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CLASSIFICAÇÃO SOLO

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1
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇAO 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO 
FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA 
DISCIPLINA DE SOLOS III 
Definição de solo pela Soil Taxonomy. 
Coleção de corpos naturais sobre a superfície da 
terra, em alguns lugares modificado e até mesmo 
feito pelo homem, utilizando a terra, contendo 
matéria viva e sustentando ou capaz de sustentar 
plantas ao ar livre 
Dificuldade de se definir solo é que os 
fenômenos familiares são aqueles em que o 
artificialismo as definições se torna menos 
requisitado. A definição do que seja solo é muito 
influenciado pela experiência prática mais 
imediata dos definidores. 
 
2 
Analisando as seguintes definições: 
a) É a camada enriquecida em húmus, escurecida, 
onde se encontra a maior parte das raízes; 
b) Coleção de corpos naturais... 
c) Camada inconsolidada que recobre as rochas e 
mantém a vida animal e vegetal na terra 
(VIEIRA,1975); 
d) Camada inconsolidada que recobre a rocha: 
sinônimo de regolito. 
Observa-se que: 
$ As definições (a) (b) e (c) enfatizam o solo 
como suporte para a vida vegetal e animal. 
$ A def.(a) inapropriadamente assume que as 
raízes (a menor parte) que se aprofunda não 
têm importância para a def. de solo como 
suporte dos vegetais. 
$ A def.(b) dá idéia de solos (plural) e, de uma 
 
3
forma mais clara que (a) considera solo como 
um corpo in situ. 
A definição (c) não admite horiz. ou camadas 
consolidadas dentro do solo como fazendo parte do 
mesmo. 
$ A def.(d) parece ser a mais simples e inclui 
todas as outras definições, ressalvando o fato 
de incluir os horizontes consolidados, definidos 
na SOIL TAXONOMY(1975). 
 
O solo é o resultado de processos de 
transformação da rocha sob a ação do clima e 
 
4
organismos. O tempo desses processos 
depende da evolução do relevo. 
O solo mais velho ocorre: 
1. onde a erosão natural é menor, 
2. onde o relevo mais plano favoreceu o 
aprofundamento dos horizontes A, B e . 
 
Um relevo plano pode tornar-se acidentado. 
Os solos velhos de uma paisagem podem ser 
substituídos por solos mais jovens. Há, com o 
tempo, o rejuvenescimento dos solos de uma 
paisagem. 
 
O rejuvenescimento ocorre em conseqüência 
da criação de desníveis no terreno pela ação 
das forças tectônicas e das mudanças de 
clima. 
 
5
 
Em qualquer dos casos a erosão é a causa 
da renovação. As mudanças de clima alteram 
a cobertura vegetal e, conseqüentemente, a 
erosão. 
 
Na formação do solo há dois processos 
envolvidos: intemperização e lixiviação. Eles 
não são necessariamente da mesma 
intensidade 
 
Se a intemperização é lenta e a lixiviação 
rápida, o solo é rico em minerais primários 
facilmente intemperizáveis e pobre em 
nutrientes disponíveis. Tudo que é liberado 
dos minerais (pela intemperização) é lixiviado. 
Isso acontece nas áreas mais frias e com 
muita água (). 
 
Os solos das áreas elevadas dos estados do 
sul (PR, SC e RS) são pobres, ainda que 
originados de basalto ou mesmo que o solo 
 
6
seja raso. Nesse caso as temperaturas baixas 
e a precipitação relativamente bem distribuída 
o ano todo propiciam uma lixiviação 
acentuada. Isso acontece a tal ponto que o 
solo, apesar de rico em minerais primários 
facilmente intemperizáveis, não é 
necessariamente rico em nutrientes 
disponíveis (não é eutrófico). 
Por que e para que classificar os solos? 
 
Necessidade inata de ordem. O ato de grupar 
as percepções está na base da própria 
conservação da vida. 
 
Ingestão de plantas venenosas por um 
animal, ou de alimento estragado pelo 
homem, representam identificação errôneas. 
 
7 
Classificação: 
 
Algo que serve para organizar nossos 
conhecimentos a respeito dos objetos de tal 
maneira que as propriedades deles possam 
ser relembradas e as relações entre eles 
entendidas (Cline, 1949). 
 
É a expressão do processo de 
conhecimentos ganhos. É um contínuo 
exercício de seleção (abstração), cujos 
erros tendem a ser corrigido, em algumas 
circunstâncias, por dolorosos insucessos! 
 
Reconhecimento e definição de grupos (terra 
mista, terra fraca e terra de cultura 
 
Predições (Latossolo Amarelo baixo teor de 
Fe2O3, caulinítico, goethítico, coeso, adensado, 
pobre em nutrientes, topografia suave) 
Aspectos importantes
 
 
8 
Previsões 
Latossolo Amarelo 
 
Agente pigmentante 
 
Estrutura: é função do comportamento dos 
componentes argilosos 
 
9
Modelo de gênese da estrutura granular 
Caulinita tem a forma de placas (filossilicato) 
Arranjo face a face 
Óxidos de Fe (hematita: Fe2O3 e goethita: Fe2O3. 
H2O) e Al (gibbsita: Al2O3. H2O) 
Desorganizadores ao nível microscópico 
Desorganização microscópica 
Organização macroscópica 
estrutura forte granular de tamanho menor, com 
pouca coerência entre os grânulos 
Solos pobres em Fe2O3 e em gibbsita terão > 
organização microscópica, favorecendo o 
encrostamento e camadas compactas 
< infiltração e > erosão laminar com grande 
probabilidade de arraste de nutrientes concentrados 
nos primeiros centímetros 
As operações de cultivo tendem a orientar as 
lâminas de argila, implicando num maior cuidado no 
 
10
 
preparo e cultivo destes solos (manutenção da m. 
orgânica nestes sistemas) 
 
Reflexo do conhecimento (processo de 
aperfeiçoamento constante. Não é uma 
verdade que se busca, mas um artifício criado 
pelo homem para realizar uma função) 
 
11
 
Sistema hierárquico de classificação 
 
No de informações em VI > do que em I. 
 
No de atributos comuns em LA álico A moderado 
textura argilosa relevo suave ondulado fase 
caatinga hipoxerófila é muito maior do que entre 
os Latossolos Amarelos. 
 
1, 2, 3, 4, ,5 e 6 são características diferenciais. 
 
Objetivo das características diferenciais 
 
Escolha da característica diferencial 
 
Propriedades do solo que substituam na medida 
do possível um conjunto de outras propriedades 
 
Devem ser propriedades do solo mensuráveis 
no campo, ou que possam ser inferidas de prop. 
Separação de classes 
 
12
 
observadas no campo, além de estarem 
relacionadas com a gênese do solo (ex: cor e 
teor de Fe2O3) 
 
Solo amarelo não diz muita coisa 
 
Solo com alto teor de Fe2O3 também, mas um 
solo amarelo com alto teor Fe2O3tem valiosas 
informações genéticas 
Nível de abstração: depende do contexto 
 
13
 
Sistema hierárquico de classificação 
 
Taxonomia desejável
 
 
14
 
1. A definição de cada grupo deve ter, quando 
possível, o mesmo significado para todo o mundo 
 
Latossolo com alto teor de Fe2O3 (Qual é o 
limite?) 
 
Qual foi o extrator utilizado? 
2. A taxonomia deve ser multicategórica 
 
Latossolo Amarelo, Latossolo A álico, 
Latossolo Amarelo álico com A moderado ... 
3. As classes devem se referir a solos que ocupam 
áreas geográficas 
 
Deve-se evitar uma pré-classificação de solos 
não conhecidos 
4. As características diferenciais devem ser 
propriedades do solo mensuráreis no campo 
 
Teor de Fe2O3 material de origem, cor, clima 
,imã, limalhas de ferro, estrutura pó de café , 
etc 
5. A taxonomia deve ser modificável 
 
É um reflexo do conhecimento 
 
15
 
6. As características diferenciais devem permanecer 
constantes após o uso agrícola 
 
Aceitas características que refletem efeito 
cumulativo de vários séculos 
7. A taxonomia deve prover classes para todos os 
solos da paisagem 
 
Solos formam um continuumÉ mais apropriado segmentar-se este 
continuum 
1- A classificação deve incluir todos os solos do 
mundo 
 
Classificações consideram apenas os países 
onde foram elaboradas 
 
A inclusão de solos de outros países facilitaria 
obter-se uma melhor visão de conjunto 
Transferência de conhecimento 
 
Mapa de solos da FAO/UNESCO (1974) 
PROXIMA AULA MORFOLOGIA DO SOLO 
 
16
 
Natural ou taxonômica
 
Objetivo: 
 
Servir aos levantamentos de solos. 
 
Visa organizar o conhecimento; considera 
todos os atributos conhecidos. 
 
Técnica ou interpretativa
 
Objetivo: Servir para avaliar um problema 
específico; considera apenas os atributos 
pertinentes ao problema (terras para irrigação, 
capacidade de uso das terras, aptidão 
agrícola das terras, etc). 
MORFOLOGIA DO SOLO 
 
Tipos de classificações 
Cor 
 
17
 
A cor é uma das características mais fáceis de 
serem percebidas. 
Matérias orgânicas e compostas de Fe são os 
principais agentes responsáveis pela cor dos solos. 
Esses pigmentos atuam em geral num fundo de cor 
branca dado pelos silicatos. 
O Fe pode apresentar-se em forma reduzida, 
oxidada hidratada e oxidada desidratada: 
Fe(II) Fe(III) Fe(III) 
CINZENTO AMARELO
 
VERMELHO
 
FeOOH Fe2O3
 
Goethita 
(Gt) 
Hematita 
(Hm) 
 
18
 
De modo geral a cor dos solos está relacionada com 
os seguintes parâmetros: 
 
Drenagem
 
Em condições de excesso de água o ambiente é de 
redução; nesta condição, Fe(III) > Fe(II), a coloração 
tende a ser cinzenta (gleizada): é a tabatinga, 
presente sob a camada mais rica de matéria 
orgânica dos Solos Hidromórficos. 
A cor cinzenta pode estar misturada com outras 
cores: 
Mosqueada 
A cor cinzenta pode ser dada pela ausência de ferro 
oxidado, Fe(III), isto é, quando se tratar o solo com 
uma substância capaz de reduzir todo o Fe, a 
massa do solo, com ou sem a presença de ferro 
reduzido (FeII), terá uma coloração cinzenta, 
podendo ser branca quando seca. 
 
