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resumo completo de etica

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O código é mutável, aperfeiçoado ao longo dos anos.
Ética? Exercício de reflexão sobre os princípios do contexto em que se vive.
Moral: leis, princípios, cultura, valores, bem estar comunitário, sendo introjetados pelo meio, porém é individual (diz o que é certo).
A Psicologia: conquistou espaço autônomo como área de conhecimento e campo de práticas em consequência da produção de ideias e práticas psicológicas no interior de outras áreas do saber. 
P/a contribuir para a solução de problemas relacionados à área da Saúde, à Educação e ao mundo do trabalho e das organizações.
Pereira & Pereira Neto: período de profissionalização da Psicologia.
3 Marcos desse momento: a Reforma de Benjamin Constant no campo educacional, a inauguração dos laboratórios de psicologia junto ao campo educacional e médico, e a criação do código de ética (1975).
Pessotti: critério baseado na presença ou não de instituições c/ vínculos c/ a área psicológica.
3 grandes marcos; criação das Faculdades de Medicina no RJ e na Bahia; constituição do curso de Psicologia na Universidade de São Paulo; e regulamentação da psicologia.
Antunes ( 2006) no Brasil, a profissionalização e autonomização da Psicologia inicia-se com a parceira da psicologia com outros saberes ainda no século XIX, 
Contexto histórico: um país recém-produtivo industrialmente, ideal eugênico como meta cultural e educacional, político singular, formação social dependente e atrasada, mas, ao mesmo tempo, uma busca pela modernidade, pelo caminho da industrialização. 
O Brasil adotou o modelo republicano, conciliado com a ideologia liberal e uma economia de base agrário-comercial e exportadora. Também acontecia uma crescente urbanização e a definição da região Sudeste como polo sócio cultural do país. Essa configuração sócio política influenciou o meio acadêmico intelectual, com a crença na liberdade e a supremacia do individuo diante a sociedade.
Bernardes (2007) afirma que a psicologia construiu-se nas relações que mantinha com esse cenário, no qual os modelos de produção e consumo exigiam a padronização da igualdade, resultado do auge da produção industrial, que requeria alto padrão de produtividade. Diante desse quadro, a Psicologia, em sua nascente, foi marcada pelas estratégias de controle de variedade e produtividade, transformando-se em um saber de forte viés adaptativo. Essa busca por padronização e adaptabilidade se deu em três grandes interfaces do saber psicológico pré-científico. 
Três grandes interfaces do saber psicológico pré-científico: historia da profissão.
1- A Psicologia e as Instituições Médicas: a Psicologia esteve intimamente relacionada com a prática médica e psiquiátrica, em instituições asilares e no âmbito da Medicina Legal. 
Faculdades/Medicina e os hospícios: foram as principais fontes de produção de ideias psicológicas.
A prática médica legal, atuação higienicistas, buscava erradicar ou minimizar as doenças infecto-contagiosas presentes nas cidades em desenvolvimento, essas atuações dispersaram-se nas cidades, por meio de políticas públicas de saneamento básico e atingiu a educação moral e física das famílias, que passaram a se responsabilizar também pelos cuidados com a higiene pública e privada.
Os ideais higienicistas aos princípios da eugenia, ligados ao pensamento racista brasileiro. Decorria a teoria da degenerescência (alteração), adoção de medidas higienicistas, tinha finalidade do embranquecimento da raça brasileira. 
As teorias da degenerescência e da eugenia extrapolavam os muros dos asilos e hospícios, propondo ações de disciplinarização da sociedade e dos seus corpos familiares. 
Originou; cruel de exclusão do louco e a preocupação com práticas profiláticas diante da loucura. 
Nos hospícios, havia a produção de conhecimento psicológico a partir das práticas nos laboratórios criados na época. 
*Colônia de Psicopatas do Engenho de Dentro, Tornou-se nove anos depois, o Instituto de Psicologia, subordinado ao Ministério da Educação e da Saúde Pública.
Produzia pesquisas temáticas em psicologia sobre seleção e orientação profissional, fadiga em trabalhadores menores de idade, seleção de aviadores, psicometria, entre outras.
Laboratório Liga Brasileira de Higiene Mental, onde se realizaram vários simpósios e seminários de Psicologia, com o intuito de divulgar as pesquisas realizadas. Predominava o ideal eugênico, profilático e a preocupação com a educação dos indivíduos mal adaptados. 
A Liga propôs ao Ministério da Educação e da Saúde Pública, a presença obrigatória de gabinetes de Psicologia, junto às Clínicas Psiquiátricas.
O movimento antipsiquiátrico, com Ulysses Pernambucano e seu modelo humanista e existencial de atendimento dos doentes mentais. Também propiciou contribuições para a Educação e investia na formação dos funcionários: os monitores de saúde mental e auxiliares psicólogos.
A evolução do pensamento psicológico no interior da Medicina até o século XIX preparou o terreno para que o conhecimento e a prática da Psicologia se desenvolvessem, tendo assim contribuído para a penetração da Psicologia Científica e sua definição como campo autônomo de conhecimento e ação, o que veio a se concretizar nas décadas iniciais do século XX.
2- A Psicologia em Instituições Educacionais: Com o desenvolvimento urbano-industrial, no século XX, o pensamento republicano aliado ao positivismo e à ideologia liberal, mostrava uma preocupação com uma educação humanista e cientificista.  
Surge no Brasil, uma corrente educacional que reivindicava a ampliação do número de escolas e o combate ao analfabetismo, a partir do ideário escolanovista.
