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09/11/2017 1 Prof. Rudy Bonfilio Controle Físico-Químico de Fármacos, Medicamentos e Cosméticos 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS Prof. Rudy Bonfilio rudybonfilio@gmail.com Prof. Rudy Bonfilio • Medicamentos de referência, genéricos e similares; • Legislação vigente; • Evolução da qualidade de medicamentos genéricos; • Bioequivalência e Equivalência Farmacêutica; • Correlação in vitro/ in vivo. UNIDADE VI – EQUIVALÊNCIA FARMACÊUTICA E BIOEQUIVALÊNCIA 2 Prof. Rudy Bonfilio MEDICAMENTOS DE REFERÊNCIA • Também conhecidos como medicamentos de marca ou medicamentos éticos. 3 • São produzidos, em sua maioria, por empresas multinacionais; • Estão há muito tempo no mercado, são bastante conhecidos e, geralmente, trata- se do primeiro medicamento que surgiu para curar determinada doença (www.crf-pr.org.br). Fonte: www.idec.org.br Prof. Rudy Bonfilio MEDICAMENTOS DE REFERÊNCIA • Também conhecidos como medicamentos de marca ou medicamentos éticos. 4 Definição: Produto inovador registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária (ANVISA) e comercializado no País, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião do registro (LEI 9787/99). Fonte: www.idec.org.br Prof. Rudy Bonfilio MEDICAMENTOS DE REFERÊNCIA • Quem define se um medicamento é referência? Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) • Como descobrir qual o medicamento referência de determinado princípio ativo ou de determinada associação de princípios ativos? Site da ANVISA: www.anvisa.gov.br 5 Prof. Rudy Bonfilio MEDICAMENTOS DE REFERÊNCIA • Critérios de indicação, inclusão e exclusão de medicamentos na Lista de Medicamentos de Referência: –RESOLUÇÃO - RDC Nº 35, DE 15/06/2012 6 09/11/2017 2 Prof. Rudy Bonfilio MEDICAMENTOS DE REFERÊNCIA • Como geralmente é realizada a comprovação da eficácia, segurança e qualidade de um medicamento referência? –Ensaios clínicos, antes da obtenção do registro para comercialização. Fontes: Storpirtis, 2004 e Portal da ANVISA 7 Prof. Rudy Bonfilio MEDICAMENTOS DE REFERÊNCIA • Antes dos estudos clínicos, normalmente são realizados estudos não clínicos: – Estudos in vitro. – Estudos pré-clínicos. 8 Prof. Rudy Bonfilio MEDICAMENTOS DE REFERÊNCIA • Estudos in vitro –Processos biológicos fora de sistemas vivos, em ambiente controlado (células, tecidos, órgãos..) –A ANVISA recomenda o uso de métodos alternativos in vitro em substituição a estudos in vivo, desde que validados e aceitos internacionalmente. 9 Prof. Rudy Bonfilio MEDICAMENTOS DE REFERÊNCIA • Estudos pré-clínicos – Aplicação de nova molécula em animais, após identificada em experimentações in vitro como tendo potencial terapêutico; – Mais de 90% das substâncias estudadas nesta fase, são eliminadas: não demonstram suficiente atividade farmacológica/terapêutica ou demasiadamente tóxicas; – Atividade farmacológica específica e perfil de toxicidade aceitável = passam aos estudos clínicos. 10 Prof. Rudy Bonfilio MEDICAMENTOS DE REFERÊNCIA • Pesquisa clínica: – Regulamentada pela RDC N° 9, DE 20/02/2015; – “Qualquer investigação em seres humanos, objetivando descobrir ou verificar os efeitos farmacodinâmicos, farmacológicos, clínicos e/ou outros efeitos de produto(s) e/ou identificar reações adversas ao produto(s) em investigação, com o objetivo de averiguar sua segurança e/ou eficácia.” (ANVISA); 11 Foto: www.umc.br Prof. Rudy Bonfilio MEDICAMENTOS DE REFERÊNCIA • Pesquisa clínica: – Fase I (farmacologia humana): • De 20 a 100 indivíduos; • Uso do medicamento pela primeira vez; • Indivíduos saudáveis; • São avaliadas diferentes vias de administração e diferentes doses; • Farmacocinética no ser humano; • Toxicidade. 12 Foto: www.fundaplub.org.br 09/11/2017 3 Prof. Rudy Bonfilio MEDICAMENTOS DE REFERÊNCIA • Pesquisa clínica: – Fase II (terapêuticos ou profiláticos de exploração): 13 • 100 a 300 indivíduos; • Possuem a doença ou condição para a qual o procedimento está sendo estudado; • Demonstrar a atividade e estabelecer a segurança a curto prazo; • Relações dose-resposta. Foto: www.anvisa.gov.br Prof. Rudy Bonfilio MEDICAMENTOS DE REFERÊNCIA • Pesquisa clínica: – Fase III (terapêuticos ou profiláticos confirmatórios): • População mínima aprox. 800; • Acompanhamento por maior período de tempo; • Múltiplos centros, com diferentes populações; • Maiores informações sobre segurança, eficácia e interação de drogas; indicações, dose, via de administração, contra- indicações, efeitos-colaterais, etc.; • Comparação do novo tratamento com o habitual em estudo randomizado duplo-cego; 14 Prof. Rudy Bonfilio MEDICAMENTOS DE REFERÊNCIA • Pesquisa clínica: – Fase IV (não é necessária para registro de um medicamento referência): • Também chamada de pesquisa de pós comercialização; • Após um medicamento ser aprovado e levado ao mercado; • Possibilita o conhecimento de detalhes adicionais sobre a segurança e a eficácia do produto; • Esta fase é conhecida como Farmacovigilância. 