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TRANSFERÊNCIA DE CALOR: Capítulo 2 1 TROCADORES DE CALOR 03/2010 Capítulo 2 2.1. Conceito 2.2. Cálculos Fundamentais 2.3. Estudos de Caso 2 2.3. Estudos de Caso 2.1. Conceito Trocadores de calor são equipamentos destinados a promover a transferência de calor entre correntes. 3 Na indústria de processos químicos são responsáveis pela alteração da temperatura e/ou estado físico de correntes materiais. Correntes quentes→ devem ser resfriadas Correntes frias→ devem ser aquecidas 2.2. Cálculos Fundamentais Os cálculos fundamentais envolvendo trocadores de calor consistem basicamente em um conjunto de equações capazes de relacionar a carga térmica, o coeficiente global de transferência 4 carga térmica, o coeficiente global de transferência de calor e a área de troca térmica do equipamento com as temperaturas terminais, vazões e capacidades caloríficas das correntes. mc Cpc Tci Tco mh Cph Thi Tho Q U A 2.2. Cálculos Fundamentais - Método da média logarítmica da diferença Métodos de cálculo: 5 - Método da média logarítmica da diferença de temperatura (LMTD) - Método da efetividade (ε-NUT) 2.2.2. Hipóteses O desenvolvimento das equações está baseado de acordo com as seguintes hipóteses: - Regime permanente; 6 - Regime permanente; - Capacidades caloríficas das correntes constantes; - Coeficientes de transferência constantes ao longo da área de troca térmica. 2.2.2. Hipóteses - Condução térmica na direção axial desprezível; - Não há transferência de calor para o ambiente; 7 - Não há transferência de calor para o ambiente; - Não há geração de calor; - Variações de energia cinética e potencial gravitacional desprezíveis. 2.2.3. Método LMTD Seja o seguinte volume de controle: 8 dA Tc Th 1 2 2.2.3. Método LMTD ���� Balanço de energia: hhh dTCpmdQ = ccc dTCpmdQ = 9 )( cicocc TTCpmQ −= )( hohihh TTCpmQ −= Integrando: 2.2.3. Método LMTD ���� Equação da taxa: Relacionando com as equações de balanço: )( ch TTUdAdQ −= 10 Relacionando com as equações de balanço: hhh dTCpmdQ = ccc dTCpmdQ = c cc dT Cpm dQ = 1 h hh dT Cpm dQ = 1 2.2.3. Método LMTD cdTCpm dQ = 1 h hh dT Cpm dQ = 1 ���� Equação da taxa: 11 ccCpm hhCpm ch cchh dTdT CpmCpm dQ −= − 11 2.2.3. Método LMTD ch cchh dTdT CpmCpm dQ −= − 11 ���� Equação da taxa: 12 cchh CpmCpm − − = cchh ch CpmCpm TTddQ 11 )( 2.2.3. Método LMTD ���� Equação da taxa: Substituindo então a equação encontrada na equação da taxa: 13 )( ch TTUdAdQ −= − − = cchh ch CpmCpm TTddQ 11 )( 2.2.3. Método LMTD ���� Equação da taxa: )( 11 )( ch ch TTUdATTd −= − − 14 11 cchh CpmCpm − dA CpmCpm U TT TTd cchhch ch −= − − 11 )( )( 2.2.3. Método LMTD ���� Equação da taxa: dA CpmCpm U TT TTd ch −= − − 11 )( )( 15 CpmCpmTT cchhch − )( Integrando de 1 até 2: A CpmCpm U TT TT cchhch ch −= − − 11 )( )(ln 1 2 2.2.3. Método LMTD ���� Equação da taxa: A CpmCpm U TT TT ch −= − − 11 )( )(ln 2 16 De acordo com as expressões integradas das equações de balanço de energia: CpmCpmTT cchhch − )( 1 Q TTTT CpmCpm cicohohi cchh +−− = − 11 2.2.3. Método LMTD ���� Equação da taxa: Assim: TTTTTT +−− − )( 17 AQ TTTTU TT TT cicohohi ch ch +−− = − − 1 2 )( )(ln De forma equivalente: AQ TTTTU TT TT chch ch ch 12 1 2 )()( )( )(ln −−−= − − 2.2.3. Método LMTD ���� Equação da taxa: Finalmente: −−− )()( TTTT 18 − − −−− = 1 2 12 )( )(ln )()( ch ch chch TT TT TTTTUAQ ∆Tmédio→ ∆TLM 2.2.3. Método LMTD LMM TUATUAQ ∆=∆= ou: ���� Equação da taxa: 19 − = − = 2 1 21 1 2 12 lnln θ θ θθ θ θ θθ UAUAQ ou: ch TT −=θ 2.2.3. Método LMTD ���� Observações: - O equacionamento apresentado também é válido