19
 
Matéria Orgânica
 
Apesar de dentro de certas restrições geográficas, a 
relação entre cor escura e matéria orgânica ser 
muito boa, tal generalização está longe de ser 
universal. 
Os Latossolos, ricos em óxidos colorações que não 
refletem. o seu conteúdo em matéria orgânica. 
A hematita é um pigmento muito ativo: apenas cerca 
de 1 a 2% de hematita finamente pulverizada é 
suficiente para dar tonalidade avermelhada ao solo. 
Melhor correlação entre cor escura e teor de matéria 
orgânica em solos sem presença efetiva de 
hematita. A matéria orgânica aí expressa melhor a 
sua cor escura. 
 
20
 
Forma e Conteúdo de Fe
 
Os técnicos do CNPS têm observado que os fatores 
climáticos atuam sobre a relação entre cor vermelha 
e o conteúdo de óxidos de Fe nos Latossolos, das 
seguintes maneiras: 
1. Nas regiões com período seco pronunciado 
(parte sul do Planalto Central, grande parte dos 
Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de 
Janeiro etc.), há boa relação entre cor vermelha e 
conteúdo de óxidos de ferro; 
2. nas áreas com umidade mais bem distribuída, 
sem período seco pronunciado (como é o caso da 
maior parte da Amazônia, litoral sul da Bahia, 
planalto sul-rio-grandense etc.), os solos tendem a 
ser amarelados, independentemente do seu teor 
em óxidos de ferro. 
 
21
 
Os solos originados de rochas máficas (basaltos, 
diabásios, anfibolitos etc.) tendem a ter cores em 
direção ao vermelho-escuro, refletindo a presença 
do maior teor de óxidos de Fe, na forma de 
hematita. O grande poder pigmentante da hematita 
mostra que os solos amarelos não a contêm. 
ALMEIDA (1979), após analisar criticamente a 
ocorrência de hematita e goethita no solo, propôs o 
modelo em que a presença de Fe3+, isto é, Fe(III), 
em solução, embora em pequena quantidade, está 
relacionada com a formação de hematita. 
Os teores de Fe(III) são reduzidos em decorrência 
de: pobreza em Fe total da rocha original; liberação 
muito lenta deste Fe; altos teores (atividade) da 
 
22
 
matéria orgânica; e condições de redução (excesso 
d'água). 
 
ALTO 
 
HEMATITA 
Fe(III)
 
BAIXO GOETHITA 
Hematita ou goethita = f [ Fe(III) na solução do 
solo] 
1. Em condições comparáveis, os solos 
desenvolvidos de rochas máficas (rochas em geral 
escuras, ricas em Fe e em outros nutrientes) serão 
mais vermelhos do que os originados de rochas 
mais pobres em Fe; 
2. Em condição bioclimática muito seca, os solos 
não são tão vermelhos, pois há liberação lenta de 
Fe devido à taxa de intemperismo ser baixa; 
 
23
 
3. Sob condições bioclimáticas muito ativas, muita 
umidade durante longos períodos e grande 
atividade biológica, o solo tenderá a ser mais 
amarelado. 
Para rochas semelhantes (diabásio, por exemplo) o 
solo será mais vermelho no Planalto Central e 
mais amarelo no Rio Grande do Sul e na 
Amazônia. 
Os solos que estão ou estiveram sob condições 
pedoclimáticas mais úmidas, apresentando maior 
efeito anti-hematítico da matéria orgânica. . 
4. mesmo que o solo seja intensamente vermelho, 
prevê-se que a relação goethita/hematita seja 
maior nos horizontes superficiais (maior efeito da 
matéria orgânica). 
 
24
 
Relação entre a taxa hematita (Hm)/hematita + 
goethita (Gt) e o matiz úmido de 
horizontes B de Latossolos do Sudeste e 
do Sul do Brasil (KÄMPF et al., 1988). 
A grande mensagem desse modelo é que a intensidade de 
uma condição pode suplantar o efeito oponente de outra. 
Assim, mesmo sob condições periódicas de excesso d'água, 
a hematita pode formar-se, havendo concentração suficiente 
de Fe(III). É o que ocorre nos mosqueados vermelhos que 
dão origem às chamadas plintitas. 
Fixação de P
 
 
25
 
Os Latossolos, solos tropicais, ricos em óxidos de 
Fe e de Al fixam bastante P. 
Mesmo a rocha sendo apenas relativamente rica em 
minerais máficos, os processos de formação do solo 
nas áreas tropicais concentram residualmente os 
óxidos de Fe e de Al. 
A gibbsita, Al(OH)3, tem um alto poder adsorvente, o 
que pode compensar o efeito dos óxidos de Fe, isto 
é, pode-se ter um solo relativamente pobre em 
óxidos de Fe e rico em gibbsita e, portanto, com alta 
capacidade de adsorção de P. 
É fundamental considerar a textura, ao lado do 
conteúdo de óxidos (de Fe e de Al), nesses 
processos de fixação de P. Em condições 
comparáveis, solos mais argilosos apresentam 
maior fixação de P. No entanto, em razão dos 
comentários anteriores, a aplicabilidade destas 
generalizações restringe-se a solos afins. 
Fertilidade Geral
 
 
26
 
1. Os solos mais vermelhos, mais ricos em óxidos 
de Fe, têm também, em geral, maiores teores de 
elementos-traços e de fósforo total; 
2.Apesar da afinidade geral entre elementos-traços 
e os teores de Fe, em concreções tem-se 
verificado (FONTES et al., 1985) haver melhor 
relação dos primeiros com o teor de manganês. 
3. Os solos desferrificados, como discutido no item 
referente à drenagem, são pobres quanto aos 
elementos-traços mencionados. 
Pode-se ter uma idéia relativa do teor de Fe (e de 
todas as suas implicações) baseando-se na 
facilidade de desferrificação 
Os cupins esbranquiçados (que refletem a cor da 
caulinita), que ocorrem em posições relativamente 
elevadas da paisagem, tendem a indicar baixos 
teores de Fe no material de origem 
Textura 
 
27
 
Distribuição granulométrica do solo 
Nome Limite de diâmetro 
mm 
Representação no 
triângulo textural 
Areia 
grossa
 
2-0,2 Areia (grossa + fina)
 
Areia 
fina0.2-0,05 idem 
Silte 0.05-0,002 Silte 
Argila Menor que 0,002 Argila 
 
A textura (distribuição granulométrica) de um solo 
depende, como outros atributos, da rocha de origem 
e do grau de intemperização (idade) daquele. 
O quartzo, sendo um mineral muito resistente 
quando de tamanho maior do que cerca de 0,05 mm 
de diâmetro é, no entanto, pouco resistente se 
ocorre nas frações argila e silte. Tende a se 
concentrar em muitas rochas sedimentares arenitos. 
Muito freqüentemente são encontrados cascalhos 
arredondados evidenciando atividade abrasiva por 
movimentação de água (rios), mesmo que 
 
28
 
atualmente não haja neste sentido, outras 
evidências facilmente perceptíveis de que o leito do 
rio tenha estado necessariamente naquele local. 
Para se determinar a composição granulométrica 
(proporção das diferentes classes de partículas), 
geralmente é usada a tamisação (peneiragem) para 
a fração areia (mais grosseira); para as partículas 
menores, a sedimentação diferencial das partículas, 
conforme o seu tamanho. 
Pode-se representar a textura com o auxílio de um 
triângulo (Figura abaixo). 
 
29
 
Representação da textura pelo triângulo. af = 
areia franca. 
Nos vértices do triângulo estão representados 100% 
das frações correspondentes, que decresce 
paralelamente à base que lhe é oposta. 
Areia fina e areia grossa formam um conjunto único 
(a fração areia), representado no triângulo: nele, % 
areia-% argila >70. 
 
30
 
Analisando a representação das classes texturais 
pelo triângulo, observa-se que: 
1. nos vértices estão as classes de textura 
identificadas pelo nome da fração, com exceção do 
vértice superior; 
2. a classe textural franco (barro, em algumas 
publicações) corresponde à classe textural em que 
supostamente não há predominância marcante de 
nenhuma das frações. Ela se posiciona 
aproximadamente no meio do polígono 
pentagonal. As frações argila, silte e areia estão aí 
presentes em diferentes proporções. 
A fração argila ocorre em menor quantidade, cerca 
de 20%, enquanto que areia e silte correspondem 
a cerca de 40% cada. Isto porque a argila tem um 
papel físico-químico muito mais pronunciado do 
que aquele das outras duas frações; 
3. A fração argila, pela sua atividade, imprime seu 
nome a várias classes de textura, isto é, das treze 
classes, sete levam o nome argila ou argilosa na 
sua denominação 
 
31
 
Grau de Intemperização do Solo
 
A fração silte serve então como indicadora do grau 
de intemperização do solo ou do potencial dele de 
conter minerais primários facilmente 
intemperizáveis; isto é, de sua reserva em 
nutrientes. 
 
A relação silte/argila tem sido proposta como 
índice do grau de intemperismo do solo: por 
exemplo, abaixo de 0,15 o solo é muito 
intemperizado. 
 
A relação silte/argila de 0,7, quando a textura 
for média (menos de 35% de argila e % areia-% 
argila < 70) e de 0,6, quando for argilosa (35 a 
60% de argila) ou muito argilosa (> 60% de 
argila), ajuda a separar Cambissolos (solos 
jovens) de Latossolos (os solos mais 
velhos),quando as características morfológicas 
desses solos forem semelhantes. 
 
32
 
Em solos que sofreram um profundo intemperismo, 
há algumas ressalvas. Em grande parte do Sudeste 
do Brasil, os solos com solum (horizontes A+B) 
estreito freqüentemente apresentam relação 
silte/argila elevada (>0,7, por exemplo), mas o silte 
é formado por flocos de caulinita . Nesse caso os 
altos teores de silte não correspondem a altos 
teores de minerais primários facilmente 
intemperizáveis. 
 
Tendência a Encrostamento 
 
A fração silte desempenha um papel muito 
importante no encrostamento (LEMOS, 1956), 
sendo de se prever que solos mais ricos em silte 
tenham uma tendência mais acentuada ao 
encrostamento. 
 
33
 
Latossolo Roxo 
fração argila floculada + silte + areia muito fina 
=encrostamento 
Área Específica
 
1. quanto maior o teor de argila de um solo, para um 
mesmo tipo de argila, maior a área específica do 
solo e maior a intensidade de fenômenos como 
retenção de água, capacidade de troca, resistência 
à erosão e fixação de fósforo; 
2. o tipo de argila, como pode ser verificado na 
Tabela 2-B, tem enorme influência sobre a área 
específica e, assim, sobre as propriedades que 
com ela se correlacionam 
 
34
 
Estrutura 
Se a massa do solo for coerente e não apresentar 
estrutura definida, diz-se que o solo é maciço; grãos 
simples, se a massa for solta. 
 