15 Prof. Rudy Bonfilio MEDICAMENTOS GENÉRICOS • Criados pela Lei nº 9.787 de 1999. • Preços no mínimo 35% menores que os medicamentos de marca (Aumento do acesso da população): – Menor investimento em pesquisas; – Não há propaganda, pois não há marca. 16 Fonte: www.progenericos.org.br Prof. Rudy Bonfilio MEDICAMENTOS GENÉRICOS • Algumas vantagens dos genéricos – Facilitam a identificação pelo princípio ativo; – Evitam a confusão diante dos inúmeros nomes comerciais; – Reduzem o perigo de os pacientes tomarem vários medicamentos de nomes diferentes, mas com o mesmo princípio ativo; – Reduzem a pressão e o “assédio” das empresas farmacêuticas sobre os médicos. 17 Prof. Rudy Bonfilio MEDICAMENTOS GENÉRICOS • Definição: medicamento similar a um produto de referência ou inovador, que se pretende ser com este intercambiável, geralmente produzido após a expiração ou renúncia da proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade, e designado pela denominação comum Brasileira (DCB) ou, na sua ausência, pela denominação comum internacional (DCI) (Lei nº 9.787 de 1999). 18 09/11/2017 4 Prof. Rudy Bonfilio MEDICAMENTOS GENÉRICOS • Contêm o mesmo princípio ativo, dose, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica do medicamento de referência; • Intercambialidade – Substituição do medicamento prescrito pelo medicamento genérico. – Medicamentos intercambiáveis apresentam, essencialmente, os mesmos efeitos de eficácia e segurança. 19 Prof. Rudy Bonfilio MEDICAMENTOS GENÉRICOS • Como é realizada a comprovação da eficácia, segurança e qualidade de um medicamento genérico? – Testes de equivalência farmacêutica (in vitro) – Estudo de bioequivalência (in vivo) 20 Prof. Rudy Bonfilio MEDICAMENTOS SIMILARES • Definição: Aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, e que é equivalente ao medicamento registrado no órgãofederal responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca (Lei nº 9.787 de 1999). 21 Prof. Rudy Bonfilio MEDICAMENTOS SIMILARES 22 Fonte: http://alwaysaude.blogspot.com.br • Apenas em 2003 tornou-se obrigatória a realização de testes de equivalência farmacêutica e bioequivalência em similares (RDCs 133 (17/2007) e 134/2003); • Entretanto, a ANVISA permitiu às empresas até a segunda renovação do registro (dez anos) para apresentar os estudos; • Portanto, a partir de 2014, todos os similares comercializados no Brasil passaram a ter estudos de equivalência farmacêutica e de bioequivalência. Fonte: Mastroianni, Lucchetta, 2011. Prof. Rudy Bonfilio MEDICAMENTOS SIMILARES • RDC nº 58/2014: – Os medicamentos similares também poderão ser intercambiáveis com o medicamento de referência, desde que os estudos de equivalência farmacêutica, biodisponibilidade relativa/bioequivalência ou bioisenção tenham sido apresentados, analisados e aprovados pela Anvisa. – Deve constar na bula que o medicamento similar é intercambiável com o medicamento de referência. 23 Prof. Rudy Bonfilio Equivalência Farmacêutica 24 Fonte: http://www.unifal-mg.edu.br/portal/ Fonte: http://www2.fcfar.unesp.br 09/11/2017 5 Prof. Rudy Bonfilio Equivalência Farmacêutica • Equivalência Farmacêutica é o estudo comparativo entre dois produtos (teste e referência) e que emprega métodos in vitro. • Normas na Resolução - RDC nº 31, de 11 de agosto de 2010 - Dispõe sobre a realização dos Estudos de Equivalência Farmacêutica e de Perfil de Dissolução Comparativo. 25 Prof. Rudy Bonfilio Equivalência Farmacêutica • Equivalentes farmacêuticos são medicamentos que contêm: • Mesmo fármaco (mesmo sal ou éster da mesma molécula terapeuticamente ativa); • Mesma FF e via de administração; • Mesma quantidade (mesma concentração/potência); • Pode ou não conter excipientes idênticos, forma, mecanismo de liberação, embalagem, prazo de validade e, dentro de certos limites, rotulagem. 26 Prof. Rudy Bonfilio Equivalência Farmacêutica • Conjunto de ensaios físico-químicos e, quando aplicáveis, microbiológicos e biológicos, que comprovam que dois medicamentos são Equivalentes Farmacêuticos (RDC 31/2010); • Avaliação minuciosa da qualidade dos medicamentos em teste utilizando a Farmacopeia Brasileira ou, na ausência destas, as de outros códigos autorizados pela legislação vigente; • Análise comparativa dos parâmetros relacionados ao teor e à liberação do fármaco desses medicamentos, em relação ao medicamento de referência. 27 Prof. Rudy Bonfilio Equivalência Farmacêutica • Os estudos devem ser: Necessariamente, realizados por laboratórios integrantes da Rede Brasileira de Laboratórios Analíticos em Saúde (REBLAS); Em amostras com até 6 meses de fabricação (dentro do prazo de validade); Utilizando SQR da FB (ou certificadas); Métodos analíticos descritos na monografia individual do produto presente na FB ou validados. 