para trocadores de calor cocorrente (escoamento paralelo), sendo necessário apenas 20 (escoamento paralelo), sendo necessário apenas definir a LMTD de acordo com as temperaturas terminais correspondentes. - Se θ1 = θ2, a expressão da LMTD apresenta uma indeterminação. Neste caso, pode-se demonstrar que ∆TLM = θ1 = θ2 2.2.3. Método LMTD ���� Observações: - Se um dos fluidos muda de fase a temperatura constante, as equações do método 21 temperatura constante, as equações do método LMTD continuando valendo, embora neste caso, o balanço de energia corresponde a: λmQ = 2.2.3. Método LMTD ���� Observações: - Pode-se demonstrar que, se não houver mudança de fase, a média logarítmica da diferença de temperatura em um trocador de calor 22 de temperatura em um trocador de calor contracorrente é superior ao valor correspondente do trocador de calor cocorrente. Como conseqüência: ↑↑↑↓ ∆>∆ ,, LMLM TT ↑↑↑↓ < AA 2.2.3. Método LMTD ���� Observações: - Em certas situações específicas, a utilização de uma configuração cocorrente pode ser favorável: 23 Por exemplo, na configuração cocorrente, a temperatura da parede alcança menores valores, o que é um aspecto importante no caso de aquecimento de substâncias que podem sofrer decomposição térmica. 2.2.3. Método LMTD ���� Observações: 350 Temperature Profile 350 Temperature Profi le 24 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 100 150 200 250 300 Length (m) T e m p e r a t u r e ( º C ) 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 100 150 200 250 300 Length (m) T e m p e r a t u r e ( º C ) 2.2.3. Método LMTD ���� Outras configurações: Há trocadores de calor onde o escoamento envolve uma configuração diferente de contracorrente ou paralelo. 25 contracorrente ou paralelo. Por exemplo: 1 passe 2 passes 2.2.3. Método LMTD Neste caso, torna-se necessário introduzir um fator de correção apropriado no cálculo da diferença média de temperatura: ���� Outras configurações: 26 diferença média de temperatura: FTT LMM ↑↓∆=∆ , ∆TLM,↑↓↑↓↑↓↑↓ – LMTD contracorrente F – Fator de correção 2.2.3. Método LMTD Thi ���� Outras configurações: TT LMTD contracorrente 27 − − −−− =∆ ↑↓ )( )(ln )()( , ciho cohi cihocohi LM TT TT TTTT T Tci Tco Thi Tho Tci Tco ThiTho 2.2.3. Método LMTD O fator de correção é função da configuração ���� Outras configurações: Fator de correção 28 O fator de correção é função da configuração do trocador e das quatro temperaturas terminais. Os valores do fator de correção podem ser determinados através de equações ou gráficos, disponíveis na literatura. 2.2.3. Método LMTD ���� Outras configurações: Exemplo: Fator de correção - 1 passe/N passes, N par 29 2.2.3. Método LMTD ���� Outras configurações: Exemplo: Fator de correção - 1 passe/Npasses, N par Sejam R e P, respectivamente, termos 30 Sejam R e P, respectivamente, termos associados a razão entre as taxas de capacidades caloríficas e a efetividade do trocador: icih icoc TT TT P ,, ,, − − = icoc ohih TT TT R ,, ,, − − = 2.2.3. Método LMTD −−+ = )]1/()1ln[()1( 5,02 RPPRF ���� Outras configurações: Exemplo: Fator de correção - 1 passe/N passes, N par 31 +++− +−+− − −−+ = ])1(1[2 ])1(1[2ln)1( )]1/()1ln[()1( 5,02 5,02 RRP RRPR RPPRF p/ R≠≠≠≠1 +− −− − = )22(2 )22(2ln)1( 2 5,0 5,0 5,0 P PP PF p/ R=1 2.2.3. Método LMTD ���� Outras configurações: Observação 32 Se um dos fluidos muda de fase a temperatura constante, o fator de correção é igual a 1 para qualquer configuração de escoamento. 