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www.cers.com.br MP E MAGISTRATURAS ESTADUAIS Direito Constitucional - Aula 10 Robério Nunes 1 Controle Repressivo e Judicial no Brasil. Controle Abstrato (Concentrado). STF: 1) É possível o Ministro do STF invocar razões de foro íntimo para não participar do processo de con- trole abstrato (Ex: ADI 3345); e 2) Pode haver impedimento de Ministro que oficiou na ADI: a) como Procurador-Geral da República (Ex: ADI 4); e b) como Advogado Geral da União (Ex: ADI 2231, ADI 2258, ADI 4125). Controle Abstrato (Concentrado). CF/88: Art. 103. (...) § 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamen- te, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado . Controle Abstrato (Concentrado). STF: “ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO – CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE – AR- TIGO 103, § 3º, DA CARTA DA REPÚBLICA. Ante a imperatividade do preceito constitucional, o pa- pel da Advocacia-Geral da União é o de proteção à norma impugnada. (...)” (ADI 2433, Pleno, j. em 04/02/2015). Vide ainda: ADIs 3674, 3413, 2376, 3850, 3830, 2906, 4954, etc. ADI Genérica. Disciplina legislativa: Artigos 97; 102, I, “a” e “p”, e § 2º; 103, incisos I a IX, e §§ 1º e 3º, todos da CF/88 (OBS: quanto à ADI estadual, vide o art. 125, § 2º, da CF/88). Lei nº 9.868, de 10 de novembro de 1999, que dis- põe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade (e da ação declaratória de constitucionalidade) perante o Supremo Tribunal Federal. OBS: Há ADIs propostas, mas ainda não julgadas, contra a Lei nº 9.868/99 (ADIs 2231, 2154 e 2258). ADI Genérica Legitimação ativa para propositura de ADI (art. 103, I a XI, da CF/88, na redação da EC 45/2004, art. 2º da Lei 9.868/99): I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câma- ra Legislativa do Distrito Federal; V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; ADI Genérica. Legitimação ativa para propositura de ADI (art. 103, I a XI, da CF/88, na redação da EC 45/2004, art. 2º da Lei 9.868/99): VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Con- gresso Nacional; e IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. ADI Genérica Espécies de legitimados ativos: 1) Legitimados universais: não necessitam comprovar pertinência temática . 2) Legitimados especiais: necessitam comprovar pertinência temática . ADI Genérica STF: A pertinência temática diz respeito a um “nexo de afinidade entre os objetivos institucionais da enti- dade que ajuíza a ação direta e o conteúdo material da norma por ela impugnada nessa sede processu- al” (Voto Min. Celso de Mello, ADI-MC 1096, 16/03/1995, DJ 22/09/1995). ADI Genérica São legitimados universais : O Presidente da República; A Mesa do Senado Federal; A Mesa da Câmara dos Deputados; O Procurador-Geral da República; O Conselho Federal da OAB; e O Partido político com representação no Congresso Nacional (ADI 1096 MC, ADI 1396 MC, ADI 1407MC). ADI Genérica. São legitimados especiais : O Governador de Estado ou do Distrito Federal (ADI-MC 2396, ADI 2656); A Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; e A Confederação Sindical (ADI 1114) ou a entidade de classe de âmbito nacional (ADI-MC 138, ADI 396, ADI 893). OBS: Vide a respeito: ADI-MC 1096, 16/03/1995, DJ 22/09/1995. ADI Genérica. STF: “Agravo Regimental em Ação Direta de Inconstituci- onalidade. 2. Partido político. 3. Legitimidade ativa. Aferição no momento da sua propositura. 4. Perda superveniente de representação parla- mentar. Não desqualificação para permanecer no pólo ativo da relação processual. 