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AULA 13

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FACULDADE DE DIREITO
		
DISCIPLINA:
	
DIREITO CONSTITUCIONAL
	
SEMESTRE:
	
3º (TERCEIRO)
	
CARGA HORÁRIA:
	
QUATRO AULAS SEMANAIS
	
TURNO: 
	
NOTURNO
	
PROFESSOR:
	
JOSÉ NATANAEL FERREIRA
	
PERÍODO:
	
1° SEMESTRE 2014
PLANO DE AULA
DIREITO CONSTITUCIONAL II
DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS
AULA N° 13
DO GOVERNO DA UNIÃO
—	A União não é pessoa jurídica de Direito Internacional
—	A União é pessoa jurídica de Direito Público interno
—	Bens da União
—	Competências da União
—	competência na área de prestação de serviços
—	competência administrativa
—	competência política
—	competência internacional
—	competência em matéria urbanística
—	competência econômica
—	competência social
—	competência financeira e monetária
—	competência material comum
—	competência legislativa
DOS ESTADOS FEDERADOS
—	Auto-organização, autolegislação, autogoverno, auto-administração
—	Competências vedadas aos Estados
—	Competências exclusivas e competências comuns e concorrentes
—	Competências estaduais materiais
—	Organização dos Governos Estaduais
DOS MUNICÍPIOS
—	Poderes Municipais
DO DISTRITO FEDERAL
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DIREITO CONSTITUCIONAL II	-AULA N° 13
DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS
DO GOVERNO DA UNIÃO
Fundamento: Constituição Federal, artigos 20 a 24, principalmente
A União não é pessoa jurídica de Direito Internacional
A República Federativa do Brasil é dotada de Direito Público internacional, porém, a União é entidade de Direito Constitucional.
A UNIÃO, com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, compõe a República Federativa do Brasil (CF/88, 1º, cc. art. 18). Ela é formada pela reunião dessas unidades federadas (Estados, Distrito Federal e Municípios), mas ela não é uma unidade federada, ela é unidade federativa (por isso se diz União Federal). A ela cabe exercer as prerrogativas da soberania do Estado brasileiro.
A ordem jurídica do Estado brasileiro (Estado federal) possui eficácia em todo o território nacional, e abrange as ordens jurídicas dos Estados-membros, do Distrito Federal e dos Municípios, porque abrange a ordem jurídica da União e das demais entidades políticas federadas (Estados-membros, Distrito Federal e Municípios).
A ordem jurídica da União difere da ordem jurídica dos Estados-membros, do Distrito Federal e dos Municípios, e possui eficácia e validade na forma da competência que lhe é dada pela ordem constitucional do Estado brasileiro.
As relações internacionais são realizadas por órgãos da União, mas não é ela que se representa, mas ela representa a República Federativa do Brasil.
“...A União [...] é entidade de Direito Constitucional, não sendo certo que se caracterize também como pessoa jurídica de Direito Internacional [...] as relações internacionais do Estado brasileiro constituem matéria de competência exclusiva da União. Os Estados federados não dispõem dessa faculdade. São os órgãos da União que representam o Estado federal nos atos de Direito Internacional, porque o Presidente da República (Federativa do Brasil) é, a um tempo, Chefe do Estado brasileiro e Chefe do Governo Federal (Governo da União) — Chefe do Poder Executivo da União (art. 2º). Não é, realmente, a União que aparece nos atos internacionais, mas a República Federativa do Brasil, de que ela é apenas uma das entidades componentes (art. 18)...”[1: SILVA, José Afonso da.Curso de Direito Constitucional Positivo. 21ª ed. — SãoPaulo : Malheiros, 2002, p. 492]
A União é pessoa jurídica de Direito Público interno
Código Civil – CC — Lei Federal nº 10.406/2002:
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
(...)
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
“...Diversa é a situação quando encaramos a União sob o prisma do direito interno. É uma entidade de Direito Constitucional, porque criação deste, mas é também pessoa jurídica de Direito Público interno (CC, art. 14, I). Nessa qualidade, é titular de direitos e sujeito de obrigações. Está sujeita como qualquer pessoa, à responsabilidade pelos atos que pratica por seus órgãos e agentes e pode ser submetida aos Tribunais, como órgãos jurisdicionais do Estado. Como tal, tem seu domicilio na Capital Federal (art. 18, § 1º). Todavia, para fins processuais, a Constituição estabelece regras de foro especiais, conforme seja autora ou ré (art. 109, §§ 1º a 4º)...”
Constituição Federal – CF/88
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País;
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional;
§ 1º - As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte.
§ 2º - As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
§ 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual. 
§ 4º - Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
Bens da União
Fundamento: Constituição Federal, artigo 20; Código Civil, artigo 98
Como pessoa jurídica de Direito Público interno, dotada de personalidade jurídica própria (CC, art. 41, I, cc. art. 52), a União pode ser titular de direitos reais e de direitos pessoais. Segundo o Código Civil, “...São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem...” (artigo 98).