28 Prof. Rudy Bonfilio Equivalência Farmacêutica • Os testes de Equivalência Farmacêutica devem ser realizados SIMULTANEAMENTE no medicamento teste (candidato a genérico ou similar) e no medicamento de referência e se baseiam na CONSTATAÇÃO da qualidade (especificações) e/ou COMPARAÇÃO dos resultados obtidos com ambos. 29 Prof. Rudy Bonfilio Equivalência Farmacêutica • Medicamento teste NÃO deve ser desenvolvido e formulado para ser superior ao medicamento de referência – Apresentar as mesmas características relacionadas à qualidade e à liberação do fármaco, já estabelecidas para o medicamento de referência. 30 09/11/2017 6 Prof. Rudy Bonfilio Equivalência Farmacêutica • Requisitos farmacopeicos da monografia individual – Identificação: • Métodos espectrofotométricos (IV/UV/VIS); • Métodos cromatográficos; • Reações químicas (cor) para identificação da molécula ativa; • Ponto de fusão. 31 Prof. Rudy Bonfilio Equivalência Farmacêutica • Requisitos farmacopeicos da monografia individual – Características: • Limpidez; • Determinação de volume/peso; • pH; • Teste de dureza; • Friabilidade; • Teste de desintegração; • Unif. de doses unitárias. 32 Prof. Rudy Bonfilio Equivalência Farmacêutica • Requisitos farmacopeicos da monografia individual – Teor/Potência: valores próximos a 100% do declarado; • Diferença de teor/potência entre os medicamentos T e R (RE 31/2010): • BIOISENTOS: pode ser > 5%; • NÃO-ISENTOS: < 5%. ‒ Ensaio de dissolução. 33 Prof. Rudy Bonfilio Equivalência Farmacêutica • Requisitos farmacopeicos da monografia individual – Ensaios de pureza: • Impurezas de síntese e produtos de degradação • Substâncias relacionadas (CCD, CLAE) – Testes de segurança biológica • Teste de esterilidade; • Endotoxinas bacterianas/pirogênio; • Contagem microbiana; • Pesquisa de patógenos. 34 Medicamentos estéreis Medicamentos não estéreis Prof. Rudy Bonfilio Equivalência Farmacêutica Se não existir monografia para a FF na FB, os testes descritos nos Métodos Gerais complementam, obrigatoriamente, as monografias descritas em farmacopeias internacionais (RDC 31/2010). 35 Prof. Rudy Bonfilio EQUIVALÊNCIA FARMACÊUTICA (Exemplo de aplicação) 36 • Amaryl® 4 mg e produtos A, B e C (similares) Ensaio Amaryl® 4 mg Produto A Produto B Produto C Peso médio Aprovado Aprovado Aprovado Aprovado Friabilidade Aprovado Aprovado Aprovado Aprovado Desintegração Aprovado Aprovado Aprovado Aprovado Dureza Aprovado Aprovado Aprovado Aprovado Doseamento Aprovado Aprovado Aprovado Aprovado Uniformidade de Conteúdo Aprovado Aprovado Aprovado Aprovado Testes de dissolução Aprovado Aprovado Reprovado Aprovado 09/11/2017 7 Prof. Rudy Bonfilio Estudo de perfil de dissolução comparativo • Normas também na RDC 31 DE 11/08/2010; • Ensaio in vitro que permite a construção da curva de porcentagem de fármaco dissolvido em função do tempo. 37 Prof. Rudy Bonfilio Estudo de perfil de dissolução comparativo • Ensaios devem ser realizados Centro de Equivalência Farmacêutica devidamente habilitado pela Anvisa; • Realiza-se ensaio no produto referência e compara-se simultaneamente com o candidato a genérico (medicamento teste). 38 Prof. Rudy Bonfilio Estudo de perfil de dissolução comparativo • Para que serve? – Desenvolvimento de formulações; – Conhecer o comportamento de dois medicamentos antes de submetê-los a estudo de biodisponibilidade Relativa/Bioequivalência; – Isenção a estudos de biodisponibilidade Relativa/Bioequivalência (Bioisenção); – Alterações pós registro. 39 Prof. Rudy Bonfilio PERFIL DE DISSOLUÇÃO COMPARATIVO 40 • Durante o desenvolvimento de um medicamento genérico na forma farmacêutica sólida: – A empresa deve buscar reproduzir o mesmo perfil de dissolução obtido com o medicamento de referência (Storpirtis et al., 2004). Hoje isto também se aplica aos similares Prof. Rudy Bonfilio PERFIL DE DISSOLUÇÃO COMPARATIVO 41 • Entretanto: – A semelhança entre os perfis de dissolução (in vitro) não garante que os produtos serão bioequivalentes; – Em alguns casos, o candidato a genérico pode ter comprovado a equivalênciafarmacêutica em relação ao de referência, apresentar perfil de dissolução considerado semelhante ao referência e, mesmo assim, não passar pelo teste de bioequivalência (in vivo) (Storpirtis et al., 2004). Prof. Rudy Bonfilio Equivalência Farmacêutica Medicamentos para os quais o estudo de equivalência farmacêutica substitui a bioequivalência (bioisentos): • Estudo comparativo e semelhança dos perfis de dissolução das menores dosagens é exigido. 