2.2.4. Método ε-NUT Sejam as seguintes definições: - Taxa de capacidade calorífica: é o produto da vazão mássica da corrente pela capacidade 33 vazão mássica da corrente pela capacidade calorífica correspondente (C = m·Cp) - Fluido mínimo: corresponde à corrente com menor taxa de capacidade calorífica (Cmin) - Fluido máximo: corresponde à corrente com maior taxa de capacidade calorífica (Cmax) 2.2.4. Método ε-NUT A partir desta definições, o método ε-NUT é baseado na relação entre três grupos adimensionais: 34 �Efetividade (ε) �Número de unidades de troca térmica (NUT) ���� Razão entre as taxas de capacidade calorífica (CR) 2.2.4. Método ε-NUT � Efetividade: É a razão entre a carga térmica do trocador e a máxima carga térmica termodinamicamente 35 e a máxima carga térmica termodinamicamente possível. max min max T T Q Q F ∆ ∆ ==ε 2.2.4. Método ε-NUT � Número de unidades de transferência: É a razão entre o produto do coeficiente global de transferência de calor e a área de troca 36 global de transferência de calor e a área de troca térmica sobre a taxa de capacidade calorífica do fluido mínimo. minC UANUT = 2.2.4. Método ε-NUT � Razão entre as taxas de capacidade calorífica: É a razão entre a taxa de capacidade calorífica do fluido mínimo e a taxa de capacidade 37 calorífica do fluido mínimo e a taxa de capacidade calorífica do fluido máximo. max min C CCR = 2.2.4. Método ε-NUT Para uma dada configuração de trocador de calor, de acordo com o método ε-NUT, existe uma relação entre os grupos adimensionais propostos da seguinte forma: 38 da seguinte forma: ),( RCNUTεε = Esta relação está disponibilizada na literatura para diversas configurações de trocadores de calor na forma de gráficos ou equações. 2.2.4. Método ε-NUT Trocador de calor contracorrente: )]1(exp[1 )]1(exp[1 R CNUTC CNUT −−− −−− =ε 39 )]1(exp[1 RR CNUTC −−− =ε Trocador de calor cocorrente: R R C CNUT + +−− =ε 1 )]1(exp[1 2.2.4. Método ε-NUT 40 2.2.4. Método ε-NUT Se um dos fluidos muda de fase a temperatura constante, então CR = 0, e a ���� Observações: 41 temperatura constante, então CR = 0, e a expressão abaixo é válida para todas as configurações: )exp(1 NUT−−=ε 2.2.5. Comparação entre os métodos A maioria dos textos técnicos e materiais descritivos relativos a trocadores de calor está baseada no método LMTD. 42 No entanto, em problemas onde as temperaturas de saída dos fluidos são desconhecidas (simulação), o método LMTD implica em uma equação que pode demandar um método iterativo para a sua resolução. Nestes casos, o método ε-NUT possui a vantagem de permitir uma solução analítica direta. 2.2.6. Variação das propriedades físicas As equações fundamentais de cálculo de trocadores de calor são baseadas na hipótese de coeficiente global de transferência de calor uniforme ao longo da área de troca térmica. 43 uniforme ao longo da área de troca térmica. Porém em certas situações podem ocorrer variações significativas nas propriedades físicas, notadamente na viscosidade da corrente, implicando em um afastamento da hipótese da uniformidade do coeficiente em relação à realidade. 2.2.6. Variação das propriedades físicas - Avaliação das propriedades físicas em uma temperatura de referência (por exemplo, a média ����Abordagens adotadas: 44 entre a entrada e a saída). - Utilização de valores médios das propriedades físicas. - Utilização de correlações que levem em conta a variação das propriedades físicas com a temperatura. 2.2.6. Variação das propriedades físicas - A abordagem mais rigorosa, embora de maior esforço computacional, envolve a divisão do trocador em seções, onde em cada seção o ����Abordagens adotadas: 45 trocador em seções, onde em cada seção o coeficiente global de transferência de calor é recalculado. 