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FACULDADE DE DIREITO
		
DISCIPLINA:
	
DIREITO CONSTITUCIONAL
	
SEMESTRE:
	
3º (TERCEIRO)
	
CARGA HORÁRIA:
	
QUATRO AULAS SEMANAIS
	
TURNO:
	
NOTURNO
	
PROFESSOR:
	
JOSÉ NATANAEL FERREIRA
	
PERÍODO:
	
1° SEMESTRE 2014
PLANO DE AULA
DIREITO CONSTITUCIONAL II
AULA N° 14
ORGANIZAÇÃO CONSTITUCIONAL DO PODER JUDICIÁRIO NO BRASIL
Conjuntamente com o Executivo e com o Legislativo, o Poder Judiciário compõe a tríade da partição independente e harmônica do Poder no Estado brasileiro:
Constituição Federal
“...Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário...”.
Esse Poder responde pela harmonização dos conflitos que se desenvolvem no seio social, prestando a tutela jurisdicional para solucioná-los.
O poder-dever de harmonizar os conflitos sociais, inscrito no inciso XXXV do artigo 5º da Constituição Federal, ampara a jurisdição una no ordenamento brasileiro, afastando a jurisdição administrativa: Constituição Federal: “...Art. 5º [...] “...XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito...”
As decisões terminativas na seara administrativa não fazem coisa julgada material em desfavor do administrado e não vedam sua busca pelo amparo jurisdicional, no entanto, a corrente majoritária na doutrina e na jurisprudência fala da coisa julgada formal ou da preclusão administrativa em desfavor da Administração, quando as decisões dos órgãos administrativos de controle forem desfavoráveis à Administração:
Face ao princípio da universalidade da jurisdição, as decisões definitivas proferidas em processo administrativo não têm força de coisa julgada, dada a sua suscetibilidade de revisão pelo Poder Judiciário. E daí que, como vimos, tenham natureza de atos administrativos e não de atos jurisdicionais. [...] Todavia, conquanto não tenham força de caso julgado material, tais decisões têm uma força similar à de ‘coisa julgada formal’, uma vez que são vinculantes e imutáveis para a própria administração ativa, privada de meios jurídicos para reabrir o debate face ao Poder Judiciário, em caso de decisão desfavorável proferida pelos órgãos.
(XAVIER, Alberto. Do lançamento: teoria geral do ato, do procedimento e do processo tributário. 2ª ed. - Rio de Janeiro : Forense, 2001, p. 314
MANDADO DE SEGURANÇA. ATO ADMINISTRATIVO. PRECLUSÃO ADMINISTRATIVA. 1. O ato administrativo conta com a retratabilidade que poderá ser exercida enquanto dito ato não gerar direitos a outrem. Ocorrendo a existência de direitos, tais atos serão atingidos pela preclusão administrativa, tornando-se irretratáveis por parte da própria Administração. 2. É que, exercitando-se o poder de revisão de seus atos, a Administração tem que se ater aos limites assinalados na lei, sob pena de ferir direitos líquidos e certos do particular, o que configura ilegalidade e/ou abuso de poder. 3. Segurança concedida. (STJ, 1ª Seção; MS 009-DF; Rel. Min. Pedro Acioli, DJ 18.12.89)
SÚMULA 473 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – STF. A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada em todos os casos a apreciação jurisdicional.
As decisões proferidas pelo Poder Judiciário não se valem do livre arbítrio do Juiz (Desembargador / Ministro), mas do comando normativo aplicável à espécie sob análise (princípios da legalidade e do estado de direito – CF/88, Art. 5º, II; LIV e LV), entretanto, aceita-se que o Juiz formalize livremente seu convencimento com fundamento nas provas nos autos, não, necessariamente, precisando se valer de todo o conjunto probatório para formar sua convicção e para proferir sua decisão (princípio do livre convencimento motivado; princípio da persuasão racional).
DECRETO-LEI Nº 4.657/1942
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO
Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
LEI FEDERAL Nº 5.869/1973 - CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na sentença, os motivos que Ihe formaram o convencimento
Art. 436. O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos.
Um dos fundamentos do Estado de Direito é o respeito ao princípio do devido processo legal, corolário da inafastabilidade do acesso à Justiça e dos princípios da ampla defesa e do contraditório (CF/88, artigo 5º, LV).
CONSTITUIÇÃO FEDERAL – ARTIGO 5º
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória
DECRETO-LEI Nº 4.657/1942 
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. 
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. 
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.
Inicialmente, a Constituição da República do Império do Brasil (Primeira Constituição brasileira), de 25 de março de 1824, previa a quadripartição do Poder:
Art. 1. O IMPERIO do Brazil é a associação Politica de todos os Cidadãos Brazileiros. Elles formam uma Nação livre, e independente, que não admitte com qualquer outra laço algum de união, ou federação, que se opponha á sua Independencia.
Art. 3. O seu Governo é Monarchico Hereditario, Constitucional, e Representativo.
Art. 4. A Dynastia Imperante é a do Senhor Dom Pedro I actual Imperador, e Defensor Perpetuo do Brazil.
Art. 5. A Religião Catholica Apostolica Romana continuará a ser a Religião do Imperio. Todas as outras Religiões serão permitidas com seu culto domestico, ou particular em casas para isso destinadas, sem fórma alguma exterior do Templo.
