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Prisão Temporária e Prisão Domiciliar Cautelar

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Prisão Temporária e Prisão Domiciliar Cautelar 
Processo Penal II
Guilherme Carvalho Damasceno
LIMA, Renato Brasileiro de. Curso de Processo Penal. Niterói: Impetus, 2013
 Prisão temporária (Lei 7.960/89)
 CONCIDERAÇÕES INICIAIS
 Surgiu da conversão da MP* nº 111, de 24 de novembro 1989. 
* Cabe a União legislar privativamente no tocante a PP e DP (CF, art. 22, inciso I) – ADIN nº 162. 
A jurisprudência entende que houve convalidação do vício de origem.Cláusula de reserva absoluta em lei e status libertatis.
Entende-se como prisão para investigação. 
 Prisão temporária (Lei 7.960/89)
 CONCEITO
Espécie de prisão cautelar decretada pela autoridade judiciária competente durante a fase preliminar de investigações, com prazo preestabelecido de duração, quando a privação de liberdade de locomoção do indivíduo for indispensável para a obtenção de elementos de informação quanto a autoria e a materialidade.
Editada pela lei nº 7960/89.
 A dignidade da pessoa humana exige que a prisão processual seja exceção (FRB).
 Prisão temporária (Lei 7.960/89)
 DECRETAÇÃO
Só pode ser decretada pela autoridade judicial(juiz de Direito), mediante representação da autoridade policial* ou requerimento do MP (art. 2º da lei 7.960/89).
* O juiz deve previamente ouvir o MP – Manifesto constrangimento ilegal – Parquet titular da APP.
Princ. da obrigatoriedade de fundamentação da prisão pela autoridade competente – Sob pena de nulidade.
O juiz tem que ter em mente o princ. da proporcionalidade.*
* Existe medida cautelar menos gravosa?
 Não pode ser decretada ou prorrogada de ofício pelo juiz.
 Prisão temporária (Lei 7.960/89)
 REQUISITOS
 Três são as hipóteses de cabimento da prisão temporária vislumbradas no art. 1º, da lei 7960/89: 
I- quando imprescindível* para as investigações do inquérito policial; 
* STJ, 5ª Turma, RHC, nº 18004/SP, Rel. Min. Gilson Dipp – 
“ Deve ser fundada em fatos concretos que indiquem sua real necessidade (...)”.
II- quando o indicado não tiver residência fixa* ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade*; 
 Prisão temporária (Lei 7.960/89)
* Tão somente? Ilegal a decretação de Pris.caut. em função da sua condição de morador de rua – STF, 2º Turma, HC nº 97.177, Rel. Min. Cezar Peluso. 
* Permite a identificação criminal caso não o cidadão não se identifique civilmente (Ex. Condução coerc. p/ reconh. pessoal)
 Rol taxativo de crimes – Fundadas razões de autoria.*
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos crimes de homicídio doloso; sequestro ou cárcere privado; roubo; extorsão; extorsão mediante sequestro; estupro; rapto violento (absorvido pelo art. 148) atentado violento ao pudor (atual 213 do CP); ...
Divergência Doutrinária 
Quanto a aplicação dos requisitos
(...) epidemia com resultado de morte; envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte; quadrilha ou bando; genocídio; tráfico de drogas; crimes contra o sistema financeiro.
		