Reformas importantes educacionais: ocorreu a renovação e ampliação educacional em 1882, por Rui Barbosa e a maior liberdade, laicidade e gratuidade de ensino por(Benjamin-1890). 
O escolanovismo introduzindo disciplinas científicas, como a Psicologia e a Lógica, no lugar da Filosofia de cunho humanista, desenvolvendo transformações econômicas, políticas e sociais, no Brasil, mas com eles surge os graves conflitos nos aspectos políticos e sociais, resultando  uma mudança significativa no ponto de vista intelectual brasileiro. 
A Psicologia, enquanto saber foi essencial no projeto educacional do país, no inicio do século XX, pois serviu como pilar de sustentação científica para a consolidação do escolanovismo, ao cuidar dos sujeitos e das suas diferenças individuais (Psicologia Diferencial), ao estudar o processo de desenvolvimento vital, ao observar os processos de ensino-aprendizagem e ao criar testes de inteligência e de seleção profissional.
A interface entre a Educação e a Psicologia, com produções significativas nas áreas de testes psicológicos de nível mental, aptidão, de cunho pedagógico, padronização de testes coletivos, entre outros, com o intuito de formar pesquisadores na área da Psicologia. 
É indicada a importância das Escolas Normais para o estabelecimento da Psicologia Científica no Brasil, seja compondo os currículos ou construindo laboratórios de psicologia.
1925-Lourenço Filho revitalizou o laboratório de Psicologia Experimental, junto a Escola Normal de São Paulo, que se tornou anos depois Gabinete de Psicologia e Antropologia Pedagógica, com produções vinculadas à medida de funções psicológicas, com destaque para estudos perceptivos.
3- A Psicologia e a organização do trabalho: com o futuro promissor de desenvolvimento urbano-industrial desde o século XIX, o Brasil assistiu a emergência de diferentes camadas sociais, uma diversificação das atividades produtivas e novos conflitos sociais oriundos da complexificação econômica do país.
Em pleno século XX, as primeiras experiências da aplicação de Psicologia ao mundo do trabalho, confirmando-a como um "conjunto de conhecimento e práticas capazes de dar respostas e subsidiar ações que interviessem nos problemas sociais".
A psicologia inseria se nesse cenário, buscando promover ações que maximizassem a produção industrial.
Com finalidade: controle social nas indústrias, onde grupos de operárioscomeçavam a se organizar contra condições subumanas de trabalho, mantidas pelos modelos tayloristas e fordistas de produção.
1929: criou-se o Instituto de Organização Científica do Trabalho, que possuía diferentes funções, como seleção e educação profissional, organização psicológica do modo de produção, mas, não conseguiu se mantiver devido a crises econômicas.
1930, Aldo Mario de Azevedo, criou-se o Instituto Paulista de Eficiência, que facilitou a Organização Racional do Trabalho, que se desdobrou em instituições de claro cunho psicológico, como a Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes.
Psicologia serviu como função de sustentáculo cientifica dos novos métodos administrativos, onde imperava a lógica racional e científica de atuação, seja pelos testes implementados ou por processos de seleção profissional objetivos, onde os individuo era compreendido como uma peça material do processo produtivo, inclusive pela própria Psicologia, que o nominava como parte dos Recursos Humanos.
A Psicologia foi regulamentada como profissão no Brasil: 1962, a Lei nº 4119, 27/08/1962. 
Dezembro de 1962: aprovou-se o parecer nº 403/62, relator Conselheiro Valnir Chagas, primeira vez, fixava oficialmente um currículo mínimo de Psicologia, objetivando estabelecer os direitos do exercício profissional. 
Conselho Federal de Psicologia: criado 1971, órgão de zelar pela organização do exercício profissional e que congregava todos os psicólogos brasileiros. Com o intuito de regulamentar, orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão.
Primeiro Código de Ética: 1975, pela resolução CFP 008/75, por uma Comissão de Ética.  
Aprovado um decreto-lei que ampliava o regime didático da Filosofia, referindo-se à possibilidade de ter diploma de licenciado em Psicologia, quem por exemplo, fosse aprovado nos três primeiros anos do curso de Filosofia, em cursos de Biologia, Fisiologia, Antropologia, Estatística e em cursos de especialização de Psicologia.
Presidente da República João Goulart, 21-08-1962, a Lei nº 4.119 dispondo sobre os Cursos de Formação de Psicólogos.
Permitindo, aos portadores de diplomas/certificados de especialista em Psicologia, Psicologia Educacional, Psicologia Clínica e Psicologia Aplicada ao Trabalho.
Marco essencial para a profissionalização da Psicologia: Decreto 53464, em 1964, regulamenta-se definitivamente a Lei 4119 e se estruturam os cursos de psicologia, junto às Faculdades de Filosofia, em cursos de bacharelado, licenciatura e psicologia.  A lei estabelece como "funções privativas do psicólogo brasileiro o diagnóstico psicológico, a orientação e seleção pessoal, a orientação psicopedagógica, a solução de problemas de ajustamento, a colaboração em assuntos psicológicos ligados a outras ciências".
Conselho Federal de Psicologia(CFP): é uma autarquia de direito público, com autonomia administrativa e financeira, cujos objetivos, além de regulamentar, orientar e fiscalizar o exercício profissional, como previsto na Lei 5766/1971, regulamentada pelo Decreto 79.822, de 17 de junho de 1977,  deve promover espaços de discussão sobre os grandes temas da Psicologia que levem à qualificação dos serviços profissionais prestados pela categoria à sociedade. 