Latossolo com aparência de pó de café é descrita, 
às vezes como tendo aspecto de maciça, porosa, 
formada de grânulos muito pequenos. Essa é a 
estrutura típica dos Latossolos. 
Generalizações: 
 
35
 
1. os óxidos de Fe e de Al, a matéria orgânica e o 
excesso de sais tendem a produzir estrutura 
granular; 
2. a expansão e contração de todo material, mais ou 
menos rico em argila, quando exposto a ciclos de 
umedecimento e secagem, quando em meio mais 
conservador de umidade (ou mais favorecido por 
lixiviação oblíqua) tende a destruir a estrutura 
granular, dando origem a estrutura em blocos; 
3. num Latossolo, a taxa de infiltração de água 
tende a ser maior no horizonte B do que no 
horizonte A 
matéria orgânica, mais próxima à superfície, reduz a 
expansão e a contração que chegam a afetar 
inclusive o horizonte B 
A proporção de macroporos é maior mais próxima à 
superfície; 
4. materiais que apresentam estrutura granular 
tendem a ter o mínimo de coerência entre os 
grânulos. Estes se forem pequenos, podem ser 
facilmente deslocáveis pela água, daí os 
Latossolos mais ricos em óxidos de Al e de Fe (os 
Latossolos mais velhos) serem, ao contrário do 
 
36
 
que se apregoa normalmente, de fácil 
erodibilidade (Latossolo Roxo, por exemplo). Isso 
não é muito mais notado porque tais solos tendem 
a ocorrer em superfícies bem suaves (pequena 
declividade); 
5. os solos pobres em óxidos de Al e de Fe tendem 
a apresentar estrutura bastante afastada do tipo 
granular, exceto próximo à superfície, onde se faz 
sentir o efeito do teor mais elevado de matéria 
orgânica e da atividade da pedofauna; e, até certo 
ponto, também dos ciclos de umedecimento e 
secagem; 
6. Os Solos Hidromórficos (gleizados ou 
acinzentados), nos horizontes pobres em matéria 
orgânica, apresentam muito poucos macroporos 
(dados nos outros solos essencialmente pela 
granularidade da estrutura). 
 
Tipos de estrutura, suas características e onde 
ocorrem 
Grânulos 
 
37
 
Não há direção preferencial; os agregados têm mais 
ou menos as mesmas dimensões em todos os 
eixos. 
Características Muito porosos em conjunto 
Ocorrência típica No horizonte A, rico em matéria 
orgânica, e nos Latossolos(1) 
Grumos 
Idem, porém mais poroso No horizonte A 
chernozêmico de alguns solos 
Blocos 
Semelhante a grânulos, mas as faces tendem a ser 
mais planas, e no solo estão em contato através das 
faces 
Horizonte B dos solos com B textural (Podzólicos, 
Terras Roxas Estruturadas) 
Prismas 
Ocorre em muitos solos com B textural. E no corte 
exposto dos Latossolos 
 
38
 
Colunas 
Idem prismas, mas a parte superior é arredondada. 
São compactas (muito pouco porosas) Horizonte B 
solonétzico (horizonte B textural com alto teor de 
Na+) 
Laminar 
O eixo vertical é menor 
No horizonte A2 (atualmente designado E, de 
eluvial) de muitos Podzólicos. Por efeito de 
compresão, pisoteio, por exemplo, na camada 
superficial 
(1) Apenas nos Latossolos, horizonte B, é que a estrutura 
tende a ser verdadeiramente granular; no horizonte A, 
onde há maior atividade deexpansão e contração, os 
grânulos mais se parecem blocos. 
Cerosidade 
 
39
 
À argila, partícula finíssima que, trazida dos 
horizontes superficiais é depositada na superfície 
dos agregados estruturais dos horizontes 
subsuperficiais, dá-se o nome de cerosidade, 
películas ou filmes de argila. A cerosidade pode ser 
dada também por simples rearranjo na superfície 
dos blocos, por exemplo. A cerosidade leva milênios 
para se formar. 
Os Latossolos, solos mais intemperizados, mais 
ricos em óxidos de Fe e de Al, geralmente mais 
pobres em nutrientes e mais profundos, em geral 
não possuem essas películas de argila, as quais 
constituem característica dos solos que apresentam 
horizonte B textural (Bt). 
1. Os blocos, através da contração (quando o solo 
está secando), tendem a se separar uns dos 
 
40
 
outros sempre no mesmo lugar. Assim, a 
cerosidade é a resultante de um processo 
cumulativo. 
2. A presença de cerosidade em solo 
relativamente desenvolvido, num depósito 
aluvial, indica que, já há milênios, esse solo não 
sofre inundações. 
Previsão de enchente em locais com inundações 
muito raras (apesar de não registradas 
historicamente) critério de uso plausível em áreas 
de colonização recente. 
1. A atividade biológica tende a destruir a 
cerosidade solos já relativamente ricos em 
óxidos de Fe e de Al, a cerosidade só consegue 
permanecer mais ou menos claramente na parte 
inferior do perfil. 
2 A atividade de expansão-contração dos blocos 
faz com que haja um grande empacotamento de 
partículas no seu interior, mas ainda mais 
pronunciadamente na superfície, enfatizado pela 
cerosidade. 
 
41
 
Daí os macroporos, por onde as raízes crescem, 
situare-se entre os agregados (blocos). O interior 
dos agregados é pouco explorado pelas raízes, 
que atapetam a superfície em contato com a 
cerosidade. 
Ambiente sujeito a grandes esforços físicos, 
havendo, inclusive, freqüentes rupturas e 
amassamento. 
Trabalhos em laboratório, em que a estrutura é 
alterada (por exemplo, para a determinação do 
ponto de murcha), requerem um ajustamento 
especial para as condições de campo. 
A cerosidade guarda relação com outras 
modificações causadas por partículas finas. Assim, 
à semelhança da argila silicatada, outras 
substâncias argilosas podem depositar-se, 
formando películas que envolvem os agregados. 
Todos esses revestimentos recebem o nome de 
cutãs
 
(veja Capítulo 10). A cerosidade é o cutã
 
argilã. Mangã, ferrã
 
e orgã
 
são os revestimentos de 
compostos de manganês, ferro e matéria orgânica, 
respectivamente. 
 
42
 
Porosidade 
Todo solo possui poros, mas seu número, tamanho, 
distribuição e continuidade são variáveis conforme o 
solo. 
Os poros do solo são divididos em duas classes: 
microporos e macroporos, menores e maiores do 
que cerca de 0,05 mm de diâmetro, 
respectivamente. 
Assim, é de se esperar que um solo argiloso (muitas 
partículas <0,002 mm) apresente grande 
microporosidade; um solo arenoso (muitas 
partículas >0,05 mm) apresente grande 
macroporosidade. 
 
43
 
Considerando que a porosidade está muito 
relacionada com o ar e a água 
1. todo solo argiloso tem grande microporosidade, 
contudo pode possuir também grande 
macroporosidade dada pela agregação (estrutura); 
2. as raízes crescem melhor através dos 
macroporos; 
3. os agentes que agregam as partículas primárias 
(argila, silte e areia) como matéria orgânica, Ca, e 
óxidos de Fe e de Al, favorecem o arejamento e a 
infiltração de água; enquanto os agentes que 
desagregam (destroem os agregados), como o 
sódio (Na), compactação e puddlagem têm efeito 
inverso, prejudicando sobremaneira o crescimento 
das raízes; 
 
44
 
4. a água é retida com mais força nos poros 
menores: nos poros maiores, a própria gravidade 
remove a água; nos menores, a água não é tão 
disponível para as plantas. Entre esses extremos 
existem poros intermediários em tamanho e na 
tendência de comportamento. Nos microporos 
predomina a retenção de água por adsorção. Em 
contrapartida, sua infiltração e arejamento (trocas 
gasosas) diminuem; 
5. a estrutura granular, quando bem expressa, como 
no caso do horizonte B dos Latossolos muito 
velhos, determina no solo a existência de duas 
populações de poros mais ou menos distintas 
(figura anterior): os macroporos, entre os grânulos, 
e os microporos, no interior dos agregados; 
6. Isso tende a classificar a água retida nestes solos 
em duas classes bem distintas: a que ocupa os 
poros maiores do que cerca de 1 m (3 bars) e a 
água correspondente a poros com diâmetro 
equivalente menor que 0,2 m (15 bars). Isso quer 
dizer que nesses solos não há praticamente poros 
entre esses dois limites1. Tal fato é válido também 
 
 
. 
 
45
 
para solos arenosos. Os solos que não possuem 
estrutura granular já tendem a apresentar 
geralmente maior incidência de poros entre 1 e 0,2 
m de diâmetro equivalente. 
o fato de a maior parte da água disponível estar em 
poros variando de 30 a 1 m de diâmetro, sugerem 
que, para alguns solos, a compactação poderia ser 
benéfica por aumentar a quantidade de poros na 
faixa mencionada. Isto é, seria possível, em 
princípio, para alguns Latossolos. 
 
Solo antes (a) e depois de compactado (b), 
mostrando redução dos poros maiores 
em poros menores que agora poderão, 
eles mesmos, conduzir água (e 
nutrientes) até às raízes. 
 
46
 
É preciso cautela para que não haja os efeitos 
contrários! 
Se a compactação for muito intensa, começa a 
atuar todo um conjunto de fatores adversos: menor 
infiltração de água, maior erosão, menor 
crescimento de raízes, menor taxa de difusão de 
alguns elementos como fósforo. 
O espaço poroso total tende a ser maior nos solos 
argilosos do que nos arenosos e assim a difusão é 
geralmente maior nos primeiros, quando secos. 
Entretanto a maioria dos solos de climas tropicais 
úmidos é geralmente mais úmida do que seca 
durante o ano, o que fecha os poros menores dos 
solos argilosos, ocorrendo, dessa forma, uma 
reversão do comportamento normal de difusão. 
 
47
 
Esboço do processo de aeração do solo 
(HILLEL, 1982). 
 
48
 
Consistência 
A coesão (atração das partículas entre si) e a 
adesão (atração das partículas por um outro corpo), 
sob várias condições de umidade, dá a 
consistência ao solo. A consistência tem 
implicações diretas no seu manejo (Figura 2.G). 
 
