 
 
 No momento de enchimento das baias o pó será misturado com uréia, na 
proporção de 2 gramas para cada quilo de pó. A forma mais fácil de fazer a distribuição 
é diluir a uréia em água e regar o pó enquanto o mesmo estiver espalhado no pátio. Essa 
operação deve ser feita utilizando-se o mínimo de água possível para distribuir 
uniformemente a uréia. Tão logo seja feita a aplicação da uréia o pó deve ser enleirado 
(figura 17), pois a exposição ao sol facilita a perda de nitrogênio por volatilização, o que 
não é desejável. 
 
Figura 17. Leiras de fermentação de pó de coco 
 
 
 25 
 A etapa de fermentação ou compostagem do pó é fundamental para a qualidade 
do substrato. Desta forma, é de fundamental importância que os lotes de pó seja 
identificados com o número da leira onde se encontram no momento, dia de início da 
incubação, dosagem de uréia aplicada, evolução da temperatura da pilha e 
condutividade elétrica do pó ao ser incubado. Essas informações devem ser atualizadas, 
no mínimo, a cada revolvimento do material. 
 
Figura 18. Revolvimento das leiras de compostagem. 
 
4.2.3. Tratamento Térmico/Secagem 
 A casca de coco verde beneficiada tem inúmeras origens, indústrias, bares, 
praias, etc., e não raro chegam à unidade de beneficiamento já com o ataque de 
microrganismos e insetos, que no campo são responsáveis pela degradação das cascas. 
No entanto, alguns destes podem ser considerados como pragas em culturas que irão 
utilizar o pó da casca como substrato agrícola. A forma recomendada de evitar que estes 
microrganismo e insetos venham a contaminar o substrato e causar prejuízos aos 
clientes da empresa é o uso do tratamento térmico. 
 Outra vantagem do tratamento térmico é a remoção do excesso de umidade que 
ainda persiste no substrato, que, em geral, chega ao final do processo de fermentação 
com mais de 50% de umidade, quando o mercado deseja que o pó da casca de coco seja 
comercializado com cerca de 30% de umidade. 
 
Figura 19. Secador rotativo. 
 
 Como já citado anteriormente, existem vários modelos de secadores no mercado 
que podem ser utilizados para o pó de coco. Suas temperaturas de operação variam, mas 
deve ser observado, para que se tenha eficiência na descontaminação, pelo menos a 
aplicação de 80ºC durante 20 minutos. Com o aumento da temperatura o tempo 
necessário reduz. Normalmente, as temperaturas e tempos utilizados para secar o pó até 
30% de umidade serão suficientes para a correta desinfecção do substrato. 
 
 26 
 
 
4.2.4. Moagem 
 O pó obtido na etapa de classificação ainda traz uma parcela importante de fibras 
de diversos comprimentos. Essa desuniformidade do produto pode gerar vários 
problemas no momento de sua utilização. O pó tende a se separar das fibras mais 
longas, descendo no perfil dos vasos maiores, aumentando a densidade e reduzindo a 
aeração na porção inferior do mesmo, o que pode gerar problemas para o 
desenvolvimento das raízes das plantas. 
 Uma forma de solucionar este problema é reduzir o comprimento das fibras, 
melhorando a estabilidade da mistura pó/fibra. Para tanto é utilizado um moinho de 
facas paralelas, que irá reduzir as fibras a menos que 2cm de comprimento. 
 O moinho tem maior eficiência quanto é alimentado com o pó de coco com 
umidades inferiores a 50%, quanto mais seco melhor. Dessa forma pode ser necessária 
uma secagem ao sol após a etapa de compostagem. 
 