42 09/11/2017 8 Prof. Rudy Bonfilio Equivalência Farmacêutica Medicamentos à serem submetidos à bioequivalência • Estudo comparativo e semelhança dos perfis de dissolução é importante, mas não exigido: ‒ Quando os perfis são semelhantes, há uma indicação de que o medicamento teste poderá ser bioequivalente ao medicamento de referência; ‒ Entretanto, em alguns casos, o candidato a genérico é submetido ao estudo de bioequivalência, mesmo não tendo sido observada semelhança de perfis de dissolução. 43 Prof. Rudy Bonfilio MÉTODOS DE COMPARAÇÃO ENTRE PERFIS DE DISSOLUÇÃO IN VITRO 44 • Método Modelo Independente – ƒ1 e ƒ2* (RDC 31/2010; FDA); • Método Modelo Dependente: – Modelos cinéticos + parâmetros; • Eficiência de dissolução (ED%); • Outros métodos estatísticos (ANOVA, Teste t, Tukey...) Prof. Rudy Bonfilio MÉTODOS DE COMPARAÇÃO ENTRE PERFIS DE DISSOLUÇÃO IN VITRO 45 1. Método Modelo Independente – Fator ƒ1 - fator de diferença • O fator de diferença (ƒ1) calcula a porcentagem de diferença entre os dois perfis avaliados em tempos de coletas iguais e corresponde a uma medida de erro relativo entre os mesmos; – Fator ƒ2 - fator de similaridade/semelhança* • O fator de semelhança (ƒ2) é uma medida de semelhança entre as porcentagens dissolvidas de ambos os perfis. *Na RDC 31/2010 os perfis de dissolução comparativos são avaliados apenas utilizando-se o cálculo do fator de semelhança (ƒ2). Prof. Rudy Bonfilio MÉTODOS DE COMPARAÇÃO ENTRE PERFIS DE DISSOLUÇÃO IN VITRO 46 1. Método Modelo Independente Fator ƒ1 - fator de diferença 1001 1 1 n t n t Rt TtRt f Em que, Rt - quantidade de fármaco liberado do medicamento referência no tempo t; Tt - quantidade de fármaco liberado do medicamento teste no tempo t, n - número de tempos/intervalos de coleta. Prof. Rudy Bonfilio MÉTODOS DE COMPARAÇÃO ENTRE PERFIS DE DISSOLUÇÃO IN VITRO 47 1. Método Modelo Independente Fator ƒ2 - fator de similaridade/semelhança 100 1 1log502 5,0 1 2 n t TtRt n f Em que, Rt - quantidade de fármaco liberado do medicamento referência no tempo t; Tt - quantidade de fármaco liberado do medicamento teste no tempo t, n - número de tempos/intervalos de coleta. Prof. Rudy Bonfilio 48 1. Método Modelo Independente Devem ser utilizadas 12 unidades de cada medicamento: • CV < 20% (para os pontos iniciais); • CV < 10% (para os demais pontos); Coleta em, mínimo, 5 pontos diferentes; Inclusão de apenas 1 ponto de coleta acima de 85% de dissolução. MÉTODOS DE COMPARAÇÃO ENTRE PERFIS DE DISSOLUÇÃO IN VITRO Valores de ƒ1 entre 0 e 15 – não há diferença; Valores de ƒ2 entre 50 e 100 – há semelhança. 09/11/2017 9 Prof. Rudy Bonfilio PERFIL DE DISSOLUÇÃO COMPARATIVO (Exemplo de aplicação) 49 • Amaryl® 4 mg e produtos A, B e C (similares) Figura. Perfis de dissolução de Amaryl® 4 mg, produto A, produto B e produto C, sob condições otimizadas Prof. Rudy Bonfilio MÉTODOS DE COMPARAÇÃO ENTRE PERFIS DE DISSOLUÇÃO IN VITRO 50 1. Método Modelo Independente: * Quando dois perfis são considerados similares. Produtos Fator de diferença (f1) Fator de semelhança (f2) Referência x produto A* 1,86 54,57 Referência x produto B 45,04 1,55 Referência x produto C 18,98 19,79 Prof. Rudy Bonfilio 51 1. Método Modelo Independente – Quando a substância ativa apresentar alta solubilidade e apresentar dissolução muito rápida ( 85% em até 15 minutos) para ambos os medicamentos, o fator F2 perde o seu poder discriminativo (não é necessário calculá-lo); – Nestes casos, deve-se comprovar a rápida dissolução por meio do gráfico da curva, realizando coletas em, por exemplo: 5, 10, 15, 20 e 30 minutos. O coeficiente de variação no ponto de 15 minutos não pode exceder 10%. MÉTODOS DE COMPARAÇÃO ENTRE PERFIS DE DISSOLUÇÃO IN VITRO Prof. Rudy Bonfilio 52 2. Método Modelo Dependente – Fundamenta-se em estudos da cinética de dissolução possibilitam conclusões a respeito do processo de dissolução de uma determinada formulação; – Após a seleção de uma função adequada (modelo cinético), pode-se calcular: •Constante de velocidade (K); •Meia vida de dissolução (t50%); •Quantidade dissolvida (QT). MÉTODOS DE COMPARAÇÃO ENTRE PERFIS DE DISSOLUÇÃO IN VITRO Prof. Rudy Bonfilio 53 2. Método Modelo Dependente • Vários modelos matemáticos podem ser aplicados para avaliar a cinética de liberação de um fármaco: – Ordem zero (quantidade de fármaco não dissolvido em função do tempo); – Primeira ordem (logaritmo neperiano (ln) da quantidade de fármaco não dissolvido em função do tempo); MÉTODOS DE COMPARAÇÃO ENTRE PERFIS DE DISSOLUÇÃO IN VITRO Prof. Rudy Bonfilio 54 2. Método Modelo Dependente – Aplicar os modelos cinéticos, considerando-se somente os pontos que correspondiam à fase ascendente da liberação do fármaco. MÉTODOS DE COMPARAÇÃO ENTRE PERFIS DE DISSOLUÇÃO IN VITRO 09/11/2017 10 Prof. Rudy Bonfilio PERFIL DE DISSOLUÇÃO COMPARATIVO (Exemplo de aplicação) 55 • Amaryl® 4 mg e produtos A, B e C (similares) Figura. Perfis de dissolução de Amaryl® 4 mg, produto A, produto B e produto