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Direito Constitucional II - Organização do Estado e dos Poderes

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Prévia do material em texto

Indaial – 2020
Direito ConstituCional ii- 
organização Do estaDo 
e Dos PoDeres
Prof. Rodrigo Flores Fernandes
Prof.ª Rosana Maria de Moraes e Silva Antunes
Prof.ª Maytê Ribeiro Tamura Meleto Barboza
Prof. Pablo Rodrigo Bes
1a Edição
 2020
Elaboração:
Prof. Rodrigo Flores Fernandes
Prof.ª Rosana Maria de Moraes e Silva Antunes
Prof.ª Maytê Ribeiro Tamura Meleto Barboza
Prof. Pablo Rodrigo Bes
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Conteúdo produzido
Copyright © Sagah Educação S.A.
Impresso por:
III
aPresentação
Olá Caro Acadêmico!
Esta disciplina abordará as questões relativas ao Direito Constitucional 
II, principalmente aos assuntos pertinentes a Organização do Estado e dos 
Poderes.
Na Unidade 1 será trabalhado a questão do Estado, em especial as 
formas de federação, bem como os tipos de Federalismo.
Será trabalhado nesta unidade a organização político-administrativa 
do estado, para explicar a repartição de competências da federação brasileira, 
descriminando as competências da União, dos Estados, dos Municípios e do 
Distrito Federal.
Também será trabalhado as competências da união, dos estados, 
dos municípios e do distrito federal, distinguindo a intervenção federal de 
intervenção estadual, como também saber identificar os princípios explícitos 
aplicáveis à Administração Pública.
Verificamos os princípios explícitos aplicáveis à Administração 
Pública e aos institutos de desconcentração e descentralização, por meio dos 
quais se formam órgãos e pessoas jurídicas pertencentes à Administração 
Pública Indireta. 
Para isso, você deverá reconhecer o que é a Administração Pública 
Direta e o que é a Administração Pública Indireta, comparando-as entre si. 
Por fim, deverá distinguir servidor público de empregado público, 
analisando os seus respectivos regimes previdenciários.
Na Unidade 2 trabalhar-se-á os Poderes do Estado Brasileiro, desde o 
Poder Executivo, Poder Legislativo, Processo Legislativo e o Poder Judiciário. 
Definindo os sistemas de governo adotados nas democracias ocidentais e as 
competências do Chefe e dos ministros do Poder Executivo.
Na Unidade 3 será estudado as Instâncias Superiores do Poder 
Judiciário Brasileiro, como também o Supremo Tribunal Federal (STF) e 
o Superior Tribunal de Justiça (STJ), perpassando pela ordem social e o 
empreendedorismo social.
Bons estudos!
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer teu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em tuas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela terás 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar teu crescimento.
Acesse o QR Code, que te levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para teu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nessa caminhada!
LEMBRETE
VII
UNIDADE 1 – DO ESTADO ....................................................................................................................1
TÓPICO 1 – DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO ..................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3
2 FORMAS DE ESTADO, DE FEDERAÇÃO E TIPOS DE FEDERALISMO .................................3
3 FORMAS DE INCORPORAÇÃO, SUBDIVISÃO E DESMEMBRAMENTO DE ESTADOS ......7
4 HIPÓTESES DE CRIAÇÃO, INCORPORAÇÃO, FUSÃO E DESMEMBRAMENTO 
 DE MUNICÍPIOS ....................................................................................................................................8
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................11
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................12
TÓPICO 2 – DAS COMPETÊNCIAS DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DOS MUNICÍPIOS 
 E DO DISTRITO FEDERAL ...........................................................................................13
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................13
2 REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS DA FEDERAÇÃO BRASILEIRA ..................................13
3 COMPETÊNCIAS DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DOS MUNICÍPIOS E DO DISTRITO 
 FEDERAL ................................................................................................................................................15
4 REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS E MATERIAIS....................................21
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................23
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................24
TÓPICO 3 – DA INTERVENÇÃO ........................................................................................................25
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................25
2 INTERVENÇÃO FEDERAL VERSUS INTERVENÇÃO ESTADUAL .......................................25
3 PRESSUPOSTOS MATERIAIS E FORMAIS DA INTERVENÇÃO ..........................................28
4 JURISPRUDÊNCIA DAS CORTES SUPERIORES ACERCA DA HIPÓTESE DE 
 INTERVENÇÃO ....................................................................................................................................30
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................33
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................34
TÓPICO 4 – DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ...............................................................................35
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................35
2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ......................................................35
3 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA.................................................................38
4 SERVIDORPÚBLICO VERSUS EMPREGADO PÚBLICO ........................................................41
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................43
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................44
sumário
VIII
UNIDADE 2 – DOS PODERES DO ESTADO ...................................................................................45
TÓPICO 1 – DO PODER EXECUTIVO ...............................................................................................47
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................47
2 SISTEMAS DE GOVERNO ................................................................................................................47
3 COMPETÊNCIAS DO CHEFE E DOS MINISTROS DO PODER EXECUTIVO ....................49
4 PROCEDIMENTO DE IMPEACHMENT ........................................................................................52
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................55
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................56
TÓPICO 2 – DO PODER LEGISLATIVO ...........................................................................................59
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................59
2 ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO ..............................................................................................59
3 COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO ...........................................................................64
4 OBJETO ...................................................................................................................................................64
5 PRAZO ....................................................................................................................................................65
6 PODERES ...............................................................................................................................................65
7 IMUNIDADE PARLAMENTAR ........................................................................................................66
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................68
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................69
TÓPICO 3 – DO PROCESSO LEGISLATIVO ...................................................................................71
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................71
2 LEI ORDINÁRIA VERSUS LEI COMPLEMENTAR ................................................ 71
3 EMENDAS CONSTITUCIONAIS E CLÁUSULAS PÉTREAS ...................................................73
4 PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO .....................................................................................75
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................78
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................79
TÓPICO 4 – DO PODER JUDICIÁRIO ..............................................................................................81
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................81
2 PODER JUDICIÁRIO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 .............................................81
3 QUINTO CONSTITUCIONAL ..........................................................................................................84
4 SÚMULA VINCULANTE ...................................................................................................................85
5 RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL .............................................................................................86
6 PRECATÓRIO JUDICIAL ...................................................................................................................87
7 ORGANIZAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO .................................................................................88
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................91
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................92
UNIDADE 3 – INSTANCIAS SUPERIORES SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL .....................95
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................95
2 SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL COMO ÓRGÃO GUARDIÃO DA 
 CONSTITUIÇÃO FEDERAL ..............................................................................................................95
3 FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ............................................................98
4 COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS ATRIBUÍDAS A SUPREMA CORTE ..................100
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................104
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................105
IX
TÓPICO 2 – O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E O SUPERIOR TRIBUNAL 
 DE JUSTIÇA ....................................................................................................................107
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................107
2 COMPOSIÇÃO E COMPETÊNCIAS .............................................................................................107
2.1 SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ..................................................................................................... 107
2.2 SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA .........................................................................................110
3 SÚMULA VINCULANTE E REPERCUSSÃO GERAL ...............................................................112
4 RECURSOS EXTRAORDINÁRIO, ESPECIAL E ORDINÁRIO ...............................................116
4.1 RECURSO EXTRAORDINÁRIO .................................................................................................... 116
4.2 RECURSO ESPECIAL ...................................................................................................................117
4.3 RECURSO ORDINÁRIO ...............................................................................................................117
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................122
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................123
TÓPICO 3 – DA ORDEM SOCIAL ....................................................................................................125
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................125
2 SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL ............................................................................................125
3 EDUCAÇÃO, CULTURA E DESPORTO .......................................................................................1324 IMPORTÂNCIA DO INCENTIVO DO ESTADO ÀS ÁREAS DE CIÊNCIA, 
 TECNOLOGIA E INOVAÇÃO ........................................................................................................137
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................139
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................140
TÓPICO 4 – EMPREENDEDORISMO SOCIAL .............................................................................141
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................141
2 O QUE É EMPREENDEDORISMO SOCIAL? ..............................................................................141
3 AS CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDORISMO SOCIAL......................... 145
4 AS AÇÕES DO EMPREENDEDORISMO SOCIAL ....................................................................150
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................157
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................158
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................159
X
1
UNIDADE 1
DO ESTADO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• Explicar as formas de Estado, em especial as formas de federação, 
bem como os tipos de Federalismo.
