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Aula 20 21 01

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Raphael Simões Vieira – Medicina Veterinária 5º período
Aula 20 – 21/01/15
Sulfas = Sulfonamidas
São bacteriostáticas, a dose bactericida é tóxica. Sulfa + trimetoprim (ou trimetropina)= essa associação é bactericida. Trimetropim não se usa sozinho, foi sintetizado para usar com sulfas. As sulfas foram descobertas antes da penicilina, é totalmente sintética. 
Todos nós precisamos de ácido fólico, que faz parte da síntese da DNA, RNA. Nós mamíferos, pegamos ácido fólico pronto da nossa dieta. As bactérias não, elas têm que sintetizar o ácido fólico delas, elas necessitam de PABA = ácido paramino benzoico (?). há síntese de ácido fólico, esse ácido é reduzido, se tornando coenzima importante. A sulfa impede a captação de PABA. A bactéria tem afinidade por sulfa maior do que por PABA. Com a sulfa, a bactéria não sintetiza ácido fólico, ela perde a capacidade reprodutiva. A sulfa não mata, é só bacteriostática. No caso da trimetropina, inibe a redução do ácido fólico. Por isso a associação mata, há atuação em dois pontos do mesmo processo de síntese. Bactrim = sulfa + trimetropina. Sulfa é ideal para toxoplasmose, mas as doses utilizadas são muito altas, pode causar deficiência de ácido fólico no paciente (embora captamos ácido fólico da dieta, sintetizamos um pouco). 
Classificação das sulfas
São classificadas de acordo com sua absorção e secreção. Absorção e excreção rápidas: sulfatiazol e sulfadiazina. Absorção rápida e excreção lenta: sulfametoxazol, sulfadimetoxina, sulfadoxina (usada em pessoas que vão para área endêmica de malária). Não absorvíveis: sulfaguanidina (combate de infecções do TGI). Tópicas: sulfacetamida e mafenida. 
Espectro de ação
Bactérias: estreptococos, estafilococos, neissérias, hemófilos, brucelas, clamídias, etc. não atuam em Pseudomonas, enterococos e micobactérias, pois são resistentes naturalmente. Atua em alguns fungos e protozoários (plamodium, coccidios – eimeria, isospora, cryptosporidium, neospora, toxoplasma, sarcocystis).
Resistência
Algumas bactérias resistentes têm superprodução do substrato endógeno (PABA); outra forma: mutação no sítio d eligação com diminuição de afinidade de dihidropteroato sintase pelas sulfonamidas; diinuição de permeabilidade da membrana bacteriana às sulfonamidas. Nesses casos de resistência, necessidade de associação com agente sinérgico (trimetropim). 
Indicações clínicas
Sulfametoxipiridazina: única sulfa intravenosa.
Ftalilsulfatizol / sulfasalazina: infecções entéricas (não absorvida).
Toxicidade
O principal problema é hipersensibilidade. Algumas sulfas são mais alergênicas do que outras, mais tóxicas que outras. Geralmente está associada com o metabólito e não com a sulfa propriamente dita. Nos casos de hipersensibilidade: exantema maculopapular, vesicular e bolhoso; eritema polimorfo; urticária. 
Para o TGI: náuseas, vômitos, dor abdominal, anorexia, hepatite e pancreatite (raros). 
Renal: cristalúria e hiperpotassemia. Uma das manobras para evitar a formação de cálculo, é associar duas sulfas, dando a metade da dose de cada uma. O maior risco de formação de cristal é em urinas ácidas. Cada sulfa forma um tipo de cristal, se eu usar uma só em grande quantidade, os cristais podem se associar formando cálculo. Se eu der duas sulfas, cada cristal é diferente, eles não se unem. Obstrução de ureteres principalmente. Cuidado em carnívoros.
Nervosa: polineurite periférica em bovinos. 
Hematológicos: depressão medular e anemia hemolítica. 
Nas aves: dose elevadas pode levar a queda de postura e ovos com defeito de casca. 
Não devem ser usadas em gestação e lactação. Olhar período de carência*
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Quinolonas
Há três gerações. A primeira não se usa mais: ácido nalidíxico e ácido oxolínico. Essas são as verdadeiras quinolonas. Nas quinolonas mais novas, são chamadas de fluorquinolonas ou quinolonas fluoradas. As primeiras não tinha flúor. 
Segunda geração: ciprofloxacino, norfloxacino, difloxacino, ofloxacino, pefloxacino, danofloxacino, orbifloxacino e enrofloxacino (dois últimos são só veterinários). 
Terceira geração: levofloxacino, esparfloxacino, lomefloxacino, temofloxacino. 
Tem alto espectro antimicrobiano. Tem pequena atividade sobre anaeróbios. 
É bactericida. Inibe ação das DNA-girases (topoisomerases). Vai ter ação sobre essa enzima do hospedeiro, mas é pouca ação. 
Mecanismos de resistência
Mutação na topoisomerase II. Modificação de canais porínicos diminuindo influxo da droga. Resistência é menos frequente com novas quinolonas. Resistência dos estafilococos é crescente. Staphilococcus aureus e Pseudomona são muito resistentes, a várias drogas*.
Farmacocinética
Boa absorção oral. Absorção é reduzida pela associação com: alumínio, magnésio, cálcio (cuidado com a associação com leite), zinco, ferro, sucralfato e polivitamínicos. 
Tem elevado volume de distribuição; maior concentração na urina, rins, pulmões, próstata, fezes, bile, macrófagos e neutrófilos. Baixa concentração no SNC (não funciona para meningite). Perfloxacina sofre metabolização hepática. Eliminação principalmente por via renal. Alguns permitem uso parenteral. 
Toxicologia
Irritação TGI e reações cutâneas são pouco frequentes. Meu paciente tem uma inflamação por infecção bacteriana. Vou dar um antimicrobiano e um antiinflamatório. Tem que ser AIE, não pode ser AINE. Associação à AINE: ocorrência de alucinações e convulsões (humanos). Usar AIE (corticoides). Teofilina = broncodilatador usado geralmente para asma felina, não é bom associar. Artropatia asséptica com ruptura de tendões: comprovado em cães e equinos. Ocorre em filhotes, animais em fase de crescimento. A quinolona na articulação em crescimento, lesa cartilagem articular, podendo causar ruptura de tendões.

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