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Aula 8 Modelos de Mediação

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Aula 8 Modelos de Mediação
Introdução
Nesta aula, estudaremos diferentes escolas de mediação.
Trataremos das três posições mais conhecidas em relação à mediação, não deixando de mencionar outros modelos que se apresentam bem eficazes nessa prática.
Vamos lá
Modelos mais utilizados
Para iniciarmos nossa aula, é importante entendermos que os modelos mais utilizados nos países que praticam a mediação são: o modelo tradicional linear (Modelo de Harvard), o Modelo Transformativo (Busch e Foger) e o Modelo Circular Narrativo (Sara Cobb).
Há modelos voltados para o acordo e modelos voltados para a relação. A mediação satisfativa, por exemplo, prioriza o problema concreto e busca o acordo. Os modelos circular-narrativo e transformativo já priorizam a transformação do padrão relacional, por meio da comunicação, da apropriação e do reconhecimento.
Os vários modelos de mediação acolhem os princípios da autonomia da vontade, da confidencialidade e da inexistência de hierarquia, fatores que já vimos na aula 3.
Medição satisfativa
Podemos dizer que o início da dinâmica da mediação, realizada na Escola de Negociação de Harvard, que conhecemos na aula 5, logo ganhou adesões teóricas, que possibilitaram uma maior abrangência de estudos, levando à construção de novas técnicas e ao surgimento de diferentes modelos de prática da mediação.
O início desse tipo de mediação esteve muito fundamentado em princípios de negociação e mais voltado para os acordos, se o comparamos com os modelos que surgiram mais tarde. Apesar dessa tendência, nesse modelo, não podemos esquecer que participar de um processo de diálogo regido pelos princípios da mediação já possibilita que as relações entre as pessoas em desacordo estejam sendo cuidadas.
A Escola de Harvard é uma referência quando falamos de mediação, e vários procedimentos e conceitos são usados pela maioria dos outros modelos de mediação. Vamos a alguns exemplos:
Identificar posições, consideradas como atitudes polarizadas e explícitas dos mediandos, e interesses, vistos, a princípio, como contraditórios e antagônicos, que deverão ser trabalhados na mediação.
Utilizar técnicas de criação de opções para a satisfação dos interesses identificados;
Observar os dados de realidade ou os padrões técnicos, éticos, jurídicos ou econômicos;
Separar o conflito subjetivo (relação interpessoal) do conflito objetivo (questões concretas), conforme Fisher, Ury e Patton (1994).
Esses procedimentos são aplicados como técnicas de negociação e priorizam o conflito objetivo, visando ao acordo negociado. Esse modelo foi bastante usado, também, na contribuição para a solução de impasses entre países.
Mediação transformativa
Robert Bush, professor de Resoluções Alternativas de Disputas (ADRs), da Hofstra University – Nova York – e Joseph Folger, professor de Comunicação da Escola de Comunicação da Temple University – Texas, fundaram esse modelo, que ganhou seguidores por todo o mundo. Eles escreveram o livro A Promessa da Mediação: uma abordagem transformativa do conflito (1996), cujo modelo foi amplamente divulgado.
É considerada uma visão moderna do movimento das ADRs, que se afasta, relativamente, da construção de acordos como objetivo e privilegia a transformação do conflito, modificando uma postura adversarial para uma postura colaborativa.
Esse modelo de mediação apresenta a contribuição da Escola de Harvard no que diz respeito à compreensão da complexidade, da flexibilidade e da intersubjetividade das relações. A mediação transformativa tem como objetivo enfrentar o conflito por meio do fortalecimento próprio e do reconhecimento dos outros.
Fonte: http://ecx.images-amazon.com/images/I/51FUJfxS1WL._SX330_BO1,204,203,200_.jpg
Fonte: http://ecx.images-amazon.com/images/I/51FUJfxS1WL._SX330_BO1,204,203,200_.jpg
Mediação transformativa
Fonte da Imagem: http://ecx.images-amazon.com/images/I/51FUJfxS1WL._SX330_BO1,204,203,200_.jpg
Robert Bush, professor de Resoluções Alternativas de Disputas (ADRs), da Hofstra University – Nova York – e Joseph Folger, professor de Comunicação da Escola de Comunicação da Temple University – Texas, fundaram esse modelo, que ganhou seguidores por todo o mundo. Eles escreveram o livro A Promessa da Mediação: uma abordagem transformativa do conflito (1996), cujo modelo foi amplamente divulgado.
