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FACULDADE KURIUS- FAK DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA, EXTENSÃO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR AVALIANDO O PROFESSOR DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO NO BRASIL COM FOCO NA MELHORIA DA EDUCAÇÃO: IMPACTOS NEGATIVOS DA ESCOLA SEM PARTIDO E DA PEC 241 JOSÉ AROLDO GONZAGA ARRUDA FILHO MARACANAÚ-CE 2016 JOSÉ AROLDO GONZAGA ARRUDA FILHO AVALIANDO O PROFESSOR DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO NO BRASIL COM FOCO NA MELHORIA DA EDUCAÇÃO: IMPACTOS NEGATIVOS DA ESCOLA SEM PARTIDO E DA PEC 241 Monografia apresentada à Banca Examinadora do Programa de Pós-Graduação, Especialização em Gestão Escolar da Faculdade Kurius-FAK, como requisito parcial para a obtenção de título de Especialista em Gestão Escolar. Orientadora: Ms em Ciência da Educação Rita Cristiane de Oliveira Gomes MARACANAÚ-CE 2016 TERMO DE APROVAÇÃO JOSÉ AROLDO GONZAGA ARRUDA FILHO MELHORIA DA QUALIDADE DE ENSINO NO BRASIL: FOCO NA AVALIAÇÃO DOCENTE Monografia apresentada à Banca Examinadora do Programa de Pós-Graduação, Especialização em Gestão Escolar da Faculdade Kurius-FAK, como requisito parcial para a obtenção de título de Especialista em Gestão Escolar. Monografia apresentada em 18/ novembro / 2016/ Nota: 9 (Já assinado) JOSÉ AROLDO GONZAGA ARRUDA FILHO PÓS-GRADUADO BANCA EXAMINADORA (Já assinado) RITA CRISTIANE DE OLIVEIRA GOMES ORIENTADORA- MESTRE EM EDUCAÇÃO (Já assinado) CLARINDA ALVES PEREIRA COORDENADORA ACADÊMICA DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO MARACANAÚ 2016 FICHA CATALOGRÁFICA JOSÉ AROLDO GONZAGA ARRUDA FILHO AVALIANDO O PROFESSOR DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO NO BRASIL COM FOCO NA MELHORIA DA EDUCAÇÃO: IMPACTOS NEGATIVOS DA ESCOLA SEM PARTIDO E DA PEC 241 Páginas: 78 Monografia apresentada como exigência do Curso de Especialização em Gestão Escolar. 1- Os principais modelos de avaliação do professor, 1.1 Autoavaliação e feed contínuo, o modelo mais indicado, 1.2 Avaliação por triangulação, o segudo modelo mais indicado, 1.3. A nota dada pelos educandos, um modelo não indicado 2 – .Escola Sem Partido: Politicagem versus educação, 2.1 Escola Sem Partido: A Lei da Mordaça, 3 – PEC 241: A Pec da Morte APRESENTAÇÃO: Nascido em Pacoti-Ceará em 1º de abril de 1986. Estudei no Jardim na Escola Menezes Pimentel, da alfabetização à 8ª série no Instituto Maria Imaculada em Pacoti. Escolhido dentre os 30 desenhos no concurso de desenhos “O Pacoti visto por suas crianças” em 1997. No Ensino Médio fui 3º lugar em concurso de poesias na Escola Menezes Pimentel e também 3º lugar em concurso de pensamento de improviso sobre a semana da amizade. Praticante de alguns esportes como: Xadrez, participando do 2º Campeonato de Xadrez de Guaramiranga em 2013; Futebol, participando de 3 campeonatos em Pacoti, no primeiro o time só perdeu, no segundo o time foi desclassificado do Festal por ter quase todos os jogadores maiores de 18 anos, ele com 16 anos, ganhando ainda a primeira partida por W.O. e no terceiro campeonato seu time ganhou todas as partidas levando apenas um gol, terminando em 3º lugar e só o goleiro ganhando medalha; Basket, desde o Instituto Maria Imaculada, passando pelo cursinho no Evolutivo e de volta a Pacoti fiz parte do 1º torneio de basket em Pacoti na quadra do Pólo de Lazer e do 1º torneio de basket meia-quadra também em Pacoti, sendo o cestinha com 48 pontos. Fiz parte do time de Basket de Pacoti em 2008, que ficou em 2º lugar em torneio no Maciço de Baturité, perdendo apenas para o time da cidade de Baturité. Mas, não cheguei a jogar no torneio porque as datas dos jogos e as viagens atrapalhariam as aulas da faculdade de História, que comecei a cursar em 2007 e só terminaria em 2010. Vôlei pouco joguei; Hadball pouco joguei; Capoeira, desde os 14 anos, graduado 2 vezes; Karatê, onde tirei 2ª faixa (amarela) em Baturité em 2012; Muay-Thai, nível iniciante; Krav-Magá, nível iniciante; E 4 cursos de Defesa-Pessoal. Criador, Presidente e Idealizador do Jornal Delfos-CE, (2007). Criador e Idealizador da Associação Cultural SEMPRE-Segmento dos Estudiosos da Memória e Patrimônio Regional da Serra de Baturité (2008). Criador e Idealizador do 1° Arquivo Público do Interior do Nordeste (2009). 2° e 4° lugares, consecutivamente, no 1° e 2° concursos de poesia da comunidade do Orkut "Vamos Escrever um livro?"(2009 e 2010). Criador, Idealizador e Curador da Exposição Histórica: "PACOTI: UMA HISTÓRIA EM DOCUMENTOS", aprovado pelo Banco do Nordeste (2010). Sócio do Instituto Desenvolver (2011). Trabalhei para o Governo do Estado do Ceará como Pesquisador no Porto do Pecém (2011). 2° Lugar em concurso de pensamento sobre poesia na comunidade "Grupo de Poesia" no Facebook (2012). Publico notícias, contos, crônicas, poesias, fábulas, romances, artigos, peça teatral e letras de música em 36 blogs desde 2005. Em processo de parceria com alguns cantores. Fui candidato a vereador pelo PT em Pacoti em 2012, tendo 51 votos e pretendo ser novamente em 2016, agora pelo PEN. Atualmente publico em 11 páginas no Facebook e também em alguns grupos; Ministrei aulas de História, Geografia, Arte e Religião em Pacoti (de 2008 a 2011 no Colégio São Luís e na Escola Menezes Pimentel). Cursei Administração na FACE- Faculdade Evolutivo, em Fortaleza, fazendo ainda um pouco mais de um ano e abandonei para fazer novo vestibular em Pacoti na UVA-Universidade Estadual Vale do Acaraú, onde criei o Jornal Delfos no primeiro dia de aula em junho de 2007 com mais dois colegas e me formei em Licenciatura Plena em História em 2010. O Jornal Delfos foi impresso 14 vezes até agora e será doravante feito em PDF, fora os sites e o blog. Continuam como Presidentes iguais e Criadores e Idealizadores Aroldo Filho e Cristiano Viana Silveira. Fiz parte da APAIP-Associação de Poetas e Artistas Independentes de Pacoti, ainda no ensino médio, 2002 a 2004, quando também despertei para a importância de um arquivo público e de um museu em Pacoti. Quando fiz parte também do jornal VISART, na escola Menezes Pimentel. Comecei a executar o Projeto Semente, no 3° ano, quando fui líder de sala, em 2004, reunindo todos os líderes de sala da escola Menezes Pimentel. O primeiro projeto que escrevi para que se unisse escola e sociedade numa ação sociocultural para melhor contar a história de Pacoti, servindo de apoio ao projeto do livro didático de Pacoti de Rosimar Brito. Livro esse que até o momento não foi publicado e se chamaria “O Pacoti do meu tempo” e mais tarde poderia se chamar “Pacoti do meu tempo: história e memória”. Tentei criar um grupo jovem de poetas chamado AJAS- Aliança dos Jovens Artistas, de 2004 a 2007. Título do meu primeiro blog em 2007, quando cursava faculdade de Administração na Faculdade Evolutivo em Fortaleza (2006-2007). Agora em 2016 finalmente criei o grupo AJAS, mas iremos nos reunir novamente somente em 2017 por alguns motivos pessoais. Em 2007 crie o Jornal Delfos; que hoje é visto em mais de 56 países, com 93 seguidores e unindo pessoas de vários Estados do Brasil. Realizei diversas entrevistas,também com pessoas de vários Estados. Destaco a entrevista com o jornalista Fábio Oliva , que é premiado nacionalmente por bravura e faz parte da ABRAJI- Associação Brasileira de Jornalistas Investigativos, do jornal "Folha do Norte". Blog: http://jornaldelfos.blogspot.com Sendo o Jornal Delfos, portanto, o jornal pacotiense de maior repercussão mundial; existindo em forma de site, blog e impressão. Também é o 1° jornal universitário de Pacoti. O blog passa atualmente de 250 mil acessos. Agora não funciona mais em site e depois de 14 impressões passamos a funcionar apenas no blog e na página pelo Facebook, mas talvez, se tudo der certo, poderemos vir a fazê-lo impresso mais uma vez. Em 2008, 2009, 2010 e 2011, lecionei nas escolas Menezes Pimentel e São São Luís aulas de História, Geografia, Arte e Religião, de 5º a 9º ano do Ensino Fundamental e de 1º a 3º ano do Ensino Médio. Criei, em 2008, a Associação Cultural SEMPRE- Segmento dos Estudiosos da Memória e Patrimônio Regional da Serra de Baturité, o Arquivo Público José Audísio de Sousa e a exposição histórica: Pacoti: uma História em documentos. O Arquivo José Audísio de Sousa é o 1° no interior do Nordeste, logo, tem uma grande importância na história regional. A associação e a exposição foram acolhidas pela UECE por meio da Prof. Dr. Lúcia Helena Fonseca Granjeiro, sendo, portanto, de importância histórica local também por estarem dentro de um Campus Experimental da Faculdade Estadual do Ceará –UECE- em Pacoti. A exposição ficou exposta por mais de um ano, tendo mais de mil e quinhentos (1500) visitantes. Essas ações foram realizadas desde o meu primeiro dia de faculdade de História, e por causa de todas essas ações juntas é que hoje sou o 2° historiador profissional pacotiense, e muito me orgulha que a 1ª historiadora profissional pacotiense seja minha mãe, Rosimar Brito; que ganhou medalha de mérito legislativo em 2004 e nova comenda em 2011 por ser a primeira escritora oficial de Pacoti. Em 2011 trabalhei como pesquisador no IDACE- Instituto do Desenvolvimento Agrário do Ceará, no Porto do Pecém. Em 2013 trabalhei de segurança no restaurante Kanto Verde, em