 1ª Corrente: Tourinho Filho e Mirabete 
 Cabível prisão temporária para qualquer um dos incisos da Lei 7.960/89.
 2ª Corrente: Antônio Sacarance Fernandes (majoritária)
 Cabível somente se estiverem conjugados o III (sempre necessário) com o I ou II.
(...)Divergência Doutrinária 
Quanto a aplicação dos requisitos
 3ª Corrente: Guilherme de Souza Nucci
É necessário o preenchimento dos três incisos Lei 7.960/89.
 4ª Corrente: Greco Filho
Concorram os três + motivos legais para decretação da prisão preventiva.
 5ª Corrente: Renato Brasileiro:
Sustenta que serão sempre necessários I e III, na medida que o primeiro demonstra a necessidade da prisão e o terceiro traz o rol taxativo.
I e III – fumus comissi delcti; II – periculum libertatis;
 Prisão temporária (Lei 7.960/89)
 Cabe prisão temporária no caso de crimes não constantes no Inc. III?
A princípio somente os crimes taxativamente elencados.
Os crimes Hediondos ou Equiparados a Hediondos (TTT) – Lei 8072/90, art. 2º.
 Encontram-se expressamente previstos na Lei Nº 8072 de 1990.
 Exs: Extorsão mediante sequestro e na forma qualificada, Homicídio Qualificado, Estupro (de Vulnerável), Genocídio e favorecimento a prostituição.
 Prisão temporária (Lei 7.960/89)
 PRAZOS
 Prazo Geral: duração de 5 dias, prorrogável por igual período, em caso de extrema e comprovada necessidade. 
Caso o crime investigado for hediondo ou assemelhado a hediondo (tráfico, tortura e terrorismo), o prazo será de 30 dias, prorrogável por mais 30, em caso de extrema e comprovada necessidade.
A prorrogação só pode ser feita depois de extravasado o 1º prazo e a pedido do promotor ou delegado. 
Cumprida a diligência, há que se soltar o investigado.
 Prisão temporária (Lei 7.960/89)
 PROCEDIMENTO
Provocação advinda da autoridade policial, mediante representação (ouvido o MP), ou a requerimento do MP.
O juiz tem 24 horas, para, em despacho fundamentado, decidir sobre a prisão.
Decretada a prisão, o mandado será expedido em duas vias, sendo que uma delas, que será entregue ao preso, serve como nota de culpa.
Efetuada a prisão a autoridade informará ao preso seu direito de ficar calado (CF, art. 5º, LXIII).
 Prisão temporária (Lei 7.960/89)
 PROCEDIMENTO
Decorrido o prazo legal (5 ou 30 dias, conforme o caso), o preso deve ser posto imediatamente em liberdade*, a não ser que a prisão preventiva tenha sido decretada.
* Caso contrário – Abuso de autoridade – Cabe sanear com a impetração de Habeas Corpus; 
* De acordo com o entendimento sólido do STJ, a prisão temporária não pode ser mantida após o recebimento da denúncia pelo juiz. 
 Prisão temporária (Lei 7.960/89)
 PROCEDIMENTO
Ao decretar a prisão, o juiz poderá (faculdade) determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações da autoridade policial ou submetê-lo a exame de corpo de delito;
 DIREITOS E GARANTIAS DO PRESO TEMPORÁRIO
 A realização do corpo de delito, trata-se de medida de salutar importância, pois serve para o resguardo do preso e da própria autoridade responsável.
 O preso deve permanecer separado dos demais detentos.
 Prisão Domiciliar (arts. 317 e 318 CPP) 
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
 Capítulo IV do Título IX do Livro I do CPP, depois das mudanças produzidas pela lei nº 12.403/11.
Aplicada em situações especiais - de natureza humanitária e caráter substitutivo.
Trata-se de uma espécie de prisão preventiva, entre as consequências desta constatação: a) possibilidade de habeas corpus; b) possibilidade de detração; c) necessidade de ser limitada no tempo, de acordo com prazo razoável; d) possibilidade de haver guarda permanente da habitação; e) possibilidade de caracterização, em tese, do crime de evasão, se houver violência contra a pessoa.
 Prisão Domiciliar (arts. 317 e 318 CPP) 
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
 Não se confunde com a possibilidade de recolhimento do beneficiário do regime aberto em residência particular (art. 117 da LEP)*. 
Também não se confunde com a medida cautelar autônoma referente ao recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga (art. 319, inc. V, do CPP).
* STJ, 5ª Turma, 1187/RS, Rel. Min. Gilson Dipp – No que toca a progressão, constitui-se constrangimento ilegal submeter o apenado, na falta de vagas em estabelecimento compatível, a regime mais gravoso (semiaberto > aberto ou domiciliar).
Prisão domiciliar na LEP (art. 117)
Prisão domiciliar no CPP
(arts.317-318)
-É uma hipótese de cumprimento deprisão penal(definitiva de sentença
condenatória com trânsito em julgado) deregime abertoem residência particular.
- Funciona comosubstitutivo de prisão preventiva, ou seja, possui natureza cautelar. Pela letra da lei não é cabível a prisão domiciliar como substitutiva da prisão temporária.
-Hipóteses de prisão domiciliar na LEP:
a) Condenado maior de 70 (setenta) anos;
b) Condenado acometido de doença grave;
c) Condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;
d)Condenadagestante.
- Hipóteses de prisãodomiciliarart318 doCPP:
a) Agente for maior de80 anos;
b) Agenteextremamente debilitadopor motivo de doença grave;
c) Agenteimprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou deficientes;
d) Gestante a partir do 7º mês de gravidez ou sendo gravidez de alto risco.
-O ônus da prova é do requerente.
- Existe também a hipótese de não haver estabelecimento adequado para o cumprimento da pena. Exemplo: quando o réu progride do regime semiaberto para o aberto na prática não há estabelecimentoadequado.
-Paragarantir a maior eficácia da medida será interessante aplicar cumulativamente o monitoramento eletrônico.ALEPjápermitia o monitoramento eletrônico, em face do art. 146-B,IV,preteritamente ao CPP adotá-la como medida de natureza cautelar.
Prisão Domiciliar (arts. 317 e 318 CPP) 
 SAÍDAS CONTROLADAS
 
 O acusado só pode se ausentar com autorização judicial para tanto.
 a) Específica: Hipótese especial na qual o acusado pode se ausentar da sua residência. Aplicação análoga do art. 120 da LEP*.
* a.1) falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente e irmão; a.2) necessidade de tratamento médico;
 b) Genérica: Para situações mais amplas e corriqueiras.
 Uma vez autorizada a saída, a permanência do preso terá duração necessária a finalidade da saída.
Prisão Domiciliar (arts. 317 e 318 CPP) 
 O preso domiciliar pode trabalhar?
 Afigura-se inviável devido a situação peculiar em que se encontra o apenado.
 ÔNUS DA PROVA
 
 De quem é o ônus da prova quanto à presença de uma das hipóteses da prisão domiciliar? 
 O ônus recai sobre o interessado, vez que o já citado parágrafo único do artigo 318 do CPP exige prova idônea dos requisitos estabelecidos em lei. É um ônus da prova perfeito, pois se o interessado não se desincumbir a contento desse ônus, não terá direito à prisão domiciliar.
Prisão Domiciliar (arts. 317 e 318 CPP) 
 PRISÃO DOMICILIAR COMO MEDIDA CAUTELAR DIVERSA DA PRISÃO PREVENTIVA.
 Não funciona como medida cautelar diversa da prisão , o que pode ser confirmada pelo fato de não estar dentre as medidas do art. 319 do CPP.
 Pode ser decretada como medida cautelar autônoma. Entendimento do magistrado quanto a adequação ao caso concreto, ou seja, medida esta adequada e suficiente.
 DETRAÇÃO
 
 Legislador silente na lei nº 12.403/11 – Modalidade de prisão preventiva. 5ª Turma, HC 11.225/CE, Rel. Min. Edson Vidigal.

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