5. Objetivi- www.cers.com.br MP E MAGISTRATURAS ESTADUAIS Direito Constitucional - Aula 10 Robério Nunes 2 dade e indisponibilidade da ação. 6. Agravo provi- do.” (ADI-AgR-AgR 2618, rel. p/acórdão Min. Gilmar Mendes, j. em 12/08/2004) Vide ainda: ADI-QO 2054, rel. p/acórdão Min. Se- púlveda Pertence. j. em 20/03/2003. ADI Genérica. STF: “Ação direta de inconstitucionalidade: legitima- ção ativa: ‘entidade de classe de âmbito nacio- nal’ (...) revisão da jurisprudência do Supremo Tribunal. (...) 3. Nesse sentido, altera o Supremo Tribunal sua jurisprudência, de modo a admitir a legitimação das ‘associações de associações de classe’, de âmbito nacional, para a ação direta de inconstitucionalidade.” (ADI 3153 AgR, Pleno, j. em 12/08/2004) ADI Genérica. Legitimados ativos e arguição de inconstituciona- lidade no novo CPC (Lei nº 13.105/2015): Art. 950. (...) § 2º. A parte legitimada à propositura das ações previstas no art. 103 da Constituição Federal poderá manifestar-se, por escrito, sobre a questão constitucional objeto de apreciação [no incidente de arguição de inconstitucionalidade], no prazo previsto pelo regimento interno, sendo-lhe assegurado o direito de apresentar memoriais ou de requerer a juntada de documentos . ADI Genérica. Objeto da ADI na CF/88: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo- lhe: I - processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (redação da EC nº 3/1993) ADI Genérica. CF/88: Art. 59. O processo legislativo compreende a elabo- ração de: I - emendas à Constituição; II - leis complementares; III - leis ordinárias; IV - leis delegadas; V - medidas provisórias; VI - decretos legislativos; VII - resoluções. ADI Genérica. Notas tipológicas necessárias, segundo o STF (ADI 2195 MC), para um ato normativo estatal ser objeto de controle abstrato de constitucionalidade: a) coeficiente de generalidade abstrata ; b) autonomia jurídica ; c) impessoalidade ; e d) eficácia vinculante das prescrições dele cons- tantes (coercibilidade) . ADI Genérica. STF: “(...) NORMAS ORÇAMENTÁRIAS. REVISÃO DE JURISPRUDÊNCIA. (...) Possibilidade de submis- são das normas orçamentárias ao controle abstra- to de constitucionalidade. (...)” (ADI-MC 4048, j. em 14/05/2008) “(...) A lei não precisa de densidade normativa para se expor ao controle abstrato de constitu- cionalidade, devido a que se trata de ato de aplica- ção primária da Constituição. Para esse tipo de controle, exige-se densidade normativa apenas para o ato de natureza infralegal. Precedente: ADI 4.048-MC.” (ADI-MC 4049, j. em 05/11/2008) ADI Genérica Objeto (resumo). Cabe ADI em face de: 1) Emendas Constitucionais e de revisão; 2) Leis complementares; 3) Leis ordinárias – Ainda que se trate de uma “lei de efeitos concretos”; 4) Leis de criação de municípios; 5) Leis promulgadas e publicadas, mas não vigentes (durante a vacatio legis ); ADI Genérica Objeto (resumo). Cabe ADI em face de: 6) Leis e atos normativos do Distrito Federal – Quando editados com base na competência esta- dual (não aqueles com base na competência muni- cipal); 7) Leis delegadas (e Resoluções do Congresso Nacional que veiculam as delegações); 8) Medidas provisórias (e leis de conversão); ADI Genérica Objeto (resumo). Cabe ADI em face de: 9) Decretos legislativos e resoluções – Quando vei- culam normas gerais e abstratas; 10) Resoluções do TSE – Quando veiculam normas gerais e abstratas, não quando respondem consul- tas; 11) Resoluçõesdo CNJ; 12) Resoluções do CNMP; ADI Genérica Objeto (resumo). Cabe ADI em face de: 13) Tratados Internacionais – Contra os atos que os incorporam ao direito positivo interno (Decretos Legislativos e Decretos Presidenciais respectivos); 14) Decretos ou regulamentos autônomos – Quando