Art. 9. A Divisão, e harmonia dos Poderes Politicos é o principio conservador dos Direitos dos Cidadãos, e o mais seguro meio de fazer effectivas as garantias, que a Constituição offerece.
Art. 10. Os Poderes Politicos reconhecidos pela Constituição do Imperio do Brazil são quatro: o Poder Legislativo, o Poder Moderador, o Poder Executivo, e o Poder Judicial.
Art. 11. Os Representantes da Nação Brazileira são o Imperador, e a Assembléa Geral.
Art. 12. Todos estes Poderes no Imperio do Brazil são delegações da Nação.
Art. 13. O Poder Legislativo é delegado á Assembléa Geral com a Sancção do Imperador.
Art. 40. 0 Senado é composto de Membros vitalicios, e será organizado por eleição Provincial.
Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a organisação Politica, e é delegado privativamente ao Imperador, como Chefe Supremo da Nação, e seu Primeiro Representante, para que incessantemente vele sobre a manutenção da Independencia, equilibrio, e harmonia dos mais Poderes Politicos.
Art. 99. A Pessoa do Imperador é inviolavel, e Sagrada: Elle não está sujeito a responsabilidade alguma.
Art. 100. Os seus Titulossão "Imperador Constitucional, e Defensor Perpetuo do Brazil" e tem o Tratamento de Magestade Imperial
A tripartição de Poderes se fez a partir da Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 24 de fevereiro de 1891 (Primeira Constituição da República): “...Art 15 - São órgãos da soberania nacional o Poder Legislativo, o Executivo e o Judiciário, harmônicos e independentes entre si....”.
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF/88) consagra a tripartição de Poderes (“...Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário...”), e oferta garantias à atuação e transparência do Poder Judiciário:
- ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos (Art. 93, I);
- vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado (Art. 95, I);
- inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do Art. 93, VIII (...”Art. 93 [...] VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa...” – Art. 95, II;
- irredutibilidade de subsídio (Art. 95, III), observadas as próprias limitações constitucionais para o teto dos vencimentos dos servidores públicos (“...Art. 93 [...] V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º...”;
- publicidade e motivação das decisões judiciais e administrativas (“...Art. 93. {...] IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros...”);
- ininterruptibilidade das atividades jurisdicionais: (“...Art. 93. [...] XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente...”);
- autonomia administrativa e financeira: (“...Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira. § 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias...”).
A CF/88 também estabelece os órgãos do Poder Judiciário brasileiro, e delega competências aos Tribunais para organizarem suas estruturas administrativas:
A organização constitucional do Poder Judiciário no Brasil se faz tanto em razão da matéria (cíveis, trabalhistas, militares, eleitorais) quando de pessoas (foro privilegiados para processar e julgar condutas de agentes políticos ou de agentes públicos = Ministros, Governadores, Presidente da República, Prefeitos, Procurador-Geral da República, membros do Ministério Público etc.).
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - o Superior Tribunal de Justiça;
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
Art. 96. Compete privativamente:
I - aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados;
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver;
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.
A estruturação administrativa do Poder Judiciário deve observar tanto a motivação quanto as normas que regem os orçamentos e as finanças das Administração Pública (CF/88, art. 99).
PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO – PEC Nº 544/2002
Cria os Tribunais Regionais Federais da 6ª, 7ª, 8ª e 9ª Regiões.
Art. 1º O art. 27 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT é acrescido dos seguintes §§ 11 e 12:
“Art.27. ................................................
§ 11. São criados, ainda, os seguintes Tribunais Regionais Federais: o da 6ª Região, com sede em Curitiba, Estado do Paraná, e jurisdição nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul; o da 7ª Região, com sede em Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, e jurisdição no Estado de Minas Gerais; o da 8ª Região, com sede em Salvador, Estado da Bahia, e jurisdição nos Estados da Bahia e Sergipe; e o da 9ª Região, com sede em Manaus, Estado do Amazonas, e jurisdição nos Estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima.
§ 12. Os Tribunais, a que se refere o § 11, deverão ser instalados no prazo de 6 (seis) meses, a contar da promulgação desta Emenda Constitucional, observado, quanto à sua composição,o estabelecido nos incisos I e II do art. 107 da Constituição Federal.” (NR)
Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua promulgação.
OBSERVAÇÃO: o MINISTÉRIO PÚBLICO (instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis), a ADVOCACIA PÚBLICA (instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo), a ADVOCACIA (indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei) e a DEFENSORIA PÚBLICA (instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV), não integram a estrutura constitucional do Poder Judiciário, mas são, pela CONSTITUIÇÃO FEDERAL, definidos como FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA (artigos 127 a 135).