Pacoti. Trabalhei com água mineral com intervalos em 2004 depois em 2007 a 2015, principalmente com venda para varejo. De vendedor, de peão e gerente. Em 2014 lecionei História e Geografia na Escola Linha da Serra, em Guaramiranga. Atualmente faço parte do Instituto Desenvolver e estou em processo de parceria com algumas ONGs em Pacoti. Transformei o meu projeto de livro de poesias “Ocaso do alvorecer” em e-book em 2016 e distribuo na internet gratuitamente. Pretendo publicá-lo impresso quando der e mais tarde publicar outros no maior número de gênero literário possível. Talvez, algum dia eu publique também livros técnicos. Também em 2016 fiquei sabendo de cursos de pós-graduação em Pacoti e resolvi fazer a pós-graduação em Gestão Escolar pela FAK por ter a ver com Administração, área que cheguei a cursar por um ano e meio e na qual penso em fazer mestrado e, talvez, mais tarde, doutorado. Estou fazendo parceria com outros jornais de Pacoti, até agora 3, onde possivelmente passarei também a escrever, que são: Folha do Maciço, Mente Aberta e Folha de Pacoti (jornal que circulou em Pacoti por volta de 20 anos atrás, sendo portanto um resgate deste jornal). E há uma possibilidade de o Jornal Delfos voltar a ser impresso. Também neste ano, recebi da Prefeitura Municipal de Pacoti, juntamente com a minha mãe (Rosimar Brito), minha tia (Lucimar Brito) e meu avô materno (Bento Luís de Brito), dentre outras pessoas, a “Comenda Domitila de Honra ao Mérito” através da SECULDT- Secretaria de Cultura, Turismo e Desporto. Também em 2016 passei no Concurso Nacional “Novos Poetas” da Editora Vivara com a poesia “A formiga e a cigarra”, entre 2.370 concorrentes, foram escolhidos 250. A minha tia Lucimar Brito também passou no mesmo concurso. DEDICATÓRIA: Dedico este trabalho à minha mãe, Rosimar Brito, historiadora, educadora, poetisa, que criou grandes os movimentos culturais em Pacoti “Gincana Coruja Solidária” e o Festival de Quadrilhas de Pacoti, e que sempre me serviu de referência intelectual e artística. Foi condecorada duas vezes pela Câmara Municipal de Pacoti por Honra ao Mérito e por sua Benfeitoria à cidade de Pacoti. Ao meu avô, Pai Bento, cordelista; ao meu amigo Aldeni Marinho, poeta, e ao meu primo Nilo, grande figura da história oral de Pacoti. Foram sempre os meus três oráculos da sabedoria desde a infância. Aos meus ex-professores do ensino Fundamental e Médio, da Faculdade de História e da faculdade de Administração: Batista, Albaniza, Neide, Gerson e Gleudson Passos Cardoso, pelo incentivo que me deram na leitura e escrita, principalmente literária. E por fim, dedico aos meus irmão: Christian, Dacinha e Dárney; que também me serviram de referência à vida inteira e me fazem melhorar diversas habilidades que sozinho eu não conseguiria e me servem de oráculo e suporte na vida adulta. AGRADECIMENTOS Agradeço ao meu avô, Pai Bento; à minha mãe, Rosimar Brito e aos meus irmãos: Christian, Dacinha e Dárney. São eles que caminharam comigo sempre que eu não pude andar sozinho, o meu sustentáculo. EPÍGRAFE “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.”. Paulo Freire RESUMO: O presente estudo tem por objetivo apresentar reflexões sobre a avaliação de professores como um mecanismo para a melhoria da qualidade educacional no ensino brasileiro, o que é um trabalho complexo, sendo que há muitos caminhos, muitos modos de avaliar e este estudo pretende abordar uma perspectiva de evolução no modo de avaliação docente no Brasil. Para tanto, foi realizada uma pesquisa com artigos sobre a avaliação docente em apostilas com coletâneas de artigos assim como pesquisa em documentos online com visões de diversos autores, pensadores da educação no país e professores. O intuito é servir de ajuda para os gestores na busca de novos parâmetros avaliativos visando a melhoria de ensino no país, o que não uma tarefa fácil, porém, é necessário que alguém se disponha a fazer mudanças em prol de um futuro melhor, e não há futuro melhor se não procurarmos hoje melhorar justamente o sistema de ensino, onde o professor é o pivô que media os cidadãos que saindo da sala de aula tomarão decisões futuramente que podem mudar a história do país, e o gestor, por sua vez, tem que garantir que o professor faça um bom trabalho, e, para tanto, é preciso saber avaliar se realmente um bom trabalho está sendo feito para depois saber onde interferir para fazer valer essa melhoria. Palavras-chave: QUALIDADE DO ENSINO, BRASIL, AVALIAÇÃO DO PROFESSOR, GESTÃO ESCOLAR. ABSTRACT: Este estudio tiene como objetivo presentar reflexiones sobre la evaluación de los maestros como un mecanismo para mejorar la calidad de la educación en la educación brasileña, que es una obra compleja, y hay muchas maneras, muchas maneras de evaluar y este estudio pretende abordar una perspectiva evolución en la enseñanza del modo de evaluación en Brasil. Para ello, una encuesta de artículos sobre la evaluación docente se realizó en los folletos con las coleccionesde artículos y documentos de investigación en línea con visiones de diversos autores, pensadores de la educación en el país y los maestros. El objetivo es ser útil para los gestores en busca de nuevos criterios de evaluación para mejorar la educación en el país, que no es una tarea fácil, sin embargo, es necesario que alguien está dispuesto a hacer cambios en aras de un futuro mejor, no hay mejor futuro si no buscamos hoy simplemente mejorar el sistema educativo, donde el profesor es el eje que el ciudadano medio fuera del aula decidirán en el futuro que puede cambiar la historia del país, y el director, a su vez, tiene para asegurar que los maestros hacen un buen trabajo, y, por lo tanto, lo que necesita saber para evaluar si realmente bueno se está trabajando para interferir luego saber dónde hacer cumplir esa mejora. PALABRAS CLAVE: calidad de la educación en Brasil, la evaluación del profesor, escuela primaria, la gestión escolar. LISTA DE FIGURAS Figura 1 Figura1: professores revoltados no Facebook contra projeto “Escola sem partido” Figura 2 idem Figura 3 idem Figura 4 idem Figura 5 idem Figura 6 idem Figura 7 idem Figura 8 idem Figura 9 idem SUMÁRIO: INTRODUÇÃO................................................................................16 JUSTIFICATIVA.............................................................................17 PROBLEMÁTICA...........................................................................18 METODOLOGIA...........................................................................19 CAPÍTULO I: PRINCIPAIS MODELO DE AVALIAÇÃO DO PROFESSOR...................................................................................23 CAPÍTULO II: ESCOLA SEM PARTIDO: POLITICAGEM VERSUS EDUCAÇÃO....................................................................................28 CAPÍTULO III: PEC 241: A PEC DA MORTE............................................................................................73 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................75 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................78 INTRODUÇÃO: Como a gestão escolar pode interferir no ensino-aprendizagem para que o ensino fundamental melhore de qualidade no Brasil do século XXI? Um dos principais modos propostos há tempos é avaliar o professor; mas como avaliar o professor de ensino médio do século XXI de modo satisfatório para que haja uma elevação da qualidade de ensino no Brasil? Será que o professor gosta de ser avaliado? Será que a gestão de cada escola no Brasil sabe avaliar bem? Será que avaliar o professor dá resultado? A melhoria da qualidade de ensino depende apenas do esforço docente ou seria essa uma questão bem mais ampla que envolva o Estado, a sociedade em geral e a própria família do educando? Será que faltam políticas públicas para a melhoria do ensino no Brasil? O professor se sente motivado a melhorar? Existe incentivo? Avaliar professor constantemente pode atrapalhar o seu trabalho ou simplesmente o ajuda a melhorar? Como deve se dar essa dinâmica escolar? Até que ponto a gestão pode ou sabe mediar o processo educacional com êxito na elevação da qualidade do ensino? Será que a resposta está em incentivar os professores, incentivar os educandos ou incentivar os gestores? Como a gestão pode ou deve atuar para a melhoria de ensino no Brasil? Se o professor é mola mestra do ensino, não é crucial fazer com ele melhores o seu desempenho para que o desempenho em si da educação no país salte de nível? Até que ponto é possível interferir de forma benéfica para que essa melhoria aconteça e como fazer isso? Existem muitas questões, muitos percalços e muitos modos de atuar. Devemos estudar a melhor maneira, ou mesmo criar novas maneiras de avaliar o professor de forma satisfatória para alcançar esse objetivo. Este trabalho pretende responder a estas questões ou tentar responde-las. Para tanto foi realizada uma pesquisa em textos de autores pensadores da educação também entrevistas via internet com professores de diferentes partes do Brasil. Todos devemos pensar a educação, porque sem ela um país não cresce com rela sustentabilidade ecológica, econômica, progressiva e intelectual. Novos caminhos se fazem necessários para que um dia a educação no Brasil chegue no ideal ou bastante próximo dele. JUSTIFICATIVA Esta