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Aula 43 Atos Administrativos Revogacao Anulacao resumo

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Ato Administrativo – Revogação Anulação
DIREITO ADMINISTRATIVO
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ATO ADMINISTRATIVO – REVOGAÇÃO ANULAÇÃO
• Revoga-se ato legal, e anula-se ato ilegal.
• No caso da revogação, faz-se uma análise de conveniência e oportunidade 
de manutenção do ato administrativo, que se refere à análise de mérito 
administrativo.
• No caso da anulação, faz-se análise da legalidade.
• Somente a Administração Pública pode fazer revogação. A anulação, por 
sua vez, pode ser feita pela Administração Pública e pelo Poder Judiciário. 
Nesse caso, a Administração pode anular um ato de ofício ou mediante 
provocação do interessado, enquanto o Judiciário só pode anular mediante 
provocação.
Atenção!
O Poder Judiciário só pode fazer revogação de seus próprios atos administrativos. 
Caso contrário, ele não pode fazê-la.
Revogação Anulação/Invalidação
Ato LEGAL ILEGAL
Análise Conveniência e oportunidade (Mérito Administrativo) Legalidade
Quem
Adm. Pública
Obs.: PJ possui revogação de 
seus próprios atos administra-
tivos
Adm. Pública / PJ
Efeitos Ex NUNC → (prospectivo) ← Ex TUNC
Prazo -------------------- 5 anos, salvo má-fé Art. 54, Lei n. 9.784/1999
OOss.:� atos que não admitem Revogação
Ofício
Provocação
Provocação
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Se uma questão de prova trouxer a alegação de que a revogação pode ser 
feita pela Administração Pública ou pelo Poder Judiciário, ela estará incorreta. 
No entanto, se ela enunciar que a revogação pode ser feita pela Administração 
Pública ou pelo Poder Judiciário em sua função administrativa, ela estará 
correta, uma vez que esse poder pode revogar seus próprios atos.
Estaria igualmente correta a questão cujo enunciado dispusesse que o Poder 
Judiciário nunca revoga em sua função típica, pois, nessa função, esse poder 
faz somente anulação ou invalidação. Dessa forma, ele só pode revogar atos 
em sua função atípica, que é a função administrativa.
• A revogação tem efeito ex nunc, ou seja, efeito prospectivo (para o futuro). 
Já a anulação tem efeito ex tunc, isto é, efeito retroativo (para o passado). 
Portanto, a revogação de ato administrativo diz respeito a ato legal e válido 
que, entretanto, não estava conveniente a sua manutenção.
Por exemplo: O Presidente delega ao Ministro de Estado a sua atribuição de 
aplicar demissão a servidores de cada Ministério, estando os Ministros no exer-
cício da delegação durante certo prazo. Após esse tempo, porém, o Presidente 
faz a revogação da delegação. Nesse caso, as demissões aplicadas no período 
anterior permanecem, mas a atribuição não caberá mais ao Ministro de Estado 
dali para frente.
• Na anulação, apaga-se tudo o que ocorreu no passado. Por exemplo: 
houve a aplicação de multa em decorrência de erro de registro do pardal, 
configurando-se ato viciado por falta de motivo. Após recurso do motorista 
e reconhecimento da ilegalidade por parte do Detran, anula-se a multa, 
apagando-se o que ela produziu no início (aplicação de sanção à pessoa, 
inclusão de pontos em sua carteira etc.), retornando a situação anterior.
Atenção!
MNEMÔNICOS
Tunc (a letra “t” lembra “trás”, efeito retroativo). Tunc lembra “testa” (batendo na 
testa, a pessoa vai para trás).
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Nunc (a letra “n” lembra “não”, não retroage. Nunc lembra “nuca” (batendo na 
nuca, a pessoa vai para a frente).
Não há prazo para revogação de ato administrativo, uma vez que é questão de 
conveniência e oportunidade.
• Para fazer anulação, há um prazo de 5 anos, salvo comprovada má-fé do 
interessado, conforme o art. 54 da Lei n. 9.784/1999. Caso a anulação não 
ocorra nesse prazo, ocorre decadência. 
Se a pessoa estava de má-fé, não há que se falar em prazo. 
ATOS QUE NÃO ADMITEM REVOGAÇÃO
• Atos vinculados: como a revogação é juízo de mérito, o ato vinculado não 
a admite, pois não tem espaço para fazer juízo de conveniência e oportuni-
dade. Exemplo: licença. 
• Atos exauridos ou consumados: atos que já produziram todos os seus 
efeitos.
• Atos que geram direitos adquiridos: não é possível a revogação, pois 
direito adquirido faz parte da pessoa, podendo ela exercê-lo. Conforme a 
Constituição, nem mesmo a lei, que é superior a ato, pode retroagir para 
prejudicar o direito adquirido. Entretanto, o ato pode ser revogado se o 
direito adquirido for mantido. 
• Atos ilegais: um ato ilegal jamais pode ser revogado, pois é objeto de anu-
lação, e não de revogação.
• Atos enunciativos ou meros atos administrativos (certidão, atestado, 
parecer): são atos sem conteúdo decisório. Eles não podem ser revoga-
dos, pois não é possível fazer juízo de conveniência e oportunidade quanto 
ao seu conteúdo.
• Atos integrativos de procedimento administrativo após sua preclusão: 
preclusão se refere à perda de oportunidade de se praticar ato dentro de 
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um procedimento. A licitação, por exemplo, não é um ato, mas um proce-
dimento administrativo, o que corresponde a uma sucessão de atos enca-
deados entre si (há o edital, a habilitação, o julgamento, a homologação e 
a fase final de adjudicação). Quando a pessoa faz a adjudicação, ela não 
pode fazê-la e revogar o edital. Nesse caso, ela tem a opção de revogar 
toda a licitação ou de não revogar o ato isolado após sua preclusão. 
• Durante a fase de edital, por exemplo, pode-se revogá-lo isoladamente, 
mas após o início da fase de habilitação, a fase de edital preclui e não é 
mais possível a sua revogação.
Atenção!
O STF admitiu a revogação da licença para construir enquanto a obra não for 
iniciada.
Os atos que não admitem revogação são recorrentes em provas de concurso.
CONVALIDAÇÃO
Convalidação ou sanatória significa a correção de um vício do ato com efeitos 
retroativos. 
Na convalidação, um ato praticado, que produz efeitos, é convalidado, corri-
gindo-se o vício que nasceu na formação desse ato administrativo.
Portanto, diante de ato ilegal que nasceu com vício e produz efeitos, pode-se 
tomar duas atitudes: fazer a anulação, apagando-se os efeitos que o ato produ-
ziu; ou a convalidação, que é a correção do vício, para aproveitar os efeitos pro-
duzidos pelo ato anteriormente.
Dessa forma, a convalidação tem efeito ex tunc, ou seja, efeito retroativo.
O artigo 55 da Lei n. 9.784/1999 estabelece algumas condições para que 
possa ser feita a convalidação. São elas:
• Não causar prejuízo a terceiro
• Não causar lesão ao interesse público
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• Apresentar vício sanável do ato administrativo: vício de competência (salvo 
competência exclusiva ou em razão da matéria) ou vício de forma (salvo 
se houver alguma formalidade indispensável para a validade do ato admi-
nistrativo).
Vícios de finalidade, de motivo e de objeto geram ato nulo e não admitem a 
convalidação.
��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Gustavo Scatolino.

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