O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – STF (CF/88, ART. 102 A 103-B)
O Supremo Tribunal Federal - STF possui sede na capital federal e jurisdição em todo o território nacional.
Compõem-se de onze ministros indicados (e nomeados) pela Presidência da República e aprovados por maioria absoluta dos votos do Senado Federal.
Segundo a Constituição Federal, são condições para, como Ministro, integrar o Supremo Tribunal Federal (CEF/88, art. 101; cc. art. 12, IV):
- ser brasileiro nato (art. 12, § 3º, IV)= 
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãebrasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; 
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
- ser cidadão (gozar das direitos políticos e das capacidades ativas e passivas para votar e ser votado) - (art. 101, caput):
O Brasil possui, atualmente, 140.648.047 eleitores. Isso significa que há no país essa quantidade de cidadãos que tem capacidade eleitoral ativa. No entanto, nem todas essas pessoas têm capacidade eleitoral passiva, ou seja, o direito de ser votado. Confira a seguir as diferenças entre essas duas capacidades, que também podem ser encontradas no Glossário Eleitoral, disponível no Portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Capacidade eleitoral ativa
A capacidade eleitoral ativa é definida pelo Glossário Eleitoral como o reconhecimento legal da qualidade de eleitor no tocante ao exercício do sufrágio. Assim, eleitor é o cidadão brasileiro, devidamente alistado na forma da lei, no gozo dos seus direitos políticos e apto a exercer a soberania popular, consagrada no artigo 14 da Constituição Federal, por meio do sufrágio universal, pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos e mediante os instrumentos de plebiscito, referendo e iniciativa popular das leis.
De acordo com a Constituição Federal, o alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de 18 anos e facultativos para os analfabetos, os que têm 16 e 17 anos e os maiores de 70 anos.
A Constituição só proíbe de se alistar como eleitor os estrangeiros e os conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório.
Capacidade eleitoral passiva
O Glossário Eleitoral define capacidade eleitoral passiva como a susceptibilidade de ser eleito. Para ser candidato, além de ser eleitor e estar em dia com as suas obrigações eleitorais, o cidadão tem de cumprir várias condições de elegibilidade e não pode incorrer em nenhuma situação de inelegibilidade.
A Constituição Federal, em seu artigo 14, determina como condições de elegibilidade: a nacionalidade brasileira; o pleno exercício dos direitos políticos; o alistamento eleitoral; o domicílio eleitoral na circunscrição e a filiação partidária. Os inalistáveis e os analfabetos não podem concorrer a cargo eletivo.
O militar alistável é elegível, mas deve obedecer às seguintes regras específicas: se contar menos de dez anos de serviço, deverá se afastar da atividade; se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
Para ser candidato a presidente da República e a senador, o candidato deve ter pelo menos 35 anos. Para concorrer a governador, a idade mínima exigida é de 30 anos. Já os que pleitearem uma vaga de deputado federal, deputado estadual ou distrital e prefeito devem ter 21 anos. Aos 18 anos, o cidadão já pode concorrer ao cargo de vereador.
Ficha Limpa
A Constituição lista no rol dos inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do presidente da República, de governador de Estado, do Distrito Federal, de prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
A Lei Complementar nº 64/1990, alterada pela Lei da Ficha Limpa (LC nº 135/2010), que é fruto da iniciativa do povo brasileiro, ainda estabelece outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação. O objetivo é proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato – considerada a vida pregressa do candidato – e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
A Lei da Ficha Limpa foi aplicada pela primeira vez nas Eleições 2012 e, entre as novidades, traz a possibilidade de tornar inelegível, por oito anos, políticos condenados em processo criminais em segunda instância, cassados ou que tenham renunciado para evitar a cassação, entre outros critérios.
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral[1: Em <http://www.tre-sc.jus.br/site/imprensa/noticia/arquivo/2013/marco/artigos/confira-o-que-e-capacidade-eleitoral-ativa-e-passiva/index.html>. Acesso em 13.4.2013, às 13h08min]
-	contar com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade
-	possuir notável saber jurídico e reputação ilibada
-	ser aprovado por maioria absoluta dos votos do Senado Federal
-	ser nomeado pela Presidência da República
Para ser indicado, aprovado e nomeado Ministro do STF não se exige diretamente, pela Constituição Federal, a graduação em Direito e nem o exercício da advocacia:
CANDIDO BARATA RIBEIRO [...] Em decreto de 23 de outubro de 1893, foi nomeado Ministro do Supremo Tribunal Federal, preenchendo a vaga ocorrida com o falecimento do Barão de Sobral; tomou posse em 25 de novembro seguinte.