previstos na constituição ou quando são abstratos e www.cers.com.br MP E MAGISTRATURAS ESTADUAIS Direito Constitucional - Aula 10 Robério Nunes 3 veiculam atos normativos, ofendendo diretamente a Constituição; ADI Genérica Objeto (resumo). Cabe ADI em face de: 15) Regimentos Internos de Tribunais do Poder Judiciário e de Casas Legislativas – Quando há violação direta à constituição; 16) Pareceres da antiga Consultoria Geral da Repú- blica – Desde que posteriores à promulgação da CF/88, tenham teor normativo e tenham sido apro- vados pelo presidente da república; ADI Genérica Objeto (resumo). Cabe ADI em face de: 17) Pareceres da AGU – Desde que tenham teor normativo e tenham sido aprovados pelo presidente da república; e 18) Convênios em matéria tributária firmados pelos Estados. ADI Genérica Objeto (resumo). Não cabe ADI em face de: 1) Normas originárias; 2) Normas estrangeiras; 3) Atos normativos privados; 4) Convenções coletivas de trabalho; 5) Leis e atos normativos municipais contestados em face da CF/88; ADI Genérica Objeto (resumo). Não cabe ADI em face de: 6) Decretos meramente regulamentares, ou regula- mentos comuns; 7) Leis e atos normativos pré-constitucionais; 8) Leis e atos normativos temporais quando sua eficácia já se exauriu; 9) Leis e atos normativos revogados; 10) Sentenças normativas da Justiça do Trabalho; ADI Genérica. Objeto (resumo). Não cabe ADI em face de: 11) Súmulas comuns e vinculantes; 12) Atos regulamentares internos dos órgãos da Administração; 13) Resoluções do TSE que respondem a consul- tas; e 14) Resoluções do CONAMA. ADI Genérica – aspectos processuais. Lei 9.868/99: Art. 3°. A petição indicará: I - o dispositivo da lei ou do ato normativo im- pugnado e os fundamentos jurídicos do pedido em relação a cada uma das impugnações ; II - o pedido , com suas especificações. ADI Genérica – aspectos processuais. STF: “(...) NECESSIDADE DA VIGÊNCIA ATUAL, EM SEDE DE CONTROLE ABSTRATO, DO PARA- DIGMA CONSTITUCIONAL ALEGADAMENTE VIOLADO – SUPERVENIENTE MODIFICA- ÇÃO/SUPRESSÃO DO PARÂMETRO DE CON- FRONTO E DO TEXTO DA NORMA ESTATAL IM- PUGNADA – HIPÓTESE DE PREJUDICIALIDADE (...).” (ADI 2971 AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno, j. em 06/11/2014) Vide ainda no STF: ADI 3404, ADI 15, ADI 396, ADI 2197, ADI 2670, ADI 2755, ADI 230; etc. ADI Genérica – aspectos processuais STF: “Ação Direta de Inconstitucionalidade. (...) Subs- tancial alteração do parâmetro de controle. Não ocorrência de prejuízo. Superação da jurispru- dência da Corte acerca da matéria. (...) A Lei estadual (...), por ser inconstitucional ao tempo de sua edição, não poderia ser convalidada pela Emenda Constitucional nº 41/03. E, se a norma não foi convalidada, isso significa que a sua in- constitucionalidade persiste e é atual, ainda que se refira a dispositivos da Constituição Federal que não se encontram mais em vigor, alterados que foram pela ADI Genérica – aspectos processuais. STF: Emenda Constitucional nº 41/03. Superada a pre- liminar de prejudicialidade da ação, fixando o entendimento de, analisada a situação concreta, não se assentar o prejuízo das ações em curso, para evitar situações em que uma lei que nasceu claramente inconstitucional volte a produzir, em tese, seus efeitos (...)” (ADIs 2189 e 2158, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Pleno, j. em 15/09/2010). Vide ainda: ADIs 1835, 94, 2158, 2189, 239, 1333 1835, 509; etc. ADI Genérica – aspectos processuais. STF: “(...) A jurisprudência dessa Suprema Corte é pací- fica quanto à prejudicialidade da ação direta de inconstitucionalidade, por perda superveniente de objeto, quando sobrevém a revogação ou alteração