• Analisar as formas de incorporação, subdivisão e desmembramento 
de Estados.
• Descrever as hipóteses de criação, incorporação, fusão e 
desmembramento de municípios.
• Explicar a repartição de competências da federação brasileira.
• Discriminar as competências da União, dos Estados, dos Municípios 
e do Distrito Federal.
• Esquematizar a repartição de competências legislativas e materiais.
• Distinguir intervenção federal de intervenção estadual.
• Explicar os pressupostos materiais e formais da intervenção.
• Interpretar a jurisprudência das cortes superiores acerca da (im)
possibilidade de intervenção.
• Identificar os princípios explícitos aplicáveis à Administração 
Pública.
• Comparar a Administração Pública Direta com a Administração 
Pública Indireta.
• Distinguir servidor público de empregado público e os seus 
respectivos regimes previdenciários.
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO 
ESTADO
TÓPICO 2 – DAS COMPETÊNCIAS DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DOS 
MUNICÍPIOS E DO DISTRITO FEDERAL
TÓPICO 3 – DA INTERVENÇÃO
TÓPICO 4 – DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
2
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO
1 INTRODUÇÃO
A organização político-administrativa do Estado é de suma importância 
para que se possa entender as formas possíveis, o que é federação e federalismo, 
bem como quais são as modificações previstas no ordenamento jurídico em 
relação aos entes federativos.
Nesta unidade, você vai ler sobre as formas de Estado, em especial, a 
federação e os tipos de federalismo. Conhecerá também as formas de incorporação, 
subdivisão e desmembramento de Estados e quais as hipóteses de criação, 
incorporação, fusão e desmembramento de municípios.
2 FORMAS DE ESTADO, DE FEDERAÇÃO E TIPOS DE 
FEDERALISMO
As formas de Estado expressam como é o exercício do poder político no 
próprio Estado.
Uma primeira classificação das formas de Estado seria Estado unitário 
(simples), que se divide em:
• unitário puro;
• unitário descentralizado administrativamente;
• unitário descentralizado administrativa e politicamente.
O Estado unitário puro (centralizado):
[...] é aquele em que as competências estatais são exercidas de 
maneira centralizada pela unidade que concentra o poder político. 
A centralização do exercício do poder é, pois, a característica dessa 
forma de Estado unitário (PAULO; ALEXANDRINO, 2017, p. 276).
UNIDADE 1 | DO ESTADO
4
O Estado unitário descentralizado administrativamente (ou regional) é 
diferente do unitário puro, tendo em vista que são criados órgãos para o fim de 
executar, por meio de delegação, as decisões políticas criadas pelo poder central. 
Essa delegação também pode ser feita a pessoas, ou seja:
[...] o Estado unitário descentralizado administrativamente, apesar de 
ainda concentrar a tomada de decisões políticas nas mãos do Governo 
Nacional, avança descentralizando a execução das decisões políticas já 
tomadas. Criam-se pessoas para, em nome do Governo Nacional, como 
se fossem uma extensão deste (longa manus), executar, administrar, as 
decisões políticas tomadas (LENZA, 2015, p. 711).
São exemplos de Estado unitário descentralizado administrativa e 
politicamente a Espanha, França e Portugal.
No Estado unitário descentralizado administrativa e politicamente, a 
descentralização também ocorre na esfera política. Assim, os entes descentralizados 
conseguem realizar uma análise da sua realidade e do seu caso concreto sobre as execuções 
das decisões emanadas pelo governo central.
DICAS
A segunda classificação das formas de Estado é o Estado composto, que 
se divide em:
• confederação;
• união pessoal;
• união real.
A confederação é a união de Estados soberanos, por meio de um tratado, 
para um determinado fim. Tal tratado será regido pelas normas do Direito 
Internacional. Um exemplo de confederação são os Estados Unidos entre 1776 
e 1787.
A união pessoal ocorre quando dois ou mais Estados soberanos passam 
a ter somente um chefe de Estado. Um exemplo de união pessoal era Portugal 
e Brasil no ano de 1826, em que Dom Pedro IV (Dom Pedro I no Brasil) repre- 
sentava o governante. Tal forma já passou à categoria histórica, devido à forma 
precária e sem qualquer vantagem política, não mais existindo atualmente.
Na união real, os Estados soberanos organizam-se internamente e, perante 
relações internacionais, demonstram-se como uma só unidade. A união real é 
uma situação que imperou de 1815 a 1822 entre os Reinos de Portugal, Brasil e 
Algarve. São também exemplos de união real:
TÓPICO 1 | DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO
5
• sob a forma monárquica, Império Austro–Húngaro (1867 a 1918);
• sob a forma republicana, Tanganica e Zanzibar, desde 1964 (sob o nome de 
Tanzânia).
A terceira classificação é o Estado federado, ou federação:
O Estado será federado (federal, complexo ou composto) se o poder 
político estiver repartido entre diferentes entidades governamentais 
autônomas, gerando uma multiplicidade de organizações 
governamentais que coexistem em um mesmo território. Portanto, o 
Estado federado é caracterizado por ser um modelo de descentralização 
política, a partir da repartição constitucional de competências entre as 
entidades federadas autônomas que o integram. O poder político, em 
vez de permanecer concentrado na entidade central, é dividido entre 
as diferentes entidades federadas dotadas de autonomia (PAULO; 
ALEXANDRINO, 2017, p. 276).
O Estado federado ou federação restou adotado pela República 
Federativa do Brasil, tanto o é que no art. 1º, caput, da Constituição Federal de 
1988 está disposto: “Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em 
Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: [...]” (BRASIL, 1988, 
documento on-line).
Os Estados federados possuem a sua realidade de forma individual, mas 
é possível descrever algumas característicascomuns quando se denota a forma 
federativa. São elas:
• descentralização política (a constituição determina autonomia aos entes);
• repartição de competência (garantia de autonomia entre os entes);
• constituição rígida como base jurídica (constituição federal distribuindo 
competência entre os entes);
• inexistência do direito de secessão (proibição de separação da federação);
• soberania do Estado federal (o Estado federal é soberano, e os entes são 
autônomos, mas fazem parte do todo);
• intervenção (instrumento para manter, na crise, a manutenção da federação);
• auto-organização dos Estados membros (formação das Constituições estaduais);
• órgão representativo dos Estados-membros (cada Estado-membro possui 
representatividade perante o Estado — no Brasil — Senado Federal);
• guardião da Constituição (existência de um tribunal constitucional — no Brasil 
— Supremo Tribunal Federal [STF]);
• repartição de receitas (certa autonomia financeira).
Com relação ao federalismo, adotamos neste capítulo a tipologia disposta 
na doutrina de Lenza (2015, p. 713-717), que dispõe:
• federalismo por agregação ou desagregação (segregação);
• federalismo dual ou cooperativo;
• federalismo simétrico ou assimétrico;
UNIDADE 1 | DO ESTADO
6
• federalismo orgânico;
• federalismo de integração;
• federalismo de equilíbrio;
• federalismo de segundo grau.
O federalismo por agregação ou desagregação (segregação) denota tipos 
de formação histórica, uma vez que são Estados independentes ou soberanos 
que decidiram unir-se entre si e formar um só Estado, buscando, assim, a 
indissolubilidade do vínculo federativo. É o caso dos Estados Unidos, da 
Alemanha e da Suíça.