Submetida a nomeação ao Senado da República, este, em sessão secreta de 24 de setembro de 1894, negou a aprovação, com base em Parecer da Comissão de Justiça e Legislação, que considerou desatendido o requisito de “notável saber jurídico” (DCN de 25 de setembro de 1894, p. 1156). Em conseqüência, Barata Ribeiro deixou o exercício do cargo de Ministro em 24 do referido mês de setembro.
Em 30 de dezembro de 1899, foi eleito Senador pelo Distrito Federal, sendo reconhecido a 25 de maio do ano seguinte e exercido o mandato até 1909.
(Candido Barata Ribeiro era médico de formação, e foi senador da República entre aos anos de 1900 a 1909. E permaneceu como Ministro do Supremo Tribunal Federal de 25 de novembro de 1893 a a 24 de setembro de 2894)[2: Disponível em <http://www.stf.jus.br/portal/ministro/verMinistro.asp?periodo=stf&id=217>.Acesso em 13.4.2013, às 13h28min]
Ao STF cabe “...a guarda da Constituição...”, dai porque ser a instância máxima do controle de constitucionalidade no Brasi:
O STF, dentre tantas, possui competência originária para processar e julgar, originariamente:
-	a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual 
-	a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; 
-	a argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente da Constituição, 
-	o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
-	o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República, nas infrações penais comuns;
-	os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente, nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade;
-	o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas que especifica e o mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
-	o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território;
-	as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;
-	a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
-	o “habeas corpus”, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância;
-	a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados
Também possui competência para julgar, em recurso extraordinário, pelo sistema de controle difuso de constitucionalidade (art. 102, III), as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
-	contrariar dispositivo desta Constituição;
-	declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
-	julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
-	julgar válida lei local contestada em face de lei federal. 
Por meio do EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45, de 30 de dezembro de 2004, ao STF foi concedido o poder de editar súmulas vinculantes em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública das três esferas político-administrativas:
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. 
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. 
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade
Uma das mais polêmicas súmulas vinculantes editadas pelo STF foi a de nº 13, denominada de “súmula vinculante antinepotismo”:
SÚMULA VINCULANTE 13[3: Disponível em <http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=13.NUME. E S.FLSV.&base=baseSumulasVinculantes>. Acesso em 13.4.2013, às 15h07]
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
Data de Aprovação
Sessão Plenária de 21/08/2008
Fonte de Publicação
DJe nº 162 de 29/8/2008, p. 1.
DOU de 29/8/2008, p. 1.
Perante o Plenário do STF funciona o Procurador-Geral da República, e junto às suas Turmas podem, na forma do Regimento Interno, os Subprocuradores-Gerais.
O CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA – CNJ (CF/88, ART. 103-B)
A EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45, incluindo o artigo 103-B no texto da Constituição Federal, criou, dentre os órgãos da estrutura do Poder Judiciário, o CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA – CNJ, como órgão de “...controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes...”, cabendo-lhe, dentre outras atribuições que lhe podem ser atribuídas pelo Estatuto da Magistratura:
-	zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências; 
-	zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; 
-	receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa; 
-	representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de autoridade; 
-	rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano; 
-	elaborar relatórios estatítiscos sobre as atividades jurisdicionais e administrativas dos diferentes órgãos do Poder Judiciário, inclusive, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa.
O CNJ compõe-se de de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo:
-	o Presidente do Supremo Tribunal Federal; 
-	um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal; 
-	um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal; 
-	um desembargador de Tribunal de Justiça, indicadopelo Supremo Tribunal Federal; 
-	um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;
-	um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;
-	um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; 
-	um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
-	um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
-	um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República;
-	um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual; 