substancial da norma questionada em sua constitucionalidade (...).” (ADI 4061 ED, Ple- no, j. em 19/08/2015) Vide ainda: ADI 2352, ADI 2971 AgR, ADI 3341, ADI 1442, ADI 254 QO; ADI 2352. ADI Genérica – aspectos processuais. STF: “(...) A revogação da norma objeto de controle abstrato de constitucionalidade não gera a perda superveniente do interesse de agir, devendo a www.cers.com.br MP E MAGISTRATURAS ESTADUAIS Direito Constitucional - Aula 10 Robério Nunes 4 Ação Direta de Inconstitucionalidade prosseguir para regular as relações jurídicas afetadas pela norma impugnada. Precedentes do STF: ADI nº 3.306 (...) e ADI nº 3.232 (...).” (ADI 3106 ED, Pleno, j. em 20/05/2015). ADI Genérica – aspectos processuais. STF: “(...) as ações diretas de inconstitucionalidade possuem causa de pedir aberta. É dizer: ao julgar improcedentes ações dessa natureza, o Supremo Tribunal Federal afirma a integral constitucionali- dade dos dispositivos questionados (...)” (RE 372535 AgR-ED, 1ª Turma, j. em 09/10/2007). Vide ainda: ADI 3576, RE 343818. ADI Genérica – aspectos processuais. STF: “(...) AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDA- DE. 1. QUESTÃO DE ORDEM: PEDIDO ÚNICO DE DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL DE LEI. IMPOSSIBILIDADE DE EXAMI- NAR A CONSTITUCIONALIDADE MATERIAL. (...)” (ADI 2182, Pleno, j. em 12/05/2010) Vide ainda: ADI-MC 2058, 02/08/2000. ADI Genérica – aspectos processuais. Lei 9.868/99: Art. 7º. Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade. ADI Genérica – aspectos processuais. Lei 9.868/99: Art. 7º (...) § 2º. O relator, considerando a relevân- cia da matéria e a representatividade dos postu- lantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades . ADI Genérica – aspectos processuais. STF: “AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OPOSTOS POR AMICUS CURIAE. AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE. (...) 1. A jurisprudência deste Supremo Tribunal é assente quanto ao não-cabimento de recursos interpostos por terceiros estranhos à relação processual nos processos objetivos de controle de constitucionalidade. 2. Exceção apenas para im- pugnar decisão de não-admissibilidade de sua intervenção nos autos. (...)” (ADI-ED 3615, Rel. Min. Cármen Lúcia, Pleno, j. em 17/03/2008) ADI Genérica – aspectos processuais Lei 9.868/99: Art. 9º. (...) § 1º Em caso de necessidade de escla- recimento de matéria ou circunstância de fato ou de notória insuficiência das informações existen- tes nos autos, poderá o relator requisitar informa- ções adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou fixar data para, em audiência pública, ouvir depoi- mentos de pessoas com experiência e autoridade na matéria. ADI Genérica – aspectos processuais. Lei 9.868/99: Art. 9º. (...) § 2º. O relator poderá, ainda, solicitar informações aos Tribunais Superiores, aos Tribunais federais e aos Tribunais estaduais acerca da aplicação da norma impugnada no âmbito de sua jurisdição . ADI Genérica – aspectos processuais. STF: “(...) é possível, como se entendeu em precedentes desta Corte, utilizar-se do critério da conveniência, em lugar do periculum in mora, para a concessão de medida liminar, ainda quando o dispositivo impug- nado já esteja em vigor há anos.” (ADI-MC 2314) Vide ainda: ADI-MC 1087; ADI-MC 568; ADI-MC 3462; etc. ADI Genérica – aspectos processuais Lei 9868/99: Art. 11. (...) § 1º. A medida cautelar, dotada de eficáciacontra todos, será concedida com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe efi- cácia retroativa . § 2º. A concessão da medida cautelar torna aplicá- vel a legislação anterior acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário . ADI Genérica – aspectos processuais. Efeitos da concessão da cautelar da ADI: Comuns (regra geral) Não-retroativos (ex-nunc ); Gerais (erga omnes ); Repristinatórios; Vinculantes. Excepcionais Retroativos (ex-tunc) ou modulados para o futuro (pro futuro ); Restritos; Não-repristinatórios. ADI Genérica – a decisão final. Lei 9.868/99: Art. 22. A decisão sobre a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo somente será tomada se presentes na sessão pelo menos oito Ministros . ADI Genérica – a decisão final Lei 9.868/99: www.cers.com.br MP E MAGISTRATURAS ESTADUAIS Direito Constitucional - Aula 10 Robério Nunes 5 Art. 23. Efetuado o julgamento, proclamar-se-á a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da disposição ou da norma impugnada se num ou nou- tro sentido se tiverem manifestado pelo menos seis Ministros, quer se trate de ação direta de inconsti- tucionalidade ou de ação declaratória de constituci- onalidade. ADI Genérica – a decisão final. Lei 9.868/99: Art. 23. (...) Parágrafo único. Se não for alcançada a maioria necessária à declaração de constitucionali- dade ou de inconstitucionalidade, estando ausentes Ministros em número que possa influir no julgamen- to, este será suspenso a fim de aguardar-se o comparecimento dos Ministros ausentes, até que se atinja o número necessário para prolação da deci- são num ou noutro sentido. ADI Genérica – a decisão final. Lei 9.868/99: Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se- á improcedente a ação direta ou procedente even- tual ação declaratória; e, proclamada a inconstituci- onalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou improcedente eventual ação declaratória. ADI Genérica – a decisão final. Lei 9.868/99: Art. 26. A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em ação direta ou em ação declaratória é irrecorrí- vel, ressalvada a interposição de embargos decla- ratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória . ADI Genérica – a decisão final Lei 9.868/99: Art. 28. (...) Parágrafo único. A declaração de consti- tucionalidade ou de inconstitucionalidade, inclusive a interpretação conforme a Constituição e a decla- ração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto, têm eficácia contra todos e efeito vincu- lante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública federal, estadual e municipal. ADI Genérica – a decisão final. Efeitos da decisão final da ADI: Comuns (regra geral) Gerais (erga omnes ); Retroativos (ex-tunc ); Repristinatórios (quando a ADI é procedente ); Vinculantes (EUA: binding effect ). Excepcionais Restritos (quórum de 2/3); Não retroativos (ex-nunc) ou modulados para o futu- ro (pro futuro ) – quórum de 2/3; Não-repristinatórios. ADI Genérica – a decisão final. Lei 9.868/99: Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segu- rança jurídica ou de excepcional interesse soci- al, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado . ADI Genérica – a decisão final STF: “(...) parece bastante lógica a possibilidade de que, em sede de reclamação, o Tribunal analise a cons- titucionalidade de leis cujo teor é idêntico, ou mesmo semelhante, a outras leis que já foram objeto do controle concentrado de constitucio- nalidade perante o Supremo Tribunal Federal. (...) Trata-se (...) de um poder ínsito à própria competência do Tribunal de fiscalizar incidental- mente a constitucionalidade (...). Assim, em relação à lei de teor idêntico àquela que já foi objeto do controle de constitucionalidade no STF, poder-se-á, ADI Genérica – a decisão final. STF: por meio da reclamação, impugnar a sua aplicação ou rejeição por parte da Administração ou do Judici- ário, requerendo-se a declaração incidental de sua inconstitucionalidade, ou de sua constitucionalidade, conforme o caso.” (Rcl 4987, decisão concessiva da cautelar do relator Min. Gilmar Mendes). Vide ainda: Voto do Min. Gilmar Mendes na Rcl 3014; Decisão do Rel. Min. Gilmar Mendes na Rcl 5470 ). ADI Genérica – a decisão final. STF: “(...) 