A Constituição Federal enumera os bens da titularidade da União:
Art. 20. São bens da União: 
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; 
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e ( as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no domínio dos Estados – art. 26, II);
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI - o mar territorial; 
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - ascavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
Competências da União
Fundamento: Constituição Federal, artigos 21 a 24, especialmente
“...Competências são [...] as diversas modalidades de poder de que se servem os órgãos ou entidades estatais para realizar suas funções [...], consiste na esfera delimitada de poder que se outorga a um órgão ou entidade estatal, mediante a especificação de matérias sobre as quais se exerce o poder de governo. A União ficou ainda bem aquinhoada na partilha das competências federativas...”[2: SILVA, op. cit., p. 494]
—	competência na área de prestação de serviços= (art. 21, X, XII e XXIII) “...Além da exploração e execução de serviços públicos decorrentes de sua natureza de entidade estatal, a Constituição conferiu à União, em caráter exclusivo, a competência para explorar determinados serviços públicos...”, citando-se, a título de exemplo: explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados; manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais (e os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos);[3: SILVA, op. cit., p. 495]
—	competência administrativa: consta, basicamente, do artigo 21 (VI, VIII, XIII, XIX e XXIV)= dentre as quais: autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, e as de seguros e de previdência privada; organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal; organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, e prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio. “...Além disso, fazem parte de sua competência todas as funções administrativas decorrentes de sua organização, tais como as relativas ao seu funcionalismo, seus serviços e órgãos...”;[4: SILVA, op. cit., p. 495]
—	competência política (art. 21, V, cc. arts. 34 e 35 e arts. 136 e 137; art. 21, XVII e art. 22, I)= “…Como atribuição de natureza política de competência exclusiva da União são encontradas as seguintes: (a) o seu poder de decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal nos Estados e Municípios de Territórios; (b) o seu poder de conceder anistia; (c) o seu poder de legislar sobre direito eleitoral;
—	competência internacional (art. 21, I a IV, cc. art. 4º)= manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; declarar a guerra e celebrar a paz; assegurar a defesa nacional; permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, observando e respeitando os princípios inscritos no artigo 4º da Constituição Federal;
—	competência em matéria urbanística: (art. 21, IX, XX e XXI; art. 23, IV e VI; art. 24, I)= constituem-se competência exclusiva elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social; instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos; estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação; dentre outras. “...Além disso, encontramos a competência não exclusiva para: proteger obras e bens de valor histórico e cultural (de natureza urbanística, se imóveis), paisagens naturais notáveis e sítios arqueológicos, bem como o meio ambiente, e combater a poluição, competência esta que tem seu conteúdo preenchido com as prescrições constantes dos arts. 215, 216 e 225. E, ainda, lhe cabe a competência concorrente com os Estados e Distrito Federal para legislar sobre direito urbanístico...”;[5: SILVA, op. cit., p. 498]
—	competência econômica: (art. 21, IX e XXV; art. 24, V; art. 172 a 174; art. 184 a 187) = estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa; elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social; desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei, dentre outras matérias de sua competência exclusiva, comum ou concorrente;
—	competência social: (arts. 6º, 7º, 21, IX e XVIII; arts. 194, 197 a 198; arts. 200 a 203; artigo 214)= encontra-se espraiada por todo o texto constitucional, abrangendo as disposições dos Direitos Sociais (arts. 6º e 7º) e as disposições relativas à Seguridade Social (art. 194 e ss.);
—	competência financeira e monetária: (art. 21, VII e VIII; art. 22, VI; art. 24, I, e § 1º; arts. 145 e 146, 153 e 154 e 163 e 165)= “...A administração financeira continuará [...] sob comando da União, já que a ela cabe legislar sobre normas gerais de Direito tributário e financeiro e sobre orçamento, restando aos Estados, Distrito Federal e Municípios a legislação suplementar...”. Assim, cabe à União a competência para emitir moeda e legislar sobre o sistema monetário; administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira; estabelecer, no plano federal, o plano plurianual; as diretrizes orçamentárias; e os orçamentos anuais;[6: SLVA, op. cit., p. 499]
—	competência material comum: “...Muitos dos assuntos do setor social [...] não lhe cabem com exclusividade. A Constituição abriu a possibilidade de Estados, Distrito Federal e Municípios compartilharem com ela da prestação de serviços nessas matérias, mas, [...] destacou um dispositivo (art. 23) onde arrola temas de competência comum...”;[7: SILVA, op. cit., p. 499]
—	competência legislativa: (arts. 22, 24, 48, 49, 51 e 52) = Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, dispor sobre todas as matérias de competência da União, ressalvadas aquelas de competência exclusiva do Congresso Nacional, do Senado Federal e da Câmara dos Deputados (arts. 48, 49, 51 e 52). A Constituição Federal traz, ainda, matérias da competência privativa da União (art. 22) e da competência concorrente dela com as demais unidades federadas(art. 24). No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário (art. 24, §§ 1º a 4º)