-	dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
-	dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
Preside o CNJ o Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e impedimentos, o Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal; o Ministro do Superior Tribunal de Justiça exerce a função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes: 
-	receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e aos serviços judiciários;
-	exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral;
-	requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios.
Os demais membros do CNJ devem ser aprovados pela maioria absoluta do Senado Federal e nomeados pela Presidência da República no prazo que a lei estipular, sob pena de, se não o fizer no prazo legal, as escolhas caberão ao Supremo Tribunal Federal.
O Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiam junto ao CNJ.
Ainda com o objetivo de ofertar transparência ao Poder Judiciário, a Emenda Constitucional nº 45 também determinou a criação de ouvidorias de justiça pela União, competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de Justiça. 
O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – STF (CEF/88, ART. 104 E 105)
O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA se compõe de, no mínimo, trinta e três Ministros, nomeados pela Presidência da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. A composição do STF se faz por indicação tripartite, sendo:
-	um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;
-	um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;
-	um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, com mais de dez anos de carreira, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
Em linhas gerais, esse Tribunal decide questões afetas à seara infraconstitucional, e dentre suas competências originárias, possui o poder de 
-	processar e julgar, nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;
-	decidir os mandados de segurança e os “habeas data” contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal, e os “habeas corpus”, quando o coator ou paciente for os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais, ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
-	o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;
-	a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias, cuja competência, anteriormente à Emenda Constitucional nº 45, era do Supremo Tribunal Federal;
Também possui, pelo artigo 105, III, da Constituição Federal, competência para julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
-	contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
-	julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
-	der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
Tal competência, trata-se de espécie de controle de legalidade das normas inferiores em face das leis federais.
OS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS 
(CF/88, ART. 106 A 110)
A JUSTIÇA FEDERAL, que engloba, atualmente, cinco Tribunais Regionais Federais e os Juízes Federais, possuem, em síntese, competência para decidir:
-	as causas sejam partes a União ou instituições, órgãos ou agentes públicos federais, ressalvadas aquelas excluídas pela própria Constituição Federal, a exemplo das falências, acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho);
-	as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País
-	os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
-	as causas relativas a direitos humanos;
-	os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
-	 os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;
-	os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
-	a disputa sobre direitos indígenas.
Em regra, os recursos nas causas decididas pela Justiça Federal são processados perante o STF (quando envolvem ofensas à Constituição Federal) e perante o STJ (quando aventadas matérias infraconstitucionais)
A Emenda Constitucional nº 45 introduziu o § 5º ao artigo 109 da Constituição Federal, para definir que, nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquerfase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: 
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;
II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por antigüidade e merecimento, alternadamente.
OS TRIBUNAIS E JUÍZES DO TRABALHO (CEF/88, ART. 111 A 117)
Compõem a JUSTIÇA DO TRABALHO o Tribunal Superior do Trabalho, os Tribunais Regionais do Trabalho e os Juizes do Trabalho. A Emenda Constitucional nº 45 ampliou a competência desse Justiça Especializada para, principalmente processar e julgar: 
-	as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
-	as ações que envolvam exercício do direito de greve; 
-	 as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;
-	os mandados de segurança, “habeas corpus” e “habeas data” , quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; 
-	os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista;
-	as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;
-	a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
-	outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. 
O TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – TST compõe-se de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pela Presidência da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: 
