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Tunelamento Fernando G. Pilotto UERGS Barreiras de potencial • Vamos ver o que acontece com um trenó que se movimenta no gelo, sem atrito, em direção a uma colina. • O trenó tem energia cinética e energia potencial. 2 2 1 mvK = )(xUU = • A energia total do trenó é: • À medida que o trenó sobe a colina, a energia cinética se transforma em energia potencial. • A altura que o trenó sobe depende da energia cinética inicial. • Se Kini < Ub, o trenó volta pelo mesmo lado. )(221 xUmvE += • A colina é um exemplo de barreira de potencial. • Uma barreira de potencial é uma região onde a energia potencial tem um máximo. • Na física clássica, a barreira só pode ser atravessada se Kini > Umax. • Na física quântica, a barreira pode ser atravessada mesmo que Kini < Umax, esse é o efeito túnel. O efeito túnel • Vamos considerar uma energia potencial “esquemática”: • Essa energia potencial é a mais simples possível para se estudar o efeito túnel. > << < = Lx LxU x xU ,0 0, 0,0 )( 0 • Como a energia potencial não depende do tempo, a função de onda é: • e a equação de Schrödinger é: h/)(),( iEtextx −=Ψ ψ [ ] 0)()()( 2 2 22 =−+ xxUEx dx d m ψψh > << < = Lx LxU x xU ,0 0, 0,0 )( 0 • No intervalo x < 0, temos o problema de partícula livre, pois U(x) = 0 ikxikx BeAex −+=)(ψ 0)()( 2 2 22 =+ xEx dx d m ψψh h mEk 2= • No intervalo 0 < x < L, temos U(x) = U0 > E • A solução é: qxqx DeCex −+=)(ψ [ ] 0)()( 2 02 22 =−+ xUEx dx d m ψψh h )(2 0 EUmq −= [ ] 0)()( 2 02 22 =−− xEUx dx d m ψψh • No intervalo x > L, temos novamente o problema de partícula livre, pois U(x) = 0 ikxikx GeFex −+=)(ψ 0)()( 2 2 22 =+ xEx dx d m ψψh h mEk 2= • As funções de onda que encontramos são: • A partícula vem da esquerda ( ) e colide com a barreira; uma parte é transmitida ( ) e outra parte é refletida ( ). ikxikx GeFex −+=)(ψ qxqx DeCex −+=)(ψ ikxikx BeAex −+=)(ψ ikxAe ikxBe− ikxFe • Portanto, temos: ikxFex =)(ψ qxqx DeCex −+=)(ψ ikxikx BeAex −+=)(ψ • Teorema do Cálculo: – Para a derivada de uma função existir, é necessário que a função seja contínua. • Condições de continuidade: – A solução de uma equação diferencial de primeira ordem deve ser contínua (para a 1ª derivada existir). – A solução de uma equação diferencial de segunda ordem e também a sua derivada devem ser contínuas (para a 1ª e a 2ª derivada existirem). • Condições de continuidade da função • Condições de continuidade da derivada ikLqLqL FeDeCe =+ − DCBA +=+ qDqCikBikA −=− ikLqLqL ikFeqDeqCe =− − Transmissão • O coeficiente de transmissão é definido como: • A quantidade de elétrons que passam pela barreira está relacionada à função de onda nessa região: incidentes elétrons barreira pela passam que elétrons =T ikxFex =)(ψ *** )()( FFeFFexx ikxikx == −ψψ • A quantidade de elétrons que incidem na barreira está relacionada à função de onda correspondente: • O coeficiente de transmissão é então: ikxAex =)(ψ *** )()( AAeAAexx ikxikx == −ψψ * * AA FFT = • A partir das equações de continuidade para a função de onda, pode-se mostrar que: • Se x > 2, podemos aproximar: 1 2 0 2 0 )(sinh)(41 − − += qL EUE UT 2 sinh xx ee x − − = 2 sinh xe x = • Se a partícula for um elétron e se as energias forem expressas em elétron-volts e a largura da barreira em nanômetros, então: L EUm qL h )(2 0 − = L EU 9 34 0 1931 10 2/1063,6 )(106,11011,92 − − −− ⋅ × −×⋅×⋅ = pi EUL −= 0117,5 Exemplo • Um elétron tem energia de 5,1 eV e incide numa barreira com altura de 6,8 eV e largura de 0,75 nm. Calcule o coeficiente de transmissão. • De cada 1.000.000 elétrons incidentes, somente 136 passam pela barreira. 