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RESUMO EXPANDIDO TECNOLOGIAS ASSISTIVAS LUNNAPTICO: O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE UM SOFTWARE PARA AUXILIAR NA COMUNICAÇÃO DE CRIANÇAS AUTISTAS Joêmia Leilane Gomes de Medeiros Marins 1 Welliana Benevides Ramalho2 Alyson Ricardo de Araújo Barbosa3 1. Introdução Este trabalho tem por proposta compartilhar conhecimentos fornecidos durante o processo de aprendizagem e da realização de um projeto de pesquisa, pertencente ao Grupo de Engenharia de Requisitos e Qualidade de Software, da Universidade Federal Rural do Semiárido, campus de Angicos. O presente projeto nasceu a partir da observação da dificuldade de inclusão social de crianças portadoras do Transtorno do Espectro Autista (TEA), partindo de uma estimativa que revela existir 70 milhões de autistas no mundo e, no Brasil essa estimativa é de 2 milhões de pessoas com esse tipo de transtorno (STRELHOW, 2016). Isso mostra uma grande escala de pessoas que podem sofrer algum tipo de exclusão social, principalmente na infância. Existem três características que são afetadas quando se tem o TEA, que são: a interação social, a comunicação e a performance motora. O aplicativo em desenvolvimento aborda a comunicação, como uma maneira de integração dos autistas no meio social. Tal inserção e equidade social de crianças afetadas com esse transtorno, possibilitam que elas tenham, intrinsicamente, as mesmas oportunidades das demais pessoas. Este projeto tem como objetivo disseminar o uso contínuo do Lunapptico nas entidades filantrópicas Associações de Pais e Amigos do Excepcionais (APAEs) dos municípios de Angicos/RN, Assu/RN e Mossoró/RN. Através de ações emergentes que possam contribuir, principalmente, para assegurar melhorias na comunicação e melhoria da vida social das crianças assistidas com as pessoas as quais eles convivem. 1 Doutora em Engenharia Elétrica, professora da UFERSA-Angicos/RN, e-mail leilane.gomes@ufersa.edu.br. 2 Mestre em Ciência da Computação, professora da UFERSA-Angicos/RN, e-mail welliana.ramalho@ufersa.edu.br. 3 Aluno graduando de Sistemas de Informação da UFERSA-Angicos/RN, alysonricardo@hotmail.com. Para tanto, necessitamos de metodologia especificas para a segura que o trabalho está sendo feito com qualidade. 2. Metodologia Para chegarmos ao objetivo fez necessário a utilização de técnicas com Pohl e Rupp (2011) enfatizam as técnicas de pesquisa têm como objetivo elicitar as necessidades precisas e imparciais dos stakeholders, e cita a entrevista e o questionário como as técnicas mais utilizadas. Durante o processo de desenvolvimento deste projeto foram utilizadas algumas técnicas de elicitação de requisitos, que são entrevista semiestruturada e grupo de foco. No caso da entrevista semiestruturada, tem como características que o entrevistado tem questões predefinidas, mas tem a flexibilidade de colocar outras perguntas. A outra técnica foi o um grupo de foco, utilizamos o conceito de Barbosa e Silva (2011) para melhor entendimento, porque em “um grupo de foco, diversas pessoas são reunidas por uma ou duas horas numa espécie de discussão ou entrevista coletiva, guiada por um moderador experiente”. Existem também dentro das mais diversas técnicas de elicitação, a prototipagem é bastante difundida, como sendo uma maneira de auxiliar os stakeholders na coleta de requisitos. De acordo com Braude e Bernstein (2010), a prototipagem faz parte de um conjunto de técnicas da engenharia de requisitos, que tem como objetivo tratar de problemas de relacionamento humano que podem vir a aparecer entre desenvolvedores e usuários, quando se trata de definição de requisitos, sendo importante para se obter ideias sobre as necessidades dos clientes. Sua aplicação minimiza o tempo gasto na coleta de requisitos, promovendo também uma participação ativa de todas as partes interessadas. Baseado nas técnicas de elicitação de requisitos, ao estudo cognitivos, em que evidencia que as tecnologias assistivas contribuíram para a interação homem computador (BARBOSA e SILVA, 2011). Essa interação surgiu significativamente para evoluir as relações no ambiente sócio-cultural, como também minimizar as limitações de pessoas com distúrbios físicos e/ou de aprendizagem (AVILAR; PASSERINO e TAUROCO; 2013). De acordo com o Comitê de Ajudas Técnicas (BRASIL, 2009), “a TA é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, cujo objetivo é promover a funcionalidade relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social”. Com base nas diversas possibilidades de TA, o presente projeto aplicará a categoria de comunicação aumentativa e alternativa, fazendo uso, singularmente, das PECS. A ferramenta em construção, Lunapptico, apresenta-se com um facilitador na interação do autista com as pessoas do seu convívio, utilizado do Sistema de Comunicação Através de Trocas de Figuras. De acordo com Melo (2016) “o PECS visa ajudar a criança a perceber que através da comunicação ela pode conseguir muito mais rapidamente as coisas que deseja, estimulando-a assim a comunicar-se”. Para implementação da PECS é necessário fica atento em seis passos/fases. A primeira é como se comunicar, ou seja, o indivíduo começa a relacionar a figura uma atividade. Na fase seguinte são a distância e a persistência, que consiste em generalizar esta nova habilidade e usá-la em lugares diferentes, com pessoas diferentes e usando distâncias variadas. Na próxima fase é a discriminação das figuras, neste ponto consideram a implementação de mais figura e suas relações com mais atividades. No momento