DOS ESTADOS FEDERADOS
Fundamento: Constituição Federal, artigos 25 a 28, principalmente
Característica do Estado federal é a existência e coexistência de relativa autonomia das entidades regionais federadas. Em regra, os limites e a extensão dessas autonomias regionais é dada pela Constituição do Estado federal. No Brasil, a “...Constituição Federal assegura autonomia aos Estados federados que se consubstancia na sua capacidade de auto-organização, de autolegislação,de autogoverno e de auto-administração (arts. 18, 25 e 28)...” [8: SILVA, op. cit., p. 589]
“...A capacidade de auto-organização e de autolegislação está consagrada na cabeça do art. 25, segundo o qual os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios...” da Constituição Federal. [9: SILVA, op. cit., p. 589]
“...A capacidade de governo encontra seu fundamento explícito nos arts. 27, 28 e 125, ao disporem sobre os princípios de organização de poderes estaduais, respectivamente: Poder Legislativo, que se expressa por Assembléias Legislativas; Poder Executivo, exercido pelo Governador; e Poder Judiciário, que repousa no Tribunal de Justiça e outros tribunais e juízes...”[10: SILVA, op. cit., p. 589 e 590]
“...A capacidade de auto-administração decorre de normas que distribuem as competências entre União, Estados e Municípios, especialmente do art. 25, § 1º, segundo o qual são reservados aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição, que contém, como se nota, o princípio de que, na partilha federativa das competências, aos Estados cabem os poderes remanescentes, aqueles que sobram da numeração dos poderes da União (arts. 21 e 22, especialmente) e dos indicados aos Municípios (art. 30)...”[11: SILVA, OP. CIT., P. 590]
A auto-organização dos Estados se faz na forma de suas respectivas Constituições Estaduais, elaboradas por suas Assembleias Legislativas, observadas, principalmente, as cláusulas pétreas e os princípios sensíveis da Constituição Federal (art. 34) e também a autonomia dos Municípios para se auto-organizarem. O poder legislativo outorgado às Assembleias Legislativas para elaboração das Constituições dos Estados deriva do poder constituinte decorrente (do poder constituinte originário). As Constituições Estaduais devem guardar simetria com a Constituição Federal.
—	Competências vedadas aos Estados 
Fundamento: Constituição Federal, artigos 19; 20 a 22; art. 25, §1º; arts. 29 a 30, 34, V; 37, XIII, XVI e XVII; 150 e 152; 167)
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
As competências dos Estados são remanescentes daquelas outorgadas explicitamente à União (artigos 21 e 22) e aos Municípios (artigo 30).
Aos Estados, explicitamente, são vedados estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; recusar fé aos documentos públicos; criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si (art. 19), “...suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas na Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei (art. 34, VI). Além dessas, contam-se ainda as vedações administrativas (art. 37, XIII, XVI e XVII), as vedações tributárias (arts. 150 e 152) e financeiras (art. 167) [...] Veda-se-lhes implicitamente tudo que tenha sido enumerado apenas para a União e para os Municípios. Assim, a matéria relacionada nos arts. 20, 21 e 22 explicitamente como de competências da União está implicitamente interditada aos Estados. Do mesmo modo, não podem os Estados interferir naquilo que a Constituição integrou na competência municipal (arts. 29 e 30)...”[12: SILVA, op. cit., p. 602]
—	COMPETÊNCIAS EXCLUSIVAS; COMUNS E CONCORRENTES
Fundamento: Constituição Federal, artigos 18, §4º; 25, §§2º e 3º
	COMPETÊNCIAS EXCLUSIVAS
A Constituição Federal outorgou aos Estados a competência exclusiva para
 estabelecer por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar federal, as regras para a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios (art. 18, § 4º);
explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação (art. 25, §2º)
mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum (art. 25, § 3º).
—	COMPETÊNCIAS COMUNS E CONCORRENTES
Fundamento:	Constituição Federal, artigos 23 e 24
—	competência comum, cumulativa ou paralela, “...faculdade de legislar ou praticar certos atos, em determinada esfera, juntamente e em pé de igualdade, consistindo, pois, num campo de atuação comum a várias entidades, sem que o exercício de uma venha a excluir a competência de outra, que pode assim ser exercida cumulativamente (art. 23)...”;[13: SILVA, op. cit., p. 479]
—	competência concorrente, com possibilidade de disposição sobre o mesmo assunto ou matéria por mais de uma entidade federativa (art. 24);
A Constituição Federal outorgou competências comuns e concorrentes às unidades da federação, dentre elas os Estados, tanto no campo material (art. 23) quanto no campo legislativo (art. 24). Nesse sentido, aos Estados compete atuar e legislar sobre as matérias que o texto constitucional, no artigo 23, admite a atuação e a legislação concomitante dos entes federados, a exemplo da obrigação que todos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) possuem de zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público, não havendo, sobre essa matéria, exclusividade para uma ou para outra entidade federativa. Porém, as matérias disciplinas no artigo 24 são de competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal, excluída a possibilidade de os Municípios legislarem sobre elas.
