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As Atividades de Engenharia e o Meio Ambiente
Antonio Carlos Nunes Ferrari	 
As atividades de engenharia, talvez mais do que outras, estão bastante relacionadas com o meio ambiente. Nas suas diversas especialidades, os engenheiros são responsáveis por alterações no ambiente natural, podendo causar, se não houver um adequado controle, inúmeros problemas.
As modificações começam com a implantação de obras civis, com as quais se transformam ambientes naturais em edificações, ruas, estradas, aeroportos, áreas irrigadas, reservatórios de água e tantos outros ambientes artificiais. Para isso, são efetuados desmatamentos, impermeabilizações do solo, movimentos de terra, alterações no armazenamento e escoamento das águas e outras modificações, com sérios impactos ambientais.
A construção de grandes hidrelétricas, com o barramento de rios para a formação de reservatórios de água, causa modificações acentuadas nos meios físico, biótico e social, com reflexos sobre os animais e vegetais e sobre o próprio homem.
A geração de energia através de outros processos, tais como o uso do carvão, do petróleo, do gás natural ou da fissão nuclear, também pode resultar em modificações indesejáveis no ambiente.
A engenharia química e a engenharia industrial têm sido responsáveis pela geração de inúmeros produtos, os quais, na sua elaboração, resultam na emissão de resíduos tóxicos, que são lançados no ambiente.
Os resíduos líquidos industriais, com elevadas concentrações de matéria orgânica e de produtos químicos nocivos, são responsáveis pela poluição dos recursos hídricos, com impactos negativos na vida aquática e no homem. Muitas indústrias lançam, na atmosfera, partículas e gases que causam danos à saúde do homem e aos animais e vegetais.
As novas máquinas e motores, resultantes dos avanços da engenharia mecânica, são responsáveis pela emissão de fumaça, calor, ruídos e outros resíduos prejudiciais ao homem e ao meio.
A implantação de amplos sistemas de irrigação é responsável por alguns problemas ambientais, tais como: desmatamentos, com danos à flora e à fauna; erosão do solo; lançamentos de produtos químicos nocivos, presentes nos fertilizantes e pesticidas; salinização do solo.
O processo de urbanização, com a abertura de vias e a execução de obras, é responsável por muitas modificações — desmatamento, movimentos de terra, impermeabilização do solo, alterações na drenagem das águas, lançamento de resíduos — resultando em sérios problemas ambientais.
A execução de grandes obras de engenharia é responsável, muitas vezes, pelo deslocamento de elevado número de pessoas, causando impactos no meio sócio-cultural, para os quais nem sempre são adotadas as necessárias medidas mitigadoras.
Todas as atividades dos diversos ramos da engenharia são feitas, obviamente, visando à melhorias das condições de vida da população. Para isso, tem sido desenvolvido todo o esforço do homem, objetivando aperfeiçoar métodos e técnicas. No entanto, a falta de uma maior preocupação com os aspectos ambientais, tem, freqüentemente, resultado em sérios problemas muitas vezes irreversíveis.
Ações Preventivas da Engenharia
Muitas atividades da engenharia — planos, projetos, obras etc. — devem ser precedidas de estudo de impacto ambiental, através do qual sejam identificados e avaliados os danos que possam causar nos meios físico, biótico e antrópico e, principalmente, sejam propostas medidas com o objetivo de minimizar os impactos negativos e maximizar os seus benefícios.
O engenheiro deve estar preparado para participar dessa avaliação, integrando um equipe multidisciplinar. Para isso, é necessário que nos currículos de engenharia seja obrigatório o estudo de ciências do ambiente, não com uma visão apenas teórica, mas voltado para os aspectos práticos, próprios de cada especialidade. Ensinamentos sobre avaliação de impactos ambientais devem constar de todos os cursos de graduação em engenharia.
É indispensável que o engenheiro esteja consciente da importância de proteger o ambiente, na realização de suas atividades. É claro que, em todas as suas ações, haverá sempre necessidade de se alterar o ambiente natural. No entanto, isso pode ser feito de forma ordenada, adotando-se cuidados, de modo a minimizar os impactos ambientais negativos.
É importante que o engenheiro aprenda a conviver com a Natureza, respeitando suas leis. Ele deve entender que tudo o que existe na terra é para ser desfrutado pelo homem, porém observando-se a capacidade limite que cada ambiente tem de ser modificado.
As ações de caráter preventivo têm mostrado como as mais eficazes no sentido de manter um ambiente em condições favoráveis ao homem. De um modo geral, é mais fácil evitar a degradação do meio ambiente, através de medidas preventivas, do que corrigir situações de deterioração ambiental já existentes. As medidas corretivas são, geralmente, mais caras e de menor eficiência.