1976, elegeu-se o segundo Conselho Federal, focado em fortalecer a imagem profissional do psicólogo brasileiro, assim como também oficializar o exercício de fiscalização em relação ao exercício profissional, sob uma Comissão de Fiscalização,  fixada pela Resolução nº 3, de 27-02-1977.O CFP: passou por diferentes momentos dentro do contexto sociopolítico brasileiro, foi com a democratização e com a Constituição Cidadã, em 1988, que esse órgão passou a seguir uma vocação mais crítico-social, criando inúmeras Comissões pertinentes e comprometidas com a realidade brasileira. 
Comissões permanentes:Comissão de Direitos Humanos: Resolução CFP nº 11/1998 tem como atribuições: incentivar a reflexão sobre os direitos humanos inerentes à formação, à prática profissional e à pesquisa em Psicologia; intervir em todas as situações em que existam violações dos direitos humanos que produzam sofrimento mental; participar de todas as iniciativas que preservem os direitos humanos na sociedade brasileira; apoiar o movimento internacional dos direitos humanos;  e lutar contra todas as formas de exclusão que violem os direitos humanos e provoquem qualquer tipo de sofrimento mental.
Comissão de Análise sobre Título Especialista: Resolução CFP nº 014/200, revogada pela Resolução CFP nº 013/2007: criada para fins de concessão de credenciamento de cursos de especialista e análise de recursos sobre títulos de especialistas. Essa comissão também tem a responsabilidade de subsidiar o plenário do CFP para as diversas demandas relacionadas ao tema “Especialidades em Psicologia”.
Comissão Nacional de Credenciamento de sites: Resolução CFP nº 003/2000, revogada pela Resolução CFP nº 012/2005:  além de realizar avaliação dos sites que oferecem serviços de Psicologia, apresenta sugestões para o aprimoramento dos procedimentos e critérios envolvidos nesta tarefa e subsidia o Sistema Conselhos de Psicologia a respeito da matéria.
Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica: Resolução CFP nº 025/2001, revogada pela Resolução CFP nº 002/2003:  integrada por psicólogos convidados de reconhecido saber em testes psicológicos, tem como objetivo analisar e emitir parecer sobre os testes psicológicos encaminhados ao CFP, com base nos parâmetros definidos nesta Resolução, bem como apresentar sugestões para o aprimoramento dos procedimentos e critérios envolvidos nessa tarefa, subsidiando as decisões do Plenário a respeito da matéria.
Século XXI, enfrentamos um período de profissionalização mais madura, porém a Psicologia sofre com as alterações e crises sócio econômicas, causando uma maior proliferação de faculdades de psicologia, a queda na qualidade da formação e, ao  mesmo tempo, uma degradação do valor do trabalho do psicólogo no mercado de trabalho. Há novos espaços de atuação profissional que surgem devido, inclusive, a uma crise mercadológica e epistêmica no cenário clínico. Surgem  novos dilemas éticos situados nos fenômenos intersubjetivos da contemporaneidade, desafiando a categoria profissional a se rever continua e criticamente. Esse é o processo de profissionalização aberto e ainda por ser feito, na prática cotidiana de uma profissão relativamente nova em nosso país.
INTRODUÇÃO AO CÓDIGO DE ÉTICA: Toda profissão ao se definir como um conjunto de práticas e teorias que buscam atender as necessidades psicossociais de uma população, controlada por padrões técnicos e éticos, organiza-se e regulamenta-se a partir de um documento deontológico, denominado comumente de Código de Ética. 
1967 primeiro Código de Ética do Psicólogo (Arrigo Angelini): aprovado pela Associação Brasileira de Psicólogos, presidida por Arrigo Angelini, possuía cinco princípios fundamentais e 40 artigos, em 1975, foi modificado e reorganizado como oficialmente o primeiro Código de Ética.
1979 segundo Código de Ética da profissão (Romaro) em tempos de ditadura militar no Brasil. documento possuía, cinco princípios fundamentais e 50 artigos, com grifos sobre o trabalho do psicólogo em equipes multiprofissionais.
1987 terceiro Código de Ética Profissional da Psicologia(Romaro), mais denso e com grande quantidade de artigos e alíneas, refletindo, as dificuldades enfrentadas na confecção desse documento em um momento de transição da ditadura para a redemocratização do país. 
Novo cenário e dos novos fazeres, a Psicologia Brasileira foi chamada a participar de um processo de reflexão e construção de novas diretrizes para as ações profissionais da Psicologia. 
2001: inicio o processo de criar um novo código, os psicólogos foram convocados a confeccionar um novo código, superando o anterior que havia sido feito em 1987. O código anterior era direcionadas ao campo clínico, e não dialogava com as novas configurações psicossociais e com leis mais modernas, como o Estatuto da Criançae do Adolescente(1990). A caminho do quarto código profissional.
2005: O novo Código de Ética do Psicólogo(quarto código); que foi resultante do percurso histórico da Psicologia frente às novas demandas sociais e também como carta que dialoga ativamente com a Cultura de Direitos Humanos, instituída a partir da Constituição Federal de 1988.
Esse documento promulgado em 27-08- 2005, no Brasil: Ele veio responder, principalmente,  ao contexto organizacional e institucional, oriundo de um pedido social para as entidades representativas, os Conselhos Regionais de Psicologia. Portanto, esse é um Código que veio atender à evolução do contexto institucional do Brasil, com a crescente democratização e industrialização.