monografia é fruto de estudos e reflexões sobre o papel do gestor na avaliação do professor, interferindo diretamente no processo educacional de modo que faça a educação brasileira evoluir. Elaborado a partir de trabalho mais abrangente para ser apresentado por ocasião do curso de Pós-Graduação em Gestão Escolar, está centrado na importância da avalição do professor de modo satisfatório para que haja uma melhoria na qualidade de ensino no Brasil. O tema faz refletir sobre diversas outras questões afins porque é sempre cobrado do professor que melhore e sempre cobrado dos gestores que façam esse profissional melhorar e não vejo outra forma de que isso aconteça do que gerar novos parâmetros programáticos sistematizados com intento de avaliar de modo mais satisfatório que os modos existentes no presente momento a fim de que esse objetivo seja alcançado a médio prazo, se possível, em todo o país. Talvez tenha que ser feita uma compilação dos modos mais eficientes já usados aqui e em outros países que deram resultados reais e fazer, após vasto estudo sistemático uma ratificação adequada para que seja possível forjar novas maneiras, visando a realidade de cada local, é claro, para que essa exigência seja cumprida, como manda a LDB em seu artigo 12: A Lei de Diretrizes e Bases LDB em seu artigo 12 diz que: “é do estabelecimento de ensino o dever de administrar seu pessoal e zelar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente, respeitando as normas comuns e as do seu sistema de ensino”. PROBLEMÁTICA Na última escola que trabalhei, em Guaramiranga-CE, há alguns professores que se intrigaram com alguns estudantes, a maioria conta os dias para os feriados e reclama muito. Não há um real comprometimento como o que eles querem demonstrar, ainda por cima a gestão se preocupa muito com a nota dos estudantes e não com o aprendizado, fazem o nível por baixo na mesma escola ainda tá cheio de goteiras e mesmo para ter merenda nós íamos ter que fazer um rateio porque os professores não têm direito de comer da merenda escolar. A verdade é que muita gente vai para sala de aula ou assume um outro cargo mesmo acima muito mais por indicação do que por vontade de realmente ser professor. Eu vejo muitos ex-piores de sala como sendo professores. A primeira coisa aí é que eles não estão fazendo algo que gostam, mas visando simplesmente o dinheiro, mesmo professor não ganhando muito, mas na sociedade de hoje há uma concorrência muito grande para outros empregos e muita gente vai para a sala de aula pensando ser o mais fácil, o que acaba não sendo, por ser muito mais complexo do que simplesmente seguir o que está escrito. A escola pública hoje tem uma obrigação de passar os estudantes de ano, isso que também é ruim e deveria ser visado o aprendizado não apenas o quanto de gente se passa ou reprova, mas o país em si quer demonstrar para fora que tem um nível de letrados maior do que realmente tem,por haver analfabetismo funcional. Por falta de uma boa base a maioria não consegue passar do ensino médio e mesmo os que fazem faculdade mais tarde têm grande dificuldade mesmo de fazer trabalhos por não saber ler e compreender o que leu. Vivemos em um tempo de uma escola pública de faz de conta e o principal problema é essa coisa de passar de ano o estudante sem saber de nada. A insubordinação cresce se o estudante nota que terá várias chances de recuperação quando só decora para o dia da prova e esquece depois. O próprio modelo em si de escola pública deveria ser revisado e ter um maior repasse da União também para que não existam mais escolas com tamanha precariedade. A má avaliação do profissional da educação, seja no Brasil ou no resto do mundo, resulta em uma desmotivação desse profissional. Não adianta só cobrar, cobrar, cobrar se o gestor não sabe de fato fazer uma avaliação satisfatória e motivacional. O problema é: um profissional desmotivado não consegue dar o melhor de si para o sistema de ensino e com isso o sistema vai decaindo e muitos gestores fazem exatamente isso, desmotivar o profissional, que, por sua vez, desmotiva os educandos ou não os faz evoluir como sugere Vigotski que o educador faça. A partir deste questionamento surgiram algumas perguntas como: Será que o gestor realmente sabe avaliar? Como o professor brasileiro é avaliado? A avaliação por parte dos educandos se dá de modo verdadeiro? O professor gosta de ser avaliado? Existem novos modos de avaliação no Brasil que já deram resultado? Avaliar o professor é uma tarefa fácil ou difícil? A avaliação dos professores deve ser permanente ou feita uma vez só? Deve ser anual, mensal, semanal, bimestral? Qual o melhor período? Como gestor, eu devo empregar para os professores a auto-avaliação como forma de avalia-los? Alguma forma de avaliar está completa? Os sistemas de avalição internacionais são adequados para o Brasil? Existe um modo de avaliação que possa ser implantado de norte ao sul do Brasil? Avaliar bem o professor fará de fato com que a educação evolua no Brasil? METODOLOGIA De acordo com o Novo Aurélio da Língua Portuguesa, Século XXI” (1999, p. 985), gestão origina-se da palavra latina gestione, que se refere ao ato de gerir, gerenciar, administrar. Para melhorar a educação é preciso criar uma elevada qualidade social: (...) “Nesta expressão, “qualidade social” da educação, há referência ao caráter democrático e inclusivo, acentuado pelo termo “social”, que abraça toda a população desde a mais tenra idade e inclui indígenas, afro-descendentes e demais etnias. Esta qualidade precisa ser compreendida também como aprendizagem de alto nível, isto é, com o padrão desejado e compatível com o momento vivido pela sociedade atual e com a visão de longo prazo, o que significa percepção das possibilidades futuras. O termo “social” refere-se ao conjunto de interesses de todos os segmentos da população brasileira, até mesmo dos que estão em zona rural, em reservas ou em área indígena e distante dos centros educacionais. Neste caso, isso significa a maioria dos brasileiros, com os quais a responsabilidade dos gestores públicos é bem maior. A educação de qualidade social para toda a população, incluída aí a formação inicial e continuada dos profissionais da educação, é uma questão de justiça e de ética social. Falar sobre qualidade social da educação equivale a discutir a ética das relações sócio-políticas e o compromisso social dos decisores e executores do poder educacional neste País. O dever de assegurar a democratização do acesso de toda a população à escola e a sua permanência frutífera está relacionado à ética e ao compromisso social dos dirigentes políticos, dos profissionais que trabalham na área, das próprias famílias dos educandos e dos potenciais educandos. Permanência frutífera significa aprendizagem que desenvolva a capacidade de absorver o patrimônio cultural já existente, inclusive sua história oral, e de construir novos conhecimentos e a qualidade social inclusiva da educação oferecida. Entre outros desafios a serem, cotidianamente, vencidos por todos os que elegem a qualidade social da educação como elemento vital dos compromissos assumidos, estão: primeiro, oferecer educação para todos, em todas as idades; segundo, eliminar as barreiras, tangíveis e intangíveis, que promovem a exclusão escolar, as quais vão desde a humilhação psicológica a que potenciais educandos e familiares são submetidos quando buscam a escola, até as discriminações raciais, sexuais, a fome, a falta do transporte escolar, as estradas inadequadas e as exigências exacerbadas de aquisição dos materiais escolares e fardamentos. Não há dúvida de que esses fatos influenciam as altas taxas de analfabetismo, de evasão e de repetência. Além de fazer da escola pública um espaço privilegiado de aprendizagens significativas, de resgatar a auto-estima e a ética de educandos, professores e demais trabalhadores da educação e das comunidades, é preciso cuidado com outras variáveis que interferem no processo educacional, como habitação, saúde e emprego, pois a problemática da educação não se esgota em si mesma. É na análise constante dos elementos intervenientes no processo educacional que os gestores públicos podem buscar algumas das soluções para parte dos problemas educacionais. Inserir os educandos no campo das novas tecnologias é também um dever educacional. No mundo moderno, uma pessoa alfabetizada precisa extrapolar o simples ato de ler e de escrever e abraçar, necessariamente, habilidades voltadas para o uso de tecnologias como, por exemplo, computadores e outros equipamentos semelhantes. Sem esquecer da importância da Educação Infantil, deve-se lembrar que, pela Constituição Brasileira, o Ensino Fundamental é obrigatório e gratuito e deve ser oferecido para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria (art. 208). De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu art. 32, o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo constitui meios para o desenvolvimento da capacidade de aprender e de se relacionar no meio social e político. Contudo, na prática, essas questões não estão bem resolvidas. Entre outros dados indicadores de exclusão na sociedade do conhecimento4 e da transmissão de informações pelos meios de comunicação de massa e eletroeletrônicos, quase em tempo real, destaca-se a pesquisa