4.2.5. Peneiramento 
 A granulometria exigida para o substrato agrícola de pó da casca de coco verde é 
variável de acordo com o tipo de cultivo realizado. No cultivo de mudas em pequenas 
células é necessário um substrato fino, composto apenas pelo pó. Em cultivos de plantas 
ornamentais ou hortaliças feitos em gandes vasos (também se aplica para sacos, calhas e 
bolsas de cultivo) o substrato deve ter uma granulometria mais grossa, sendo composto 
em parte por fibrilas, evitando assim problemas futuros com a aeração. Desta forma, a 
unidade de beneficiamento deve, segundo a demanda dos clientes, peneirar o substrato 
em diferentes malhas e realizar a mistura que resulte na granulometria demandada. 
 Após a secagem este processo se 
torna mais eficiente e em escalas menores 
pode ser feito com peneiras manuais. No 
entanto, em unidade que atuem na capacidade 
de seu equipamentoé recomendável a 
aquisição de peneiras vibratórias ou 
giratórias, com diâmetros de furos com as 
variações de 5, 10 e 20mm, que possibilitarão 
agilidade no beneficiamento, economia de 
mão de obra e o atendimento da maioria das 
demandas de granulometria dos substratos 
utilizados. 
 Algumas demandas podem exigir a mistura de material, que tenha passado por 
diferentes peneiras. Nesses casos é interessante que o cliente envie uma amostra do 
material de referência, para que este seja analisado em um laboratório de solos. De 
posse da caracterização granulométrica do material é possível realizar a formulação 
necessária. 
 
4.2.6. Formulação 
 O substrato da casca de coco verde é considerado inerte pelos baixos níveis de 
nutrientes e sua alta relação C/N, que torna a degradação da matéria orgânica muito 
lenta. Desta forma, o substrato normalmente é utilizado em combinação com outras 
fontes de nutrientes, sejam elas orgânicas ou concentradas. Essa forma de uso faz com 
Figura 20. Peneira rotativa. 
 
 27 
que parte do mercado demande substratos “formulados” na origem. A adição de 
nutrientes, ou formulação, pode ser feita em conformidade com a demanda do cliente 
após a etapa de peneiramento. 
 Para proceder a formulação é necessário que o substrato seja enviado a um 
laboratório de análise de solo que esteja habituado a analisar substratos. O resultado das 
análises de fertilidade devem ser apresentados a um técnico especialista em fertilidade 
de solos para que o mesmo proceda os cálculos das necessidades de correção do 
substrato, fornecendo assim as proporções das fontes de nutrientes que irão ser 
utilizadas na formulação. 
As fontes de nutrientes podem ser misturadas ao substrato na forma sólida, para 
tanto é necessária a utilização de um misturador mecânico, do tipo utilizado em fábricas 
de ração animal. Outra forma, para menores quantidades é a utilização de fontes 
solúveis de nutrientes, como as utilizadas em fertirrigação. Os fertilizantes são 
dissolvidos em água, produzindo-se assim uma calda. O pó é disposto no pátio de 
secagem em uma camada uniforme de 5 a 8 cm de espessura, então é distribuída 
uniformemente a calda sobre o pó com o uso de um regador e feita a homogeneização 
do mesmo com uma enxada. Deve ser utilizado o mínimo possível de água para 
dissolução dos fertilizantes e para a distribuição uniforme sobre a camada de pó. 
 
4.2.7. Embalagem 
O substrato agrícola é comercializado usualmente em sacaria de ráfia ou sacos 
plásticos com espessura de 15 micras. O tamanho das embalagens varia conforme o 
mercado pretendido. O mercado de uso doméstico usualmente aceita melhor 
embalagens com até 5 litros de substrato e o mercado agrícola faz uso de embalagens de 
100 litros. O ensacamento será feito de forma manual com o auxílio de uma balança. O 
fechamento dos sacos de ráfia será feito com costura e as embalagens plásticas serão 
seladas em seladoras elétricas. 
 
4.2.8. Armazenamento 
Após embalados os produtos deverão ser armazenados empilhados sobre pallets, 
evitando o contato com o piso, o que poderia transferir umidade ao material. Cada metro 
cúbico comporta 12 sacos empilhados e cada saco contém 30 kg de pó de coco a 30% 
de umidade, desta forma são necessários, aproximadamente 3m3 para a armazenagem de 
1.000kg de pó. Considerando 4m de altura para o empilhamento, temos 0,75m2 de área 
útil para cada tonelada de pó armazenada. 
 