-	um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes;
-	os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior.
OS TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO – TRT compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pela Presidência da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: 
-	um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes;
—	os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e merecimento, alternadamente. 
OS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS (CF/88, ART. 118 A 121)[4: “...O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), órgão máximo da Justiça Eleitoral, exerce papel fundamental na construção e no exercício da democracia brasileira. Suas principais competências estão fixadas pela Constituição Federal e pelo Código Eleitoral (Lei nº 4.737, de 15.7.1965). O TSE tem ação conjunta com os tribunais regionais eleitorais (TREs), que são os responsáveis diretos pela administração do processo eleitoral nos estados e nos municípios. A Corte é composta por sete ministros e renova-se a cada dois anos. Três ministros são originários do Supremo Tribunal Federal, dois do Superior Tribunal de Justiça e dois representantes da classe dos juristas - advogados com notável saber jurídico e idoneidade. A rotatividade dos juízes no âmbito da Justiça Eleitoral objetiva manter o caráter apolítico dos tribunais, de modo a garantir a isonomia nas eleições. O TSE é presidido por um ministro oriundo do Supremo Tribunal Federal (STF). Atualmente, a Ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha preside a Corte. A Vice-Presidência do Tribunal também fica a cargo de um dos ministros do STF. O posto é hoje ocupado pelo Ministro Marco Aurélio Mendes de Farias Mello. A Corregedoria-Geral Eleitoral é exercida por um dos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Atualmente é ocupada pela Ministra Fátima Nancy Andrighi. Vinculada à Presidência da Corte estão a Secretaria-Geral da Presidência, que conta com quatro assessorias, e a Secretaria do Tribunal, que dispõe de quatro assessorias e oito secretarias. Há também a Escola Judiciária Eleitoral, cujo objetivo é realizar a formação, a atualização e a especialização continuada ou eventual de magistrados da Justiça Eleitoral e de interessados em Direito Eleitoral, que são indicados por órgãos públicos e entidades públicas e privadas...”. In História do TSE e da Justiça Eleitoral, disponível em < http://www.tse.jus.br/institucional/o-tse/historia-do-tse>. Acesso em 13.4.2013, às 17h09min.]
São órgãos da JUSTIÇA ELEITORAL, que possui competência para estabelecer as regras e fiscalizar o processo eleitoral no país, zelando pela lisura da representatividade política, o Tribunal Superior Eleitoral - TSE; os Tribunais Regionais Eleitorais – TRE, os Juízes Eleitorais, e as as Juntas Eleitorais.
O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos, mediante eleição, pelo voto secreto, três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça, e ainda, por nomeação da Presidência da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo STF.
O Tribunal Superior Eleitoral elege seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
Há, na Capital de cada Estado e no Distrito Federal, um Tribunal Regional Eleitoral, compostos, mediante eleição, pelo voto secreto de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça e de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça, além de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo, e ainda, por nomeação, pela Presidência da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.
São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem a Constituição e as denegatórias de "habeas-corpus" ou mandado de segurança.
OS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES (CF/88, ART. 122 a 126)
À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei, que também disporá sobre a sua organização, funcionamento e competência. São seus órgãos o Superior Tribunal Militar – STM, os Tribunais e Juízes Militares.
O Superior Tribunal Militar compõe-se de quinze Ministros vitalícios, nomeados pela Presidência da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis, escolhidos pela Presidência da República dentre brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo três dentre advogados de notóriosaber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, e dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça Militar.
OS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS (CF/88, ART. 125 a 126)
À JUSTIÇA DOS ESTADOS cabe a competência para processar e julgar todas as causas cuja competência a CONSTITUIÇÃO FEDERAL não delega aos demais órgãos do Poder Judiciário. Os Estados possuem competência constitucional para: 
-	para organizarem sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nela própria (na Constituição Federal);
-	para, por suas respectivas Constituições, definirem a competência dos seus tribunais, ressalvando que a lei de organização judiciária deve ser de iniciativa do Tribunal de Justiça. 
-	para a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão;
-	criar, por mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes.
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