do Inep, que revela que cerca de 70,18 % dos pais de educandos de escolas públicas e mais da metade dos funcionários das escolas não concluíram o Ensino Fundamental e só 32% dos professores têm diploma de curso superior. A partir dos resultados obtidos pelo Inep (ano base 2003), referentes à formação dos professores, identifica-se a alta relevância desses dados para os DME que anseiam por melhorar a qualidade da educação nos seus municípios. É urgentemente necessário melhorar o nível de formação dos profissionais da educação. Há 1.639 educadores que possuem apenas o Ensino Fundamental e atuam até a 8ª série do Ensino Fundamental. Vivemos, atualmente, em uma sociedade que valoriza o conhecimento, em detrimento do uso da força e da automação, e as habilidades mentais e intelectuais mais do que a física. Nesse contexto, é redobrada a responsabilidade da escola com a transmissão e a construção do conhecimento, o desenvolvimento de hábitos de estudo e pesquisa e a motivação para continuar a atualização. Esses dados estão relacionados com a baixa qualidade do ensino público, o que promove a exclusão social de milhares de potenciais educandos e não favorece a aprendizagem,provocando a reprovação ou a aprovação sem a aprendizagem. Algumas das mais marcantes formas de exclusão são a reprovação e a evasão que, em 2003, atingiram um terço dos educandos da 1ª série do Ensino Fundamental. No ano de 2001, a taxa de analfabetismo no Brasil, com relação à população com 15 anos ou mais correspondia a 12,5%. Esta taxa era irregularmente distribuída, se comparada por Região, atingindo 7,1% no Sul; 7,3% no Sudeste; 10,2% no Centro- Oeste; 11,2 % no Norte; e 24,3% no Nordeste. Os dados indicam ainda que 35% dos analfabetos já frequentaram a escola. Como explicar isso? Essa situação é uma afronta aos direitos constitucionais da população brasileira. Direitos como o de receber educação de qualidade durante toda a vida, desde a mais tenra idade até a velhice, direito este que é reafirmado em várias outras leis e políticas indicadas, posteriormente, neste texto. Outra forma de exclusão é a baixa qualidade da aprendizagem. Dados de uma pesquisa do Sistema de Avaliação do Ensino Básico indicam que 64% dos brasileiros na 5ª série do Ensino Fundamental não sabem ler, o que confirma a opinião do ex-Ministro da Educação Cristóvam Buarque, segundo o qual uma parte dos “nossos estudantes são analfabetos escolarizados”. Tanto a exclusão de crianças na idade própria do sistema escolar quanto a absorção dessas mesmas crianças pelo sistema, sem o devido zelo e garantia de qualidade educacional, constituem uma perversa exclusão social, pois mascaram o atendimento ao direito de preparação qualitativa do cidadão para o enfrentamento sócio- econômico, científico e cultural. Os erros e as omissões sociais são atrasos que duram séculos e manifestam suas contradições durante várias gerações. É importante uma referência à Declaração de Porto Alegre (2003), que defende “... elaborações coletivas, o princípio da socialização do processo de tomada de decisões, cada vez mais ampliado, deve continuar sendo um parâmetro obrigatório para a formulação e implementação de políticas, planos, programas e projetos educacionais que propomos como estratégia de avanço nesta caminhada inclusiva de todos os homens e mulheres da Terra”. (Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Pradime : Programa de Apoio aos Dirigentes Municipais de Educação / Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. – Brasília, DF : Ministério da Educação, 2006./ páginas 22 a 25). Sendo assim, cabe aos gestores pensar em formas de motivar os professores por meio de avaliações mais satisfatórias, porque descobrindo onde estão os seus defeitos, pode-se partir para uma segunda abordagem que seria a complementação instrutiva dos professores, o que por si já dá assunto suficiente para outras monografias ou mesmo teses de mestrado. O fato é que sem o diagnóstico correto será impossível receitar o remédio vital para que o paciente melhore e o fato é que a nossa educação continua capenga e merecendo ser medicada para que num futuro próximo a gente viva uma melhor realidade sociocultural no Brasil, e que a educação seja o pilar, o sustentáculo dessa nossa reforma político-educacional. Que “bons ventos soprem” na educação brasileira. CAPÍTULO I 1. . PRINCIPAIS MODELOS DE AVALIAÇÃO DO PROFESSOR Existem vários modos de se avaliar o professor e cada colégio adota o seu modo preferido ou mesmo mais de um modo que por ventura julgar mais adequado ao ato de avaliar. Um desses modo é o fedd contínuo, ou seja; uma avalição uma avaliação que ocorra não esporadicamente, mas sim todo dia. Pode de repente ser muito cansativo ter que avaliar os professores todos os dias, porém, é mais justo do que avaliar apenas uma vez no semestre ou uma vez no mês porque terá diversas perspectivas. Um segundo modo é a autoavaliação, que é de longe o mais usado, e como o nome diz o próprio profissional julga como foi o seu trabalho, mas é óbvio que é um modo de avaliação que sempre terá que ser contraposto com outro. Um modo muito usado também e não recomendado é a avaliação através de nota dada pelo educando. Não recomendado porque os fatores emocionais são levados mais em conta do que os racionais o que prejudica bons profissionais e ajuda profissionais ruins. Por exemplo um professor que passar exercícios em sala ou para casa será tido pela maioria como mau professor para que seja tirado e não existam mais tarefas a fazer enquanto um professor que nunca passar atividade complementar será tido pela maioria como um bom professor simplesmente porque não cria atividades, sendo que na verdade sem criar atividades a absorção de conhecimento será bem menor. Agora, há uma ressalva, estudantes que já passaram por um professor há muitos anos tendem a ser mais honestos que os que estão passando pelo mesmo no presente porque o fator emocional já estará distanciado e portanto, os “ex-alunos” são na maioria mais honestos que os atuais. Muitos avaliam o professor pelo rendimento dos estudantes nas provas sem levar em conta fatores externos à sala de aula como por exemplo a própria estrutura do colégio, ou falta de estrutura, o que não é um modo justo muitas vezes. Existe ainda a avaliação por triangulação, ou seja, vários modos de avaliações que serão contrapostos como por exemplo a autoavaliação contraposta com a avaliação dos outros professores sobre aquele e de ex- alunos mais os rendimentos de classe nas provas. E de tudo isso tirar uma análise final, de preferência juntado com o feed contínuo, o que talvez nem sempre seja possível, então o gestor terá que escolher entre um e outro. 1.1 AUTOAVALIAÇÃO E FEED CONTÍNUO, O MODELO MAIS INDICADO Algumas escolas adotaram o feed contínuo e o processo de autoavalição, e, ao que tudo indica, vem dando resultado, quando bem aplicado, mas existem muitas outras formas de avaliar e existem escolas que simplesmente não avaliam ou deixam a avaliação por conta ou só dos estudantes ou só por conta do diretor ou somente nas mãos dos coordenadores, diferente da diretora Elaine Marini, do Colégio da Polícia Militar, na zona leste da cidade de São Paulo, que caminha constantemente pelos corredores observando sempre o que acontece em cada sala de aula, cumprindo o que diz a LBD em seu artigo 12. A Lei de Diretrizes e Bases LDB em seu artigo 12 diz que: “é do estabelecimento de ensino o dever de administrar seu pessoal e zelar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente, respeitando as normas comuns e as do seu sistema de ensino”. Segundo Camila Ploennes, “professores acreditam que ter seu trabalho examinado é fundamental, desde que a avaliação seja processual e leve em conta diversas perspectivas”. "Todo docente é muito crítico em relação a seu próprio trabalho, porque você tem o retorno imediato do educando. Se a aula não rendeu, você vai saber na hora", Arno Aloisio Goettems, professor de geografia. A professora de biologia, Viviane Linguitte Gadotti, do Colégio da Polícia Militar, na zona leste da cidade de São Paulo diz o seguinte: "vou para casa, pesquiso dinâmicas diferentes, formulo atividades e gosto que os superiores conheçam meu trabalho. Isso não acontece na escola pública, onde sou avaliada mais pelo desempenho dos estudantes". Relato da professora Suelen Girotti do Prado, docente de geografia e filosofia dos ensinos fundamental e médio no Colégio Horizontes Uirapuru, na zona oeste de São Paulo: "Em 2009, eu me desliguei da rede pública, em que a avaliação do profissional é abandonada". "No geral a cobrança é muito mais em relação à pontualidade, por exemplo, do que pensando na melhoriada relação ensino-aprendizagem". "Trabalhei em outros colégios privados e em um deles não havia qualquer olhar de fora sobre o meu desempenho. Era só a resposta dos alunos, que elogiavam quando gostavam e reclamavam quando não gostavam". A diretora Gabriela Lian Branco Martins, também da escola Horizontes Uirapuru, na zona oeste de São Paulo, adota a observação de aulas como fonte de subsídios para as reuniões, duas reuniões individuais por mês, com cada um dos 31 docentes. Também usa os cursos de aperfeiçoamento feitos pelos professores e leituras realizadas por eles durante o ano, comprovadas por meio de textos