2.2.6. Variação das propriedades físicas ����Abordagens adotadas: ThiTho 1 2 ... N-1 N 46 ∑=∴∆ = i i iMi i i AATU QA Tci Tco 1 2 ... N-1 N 2.2.7. Coeficiente global de transferência Ao longo da operação de um trocador de calor, usualmente ocorre o acúmulo de material indesejado sobre a superfície de troca térmica, ���� Deposição: 47 indesejado sobre a superfície de troca térmica, prejudicando a transferência de calor. Este fenômeno, denominado deposição, deve ser considerado no cálculo do coeficiente global de transferência de calor. 2.2.7. Coeficiente global de transferência Na ausência de depósitos, ou seja na condição “limpa”, o coeficiente global pode ser calculado a partir das resistências convectivas ���� Deposição: 48 calculado a partir das resistências convectivas associadas ao escoamento de ambos os fluidos e da resistência condutiva na parede: ++ = ee cond ii c Ah R Ah AU 11 1 2.2.7. Coeficiente global de transferência Considerando a presença dos depósitos, o coeficiente global “sujo” deve incluir duas novas resistências, descritas a partir dos valores de ���� Deposição: 49 resistências, descritas a partir dos valores de resistências de depósito (fouling factors): ++++ = eee ef cond i if ii d AhA R R A R Ah AU 11 1 ,, 2.2.7. Coeficiente global de transferência Comparando as expressões dos coeficientes globais de depósito limpo e sujo: ���� Deposição: 50 ++ = ee cond iic Ah R AhAU 111 e ef i if ee cond iid A R A R Ah R AhAU ,,111 ++ ++ = 2.2.7. Coeficiente global de transferência ���� Deposição: Pode-se então relacionar diretamente ambos os coeficientes: 11 51 Tf cd R UU , 11 += onde a resistência total de depósito se relaciona com as resistências de depósito individuais por: e ef i ifTf A R A R A R ,,, += 2.2.8. Problemas típicos Problema de Projeto (Design) 52 mh , Cph , Thi mc , Cpc , Tci Tco ou Tho ou Q Projeto A 2.2.8. Problemas típicos Problema de Simulação (Simulation) 53 mh , Cph , Thi mc , Cpc , Tci A Simulação Tco Tho Q 2.2.8. Problemas típicos Problema de Avaliação (Rating) 54 mh , Cph , Thi , Tho mc , Cpc , Tci , Tco Q , A Avaliação Aexc Observação: reqreqrealexc AAAA /)( −= 2.3. Estudos de Caso Caso 1: Um trocador deve ser projetado para pré- aquecer uma vazão de 20.000 kg/h de água de caldeira de 110 ºC até 190 ºC utilizando uma 55 caldeira de 110 ºC até 190 ºC utilizando uma corrente de gás de chaminé com vazão de90.000 kg/h a uma temperatura de 300 ºC. Considerando uma configuração de escoamento contracorrente, determinar a área de troca térmica necessária. Dados: Capacidade térmica das correntes: 1400 J/kgºC (gás de chaminé) e 4200 J/kgºC (água); Coeficiente global de transferência: 400 W/m2ºC 2.3. Estudos de Caso Caso 2: Considerando o projeto relativo ao problema anterior em um cenário onde a vazão de água de caldeira for aumentada em 50%, qual será o novo 56 caldeira for aumentada em 50%, qual será o novo valor de temperatura de saída alcançado para a água. 2.3. Estudos de Caso Caso 3: Um trocador de calor com 30 m2 será utilizado para resfriar uma corrente de óleo com vazão de 75.000 kg/h de 100 ºC até 60 ºC utilizando 57 vazão de 75.000 kg/h de 100 ºC até 60 ºC utilizando água de resfriamento a 30 ºC e retorno a 40 ºC. Avaliar se o equipamento é capaz de executar o serviço, considerando um excesso de área mínimo de 10%. Dados: Capacidade térmica do óleo: 2000 J/kgºC; Capacidade térmica da água: 4200 J/kgºC; Coeficiente global de transferência: 1200 W/m2ºC
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