Representação esquemática da consistência do 
solo conforme o teor de água. Em 
destaque a faixa de friabilidade, 
apropriada para aração etc., estreita nos 
solos de argila de atividade alta 
 
49
 
(Vertissolos, por exemplo) e bem mais 
ampla em alguns Latossolos. 
Solos muito plásticos e muito pegajosos apenas 
podem ser trabalhados (arados, gradeados etc.) em 
amplitude estreita de umidade. 
Os Latossolos podem ser trabalhados em maior 
amplitude de umidade. 
Em solos mais plásticos e mais pegajosos, de 
lugares mal drenados (agora ou originalmente) por 
exemplo, deve-se ter mais cuidado com o conteúdo 
de água no solo por ocasião dos trabalhos de 
manejo, a fim de evitar dificuldades no seu preparo 
e a puddlagem. 
 
50
 
Cimentação 
As camadas cimentadas têm o nome genérico de 
pan, em inglês e, no Brasil, pã (Tabela 2-H). Como 
os pãs têm, como comportamento típico, a restrição 
à movimentação de água e penetração de raízes, 
esse termo tem sido também aplicado a horizonte 
que não tem, necessariamente, qualquer agente 
cimentante mas que tem comportamento, quanto à 
água e raízes,semelhante ao dos pãs típicos. 
 
51
 
Tipos de pãs, características, ocorrência e 
importância para os solos brasileiros 
Argipã 
 
Camada subsuperficial densa com teor de argila 
muito mais alto que o material suprajacente, do qual 
está separada por um limite abrupto 
Há acúmulo de argila. Estrutura prismática ou em 
blocos. Grande plasticidade. Alta densidade 
aparente. É genética ou não. Possui argila 2:1, 
também 1:1. Dificulta penetração de raízes e de 
água 
Solos principais onde ocorrem 
Planossolo 
Solonetz 
Solonetz Solodizado 
Solo com descontinuidade litológica 
 
52
 
Fragipã ou pã quebradiço 
Textura intermediária (franco-siltosa, por exemplo). 
Estrutura em prismas grandes compostos de 
lâminas, blocos ou maciços. Duro, quando seco; 
quebradiço, quando úmido. Alta densidade 
aparente, gênese obscura, sílica já foi sugerida 
como cimento
 
Podzólico Bruno-Acinzentado 
Tem sido registrado principalmente em alguns solos 
dos tabuleiros costeiros (associados ao Grupo 
Barreiras) no NE e ES; bem como em alguns 
Regossolos das regiões subáridas 
Ortstein 
A textura tende a ser mais grosseira. Estrutura 
maciça, grãos simples, geralmente com pelotas de 
 
53
 
tamanho de silte. Origem: iluvial; óxidos de Fe e 
matéria como agentes cimentantes 
Está incluído na classe dos PODZÓIS, que inclui 
horizonte B podzol, cimentado ou não 
 
Ironstone
 
Laterita, canga, plintita endurecida 
O endurecimento parece estar relacionado com 
cristalização dos óxidos de ferro 
Cambissolos, Latossolos, Litossolos etc., quando 
recebem a adjetivação concrecionários 
É muito comum no Brasil Setentrional, nas rupturas 
de declive e abaixo dos afloramentos dos depósitos 
ferríferos no Quadrilátero Ferrífero (MG). 
 
54
 
Plintita 
Apresenta-se geralmente na forma de mosqueados 
bem vermelhos e vermelho-escuros ou com cores 
variadas (sem predomínio claro de nenhuma cor de 
fundo) e cores acinzentadas. A plintita endurece-se 
quando exposta à ciclos de umedecimento e 
secagem 
Plintossolo 
Laterita Hidromórfica 
Solos com adjetivação plíntica 
É muito comum na Amazônia. Ocupa grandes 
extensões no MA, no Vale do Mearim (solo 
eutrófico). Ocorre também no Planalto Central e até 
mesmo em menor proporção, sob caatinga 
 
55
 
PROXIMA AULA Parei aqui em 21/09/03 
Pedoclima 
 
Numa macroescala pode-se generalizar o 
pedoclima com base nas condições climáticas das 
regiões. 
Fases de vegetação original, para caracterizar o 
pedoclima. 
Fases de vegetação
 
Existem atualmente mais de 50 formas de 
vegetação, reconhecidas pelos levantamentos de 
solos no Brasil. Pode-se, porém, grupar as 
seguintes fases: floresta, cerrado, campos, 
caatinga, vegetação de restinga e outras formações 
 
56
 
mais localizadas, tais como: as relacionadas com 
carnaúba, praias e dunas, Solos Salinos, manguezal 
e as rupestres (nos afloramentos de rocha). 
Hidrófila
-
higrófila 
de 
Perúmi
da 
Pereni
fólia 
Subpereni
fólia 
Subcaducifólia Caducifólia 
várzea =======Aumento em =======
 
Deficiência hídrica 
 
Número de meses secos 
 
Queda de folhas (caducifolismo) 
 
Nos levantamentos de solos essas províncias são 
bastante subdivididas para dar melhores indicações 
sobre as condições ecológicas do solo. 
 
57
 
 
58
 
Províncias vegetacionais do Brasil, segundo modificações feitas por CALDAS et 
al. (1978), a partir dos dados de EITEN (1972). C = cerrado (sensu 
lato), CL = campo limpo, CA = campo altimontano, S = savana, F = 
floresta mesofítica. Dentro de cada província, a composição da flora 
pode variar. Assim, na extremidade sul da Mata Atlântica, há a 
presença de araucária. 
 
59
 
Pedoforma 
O solo é um corpo tridimensional. Como tal possui 
uma forma externa que vem a ser a sua topografia 
(pedoforma). Ao lado da cor, a pedoforma é a 
característica mais facilmente visível do solo. 
Os solos mais jovens (com todas as suas 
implicações) situam-se nas partes mais 
rejuvenescidas da paisagem 
 
relevo mais acidentado 
 
erosão geológica muito 
mais acelerada 
 
vida média de exposição do material do solo é 
relativamente pequena 
 
o material é removido pela erosão natural antes de 
atingir um envelhecimento muito acentuado 
 
60
 
Tipos básicos de pedoforma
 
Os Latossolos (os solos mais velhos) têm em geral 
pedoformas convexo-convexas 
 
significa que a curva de nível (curvatura) é convexa 
e que o perfil (inclinação), perpendicular à curva de 
nível, também é convexo. Uma bola de futebol ou 
uma laranja cortada ao meio, apresenta do lado de 
fora uma forma convexo-convexa. 
Podem-se obter nove tipos básicos de pedoforma:. 
a forma convexo-convexa seria C-P-; o interior, 
C+P+; a superfície de uma tábua (ou de um plano 
inclinado) seria CoPo. 
 
61
 
Tais formas apresentam perfil (inclinação) e 
curvatura (curva de nível). Considerando como sinal 
(+) a forma que favorece a concentração de água no 
sistema, como (o), a forma linear e como (-), a que 
favorece a dispersão e perda de água pelo sistema, 
pode-se definir qualquer forma com as combinações 
de C e P com os respectivos sinais 
 
Implicações 
 
Sendo C-P- a forma típica dos Latossolos, isto 
parece indicar ser essa a forma de equilíbrio. A área 
de exposição de uma esfera é a menor possível. 
Todos os corpos tendem a reduzir sua área de 
exposição: da gota de água aos astros, a forma 
esférica é a tendência maior. O processo de erosão 
(a busca de novos equilíbrios) tende a destruir as 
formas convexo-convexas através, por exemplo, do 
processo de ravinamento: pequenas ravinas que 
 
62
 
As nove pedoformas básicas (TROEH, 1965). 
Quando o material de origem já foi muito 
intemperizado, antes do ciclo atual de pedogênesse, 
pode haver solos muito velhos com relevo 
acidentado e pedoformas muito variadas, refletindo 
uma fase de rejuvenescimento atual. 
 
63
 
O critério de pedoforma, no entanto, se funciona 
bem em algumas áreas, em outras torna-se menos 
útil. Assim, na Chapada do ApodiErro! Indicador 
não definido. (RN), sendo os desníveis muito 
pequenos, a cor e os afloramentos de rocha 
refletem, com muito mais intensidade, as diferenças 
entre os solos: a pedoforma aí não ajuda muito. 
Nas áreas mais acidentadas, a pedoforma é usada 
como principal critério, subsidiado, conforme a 
situação, pela cor e por outras propriedades. 
Solos com B textural tendem a apresentar, abaixo 
do horizonte A, transição para o horizonte B, uma 
reentrância formando como que uma aba, devido à 
resistência que as raízes dão ao horizonte A . 
Abaixo da reentrância, o horizonte B fica inclinado 
na forma de uma "saia". Quando o solo é um 
Latossolo, não há a "saia" 
 
64
 
Quando o barranco se apresenta muito perfurado 
(ninhos de passarinho), geralmente há duas 
possibilidades: ou o solo tem textura mais arenosa, 
em geral é um Latossolo de textura média. 
S argiloso, ele reflete altos teores de agentes 
desorganizadores em nível microestrutural, isto é, 
trata-se de solo muito oxídico, com altos teores de 
gibbsita. A areia que se acumula ao longo das 
linhas de drenagem serve, nesse caso, para auxiliar 
na identificação do Latossolo mais arenoso 
 
Formas do barranco de um Solo com B textural e 
de um Latossolo. 
 
65
 
Na formação dos solos ocorrem reações físicas, 
químicas e biológicas que determinam os diferentes 
horizontes com suas características peculiares. 
Há uma tendência de se expressaro 
desenvolvimento do solo em termos de quatro 
processos (vide abaixo). 
Tem sido generalizado o uso de expressões que 
indicam a dominância de alguns processos 
associados com a certa condição de clima e 
organismos, isto é, bioclimática, ou a uma condição 
local de topografia e excesso de água ou de sais. 
 
66
 
Tipos de processos de formação do solo e 
exemplos 
Processo Exemplos 
Transformação Ruptura da rede cristalina dos 
minerais primários Gênese dos 
minerais de argila 
Decomposição da matéria 
orgânica 
Remoção 
 
Translocação 
Adição Incorporação de matéria orgânica 
ao solo 
Sedimentação ligeira 
FONTE: SIMONSON (1959). 
 