É considerada uma visão moderna do movimento das ADRs, que se afasta, relativamente, da construção de acordos como objetivo e privilegia a transformação do conflito, modificando uma postura adversarial para uma postura colaborativa.
Esse modelo de mediação apresenta a contribuição da Escola de Harvard no que diz respeito à compreensão da complexidade, da flexibilidade e da intersubjetividade das relações. A mediação transformativa tem como objetivo enfrentar o conflito por meio do fortalecimento próprio e do reconhecimento dos outros.
Segundo Bush e Folger (1996), nesse modelo de mediação, o mais significativo é o ganho social envolvido na restauração do diálogo entre as partes. Para os autores, o diálogo entre ser atendido e atender, desde que possível para ambos, é transformador e se traduz em acordo como uma consequência natural para aqueles que, de forma real, vivenciam o empoderamento e o reconhecimento. A autocomposição que leva ao acordo transforma-se na consequência e não no objetivo da mediação transformativa.
Esse modelo, no que diz respeito à teoria da comunicação, também adota técnicas para aperfeiçoar a escuta do mediador, sua investigação e a reformulação da comunicação, através da paráfrase e dos questionamentos. Adota, em suas estratégias, o resumo, que auxilia no aperfeiçoamento da comunicação e na mudança de posições dos mediandos sobre as questões que têm relação com o conflito.
Segundo Bush e Folger (1996), nesse modelo de mediação, o mais significativo é o ganho social envolvido na restauração do diálogo entre as partes. Para os autores, o diálogo entre ser atendido e atender, desde que possível para ambos, é transformador e se traduz em acordo como uma consequência natural para aqueles que, de forma real, vivenciam o empoderamento e o reconhecimento. A autocomposição que leva ao acordo transforma-se na consequência e não no objetivo da mediação transformativa.
Esse modelo, no que diz respeito à teoria da comunicação, também adota técnicas para aperfeiçoar a escuta do mediador, sua investigação e a reformulação da comunicação, através da paráfrase e dos questionamentos. Adota, em suas estratégias, o resumo, que auxilia no aperfeiçoamento da comunicação e na mudança de posições dos mediandos sobre as questões que têm relação com o conflito.
Atenção
A mediação transformativa engloba, portanto, técnicas da mediação satisfativa, aspectos da terapia sistêmica de família e os elementos já citados do modelo de ciência contemporânea, que são: complexidade, intersubjetividade e instabilidade. Destaca a importância da pré-mediação e dos conceitos e procedimentos como: posições, escuta, questionamentos, prevalência dos aspectos intersubjetivos do conflito, resumos, interesses, opções, dados de realidade e acordos subjacentes. A maioria desses procedimentos foi vista na aula 7.
Mediação circular-narrativa
É um modelo de mediação que adiciona ao modelo satisfativo tradicional conceitos da teoria geral dos sistemas, da teoria da cibernética e teoria da comunicação, entre outras teorias específicas do modelo.
Com a união dos paradigmas teóricos, sistêmico e cibernético, podemos chegar à conclusão de que, na mediação, são trabalhadas as relações e a comunicação no sistema, propondo a compreensão do conflito no próprio sistema. A teoria da comunicação seria a forma de compreender como as pessoas estão expressando os seus conflitos.
Sara Cobb, mediadora americana e idealizadora desse modelo, propõe uma forma de trabalhar que inclui a construção do acordo e, em paralelo, da relação social entre os envolvidos. Cobb trabalha com as técnicas de comunicação e de negociação numa abordagem sistêmica – visão sistêmica do conflitoe da interação entre mediandos e sua rede social. Acrescenta especial atenção à construção social dos envolvidos e às suas redes sociais de pertinência.
Fonte da Imagem: 
É um modelo de mediação que adiciona ao modelo satisfativo tradicional conceitos da teoria geral dos sistemas, da teoria da cibernética e teoria da comunicação, entre outras teorias específicas do modelo.
Com a união dos paradigmas teóricos, sistêmico e cibernético, podemos chegar à conclusão de que, na mediação, são trabalhadas as relações e a comunicação no sistema, propondo a compreensão do conflito no próprio sistema. A teoria da comunicação seria a forma de compreender como as pessoas estão expressando os seus conflitos.
Sara Cobb, mediadora americana e idealizadora desse modelo, propõe uma forma de trabalhar que inclui a construção do acordo e, em paralelo, da relação social entre os envolvidos. Cobb trabalha com as técnicas de comunicação e de negociação numa abordagem sistêmica – visão sistêmica do conflito e da interação entre mediandos e sua rede social. Acrescenta especial atenção à construção social dos envolvidos e às suas redes sociais de pertinência.
