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* Sistematização do cuidar I Diagnóstico de enfermagem Profª Lílian dos Santos Libório * O enfermeiro após ter analisado os dados escolhidos no histórico e exame físico, identificará os problemas de Enfermagem, as necessidades básicas afetadas, grau de dependência e fará um julgamento clínico sobre as respostas do indivíduo, da família e comunidade aos problemas/processos de vida vigentes ou potenciais. (PELLISON, et al. 2007) DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM * Definição apresentada na 9ª Conferência da NANDA: “É um julgamento clínico das respostas do indivíduo, da família ou da comunidade aos processos vitais ou aos problemas de saúde reais ou potenciais, os quais fornecem a base para a seleção das intervenções de enfermagem, para atingir resultados pelos quais o enfermeiro é responsável”. * Afirmação: nome propriamente dito Etiologia: fatores relacionados Sintomatologia: características definidoras Exemplo: Mobilidade física prejudicada relacionada a depressão severa associada a inabilidade de mover-se significativamente no leito. Componentes do diagnóstico de Enfermagem * Análise e interpretação dos dados Durante essa etapa, os dados coletados na investigação são analisados e interpretados criteriosamente. Para realizar diagnósticos de enfermagem o enfermeiro deverá ter capacidade de análise, de julgamento, de síntese e de percepção, ao interpretar dados clínicos. * Os diagnósticos de enfermagem baseiam-se tanto nos problemas reais (no presente) quanto nos problemas potenciais (voltados para o futuro), que podem ser sintomas de disfunções fisiológicas, comportamentais, psicossociais ou espirituais (Carpenito, 1997). Os diagnósticos devem ser identificados e listados em ordem de prioridades, com base no grau de ameaças ao nível de bem-estar do cliente, proporcionando, assim, um foco central para as etapas subseqüentes. * TAXONOMIA: termo que se refere à ciência de classificação; é um sistema de organização baseado em uma lógica e no relacionamento entre os itens a serem classificados; NANDA: desenvolveu uma taxonomia usando padrões de respostas humanas; consiste na ordenação dos DE em pequenos grupos sob títulos definidos; OUTRAS: os DE podem ser organizados alfabeticamente ou de acordo com outros sistemas (como os padrões funcionais de Gordon). * EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DE A primeira listagem de diagnósticos foi desenvolvida por enfermeiros assistenciais, educadores, pesquisadores e teóricos, e os diagnósticos foram organizados por ordem alfabética e posteriormente evoluíram para um sistema conceitual que direcionou a classificação dos diagnósticos em uma taxonomia (Ciência da classificação). * 1982 – uma listagem alfabética de 50 DE tinha sido desenvolvida e aceita para testes clínicos e as conferências, antes restrita a um pequeno grupo, foram abertas à comunidade de enfermagem. 1982 – o grupo adotou um regimento interno e foi criada a NANDA. Foi criada a TAXONOMIA I, seus princípios foram baseados nos 9 padrões de resposta humana: trocar, comunicar, relacionar, valorizar, escolher, mover, perceber, conhecer, sentir. * 2000 – Acontece a 14ª conferência, onde há modificações na maneira de organizar e apresentar o DE, e foi proposta a taxonomia II, tornando-se mais adequada para utilização em banco de dados. * Estrutura atual da taxonomia * Domínios do DE (NANDA) * A taxonomia NANDA (North American Nursing Diagnosis Association) A taxonomia da NANDA é, atualmente, o sistema de classificação mais usado no mundo; traduzida para 17 idiomas (33 países), está incorporada a alguns sistemas de informática desses países. As conferências da NANDA são realizadas a cada dois anos, onde são discutidos e aprovados novos diagnósticos e novos componentes para a taxonomia. * COMPONENTES ESTRUTURAIS DO DE Título Fatores relacionados Características definidoras Definição. Fatores de risco * TÍTULO Estabelece um nome para o diagnóstico. É um termo ou frase concisa que representa um padrão de sugestões. Diz o que é. Exemplos (os títulos diagnósticos estão em destaque) 1) Integridade tissular prejudicada relacionada a imobilização física e circulação alterada, evidenciada por ferida com área de solapamento (8 cm), na região trocantérica direita. 2) Capacidade adaptativa intracraniana diminuída relacionada a lesões cerebrais evidenciada por PIC (pressão intracraniana) de 25 mmHg, PPC (pressão de perfusão cerebral) de 55 mmHg. * Fatores relacionados São os fatores que aparecem para mostrar algum tipo de relacionamento padronizado com o diagnóstico de enfermagem. Podem ser descritos como relacionados a, ou associados a. Exemplos (os fatores relacionados estão em destaque) 1) Integridade tissular prejudicada relacionada a imobilização física e circulação alterada, evidenciada por ferida com área de solapamento (8 cm), na região trocantérica direita. 