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Relações Humanas e Dinâmica de Grupos Graduação em Psicologia Prof.ª: Ma. Marília Oliveira 8ª Aula 18.10.22 Didier Anzieu (1923-1999), psicanalista, francês, que em sua trajetória obteve os títulos de vice-presidente da Associação Psicanalítica da França e de professor emérito de psicologia clínica da Universidade de Paris X, desenvolveu entre os anos 1970 e 1980 importantes estudos sobre a formação do Eu, que enriqueceram o arcabouço teórico da psicanálise, principalmente sobre as noções de “fronteira”, de “limite” e de “continente”. Psicanálise e Grupos: Bion, Kaës e Anzieu Anzieu parte da ideia de que em toda situação grupal, seja de grupo de formação, grupo terapêutico ou grupo social real, os processos inconscientes específicos são os mesmos. O aparelho psíquico grupal existe e está dotado das mesmas instâncias que o indivíduo, mas não dos mesmos princípios de funcionamento” (p.127) Psicanálise e Grupos: Bion, Kaës e Anzieu 1ª Tópica: Enuncia o grupo como uma realização imaginárias dos desejos. O grupo é, do ponto de vista da dinâmica psíquica, um sonho. Esta situação grupal as vezes é vivida como fonte de angústia, pois o grupo como o sonho, como o sintoma é, em cada um de seus episódios, a associação de um desejo e de uma defesa. (p. 127) Organização da Teoria: Anzieu 2ª Tópica: ego, id, superego. Conceito de ilusão grupal. A ilusão grupal é um estado psíquico particular que se observa tanto em grupos naturais quanto nos terapêuticos e formativos: é um “sentir-se bem juntos”. É uma fase inevitável de todo grupo. O trabalho de desprendimento com respeito à ilusão exige que se passe pela discussão” (p. 129) Organização da Teoria: Anzieu A ilusão grupal provém da substituição do ego ideal de cada um pelo ego ideal comum (p. 129) Na ilusão grupal, os participantes se dão um objeto transicional comum: o grupo. Este dá ao indivíduo algo que continua sendo importante no resto e seu desenvolvimento: a presença de um campo neutro entre a realidade externa e a interna, que é o campo da ilusão. (p. 131) Esta ilusão grupal, regressão protetora, transição para a realidade interna inconsciente ou para a realidade externa social “permite aos seres humanos, submergindo-se em grupo, encontrar nela seu poder às vezes compartilhar uma ilusão em comum ou destruidora. (p. 131) ILUSÃO DO GRUPO Sendo os processos inconscientes os mesmos nos grupos terapêuticos, grupos naturais ou grupos de formação, o formador não pode ser sem seu desejo, e nesse desejo nos encontramos com dois motores humanos: • O desejo de dar a vida • O desejo de dar a morte FORMAÇÃO Há organizadores propriamente psíquicos no indivíduo, nos grupos e na sociedade. A vida coletiva resulta de uma multiplicidade de fatores, de organizadores, cada um em seu domínio e com suas leis próprias. ORGANIZADORES Uma das metas principais da formação psicológica dos adultos é fazê-los conhecer seus organizadores psicológicos, reconhecimento este que pressupõe admitir o pluralismo de determinação em jogo na vida social. Essa formação está a serviço da integridade e liberdade do indivíduo. ORGANIZADORES “Vemos que a psicologia não é social pelo número de pessoas, o que importa não é a relação que o indivíduo mantem com a totalidade, um a um (psicologia) ou de todos de uma vez (sociologia), mas sim as mediações que se produzem entre a totalidade do social e o indivíduo, entre o que um expressa, significa, representa do todo. O importante é o campo simbólico que o social abre no individual" (p. 134) NÍVEIS DE ORGANIZADORES NÍVEIS DE ORGANIZADORES A partir do sujeito Análise dos níveis e organização A partir do sistema social A análise de um indivíduo social deve ser referida ao mínimo social que o produziu. A estrutura contraditória do social é mediatizada pela família O que se oculta na psicologia social é o que a psicanálise mostra: o momento em que o social considerado como um todo se mediatiza na parte, no indivíduo". (p. 134) Bleger: Todos os fenômenos e objetos da natureza sempre tem relação entre si, como se fossem uma única totalidade. CRÍTICA À PSICOLOGIA SOCIAL Âmbitos: a) Psicossocial: do indivíduo b) Sócio dinâmico: do grupo com unidade c) Institucional: relações dos grupos entre si e com as instituições que dirigem. CRÍTICA À PSICOLOGIA SOCIAL NÍVEIS DE ORGANIZADORES social Não existem duas psicologias individual A psicologia social nos permite o estudo do indivíduo A psicologia social nos permite o estudo grupo social Trata-se de ambitos. O de psicologia social para o indivíduo e o sociodinâmico e institucional para os grupos e as instituições O conceito Eu-pele é uma figura de linguagem criada por ele para sublinhar a importância de levarmos em conta, quando do desenvolvimento de teorias do psiquismo, a união de duas vertentes: a vertente biológica e a vertente cultural. O EU PELE - OUTRO CONCEITO IMPORTANTE Reconhecemos a importância dessa metáfora, pois se observa que na atualidade emergem inúmeros modos de o ser humano buscar estabelecer uma pele para o seu eu desalojado, por exemplo, o uso epidêmico dos anabolizantes, do botox, das próteses de silicone, da intensa organização da aparência de si por meio de composições estéticas, na expectativa de vir a encontrar o olhar do outro que lhe possa ofertar alojamento e morada. O EU PELE - OUTRO CONCEITO IMPORTANTE Em resumo, a superfície do corpo, como um limite real de diferenciação entre o dentro e o fora do corpo orgânico, terá por base de um eixo narcísico próprio da constituição do psiquismo, que tem funções e consequências específicas dependendo de como se deu (ou não) tal constituição. O EU PELE - OUTRO CONCEITO IMPORTANTE Nível da Tarefa ou O "Grupo de Trabalho" voltado para os aspectos conscientes de uma determinada tarefa combinada por todos os membros do grupo. Valência ou Suposições Básicas: Designa a aptidão de cada indivíduo combinar com os demais, em função dos fatores inconscientes de cada um. Essas suposições básicas são estruturas específicas de forma de funcionamento que o grupo adota para se defender de sua angústia e assim se preservar. Para Bion Wilfred Ruprecht Todos os Grupos Funcionam em Dois Níveis A pesquisa de René Kaës segue a de Didier Anzieu sobre o grupo. Ele desenvolveu conceitos originais, em conexão com os processos psíquicos observados em grupos, em particular o aparelho psíquico grupal, as cadeias associativas grupais, as alianças inconscientes, o complexo fraterno, a difração da transferência dentro dos grupos. René Kaës estudou os processos psíquicos inconscientes em funcionamento nas instituições, particularmente as instituições de assistência e os aspectos fantasiosos da formação. Psicanálise e Grupos: René Kaës Suas contribuições teóricas originais, particularmente sobre o aparelho psíquico grupal, baseiam-se na observação e prática de grupos, numa perspectiva formativa e terapêutica. Suas áreas privilegiadas de pesquisa são a psicanálise de grupo e os processos psíquicos em grupos, os processos de formação, as instituições e a “análise de transição”, em conexão com as teorizações winnicottianas. Seu trabalho muitas vezes levou a uma reflexão sobre o legado traumático. Psicanálise e Grupos: René Kaës Testes de Auto-Percepção e de Lateralidade Cerebral
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