analíticos como meios formais de avaliar na instituição, e garante: "Na orientação pedagógica, há verificação do planejamento, do material trabalhado, se o professor traz novas ideias, o que ele fez diante de uma prova em que o grupo foi mal. Na orientação educacional, fala-se sobre cada aluno, suas dificuldades e o que o docente está fazendo em termos de recuperação, tanto do aproveitamento quanto do comportamento", A diretora Elenice Lobo, do Colégio Santo Américo, localizado no bairro do Morumbi, na zona sul de São Paulo, usa a linha de pensamento de feedbacks contínuos. Em sua escola, a partir do ensino fundamental II, o processo é acompanhado por coordenadores pedagógicos e supervisores de cada disciplina. Nas séries iniciais, o trabalho de avaliar é concentrado no coordenador pedagógico: "Como a partir do ensino fundamental 2 o docente já possui licenciatura em uma área específica, existe a figura desse chefe da disciplina", explica. E continua: "Gravamos pela condução da aula em si. A gravação é discutida entre os professores de cada área depois, que opinam sobre o que foi bom e o que poderia ser melhor. Fazemos no sentido de troca de ideias". "Esse sistema nos ajuda a buscar a melhoria não só da técnica, mas essencialmente da dinâmica em sala", conclui professora de química Claudia Aires, do Colégio Santo Américo. Sobre os vários processos avaliativos, que foram mudando ao longo dos anos, na Escola Estadual Presidente Costa e Silva, de ensino fundamental, a diretora Adriana Aguiar afirma: "Temos tudo por escrito, porque isso dá segurança ao professor e torna o sistema transparente, mas o trabalho não para no papel. Conversar é fundamental para mostrar que a crítica faz parte de um processo de colaboração consolidado e natural". Esta escola fica a 1.560 quilômetros de São Paulo fica a cidade de Gurupi, no Estado do Tocantins, e é vencedora do Prêmio Gestão Escolar 2011. "Depois de confrontar como o docente se enxergava com o desempenho dos estudantes nas avaliações internas, nós conversávamos com cada profissional para analisar juntos qual era a sua parcela de responsabilidade nos resultados, o que estava errado, o que estava fazendo certo e como poderia melhorar", explica a diretora. E conclui: "A função da avaliação não deve ser a de fiscalizar e punir, mas de contribuir para que o professor vá melhorando suas práticas conforme ganha experiência em sala de aula". Deve-se, portanto levar em consideração que se este modelo de avaliação está dando melhores resultados que este seja adotado com maior frequência. 1.2 AVALIAÇÃO POR TRIANGULAÇÃO, O SEGUNDO MODELO MAIS INDICADO “Diversos países têm discutido de maneira intensa o tema da avaliação docente. Para todos, ainda há uma pergunta sem resposta: como desenvolver uma medida justa do desempenho desse profissional?”. (Paulo de Camargo, integrante da redação da Revista Educação”). "É um tema que está sendo proposto em todo o mundo. Se entendemos que o docente é um profissional, precisamos admitir que existem características que definem uma profissão, o que inclui a formação inicial, as regulamentações e também a avaliação" (Denise Vaillant, pesquisadora da Universidade do Uruguai e presidente do Comitê Científico do Observatório Internacional da Profissão Docente, com sede na Universidade de Barcelona, na Espanha.) "A avaliação não deve ser contra o professor, mas uma maneira de contribuir para a melhoria de seu trabalho" (Tadeu da Ponte, especialista em avaliação do Instituto Primeira Escolha). Tadeu aponta que no caso de professores avaliados por alunos, há sempre o perigo da má avaliação porque os que se dão com determinado professor o avaliarão mal, enquanto os que se dão bem tenderão a avaliá-lo como bom, e, então, a questão emocional comprometerá piamente a verdade na maioria dos casos, o que resultará numa experiência de acareação de dados inverídicos. Sobre as provas de conhecimento, em que se leva em conta a premissa de que “que o professor deve saber o que ensina e estar a par dos fundamentos teóricos que embasam sua profissão”, reflete Francisco Soares, professor do programa de pós- graduação em Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), coordenador do Grupo de Avaliação e Medidas Educacionais [Game] na mesma universidade e uma das principais referências brasileiras no tema: "Avaliar implica, também, discutir os critérios que caracterizam um bom professor". Outro modo de avaliar o professor é avaliar o rendimento dos estudantes nas provas, mas seria esse por si só um método justo, sem levar em conta “fatores de influência pertencem às escolas, à estrutura, às condições de trabalho e, finalmente, às competências docentes”? “Como distinguir entre o resultado do trabalho de um professor que atua em uma escola de classe média em cidades ricas do interior daquele realizado por professores nas periferias, nas quais os contextos sociais pesam mais do que o talento ou o empenho em ensinar?”. "A avaliação de rendimento dos alunos examina ao mesmo tempo o trabalho do governo federal, das secretarias de Educação, dos diretores e, por fim, dos professores. Há toda uma linha de responsabilidades descumpridas" (Cipriano Luckesi, doutor pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e autor de livros sobre o tema). Segundo Denise Vaillant, as experiências de avaliação docentes mais bem- sucedidas fazem uma "triangulação": "Em alguns países, se combinam processos de autoavaliação, com avaliação dos pares, com um portfólio de suas atividades que o próprio professor prepara para avaliadores externos". “Segundo estudo elaborado por Denise Vaillant, muitos dos obstáculos às propostas de avaliação docente são gerados quando ganham contornos de dispositivos de controle ou quando o avaliador é um agente externo sem legitimidade para a categoria. Provocam resistência também a percepção de que o discurso político sobre o tema se choca com a realidade vivida pelos professores e quando os critérios avaliados são contraditórios em relação àqueles utilizados na contratação dos docentes. Por fim, no plano conceitual, geram reação as aferições que desconsideram o contexto vivido pelo professor ou que levam em conta apenas aspectos cognitivos.” “De outro lado, diz a pesquisadora, as propostas que avançam no cenário contemporâneo têm características diametralmente opostas: buscam uma abordagem mais sistêmica, promovem a participação e o envolvimento dos atores implicados, respeitam o trabalho docente e têm como pano de fundo processos de melhoria do sistema educativo, com redes de apoio ao trabalho do professor. Essa perspectiva da avaliação se opõe, por exemplo, às que estão focadas unicamente na remuneração. "Ao invés de pagar pelos resultados, a avaliação pode identificar as necessidades de formação dos professores e apoiá-los", sugere a pesquisadora Margarita Zorrilla, doutora em educação e diretora do Instituto Nacional para a Avaliação de Educação, no México.” Disponível em: http://revistaeducacao.com.br/textos/181/de-olho-no-professordiversos-paises-tem-discutido-de-maneira-intensa-257863-1.asp Este é um modelo a ser levado em conta, mas não dá tanto resultado quanto o feed contínuo. 1.3. A AVALIAÇÃO PELOS EDUCANDOS, UM MODELO NÃO INDICADO A professora Maria da Paz Araújo Cavalcante, da Escola Estadual Presidente Costa e Silva, afirma: "Os alunos também nos avaliam e se eu não dou uma aula criativa, eles vão dizer". O professor de geografia Arno Aloisio Goettems, do Colégio Santo Américo, de São Paulo, afirma: "Todo docente é muito crítico em relação a seu próprio trabalho, porque você tem o retorno imediato do educando. Se a aula não rendeu, você vai saber na hora". No Colégio da Polícia Militar, existe a figura do líder de sala, eleito por cada turma que agrupa as impressões dos demais estudantes sobre os docentes e se reúne com a coordenadora pedagógica uma vez por mês. Depois, a direção e a coordenação conversam com os professores sobre essas impressões. "Essa conversa é positiva, porque agrupa os comentários dos alunos que nós não teríamos por outro meio", aponta a professora Viviane Gadotti. Outro modelo de avaliação no mesmo colégio é um questionário anual. O estudante dá uma nota de desempenho para cada professor sobre vários critérios. No entanto, isoladamente isso é inútil porque existe obviamente uma bela oportunidade de vingança. "Se a avaliação do aluno não tem qualquer semelhança com aquela feita pela equipe da escola, descartamos", admite a diretora Elaine Marini. "Se existe um incidente entre aluno e professor, ouvimos os dois e tentamos solucionar a situação específica. Entrar nas turmas e aplicar questionário para avaliar professor não parece razoável", opina Elenice Lobo, diretora do Santo Américo, discordando dos questionários preenchidos pelos estudantes. "Se existe um incidente entre aluno e professor, ouvimos os dois e tentamos solucionar a situação específica. Entrar nas turmas e aplicar questionário para avaliar professor não parece razoável", conclui. O diretor Silvio Freire desistiu da apuração dos resultados no questionário anual:_ "Não tive condições de tabular todas essas informações e dar o feedback antes do fim do ano letivo. São vários itens sobre vários docentes. É preciso um sistema para fazer esse trabalho". Em vez disso, ele teve a ideia de