C, sob condições otimizadas Prof. Rudy Bonfilio PERFIL DE DISSOLUÇÃO COMPARATIVO (Exemplo de aplicação) 56 • Amaryl® 4 mg e produtos A, B e C (similares) Produto Ordem Zero (r) Primeira Ordem (r) Amaryl® 4 mg 0,8497 0,9064 Produto A 0,8887 0,9518 Produto B 0,8172 0,8925 Produto C 0,9094 0,9502 Prof. Rudy Bonfilio PERFIL DE DISSOLUÇÃO COMPARATIVO (Exemplo de aplicação) 57 • Amaryl® 4 mg e produtos A, B e C (similares) Produto t50% (min) k (min -1) Amaryl® 4 mg 4,74 0,092 Produto A 5,51 0,093 Produto B 35,89 0,013 Produto C 9,28 0,062 Prof. Rudy Bonfilio 58 • Eficiência de Dissolução (ED%) MÉTODOS DE COMPARAÇÃO ENTRE PERFIS DE DISSOLUÇÃO IN VITRO 100% )0( TR t ASC ASC ED •ASC0-t: área sob a curva de dissolução do fármaco no intervalo de tempo compreendido entre zero e t minutos; •ASCTR: área total do retângulo definido pela ordenada (100% de dissolução) e pela abscissa (tempo igual a t). Prof. Rudy Bonfilio 59 • Eficiência de Dissolução (ED%) – Embora f1 e f2 sejam aceitos pela ANVISA como critérios de aceitação (RDC 31/2010), a ED% é capaz de representar diferenças entre formulações que não são detectadas somente por esses fatores; – Vantagens: plotagem dos dados em um único gráfico, permitindo que se faça uma rápida comparação entre um grande número de formulações. MÉTODOS DE COMPARAÇÃO ENTRE PERFIS DE DISSOLUÇÃO IN VITRO Prof. Rudy Bonfilio PERFIL DE DISSOLUÇÃO COMPARATIVO (Exemplo de aplicação) 60 • Amaryl® 4 mg e produtos A, B e C (similares) Figura. Perfis de dissolução de Amaryl® 4 mg, produtoA, produto B e produto C, sob condições otimizadas 09/11/2017 11 Prof. Rudy Bonfilio 61 • Eficiência de Dissolução (ED%) MÉTODOS DE COMPARAÇÃO ENTRE PERFIS DE DISSOLUÇÃO IN VITRO Produto (ED%) Amaryl® 4 mg 78,3 Produto A 77,4 Produto B 45,4 Produto C 65,7 Prof. Rudy Bonfilio 62 • Outros métodos estatísticos – ANOVA – ED%: Os resultados referentes à ED para os produtos avaliados podem ser submetidos à análise ANOVA; – Parâmetros de cinética de dissolução: Os resultados referentes a t50%, Qt e k também podem ser submetidos à ANOVA. • Se existir diferença significativa entre os resultados obtidos (verificados pela ANOVA) poderá ser utilizado teste de Tukey, para determinar quais formulações são semelhantes e quais são estatisticamente diferentes. MÉTODOS DE COMPARAÇÃO ENTRE PERFIS DE DISSOLUÇÃO IN VITRO Prof. Rudy Bonfilio BIOEQUIVALÊNCIA 63 Cp t Prof. Rudy Bonfilio Parâmetros farmacocinéticos envolvidos na biodisponibilidade • Cmáx: pico de concentração plasmática; • Tmáx: tempo em que se alcança o pico de concentração; • ASC0-t: área sob a curva de concentração sanguínea; • T: tempo relativo à última concentração determinada experimentalmente. 64 Cmax Tmax C t ASC0 - T Prof. Rudy Bonfilio Biodisponibilidade absoluta Fração absorvida - via extravascular (VE) – Referência: solução injetável (IV), quando possível; – Estudo necessário para todas as formas farmacêuticas VE de medicamentos inovadores. 65 Cp t )(0 )(0 % IVreferênciat VEtestet ASC ASC F F% = 0 a 100 Prof. Rudy Bonfilio Biodisponibilidade absoluta 66 • Ensaio cruzado (voluntários sadios): 1. Os voluntários são distribuídos aleatoriamente em dois grupos (A e B); 2. Os voluntários do grupo A recebem o medicamento em teste por via extravascular, enquanto que aos voluntários do grupo B administra-se, se possível, a mesma dose do medicamento por via intravascular; 3. No segundo período repete-se os procedimentos com os mesmos voluntários, invertendo-se os grupos. 09/11/2017 12 Prof. Rudy Bonfilio Biodisponibilidade absoluta 67 • Ensaio cruzado (voluntários sadios): • Os fármacos são quantificados empregando-se método bioanalítico validado, o que permite a construção das curvas de [concentração plasmática do fármaco] vs tempo para a realização dos cálculos dos parâmetros farmacocinéticos relativos à biodisponibilidade. Cmax Tmax C t ASC0 - T Prof. Rudy Bonfilio Biodisponibilidade relativa 68 • Estudo comparativo - Teste x Referência com aplicações para medicamentos: • Inovadores (alterações pós-registro); • Genéricos; • Similares. Cp 100% )(0 )(0 referênciat testet R ASC ASC F Prof. Rudy Bonfilio Bioequivalência • A bioequivalência corresponde a um caso particular da biodisponibilidade relativa e envolve o critério de aceitação e análise estatística que possibilitam concluir sobre a comparação da biodisponibilidade entre dois medicamentos com risco previamente estabelecido. 69 Prof. Rudy Bonfilio Bioequivalência • Normas na RE 1.170 de 19 de abril de 2006; • É assegurada pela garantia que o medicamento teste apresenta a mesma biodisponibilidade do medicamento referência. 70 Cp t Prof. Rudy Bonfilio Bioequivalência • Consiste em 3 etapas: 1. Etapa clínica; 2. Etapa analítica; 3. Etapa estatística. • Antes de se iniciar o estudo, é necessário realizar um planejamento adequado do experimento... 