67
 
Podzolização
 
Translocação de material do horizonte A, 
acumulando-se no horizonte B. 
Se o material translocado é matéria orgânica e 
óxidos de Fe e de Al, o que geralmente acontece 
quando o material de origem é pobre em argila (por 
exemplo, quartzito ou arenito pobre ou sedimentos 
quartzosos) e a drenagem é deficiente, tem-se um 
solo com B podzol (ou espódico). 
A área bioclimática típica desses solos está nas 
regiões frias do globo, com vegetação de coníferas. 
Nos trópicos algumas condições locais como, por 
exemplo, ao longo das áreas de restinga, trechos de 
Platôs Litorâneos, no chamado Leque do Taquari 
(Pantanal) e num trecho muito expressivo da bacia 
do rio Negro na Amazônia (AM e RR). 
Se o material translocado é argila sílicatada 
(material de origem geralmente mais argiloso) que 
se deposita nas superfícies dos agregados do 
 
68
 
horizonte
 
B
 
e forma a cerosidade, tem-se um solo 
com B Textural (Bt). 
1. os solos que sofreram o processo de 
podzolização têm os horizontes bem diferenciados, 
provocados pela translocação; 
2. os solos com B PODZOL são bastante pobres e 
bastante ácidos, visto que a vegetação, quando se 
decompõe, imprime grande acidez ao solo e o 
material de origem é muito pobre; 
3. os solos com B TEXTURAL são mais férteis do 
que os com B PODZOL, apresentando mais argila 
no horizonte B do que no horizonte A; 
4. tanto os solos com B PODZOL quanto os com B 
TEXTURAL (Bt), se estão em relevo movimentado, 
tendem a ser facilmente erodíveis, por causa do 
material arenoso e menos estruturado que 
apresentam no horizonte A. 
Latolização
 
 
69
 
Remoção de sílica e de bases do perfil, após 
transformação (intemperismo) dos minerais 
constituintes. Praticamente não há translocação de 
material para o horizonte B, como no caso da 
podzolização. 
Os solos formados por essa classe de processos 
são aqueles com horizonte B LATOSSÓLICO. São 
os mais desenvolvidos (velhos) da crosta terrestre, 
ocupando, portanto, as partes há muito tempo 
expostas da paisagem. 
1. os LATOSSOLOS são solos profundos, com 
pouca diferenciação entre horizontes bastante 
intemperizados; apresentam, portanto, argilas de 
baixíssima atividade, pouca retenção de bases e 
virtual ausência de minerais primários facilmente 
intemperizáveis; 
2. há um enriquecimento relativo em óxidos de Fe e 
Al. Estes, como agentes agregantes e, em 
particular a gibsita, proporcionam ao solo o 
 
70
 
aspecto maciço poroso (esponjoso) ? estrutura 
granular muito pequena, resistência à erosão, 
maciez (quando seco) e alta friabilidade (úmido), 
facilitando o trabalho no solo, mesmo depois das 
chuvas. 
Gleização
 
Fe3+ + 1e- ? Fe2+ 
A redução é normalmente seguida pela oxidação do 
Fe2+ ? Fe3+ e precipitação dos óxidos de Fe 
(FeOOH) 
Baixo croma (cores acinzentadas) 
A COR DO SOLO FORNECE PISTAS 
IMPORTANTES A RESPEITO DOS 
CONSTITUINTES DO SOLO, COMO TAMBÉM DO 
ESTADO DE OXIRREDUÇÃO DOS SOLOS. 
 
71
 
 
72
 
Quadro síntese dos processos (Buol, 1973) 
Quadro síntese dos processos (Buol, 1973) 
TERMO BREVE DEFINIÇÃO 
01a . Eluviação Movimento de material para fora de uma determinada 
porção do perfil 
01b . Iluviação Movimento de material para uma determinada porção 
do perfil. 
02a . Lixiviação Remoção ou eluviação de materiais solúveis. 
02b . Enriquecimento Adição de material 
03a . Erosão superficial Remoção de material da camada superficial do solo. 
03b . Cumulização Adições eólica e hidrológica de particular minerais na 
superfície do solo. 
04a . Decalcificação Reações que removem carbonato de cálcio de um ou 
mais horizontes do solo. 
04b . Calcidicação Processo que inclui a acumulação de carbonato de 
cálcio no horizonte Cak
 
05a . Salinização Acumulação de sais solúveis tais como sulfatos e 
cloretos de cálcio, magnésio, sódio e potássio. 
05b . Dessalinização Remoção de sais solúveis dos horizontes sálicos. 
06a . Alcaslinização Acumulação de íons de sódio na CTC do solo. 
06b . Desalcalinização Lavagem de íons de sódio e sais do horizonte nátrico. 
07a . Lessivagem Migração mecânica de particular minerais do horizonte 
A para o B, com enriquecimento de argila. 
07b . Pedoturbação Processo biológico e físico de ciclagem (mistura) do 
material do solo. 
08a . Podzolização Migração química de alumínio e ferro e/ou M. 
Orgânica, resultando na concentração de sílica na 
camada eluviada. 
08b . Latolização Migração química de sílica para fora do sólum, tendo 
como conseqüência a concentração de sesquióxidos 
de Al e Fe. 
09a . Decomposição Destruição do mineral ou material orgânico. 
09b . Síntese Formação de novos minerais e espécies orgânicas. 
10a . Melanização Escurecimento de minerais claros pela mistura de M. 
Orgânica. 
10b . Leucinização Desaparecimento do material orgânico escuro em 
função da transformação da M. Orgânica. 
11a . Littering
 
Acumulação de litter até uma profundidade < 30 cm. 
11b . Humificação Transformação do material orgânico em húmus. 
12a. Braumificação, 
Rubificação, Ferruginação 
Liveração do ferro dos min. Primários e dispersão das 
partículas de óxidos de ferro em quantidades 
crescentes nas formas oxidadas ou hidratadas ? 
 
73
 
grande número de cores. 
12b . Gleização Redução do ferro em condições anaeróbicas, com a 
produção de cores acromáticas. 
 
Principais Tipos de Horizontes Diagnósticos 
Superficiais 
Horizonte Hístico 
 
Horizonte orgânico, resultante 
de acumulações de resíduos vegetais depositados 
superficialmente, ainda que, no presente, possa 
encontrar-se recoberto por horizontes ou depósitos 
minerais e mesmo camadas orgânicas mais 
recentes. 
Requisitos: 
1. Espessura =20 cm e, 
C C.orgânico 12%, se a fração mineral 
 
60% de 
argila. 
C C.orgânico 8%, se a fração mineral não tiver 
argila. 
C % C 
 
8 + (0,067 x %argila) 
 
74
 
2. Espessura > 40 cm quando 75% do horizonte 
contiver fibras, ou quando a densidade do solo, 
úmido < 0,1 g cm-3 
3. Camada superficial de material mineral que, após 
revolvido, apresente nos primeiros 25 cm: 
C C.orgânico 10,6%, se a fração mineral 
 
60% 
de argila. 
C C.orgânico 5,6%, se a fração mineral não tiver 
argila. 
C C.orgânico 5,3 + (0,088 x %argila) 
 
75
 
Horizonte A chernozêmico 
 
Horizonte mineral superficial, relativamente 
espesso, escuro, rico em matéria orgânica, no qual 
cátions divalentes (principalmente o cálcio) 
dominam o complexo sortivo. A saturação por bases 
é igual ou superior a 65%. 
1. Estrutura só maciça se material mais macio que 
duro; prisma > 30 cm de diâmetro é considerado 
como maciça; 
2. [a] valor 
 
3,0u (úmido), croma 
 
3,0u e 
 
5s 
(seco); 
3. V 
 
65%; 
4. Carbono 
 
0,6% em todo o A; se calcário (> 40% 
CaCO3 eq.), C > 2,5% nos primeiros 18 cm; 
5. espessura > 18 cm e, 10 cm se horizonte A 
estiver sobre contato lítico, petrocálcico ou duripã;6. P2O5 (ácido cítrico) < 250 ppm. 
 
76
 
Horizonte A proeminente 
 
Semelhante ao horizonte A chernozêmico em cor, 
consistência, estrutura, conteúdo de carbono 
orgânico e espessura, mas apresentando saturação 
por bases inferior a 50%. Difere do horizonte A 
húmico por não satisfazer os requisitos quanto ao 
teor de carbono orgânico em relação à profundidade 
e ao teor de argila. 
Horizonte A húmico - Horizonte superficial, rico em 
matéria orgânica, relativamente espesso, de 
coloração escura com valor e croma < 4, e com 
saturação por bases < 65%. 
 
77
 
Horizonte A fraco- 
Horizonte superficial que apresenta : 
Espessura < 5,0 cm, teores de carbono orgânico 
inferiores a 0,6% (1% de matéria orgânica), cores 
claras, e sem desenvolvimento de estrutura ou com 
estrutura fracamente desenvolvida. 
É um horizonte característico da grande maioria dos 
solos da zona subárida com vegetação de caatinga 
hiperxerófila, porém não exclusivo de solos desta 
região. 
Isto ilustra o inconveniente de se colocar peso 
excessivo num único fator. As rochas de origem, 
na sua influência no solo, também dependem do 
contexto. 
 
78
 
Horizonte A moderado - Horizonte superficial que 
apresenta teores de carbono orgânico variáveis, 
espessura e/ou cor que não satisfaçam aqueles 
requeridos para caracterizar um horizonte A 
chernozêmico ou proeminente, além de não 
satisfazer, também, os requisitos para caracterizar 
um horizonte A antrópico, horizonte A fraco e 
horizonte turfoso. 
Horizonte A antrópico- Do grego anthropos, 
homem; dá conotação de horizonte A produzido 
pela atividade humana. É um horizonte escuro e 
espesso, com elevado conteúdo de fósforo; são 
comuns os cacos de cerâmica, como nas Terras 
Pretas dos Índios, na Amazônia. 
P2O5 (ácido cítrico) > 250 ppm. 
Os horizontes A fraco, A moderado e A proeminente 
ou A chernozêmico seguem uma ordem crescente 
de expressividade. 
 
79
 
O A proeminente difere do A chernozêmico por ter saturação por bases (V) menor de 
65% (V < 65%). 
Atributos diagnósticos 
1. Material orgânico 
 
C 
 
8 + 0,067 (% argila) 
2. Material inorgânico 
 
C < 8 + 0,067 (% argila) 
3.Atividade das argilas 
Alta, Ta, T 27 e baixa, Tb; T< 27 cmol kg-1 de 
argila. Aplica-se ao B ou, na ausência deste, ao C 
ou A nos Litólicos. É considerada como argila de 
atividade alta (Ta) aquela cujo valor for ? 27 cmol (-
)/kg de argila 
atividade baixa (Tb), aquela < 27 cmol 
(-)/kg de argila. 
A equação: 
Tr = 100(CTC/% argila) 
onde: Tr = capacidade de troca de cátions da argila, 
em cmol (-)/kg ou meq/100g 
 
80
 
CTC = capacidade de troca do solo em cmol (-)/kg 
ou meq/100g 
Eutrófico 
Solo que apresenta saturação por bases (valor V) >
 
50%, expressa pela fórmula: 
 
V (%) = 100 S/T
 
onde: S = soma de bases trocáveis (Ca2+ + Mg2+ + K
+ + Na+) em meq/100g ou cmol (+)/kg 
T = capacidade de troca de cátions (valor S + H+ + 
Al3+) em meq/100g ou cmol (-)/kg 
 
81
 
Distrofismo
 
e
 
característica
 
álica
 
Distrófico- 
Solo que apresenta saturação por bases (valor V) < 
50%. 
Álico
 
- Denominação empregada para especificar 
saturação por alumínio (valor m) ? 50%, expressa 
pela fórmula: 
m (%) = 100Al3+ / (Al3+ + S) 
onde: S = soma de bases trocáveis e Al3+ = acidez 
extraída por solução neutra de KCl 1N 
Observação: O teor de Al3+ deve ser ? 0,3 meq/100 
g (concomitante com saturação por Al3+ ? 50%) para 
que o solo seja considerado álico. 
 