 
4.3. PRODUÇÃO DE FIBRA DA CASCA DO COCO VERDE 
 
4.3.1. Secagem 
 A fibra que sai do classificador com umidade acima do desejado que é 18%. 
Desta forma é necessário que se proceda sua secagem ao sol. Nesta etapa é importante 
observar que a fibra não deve passar a noite exposta em céu aberto para que não seja 
reumidificada pelo orvalho. 
 Em locais ou épocas com pouca disponibilidade de sol, pode ser necessário o 
uso do secador para realizar esta etapa. Para tanto pode ser utilizado o mesmo secador já 
dimensionado para o pó, mas é necessário que no momento de sua aquisição/construção 
 
 28 
seja previsto este caso, evitando assim alguns modelos específicos para pó, como os 
secadores de fluxo concorrente, comumente utilizados em fábricas de ração animal. 
 
4.3.2. Reclassificação 
A fibra que sai da classificadora ainda vem com alguns restos do endocarpo do 
coco e com um pouco de pó. Para conferir a qualidade final para a comercialização é 
necessário que seja feito um peneiramento da fibra, separando-a das impurezas. Para 
tanto será utilizada a própria máquina classificadora. É feita a desacoplagem da esteira 
de alimentação que a liga ao restante da linha de processamento e alimenta-se a 
classificadora com a fibra seca de forma manual. Como sub-produto deste processo 
obtêm-se fibrilas e casquilhos, que podem ser utilizador na composição de substratos 
agrícolas de granulometria mais grossa quando misturados ao pó da CCV. 
Para não ter de parar a linha principal de processamento pode ser necessária a 
aquisição de uma peneira rotativa específica para realizar a etapa de reclassificação da 
fibra. 
 
4.3.3. Enfardamento 
A fibra é muito pouco densa. Desta forma, para reduzir os custos com seu 
transporte é feita a compactação e o enfardamento do material. Existem diferentes 
modelos de prensa que podem realizar esta etapa, mas o mais comum é o uso de prensas 
hidráulicas verticais com carga no pistão de pelo menos 20 ton. A câmara da prensa é 
preenchida com a fibra, aciona-se o pistão da prensa, em seguida eleva-se novamente o 
pistão e repetem-se as etapas anteriores até que o fardo tenha as dimensões desejadas e a 
densidade próxima de 700 kg/m3. O amarrio é feito com arame grosso, a exemplo dos 
fardos de algodão. 
 
4.3.4. Armazenamento 
Os fardos deverão ser armazenados empilhados sobre pallets, evitando o contato com o 
piso que poderia transferir umidade ao material. Cada metro cúbico de fibra enfardada 
em prensa de 10 toneladas representa 330 kg de fibra. Desta forma para armazenar uma 
tonelada de fibra de coco são necessários cerca de 3m3, com altura de empilhamento de 
4m seriam necessários 0,75m2. 
 
 
5. DIMENSIONAMENTO DE UMA UNIDADE DE BENEFICIAMENTO DE 
CASCA DE COCO VERDE PARA A PRODUÇÃO DE SUBSTRATO 
AGRÍCOLA E FIBRA BRUTA. 
 
 Uma unidade de beneficiamento de casca de coco verde é composta pelos 
seguintes elementos: Área de recepção, Área de beneficiamento da casca, Área de 
lavagem, Pátio de secagem, Baias de fermentação, Área de beneficiamento da fibra, 
Área de beneficiamento do substrato, Secador e Área de armazenagem, Sistema de 
tratamento de efluentes. 
 
5.1. Recepção 
 A moega de recepção deve ter dimensões suficientes para receber a carga de um 
caminhão por vez e ter seu piso em declive (10%) para facilitar o escoamento das cascas 
 
 29 
até a boca de saída da moega. A construção deve ser feita em alvenaria e concreto com 
o revestimento cimentado natural. 
 A boca de descarga da moega deve estar localizada sobre a esteira de alimentação 
da trituradora de cascas possibilitando a alimentação automática da máquina. 
 