convidar ex-alunos para conversar sobre o curso oferecido pela escola e foi surpreendido pelas análises detalhadas, como exemplifica a seguir: "Um deles me disse que determinado professor de biologia é bom ensinando zoologia, mas não é tão didático quando o assunto é genética, que em compensação é um tema muito bem explicado por outro professor nosso". Portanto, esta avaliação é a menos indicada devido à maior possibilidade de se cometer injustiça com os professores. Disponível em: http://revistaeducacao.com.br/textos/181/avaliar-para- formar-bprofessores-acreditam-que-ter-seu-trabalho-examinado-257867-1.asp CAPÍTULO II 2. ESCOLA SEM PARTIDO: POLITICAGEM VERSUS EDUCAÇÃO Desde 2014 tramita no Congresso Nacional a ideia de um projeto de lei chamado “Escola Sem Partido” que visa tirar a liberdade dos educandos quando o assunto for política. Inclusive querem proibir menções à figuras de esquerda e até à figuras teoricamente tidas como de esquerda, mesmo que tais figuras nem tenham se metido em qualquer partido como é o caso de Paulo Freire ao qual chamam de “comunista” mas que teorizava de fato diretamente sobre a melhoria da educação e não sobre sistemas de governo. Proibir que se mencione Paulo Freire em sala de aula é uma grande estupidez. Coisas que já estão na constituição, mas não são cumpridas, como a obediência ao Estado Laico são usadas como desculpas nesse projeto de lei para proibir que se mencione religiões em sala de aula, o que o Estado Laico não prega, pelo contrário, o que se prega é que não se obrigue a seguir ritos de qualquer religião ou mesmo se disseminem ideias ateístas como se querendo obrigar os educandos e funcionários públicos a seguir também essa vertente, uma vez que o Estado Também não é ateu; ou seja, o Estado Laico proíbe a difusão como modo de propaganda a fim de converter ou desconverter a tal ou de qualquer religião, mesmo que atribuam a tal religião um pseudônimo científico, chamem de mitologia, “ciências ocultas”, “mentalismo”, etc. E o projeto “Escola sem partido” se utiliza da desinformação para tentar manipular as mentes e dar mais amplidão às ideias de direita como forma de em seguida seja possível se dar um golpe militar. Porque abordar aqui este projeto ou anteprojeto (como está sendo chamado por muitos)? Porque ele fere direitos da Constituição diretamente como por exemplo a liberdade de expressão e o livre direito de ensinar e de aprender e mais do que isso, porque fará justamente o oposto do que este artigo se propõe se por acaso passar um dia no Congresso e for posto em prática; seria um prejuízo geral no país. Seria o maior retrocesso educacional sofrido no Brasil e este artigo visa justamente o progresso, portanto, temos que expor aquilo que deve ser evitado. Como não adianta falar e não mostrar o projeto, segue abaixo o projeto de lei de 2015 número 867: “ PROJETO DE LEI Nº 867 , DE 2015 (Do Sr. Izalci) Inclui, entre as diretrizes e bases da educação nacional, o "Programa Escola sem Partido". O Congresso Nacional decreta: Art.1º. Esta lei dispõe sobre a inclusão entre as diretrizes e bases da educação nacional do "Programa Escola sem Partido”. Art. 2º. A educação nacional atenderá aos seguintes princípios: I - neutralidade política, ideológica e religiosa do Estado; II - pluralismo de ideias no ambiente acadêmico; III - liberdade de aprender, como projeção específica, no campo da educação, da liberdade de consciência; IV - liberdade de crença; V - reconhecimento da vulnerabilidade do educando como parte mais fraca na relação de aprendizado; VI - educação e informação do estudante quanto aos direitos compreendidos em sua liberdade de consciência e de crença; VII - direito dos pais a que seus filhos recebam a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções. Art. 3º. São vedadas, em sala de aula, a prática de doutrinação política e ideológica bem como a veiculação de conteúdos ou a realização de atividades que possam estar em conflito com as convicções religiosas ou morais dos pais ou responsáveis pelos estudantes. § 1º. As escolas confessionais e as particulares cujas práticas educativas sejam orientadas por concepções, princípios e valores morais, religiosos ou ideológicos, deverão obter dos pais ou responsáveis pelos estudantes, no ato da matrícula, autorização expressa para a veiculação de conteúdos identificados com os referidos princípios, valores e concepções. § 2º. Para os fins do disposto no § 1º deste artigo, as escolas deverão apresentar e entregar aos pais ou responsáveis pelos estudantes material informativo que possibilite o conhecimento dos temas ministrados e dos enfoques adotados. Art. 4º. No exercício de suas funções, o professor: I - não se aproveitará da audiência cativa dos alunos, com o objetivo de cooptá-los para esta ou aquela corrente política, ideológica ou partidária; II - não favorecerá nem prejudicará os alunos em razão de suas convicções políticas, ideológicas, morais ou religiosas, ou da falta delas; III - não fará propaganda político-partidária em sala de aula nem incitará seus alunos a participar de manifestações, atos públicos e passeatas; IV - ao tratar de questões políticas, sócio-culturais (SIC) e econômicas, apresentará aos alunos, de forma justa, as principaisversões, teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito; V - respeitará o direito dos pais a que seus filhos recebam a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções; VI - não permitirá que os direitos assegurados nos itens anteriores sejam violados pela ação de terceiros, dentro da sala de aula. Art. 5º. Os alunos matriculados no ensino fundamental e no ensino médio serão informados e educados sobre os direitos que decorrem da liberdade de consciência e de crença assegurada pela Constituição Federal, especialmente sobre o disposto no art. 4º desta Lei. § 1º. Para o fim do disposto no caput deste artigo, as escolas afixarão nas salas de aula, nas salas dos professores e em locais onde possam ser lidos por estudantes e professores, cartazes com o conteúdo previsto no Anexo desta Lei, com, no mínimo, 70 centímetros de altura por 50 centímetros de largura, e fonte com tamanho compatível com as dimensões adotadas. § 2º. Nas instituições de educação infantil, os cartazes referidos no § 1º deste artigo serão afixados somente nas salas dos professores. Art. 6º. Professores, estudantes e pais ou responsáveis serão informados e educados sobre os limites éticos e jurídicos da atividade docente, especialmente no que tange aos princípios referidos no art. 1º desta Lei. Art. 7º. As secretarias de educação contarão com um canal de comunicação destinado ao recebimento de reclamações relacionadas ao descumprimento desta Lei, assegurado o anonimato. Parágrafo único. As reclamações referidas no caput deste artigo deverão ser encaminhadas ao órgão do Ministério Público incumbido da defesa dos interesses da criança e do adolescente, sob pena de responsabilidade. Art. 8º. O disposto nesta Lei aplica-se, no que couber: I - aos livros didáticos e paradidáticos; II - às avaliações para o ingresso no ensino superior; III - às provas de concurso para o ingresso na carreira docente; IV - às instituições de ensino superior, respeitado o disposto no art. 207 da Constituição Federal. Art. 9º. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação. ANEXO DEVERES DO PROFESSOR I - O Professor não se aproveitará da audiência cativa dos alunos, com o objetivo de cooptá-los para esta ou aquela corrente política, ideológica ou partidária. II - O Professor não favorecerá nem prejudicará os alunos em razão de suas convicções políticas, ideológicas, morais ou religiosas, ou da falta delas. III - O Professor não fará propaganda político-partidária em sala de aula nem incitará seus alunos a participar de manifestações, atos públicos e passeatas. IV - Ao tratar de questões políticas, sócio-culturais (SIC) e econômicas, o professor apresentará aos alunos, de forma justa – isto é, com a mesma profundidade e seriedade –, as principais versões, teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito. V - O Professor respeitará o direito dos pais a que seus filhos recebam a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções. VI - O Professor não permitirá que os direitos assegurados nos itens anteriores sejam violados pela ação de terceiros, dentro da sala de aula. JUSTIFICAÇÃO Esta proposição se espelha em anteprojeto de lei elaborado pelo movimento Escola sem Partido (www.escolasempartido.org) – “uma iniciativa conjunta de estudantes e pais preocupados com o grau de contaminação político-ideológica das escolas brasileiras, em todos os níveis: do ensino básico ao superior” –, cuja robusta justificativa subscrevemos:1 “É fato notório que professores e autores de livros didáticos vêm-se utilizando de suas aulas e de suas obras para tentar obter a adesão dos estudantes a determinadas correntes políticas e ideológicas; e para fazer com que eles adotem padrões de julgamento e de conduta moral – especialmente moral sexual – incompatíveis com os que lhes são ensinados por seus pais ou responsáveis. Diante dessa realidade – conhecida por experiência direta de todos os que passaram pelo sistema de ensino nos últimos 20 ou 30 anos –, entendemos que é necessário e urgente adotar medidas eficazes para prevenir a prática