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; 
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; 
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II - orçamento; 
III - juntas comerciais;
IV - custas dos serviços forenses;
V - produção e consumo;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico,turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IX - educação, cultura, ensino e desporto;
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
XI - procedimentos em matéria processual;
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
XV - proteção à infância e à juventude;
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
—	COMPETÊNCIAS ESTADUAIS MATERIAIS
Os Estados não possuem competência de ordem internacional. Entretanto, no campo das competências materiais, cabem aos Estados as competências: econômica; social; administrativa; financeira e tributária.
—COMPETÊNCIA ECONÔMICA:
Os Estados possuem competência restrita, cabendo-lhes, principalmente “...explorar diretamente atividades econômicas em caso de relevante interesse coletivo, conforme definido em lei. Essa exploração só poderá ser feita por empresas públicas, especialmente por sociedades de economia mista, e outras entidades com a observância dos limites e requisitos constantes dos arts. 37, XIX e XX, e 173. A Constituição lhes reconhece, expressamente, a competência, comum com a União, Distrito Federal e Municípios, para fomentar a produção agropecuária e organiza o abastecimento alimentar (art. 23, VIII) e, também, para legislar sobre produção e consumo, sobre os quais a União estabelecerá normas gerais (art. 24, V, §§1º a 4º)...” — sem grifos no original[14: SILVA, op. cit., p. 601]
—COMPETÊNCIA SOCIAL:
A competência dos Estados, na seara social, é bem mais ampla, quase não havendo limitação rígida, pois lhes cabe “...prestar serviços de saúde, assistência e previdência social (esta limitada a seus servidores, art. 149, parágrafo único), desportos, educação, cultura, por seus sistemas de ensino (art. 212), proteção do meio ambiente, dos bens culturais, promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico, combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos. Enfim, o art. 23 é fonte importante da atuação dos Estados no setor social, mas as prestações sociais previstas no título da ordem social só pontualmente se fecham à competência estadual [...], o campo é aberto aos seus poderes...”[15: O dispositivo em questão foi renumerado para § 1º, por meio da Emenda Constitucional nº 41, de dezembro de 2003 = Constituição Federal: “...Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. § 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União...”][16: SILVA, op. cit., p. 601e 602]
—COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA:
Observadas as disposições da Constituição Federal, os Estados possuem ampla liberdade para bem se organizarem administrativamente e, até mesmo, para criarem as autarquias e as empresas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) que entenderem necessárias para o cumprimento de relevante interesse público. Devem, porém, observar e cumprir os princípios insertos a toda a Administração Pública, constantes do artigo 37 do texto constitucional, relativamente à legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, dentre outros aplicáveis na defesa do interesse público e na realização do bem-comum.
“...Assim, terão as Secretarias de Estado que convierem a seus serviços. Instituirão as autarquias que julgarem necessárias. Organizarão empresas públicas e sociedades de economia mista, se assim for necessário e o desejarem, destinadas, porém, à prestação de serviços de utilidade pública (transportes, energia, comunicação, dependendo nestes dois últimos casos de autorização ou concessão da União) e atividade econômica de produção (agrícola, pecuária e industrial, como produção de aço e cimento, entre outras) e consumo (silos, armazéns, abastecimento etc.)...”[17: SILVA, op. cit.,p. 602]
“...Só a eles compete dividir-se em regiões administrativas, criar regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões. É também de sua competência estatuir sobre seu funcionalismo, fixando-lhe o regime jurídico, observados,neste caso, os princípios constitucionais estabelecidos sobre o assunto (art. 37 a 39)...”[18: SILVA, op.cit., p. 602]
—COMPETÊNCIA FINANCEIRA:
Para se manter e para poder cumprir com suas finalidades institucionais, os Estados necessitam de recursos financeiros e a Constituição Federal os dotou de competência específica para criar tributos e para legislar sobre direito financeiro e para estabelecer normas orçamentárias.
“...a Constituição, a par da autonomia, conferiu-lhes competência financeira exclusiva. Em razão disso, cabe-lhes instituir os tributos que lhes foram discriminados (arts. 145 e 155 [...]), legislar sobre direito financeiro e estabelecer normas orçamentárias, desde que respeitem as normas gerais expedidas pela União (arts. 24, §§ 1º a 4º, e 146)...”[19: SILVA, op. cit., p. 602]
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: 
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; 
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; 
III - propriedade de veículos automotores.
“...Respeitadas essas normas, incumbe-lhes elaborar suas leis de diretrizes orçamentárias, seus orçamentos anuais e planos plurianuais, realizar despesas e aplicar recursos como melhor lhes parecer, segundo as necessidades de sua administração e população, mediante planos e programas de desenvolvimento econômico e social...”[20: SILVA, op. cit., p. 602]
—COMPETÊNCIA LEGISLATIVA:
Uma das marcas dos Estados federais é a autonomia, mesmo que relativa, das entidades regionais para legislarem sobre as matérias de suas respectivas competências. No Brasil, as entidades políticas federadas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) possuem competências para legislarem exclusivamente, privativamente ou concorrentemente em matérias cuja discriminação é dada pela Constituição Federal, principalmente nos artigos 23 a 25.
