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MEDIAÇÃO NOS PAISES EUROPEUS

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Mediação nos países europeus 
 
Na Grã-Bretanha, a mediação é conhecida e utilizada pela população. Iniciou-se no fim da 
década de 1970 e, na época, era aplicada por advogados independentes. Na França, a 
mediação começou entre os órgãos governamentais e a população. Muito rápido, estendeu-
se para o Direito Privado. 
 
Em 1995, foi estabelecida como obrigatória, antes de qualquer processo judicial. Segundo 
Nazareth (2009), na esfera cível, os avanços foram pequenos, no entanto, na área criminal, 
houve grande desenvolvimento. Além de Institutos e Centros de Mediação, esse país 
apresenta legislação específica sobre o tema. 
 
Outro país que aplica a mediação, com grande sucesso, é Portugal. A partir de 1993, um 
grupo composto por psicólogos, terapeutas familiares e juristas fundou o Instituto Português 
de Mediação Familiar. Em 2001, foram instituídos legalmente os Julgados de Paz com o 
objetivo de descongestionar a Justiça. 
 
O governo português estabeleceu uma regulamentação a respeito da mediação e da 
capacitação dos mediadores e do seu trabalho nos Julgados de Paz. Em 2013, foi redigido 
um documento legal que consagra os princípios gerais aplicáveis à mediação nesse país, 
independente da natureza do litígio. O documento inaugura o regime jurídico das mediações 
cíveis e comerciais e regulamenta os sistemas públicos de mediação. 
 
Na Alemanha, o poder judiciário, também abarrotado de processos, resolveu convidar um 
dos seus mais proeminentes processualistas, Fritz Bauer, para modernizar essa Instituição. 
O renomado estudioso estabeleceu seis pontos principais para que essa modificação tivesse 
sucesso: informalidade em favor da verdade, oralidade, especialização, simplificação, 
utilização de formulários e do correio, e valorização dos auxiliares dos juízes. A mediação 
na Alemanha tem sido utilizada, de forma efetiva, assim como a conciliação e a arbitragem. 
 
Na Holanda, no início dos anos 90, a mediação se caracterizou, essencialmente, por consistir 
numa sistematização de técnicas baseada, sobretudo, em pesquisas americanas e numa 
maior profissionalização do procedimento (CEBRAME, 2011). 
 
No ano de 1992, foi criado o Instituto de Mediação Holandês (The Netherlands Medation 
Institute — NMI), sinalizando a institucionalização do procedimento da mediação no País; o 
Instituto estabeleceu o código disciplinar para os mediadores e o caráter confidencial da 
mediação. Além disso, regulamentou-a quanto aos pressupostos de voluntariedade dos 
envolvidos e neutralidade do mediador (CEBRAME, 2011). 
 
A institucionalização da mediação na Espanha se opera dentro de um nível de transição legal, 
respeitando a autonomia da vontade das partes envolvidas num litígio, sem afastar, contudo, 
a possibilidade do Tribunal sugerir a mediação às partes, se assim entender cabível ao caso. 
Consagra coerentemente a técnica da mediação, respeitando a natureza do instituto, sem a 
adoção de medidas processuais autoritárias (PINHO e PAUMGARTTEN, 2013). 
 
 
 
 
 2 
Na Itália, a mediação é obrigatória, o que parece uma medida para desafogar o seu 
Judiciário, tornando-a um instrumento de diminuição da carga de trabalho dos juízes e 
redução do número de processos.

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