5.2. Área de beneficiamento da casca 
 Na área de beneficiamento das cascas o piso será do tipo “corodur” industrial, ou 
cimentado natural (no entanto a aspereza desse prejudica a limpeza do local), com 
inclinação de 1% em direção ao esgotamento de águas residuais. Por ser área destinada 
a instalação de maquinário pesado o piso deverá ser feito em concreto armado para que 
tenha melhor resistência ao impacto. 
 Nesta área o as cascas de coco verde serão trituradas, prensadas e serão separadas 
as fibras longas do pó e fibras curtas. Para tanto serão instalados os seguintes 
equipamentos: 
 
1. Elevador com esteira conduzida por moto redutor (mod moto via) de 1:60 e motor 
de 0,5 cv IV pólos. Dimensões: L:0,90 C:1,40 A:1,65 P:80 Kg. Produção 1500 a 
2000 cocos/hora2. Triturador de Coco Verde motor de 20 cv II pólos. Dimensões: L:0,91 C:1,20 
A:1,30 P:300 Kg. Produção 2500 a 3500 cocos/hora 
3. Prensa Rotativa Horizontal motor de 3 cv IV pólos moto redutor de 1:40. 
Dimensões: L: 0,70 C: 1,00 A: 1,20 P: 300 Kg. Produção 15000 a 18000 kg coco 
verde por dia. 
4. Classificador de Fibra e Pó motor de 10 cv II pólos. Dimensões: L: 0,60 C: 1,60 A: 
1,90 P:300 kg. Classifica 15000 a 18000 de Pó e Fibra por dia. 
 
 A área necessária a instalação destes equipamentos deve ser coberta com 
dimensões de 9,00 x 6,00 m, para que seja possível a descarga dos produtos das 
máquinas e a circulação dos operadores. Caso a área não seja contígua a uma parede que 
possa servir de anteparo para a fibra que é expelida do classificador é necessária a 
construção de uma gaiola de tela. 
 Na saída de líquido da prensa deve ser instalado um dreno para que o líquido seja 
conduzido à estação elevatória que levará o líquido para a estação de tratamento de 
efluentes ou para a rede de esgotamento sanitário. A entrada do dreno deve ser 
construída em desnível, possibilitando o encaixe de um quadro de tela de malha de 
1mm, preferencialmente metálica, mas pode ser utilizada com malha de nylon, com a 
desvantagem da constante danificação da mesma. 
 
5.3. Área de lavagem 
A área de lavagem deverá possuir tanques de alvenaria impermeabilizada, ou de 
fibra de vidro para a lavagem do pó da casca do coco. São necessários oito metros 
quadrados de área de tanques com profundidade de 1,2 m, para atender a cada 10.000 
cocos/dia, considerando quatro lavagens diárias de pó. O dreno deve ser protegido com 
tela fina para que o pó seja filtrado ao final da lavagem. 
Os tanques deverão estar localizados próximos ao pátio de secagem para facilitar 
o transporte do pó molhado. 
 
 30 
A água resultante do processo de lavagem do pó deve ser canalizada para a 
estação elevatória que levará o líquido para a estação de tratamento de efluentes ou para 
a rede de esgotamento sanitário. 
 
 
 
5.4. Pátio de secagem 
O pátio de secagem será feito de piso concretado com juntas de dilatação, ou 
asfaltado. Para a secagem de fibras e pó e fermentação/compostagem, são necessários a 
cada 1.000 cocos beneficiados diariamente, serão necessários 100 m2. Quanto maior a 
insolação no local menor a necessidade de pátio. 
 