O federalismo por desagregação é um Estado unitário que resolve descen-
tralizar, por exemplo, o Brasil.
O federalismo dual ou cooperativo expressa o modo de separação das 
atribuições ou competências. Assim, no federalismo dual, existe uma rigidez, não 
se permitindo uma interpenetração ou cooperação entre os Estados-membros. 
No federalismo cooperativo, expressa-se uma atuação comum ou concorrente 
para que assim os Estados-membros atuem de forma conjunta. Também como 
exemplo, citamos os Estados Unidos na sua origem.
O federalismo simétrico ou assimétrico analisa a esfera de desenvolvimento 
e cultural de forma geral, pois no simétrico há uma homogeneidade no Estado 
federado. Como exemplos, citamos os EUA, que expressam o federalismo 
simétrico; já o Brasil expressa o federalismo assimétrico, uma vez que estabelece 
um tratamento diferenciado entre os entes federados, o que pode decorrer da 
diversidade de cultura e de língua presente no Estado.
No federalismo orgânico, a manutenção do Estado é pensada como um 
todo em detrimento da parte, ou seja, há uma preocupação com um poder central. 
É parecido com o federalismo de integração, em que há uma preponderância do 
governo central sobre os demais entes para que assim se tenha uma interação 
nacional.
O federalismo de equilíbrio busca a harmonia entre os entes para que 
assim haja um fortalecimento das instituições. Já o federalismo de segundo grau 
dispõe a ideia da Constituição Federal de 1988, que institui o municipalismo:
Ganham os Municípios o poder de auto-organização, sujeitos, 
entretanto, aos princípios da Constituição Federal, aos da Constituição 
do respectivo Estado, além de estarem obrigados ao respeito a uma 
série de preceitos expressos, conforme o disposto no art. 29 da 
Constituição Federal. Isto corrobora a tese de que a Constituição de 
1988 consagra um federalismo de segundo grau (FERREIRA FILHO, 
2012, p. 75).
A seguir, analisaremos as formas de incorporação, subdivisão e 
desmembramento dos Estados, em razão da importância no entendimento da 
organização político-administrativa.
TÓPICO 1 | DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO
7
3 FORMAS DE INCORPORAÇÃO, SUBDIVISÃO E 
DESMEMBRAMENTO DE ESTADOS
Para se analisar as formas de alteração nos Estados-membros no Brasil, 
citamos o art. 18, § 3º, da Constituição Federal de 1988:
Art. 18 A organização político-administrativa da República 
Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta 
Constituição. [...] § 3º Os Estados podem incorporar-se entre 
si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, 
ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante 
aprovação da população diretamente interessada, por meio de 
plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar [...] 
(BRASIL, 1988, documento on-line).
Nesse sentido, o art. 18 da Constituição Federal de 1988 disciplina que 
pode haver um arranjo diferente em relação aos Estados ou Territórios Federais, 
ou seja, respeitado o procedimento, há a possibilidade de os Estados ou Territórios 
Federais incorporarem-se entre si, subdividirem-se ou desmembrarem-se para se 
anexar a outros ou formar novos Estados ou Territórios Federais. O que não é 
permitido é o direito de secessão.
Assim, é necessário distinguir incorporação, divisão e desmembramento. 
Na incorporação, dois ou mais Estados se fundem e dão origem a um novo Estado 
ou Território Federal, por consequência, os Estados deixam de existir da forma 
que eram anteriormente. Nesse caso, o plebiscito, conforme disciplina o art. 18, 
§ 3º, ocorre com as populações envolvidas. Na divisão, o Estado é separado em 
novos Estados, ou seja, deixa de existir da forma que era para formar novos 
Estados. No desmembramento:
[...] podem ocorrer três situações distintas: I) a anexação da parte 
desmembrada a um outro Estado, sem a criação de um novo ente 
federativo; II) a formação de um novo Estado-Membro; ou III) a 
formação de um Território Federal. Ao contrário do que ocorre 
na incorporação e na subdivisão, no desmembramento não há o 
desaparecimento do ente federativo primitivo (ou originário). Tanto 
no desmembramento por anexação quanto no desmembramento 
por formação os Estados originários continuam a existir, apesar da 
redução territorial e populacional (NOVELINO, 2016, p. 542).
O procedimento a ser adotado nos casos citados está também disciplinado 
no art. 18. Assim, nesse sentido, é necessário, além do plebiscito da população 
diretamente interessada, uma lei complementar por parte do Congresso Nacional. 
Cabe referência à Lei nº 9.709, de 18 de novembro de 1998, que, no art. 7º, define 
a população diretamente interessada:
[...] as consultas plebiscitárias previstas nos arts. 4º e 5º entende-se 
por população diretamente interessada tanto a do território que se 
pretende desmembrar, quanto a do que sofrerá desmembramento; 
em caso de fusão ou anexação, tanto a população da área que se quer 
anexar quanto a da que receberá o acréscimo; e a vontade popular 
se aferirá pelo percentual que se manifestar em relação ao total da 
população consultada (BRASIL, 1998, documento on-line).
UNIDADE 1 | DO ESTADO
8
Assim, é de suma importância a participação da população diretamente 
interessada, sendo condição sine qua non para a modificação:
Note-se que, se o plebiscito for desfavorável, o procedimento 
estará encerrado, constituindo, pois, a aprovação das populações 
diretamente interessadas, verdadeira condição de procedibilidade do 
processo legislativo da lei complementar. Caso, porém, haja aprovação 
plebiscitária, o Congresso Nacional soberanamente decidirá pela 
aprovação ou não da lei complementar. Em síntese, a negativa no 
plebiscito impede o processo legislativo, enquanto a concordância dos 
interessados permite que o projeto de lei complementar seja discutido 
no Congresso Nacional, sem contudo vinculá-lo, pois esse deverá zelar 
pelo interesse geral da República Federativa e não somente pelo das 
populações diretamente interessadas (MORAES, 2017, p. 231).
A Constituição Federal de 1988, como demonstrado, estabelece o 
procedimento para modificação do ente federativo Estado. No que compete 
ao município, a Constituição Federal de 1988 é de suma importância pelas 
inovações que trouxeem seu bojo, entre as quais, a elevação do município a 
ente federativo, como analisaremos a seguir (BRASIL, 1988).
4 HIPÓTESES DE CRIAÇÃO, INCORPORAÇÃO, FUSÃO E 
DESMEMBRAMENTO DE MUNICÍPIOS
A importância da Constituição Federal de 1988 em relação aos municípios 
refere-se ao fato de elevar ao status de ente federativo o que, de certo modo, traria 
uma maior autonomia e um autogoverno:
A inovação da Constituição Cidadã, com relação aos municípios, 
foi tê-los inserido como componentes da federação, estruturando-
os como entidades políticas autônomas, dotadas de autogoverno, 
podendo determinar os seus interesses da forma que melhor lhes 
convier, respeitados, obviamente, os parâmetros constitucionais. As 
Constituições anteriores não conferiam aos municípios a qualidade de 
entes da federação brasileira, mas os enquadravam como entidades 
relativamente autônomas. O autogoverno era característico apenas da 
União e dos estados-membros, sendo destes últimos a prerrogativa de 
estruturar a organização política dos municípios (AGRA, 2018, p. 389).
No que compete aos municípios, as hipóteses de criação, incorporação, 
fusão e desmembramento estão dispostas também no art. 18 da Constituição 
Federal de 1988, no § 4º:
Art. 18 [...]
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de 
Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado 
por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, 
mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após 
divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e 
publicados na forma da lei (BRASIL, 1988, documento on-line).
TÓPICO 1 | DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO
9
Antes da Constituição Federal de 1988, de acordo com Barcellos (2018, p. 