O novo Código de Ética do Psicólogo é um projeto profissional coletivo, que desenha uma possível nova identidade desse sujeito que trabalha e faz psicologia no Brasil, assim o novo código foi pensado dentro do movimento da história da Psicologia, na sua prática com a sociedade brasileira. Um dos pressupostos presentes na construção do nosso código refere-se à ética material aristotélica.
Princípios que:  representa essa história; valoriza o sujeito na perspectiva social; respeita as diversidades humanas na trama sócia cultural; reconhece a diversidade interna da própria Psicologia em suas diferentes teorias e fazeres; garante os direitos do individuo e apresenta uma perspectiva de promoção de saúde.
As concepções filosóficas referentes à concepção de homem e de mundo presentes no Código de Ética podem ser reconhecidas em dois eixos: A e B 
A) Aristotélico: ressalta a concepção de homem como um animal político e que tem sua existência permeada de sentido no coletivo. Visão humana: possui estrutura biopsíquica, no qual o psique é fundamental, um ser racional(psique) e soma (corpo).
 “ele é um animal racional que fala e discorre, enquanto ser dotado de logos, o homem transcende de alguma maneira a natureza e não pode ser considerado simplesmente um ser natural”.
Visão de homem presente, na maioria dos Códigos de Ética profissionais do Ocidente, afirma que o homem é um animal político (Zoôn politikón) por natureza. Afirma que o indivíduo, não é auto-suficiente e necessita sempre do Outro nas relações de sociabilidade.
A) Concepção Aristotélica: Pegoraro (2006) delimita quatro eixos em torno dos quais giram o projeto ético aristotélico, denominado de material, são eles: (1) a ética é natural, emerge da estrutura biológica do ser humano; (2) a ética é finalista, todas as escolhas e decisões humanas visam alcançar um fim, produzir um bem; (3) a ética é racional, ou seja, a razão deve harmonizar a luta entre os desejos instintivos do homem e as exigências sociais; (4) a ética é heterônoma, ou seja, ela vem do exterior, não está dada, o homem nasce como um animal ético que precisará escolher, pelo uso da razão que o faz  livre.
Código de Ética do Psicólogo: Pode-se aprender com a visão aristotélica de homem e de projeto ético, pois ela ensina que o humano se define como ser complexo, pertencente ao mesmo tempo, à natureza, como ser biológico, mas também como um ser político, que se organiza a partir da sua racionalidade. Ao se inserir na comunidade citadina, o homem torna-se ético, usa de sua razão para ser livre e escolher, dentro da complexidade sócio-política a qual pertence. Portanto, o exercício ético depende das condições materiais e sociais dessa realidade que o cerca.
b) Sócio histórico: destaca a constituição do homem a partir da condição humana e da relação com a sociedade e a cultura em que está inserido. Desse modo, percebe-se como a Psicologia Sócia Histórica está presente na elaboração do novo Código de Ética do Psicólogo, em suas premissas filosóficas e antropológicas, partindo de uma visão de homem atuante, crítico e criativo, que pode vir a transformar o seu cotidiano, convidando a humanidade ao inusitado e a vida.
B) Concepção Sócio Histórica: Essas concepções naturalizadas, segundo a autora, implicam em práticas normativas, fechadas, inflexíveis que dificultam ou impedem o movimento de transformação social. Ao contrário, no viés sócio histórico, a consideração do determinante histórico permite o incentivo de práticas voltadas à liberdade e autonomia dos sujeitos, garantindo os seus direitos, pois eles podem aprender com os acontecimentos passados, abrindo assim, uma maior oportunidade de uma vida melhor e saudável. 
Código de Ética do Psicólogo: Na visão sócio histórica concebe-se o homem dialeticamente como um ser produzido pelas condições sócio históricas, culturais e econômicas, mas também como um ser produtor da sua realidade. Essa capacidade de transformar o mundo e a si mesmo, está em conformidade com a filosofia do Código de Ética do Psicólogo, que em seu preâmbulo reafirma:
Se o homem é um ser de relação, sujeito a contínuas mudanças na sua luta por ocupar, a cada momento, o espaço que lhe compete no mundo e se, ao mesmo tempo, ele é o sujeito e o objeto do estudo da Psicologia, segue que qualquer sistema ou Código só será real se sujeito, também ele, a essa transitoriedade que é própria do homem à procura de seu destino e significação. 
Código de Ética em diálogo com a Cultura de Direitos Humanos
O novo Código de Ética do Psicólogo: resultado de um percurso histórico da Psicologia frente as novas demandas psicossociais e diante as suas práticas profissionais ampliadas, fomentando a produção de conhecimento científico com as novas interfaces da Psicologia com a área jurídica, do esporte, da informática entre outras.
O Código de Ética Profissional: dialoga com mudanças sociais e econômicas no panorama nacional, disparadas pela crescente democratização nos anos 90, quando o Brasil tornou-se um país em desenvolvimento, guiado por uma Constituição Federal Brasileira denominada Cidadã (1988).
A Carta Magna Federativa foi construída num cenário político ainda marcado pelos resquícios da ditadura militar, porém sensível à instituição de uma Cultura de Direitos Humanos, na qual o sujeito cidadão tem papel destacado. É uma Constituição que privilegia a garantia dos direitos sociais, não descuidando dos individuais. Sem dúvida, uma carta comprometida com uma filosofia de bem estar social, sensível aos movimentos sociais e políticos, a serviço da cidadania.
Juristas Bittar (2006), afirma que a Constituição Federal Brasileira de 1988 promoveu uma mudança paradigmática importante: privilegiou o cuidado ético e cidadão com o humano, antes destinado predominantemente ao Estado Maior. 