71 Prof. Rudy Bonfilio Bioequivalência (planejamento) • DELINEAMENTO PARALELO (Planejamento completamente aleatório): 72 Voluntários A L E A T O R I Z A Ç Ã O Grupo 1 - TESTE Grupo 2 - REFERÊNCIA 09/11/2017 13 Prof. Rudy Bonfilio Bioequivalência (planejamento) • DELINEAMENTO PARALELO – Assume-se que cada grupo de voluntários é idêntico ao(s) outro(s): • Peso médio • Índice de massa corpórea • Parâmetros fisiológicos • Desenho de fácil construção, expõe voluntários aos riscos somente uma vez. Entretanto, somente é adequado quando há variabilidade pequena entre os voluntários. 73 Qualquer diferença nas medidas de biodisponibilidade é atribuída à formulação recebida Prof. Rudy Bonfilio Bioequivalência (planejamento) • DELINEAMENTO CRUZADO (Crossover) 2 x 2: 74 Voluntários A L E A T O R I Z A Ç Ã O Sequência 1 Sequência 2 Período I II Referência Teste Teste Referência W A S H O U T Prof. Rudy Bonfilio Bioequivalência (planejamento) • DELINEAMENTO CRUZADO (Crossover) 2 x 2: – Washout – intervalo de tempo suficiente entre dois períodos de administração para que o efeito residual de uma formulação administrada em um período seja eliminado até o próximo: • Pode ser definido baseando-se no valor de meia-vida de eliminação do fármaco estudado (7X) 75 Prof. Rudy Bonfilio Bioequivalência (planejamento) • DELINEAMENTO CRUZADO (Crossover) REPLICADO: 76 Sequência Período P1 P2 1 T T 2 R R 3 R T 4 T R Sequência Período P1 P2 P3 P4 1 T R T R 2 R T R T Recomendado para produtos com fármacos de alta variabilidade (coeficiente de variação intra-individual >30%) Prof. Rudy Bonfilio Bioequivalência (planejamento) • DELINEAMENTO CRUZADO (Crossover) REPLICADO: 77 Sequência Período P1 P2 P3 P4 1 T T R R 2 R R T T 3 T R R T 4 R T T R Sequência Período P1 P2 P3 1 T R T 2 R T R Sequência Período P1 P2 P3 1 T R R 2 R T T Prof. Rudy Bonfilio Bioequivalência (planejamento) • DELINEAMENTO DE WILLIANS PARA 3 MEDICAMENTOS: 78 Sequência Período P1 P2 P3 1 R T2 T1 2 R T1 T2 3 T2 R T1 4 T2 T1 R 5 T1 R T2 6 T1 T2 R 09/11/2017 14 Prof. Rudy Bonfilio Bioequivalência • Etapa clínica 79 Foto: www.caepcampinas.com.br Prof. Rudy Bonfilio Bioequivalência (etapa clínica) • Etapa clínica – Voluntários sadios recebem os medicamentos teste e referência em ocasiões separadas em doses simples ou múltiplas; – Tempos adequados de coletas de amostras (3-5 vezes a meia-vida de eliminação dos mesmos); – Não é permitido menos de 12 voluntários; 80 Prof. Rudy Bonfilio Bioequivalência (etapa clínica) • Conduzida por uma equipe multidisciplinar: – Médico: • Acompanhamento do ensaio – Farmacêutico: • Planejamento e execução do ensaio – Nutricionista: • Elaboração do cardápio (se necessário) – Enfermeiro: • Coleta de amostras – Estatístico. 81 Prof. Rudy Bonfilio Bioequivalência (etapa clínica/analítica) • As amostras biológicas devem ser processadas imediatamente após a realização das coletas, na própria unidade clínica, em sala reservada para este fim e devidamente climatizada: ‒ Centrifugação; ‒ Armazenamento (resfriamento/congelamento); ‒ Identificação (código do estudo, sujeito de pesquisa, fase, data e horário da coleta); • Transporte e recebimento pelo laboratório analítico deve ser controlado e documentado. 82 Prof. Rudy BonfilioBioequivalência • Etapa analítica 83 Foto: www.caepcampinas.com.br Prof. Rudy Bonfilio Bioequivalência (etapa analítica) • Quantificação do fármaco e/ou do metabólito ativo na circulação (sangue, plasma ou soro) ou na urina, quando justificado; • Se não for possível quantificação, pode-se realizar medidas farmacodinâmicas; • Método analítico empregado deve ser descrito detalhadamente e deve ser validado; • Métodos mais utilizados: CLAE (HPLC)/MS; CG/MS; UPLC/MS. 84 09/11/2017 15 Prof. Rudy Bonfilio Bioequivalência • Etapa estatística 85 Imagem: http://www.techlider.com.br Prof. Rudy Bonfilio Bioequivalência (etapa estatística) • Os parâmetros farmacocinéticos são analisados estatisticamente para determinação da bioequivalência; – Parâmetros farmacocinéticos: • Área sob a curva de concentração sangüínea versus tempo (ASC0-t), pico de concentração máxima (Cmax), tempo para atingir o pico (Tmax), meia-vida de eliminação (t1/2). 86 Cp t Prof. Rudy Bonfilio Bioequivalência (etapa estatística) –Deve-se apresentar tabela contendo valores individuais, médias (aritmética e geométrica), desvio padrão e coeficiente de variação de todos os parâmetros farmacocinéticos; –Recomenda-se que os parâmetros ASC0-t e Cmax sejam transformados em logaritmo natural; 87 Prof. Rudy Bonfilio Bioequivalência (etapa estatística) –Deve-se realizar análise de variância (ANOVA) dos parâmetros farmacocinéticos ASC0-t e Cmax transformados para avaliar os efeitos de sequência, de voluntário dentro da sequência, período e tratamento; 88 Prof. Rudy Bonfilio Bioequivalência (etapa estatística) • Critérios de aceitação: – Dois medicamentos serão considerados bioequivalentes se os valores extremos do intervalo de confiança de 90% da razão das médias geométricas (ASC0-t teste/ASC0-t referência e Cmaxteste/ Cmaxreferência) forem maiores que 0,8 e menores que 1,25. – Outros limites de IC de 90% para Cmax, previamente estabelecidos no protocolo, poderão ser aceitos mediante justificativas científicas. 