5.5. Área de beneficiamento da fibra 
Área coberta, com piso industrial, ou cimentado natural e dimensões de 9,00 x 
7,00m. Caso a área não seja contígua a uma parede que possa servir de anteparo para a 
fibra que é expelida do classificador é necessária a construção de uma gaiola de tela. 
Na área de beneficiamento da fibra serão instalados: 
1. Peneira Tipo Túnel de 5 M comprimento com malha de 30mm para Fibra. 
2. Prensa Hidráulica 20 T para Fibra do Coco. Dois cilindros hidráulicos, dupla ação. 
Haste de 2” x 0,90. Um comando dois elementos. Motor de 5cv II pólos. 
Dimensões: L:1,12 C:4,20 A:1,35 P:500 Kg. Produção estimada 20 a 24 fardos por 
dia de dimensão: 0,60x0,75x0,75 com peso de 40 a 60 kg. 
5.6. Área de beneficiamento do substrato 
 Área coberta, com piso industrial, ou cimentado natural e dimensões de 10,00 x 
4,00m. Localizada próximo às baias de fermentação, para facilitar o transporte do 
substrato. 
 Nessa área estarão instalados: 
1. Peneira Vibratória com 3 crivos diferentes 2,5 – 5 – 7,5 mm. Motor 1,5 cv IV pólos 
com massa excêntrica de 800 gramas. 
2. Balança mecânica com capacidade para 500kg e precisão de 100g. 
3. Máquina de costura portátil para sacaria. 
 
5.7. Secador 
 Existem no mercado diversos tipos de secadores para este tipo de material, aqui 
recomendamos secadores contínuos do tipo tubular ou secadores tipo barcaça. O 
primeiro oferece vantagens de produtividade e uniformidade do processo de secagem e 
o segundo tem vantagens de custo inferior de instalação. Ambos podem ter como fonte 
de aquecimento a lenha ou a queima de gás natural ou GLP. As especificações da área 
de construção destinada a cada um dos equipamentos variarão conforme o fornecedor. 
 
5.8. Área de armazenagem 
 Área coberta, com piso industrial, ou cimentado natural e 400m2. O pé direito 
deve ser de 5m. 
 
 
 31 
5.9. Sistema de tratamento de efluentes 
A elevada concentração de matéria orgânica torna o líquido da casca do coco 
verde (LCCV) adequado para o tratamento anaeróbio, onde pode ser utilizado sistemas 
de alta taxa como os reatores anaeróbios de fluxo ascendente (RAFA ou UASB), ou 
sistemas de baixa taxa como as lagoas anaeróbia, dependendo da disponibilidade de 
área e mão de obra especializada para operação do sistema de tratamento. Vale ressaltar 
que, embora reatores anaeróbios possam ser operados com elevadas cargas orgânicas, 
eles não conseguem produzir efluente com parâmetros adequados para ser dispostos no 
meio ambiente, necessitando de pós-tratamento. Para tanto, podem ser utilizados 
sistemas aeróbios (lagoas de facultativas, de maturação ou polimento, lodos ativados) 
ou processos como leitos de secagem e disposição no solo. Deve-se levar em conta que 
sistemas de tratamento têm custo elevado, sendo necessário um estudo caso a caso para 
a adoção da solução ótima. 
 
6. OPERANDO OS EQUIPAMENTOS 
 
As máquinas que fazem o beneficiamento inicial da casca de coco só devem 
ser acionadas para processar no mínimo 1500 cocos, ou seja, meia hora de 
funcionamento. Tal procedimento é necessário para evitar o desgaste do equipamento 
com acionamentos constantes e reduzir o consumo de energia elétrica. 
A ligação das máquinas é feita no quadro de comando e deve seguir a ordem 
inversa da entrada das cascas para evitar engasgues. Dessa forma a ordem de ligação é a 
seguinte: 
1. Classificadora 
2. Prensa 
3. Triturador 
4. Esteira 
 
Somente após todos os equipamentos estarem em funcionamento na rotação 
adequada é que se dá início à alimentação das máquinas. Esse procedimento também 
visa evitar engasgues no equipamento. 
O procedimento de desligamento é feito de forma inversa. Após interromper a 
alimentação da esteira o operador irá observar se todo o produto que estava dentro das 
máquina foi expelido, ou seja: 
• O triturador não deve estar alimentando a prensa; 
• A prensa não deve estar alimentando o classificador; 
• O classificador não deve estar expelindo fibras ou pó. 
 