A Ecologia oferece informações básicas de utilidade e necessidade indiscutíveis a todo verdadeiro engenheiro, ou seja, aquele que reconheça o papel eminentemente social e humanístico da sua profissão. O engenheiro mecânico, por exemplo, não pode desconhecer os impactos ecológicos que o ruído ou a expulsão de gases resultantes dos motores de combustão interna podem provocar no ambiente, a fim de melhor projetar, compatibilizando a sua profissão como os interesses e necessidades básicas da sociedade; o engenheiro químico ou industrial não pode deixar de conhecer e procurar evitar as conseqüência ecológicas do lançamento de resíduos no ar, ao solo e às águas; o engenheiro eletricista, o civil, o hidráulico, o agrônomo, não têm o direito de negligenciar quanto às perturbações do meio ambiente que podem ser geradas pela construção de estradas, de barragens, remoção de matas, erosão, disposição de esgotos e lixo das cidades etc. (BRANCO & ROCHA, 1987)
Alguns exemplos são apresentados, a seguir, mostrando ações preventivas que os engenheiros devem adotar:
- Planejamento territorial considerando os aspectos ambientais: zoneamento urbano com a localização adequada de distritos industriais e de outros usos poluidores; implantação de faixas de proteção nas margens de recursos hídricos; disciplinamento do uso e ocupação do solo, compatibilizando-o com as características ambientais; definição de índices urbanísticos considerando a infra-estrutura sanitária disponível e as características do meio.
- Controle do desmatamento, devendo o mesmo restringir-se exclusivamente às áreas onde for necessário, evitando-se as queimadas; recuperação de áreas degradadas; promoção do reflorestamento.
- Proteção da drenagem natural das águas, preservando-se os talvegues, as áreas de amortecimento de cheias, os riachos, rios, lagoas etc.
- Controle da impermeabilização do solo, garantindo-se áreas para infiltração da água precipitada e evitando-se grandes escoamentos e os problemas de drenagem.
- Adoção de medidas de controle da erosão do solo e do conseqüente assoreamento dos recursos hídricos.
- Recuperação das áreas de empréstimos e de jazidas, utilizadas em obras de engenharia.
- Implantação de serviços de saneamento: água, esgoto, limpeza pública e drenagem de águas pluviais.
- Execução de estações de tratamento de esgotos domésticos e industriais.
- Aperfeiçoamento dos processos industriais, visando a reduzir ou a eliminar a emissão de poluentes: uso adequando de matérias-primas e de combustíveis com baixo teor poluidor; adequado projeto de equipamentos; instalação de equipamentos corretivos de controle da poluição; reaproveitamento de resíduos.
- Utilização de tecnologia voltada par o uso de substâncias recicláveis, que não comprometam a qualidade do meio ambiente.
- Redução do consumo de combustíveis fósseis: adoção de medidas de conservação da energia; uso de fontes renováveis de energia.
- Redução do uso de clorofluorcarbonos, responsáveis pela destruição da camada de ozônio.
- Compatibilização dos usos múltiplos da água — abastecimento humano e industrial,irrigação, produção de energia, recreação, preservação da fauna e flora, navegação, diluição de despejos — de modo a garantir os requisitos de quantidade e qualidade necessários a cada utilização.
- Preservação das áreas de valor ecológico, paisagístico, histórico-cultural.
- Levantamento e controle dos impactos ambientais de obras, tais como: barragens, usinas hidrelétricas, estradas, sistemas de irrigação, usinas nucleares, distritos industriais, estações de tratamento de esgoto e outras.
- Execução de planos de reasssentamento das populações afetadas por obras de engenharia, com a adoção de medidas visando a minimizar os impactos sociais.
Estes são apenas alguns exemplos do muito que a engenharia pode fazer em benefício do meio ambiente, em suas diversas áreas de atuação.
Quando os engenheiros se conscientizarem da importância da conservação do meio ambiente, com certeza as suas atividades causarão menores impactos ambientais, garantindo uma melhor qualidade de vida para as gerações atual e futuras.
A engenharia pode, e deve, exercer a sua função de utilizar e modificar os recursos ambientais, em benefício da humanidade, sem, contudo, provocar mudança que tragam prejuízos ao próprio homem e ao meio.
Por: Prof. Eduardo Bessa Azevedo
Bibliografia
- Mota, S. Introdução à Engenharia Ambiental. 1ª edição. ABES/ABEAS. Rio de Janeiro, 1997.

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