“...Não existeautonomia federativa sem capacidade normativa sobre determinada área de competência. Os Estados federados dispõem dessa capacidade [...] mas sempre nos limites que a Constituição Federal lhes traçou. O campo da incidência de sua legislação, no entanto, não vai muito além do terreno administrativo, financeiro e social (competência comum), de administração, gestão de seus bens, alguma coisa na esfera econômica [...] e quase nada mais; tais como elaborar e votar leis complementares à Constituição estadual; votar o orçamento e planos plurianuais; legislar sobre seus tributos, arrecadação e aplicação de suas rendas; dispor sobre a dívida pública estadual e autorizar a abertura de crédito; criar e extinguir cargos públicos, fixando-lhes os vencimentos e vantagens; dispor sobre a divisão administrativa e judiciária de seu território; dispor sobre a organização do seu Ministério Público, da Defensoria Pública e da Procuradoria ou Advocacia-Geral do Estado; legislar plenamente ou suplementarmente sobre as matérias relacionadas no art. 24, com observância de seus parágrafos...”[21: SILVA, op. cit., p. 603]
—	ORGANIZAÇÃO DOS GOVERNOS ESTADUAIS
Dada à orientação constitucional federal, os Estados possuem estrutura governamental assemelhada: Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
—	PODER LEGISLATIVO ESTADUAL = ASSEMBLEIAS LEGISLATIVAS
Fundamento: Constituição Federal, artigo 27
Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.
§ 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. 
§ 3º - Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.
§ 4º - A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.
A Assembléia Legislativa é o órgão do Poder Legislativo Estadual, competindo-lhe legislar sobre as matérias da competência do Estado, na forma da Constituição do Estado, também por ela elaborada, e sob as regras do processo legislativo estabelecidas no seu Regimento Interno, além de também poder dispor de matérias e assuntos afetos à sua economia interna. Ao Poder Legislativo Estadual compete, ainda, o exercício do poder de fiscalização dos atos e das contas do Poder Executivo.
“...O processo legislativo, nos Estados, tem por objeto a formação de: (a) emendas à Constituição estadual; (b) leis ordinárias sobre matérias de competência estadual; (c) leis complementares estaduais, as já previstas na Constituição Federal (p.ex., arts. 18, § 4º, e 25, § 3º) como as que a própria Constituição do Estado vier a prescrever; (d) decretos legislativos regulando matéria de exclusiva competência da Assembléia Legislativa, com efeito externo; e (e) resoluções legislativas sobre matéria administrativa e outras de interesse interno da Assembléia Legislativa...”[22: SILVA, op. cit., p. 607]
—	PODER EXECUTIVO ESTADUAL = GOVERNADOR DO ESTADO
À frente do Poder Executivo do Estado encontra-se o Governador do Estado, o qual é substituído nas suas ausências pelo Vice-Governador, ambos eleitos para mandatos de quatro anos, pelo sistema eleitoral majoritário (por maioria absoluta), em dois turnos, caso não seja obtida a maioria absoluta no primeiro turno.
As competências do Governador são estabelecidas pela Constituição do Estado, com observância das delimitações contidas na Constituição Federal.
O Governador, nos crimes de responsabilidade, será julgado perante a Assembleia Legislativa, na forma prevista na Constituição do Estado ou da Lei Orgânica do Distrito Federal (conforme seja Governador de Estado ou Governador do Distrito Federal), observada a necessidade de se observar o modelo federal previsto para os crimes de responsabilidade do Presidente da República.
O Governado, nos crimes comuns, será julgado perante o Tribunal Superior de Justiça – STF (CF/88, artigo 105, I, “a”).
—	PODER JUDICIÁRIO ESTADUAL = TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Fundamento: Constituição Federal, artigos 125 e126
“...O constituinte estadual é livre para estruturar sua Justiça, desde que preveja o Tribunal de Justiça como órgão de cúpula da organização judiciária estadual, crie juizados especiais e a justiça de paz, designe juiz de entrância especial com competência para dirimir litígios agrários e mantenha o tribunal do júri, nos termos do art. 5º, XXXVIII, porque estão configurados na Constituição Federal que até já lhes defini algumas competências (arts. 93, III, 96, I e II, 98 e 125). Poderá ou não criar o Tribunal de Alçada, criar ou não Justiça Militar, por proposta do Tribunal de Justiça, descentralizar seu sistema judiciário com tribunais de segunda instância em regiões do interior...”[23: SILVA, op. cit., p. 612 e 613]
Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão. 
A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes. 
Lei Complementar Estadual, de iniciativa do Procurador-Geral, estabelecerá a organização, as atribuições e o estatuto do Ministério Público do Estado, observadas as prerrogativas institucionais e as vedações estabelecidas na Constituição Federal.
As Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal devem ser organizadas em carreira, com ingresso por meio de concursos de provas ou de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas etapas. 
Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir Defensoria Pública para a orientação e defesa jurídica, em todos os graus, dos necessitados, a qual também deverá ser organizada em carreira, com ingresso por meio de concurso público de provas ou de provas e títulos, vedada o exercício da advocacia fora das suas atribuições institucionais.
DOS MUNICÍPIOS
Fundamento: Constituição Federal, artigo 29
A Constituição de 1988 elevou os Municípios à categoria de Unidade da Federação (artigos 1º e 18), atribuindo-lhes autonomia, que se encontra assentada em quatro distintas capacidades:
—capacidade de auto-organização:	na forma da Lei Orgânica própria que lhe compete elaborar por sua Câmara de Vereadores;
—capacidade de autogoverno:	pelo seu poder de eleger o Prefeito e os Vereadores da Câmara Municipal;
—capacidade normativa própria (capacidade de autolegislação):		poder que se lhe reconhece para estabelecer suas próprias leis acerca das matérias de sua competência exclusiva e suplementar;
—capacidade de auto-administração:	capacidade de se administrar, prestando e mantendo os serviços públicos de interesse local afetos à sua competência.
O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal e na Constituição do respectivo Estado (CF/88, art. 29). 
As competências materiais e legislativas, dos Municípios encontram-se dispostasno artigo 30 da Constituição Federal:
Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; 
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
A competência para instituir e majorar tributos (competência financeira), está explicitada no artigo 156 da Constituição Federal:
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I -	propriedade predial e territorial urbana;
II -	transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
III -serviços de qualquer natureza, não compreendidos (na competência tributária do Estado).
PODERES MUNICIPAIS
Os Municípios não possuem competência para instituir justiça municipal, nem para criar Tribunais ou Juízos Municipais. Não há Poder Judiciário Municipal.
PODER EXECUTIVO MUNICIPAL = PREFEITO
O Prefeito é o chefe da administração municipal e o Chefe do Poder Executivo, cujas funções são definidas pela Lei Orgânica do Município:
—funções de governo:	englobam as funções políticas de representação do Município, relações com outras autoridades e direção geral dos negócios municipais; as funções co-legislativas, relativas a sancionar, promulgar e publicar as leis, vetar projetos de leis, prestar contas ao Poder Legislativo; as funções executivas estrito senso, tratando das diretrizes do governo municipal, do planejamento da administração municipal; 
—funções administrativas:		que tratam do cumprimento das leis, do provimento dos cargos municipais, da nomeação e exoneração de servidores, da arrecadação municipal, da prestação dos serviços públicos e da realização das obras públicas, do gerenciamento dos recursos e do patrimônio municipais, dentre outras atividades que, juntas, representam as maiores demandas do tempo e do trabalho do Chefe do Executivo.
O Prefeito e o Vice-Prefeito são eleitos pelo sistema eleitoral majoritário, com maioria absoluta, em um único turno para os Municípios de até duzentos mil eleitores.
PODER LEGISLATIVO MUNICIPAL = CÂMARA DE VEREADORES
Os Vereadores são eleitos para mandatos de quatro anos pelo sistema eleitoral proporcional, em número estabelecido em conformidade e em proporcionalidade ao número de habitantes do Município, na quantificação exposta no inciso IV do artigo 29 da Constituição Federal, variando de nove Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes, até cinquenta e cinco Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes.
Os Vereadores são remunerados por subsídios fixados pela respectiva Câmara Municipal em cada legislatura para a subseqüente, observado o que dispõe a Constituição Federal e os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica.
Os Vereadores possuem inviolabilidade por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato, mas na circunscrição do Município.
A Constituição Federal estabelece que o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município, observada a limitação de proporcionalidade com os subsídios dos Deputados Estaduais em razão do número de habitantes do Município.
Compete aos Vereadores elaborar e alterar a Lei Orgânica do Município (por voto de dois terços dos seus membros), a qual deverá indicar as matérias de competência da Câmara Municipal e estabelecer o processo legislativo das leis em geral e, especificamente, das leis orçamentárias. A Câmara Municipal é o órgão do Poder Legislativo Municipal, a quem compete as seguintes funções:
—função legislativa:	correspondente ao poder de legislar sobre as matérias de competência do Município, estabelecendo as leis municipais e cumprindo o princípio da legalidade aplicável à Administração Pública. Nesse mister, a Câmara Municipal atua com a participação do Prefeito (a quem compete sancionar, promulgar e publicar as leis, ou vetar os respectivos projetos de lei, por inconstitucionalidade ou em razão do interesse público);
—função meramente deliberativa:		que diz respeito às matérias de sua competência privativa e da sua “economia interna corporis”, por meio da qual materializa atos concretos (tais e quais o provimento de seus cargos, a nomeação e exoneração de seus servidores etc.);
—função fiscalizadora:	corresponde à função estabelecida formalmente no artigo 31 Constituição Federal: “...A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei. [...] O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver...”. Para a execução dessa sua função fiscalizadora, a Câmara de Vereadores possui competência para pedir informações ao Prefeito, convocar auxiliares diretos do Prefeito para prestar informações, constituir comissão parlamentar de inquérito para investigar fatos e atos administrativos, tomar e julgar as contas do Prefeito (havendo Parecer contrário às contas do Prefeito emitido pelo Tribunal de Contas, somente por dois terços dos seus membros é que a Câmara de Vereadores poderá derrubá-lo);
—função julgadora:	competência política para julgar o Prefeito e os Vereadores por infrações político-administrativas (crimes de responsabilidade).