 Tendo sido confirmado que as máquinas não tem mais produto em seu interior o 
operador irá começar o desligamento na seguinte ordem: 
1. Esteira 
2. Triturador 
3. Prensa 
4. Classificador 
 
 32 
 
Tabela 5. Ordem de partida e desligamento das máquinas. 
Ordem de 
Partida 
Máquina Ordem de 
Desligamento 
1º A – Selecionadora 4º 
2º B - Prensa 3º 
3º C – Triturador 2º 
4º D - Esteira 1º 
 
6.1. Manutenção 
Os equipamentos de beneficiamento de casca de coco verde são robustos, mas 
operam em condições de grande esforço mecânico. Dessa forma a manutenção 
constante é fundamental para que se evite quebras e ampliando a vida útil dos 
equipamentos, reduzindo assim custos e evitando acidentes. 
 
Antes do Acionamento do Equipamento 
1. Antes de acionar as máquinas o operador deverá verificar, as tensões das correias de 
acionamento, proceder o esticamento da mesma, se necessário, ou ainda sua 
substituição em situação de desgaste excessivo. 
2. Antes de ligar o equipamento deve ser feita uma inspeção nas máquinas para 
verificar a presença de materiais estranhos ou animais no interior das mesma, o que 
poderia provocar acidentes, ou contaminação do produto. 
3. Antes de acionar as máquinas o operador deverá verificar, o estado de conservação 
das facas e o seu aperto. Uma faca que se solte no interior do triturador em pleno 
funcionamento pode atravessar facilmente a carenagem do equipamento e ferir seu 
operador. 
4. Também deve ser observado oestado de, rolos, engrenagens, esteiras e correntes. 
Rachaduras no equipamento ou o rompimento de peças podem provocar acidentes 
sérios. 
 
Após o Acionamento dos Equipamentos 
1. O operado deve observar barulhos ou ruídos estranhos e desligar o equipamento 
imediatamente quando eles ocorrerem, buscando identificar sua origem e corrigir o 
problema antes do novo acionamento da máquina. 
2. Observar se a prensa não está travada 
3. Observar se não há obstruções no triturado ou classificador. 
 
Após o desligamento dos equipamentos 
1. Caso seja o final do turno de trabalho o operador deverá lavar o triturador, ou seja, 
com a máquina em funcionamento, colocar 2 baldes de água na boca alimentadora, 
esperar a expulsão do excesso de água e proceder o desligamento na ordem 
estabelecida. 
 
 33 
2. Ao final de cada dia deverá ser feita a lubrificação dos mancais e correntes, 
observando o estado dos gracheiros, rolamentos, engrenagens e partes que 
necessitem reaperto. 
3. Verificar se ficou algum material acumulado no interior dos equipamentos. 
 
 
6.2. Considerações sobre segurança 
O pessoal que irá trabalhar no beneficiamento da casca de coco verde deverá 
usar os seguintes equipamentos de proteção individual: 
• Luvas; 
• Avental de raspa de couro; 
• Protetor auricular; 
• Óculos de segurança; 
• Botas de borracha. 
Não deve ser permitido o uso de colares, pulseiras ou camisas de manga que 
representem risco de enganchamento nas máquinas, o que pode causar sérios acidentes. 
Também não deve ser permitida a presença de pessoas não capacitadas para a 
operação das máquinas na área de processamento. Os equipamento são de alta potência 
e podem causar graves acidentes a qualquer deslize ou uso indevido. 
Extintores e mangueiras de incêndio devem estar sempre disponíveis, 
principalmente na área de armazenagem, onde se concentra o material com baixa 
umidade. 
 
 34 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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