82
 
É comum a existência de uma especificação, no 
nome do solo, quanto à riqueza ou pobreza em 
nutrientes ou, pelo menos, para dar uma idéia sobre 
sua fertilidade: 
Latossolo Vermelho 
Amarelo Álico 
A moderado textura muito argilosa fase cerrado 
relevo plano. 
As expressões usadas são: distrófico, eutrófico e 
álico, enquanto os termos epieutrófico, epiálico, 
endoálico etc. referem-se simplesmente à variação 
em profundidade (Tabela 7-O) (epi = acima ( 
horizonte A); endo = interior ( horizonte B). 
Muitas das combinações da Tabela 7-0 já foram 
registradas em solos brasileiros. A importância 
ecológica dessas variações só poderá ser mais bem 
apreciada se houver informações sobre a 
 
83
 
sensibilidade da planta e sobre as condições 
pedoclimáticas (RESENDE et al.. 1988). 
Detalhamento sobre alguns atributos 
diagnósticos 
A mudança textural abrupta 
 
A mudança textural abrupta entre os horizontes A 
e B é suficiente para que o solo seja considerado 
como tendo B textural. 
 
A mudança textural abrupta é definida numa 
distância de 8 cm. Se o teor de argila no 
horizonte A for menor que 20% (rA < 20%), o teor 
de argila no B deve ser mais que o dobro do 
primeiro (rB > 2rA). 
 
84
 
Assim, se o horizonte A tiver 15% de argila, para 
haver transição abrupta, o teor de argila no topo 
do horizonte B deve ser maior que 30%. Essa 
diferença de 15% para maior que 30% deve 
ocorrer num intervalo de no máximo 8 cm. 
 
A mudança textural abrupta é mais comum nos 
solos com alguma deficiência de drenagem, 
como Planossolos (PL), S (Solonetz Solodizado 
(SS), Plintossolos (PT) etc, mas ocorre também 
em solos com drenagem mais eficiente. 
 
A destruição das argilas do horizonte A por 
ferrólise, a translocação lateral pela erosão e a 
translocação vertical, depositando-se em 
camadas subsuperficiais (cerosidade), tem sido 
os mecanismos sugeridos para explicar essa 
 
85
 
descontinuidade, além das mudanças de 
material, isto é, depósitos de textura diferente. 
 
Características sódica e solódica 
 
A saturação por sódio, TNa, é dada pela 
expressão 100 Na/T. Essa saturação tende 
a ser maior em duas situações: áreas mais 
secas e ao longo da costa, nos mangues, 
por influência das águas marinhas. 
 
Nos terrenos onde há rochas ricas em 
plagioclásios sódicos parece que esses 
processo de enriquecimento em sódio tende 
a se manifestar mesmo em regiões não 
intensamente secas. 
 
86
 
Uma boa parte dos solos do Pantanal tem 
altos teores de sódio: são sódicos e 
solódicos). 
 
Os solos sódicos estão na posição sul 
principalmente. Na posição mais norte do 
Pantanal os solos sódicos estão apenas nos 
interflúvios mais afastados do rio. Isso 
parece indicar dois fatores responsáveis por 
essa distribuição do teor de sódio: a 
deficiência de água e a lavagem do excesso 
de sais pelas águas dos rios. 
 
Há uma grande deficiência de água expressa 
pelo número de meses em que há deficit 
hídrico. Tal deficiência é maior justamente 
 
87
 
na parte sul, mais perto da calha do rio 
Paraguai. 
 
A principal fonte de água do Pantanal vem 
do norte. E a água fresca, relativamente 
pobre em sais, faz, próximo aos rios, uma 
espécie de lavagem dos sais. Apenas as 
áreas mais afastadas têm pouca renovação 
de suas águas. 
 
O sistema do Pantanal, além de considerável 
deficit pluvial, tem uma evapotranspiração 
real relativamente grande por ter lençol 
freático elevado numa boa parte do ano. 
 
Resultado: há uma grande perda de água 
por evaporação (superfícies de água livre) e 
transpiração. A lixiviação é mínima pela 
baixa permeabilidade dos solos. As perdas 
laterais de sais são relativamente reduzidas. 
Os sais tendem a se acumular. 
 
88
 
As plantas nos ambientes salinos, são 
afetadas inicialmente pela dificuldade de 
absorção de água. Para manter o gradiente 
de pressão osmótica, possibilitando a 
absorção de água, é preciso que a planta 
mantenha altas concentrações de sais nas 
células. Isso tenderia a se acumular e a 
afetar a sua fisiologia. 
 
A planta tem tambémmecanismos de 
tolerância que funcionam em nível da célula. 
Por exemplo, acúmulo dos sais no vacúolo, 
tolerância para efeitos específicos no 
citoplasma, distúrbios na razão dos íons e 
efeitos osmóticos. 
 
89
 
Esse fato é muito importante, pois muitos e 
muitos hectares tem sido salinizados quase 
irreversivelmente em muitas partes do 
mundo. E, em muitos casos, só resta o uso 
de plantas tolerantes. Ás vezes não 
compensa ou não é possível a recuperação 
desses solos salinizados. 
 
O uso de plantas mais resistentes pode ser, 
a única saída. 
 
O fato de os Solos Salinos estarem em 
regiões normalmente muito secas e 
depressionais, com problemas de 
drenagem, torna às vezes difícil a sua 
recuperação e, nesses casos, quase 
 
90
 
sempre se tem de buscar uma prática de 
convivência. 
 
O horizonte álbico ou E 
 
Parte do que se conhecia anteriormente 
como horizonte A2 tem a cor quase sempre 
dada pelas partículas primárias. 
 
O horizonte E tem cor mais clara que os 
horizontes acima e abaixo, principalmente 
como resultado da retirada de argila e de 
óxidos de ferro, e não necessariamente por 
ter menor conteúdo de matéria orgânica. 
 
Esse horizonte pode estar à superfície, mas 
comumente está entre o horizonte A e um 
horizonte B textural, horizontes B podzol ou 
plíntico etc. 
 
91
 
Horizontes subsuperficias 
 
A natureza arenosa dos solos com B Podzol 
(Espódico) permite a translocação de 
compostos orgânicos ou de sesquióxidos de Fe 
ou Al. Parte destes se acumulam no B podzol 
mas muitos dos compostos atingem as águas 
nos locais de ocorrência desses solos, dando-
lhes, no caso dos compostos orgânicos, a 
coloração marrom-escuro (ácidos fúlvicos). 
o O pH é muito baixo. Essa é, em parte, a 
origem das águas escuras do rio Negro. Os 
Podzóis são comuns na bacia do rio Negro, 
ao longo da costa , associados à restinga, e 
 
92
 
numa área expressiva do pantanal do 
Taquari (MS). 
 
O horizonte B textural é originado pela 
translocação de argila do horizonte A par o B 
e/ou lateralmente. 
 
Pela sua estrutura e maior teor de argila, o 
horizonte B resiste um pouco mais ao 
desbarrancamento; 
 
B Podzol (Espódico): Rico em matéria 
orgânica e/ou óxido de Fe e Al, pobre em 
argilas. Pode ser endurecido. É ácido. Presente 
só nos Podzóis. Originado pela translocação de 
matéria orgânica e sesquióxidos do horizonte A 
para o B (processo de podzolização) 
 
93
 
B Textural: 
Estrutura em blocos envolvidos por películas de 
argila (cerosidade). Ainda possui, em geral, algum 
mineral primário, facilmente intemperizável A > 
40% de argila, B/A > 1,5; A 15-40, B/A > 1,7; A < 
15, B/A > 1,8; ou estrutura prismática ou blocos e 
cerosidade moderada e comum ou mais 
pronunciada. 
 
Presente nos Podzólicos, Terras Roxas 
Estruturadas, Planossolos, Brunos-Não-
Cálcicos, Brunizéns Avermelhados. Originado 
pela translocação de A para o B e/ou lateral; 
 
94
 
B latossólico: 
Estrutura granular com aspecto de maciça porosa 
(esponja), profundo (> 50 cm), muito 
intemperizado - praticamente nenhum mineral 
primário facilmente intemperizável (< 4%, na Terra 
Fina). Argilas 1 : 1 e sesquioxídica (Ki < 2,2 e Tr 
< 17); 
B solonétzico: 
Estrutura colunar, pouquíssimo poroso, raso, de 
coloração acizentada. Muito Na, pH 
extremamente alto. Presente nos Solonetz-
Solodizados. Originado pela remoção do 
excesso de sais de um solo salino, deixando 
muito Na, que dispersa a argila; 
 
95
 
B Incipiente 
 
Estrutura variável - blocos, prismas ou maciça 
porosa - geralmente raso, muito mineral primário 
facilmente intemperizável ( > 4% na TF; Tr > 13, 
Ki > 2,2 ou rocha ou saprolíto > 5% de volume) 
e/ou muito silte (s/r> 0,7). Presente nos 
Cambissolos, Litólicos mais profundos e Aluviais 
mais antigos; 
o Ainda não houve atuação marcante de 
nenhum processo, apenas liberação de Fe 
e Al dos cristais dos minerais, destruição da 
rocha e formação de estrutura; 
Argipã: 
 
96
 
Camada densa do subsolo, com teor de argila 
muito mais alto que o material suprajacente do 
qual está separada por um limite abrupto. Há 
acúmulo de argila. Estrutura prismática ou em 
blocos. Grande plasticidade. Alta densidade 
aparente, genética ou não. Possui argila 2:1, 
também 1:1. Dificulta penetração de raízes e 
água. 
 