258), a realidade era a seguinte:
Sob a vigência da Constituição de 1967/1969, a criação de Municípios 
era regulada por lei complementar nacional, e a LC nº. 1/1967, art. 
2º, previa exigências mínimas em termos de população (10 mil), 
arrecadação tributária
(5 milésimos da arrecadação estadual de impostos) e estrutura urbana 
(centro urbano com no mínimo 200 casas), além da consulta às 
populações interessadas e de lei estadual autorizativa.
O art. 18, § 4º, da Constituição de 1988, em sua redação original, 
mudou esse regime e passou a prever que a criação, incorporação, 
fusão e desmembramento de Municípios dependeriam de lei estadual, 
observados requisitos fixados em lei complementar estadual, e 
consulta prévia às populações interessadas. Ou seja: quaisquer 
eventuais requisitos seriam fixados pelos Estados.
Assim, nos casos dos municípios, havia um certo cuidado com as autono- 
mias alcançadas com sua criação:
No caso dos Municípios, as hipóteses de criação, incorporação, fusão 
e desmembramento (CF, art. 18, § 4º) foram alteradas pela Emenda 
Constitucional nº 15/1996 com a finalidade conter a proliferação com 
fins eleitoreiros de Municípios sem a estrutura necessária para o 
exercício de suas autonomias (NOVELINO, 2016, p. 544).
Com a criação de muitos municípios, houve ajuizamento junto ao STF 
de ações buscando a declaração da inconstitucionalidade das leis estaduais 
que criavam os municípios, por não respeitarem os procedimentos necessários, 
conforme a redação do art. 18, § 4º, da Constituição Federal de 1988. Porém, 
diante desse quadro social brasileiro, houve, por parte do legislativo federal, com 
a Emenda Constitucional nº 57, de 18 dezembro de 2008, o acréscimo do art. 96 
nos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias:
Art. 96 Ficam convalidados os atos de criação, fusão, incorporação e 
desmembramento de Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 
31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos estabelecidos na 
legislação do respectivo Estado à época de sua criação (BRASIL, 2008, 
documento on-line).
Assim, os requisitos expressos e necessários são:
• lei complementar federal estipulando período para que ocorra, porém, é 
imprescindível a manifestação legislativa;
• lei ordinária federal declarando a viabilidade do município;
• consulta (plebiscito) da população envolvida provocada pela Assembleia 
Legislativa, em lei estatual, conforme estabelece a Lei nº 9.709/1998, no art. 5º: 
“O plebiscito destinado à criação, à incorporação, à fusão e ao desmembramento 
de Municípios, será convocado pela Assembleia Legislativa, de conformidade 
com a legislação federal e estadual” (BRASIL, 1998, documento on-line);
• lei ordinária estadual, respeitando o período estabelecido na lei federal, em que 
é estabelecido a criação do novo município.
UNIDADE 1 | DO ESTADO
10
Com a criação do novo município, deve ser observado — em relação à 
escolha dos representantes dos poderes Executivo e Legislativo, ou seja, de 
prefeito, vice-prefeito e vereadores — o prazo do pleito eleitoral para que seja 
simultâneo em todo o País, conforme o art. 29, I, da Constituição Federal de 1988:
Art. 29 O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, 
com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços 
dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos 
os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do 
respectivo Estado e os seguintes preceitos: I — eleição do Prefeito, 
do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, 
mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País (BRASIL, 
1988, documento on-line).
Assim, abordamos neste capítulo as formas de Estado e federação, bem 
como de que forma legal pode haver modificação nos entes federados (Estados e 
municípios).
O STF declarou inconstitucionalidade de lei estadual que criou município 
na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 2240. Saiba mais acessando o link abaixo
https://goo.gl/MEVw9B
UNI
11
 Neste tópico, você aprendeu que:
• A organização político-administrativa do Estado é de suma importância 
para que se possa entender as formas que ele pode ter, o que é Federação e 
Federalismo, bem como quais modificações são previstas no ordenamento 
jurídico em relação aos Entes Federativos.
• Foi visto as formas de Estado, em especial a Federação e os tipos de 
Federalismo. 
• Conheceu-se também as formas de incorporação, subdivisão e 
desmembramento de Estados e quais as hipóteses de criação, incorporação, 
fusão e desmembramento de municípios.
RESUMO DO TÓPICO 1
12
1 Em relação à organização político-administrativa, para formar um novo 
Estado-membro, a Constituição Federal de 1988 estabelece, no que concerne 
aos requisitos que: 
a) Far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei 
Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante 
plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos.
b) Far-se-ão por lei ordinária, dentro do período determinado por Lei 
Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante 
plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos.
c) Mediante aprovação da população diretamente interessada, por meio de 
plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
d) Mediante aprovação da população diretamente interessada, por meio de 
plebiscito, e da Assembleia, por lei complementar.
e) Mediante aprovação de 10% da população diretamente interessada e do 
Congresso Nacional, por lei complementar.
2 Assinale a alternativa correta no que tange à formação dos Estados quanto aos 
requisitos estabelecidos constitucionalmente para a forma desmembramento/
formação: 
a) O Estado A, originário, mantém sua existência, mas seu território é 
desmembrado em dois Estados, formando assim A e B.
b) O Estado A deixa de existir e seu território é desmembrado em dois Estados, 
formando assim B e C.
c) O Estado A, originário, cede parte de seu território ao Estado B, que passa a 
ser ampliado.
d) O Estado A e o Estado B deixam de existir e cedem seus territórios, formando 
um Estado único, C.
e) O Estado A e o Estado B mantêm suas existências e cedem seus territórios, 
formando um Estado único C.
AUTOATIVIDADE13
TÓPICO 2
DAS COMPETÊNCIAS DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DOS 
MUNICÍPIOS E DO DISTRITO FEDERAL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A Constituição Federal de 1988 distribui, entre os entes federados, o 
que compete a cada um, seja de forma exclusiva ou concorrente. Assim, restam 
estabelecidas as competências da União, dos estados, dos municípios e do 
Distrito Federal.
Nesta unidade, você vai ler sobre a repartição de competências da 
federação brasileira. Serão discriminadas as competências da União, dos estados, 
dos municípios e do Distrito Federal, bem como explicada a repartição de 
competências legislativas e materiais.
2 REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS DA FEDERAÇÃO 
BRASILEIRA
A forma federativa é também representada pela repartição de 
competências entre os entes federativos. Nesse sentido, é importante a repartição 
de competências de cada ente na República Federativa do Brasil, especificadas na 
Constituição Federal de 1988.
Com relação aos critérios utilizados para a repartição de competências, 
uma parte da doutrina afirma que o critério adotado é o princípio da predo- 
minância do interesse. De acordo com Novelino (2016, p. 534):
A Competência para tratar de assuntos de interesse nacional ou 
predominantemente geral foi atribuída à União. É o caso, por exemplo, 
da competência para legislar sobre diretrizes da política nacional de 
transportes (CF, art. 22, IX); emigração e imigração, entrada, extradição 
e expulsão de estrangeiros (CF, art. 22, XV); normas gerais de licitação 
e contratação (CF, art. 22, XXVII); ou, ainda, defesa territorial, defesa 
aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional (CF. 
art. 22, XXVIII). A competência para tratar de assuntos de interesse 
predominantemente local, foi atribuída aos Municípios (CF, art. 30, I). 
Aos Estados restaram competências residuais para tratar de assuntos 
de interesse regional (CF, art. 25, § 1.0). Ao Distrito Federal, em razão 
de sua natureza híbrida, foi atribuída competência para tratar de 
assuntos de interesse regional e local (CF, art. 32, § 1º).