da doutrinação política e ideológica nas escolas, e a usurpação do direito dos pais a que seus filhos recebam a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções. Trata-se, afinal, de práticas ilícitas, violadoras de direitos e liberdades fundamentais dos estudantes e de seus pais ou responsáveis, como se passa a demonstrar: 1 - A liberdade de aprender – assegurada pelo art. 206 da Constituição Federal – compreende o direito do estudante a que o seu conhecimento da realidade não seja manipulado, para fins políticos e ideológicos, pela ação dos seus professores; 2 - Da mesma forma, a liberdade de consciência, garantida pelo art. 5º, VI, da Constituição Federal, confere ao estudante o direito de não ser doutrinado por seus professores; 3 - O caráter obrigatório do ensino não anula e não restringe a liberdade de consciência do indivíduo. Por isso, o fato de o estudante ser obrigado a assistir às aulas de um professor implica para esse professor o dever de não utilizar sua disciplina como instrumento de cooptação político-partidária ou ideológica; 4 - Ora, é evidente que a liberdade de aprender e a liberdade de consciência dos estudantes restarão violadas se o professor puder se aproveitar de sua audiência cativa para promover em sala de aula suas próprias concepções políticas, ideológicas e morais; 5 - Liberdade de ensinar – assegurada pelo art. 206, II, da Constituição Federal – não se confunde com liberdade de expressão; não existe liberdade de expressão no exercício estrito da atividade docente, sob pena de ser anulada a liberdade de consciência e de crença dos estudantes, que formam, em sala de aula, uma audiência cativa; 6 - De forma análoga, não desfrutam os estudantes de liberdade de escolha em relação às obras didáticas e paradidáticas cuja leitura lhes é imposta por seus professores, o que justifica o disposto no art. 8º, I, do projeto de lei; 7 - Além disso, a doutrinação política e ideológica em sala de aula compromete gravemente a liberdade política do estudante, na medida em que visa a induzi-lo a fazer determinadas escolhas políticas e ideológicas, que beneficiam, direta ou indiretamente as políticas, os movimentos, as organizações, os governos, os partidos e os candidatos que desfrutam da simpatia do professor; 8 - Sendo assim, não há dúvida de que os estudantes que se encontram em tal situação estão sendo manipulados e explorados politicamente, o que ofende o art. 5º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), segundo o qual “nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de exploração”; 9 - Ao estigmatizar determinadas perspectivas políticas e ideológicas, a doutrinação cria as condições para o bullying político e ideológico que é praticado pelos próprios estudantes contra seus colegas. Em certos ambientes, um aluno que assuma publicamente uma militância ou postura que não seja a da corrente dominante corre sério risco de ser isolado, hostilizado e até agredido fisicamente pelos colegas. E isso se deve, principalmente, ao ambiente de sectarismo criado pela doutrinação; 10 - A doutrinação infringe, também, o disposto no art. 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que garante aos estudantes “o direito de ser respeitado por seus educadores”. Com efeito, um professor que deseja transformar seus alunos em réplicas ideológicas de si mesmo evidentemente não os está respeitando; 11 - A prática da doutrinação política e ideológica nas escolas configura, ademais,uma clara violação ao próprio regime democrático, na medida em que ela instrumentaliza o sistema público de ensino com o objetivo de desequilibrar o jogo político em favor de determinados competidores; 12 - Por outro lado, é inegável que, como entidades pertencentes à Administração Pública, as escolas públicas estão sujeitas ao princípio constitucional da impessoalidade, e isto significa, nas palavras de Celso Antonio Bandeira de Mello (Curso de Direito Administrativo, Malheiros, 15ª ed., p. 104), que “nem favoritismo nem perseguições são toleráveis. Simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou ideológicas não podem interferir na atuação administrativa e muito menos interesses sectários, de facções ou grupos de qualquer espécie.”; 13 - E não é só. O uso da máquina do Estado – que compreende o sistema de ensino – para a difusão das concepções políticas ou ideológicas de seus agentes é incompatível com o princípio da neutralidade política e ideológica do Estado, com o princípio republicano, com o princípio da isonomia (igualdade de todos perante a lei) e com o princípio do pluralismo político e de ideias, todos previstos, explícita ou implicitamente, na Constituição Federal; 14 - No que tange à educação moral, referida no art. 2º, VII, do projeto de lei, a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, vigente no Brasil, estabelece em seu art. 12 que “os pais têm direito a que seus filhos recebam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com suas próprias convicções”; 15 - Ora, se cabe aos pais decidir o que seus filhos devem aprender em matéria de moral, nem o governo, nem a escola, nem os professores têm o direito de usar a sala de aula para tratar de conteúdos morais que não tenham sido previamente aprovados pelos pais dos alunos; 16 - Finalmente, um Estado que se define como laico – e que, portanto deve ser neutro em relação a todas as religiões – não pode usar o sistema de ensino para promover uma determinada moralidade, já que a moral é em regra inseparável da religião; 17. Permitir que o governo de turno ou seus agentes utilizem o sistema de ensino para promover uma determinada moralidade é dar-lhes o direito de vilipendiar e destruir, indiretamente, a crença religiosa dos estudantes, o que ofende os artigos 5º, VI, e 19, I, da Constituição Federal. Ante o exposto, entendemos que a melhor forma de combater o abuso da liberdade de ensinar é informar os estudantes sobre o direito que eles têm de não ser doutrinados por seus professores. Nesse sentido, o projeto que ora se apresenta está em perfeita sintonia com o art. 2º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que prescreve, entre as finalidades da educação, o preparo do educando para o exercício da cidadania. Afinal, o direito de ser informado sobre os próprios direitos é uma questão de estrita cidadania. Urge, portanto, informar os estudantes sobre o direito que eles têm de não ser doutrinados por seus professores, a fim de que eles mesmos possam exercer a defesa desse direito, já que, dentro das salas de aula, ninguém mais poderá fazer isso por eles. Note-se por fim, que o projeto não deixa de atender à especificidade das instituições confessionais e particulares cujas práticas educativas sejam orientadas por concepções, princípios e valores morais, às quais reconhece expressamente o direito de veicular e promover os princípios, valores e concepções que as definem, exigindo-se, apenas, a ciência e o consentimento expressos por parte dos pais ou responsáveis pelos estudantes.” Frisamos mais uma vez que projetos de lei semelhantes ao presente – inspirados em anteprojeto de lei elaborado pelo Movimento Escola sem Partido (www.escolasempartido.org) – já tramitam nas Assembleias Legislativas dos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás e Espírito Santo, e na Câmara Legislativa do Distrito Federal; e em dezenas de Câmaras de Vereadores (v.g., São Paulo-SP, Rio de Janeiro-RJ, Curitiba-PR, Vitória da Conquista-BA, Toledo-PR, Chapecó-SC, Joinville-SC, Mogi Guaçu- SP, Foz do Iguaçu-PR, etc.), tendo sido já aprovado nos Municípios de Santa Cruz do Monte Carmelo-PR e Picuí-PB. Pelas razões expostas, esperamos contar com o apoio dos Nobres Pares para aprovação deste Projeto de Lei. Sala das Sessões, em 23 de março de 2015. Deputado IZALCI PSDB/DF ESP.MFUN.NGPS.2015.03.18” 2.1 : ESCOLA SEM PARTIDO: A LEI DA MORDAÇA: Por ser de fato uma lei da mordaça, assim como aquela lei que o Maluf tentou implantar para que ganhasse 10 (dez) vezes o valor de processo sobre cada jornalista que o acusasse de alguma coisa que ele não fosse preso, que no Jornal Delfos de Pacoti, no antigo site http://jornaldelfos.net76.net não mais acessível pus uma charge junto à notícia que titulei de “Lei da mordaça” para “Lei enrica Maluf”, esse projeto de lei da “Escola sem partido” também está sendo chamado de “Lei da mordaça”, e não há nome mais apropriado do que esse. A seguir, artigos de repercussão e protestos, prós e contras da “Escola em partido”, que se passar algum dia será o maior retrocesso educacional do Brasil causado por politicagem a fim de restabelecer novamente um regime de ditaduras, como foi a nossa história desde sempre, temos de fato poucos anos de democracia e ainda nem aprendemos direito a lidar com ela, já querem nos tirar com golpe sobre golpe. Os professores já são avaliados erroneamente no Brasil, na maioria dos casos, seja por incompetência dos gestores que são indicados politicamente por meio de apadrinhamento e não por concursos públicos, quando muito por seleções de no máximo 1 (um) ano, uma lei desse tipo “escola sem partido” fará com que além de muitos perderem o emprego ainda mais rápido, o eu por si já piora o aprendizado, uma vez que diminui o estímulo proximal, defendido por Vigotsky, Paulo Freire e outros teóricos “papas” da