A mediação circular-narrativa parte do reconhecimento sobre a importância da conversa como o aprendizado mais importante que praticamos. Aprendemos e desenvolvemos nossa arte de conversar com os outros. A mediação, nesse modelo, é considerada como um processo conversacional que ocorre a partir da comunicação. Ela pode ser: analógica, não verbal, digital e verbal, lembrando sempre que essas formas se integram no processo de dialogar. A tarefa do mediador é, pois, desestabilizar as histórias antigas e possibilitar que os mediandos construam novas histórias.
Para facilitar a sua compreensão sobre esses modelos, vamos colocá-los numa tabela em que os principais dados sobre cada um deles serão destacados:
Outros modelos
Há outros modelos além dos que vimos até agora. Iremos conhecê-los a seguir.
São mais recentes a Mediação Estratégica, proposta por Rubén Calcaterra (2002) e a Mediação Narrativa, incentivada por Gerald Winslade e John Monk (2008).
Winslade e Monk (2008) trabalham com terapia narrativa, voltada para a linguagem e, principalmente, com as versões dos fatos consideradas como construções particulares de cada sujeito, levando essa compreensão para a prática da mediação. A mediação narrativa assenta em nove pontos essenciais.
Muitos mediadores preferem mesclar modelos teóricos em sua atuação. Reúnem as técnicas, os procedimentos e as atitudes previstos pelos diferentes modelos, e os utilizam de acordo com a situação, a ocasião, o estilo do mediador e o perfil dos mediandos. Essa parece ser uma tendência universal, relativa não somente à prática da mediação, mas também a outras práticas, em que o melhor de cada pensamento é reunido em favor da natureza da intervenção, sem privilegiar um único modelo teórico em particular. 
Os modelos citados reúnem-se sob a denominação Mediação Facilitativa.
Mediação Avaliativa
Apresentamos, agora, a mediação avaliativa. Ela tem sido empregada quando, por demanda dos participantes no processo de mediação, o mediador, após esgotar a tentativa de conduzir o processo sem opinar, oferece seu olhar técnico sobre a questão. O profissional contribui, assim, para a agilização do processo.
Esse modelo funciona como um instrumento denominado Avaliação Neutra de Terceiro e pode servir de base para impulsionar o término da negociação. O modelo tem aplicabilidade e valor, principalmente, em situações nas quais o tempo de processo e o tempo das pessoas são determinantes, como nas questões corporativas
Segundo Almeida (s.d), nas situações em que a mediação é conhecida há mais tempo e teve sua prática renovada, temos os recursos como a Binding Mediation e os processos Med-Arb e Arb-Med. Na Binding Mediation, há um acordo prévio entre as partes para a aceitação do parecer do mediador como vinculante (ligação, um vínculo extensivo a todos). A decisão do mediador é redigida em separado e assinada, igualmente, pelas partes, após esgotadas as possibilidades de composição através da mediação. 
Esses modelos híbridos, Binding Mediation, Med-Arb e Arb-Med, são vistos como ágeis e econômicos, produzindo benefícios para além da celeridade e da economia e têm especial aceitação no mundo corporativo e dos contratos.
Atividade
Correlacione as colunas de acordo com os modelos de mediação aprendidos nesta aula:
( ) O trabalho é feito com a comunicação, modificando as narrativas para, assim, conseguir a mudança da realidade.
( ) As versões dos fatos são consideradas como construções particulares de cada sujeito.
( ) A desconstrução do conflito e a reconstrução da relação são estágios anteriores à tomada de decisão.
( ) Os procedimentos são aplicados como técnicas de negociação e priorizam o conflito objetivo, visando ao acordo negociado.
( ) O modelo tem como objetivo enfrentar o conflito por meio do fortalecimento próprio e do reconhecimento dos outros.
Mediação circular-narrativa, Mediação narrativa, Mediação estratégica, Mediação satisfativa, Mediação transformativa.
Mediação narrativa, Mediação estratégica, Mediação circular-narrativa, Mediação satisfativa, Mediação transformativa.
Mediação transformativa, Mediação circular-narrativa, Mediação narrativa, Mediação estratégica, Mediação satisfativa.
Mediação circular-narrativa, Mediação satisfativa, Mediação narrativa, Mediação circular-narrativa, Mediação estratégica.
Mediação circular-narrativa, Mediação satisfativa, Mediação estratégica, Mediação narrativa, Mediação transformativa.

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