UNIDADE 1 | DO ESTADO
14
Também encontramos a visão de que o critério adotado para a repartição 
das competências sofreu influência política, tornando-se, assim, uma espécie de 
critério híbrido. Conforme Agra (2018, p. 398):
O critério escolhido foi híbrido, também influenciado pelas decisões 
políticas tomadas em um contexto social determinado, pela tradição 
histórica e pela real possibilidade de implantação das competências, 
haja vista que aquelas matérias que necessitam de grande aporte 
financeiro ou de uniformidade legislativa na federação devem ficar ao 
encargo da União. As técnicas de repartição de competência podem ser: 
a) numeração das prerrogativas para a União e o remanescente para 
os demais componentes federativos; b) numeração dos poderes para 
os estados-membros e o remanescente para a União; e c) competência 
numerada para todos os órgãos federativos.
Com relação ao modelo de repartição de competências, a Constituição 
Federal adota o modelo horizontal, em que não há subordinação ou 
hierarquização, no exercício das competências, entre os entes federados, 
como resta expresso nos arts. 21 a 23, 25 e 30. No modelo vertical, a mesma 
matéria é atribuída a diferentes entes federativos — assim, cria-se uma relação 
de subordinação, como, por exemplo, consta no art. 24, também chamada 
de competência legislativa concorrente, em que cabe à União legislar de 
forma geral, conforme dispõe o § 1º: “Art. 24 [...] § 1º No âmbito da legislação 
concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais” 
(BRASIL, 1988, documento on-line). Já os estados e o Distrito Federal têm a 
competência de completar tais normas gerais, conforme expresso no § 2º: “Art. 
24 [...] § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui 
a competência suplementar dos Estados” (BRASIL, 1988, documento on-line).
Com relação aos municípios, a Constituição Federal estabeleceu a com- 
petência legislativa para legislar sobre assuntos de interesse local e, quando 
houver legislação federal ou estadual, a competência é suplementar, conforme 
art. 30, I e II: “Art. 30 Compete aos Municípios: I — legislar sobre assuntos de 
interesse local; II — suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; 
[...]” (BRASIL, 1988, documento on-line).
É de fundamental importância para o entendimento da repartição das 
competências na federação brasileira o conceito de espécies de competências, que 
são:
• administrativas;
• legislativas;
• tributárias.
TÓPICO 2 | DAS COMPETÊNCIAS DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DOS MUNICÍPIOS E DO DISTRITO FEDERAL
15
As competências administrativas dispõem sobre a atuação direta do ente 
federado, ou seja, definem o limite e onde o ente federativo deve atuar de forma político-
-administrativa (por exemplo, art. 21 da Constituição Federal). Nas competências legislativas, 
são definidas as matérias nas quais o ente tem competência para criar leis (por exemplo, art. 
22 da Constituição Federal). Já as competências tributárias estabelecem ao ente federado 
atribuição de instituir tributos (por exemplo, art. 145 da Constituição Federal).
DICAS
Definidos alguns conceitos importantes para a compreensão da repartição 
das competências, analisaremos a seguir as competências da União, dos estados, 
dos municípios e do Distrito Federal.
3 COMPETÊNCIAS DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DOS 
MUNICÍPIOS E DO DISTRITO FEDERAL
As competências da União estão estabelecidas nos arts. 21 e 22 da 
Constituição Federal, sendo que o art. 21 traz as competências administrativas 
exclusivas da União, ou seja, que não podem ser delegadas, são elas:
Art. 21 Compete à União:
I — manter relações com Estados estrangeiros e participar de 
organizações internacionais;
II — declarar a guerra e celebrar a paz; III — assegurar a defesa 
nacional;
IV — permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças 
estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam 
temporariamente; V — decretar o estado de sítio, o estado de defesa 
e a intervenção federal; VI — autorizar e fiscalizar a produção e o 
comércio de material bélico;
VII — emitir moeda;
VIII — administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as 
operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio 
e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;
IX — elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do 
território e de desenvolvimento econômico e social;
X — manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI — explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou 
permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que 
disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão 
regulador e outros aspectos institucionais;
XII — explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou 
permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento 
energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde 
se situam os potenciais hidroenergéticos;
UNIDADE 1 | DO ESTADO
16
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos 
brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de 
Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional 
de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
XIII — organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do 
Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios;
XIV — organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de 
bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência 
finan- ceira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, 
por meio de fundo próprio;
XV — organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, 
geologia e cartografia de âmbitonacional;
XVI — exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões 
públicas
e de programas de rádio e televisão; XVII — conceder anistia;
XVIII — planejar e promover a defesa permanente contra as 
calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações;
XIX — instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos 
hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso;
XX — instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive 
habitação, saneamento básico e transportes urbanos;
XXI — estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de 
viação; XXII — executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária 
e de fronteiras; XXIII — explorar os serviços e instalações nucleares 
de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, 
a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e 
o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os 
seguintes princípios e condições:
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida 
para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e 
a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, 
agrícolas e industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 49, de 2006);
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, 
comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida igual 
ou inferior a duas horas;
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da 
existência de culpa;
XXIV — organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
XXV — estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade 
de garimpagem, em forma associativa (BRASIL, 1988, documento on-
line).
Já o art. 22 da Constituição Federal dispõe sobre competências legislativas, 
que são privativas da União:
Art. 22 Compete privativamente à União legislar sobre:
I — direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, 
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
II — desapropriação;
III — requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em 
tempo de guerra;
TÓPICO 2 | DAS COMPETÊNCIAS DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DOS MUNICÍPIOS E DO DISTRITO FEDERAL
17
IV — águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; 
V — serviço postal;
VI — sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; 
VII — política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores; 
VIII — comércio exterior e interestadual;
IX — diretrizes da política nacional de transportes;
X — regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e 
aeroespacial;
XI — trânsito e transporte;
XII — jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; 
XIII — nacionalidade, cidadania e naturalização;
XIV — populações indígenas;
XV — emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de 
estrangeiros; 
XVI — organização do sistema nacional de emprego e condições para 
o exercício de profissões;
XVII — organização judiciária, do Ministério Público do Distrito 
Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, bem 
como organização administrativa destes;
XVIII — sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia 
nacionais; 
XIX — sistemas de poupança, captação e garantia da poupança 
popular; 
XX — sistemas de consórcios e sorteios;
XXI — normas gerais de organização, efetivos, material bélico, 
garantias, con- vocação e mobilização das polícias militares e corpos 
de bombeiros militares; 
XXII — competência da polícia federal e das polícias rodoviária e 
ferroviária federais;
XXIII — seguridade social;
XXIV — diretrizes e bases da educação nacional; 
XXV — registros públicos;
XXVI — atividades nucleares de qualquer natureza;
XXVII — normas gerais de licitação e contratação, em todas as 
modalida- des, para as administrações públicas diretas, autárquicas 
e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, 
obedecido o disposto no art. 37, 
XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos 
termos do art. 173, § 1º, III;
XXVIII — defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, 
defesa civil e mobilização nacional;
XXIX — propaganda comercial.
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a 
legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste 
artigo (BRASIL, 1988, documento on-line).
Tais competências legislativas são privativas da União, porém, o parágrafo 
único do art. 22 faculta que haja delegação legislativa aos Estados e ao Distrito 
Federal, por meio de lei complementar, o que permitiria que o ente delegado 
legislasse sobre determinada matéria. Assim, ao contrário do art. 21, em que a 
competência é indelegável, no art. 22, respeitados os requisitos, a competência é 
delegável.
No Texto Constitucional, há, de forma esparsa, outras competências da 
União, como:
UNIDADE 1 | DO ESTADO
18
• art. 23 — competências administrativas comuns aos Estados, ao Distrito Federal 
e aos municípios;
• art. 24 — competências legislativas concorrentes aos Estados e ao Distrito 
Federal;
• arts. 145, 148, 149, 153, 154, I e II, e 195, § 4º — competências tributárias.