89 Prof. Rudy Bonfilio Bioisenção 90 (1) Bioisentos - Soluções aquosas injetáveis; - Soluções orais; - Pós para reconstituição que resultem em soluções orais ou parenterais; - Gases. - Medicamentos de uso tópico; - Uso oral cujos fármacos não sejam absorvidos no TGI . Fármaco já se encontra dissolvido em condições de ser absorvido pelo organismo Não ocorre a absorção sistêmica do fármaco 09/11/2017 16 Prof. Rudy Bonfilio Bioisenção 91 Bioisentos • Medicamentos candidatos a genérico contendo o fármaco em diferentes dosagens (teste de bioequivalência somente na maior dosagem); • Alguns casos de medicamentos que contenham fármacos da classe 1 do Sistema de Classificação Biofarmacêutica. Prof. Rudy Bonfilio Bioisenção de fármacos da classe 1 92 • Bioisentos • Medicamentos que contenham fármacos da classe 1; • Que apresentam rápida dissolução – mínimo de 85% dissolvidos em 30 min em 3 diferentes meios (pH 1,2; 4,5 e 6,8) usando pá a 50 rpm ou cesta a 100 rpm a 37 °C – 900 ml; • Que não contenham excipientes que possam influenciar a absorção do fármaco; • Que não contenham fármacos de baixo IT (índice terapêutico); • Que não sejam para absorção na cavidade oral. Prof. Rudy Bonfilio 93 Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB) Prof. Rudy Bonfilio Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB) • Via oral: –Rota preferencial para o estudo de administração de fármacos: • Conveniência, baixo custo, de fácil tomada e não invasiva o que leva a maior adesão do paciente. – Entretanto, a absorção oral de medicamentos é limitada pelas etapas: Dissolução, Solubilidade e Permeabilidade. 94 Prof. Rudy Bonfilio Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB) • Partindo-se da premissa de que os parâmetros de solubilidade e permeabilidade são características específicas do fármaco... • Amidon e colaboradores em 1995 propuseram: – SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO BIOFARMACÊUTICA (SCB). 95 Prof. Rudy Bonfilio Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB) 96 CLASSE 1 Alta solubilidade Alta permeabilidade CLASSE 2 Baixa solubilidade Alta permeabilidade CLASSE 3 Alta solubilidade Baixa permeabilidade CLASSE 4 Baixa solubilidade Baixa permeabilidade P E R M E A BI LI A D E SOLUBILIDADE 09/11/2017 17 Prof. Rudy Bonfilio Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB) • Classe 1 - Alta solubilidade e alta permeabilidade: – Fármacos que são bem absorvidos (extensão de absorção 90%); – Etapa limitante da absorção: esvaziamento gástrico para fármacos de liberação imediata que apresentam dissolução muito rápida; – Não se espera uma correlação com a velocidade de dissolução. 97 Prof. Rudy Bonfilio Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB) • Classe 2 - baixa solubilidade e alta permeabilidade: – Absorção variável devido aos fatores farmacotécnicos e condições in vivo que possam afetar a dissolução; – Etapa limitante da absorção: dissolução; – Perfil de dissolução determinará a concentração do fármaco ao longo do intestino consequentemente, o perfil de dissolução de fármacos classe II precisa ser mais definido e reprodutível. 98 Prof. Rudy Bonfilio Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB) • Classe 2 - baixa solubilidade e alta permeabilidade: – Fármacos Classe II estão sujeitos a estratégias de formulação para melhorar a velocidade de dissolução e, consequentemente, a biodisponibilidade oral; – Os meios de dissolução e métodos que refletem os processos in vivo são importantes para obtenção de uma boa correlação in vivo-in vitro (CIVIV). 99 Prof. Rudy Bonfilio Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB) • Classe 3 - alta solubilidade e baixa permeabilidade: – Etapa limitante da absorção é a permeabilidade; – Velocidade e a extensão da absorção são variáveis; – Dissolução rápida (85% em 15min); – As variações na absorção estarão relacionadas aos fatores fisiológicos do TGI e a permeabilidade através das membranas e não aos fatores relacionados a formulação. 100 Prof. Rudy Bonfilio Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB) • Classe 4 - baixa solubilidade e baixa permeabilidade: – Fármacos que apresentam problemas significativos para administração oral; – A absorção é limitada pela dissolução e pela permeabilidade; – Como estratégias para aumento da absorção de fármacos Classe IV têm-se utilizado pró-fármacos de substâncias ou obtenção de vias alternativas de administração. 