Lei Federal que defende a dignidade humana frente a quaisquer postulados jurídicos, como se vislumbra no preâmbulo dessa Constituição: No ano de 1990, o Brasil ampliou a lógica cidadã da Constituição Federal, aprovando a lei nº 8.069, denominada de Estatuto da Criança e do Adolescente. Essa ação tinha como meta promover uma lei nacional de proteção integral para as crianças e adolescentes. 
Promulgada no artigo 3º: A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.( ELIAS, p 3, 1994).
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) como uma referência na Cultura de Direitos Humanos do país, pois ele anuncia o compartilhamento da responsabilidade social entre família, Estado e sociedade, em defesa dos direitos desses cidadãos.
O novo Código Civil: A fim de garantir aos sujeitos seus direitos, e abrir espaço para políticas públicas que promovam o pleno desenvolvimento psicossocial dos seus cidadãos. Ex: novas configurações familiares, as uniões estáveis validadas a partir de dois anos de convivência, inclusive entre parceiros do mesmo sexo. 
7 Princípios do Código Profissional do Psicólogo. é preciso tornar o Código de Ética do Psicólogo um instrumento ético e político, concretizando-oem um cotidiano profissional atuante e crítico, para então,  construir uma Psicologia que possa transformar o sonho individual  em  projetos coletivos e emancipadores.
1- O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Seguintes atribuições:- Incentivar a reflexão e o debate sobre os direitos humanos inerentes à formação, à prática profissional e à pesquisa em psicologia;- Estudar os múltiplos processos de exclusão enquanto fonte de produção de sofrimento mental, evidenciando não apenas seu modo de produção sócio-econômico como também os efeitos psicológicos que constituem sua vertente subjetiva;
-Intervir em situações concretas onde existam violações dos direitos humanos que estejam produzindo sofrimento mental;
- Participar ativamente das lutas pela garantia dos direitos humanos na sociedade brasileira;- Apoiar e prestar solidariedade aos movimentos nacionais e internacionais de direitos humanos;-Intervir em situações em que ações do Estado ou de setores sociais específicos produzam algum tipo de sofrimento mental;- Buscar soluções para a omissão de ações do Estado, especialmente relativas o sofrimento psíquico dos excluídos.2- O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Atenção à saúde: os profissionais devem estar aptos a desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde psicológica e psicossocial, tanto em nível individual quanto coletivo, bem como a realizar seus serviços dentro dos mais altos padrões de qualidade e dos princípios da ética/bioética.3- O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade política, econômica, social e cultural.4- O psicólogo atuará com responsabilidade, por meio do contínuo aprimoramento profissional, contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia como campo científico de conhecimento e de prática. 
Art. 3º O curso de graduação em Psicologia tem como meta central a formação do psicólogo voltado para a atuação profissional, para a pesquisa e para o ensino de Psicologia, e deve assegurar uma formação baseada nos seguintes princípios e compromissos: I: construção e desenvolvimento do conhecimento científico em Psicologia.5- ciência psicológica, aos serviços e aos padrões éticos da profissão.
6- O psicólogo zelará para que o exercício profissional seja efetuado com dignidade, rejeitando situações em que a Psicologia esteja sendo aviltada.7- O psicólogo considerará as relações de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relações sobre as suas atividades profissionais, posicionando-se de forma crítica e em consonância com os demais princípios deste Código.
OS PRINCÍPIOS BIOÉTICOS E A PSICOLOGIA: Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas envolvendo seres humanos.
Finalidade: assegurar os direitos do sujeito que esteja participando de pesquisas científicas, garantindo a ele, entre outros: o direito à autonomia na decisão de participar ou não do projeto de pesquisa, o direito ao consentimento livre e esclarecido, entre outros.
A Resolução 466/12 encontra-se amparada pela Cultura dos Direitos Humanos e pela Bioética, aplicadas à prática científica, nos cuidados mantidos com o participante da pesquisa. Para isso, os Comitês de Ética necessitam aprovar os protocolos de pesquisas e os projetos desenvolvidos.
Resolução 196/96, estabelece alguns critérios para a aprovação dos protocolos de pesquisa, a partir de uma preocupação básica com a minimização de riscos e a proteção dos direitos dos participantes de pesquisas.Tais como:
Relevância social: os estudos devem contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas envolvidas nas pesquisas, ampliando o conhecimento aplicável a diferentes contextos sociais;
Validade científica: o desenho metodológico deve garantir a validade da pesquisa e a apropriação de resultados pelos países envolvidos;
Seleção equitativa: a escolha dos participantes deve seguir objetivos definidos pela pesquisa e não atender as amostras de conveniência. Pessoas vulneráveis devem ser protegidas e não podem ser excluídas do envolvimento na pesquisa sem razões científicas;
Balanço favorável entre riscos e benefícios: as pesquisas tem que ser conduzidas de acordo com o melhor padrão de atenção à saúde disponível. Deve ser feita uma avaliação dos potenciais riscos e benefícios para os participantes;
Revisão ética do protocolo: deve ser realizada por um Comitê de Ética em pesquisa, de conformação colegiada, que atue de forma independente;
Consentimento livre e esclarecido: é tido como uma das peças centrais à avaliação ética de um protocolo de pesquisa. Deve ser considerado um processo e não apenas um ato de apresentação de um documento escrito ou oral. O objetivo é garantir a livre e informada decisão de um individuo em participar de um estudo;
Respeito pelos participantes: ultrapassa o instante do estabelecimento do vínculo e da assinatura do termo de consentimento. Refere-se à proteção da confidencialidade, ao acesso a informações sobre a pesquisa e ao direito de se retirar do estudo a qualquer momento;
Capacitação e fortalecimento local: a pesquisa colaborativa internacional deve contribuir para o crescimento científico local e para a consolidação do processo de revisão ética das pesquisas.