O art. 23 da Constituição Federal traça as chamadas competências 
comuns. São competências materiais e administrativas, das quais são titulares 
a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios. Assim, atuam em 
igualdade, não havendo subordinação. A atuação de um ente federativo não 
exclui a atuação de outro.
Art. 23 É competência comum da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios:
I — zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições 
democráticas e conservar o patrimônio público;
II — cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das 
pessoas portadoras de deficiência;
III — proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, 
artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e 
os sítios arqueológicos;
IV — impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de 
arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V — proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, 
à tecnologia, à pesquisa e à inovação;
VI — proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de 
suas formas;
VII — preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII — fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento 
ali- mentar;
IX — promover programas de construção de moradias e a melhoria 
das condições habitacionais e de saneamento básico;
X — combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, 
promo- vendo a integração social dos setores desfavorecidos;
XI — registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos 
de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus 
territórios;
XII — estabelecer e implantar política de educação para a segurança 
do trânsito.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a 
cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do 
bem-estar em âmbito nacional (BRASIL, 1988, documento on-line).
As competências concorrentes são competências legislativas à União, aos 
Estados e ao Distrito Federal, conforme art. 24 da Constituição Federal:
Art. 24 Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concor- rentemente sobre:
I — direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e 
urbanístico; 
II — orçamento;
III — juntas comerciais;
TÓPICO 2 | DAS COMPETÊNCIAS DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DOS MUNICÍPIOS E DO DISTRITO FEDERAL
19
IV — custas dos serviços forenses; V — produção e consumo;
VI — florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do 
solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da 
poluição; 
VII — proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e 
pai- sagístico;
VIII — responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, 
a bens e direitos de valor artístico,estético, histórico, turístico e 
paisagístico;
IX — educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, 
desenvolvimento e inovação;
X — criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; 
XI — procedimentos em matéria processual;
XII — previdência social, proteção e defesa da saúde;
XIII — assistência jurídica e Defensoria pública;
XIV — proteção e integração social das pessoas portadoras de 
deficiência; XV — proteção à infância e à juventude;
XVI — organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União 
limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não 
exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão 
a com- petência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende 
a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário (BRASIL, 1988, 
documento on-line).
Incumbe à União estabelecer normas gerais. Porém, caso a União não legisle 
sobre isso, podem os Estados e o Distrito Federal legislar sobre as peculiaridades 
da sua realidade, conforme o art. 24, § 3º, da Constituição Federal: “Art.24 [...] § 3º 
Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência 
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades” (BRASIL, 1988, documento 
on-line). Mas, se houver, edição de norma geral por parte da União e as normas 
editadas pelos estados e pelo Distrito Federal forem incompatíveis, estas têm a 
sua eficácia suspensa, conforme o art. 24, § 4º, da Constituição Federal: “Art. 24 
[...] § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia 
da lei estadual, no que lhe for contrário” (BRASIL, 1988, documento on-line).
As competências dos Estados são as chamadas competências 
remanescentes, ou residuais, tendo em vista que podem legislar e exercer 
competências que não lhe são vedadas pela Constituição, conforme o art. 25: “Art. 
25 [...] § 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas 
por esta Constituição” (BRASIL, 1988, documento on-line). Outras competências 
dos estados presentes no Texto Constitucional são:
• art. 18, § 4º — criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios;
• art. 25, § 2º — exploração de gás canalizado;
• art. 25, § 3º — instituição de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e 
microrregiões;
• art. 125 — organização da justiça;
• art. 144, § 10 — estruturar a segurança viária;
• arts. 145, 149, § 1º, e 155 — competências tributárias.
UNIDADE 1 | DO ESTADO
20
Com relação à competência do Distrito Federal, além dos já citados arts. 
22, parágrafo único, 23 e 24, a Constituição Federal disciplinou no art. 32, § 1º, 
o seguinte: “Art. 32 [...] § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências 
legislativas reservadas aos Estados e Municípios” (BRASIL, 1988, documento 
on-line). Outras competências do Distrito Federal presentes no Texto 
Constitucional são:
• art. 30 — competências dos municípios;
• arts. 145, 149, § 1º, 149-A, 155 e 156 — competências tributárias.
A competência dos municípios está disposta no art. 30 da Constituição 
Federal:
Art. 30 Compete aos Municípios:
I — legislar sobre assuntos de interesse local;
II — suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III — instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como 
aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas 
e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
IV — criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação 
estadual; V — organizar e prestar, diretamente ou sob regime de 
concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, 
incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
VI — manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do 
Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental;
VII — prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do 
Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
VIII — promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, 
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da 
ocupação do solo urbano; 
IX — promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, 
observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual 
(BRASIL, 1988, documento on-line).
Outras competências do município presentes no Texto Constitucional 
são:
• art. 144 — questão de segurança viária;
• arts. 145, 149, § 1º, 149-A e 156 — competências tributárias;
• art.182 — políticas de desenvolvimento urbano.
Restam discriminadas as competências de cada ente federado. Cabe, 
por fim, esquematizar a repartição de competências legislativas e materiais, de 
forma geral.
TÓPICO 2 | DAS COMPETÊNCIAS DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DOS MUNICÍPIOS E DO DISTRITO FEDERAL
21
4 REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS E 
MATERIAIS
As competências legislativas podem ser divididas pelos critérios 
horizontal (não há subordinação) e vertical (há subordinação). O Quadro 1 
apresenta, de modo sintético, as competências legislativas estabelecidas pela 
Constituição Federal para cada ente federado, de forma a não haver interferência 
ou subordinação. São também competências legislativas em que primeiro cabe à 
União estabelecer normas gerais — assim, os demais entes podem atuar de forma 
a complementar a sua realidade e aos seus interesses.
QUADRO 1 – ESQUEMA DE COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS
FONTE: o autor
Competência
legislativa (horizontal) Competência legislativa (vertical)
União — arts. 21 e 22 Competência concorrente — art. 24 — União, Estados e Distrito Federal
Estados — competência residual — 
art. 25, § 1º
Estados e Distrito Federal — competência 
complementar — art. 24, § 2º (existindo 
norma federal)
Distrito Federal, art. 32, § 1º
(competências atribuídas a Estados 
e municípios)
Estados e Distrito Federal — competência 
legislativa plena — art. 24, § 3º (inexistindo 
norma federal)
Municípios — art. 30
Municípios — competência complementar 
— art. 30, II (existindo legislação federal e 
estadual)
Com relação às competências materiais (administrativas), a referência 
direta é o art. 23 da Constituição Federal. Segundo Ferreira Filho (2012, p. 77):
A competência administrativa é, em princípio, correlata à competência 
legislativa. Assim, quem tem competência para legislar sobre uma 
matéria tem competência para exercer a função administrativa 
quanto a ela. Entretanto, há todo um campo que é comum no plano 
administrativo à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios (art. 23). Neste, todos esses entes federativos devem cuidar 
do cumprimento das leis, independentemente da origem federal, 
estadual, distrital, ou municipal.
Portanto, essas são as competências da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos municípios, permitindo um melhor entendimento da federação 
brasileira.
UNIDADE 1 | DO ESTADO
22
O link a seguir traz na íntegra a Súmula Vinculante nº. 2 do Supremo Tribunal 
Federal, relativa à competência legislativa da União para legislar sobre a exploração de 
loteria. https://goo.gl/wQzjgE
UNI
23
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A Constituição Federal de 1988 distribui, entre os entes federados, o que 
compete a cada um — seja de forma exclusiva ou de forma concorrente. 
• Assim, restam estabelecidas as competências da União, dos Estados, dos 
Municípios e do Distrito Federal.