DO DISTRITO FEDERAL
Fundamento: Constituição Federal, artigo 32
Constituição Federal
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
§ 1º - Brasília é a Capital Federal.
Art. 21. Compete à União:
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; 
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. 
§ 1º - Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
§ 2º - A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.
§ 3º - Aos Deputados Distritais eà Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.
§ 4º - Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar. 
A Constituição Federal de 1988, em seus artigos 1º e 18, considera o Distrito Federal com uma unidade federada, uma unidade da federação.
No entendimento doutrinário brasileiro, o Distrito Federal não é Município e nem é Estado, porém, goza de autonomia constitucional, administrativa, financeira, jurídica e política e política parcialmente tutelada, porque algumas de suas instituições são tuteladas pela União, a exemplo do Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública e Polícia:
A autonomia do Distrito Federal encontra-se constitucionalmente reconhecida no artigo 32 da Constituição Federal, que lhe reconhece competência tanto para se auto-organizar por meio de Lei Orgânica própria, elaborada, votada e aprovada pela sua Casa Legislativa, quanto para eleger seu Governador e Vice-Governador, e os membros da Assembleia Distrital, reconhecendo-se-lhe, então, nas áreas de sua competência exclusiva, as capacidades de:
—	auto-organização;
—	autogoverno;
—	autolegislação;
—	auto-administração.
A Lei Orgânica do Distrito Federal define as bases de sua organização, e suas competências e da organização os seus Poderes governamentais. Nesse aspecto, assemelha-se, bastante, à organização dos Municípios.
O Distrito Federal possui as competências legislativas e tributárias reservadas aos Municípios e aos Estados (art. 32, § 1º; cc. arts. 147 e 155). 
“...Isso quer dizer que ele dispõe de uma área de competências remanescentes correspondente aos Estados, segundo o art. 25, § 1º, assim também lhe caber explorar diretamente, ou mediante concessão a empresas distritais, com exclusividade de distribuição, os serviços locais de gás canalizado (art. 25, § 2º). Competem-lhe matérias relacionadas no art.30, como de competência municipal, assim como instituir os tributos dos arts. 145, 155 e 156, e participar das receitas referidas nos arts. 157, 159, I, a e c (pois pertence ao Centro-Oeste) e II....”[24: SILVA, op. cit., p. 630]
No entanto, o Distrito Federal não pode legislar sobre matérias relativas à organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública, porque tais são da competência da União (CF/88, art. 22, XVII).
DOS PODERES DO DISTRITO FEDERAL
PODER LEGISLATIVO
A Câmara Legislativa, composta de vinte e quatro Deputados Distritais, representa o Poder Legislativo do Distrito Federal, todos eleitos pelo sistema eleitoral proporcional para mandatos de quatro anos.
Aplica-se aos Deputados Distritais as normas de inviolabilidade, imunidade, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação ás Forças Armadas, previstas nos artigos 32, § 3º; 27; e 53 a 55 da Constituição Federal.
Ao Poder Legislativo Distrital compete legislar sobre matérias locais (assemelhadamente às competências dos Municípios) e sobre as matérias que se encontram reservadas à esfera dos Estados, com as ressalvas constitucionais.
PODER EXECUTIVO
O Poder Executivo do Distrito Federal é exercido pelo Governador, eleito com o Vice-Governador, nas mesmas eleições dos Governadores dos Estados, para mandato de quatro anos, pelo sistema eleitoral majoritário, em um ou dois turnos, caso não haja vencedor no primeiro turno (50% + 1 dos votos válidos).
A Lei Orgânica do Distrito Federal define o substituto do Governador, em hipótese de impedimento ou vacância do cargo e o do Vice-Governador.
PODER JUDICIÁRIO
Não há, propriamente, um PODER JUDICIÁRIO DISTRITAL, haja vista que compete à União organizar e manter:
—	o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal;
—	a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio.
À União também compete criar, no Distrito Federal, os juizados especiais e a justiça de paz.
Ao Poder Judiciário do Distrito Federal aplica-se a disciplina estatutária, as garantias e as vedações relativas ao Poder Judiciário em Geral (arts. 93 a 99), tendo o Tribunal de Justiça e os juízes de primeiro grau.
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
Entre os artigos 127 a 135, a Constituição Federal trata das DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA, assim considerando:
—	o Ministério Público
—	a Advocacia Pública
—	a Advocacia
—	a Defensoria Pública
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Fundamento: Constituição Federal, artigos 127 a 130-A
—	não se encontra vinculado a nenhum outro Poder da União (e, alguns, até o consideram como o “Quarto Poder da República), e não é órgão consultivo ou de assessoria de quaisquer dos Poderes da União.