97
 
Fragipã (Quebradiço): 
Textura intermediária (franco-siltoso, por 
exemplo). Estrutura prismas grandes, compostos 
de lâminas, blocos ou maciços. Duro quando 
seco; quebradiço, quando úmido. Alta densidade 
aparente, gênese obscura. Sílica já foi sugerida 
como cimento. 
Horizonte Glei: 
Espessura = 15 cm e apresenta menos de 15% 
de plintita. 
o Cores neutras ou mais azuis que 10Y, 
mudando de cor quando exposto. Para 
qualquer matiz, se os valores < 4, os 
cromas serão =1; 
 
98
 
Quando o matiz dominante for mais amarelo que 
10 YR, e os valores forem = 4, os 
 
Argipã (nos Planossolos) e plintita (nos 
Plintossolos) são muito comuns no Pantanal. A 
presença dessas camadas, que dificultam a 
drenagem, e a camada arenosa superficial, 
restringindo a fixação de fósforo, estão 
relacionadas com a disponibilidade de fósforo e 
conseqüentemente com a vida aquática. A 
presença do fragipã a pouco mais de 1 metro, 
restringe substancialmente as perdas de água 
para o lençol freático e até mesmo as perdas de 
nutrientes por lixiviação. 
 
99
 
Litólicos, 
Aluviais, 
Regossolos 
Solos com B 
Incipiente 
(Cambissolos) 
Solos 
com B 
Textural 
Solos com B 
Latossólico 
(Latossolos)
 
Hidromórficos 
Halomórficos 
Tiomórficos
 
Calcimórficos 
Areno-quartzosos 
Profundos 
___________________ Horizontes principais 
______________ 
A A 
 
A A A A A 
R C 
 
Bi Bt Bw C Bt 
 
C C C C 
 
-------------------------------------- Solos não hidromórficos -
------------------------------- 
Re(1), 
Rd,Ra 
Ae, d, a 
REe, d, a
 
Ve 
RZe 
Ce, d, a 
Be 
PAa,d 
PBa,d,e 
PVe, d ,a 
PEe, d, a 
PZd,a,e 
TRe, d, a 
TBe, d, a 
NCe 
BVe 
RBa 
LAd,a 
LVe, d, a 
LEe, d, a 
LBe, d, a 
LRe, d, a 
LFd 
LUd, a 
AQ 
--------------------------------------- Solos hidromórficos -------
----------------------------- 
Pa,d 
HPa,d 
Ple, d, a 
PSe,d,a 
HCe, d, a 
PTa,d.e 
PPa,d 
Oa,d,e 
OTa,d,e 
Ga,d,e 
GHa,d,e 
GPa,d,e 
GTa,d,e 
AMe 
HQa,d 
Ske 
SMe 
Se 
SSe 
 
 
100
Esquema das Principais Classes de Solos do 
Brasil 
a) Os Latossolos são os solos mais velhos e 
geralmente mais profundos; os solos mais novos 
são os Litólicos (a rocha está próxima à 
superfície), os Aluviais (horizonte C em 
camadas) e os Regossolos (horizonte C sem 
estratos e com minerais primários, além de 
quartzo). 
b) Os Cambissolos e Latossolos não apresentam 
muita variação nos teores de argila entre o 
horizonte A e o horizonte B. Os Cambissolos, ao 
contrário dos Latossolos, possuem a relação 
silte/argila maior e/ou maior proporção de 
minerais primários facilmente intemperizáveis. 
 
101
c) Os Solos com B Textural apresentam um 
maior número de classes, possuindo em geral 
considerável diferença no teor de argila entre o 
horizonte A (mais arenoso) e o horizonte B (mais 
argiloso). 
Algumas destas classes são influenciadas por 
excesso de água ou de sódio (Solos Alcalinos) 
características semelhantes às dos Solos 
Hidromórficos e Halomórficos (influência de 
excesso de sais). As classes são separadas com 
base no tipo de horizonte A, na atividade da fração 
argila e na diferenciaçãodo perfil, a qual está 
muito relacionada com a rocha de origem: rochas 
máficas, calcárias e pelíticas podem originar solos 
com menor diferença de textura entre horizontes A 
e B; as mais ricas em quartzo, perfis mais 
diferenciados. 
 
102
d) Os Solos Tiomórficos (altos teores de enxofre e 
por isso exalam um mau cheiro característico) 
ocorrem nas faixas litorâneas. 
Os Calcimórficos não são muito importantes no 
Brasil. Os Areno-Quartzosos Profundos incluem as 
Areias Quartzosas (AQ), que são solos sem 
horizonte B (perfil AC), profundos, muito arenosos 
distróficos, sendo o quartzo o mineral dominante. 
Ocupam área bastante significativa do território 
brasileiro. Na faixa costeira recebem o nome de 
Areias Quartzosas Marinhas (AM), que podem ser 
antigas dunas colonizadas pela vegetação. 
e) Exceto alguns poucos solos, todos os outros, 
independentemente da idade, podem ser 
eutróficos (e) - alta saturação por bases; 
distróficos (d) - baixa saturação por bases; ou 
álicos (a) - os distróficos com alta saturação por Al. 
 
103 
Os solos álicos oferecem uma barreira química à 
penetração de raízes de plantas mais sensíveis. 
Os principais critérios usados para classificar os 
Latossolos são: os teores de Fe2O3 associados às 
rochas de origem; a coloração, à forma de ferro 
(goethita x hematita); o comportamento associado à 
relação teores de gibbsita/caulinita. 
Latossolo Amarelo
 
(LA) - Este é o Latossolo que 
tipicamente ocorre nos tabuleiros costeiros e numa 
extensão muito grande na Amazônia. Tem baixos 
teores de Fe2O3, cor amarelada e é tipicamente 
caulinítico e goethítico, apresentando os torrões 
com uma grande coerência e que não se 
 
104
desmancham como pó de café. É quase sempre 
álico (alta saturação por Al3+). 
Latossolo Vermelho-Amarelo
 
(LV) - Esta classe é 
bastante ampla no que se refere à coloração e 
mesmo a teores de Fe2O3. A falta de relação 
entre os teores de Fe2O3 e coloração (pequena 
quantidade de hematita colore o solo de 
vermelho) faz com que os mapas de solos 
representem LV com teores de Fe2O3 bastante 
variáveis. 
Estes solos são muito expressivos no domínio 
pedobioclimático do Mar de Morros Florestados; 
ocorrem extensamente também no Planalto 
Central; são geralmente álicos ou distróficos, 
mas podem ser eutróficos em extensões 
consideráveis nas regiões mais secas. 
 
105
 
Latossolo Vermelho-Escuro
 
(LE) - Os mesmos 
comentários sobre LV, referentes a Fe2O3 e cor, 
podem ser feitos aqui. O LE é muito expressivo 
no Planalto Central e na Depressão do São 
Francisco. Ocorre esparsamente em todo o 
território brasileiro não muito úmido. Podem 
também ser eutróficos, distróficos ou álicos. Na 
maioria, como todos os Latossolos, são 
distróficos ou álicos, mas ocorrem como 
eutróficos mais freqüentemente que o LV. 
Latossolo Bruno
 
(LB) - Este solo ocorre nas 
áreas basálticas elevadas do sul do país. São 
solos com altos teores de Fe2O3 mas não 
possuem a coloração típica de LR (Latossolo 
Roxo); a atração pelo magneto é também menor 
 
106
e o solo é bastante duro quando seco. Possuem 
teores substanciais de vermiculita com hidróxido 
de alumínio entre camadas. 
 
Latossolo Roxo
 
(LR) - É o Latossolo 
desenvolvido de rochas máficas (basalto, 
diabásio, gabro, tufito ou rochas afins). Têm > 
18% de Fe2O3 e são fortemente atraídos pelo 
magneto (ímã). São geralmente distróficos, mas 
existem áreas consideráveis em que são 
eutróficos. Quando isto ocorre, são muito usados. 
Existem áreas consideráveis de LR sob cerrado 
mas, mesmo aí, devido aos maiores teores de 
P2O5 total e de micronutrientes, respondem 
melhor (do que LE, por exemplo) a adubações 
relativamente simples. 
 
107 
Latossolo Ferrífero
 
(LF) - Solo com B Latossólico, 
cuja constituição mineralógica é dominada 
amplamente por óxidos de Fe. É fortemente 
atraído pelo magneto. É derivado de rochas 
metamórficas muito ricas em ferro, 
compreendendo itabiritos, crostas ferruginosas e 
materiais correlatos. Este Latossolo tem sido, até 
agora, encontrado na região do Quadrilátero 
Ferrífero (MG) (EMBRAPA, 1982). 
A existência de Latossolos Ferríferos sem 
quartzo na sua constituição (proveniente do 
itabirito original), sugere os dolomitos com 
impureza ferruginosa como uma fonte importante 
destes solos no Quadrilátero Ferrífero. Neste 
 
108
caso a concentração do ferro dá-se 
residualmente pela dissolução dos carbonatos. 
 
Latossolo Una
 
(LU) - É comum apresentar, no 
horizonte Bw, cores brunadas, amareladas e 
vermelho-amareladas e percentagens médias 
(11-18%) a altas (> 18%) de Fe2O3, razão pela 
qual este solo é considerado como LU e não 
como LV. A cor desses solos, associada ao teor 
de ferro, está relacionada às condições de clima 
mais úmido (EMBRAPA, 1977); às áreas 
tendendo para o talvegue (OLIVEIRA et al., 
1991) ou com evidências de paleodrenagem: 
concreções ferruginosas e bancadas lateritícas 
onde atualmente o lençol freático se encontra 
bem profundo. 
 
109
Solos com B Textural - Não Hidromórficos 
Os Solos com B Textural Não Hidromórficos que 
apresentam horizonte A chernozêmico; 
Assim, o Podzólico Amarelo (PA) não tem 
horizonte A chernozêmico e a sua argila tem 
atividade baixa (menos de 24 cmol por 
quilograma de argila; 
Brunizém (B) quanto o Brunizém Avermelhado 
(BV) possuem A chernozêmico e argila de 
atividade elevada (acima de 24 cmolkg-1); em 
todos os casos é descontada a contribuição da 
matéria orgânica. 
 
110
Brunizém Avermelhado (BV)
 
- Tem sido 
registrado em maior escala na Bahia e no Rio 
Grande do Sul. Possui, necessariamente, 
horizonte A chernozêmico , e é um dos solos 
mais ricos (é eutrófico, por definição). Ocorre 
associado a rochas máficas, principalmente. 
Brunizém (B)
 
- Difere do BV por ter horizonte B 
mais escuro; e, além disso, pode ter B incipiente 
em vez de B textural. Esse é um raro caso em 
que o endopedon - horizonte diagnóstico 
subsuperficial - pode ser B incipiente ou B 
textural para a mesma classe.
 
Bruno Não Cálcico (NC)
 
- É o solo típico dos 
sertões nordestinos. O horizonte A tem coloração 
clara e torna-se endurecido quando seco. É um 
solo geralmente muito cascalhento. 
 