• Aprendemos sobre a repartição de competências da federação brasileira, 
bem como serão discriminadas as competências da União, dos Estados, dos 
Municípios e do Distrito Federal. 
• Por fim, foi apresentado um esquema da repartição de competências legislativas 
e materiais.
24
1 Segundo a Constituição Federal de 1988, compete privativamente à União 
legislar sobre: 
a) proteger os documentos, as obras e outros bens de valorhistórico, artístico 
e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios 
arqueológicos.
b) proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas 
formas.
c) serviço postal e populações indígenas.
d) preservar as florestas, a fauna e a flora.
e) zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e 
conservar o patrimônio público.
2 Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre: 
a) custas dos serviços forenses
b registros públicos
c) serviço postal
d) propaganda comercial
e) seguridade social
AUTOATIVIDADE
25
TÓPICO 3
DA INTERVENÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988 especifica 
quais são os seus entes federativos e as respectivas competências de cada um 
deles, demonstrando, assim, a autonomia político-administrativa existente entre 
União, estados e municípios brasileiros. Nesse sentido, podemos perceber que a 
intervenção é ato excepcionalíssimo, pois infringe essa autonomia.
Neste unidade, aprenderemos a distinguir intervenção federal de 
intervenção estadual e identificaremos quais são os pressupostos materiais 
e formais para a decretação do ato. Por fim, analisaremos a jurisprudência 
dos tribunais superiores acerca da possibilidade ou da impossibilidade de 
intervenção.
2 INTERVENÇÃO FEDERAL VERSUS INTERVENÇÃO ESTADUAL
Primeiramente, para distinguirmos intervenção federal de intervenção 
estadual, faz-se necessário retomarmos o art. 18, caput, da Constituição Federal 
de 1988, que afirma: “A organização político-administrativa da República 
Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição” (BRASIL, 1988, 
documento on-line). A partir da leitura desse dispositivo, depreendemos que a 
República Federativa do Brasil é formada por entes que compõem a federação 
(União, estados, Distrito Federal e municípios) e são autônomos nos termos da 
própria Constituição. Tais termos, citados na parte final do art. 18, também estão 
expressos de forma geral entre os arts. 21 a 24 da Constituição, bem como em 
outros artigos esparsos no Texto Constitucional que não serão colacionados aqui, 
tendo em vista que não são o cerne do presente capítulo (BRASIL, 1988).
Dessa maneira, a Constituição fornece meios para que haja a autonomia 
disposta e expressa nos artigos já citados. Porém, quando o art. 18 cita “nos 
termos desta Constituição”, já nos conduz à inferência de que existe um limite 
também expresso no Texto Constitucional apesar da autonomia conferida pela 
26
UNIDADE 1 | DO ESTADO
lei aos entes federativos. Portanto, existem casos legalmente previstos em) que 
é possível que um ente federativo adentre a competência de outro ente com o 
objetivo de intervir.
A esse respeito, Paulo e Alexandrino (2017, p. 316) explicam:
Porém, a Constituição brasileira admite o excepcional afastamento 
dessa autonomia política, por meio da intervenção de uma entidade 
política sobre outra, diante do interesse maior de preservação da 
própria unidade da Federação. Por isso, o processo de intervenção 
atua como antítese da autonomia, haja vista que, por meio dele, afasta-
se temporariamente a atuação autônoma do estado, Distrito Federal 
ou município que a tenha sofrido. Em nosso País somente podem ser 
sujeitos ativos de intervenção a União e os estados-membros. Não 
existe intervenção praticada por município ou pelo Distrito Federal. 
Cabe observar que, quando a União atua como sujeito ativo de 
intervenção, ela não está somente agindo na qualidade e no interesse 
da pessoa jurídica União, ordem jurídica parcial, mas, sim, no interesse 
e na defesa do Estado federal, como ordem jurídica global.
Assim, a intervenção por parte da União origina a chamada intervenção 
federal, que se fundamenta nos arts. 34 e 35 da Constituição. O art. 34 se refere à 
intervenção realizada em um estado ou no Distrito Federal e o art. 35, à intervenção 
nos municípios localizados em território federal. Já a intervenção realizada pelos 
estados, denominada intervenção estadual, ocorre nos municípios pertencentes 
ao estado interventor e se baseia no art. 35 (BRASIL, 1988).
No tangente à intervenção federal, encontramos duas espécies: a interven- 
ção federal espontânea e a intervenção federal provocada. A primeira é assim 
denominada porque pode ocorrer de ofício, ou seja, o Presidente da República 
pode tomar a iniciativa para que ocorra a intervenção conforme o art. 84, X, da 
Constituição: “Compete privativamente ao Presidente da República: [...] X — 
decretar e executar a intervenção federal” (BRASIL, 1988, documento on-line).
As hipóteses de intervenção federal espontânea estão arroladas no art. 34, 
I, II, III e V, do mesmo diploma legal. Vejamos:
Art. 34 A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, 
exceto para: 
I — manter a integridade nacional;
II — repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em 
outra; 
III — pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
[...]
V — reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos 
consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta 
Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei (BRASIL, 1988, 
documento on-line).
TÓPICO 3 | DA INTERVENÇÃO
27
Quanto às hipóteses de intervenção federal provocada, verificamos dois 
tipos: por solicitação e por requisição. Em síntese, a diferença reside no fato 
de que, na intervenção provocada por solicitação, não há discricionariedade 
(análise de conveniência e oportunidade) do Chefe do Poder Executivo, de 
modo que o ato está vinculado ao decreto. De acordo com o art. 34, IV, da 
Constituição, os casos desse tipo de intervenção são justificáveis para “[...] 
garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação” 
(BRASIL, 1988, documento on-line). Esse dispositivo combina-se com a primeira 
parte do art. 36, I: “[...] no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo 
ou do Poder Executivo coacto ou impedido [...]” (BRASIL, 1988, documento on-
line). Logo, a intervenção é de solicitação, visto que o Poder que sofrer coação 
ou for impedido pode solicitá-la.
Com relação à intervenção provocada por requisição, o fundamento tem 
como legitimados:
• o Supremo Tribunal Federal (STF), segundo o art. 34, IV, da Constituição 
combinado com a segunda parte do art. 36, I, do mesmo diploma legal;
• o STF, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 
nos termos do art. 34, VI, da Constituição;
• o STF com representação pelo(a) Procurador(a)-Geral da República, conforme o 
art. 34, VII combinado com a primeira parte do art. 36, III, e a primeira parte do 
art. 34, VI, combinado com a segunda parte do art. 36, III, ambos pertencentes 
à Constituição e regulados pela Lei nº. 12.562, de 23 de dezembro de 2011.
Ademais, cabe destacarmos que os casos em que há intervenção municipal 
estão dispostos no art. 35 da Constituição:
O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos 
Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I — deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos 
consecutivos, a dívida fundada;
II — não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III — não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal 
na manu- tenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços 
públicos de saúde; 
IV — o Tribunal de Justiça der provimento a representação para 
assegurar a observância de princípios indicados na Constituição 
Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão 
judicial (BRASIL, 1988, documento on-line).
Em caso de município localizado em território federal, o decreto de inter- 
venção municipal é de competência da União, de forma que quem o decreta é o 
Presidente da República. Além disso,cada estado-membro processa e decreta a 
intervenção do município que pertence ao seu território.
Consideremos o ensinamento de Agra (2018, p. 427-428) acerca do assunto:
28
UNIDADE 1 | DO ESTADO
As intervenções municipais, sejam as praticadas pelos estados-
membros, sejam as praticadas pela União nos municípios dos seus 
territórios, nos casos do art. 35, incs. I a III, da CF, não necessitam 
de solicitação de nenhum dos três poderes, sendo classificadas 
como espontâneas. No caso do art. 35, inc. IV, da CF, é necessária 
representação por parte do procurador-geral de Justiça do Estado. 