—	é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado
—	possui como incumbência a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis;
—	possui como seus princípios institucionais a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional;
—	abrange: 
I - o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II - os Ministérios Públicos dos Estados.
—	possui autonomia funcional e administrativa, podendo propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira;
—	possui competência também para elaborar sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação
O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução. A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República, será precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.
Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução. Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva.
Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros: 
I - as seguintes garantias:
a)	vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;
b)	inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa; 
c)	irredutibilidade de subsídio
II - as seguintes vedações:
a)	receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais;
b)	exercer a advocacia;
c)	participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d)	exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;
e)	exerceratividade político-partidária; 
f)	receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. 
São funções institucionais do Ministério Público: 
I -	promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 
II -	zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
III -	promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; 
IV -	promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior;
VIII 	 requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais; 
IX 	 exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.
O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo: 
I	o Procurador-Geral da República, que o preside;
II	quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de suas carreiras; 
III	três membros do Ministério Público dos Estados;
IV	dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça;
V	dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI	dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo lhe:
I	zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
II	zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;
III	receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
IV	rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano;
V	elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.
DA ADVOCACIA PÚBLICA
Fundamento: Constituição Federal, artigos 131 a 132
A ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo. 
A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á mediante concurso público de provas e títulos.
Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.
Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas, sendo-lhes assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício.
DA ADVOCACIA E DA DEFENSORIA PÚBLICA
Fundamento: Constituição Federal, artigos 133 a 135 
Lei Federal nº 8.906/1994
Art. 1º São atividades privativas de advocacia:
        I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais; (Vide ADIN 1.127-8)
        II - as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.
        § 1º Não se inclui na atividade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal.
        § 2º Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados.
        § 3º É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade.
        Art. 2º O advogado é indispensável à administração da justiça.
        § 1º No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce função social.
        § 2º No processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão favorável ao seu constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus público.
        § 3º No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus atos e manifestações, nos limites desta lei.
        Art. 3º O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),
A Constituição Federal considera o exercício da ADVOCACIA indispensável à administração da justiça, sendo o advogado inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, conquanto atue nos limites da Lei nº 8.906/1994:[25: Lei nº 8.906/1994, Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB): “... Art. 34. Constitui infração disciplinar:         I - exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não inscritos, proibidos ou impedidos;         II - manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos nesta lei;         III - valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a receber;         IV - angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros;         V - assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial que não tenha feito, ou em que não tenha colaborado;         VI - advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando fundamentado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior;         VII - violar, sem justa causa, sigilo profissional;         VIII - estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente ou ciência do advogado contrário;         IX - prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio;         X - acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulaçãoou a nulidade do processo em que funcione;         XI - abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da comunicação da renúncia;         XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública;         XIII - fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações forenses ou relativas a causas pendentes;         XIV - deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado, bem como de depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para confundir o adversário ou iludir o juiz da causa;         XV - fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro de fato definido como crime;         XVI - deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou de autoridade da Ordem, em matéria da competência desta, depois de regularmente notificado;         XVII - prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrário à lei ou destinado a fraudá-la;         XVIII - solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação ilícita ou desonesta;         XIX - receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o objeto do mandato, sem expressa autorização do constituinte;         XX - locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si ou interposta pessoa;         XXI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros por conta dele;         XXII - reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em confiança;         XXIII - deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, depois de regularmente notificado a fazê-lo;         XXIV - incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional;         XXV - manter conduta incompatível com a advocacia;         XXVI - fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB;         XXVII - tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia;         XXVIII - praticar crime infamante;         XXIX - praticar, o estagiário, ato excedente de sua habilitação...”]
A DEFENSORIA PÚBLICA é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal.
O ingresso na carreira dá-se mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais.
As Defensorias Públicas Estaduais possuem autonomia funcional e administrativa, cabendo-lhes a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 28ª ed. —São Paulo : Malheiros, 2013
SILVA, José Afonso da.Curso de Direito Constitucional Positivo. 21ª ed. — São Paulo : Malheiros, 2002
_______. Aplicabilidade das normas constitucionais. 8ª ed. — Malheiros : São Paulo, 2012
TAVARES, André Ramos. Curso de Direito Constitucional. 2ª ed. — São Paulo : Saraiva, 2002,
TRIBUTO = GÊNERO
ESPÉCIES: IMPOSTOS, TAXAS, CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIAS, IMPOSTOS COMPULSÓRIOS E CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS.
EX. BREJO, A PREFEITURA FAZ UMA VALORIZAÇÃO NO LOCAL E SOBRE, A PREFEITURA PODE COBRAR POR MELHORIAS.
AS TAXAS SÃO COBRADAS DIRETAMENTE PELOS SERVIÇOS PÚBLICOS. 
José Natanael Ferreira
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