educação, ainda impossibilitarão esses profissionais de arranjarem outro emprego em outras escolas pela deturpação absurda de julgar o que é correto como errado e o que é errado como correto: “MPF diz que Escola sem Partido é inconstitucional e impede o pluralismo Versão para impressão • 22/07/2016 19h50 • Brasília Heloisa Cristaldo - Repórter da Agência Brasil * O Ministério Público Federal (MPF) encaminhou hoje (22) ao Congresso Nacional nota técnica em que aponta a inconstitucionalidade do projeto de lei que inclui o Programa Escola sem Partido entre as diretrizes e bases da educação nacional. Para Deborah Duprat, o projeto pretende acabar com a doutrinação ideológica nas escolasArquivo/Valter Campanato/Agência Brasil Para a procuradora federal dos Direitos do Cidadão Deborah Duprat, responsável pela nota, o PL 867/2015 “nasce marcado pela inconstitucionalidade”. O documento defende que, sob o pretexto de defender princípios como a "neutralidade política, ideológica e religiosa do Estado", assim como o "pluralismo de ideias no ambiente acadêmico", o Programa Escola sem Partido coloca o professor em constante vigilância, principalmente para evitar que afronte as convicções morais dos pais. "O projeto subverte a atual ordem constitucional por inúmeras razões: confunde a educação escolar com aquela fornecida pelos pais e, com isso, os espaços público e privado, impede o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, nega a liberdade de cátedra e a possibilidade ampla de aprendizagem e contraria o princípio da laicidade do Estado – todos esses direitos previstos na Constituição de 88", destacou Deborah Duprat. Segundo ela, a escola, ao possibilitar a cada qual o pleno desenvolvimento de suas capacidades e ao preparar parao exercício da cidadania, "tem de estar necessariamente comprometida com todo o tipo de pluralismo”. De acordo com a procuradora, o projeto da Escola sem Partido pretende acabar com a doutrinação ideológica nas escolas, "impedindo que professores expressem a opinião em torno de temas políticos. Também impede o debate sobre questões de gênero". Em junho, a Faculdade de Educação da UnB divulgou nota se posicionando contra a proposta, apresentada ano passado à Câmara dos Deputados, Senado Federal, Câmara Legislativa do Distrito Federal e legislativos estaduais e municipais do Brasil. Até o momento, 19 estados brasileiros têm projetos de lei semelhantes segundo levantamento realizado pelo portal Educação e Participação. "O projeto de lei que propõe criminalizar professores sensíveis aos temas dos direitos humanos representa uma grave ameaça ao livre exercício da docência e constitui um retrocesso na luta histórica de combate à cultura do ódio, à discriminação e ao preconceito contra mulheres, negros, indígenas, população LGBTT [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros], comunidades tradicionais e outros segmentos sociais vulneráveis", acrescentou a nota. Alagoas é o primeiro estado do Brasil a ter uma lei que exige do professor a neutralidade em sala de aula. O Projeto Escola Livre foi aprovado em 26 de abril, quando deputados da assembleia local derrubaram o veto do governador Renan Filho (PMDB). AGU Questionado no Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, o projeto recebeu posicionamento contrário da Advocacia-Geral da União (AGU). Para a AGU, a lei é inconstitucional porque a competência para “elaboração das normas gerais foi atribuída à União, que legisla no interesse nacional, estabelecendo diretrizes que devem ser observadas pelos demais entes federados. Aos estados e ao Distrito Federal cabem suplementar a legislação nacional”, acrescentou o órgão. A AGU incluiu em seu posicionamento que a Confederação dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino (Contee), autora do questionamento, não reúne condições legais para propor a ação. Para ouvir a sociedade sobre o tema, o Senado lançou esta semana uma enquete em que o cidadão pode opinar contra ou a favor do Projeto de Lei 193/2016, do senador Magno Malta (PR-ES), que inclui entre as diretrizes e bases da educação nacional o Programa Escola sem Partido. Procurada pela Agência Brasil a Organização Escola sem Partido não retornou até a publicação do texto. *Com informações do Portal EBC Edição: Armando Cardoso” http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2016-07/mpf-diz-que- escola-sem-partido-e-insconstitucional-e-impede-o-pluralismo “15/07/2016 12h16 - Atualizado em 15/07/2016 13h10 Após protesto, vereador retira projeto sobre 'Escola sem Partido' em MG Proposta de lei pretende atender princípios de neutralidade política e religiosa. Grupo manifestou-se contra tramitação em Juiz de Fora nesta quinta-feira (14). Do G1 Zona da Mata FACEBOOK Manifestantes fizeram protesto contra projeto de lei sobre a criação do 'Programa Escola sem Partido' em Juiz de Fora (Foto: Reprodução/TV Integração) Após protesto de grupos contrários, o vereador André Mariano (PSC) retirou de tramitação o projeto de lei sobre a criação do "Programa Escola sem Partido" em Juiz de Fora. O vereador anunciou a decisão na manhã desta sexta- feira (15) no plenário, durante o último dia de reunião do período legislativo de julho. De acordo com a assessoria da Câmara, ele informou que a retirada é temporária, por 90 dias. A audiência pública que havia sido agendada para o dia 17 de agosto foi desmarcada e, que quando o projeto voltar à tramitação, será reagendada. O G1 solicitou um posicionamento do vereador e aguarda retorno. Na noite desta quinta-feira (14), representantes de grupos ligados a estudantes, professores, movimentos sociais e partidos políticos estiveram no Legislativo para protestar contra a proposta. Eles queriam a retirada do projeto de tramitação, mas, até então, o vereador afirmou que manteria a proposta. A Polícia Militar (PM) informou que a manifestação reuniu cerca de 150 pessoas e que transcorreu pacificamente, sem registro de Boletim de Ocorrência (BO). De acordo com a assessoria da Câmara, o Projeto de Lei entrou em tramitação no dia 6 de julho e está na Comissão de Constituição e Justiça, que solicitou um parecer do setor jurídico quanto à constitucionalidade do projeto, procedimento normal de análise das propostas. As atividades na Câmara Municipal serão retomadas na segunda quinzena de agosto. 'Programa Escola sem Partido' A proposta criaria o "Programa Escola sem Partido" no âmbito do sistema municipal de ensino. A norma seria vigente nas escolas públicas, confessionais e particulares, que teriam que seguir as atividades elencadas como permitidas ao professor no exercício da função. Segundo o projeto, as escolas devem informar aos pais e responsáveis sobre limites éticos e jurídicos da atividade docente. O Projeto de Lei pretende atender aos princípios de neutralidade política, ideológica e religiosa do Estado; pluralismo de ideias no ambiente acadêmico; liberdade de consciência e de crença; liberdade de ensinar e de aprender; reconhecimento da vulnerabilidade do educando como parte mais fraca na relação de aprendizado; educação e informação do estudante quanto aos direitos compreendidos em sua liberdade de consciência e de crença e o direito dos pais a que seus filhos recebam a educação moral que esteja de acordo com as próprias convicções. O projeto destacou também que o poder público "não se imiscuirá na orientação sexual dos alunos nem permitirá qualquer prática capaz de comprometer ou direcionar o natural desenvolvimento de sua personalidade, em harmonia com a respectiva identidade biológica de sexo, sendo vedada, especialmente, a aplicação dos postulados da ideologia de gênero". Além disso, veda a prática de doutrinação política e ideológica bem como a veiculação de conteúdos ou a realização de atividades de cunho religioso ou moral que possam estar em conflito com as convicções dos pais ou responsáveis pelos estudantes. O projeto ainda prevê a afixação de cartazes nas salas de aula, nas salas dos professores e em locais onde possam ser lidos por estudantes e professores, com o conteúdo previsto no anexo da lei. Apesar de não prever punições, o projeto orienta que as reclamações relacionadas ao descumprimento da lei serão dirigidas, sob garantia de anonimato, à Secretaria de Educação, e encaminhadas, sob pena de responsabilidade, ao órgão do Ministério Público incumbido da defesa dos interesses da criança e do adolescente. Protesto O protesto começou com a reunião dos manifestantes no Parque Halfeld em frente à Câmara. Algumas pessoas seguravam cartazes com os dizeres "os educadores não aceitam mordaças". Discursos lembraram que o objetivo era demonstrar a insatisfação contra a possibilidade de ser criada uma lei municipal sobre o assunto, como disse o estudante e um dos organizadores, André Gomes. “Estamos aqui para manifestar de forma pacífica, conscientes, com alunos e professores. Esse projeto ataca principalmente a liberdade de expressão da população e do professor, que está garantida por lei no artigo 203 da Constituição”, ressaltou. O projeto não estava na pauta da reunião desta quinta-feira. Depois que os manifestantes entraram no Legislativo, a reunião foi suspensa e uma comissão se reuniu a portas fechadas com o vereador André Mariano. Os demais manifestantes
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