Exceto este último caso, em que não é exigida apreciação por parte do 
Poder Legislativo, todos os demais requerem sua apreciação.
Demonstradas as distinções entre intervenção federal e intervenção 
estadual, passemos à próxima etapa dos nossos estudos, que se propõe a 
explicar os pressupostos materiais e formais da intervenção.
3 PRESSUPOSTOS MATERIAIS E FORMAIS DA INTERVENÇÃO
Para explicarmos os pressupostos materiais e formais da intervenção, 
buscamos, na doutrina, a organização exposta por José Afonso da Silva no seu 
curso de Direito Constitucional Positivo (SILVA, 2005).
Os pressupostos materiais se fundamentam nas situações em que a segu- 
rança do Estado, o equilíbrio federativo, as finanças estaduais e a estabilidade da 
ordem constitucional estão em risco. Assim, os pressupostos materiais podem ser 
resumidos da seguinte maneira:
• Defesa do País, nos termos do art. 34, I e II: “[...] I — manter a integridade 
nacional; II — repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em 
outra” (BRASIL, 1988, documento on-line);
• Defesa do princípio federativo, conforme o art. 34, II a IV:
II — repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em 
outra; 
III — pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; 
IV — garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades 
da Federação (BRASIL, 1988, documento on-line).
• Defesa das finanças estaduais, segundo o art. 34, V:
V — reorganizar as finanças da unidade da Federação que: a) suspender 
o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, 
salvo motivo de força maior; b) deixar de entregar aos Municípios 
receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos 
estabelecidos em lei (BRASIL, 1988, documento on-line).
• Defesa da ordem constitucional, de acordo com o art. 34, VI e VII:
VI — prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII — assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
TÓPICO 3 | DA INTERVENÇÃO
29
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta;
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos 
estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na 
manutenção e desenvolvi- mento do ensino e nas ações e serviços 
públicos de saúde (BRASIL, 1988, documento on-line).
Esses pressupostos são considerados formais porque justamente 
disciplinam a forma como se operacionalizará a intervenção, bem como quais 
são os limites estabelecidos pela Constituição (BRASIL, 1998). Silva (2005, p. 
486) esclarece o tema:
A intervenção federal efetiva-se por decreto do Presidente da República, 
o qual especificará a sua amplitude, prazo e condições de execução e, se 
couber, nomeará o interventor (art. 36, § 1º). Há, pois, intervenção sem 
interventor. É que ela pode atingir qualquer órgão do poder estadual. 
Se for no executivo, o que tem sido a regra, a nomeação do interventor 
será necessária, para que exerça as funções do Governador. Se for no 
legislativo apenas, tornar-se-á necessário o interventor, desde que o ato 
de intervenção atribua as funções legislativas ao Chefe do Executivo 
estadual. Se for em ambos, o interventor será também necessário para 
assumir as funções executivas e legislativas.
Vejamos quais são os pressupostos formais da intervenção, que estão 
discriminados no Quadro 2 a seguir.
QUADRO 2 – PRESSUPOSTOS FORMAIS DE INTERVENÇÃO
Fundamento Forma
Art. 34, I, II, III, e V, da Constituição Federal Verificação dos motivos que autorizam a intervenção.
Art. 34, IV, da Constituição Federal
Solicitação do Poder Legislativo ou do 
Executivo coacto ou impedido, ou de 
requisição do STF, se a coação for exercida 
contra o Judiciário.
Art. 34, VI, da Constituição Federal Requisição do STF, do STJ ou do TSE.
Art. 34, VII, da Constituição Federal
Provimento, pelo STF, de representação 
do Procurador-Geral da República, 
representação de Ação Direta Interventiva 
(ADI).
Art. 34, VII, da Constituição Federal
Provimento, pelo STF, de representação 
do Procurador-Geral da República, 
representação no caso de recusa de lei 
federal.
FONTE: Adaptado de Brasil (1988, documento on-line)
30
UNIDADE 1 | DO ESTADO
Ainda acerca dos aspectos formais, devemos lembrar que a Lei nº 
12.562/2011, que regulamenta o art. 36, III, da Constituição Federal, dispõe 
sobre o processo e o julgamento da representação interventiva perante o STF 
(BRASIL, 2011).
Agora que já conhecemos os pressupostos materiais e formais da inter- 
venção, avancemos no conteúdo e passemos à análise de algumas decisões do 
STF acerca da possibilidade ou da impossibilidade de intervenção.
Desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, foi somente no ano 
de 2018 que houve a expedição de um decreto pelo Presidente da República com vistas à 
intervenção de um estado-membro. Trata-se do Decreto nº. 9.288, de 16 de fevereiro de 
2018, que decidiu pela intervenção federal no estado do Rio de Janeiro com o objetivo de 
pôr termo ao grave comprometimento da ordem pública.
DICAS
4 JURISPRUDÊNCIA DAS CORTES SUPERIORES ACERCA DA 
HIPÓTESE DE INTERVENÇÃO
Ao estudarmos a jurisprudência das cortes superiores acerca da 
hipótese de intervenção, cabe a análise de uma decisão do Tribunal de Justiça do 
Estado do Rio Grande do Sul (TJRS) em que o Procurador de Justiça do Estado 
ajuizou representação por intervenção federal em razão do descumprimento 
de decisão do próprio TJRS sobre a intervenção estadual no município de Vila 
Flores por causa da falta de pagamento de precatórios. A decisão do TJRS teve 
a seguinte ementa:
REPRESENTAÇÃO POR INTERVENÇÃO FEDERAL NO ESTADO. 
DETERMINAÇÃO DE INTERVENÇÃO EM MUNICÍPIO. 
DESCUMPRIMENTO. ATO POLÍTICO-ADMINISTRATIVO. 
IMPOSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO. Representação por 
intervenção federal no Estado, por descumprimento de decisão 
do Tribunal de Justiça de intervenção estadual em município. Ato 
político-administrativo. Descumprimento que não figura causa de 
intervenção da União no Estado. Art. 34, VI, CF. Precedentes do STF. 
DESACOLHERAM A REPRESENTAÇÃO, POR MAIORIA (BRASIL, 
2010, documento on-line).
Tal decisão teve por base a jurisprudência do STF que considera determi- 
nado caráter político-administrativo e, nesse sentido, há, na decisão do Chefe 
do Poder Executivo, certa discricionariedade em expedir ato interventivo. A 
jurisprudência que fundamentou essa tese conta com a seguinte ementa:
TÓPICO 3 | DA INTERVENÇÃO
31
E M E N T A: AGRAVO DE INSTRUMENTO - INTERVENÇÃO 
ESTADUAL EM MUNICÍPIO — INEXECUÇÃO DE ORDEM 
JUDICIAL (CF, ART. 35, IV) — REQUISIÇÃO, AO GOVERNADOR 
DO ESTADO, DA EFETIVAÇÃO DO ATO INTERVENTIVO 
— NATUREZA MATERIALMENTE ADMINISTRATIVA DO 
PROCEDIMENTO DE INTERVENÇÃO — INVIABILIDADE DO 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO — DIRETRIZ JURISPRUDENCIAL 
FIRMADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL — RECURSO 
IMPROVIDO. — O procedimento destinado a viabilizar, nas hipóteses 
de descumprimento de ordem ou de sentença judiciais (CF, art. 34, 
VI e art. 35, IV), a efetivação do ato de intervenção - trate-se de inter- 
venção federal nos Estados-membros, cuide-se de intervenção estadual 
nos Municípios — reveste-se de caráter político-administrativo, muito 
embora instaurado perante órgão competente do Poder Judiciário (CF, 
art. 36, II e art. 35, IV), circunstância

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