posterior, a ênfase é na estrutura de sentença, na qual o aluno iniciar a construir frase como “eu quero”. Na penúltima, ele respondendo à pergunta, tipo “ O que você quer? ”. Já na última são os alunos aprendem a fazer comentários como: “eu gosto”, “eu quero”, “eu vejo” (PEREIRA, 2014). Os principais fatores de escolha desta ferramenta acontecem porque elas são de fácil adequação, custo de implantação relativamente baixo, não precisa de gasto com treinamento de pessoas para utilização. Sendo assim, mostra-se eficaz, tanto social como economicamente, na inclusão de portadores do transtorno supracitado. O PEC é de fácil adequação por utilizar de figuras podemos ajustar a cada necessidade dos usuários, pois no autista costuma-se ter afeições a objetos ou atividades especificas. Outro ponto da adequação é a possibilidade de utilizar imagens do cotidiano de cada local. Exemplo de figuras das figuras 2 e 3. O custo de desenvolvimento de uma PEC gira entorno do tempo gasto com design na criação das imagens. Mas como é uma pesquisa acadêmica como objetivos sociais a UFERSA e o CNPQ estão subsidiando os custos. As PECs são intuitivas, por isso não necessita um conhecimento especifico para os profissionais que atuam diretamente com os autistas. Portanto, viabilizando economicamente o desenvolvimento do aplicativo. 3. Resultados Na APAE Assu foi realizado entrevistas semiestruturada com os profissionais que lidam diariamente com as crianças portadoras do espectro, o intuito da entrevista foi entender especificamente o déficit de cada criança com relação a capacidade de comunicação. Durante a entrevista realizada, um dos entrevistados ressaltou o quanto essas crianças são resistentes a mudanças de rotina, um fato que implica diretamente nos resultados projetados para esse projeto, onde o propósito é inserir o software Lunapptico no cotidiano das crianças. Uma informação importante da entrevista foi sabea quantidade de autista assistidos na associação, descobrimos que no total de 3 crianças são portadoras do espectro. Na APAE Angicos, realizamos um grupo de foco com os profissionais que atuam na associação, também como na APAE de Assu, tivemos a intenção de encontrar requisitos que subsidia a criação do protótipo, para melhorar a comunicação dos assistidos. Nela encontramos 4 crianças com espectro autista que assistida. No total a população de crianças assistidas no universo das APAES visitada são 7, sendo uma população que habilita a continuidade da pesquisa. Na figura 01, podemos observar essa quantidade citada acima. Vale salienta que não aconteceram visitas a APAE de Mossoró/RN, devido a não conseguimos comunicação da associação. Espera-se que a partir da abordagem dos conceitos e técnicas de elicitação de requisitos, abordagem de aplicação de protótipos e dos conhecimentos obtidos no do estudo de caso, tenhamos todas as informações possíveis para se elaborar um produto de software completo, que consiga a partir de suas funcionalidades ajudar as crianças portadoras do TEA, a desenvolverem as suas habilidades de comunicação, ou seja, que ao final elas venham a desenvolver melhorias neste aspecto. Como resultado desejado que o Lunapptico seja disponibilizado para uso pedagógico, como mediador do trabalho educacional, ou seja, para uso das pessoas que possam compartilhar de uma nova tecnologia, sendo um meio interativo e capaz de facilitar o desenvolvimento e intelecto das crianças que irão utilizá-los. Trazendo à tona a sua relevância social, juntamente com a redução de custos para utilização do público alvo. 4. Figuras e Tabelas 0 2 4 6 Autistas Assu Angicos Figura 01 – Quantidade de Autista nas APAES visitadas 5. Considerações finais No desenvolvimento do software teve-se como um dos principais pontos, a sua objetividade, torna-lo uma solução prática e que contemplasse as seguintes características: a facilidade de aprendizado, satisfação do usuário, facilidade de recordação e eficiência. Alguns dos conceitos cruciais quando se trata de usabilidade e de critério de qualidade de uso da Interação Humano-Computador. Por fim, o desenvolver deste projeto trouxe como principal benefício a possibilidade de entender um pouco sobre o mundo de pessoas portadoras do espectro autista e compreender o quão é importante a inclusão dos mesmos na sociedade. 6. Palavras-chave ( autista. ferramenta. comunicação) 7. Referências AVILAR, B. G.; PASSERINO, L. M.; TAROUCO, L. M. R. Usabilidade em tecnologia assistiva: estudo de caso num sistema de comunicação alternativa para crianças com autismo. Revista Latinoamericana de Tecnologia Educativa (RELATEC), v. 12, p. 115-129, 2013. BARBOSA, S. D. J.; SILVA, B. S. Interação Humano-Computador. Campus-Elsevier, 2011. BRASIL. Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Tecnologia Assistiva, Brasília: CORDE, 2009. BRAUDE, E. J.; BERNSTEIN, M. E. Software Engineering: modern approaches, 2.ed. Chicago: Waveland Press, 2010. MELLO, A. M. S. R. Autismo: guia prático. 8ª ed., São Paulo: AMA, 2016. PEREIRA, C. T. J. A Eficácia das PECS numa Criança com Autismo. 94 f. Trabalho de conclusão de curso (Dissertação) – Psicologia Clínica ramo de Psicoterapias e Psicologia Clínica, Instituto Superior Miguel Torga, Coimbra, 2014. POHL, K. and RUPP, C. Requirements Engineering Fundamentals: A Study Guide for the Certified Professional for Requirements Engineering Exam. Santa Barbara: Rocky Nook, 2011. STRELHOW, T. M. P. B. Autismo e Cotidiano: Um Olhar para as Experiências Familiares, Jundiaí: Paco Editorial, 2016.
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