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Resenha Crítica do Livro Cama de Cimento

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Cama de cimento - uma reportagem sobre o povo das ruas.
Tomás Chiaverini, repórter e autor do livro coloca em choque os Direitos Fundamentais e sociais estabelecidos pela Constituição federal, bem como o papel frustrante do Estado como garantidor desses direitos a todos os cidadãos, incuindo as pessoas que se encontram em situação de rua. Apesar de existirem ONG's e várias políticas públicas que ajudam regulamentar tal situação, ainda se dá destaque para a ineficácia de tais medidas e os problemas decorrentes destas e da falta de preparação dos entes públicos para sanar esse problema que é tão público quanto social. A exclusão e o preconceito que os moradores de rua enfrentam por parte da sociedade é um dos fatores determinantes para que muitos não queiram se resocializar. A falta de oportunidade e a discrimação que sofrem diariamente faz com que essas pessoas não tenham mais esperança em viver com dignidade, se fortificando do despreso da sociedade e das migalhas jogadas ditas como "boas ações" do Estado.
A cidade onde moro é pequena e não há casos de mendigos, porém há muitas pessoas que vivem em condições insalubres por conta da miséria. Julgando pelo tamanho cidade e como os vínculos sociais se estabelecem na mesma, muitas dessas pessoas são ajudadas por vizinhos ou por instituições de caridade que lhes dão alimento e roupas usadas, no entanto inércia da Prefeitura Municipal em prestar assistência social à essas pessoas não é suprida pela caridade de terceiros. 
O livro foi um grande aprendizado tanto social quanto humanitário, pois nos leva a um questionamento profundo sobre o que levou e ainda leva tantas pessoas a se sujeitarem viver de tal forma. Crianças, idosos, homens e mulheres contam como chegaram às ruas. Fatores como, alcoolismo, uso de drogas, abuso sexual, brigas na família, maus tratos, desemprego, etc, foram determinantes para que essas pessoas abandonassem seus lares.
Talvez o que mais fica evidente no livro e nos causa um certo espanto, é que essas pessoas muitas vezes têm a oportunidade de deixar o sofrimento para trás e viver uma vida digna, mas muitas delas preferem permanecer nas ruas, pois acham que já não se enquadram mais nos padrões da sociedade. “Amedrontam mais por serem tão diferentes e tão próximos, mesclando a visibilidade com a invisibilidade. A exclusão se presta como uma linha, em todo o ‘nosso’ território, criando fronteiras imaginárias”, escreve Gilberto Dimenstein no prefácio de Cama de cimento, livro-reportagem sobre o povo das ruas, de Tomás Chiaveri.

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