111
Podzólico Bruno-Acinzentado (PB)- Solo com B 
Textural mais caracteristicamente de argila de 
atividade alta, apresentando escurecimento 
peculiar na parte superior do horizonte B. 
Encontra-se distribuído nas regiões do Planalto 
Meridional, Serra do Sudeste e Campanha 
Gaúcha, sob condições de clima subtropical 
(EMBRAPA, 1982; KER et al., 1986). 
Podzólico Amarelo (PA)
 
- Está comumente 
associado aos Latossolos Amarelos originados 
do Grupo Barreiras e a sedimentos afins, pobres 
em ferro. É comum nos Platôs Litorâneos e na 
Amazônia. 
 
112
Podzólico Vermelho-Amarelo (PV) - É o solo com 
B Textural mais comum no Brasil; é 
razoavelmente bem distribuído no território 
brasileiro, inclusive na Amazônia. Apresenta 
maior diferenciação de textura entre os 
horizontes A e B em relação à Terra Roxa 
Estruturada e à Terra Bruna Estruturada, por ser 
originado de materiais de origem menos 
argilosos. Ocupa na paisagem, via de regra, as 
áreas de relevo mais acidentado, com superfícies 
pouco suaves e áreas de relevo suave mais 
jovem (rebaixadas). Os principais solos agrícolas 
de SP, originados do arenito Bauru (com cimento 
calcário) são, em grande parte, PV eutrófico, 
textura média. 
 
113 
Podzólico Vermelho-Escuro (PE)
 
- Pode originar-
se de calcário ou de outros materiais, excluídos 
apenas aqueles derivados total ou 
predominantemente de rochas máficas. Esta 
classe abrange solos desde álicos até eutróficose, freqüentemente (mas não exclusivamente), de 
argila de atividade baixa. A distribuição territorial 
mais expressiva desses solos ocorre nas regiões 
Sul, Sudeste, Nordeste (principalmente no 
Ceará) e porção meridional da região Centro-
Oeste. 
 
114
Rubrozém (RB)
 
- Tem horizonte A escuro e 
espesso sobre horizonte B vermelho; tem argila 
de atividade alta e é álico. Ocorre na área urbana 
de Curitiba, Paraná. 
Terra Bruna Estruturada (TB)
 
- Tem cor bruna, 
elevados teores de carbono orgânico nos 
horizontes superficiais e estrutura bem 
desenvolvida. Origina-se de rochas básicas, 
intermediárias e alcalinas, ocorrendo nos 
planaltos elevados do Rio Grande do Sul, Santa 
Catarina, Paraná e Minas Gerais (Poços de 
Caldas). 
 
115
Terra Roxa Estruturada (TR)
 
Desenvolvida de 
rochas máficas. Tem teor de Fe2O3 > 15% e de 
TiO2 > 1,5% e a fração grosseira é, em geral, 
bastante atraída pelo magneto. É comum 
apresentar, na parte inferior do perfil, horizonte 
maciço poroso como B Latossólico. As de 
diabásio e gabro revelam freqüentemente blocos 
arredondados da rocha em decomposição, ao 
longo do perfil. São solos geralmente eutróficos. 
As maiores áreas contínuas de TR estão nos 
estados sulinos. São dos melhores solos do 
Brasil. Quando associados ao LR, ocupam as 
áreas mais acidentadas. 
 
116
Hidromórfico Cinzento (HC)
 
e Planossolo (PL)
 
Estes solos apresentam B textural e influência 
acentuada de excesso de água (falta de 
oxigênio). 
O Planossolo é muito arenoso no horizonte A, 
apresentando um aumento muito brusco 
(abrupto) no teor de argila deste horizonte para o 
horizonte B. Isto significa uma mudança brusca 
(diminuição) na permeabilidade. O Hidromórfico 
Cinzento (HC), por outro lado, apresenta um 
aumento do teor de argila mais gradativo com a 
profundidade. 
 
117 
O Hidromórfico Cinzento (HC) ocorre próximo às 
veredas, nas áreas de cerrado, quando os solos 
são de textura arenosa e em alguns outros 
locais, como na Baixada Fluminense. 
O Planossolo (PL) é muito comum no Nordeste, 
no Pantanal Matogrossense, e no Rio Grande do 
Sul (as áreas de cultivo de arroz irrigado, apor 
inundação, pelo menos em parte, são PL). 
 
118
Solonetz-Solodizado (SS)
 
- Apresenta horizontes 
A e E mais arenosos e ácidos (solodizados) em 
relação ao horizonte subsuperficial B, mais 
argiloso e bastante alcalino (solonétzico), com 
saturação por sódio (100.Na/T) maior que 15%. 
Manchas desprovidas de vegetação onde 
ocorrem crostas esbranquiçadas de sais à 
superfície do solo, são facilmente perceptíveis 
em algumas áreas. No Brasil estes solos têm 
sido registrados principalmente ao longo da 
costa, no Pantanal Matogrossense, nas regiões 
subáridas do Nordeste e também em Roraima. 
 
119
Solos Hidromórfico sem B Textural (com ou sem 
B Incipiente) 
Solo Orgânico (HO) - Difere dos outros por ter 
horizonte turfoso, apresentando teor de carbono 
orgânico [C ?(8 + 0,067 (% de argila)], ocupando 
> 50% dos primeiros 80 cm de profundidade. 
Este é a turfa, na qual, devido à facilidade de 
combustão, a drenagem deve ser feita com muito 
cuidado para evitar a queima e a subsidência 
(rebaixamento da superfície). 
Glei Húmico (GH)
 
e Glei Pouco Húmico (GP)
 
- 
São solos minerais que apresentam um 
horizonte A espesso e escuro (Glei Húmico) 
sobre horizonte geralmente gleizado. O Glei 
Pouco Húmico apresenta um horizonte A menos 
espesso e/ou mais claro. Se um solo parecido 
 
120
com o Aluvial apresentar cores acinzentadas nos 
primeiros 50 cm de profundidade, ele é 
considerado como um Solo Hidromórfico. 
Glei Tiomórfico (GT)
 
- Apresenta altos teores de 
enxofre; e isso provoca um grande abaixamento 
do pH quando o solo seca. Situa-se nas áreas 
litorâneas, sob vegetação de mangue ou campos 
halófilos. 
Plintossolo (PT)
 
- A presença do horizonte 
plíntico (horizonte contendo mosqueados 
vermelhos e amarelos, macios quando úmidos, 
mas que endurecem irreversivelmente quando 
secam, formando nódulos duros), dentro dos 
primeiros 40 cm; ou até 160 cm, desde que 
abaixo de horizontes E, com muito mosqueado 
de redução ou essencialmente petroplíntico é tida 
como a principal característica diferencial dos 
 
121
Plintossolos. Quanto à quantidade de plintita no 
horizonte plíntico, o requisito é que ocupe no 
mínimo 15% do volume do horizonte e tenha no 
mínimo 15 cm de espessura. 
 
122
Cambissolos 
Solos caracterizados essencialmente pelo 
horizonte B Incipiente - Bi, cujas características 
gerais são: presença de muito mineral primário 
facilmente intemperizável (? 4%, determinados 
na fração areia) ou de moscovita, ? 6%, 
determinados na fração areia); ou argila mais 
ativa (> 13 cmol kg-1); ou Ki > 2,2; ou teores 
elevados de silte em relação à argila (silte/argila 
?0,7, quando a textura for média; ?0,6, quando 
argilosa, indicando baixo grau de intemperismo) 
e ausência de cerosidade (películas de argila 
envolvendo os agregados); ou espessura menor 
que 50 cm; ou resquícios da rocha mãe ou 
saprolito (> 5% do volume). Os solos que 
possuem esse horizonte ocupam, geralmente, as 
partes jovens da paisagem. 
 
123
 
Solos Litólicos, Aluviais e Regossolos 
Solos Litólicos (R)
 
- Solo raso sobre rocha. 
Geralmente, em condições de topografia 
acidentada, há a formação de um solo raso (< 50 
cm), perfil tipo A-R, isto é, um horizonte A sobre 
a rocha, ou tipo A-C-R, sendo o C pouco 
espesso. Onde há muitos afloramentos de rocha, 
muitas vezes estes solos estão presentes. 
Ocupam áreas de intenso rejuvenescimento 
(remoção de material), podendo ser eutróficos 
(Re), distróficos (Rd) ou álicos (Ra), em função 
da rocha de origem e das condições climáticas. 
 
124
Solos Aluviais (A)
 
- São aqueles provenientes de 
depósitos aluviais. Normalmente possuem um 
horizonte escurecido (A) sobre camadas 
estratificadas (C). São caracteristicamente muito 
variáveis a pequenas distâncias, tanto na 
horizontal quanto na vertical. Normalmente são 
os solos mais ricos de uma paisagem. 
Regossolos (RE)
 
- Solos sem horizonte B (perfil 
tipo A-C, > 50 cm), apresentam um horizonte A 
sobre um horizonte C sem estratos. São 
relativamente ricos em minerais primários 
facilmente intemperizáveis. A textura destes 
solos pode ser mais arenosa ou menos arenosa. 
São bastante comuns em alguns estados 
nordestinos 
 
125
Rendzinas (RZ) e Vertissolos (V) 
Rendzinas (RZ)- Solos pouco desenvolvidos, 
rasos ou muito rasos, possuindo seqüência de 
horizontes A-C-R ou A-R, sendo o horizonte A 
chernozêmico, com teores elevados de CaCO3 
equivalente; têm material calcário como 
substrato. 
Vertissolos (V)
 
- Esta classe de solos, da qual 
apenas parte é hidromórfica, é constituída de 
solos de coloração acinzentada ou preta, sem 
diferença significativa no teor de argila entre a 
parte superficial e a subsuperficial do solo. 
Apresenta seqüência de horizontes (perfil) do tipo 
A-C. Têm alto teor de argilas 2:1 expansivas e 
fertilidade geralmente alta, mas apresentam 
problemas relacionados com suas propriedades 
físicas. A aração, por exemplo, torna-se muito 
 
126
dificultada tanto com o solo seco, como quando 
este se encontra com elevado teor de água. 
Estes solos, no Brasil, estão presentes em maior 
escala no Mato Grosso do Sul e no Nordeste. 
 
127 
A=Aluvial
RE=Regossolo
AM=Areia Quartzosa Marinha
AQ=Areia Quartzosa
AQH=Areia Quartzosa Hidromórfica
R=Litólico
Sim
Não
Sim
SEM HORIZONTE B OU
COM HORIZONTES A
HÚMICO OU TURFOSO
PROFUNDO
CAMADAS
ESTRATIFICADAS A
MINERAIS PRIMÁRIOS
FACILMENTE
INTEMPERIZÁVEIS
RE
COR

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