51,58,675,0117,5 =−⋅=qL 4 1 2 2 1036,1)5(sinh)1,58,6(1,54 8,61 − − ×= −⋅⋅ +=T Exemplo • E se a partícula fosse um próton em vez de um elétron? • O próton nunca vai passar pela barreira... 6,22320005 =⋅=qL 194 1 2 2 108,1)6,223(sinh)1,58,6(1,54 8,61 − − ×= −⋅⋅ +=T eletronproton 2000 mm ⋅≈ Corrente de tunelamento • O coeficiente de transmissão foi expresso como: • Essa relação refere-se a probabilidades. • Se o número de partículas que incidem na barreira for alto, podemos escrever uma relação análoga para os valores médios: * * AA FFT = incidente otransmitid N NT = • A corrente de partículas incidentes é: • A corrente de partículas transmitidas é chamada de corrente de tunelamento: • Portanto: t NI incidenteincidente = t TN t NI incidenteotransmitidotunelament == incidenteotunelament ITI ⋅= • Correntes de tunelamento são extremamente importantes em dispositivos eletrônicos como diodos e transistores Microscópio de tunelamento • Os detalhes que podem ser vistos num objeto com os melhores microscópios óticos são da ordem de 300 nm. • O poder de resolução está associado ao comprimento de onda da luz (para a luz ultravioleta, λ = 300 nm). • No microscópio de tunelamento, a imagem é formada por elétrons com comprimento de onda de aproximadamente 5 nm. • Quando a agulha percorre a amostra, ela é deslocada numa distância do tamanho de um átomo. • Isso é obtido através dos cristais de quartzo, um material piezoelétrico, ou seja, que encolhe um pouco quando é aplicada uma diferença de potencial sobre ele. • O espaço entre a agulha e a amostra é uma barreira de potencial para os elétrons. • Uma tensão de 10 mV é aplicada entre a agulha e a amostra, assim surge uma corrente de tunelamento. • Essa tensão é constante, assim a corrente de tunelamento vai variar somente se a distância entre a agulha e a amostra também variar. • Quando o microscópio varre a amostra, a corrente de tunelamento é mantida constante. • Para que isso aconteça, a distância da agulha à superfície tem de ser mantida constante. • Assim, enquanto a agulha se desloca, o microscópio registra a altura da agulha em relação a um nível de referência, e assim mapeia a superfície. Tunelamento e o Prêmio Nobel de Física de 1973 Reona Esaki e Ivar Giaever: pelas descobertas experimentais acerca do tunelamento em semicondutores e supercondutores Brian Josephson: pelas suas predições teóricas sobre propriedades de uma supercorrente através de uma barreira de tunelamento, principalmente em relação aos fenômenos conhecidos em geral como efeitos de Josephson Tunelamento e o Prêmio Nobel de Física de 1986 Ernst Ruska: pelo trabalho fundamental em ótica eletrônica e pela construção do primeiro microscópio eletrônico Gerd Binnig e Heinrich Rohrer: pela construção do microscópio eletrônico de varredura Imagens de microscópio eletrônico Usando um microscópio de tunelamento, pesquisadores da IBM conseguiram arranjar átomos de ferro (cones azuis) depositados sobre uma superfície de cobre (em vermelho), formando uma espécie de curral atômico Em 1990, 35 átomos de xenônio foram arranjados sobre uma superfície de níquel para compor o logotipo da IBM. Com manipulação nessa escala, moléculas podem ser fabricadas, ou modificadas, átomo por átomo. hemoglobina vírus insetos formiga Exercícios 1. No slide 8, mostre que a solução propostaresolve a equação de Schrödinger. 2. Halliday, cap. 38: 66 – 69
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