4princípios bioéticos: 1-Princípio bioético da Autonomia: o sujeito é livre e consciente de escolher se participa da pesquisa. Compartilhando informações e conhecimentos de modo didático e compreensível ao sujeito, para que então, ele tome a melhor decisão. Assim a pesquisas científicas alcança-se a autonomia, quando se oferece o termo de consentimento livre e esclarecido ao sujeito, em uma linguagem acessível, explicitando os direitos e deveres do participante. Assim como relatando de forma sucinta, os aspectos metodológicos e analíticos da pesquisa, para que se tenha conhecimento global do trabalho científico que poderá vir a participar.2- Principio da não maleficência: não fazer o mal ao sujeito da pesquisa, isso quer dizer, não ter nenhuma atitude interventiva, seja clínica ou dialógica, que coloque em risco a saúde biopsicossocial do individuo, o pesquisador deve realizar uma reflexão criteriosa sobre os riscos envolvidos em sua pesquisa, e caso não seja possível evitá-los completamente, apresentar ao sujeito da pesquisa, possíveis suportes e amparos para lidar com qualquer mal estar, prejuízo suscitado pela pesquisa científica.
3- Principio da Beneficência: fazer o bem ao sujeito da pesquisa, o que significa promover ganhos com a atividade investigativa, seja no tratamento de uma doença, seja na testagem de medicamentos, ou então, num ganho psicossocial ao refletir conjuntamente com o pesquisador sobre um tema de relevância pessoal e social. 4- Principio da equidade e/ou justiça social: preocupação em promover o bem estar coletivo e a igualdade social com a pesquisa científica, universalizando o conhecimento desenvolvido e retroalimentando o serviço de saúde que usufrui das pesquisas para atender o grande público.
Esse se aproxima no Novo Código do Psicólogo em vários momentos, são eles:Princípio fundamental V, que versa principalmente sobre o valor da justiça social, ao afirmar que O psicólogo contribuirá para promover a universalização do acesso da população às informações, ao conhecimento da ciência psicológica, aos serviços e aos padrões éticos da profissão.
Deveres fundamentais (art. 1º), nas alíneas:(c) ao reafirmar seu serviço em prol dos seus clientes com dignidade, ao prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho dignas e apropriadas à natureza desses serviços, utilizando princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência psicológica, na éticae na legislação profissional;
(e) ao realizar a ponderação entre os riscos e benefícios do seu serviço, ao estabelecer acordos de prestação de serviços que respeitem os direitos do usuário ou beneficiário de serviços de Psicologia;(f) garantir o sigilo profissional como dever ético, ao fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços psicológicos, informações concernentes ao trabalho a ser realizado e ao seu objetivo profissional;
(g) ao realizar a devolutiva do seu serviço- informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação de serviços psicológicos, transmitindo somente o que for necessário para a tomada de decisões que afetem o usuário ou beneficiário.
Art. 16 - O psicólogo, na realização de estudos, pesquisas e atividades voltadas para a produção de conhecimento e desenvolvimento de tecnologias:
 a. Avaliará os riscos envolvidos, tanto pelos procedimentos, como pela divulgação dos resultados, com o objetivo de proteger as pessoas, grupos, organizações e comunidades envolvidas;
b. Garantirá o caráter voluntário da participação dos envolvidos, mediante consentimento livre e esclarecido, salvo nas situações previstas em legislação específica e respeitando os princípios deste Código;
c. Garantirá o anonimato das pessoas, grupos ou organizações, salvo interesse manifesto destes;
d. Garantirá o acesso das pessoas, grupos ou organizações aos resultados das pesquisas ou estudos, após seu encerramento, sempre que assim o desejarem.
Código de Ética da Psicologia, o psicólogo brasileiro: é preciso tornar o Código de Ética do Psicólogo um instrumento ético e político, concretizando-o em um cotidiano profissional atuante e crítico, para então,  construir uma Psicologia que possa transformar o sonho individual  em  projetos coletivos e emancipadores.
Penalidades dispositivos legais ou regimentais:1.Advertência;2.Multa;3.Censura pública;4.Suspensão do exercício profissional, por até 30 (trinta) dias, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia;5. cassação do exercício profissional, do Conselho Federal de Psicologia
7- PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
I. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. 
III. O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade política, econômica, social e cultural. 
IV. O psicólogo atuará com responsabilidade, por meio do contínuo aprimoramento profissional, contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia como campo científico de conhecimento e de prática. V. O psicólogo contribuirá para promover a universalização do acesso da população às informações, ao conhecimento da ciência psicológica, aos serviços e aos padrões éticos da profissão. 
VI. O psicólogo zelará para que o exercício profissional seja efetuado com dignidade, rejeitando situações em que a Psicologia esteja sendo aviltada. 
VII. O psicólogo considerará as relações de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relações sobre as suas atividades profissionais, posicionando-se de forma crítica e em consonância com os demais princípios deste Código. 