2. A jurisprudência majoritária do Supremo Tribunal Federal não reconhece a possibilidade do manejo de reclamação fundada na transcen- dência dos motivos determinantes. (...)” (Rcl 21756 AgR, Rel. Min. EDSON FACHIN, 1ª Turma, j. em 23/02/2016). CESPE – Juiz – TJ/DF 2016. No que se refere à ADPF, assinale a opção correta . a) (...) b) (...) c) (...) d) As decisões definitivas de mérito produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, do dis- positivo e dos fundamentos determinantes, à administração e aos órgãos do Poder Judiciário. e) (...) ADI Genérica – a decisão final www.cers.com.br MP E MAGISTRATURAS ESTADUAIS Direito Constitucional - Aula 10 Robério Nunes 6 Decisão final da ADI e outras ações subjetivas: 1) Em andamento – essas ações não são paralisa- das, mas suas soluções não poderão contrariar a decisão da ADI por força do efeito vinculante desta última, sob pena de reclamação ; e ADI Genérica – a decisão final Decisão final da ADI e outras ações subjetivas: 2) Já julgadas em sentido contrário: a) não cabe reclamação : Súmula 734 do STF; Rcl 2860 AgR; Rcl 19567 AgR; Art. 988, § 5º, I, da Lei nº 13.105/2015 (novo CPC), na redação da Lei nº 13.256/2016. ADI Genérica – a decisão final Decisão final da ADI e outras ações subjetivas: 2) Já julgadas em sentido contrário: b) cabe ação rescisória ? O STF, sob a égide do antigo CPC, afirmou com repercussão geral o cabimento da rescisória se ainda houver prazo : ADI Genérica – a decisão final STF: “(...) 4. Afirma-se, portanto, como tese de repercus- são geral que a decisão do Supremo Tribunal Fe- deral declarando a constitucionalidade ou a inconsti- tucionalidade de preceito normativo [no controle abstrato e concentrado ] não produz a automáti- ca reforma ou rescisão das sentenças anteriores que tenham adotado entendimento diferente; para que tal ocorra, será indispensável a interposi- ção do recurso próprio ou, se for o caso, a pro- positura da ação rescisória própria, nos termos do art. 485, V, do CPC, observado o respectivo prazo decadencial (CPC, art. 495). Ressalva-se desse entendimento , ADI Genérica – a decisão final STF: quanto à indispensabilidade da ação rescisória, a questão relacionada à execução de efeitos futuros da sentença proferida em caso concreto sobre relações jurídicas de trato continuado [esse caso seria de aplicação dos artigos 741, parágrafo único, e 475-L, II e § 1º do antigo CPC, que estabeleciam a inexigibilidade do título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo STF]. (...)” (RE 730462, Rel. Min. TEORI ZA- VASCKI, Pleno, j. em 28/05/2015) ADI Genérica – a decisão final. O Novo CPC (Lei nº 13.105/2016) veicula dispo- sições que interferem nesse quadro, pois (art. 525, § 1º, III, e §§ 12 a 15; art. 535, III, e §§ 5º a 8º): a) passou a admitir expressamente a rescisória no caso de decisão superveniente do STF em sentido contrário não só no controle concentrado,como também no controle difuso ; e b) fixou o início do prazo decadencial da ação rescisória na data do trânsito em julgado da nova decisão do STF . OBS: Estes dispositivos se aplicam apenas a deci- sões transitadas em julgado após a vigência do Novo CPC (art. 1.057). Facebook : www.facebook.com/prof.roberionunes Instagram: @prof.roberionunes
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