101 Prof. Rudy Bonfilio 102 Estudos de correlação in vitro - in vivo (CIVIV) 09/11/2017 18 Prof. Rudy Bonfilio Correlação in vitro-in vivo (CIVIV) 103 • Dissolução IN VITRO x Absorção IN VIVO %D t t %A in vivo in vitro %A %D r 1 Plotando os dados de ambos os estudos em um gráfico, cada conjunto de dados em um gráfico, obtemos a CIVIV Prof. Rudy Bonfilio Correlação in vitro-in vivo (CIVIV) 104 • CIVIV: Nível A ‒ Relação ponto a ponto entre a dissolução in vitro e a fração absorvida in vivo; ‒ A única capaz de prever o comportamento de um fármaco in vivo a partir de dados de dissolução in vitro. %A %D r 1 Prof. Rudy Bonfilio Correlação in vitro-in vivo (CIVIV) 105 • CIVIV: Nível B• Baseia-se no tempo médio de dissolução (TMD) in vitro comparado normalmente ao tempo médio de dissolução in vivo (TMDvivo). Prof. Rudy Bonfilio Correlação in vitro-in vivo (CIVIV) 106 • CIVIV: Nível C • Avalia um único ponto entre um parâmetro de dissolução in vitro (t50%,t90%, etc) e um parâmetro farmacocinético (como ASC, Cmáx ou tmáx); • Útil somente como orientação no desenvolvimento de formulações ou como um método de controle de qualidade da rotina de produção do medicamento. Prof. Rudy Bonfilio • BRASIL. Lei nº 9787, de 10 de fevereiro de 1999. Altera a lei no 6.360, de 23 de setembro de 1976, que dispõe sobre a vigilância sanitária, estabelece o medicamento genérico, dispõe sobre a utilização de nomes genéricos em produtos farmacêuticos e dá outras providências. Brasília, DF, 10 fev. 1999. • BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Aprova regulamento técnico para medicamentos genéricos. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 12 de ago. 2003. Principais referências 107 Prof. Rudy Bonfilio • BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução da Diretoria Colegiada – RE n° 134, de 29 de maio de 2003. Dispõe sobre a adequação dos medicamentos já registrados. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 02 de jun. de 2003. • BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução da Diretoria Colegiada – RE n° 1170, de 19 de abril de 2006. Determina a publicação do guia para provas de biodisponibilidade relativa/bioequivalência de medicamentos. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 de abr. 2006. Principais referências 108 09/11/2017 19 Prof. Rudy Bonfilio • BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução da Diretoria Colegiada – RDC n° 17, de 02 de março de 2007. Dispõe sobre o registro de Medicamento Similar e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 05 de mar. 2007. • BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 31, de 11 de agosto de 2010. Dispõe sobre a realização dos Estudos de Equivalência Farmacêutica e de Perfil de Dissolução Comparativo. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 12 ago. 2010. Principais referências 109 Prof. Rudy Bonfilio • BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 37, de 03 de agosto de 2011. Dispõe sobre o Guia para isenção e substituição de estudos de biodisponibilidade relativa/bioequivalência e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 05 ago. 2011. • BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 35, de 15 de junho de 2012. Dispõe sobre os critérios de indicação, inclusão e exclusão de medicamentos na Lista de Medicamentos de Referência. Diário Oficial da União; Poder Executivo, Brasília, DF, 19 jun. 2012. Seção I, p.49-50 - Diário Oficial da União; Poder Executivo, Brasília, DF, 20 jun. 2012. Seção I, p.62 – Retificação. Principais referências 110 Prof. Rudy Bonfilio • BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 58, de 10 de outubro de 2014. Dispõe sobre as medidas a serem adotadas junto à Anvisa pelos titulares de registro de medicamentos para a intercambialidade de medicamentos similares com o medicamento de referência. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 13 out. 2014. • BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 09, de 20 de fevereiro de 2015. Dispõe sobre o Regulamento para a realização de ensaios clínicos com medicamentos no Brasil. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 03 mar. 2015. Principais referências 111 Prof. Rudy Bonfilio • Mastroianni, P. C.; Lucchetta. Regulamentação Sanitária de Medicamentos. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, v. 32, n. 1, p. 127-132, 2011. • Site da Anvisa: http://portal.anvisa.gov.br/ • Storpirtis, S.; Marcolongo, R.; Gasparotto, F. S.; Vila-Nova, C. M. A equivalência farmacêutica no contexto da intercambialidade entre medicamentos genéricos e de referência: bases técnicas e científicas. Infarma, v.16, n. 9-10, p. 51-56, 2004. Principais referências 112
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