DAS RESPONSABILIDADES DO PSICÓLOGO: Art. 1º –deveres fundamentais dos psicólogos: 
a) Conhecer, divulgar, cumprir e fazer cumprir este Código; 
b) Assumir responsabilidades profissionais somente por atividades para as quais esteja capacitado pessoal, teórica e tecnicamente; 
c) Prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho dignas e apropriadas à natureza desses serviços, utilizando princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência psicológica, na ética e na legislação profissional; 
d) Prestar serviços profissionais em situações de calamidade pública ou de emergência, sem visar benefício pessoal; 
e) Estabelecer acordos de prestação de serviços que respeitem os direitos do usuário ou beneficiário de serviços de Psicologia; 
f) Fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços psicológicos, informações concernentes ao trabalho a ser realizado e ao seu objetivo profissional; 
g) Informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação de serviços psicológicos, transmitindo somente o que for necessário para a tomada de decisões que afetem o usuário ou beneficiário; 
h) Orientar a quem de direito sobre os encaminhamentos apropriados, a partir da prestação de serviços psicológicos, e fornecer, sempre que solicitado, os documentos pertinentes ao bom termo do trabalho; 
i) Zelar para que a comercialização, aquisição, doação, empréstimo, guarda e forma de divulgação do material privativo do psicólogo sejam feitas conforme os princípios deste Código; 
j) Ter, para com o trabalho dos psicólogos e de outros profissionais, respeito, consideração e solidariedade, e, quando solicitado, colaborar com estes, salvo impedimento por motivo relevante; 
k) Sugerir serviços de outros psicólogos, sempre que, por motivos justificáveis, não puderem ser continuados pelo profissional que os assumiu inicialmente, fornecendo ao seu substituto as informações necessárias à continuidade do trabalho; 
l) Levar ao conhecimento das instâncias competentes o exercício ilegal ou irregular da profissão, transgressões a princípios e diretrizes deste Código ou da legislação profissional. 
Art. 2º – Ao psicólogo é vedado: 
a) Praticar ou ser conivente com quaisquer atos que caracterizem negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade ou opressão; 
b) Induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções profissionais; 
c) Utilizar ou favorecer o uso de conhecimento e a utilização de práticas psicológicas como instrumentos de castigo, tortura ou qualquer forma de violência; 
d) Acumpliciar-se com pessoas ou organizações que exerçam ou favoreçam o exercício ilegal da profissão de psicólogo ou de qualquer outra atividade profissional; 
e) Ser conivente com erros, faltas éticas, violação de direitos, crimes ou contravenções penais praticados por psicólogos na prestação de serviços profissionais; 
f) Prestar serviços ou vincular o título de psicólogo a serviços de atendimento psicológico cujos procedimentos, técnicas e meios não estejam regulamentados ou reconhecidos pela profissão; 
g) Emitir documentos sem fundamentação e qualidade técnicocientífica; 
h) Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas psicológicas, adulterar seus resultados ou fazer declarações falsas; 
i) Induzir qualquer pessoa ou organização a recorrer a seus serviços; 
j) Estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, que tenha vínculo com o atendido, relação que possa interferir negativamente nos objetivos do serviço prestado; 
k) Ser perito, avaliador ou parecerista em situações nas quais seus vínculos pessoais ou profissionais, atuais ou anteriores, possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliação; 
l) Desviar para serviço particular ou de outra instituição, visando benefício próprio, pessoas ou organizações atendidas por instituição com a qual mantenha qualquer tipo de vínculo profissional; 
m) Prestar serviços profissionais a organizações concorrentes de modo que possam resultar em prejuízo para as partes envolvidas, decorrentes de informações privilegiadas; 
n) Prolongar, desnecessariamente, a prestação de serviços profissionais; 
o) Pleitear ou receber comissões, empréstimos, doações ou vantagens outras de qualquer espécie, além dos honorários contratados, assim como intermediar transações financeiras; 
p) Receber, pagar remuneração ou porcentagem por encaminhamentode serviços; 
q) Realizar diagnósticos, divulgar procedimentos ou apresentar resultados de serviços psicológicos em meios de comunicação, de forma a expor pessoas, grupos ou organizações. 
Art. 3º – O psicólogo, para ingressar, associar-se ou permanecer em uma organização, considerará a missão, a filosofia, as políticas, as normas e as práticas nela vigentes e sua compatibilidade com os princípios e regras deste Código. 
Parágrafo único: Existindo incompatibilidade, cabe ao psicólogo recusar-se a prestar serviços e, se pertinente, apresentar denúncia ao órgão competente. 
Art. 4º – Ao fixar a remuneração pelo seu trabalho, o psicólogo: 
a) Levará em conta a justa retribuição aos serviços prestados e as condições do usuário ou beneficiário; 
b) Estipulará o valor de acordo com as características da atividade e o comunicará ao usuário ou beneficiário antes do início do trabalho a ser realizado; 
c) Assegurará a qualidade dos serviços oferecidos independentemente do valor acordado. 
Art. 5º – O psicólogo, quando participar de greves ou paralisações, garantirá que: 
a) As atividades de emergência não sejam interrompidas; 
b) Haja prévia comunicação da paralisação aos usuários ou beneficiários dos serviços atingidos pela mesma. 
Art. 6º – O psicólogo, no relacionamento com profissionais não psicólogos: 
a) Encaminhará a profissionais ou entidades habilitados e qualificados demandas que extrapolem seu campo de atuação; 
b) Compartilhará somente informações relevantes para qualificar o serviço prestado, resguardando o caráter confidencial das comunicações, assinalando a responsabilidade, de quem as receber, de preservar o sigilo. 