2) Capacidade adaptativa intracraniana diminuída relacionada a lesões cerebrais evidenciada por PIC (pressão intracraniana) de 25 mmHg, PPC (pressão de perfusão cerebral) de 55 mmHg. * CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS São os sinais e os sintomas, ou melhor, são as manifestações clínicas, as evidências que levaram o profissional a concluir que o problema existe. Podem ser descritas como "evidenciadas por" ou "caracterizadas por". * Exemplos (as características definidoras estão em destaque). 1) Integridade tissular prejudicada relacionada a imobilização física e circulação alterada evidenciada por ferida com área de solapamento (8 cm) na região trocantérica direita. 2) Capacidade adaptativa intracraniana diminuída relacionada a lesões cerebrais evidenciada por PIC (pressão intra craniana) de 25 mmHg, PPC (pressão de perfusão cerebral) de 55 mmHg. * Fatores de risco Fatores ambientais e elementos fisiológicos, psicológicos, genéticos ou químicos que aumentam a vulnerabilidade de um indivíduo, de uma família ou de uma comunidade a um evento insalubre. Exemplos (os fatores de risco estão em destaque) 1) Risco de infecção relacionado a procedimentos invasivos (sonda vesical de demora, tubo endotraqueal, acesso venoso central em subclávia direita). 2) Risco de integridade da pele prejudicada relacionado a imobilização física, idade avançada e proeminências ósseas. * Exemplos do NANDA Título diagnóstico: padrão respiratório ineficaz Conceito: inspiração e/ou expiração que não proporciona ventilação adequada Título diagnóstico: amamentação interrompida Conceito: quebra na continuidade do processo de amamentação de incapacidade ou de não ser aconselhável colocar a criança no peito para mamar Título diagnóstico: risco de aspiração Conceito: estar em risco de entrada de secreções gastrintestinais, secreções orofaríngeas, sólidos ou fluidos nas vias traqueobrônquicas. * * Dicas importantes O título diagnóstico, assim como a definição, será fornecido pela NANDA, e sempre deve ser escrito na íntegra, conforme encontrado nessa taxonomia. Em cada diagnóstico de enfermagem só pode haver um título diagnóstico. * EXEMPLO Risco de integridade da pele prejudicada relacionado ao débito cardíaco diminuído. ERRADO - Estão sendo utilizados dois títulos diagnósticos. Caso não identifique o fator relacionado listados na NANDA, o enfermeiro deverá fazer uso do pensamento crítico, e escrevê-los em termos daquilo que foi detectado por ele, mesmo que não conste na taxonomia. * Plano de ações que enfatiza a comunicação entre o cuidador; Direciona os cuidados e a documentação; Cria um registro que pode ser usado posteriormente para avaliações e pesquisa; Fornece informações das necessidades de atendimento de saúde; Planejamento da Assistência * Etapas do planejamento O estabelecimento de prioridades para os problemas diagnósticos; A fixação de resultados com o cliente, se possível, a fim de corrigir, minimizar ou evitar os problemas; O registro escrito de diagnósticos de enfermagem, dos resultados esperados e das prescrições de enfermagem de modo organizado. * Para quê planejar a assistência? Promover a comunicação entre os cuidadores; Direcionar o cuidado e a documentação; Criar um registro que pode ser usado mais tarde em avaliações, em pesquisas e em situações legais; Fornecer a documentação das necessidades de atendimento de saúde com a finalidade de reembolso do seguro. * Estabelecendo prioridades O planejamento se inicia pela priorização dos diagnósticos de enfermagem que foram estabelecidos. O enfermeiro e sua equipe analisam e determinam quais problemas ou necessidades são urgentes e precisam de atendimento imediato e aqueles cujo atendimento poderá ser a médio ou a longo prazo. * O que são problemas urgentes? São aqueles que interferem na estabilidade do cliente, levando-o a correr risco de morte. Quando possível o cliente deverá ser envolvido na discussão das prioridades de seus problemas. * Resultados esperados (RE) Ao avaliar o alcance dos resultados o enfermeiro poderá definir posteriormente se o diagnóstico de enfermagem foi minimizado ou solucionado — ou seja, se as prescrições de enfermagem foram eficazes. Os resultados esperados são de extrema importância na fase de avaliação do processo de enfermagem, tornando-se indicadores do sucesso do plano estabelecido. Se os resultados esperados não estiverem sendo alcançados, o enfermeiro deve reavaliar os diagnósticos, rever os prazos estipulados e os cuidados prescritos. * Próximo passo... Implementação da Assistência de Enfermagem A prescrição de enfermagem é o conjunto de medidas decididas pelo Enfermeiro, que direciona e coordena a Assistência de Enfermagem ao paciente de forma individualizada e contínua, objetivando a prevenção, promoção, proteção, recuperação e manutenção da saúde. (TANNURE; GONÇALVES, 2008)
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