Art. 7º – O psicólogo poderá intervir na prestação de serviços psicológicos que estejam sendo efetuados por outro profissional, nas seguintes situações: a) A pedido do profissional responsável pelo serviço; b) Em caso de emergência ou risco ao beneficiário ou usuário do serviço, quando dará imediata ciência ao profissional; c) Quando informado expressamente, por qualquer uma das partes, da interrupção voluntária e definitiva do serviço; d) Quando se tratar de trabalho multiprofissional e a intervenção fizer parte da metodologia adotada. 
Art. 8º – Para realizar atendimento não eventual de criança, adolescente ou interdito, o psicólogo deverá obter autorização de ao menos um de seus responsáveis, observadas as determinações da legislação vigente: 
§1° – No caso de não se apresentar um responsável legal, o atendimento deverá ser efetuado e comunicado às autoridades competentes; §2° – O psicólogo responsabilizar-se-á pelos encaminhamentos que se fizerem necessários para garantir a proteção integral do atendido. 
Art. 9º – É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional. 
Art. 10 – Nas situações em que se configure conflito entre as exigências decorrentes do disposto no Art. 9º e as afirmações dos princípios fundamentais deste Código, excetuando-se os casos previstos em lei, o psicólogo poderá decidir pela quebra de sigilo, baseando sua decisão na busca do menor prejuízo. Parágrafo único – Em caso de quebra do sigilo previsto no caput deste artigo, o psicólogo deverá restringir-se a prestar as informações estritamente necessárias. 
Art. 11 – Quando requisitado a depor em juízo, o psicólogo poderá prestar informações, considerando o previsto neste Código. 
Art. 12 – Nos documentos que embasam as atividades em equipe multiprofissional, o psicólogo registrará apenas as informações necessárias para o cumprimento dos objetivos do trabalho. Art. 13 – No atendimento à criança, ao adolescente ou ao interdito, deve ser comunicado aos responsáveis o estritamente essencial para se promoverem medidas em seu benefício. 
Art. 14 – A utilização de quaisquer meios de registro e observação da prática psicológica obedecerá às normas deste Código e a legislação profissional vigente, devendo o usuário ou beneficiário, desde o início, ser informado. 
Art. 15 – Em caso de interrupção do trabalho do psicólogo, por quaisquer motivos, ele deverá zelar pelo destino dos seus arquivos confidenciais. 
§ 1° – Em caso de demissão ou exoneração, o psicólogo deverá repassar todo o material ao psicólogo que vier a substituí-lo, ou lacrá-lo para posterior utilização pelo psicólogo substituto. 
§ 2° – Em caso de extinção do serviço de Psicologia, o psicólogo responsável informará ao Conselho Regional de Psicologia, que providenciará a destinação dos arquivos confidenciais. 
Art. 16 – O psicólogo, na realização de estudos, pesquisas e atividades voltadas para a produção de conhecimento e desenvolvimento de tecnologias: 
a) Avaliará os riscos envolvidos, tanto pelos procedimentos, como pela divulgação dos resultados, com o objetivo de proteger as pessoas, grupos, organizações e comunidades envolvidas; 
b) Garantirá o caráter voluntário da participação dos envolvidos, mediante consentimento livre e esclarecido, salvo nas situações previstas em legislação específica e respeitando os princípios deste Código; 
c) Garantirá o anonimato das pessoas, grupos ou organizações, salvo interesse manifesto destes; 
d) Garantirá o acesso das pessoas, grupos ou organizações aos resultados das pesquisas ou estudos, após seu encerramento, sempre que assim o desejarem. 
Art. 17 – Caberá aos psicólogos docentes ou supervisores esclarecer, informar, orientar e exigir dos estudantes a observância dos princípios e normas contidas neste Código. 
Art. 18 – O psicólogo não divulgará, ensinará, cederá, emprestará ou venderá a leigos instrumentos e técnicas psicológicas que permitam ou facilitem o exercício ilegal da profissão. 
Art. 19 – O psicólogo, ao participar de atividade em veículos de comunicação, zelará para que as informações prestadas disseminem o conhecimento a respeito das atribuições, da base científica e do papel social da profissão. 
Art. 20 – O psicólogo, ao promover publicamente seus serviços, por quaisquer meios, individual ou coletivamente: 
a) Informará o seu nome completo, o CRP e seu número de registro; 
b) Fará referência apenas a títulos ou qualificações profissionais que possua; 
c) Divulgará somente qualificações, atividades e recursos relativos a técnicas e práticas que estejam reconhecidas ou regulamentadas pela profissão; 
d) Não utilizará o preço do serviço como forma de propaganda; 
e) Não fará previsão taxativa de resultados; 
f) Não fará auto-promoção em detrimento de outros profissionais; 
g) Não proporá atividades que sejam atribuições privativas de outras categorias profissionais; 
h) Não fará divulgação sensacionalista das atividades profissionais. 
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS: Art. 21 – As transgressões dos preceitos deste Código constituem infração disciplinar com a aplicação das seguintes penalidades, na forma dos dispositivos legais ou regimentais: a) Advertência; b) Multa; c) Censura pública;
d) Suspensão do exercício profissional, por até 30 (trinta) dias, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia; e) Cassação do exercício profissional, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia. 
Art. 22 – As dúvidas na observância deste Código e os casos omissos serão resolvidos pelos Conselhos Regionais de Psicologia, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia. 
Art. 23 – Competirá ao Conselho Federal de Psicologia firmar jurisprudência quanto aos casos omissos e fazê-la incorporar a este Código. 
Art. 24 – O presente Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de Psicologia, por iniciativa própria ou da categoria, ouvidos os Conselhos Regionais de Psicologia. 
Art. 25 – Este Código entra em vigor em 27 de agosto de 2005.

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