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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
Disciplina: Genética do Esporte
Professor: Nelson Fagundes
Aluna: Gabriele Horn Toffolo
ARTIGO 1: Ahmetov et al., 2009. The combined impact of metabolic gene polymorphisms on elite endurance athlete status and related phenotypes. Hum Genet 126: 751-761.
Em seu artigo, os autores estudam se há associação entre genes de polimorfismo que são conhecidos por influenciarem o fenótipo de atletas de endurance, assim como se há relação também com a proporção de fibras lentas e o consumo máximo de oxigênio entre atletas de elite, atletas sub-elite e atletas não elite. Para isso eles estudam o fenótipo “endurance performance”, que consideram ser um fenótipo complexo. O fenótipo é complexo pois, segundo os autores, é influenciado por diversos genes que têm pequenos efeitos, assim juntos influenciam no fenótipo. Concordo que o fenótipo é complexo, pois ele é resultado de uma combinação de vários alelos que contribuem de forma conjunta e a existência de apenas um destes alelos não é o suficiente para se observar o fenótipo.
Para este estudo eles genotiparam a amostra para 15 genes de polimorfismo já reportados por estarem associados à atletas de endurance ou fenótipos intermediários como a quantidade de fibras lentas e o consumo máximo de oxigênio. Acredito que eles buscaram múltiplos genes justamente devido ao fato de ser um fenótipo complexo, na tentativa de identificar como os mesmos podem impactar no fenótipo escolhido e também, talvez, identificar algum outro gene que também possa estar associado.
Os autores concluíram ao final do estudo que 10 polimorfismos comuns contribuem para o perfil genético complexo de atletas de endurance de elite. Destes 10, 7 já haviam sido estudados e associados com o fenótipo de endurance performance. Assim, neste estudo, 3 novos polimorfismos que incluem alelos de “endurance” que junto com os outros 7 estão associados à fenótipos de endurance em humanos. Os autores também concluíram em seu estudo que possuir esses alelos é vantajoso para a performance em esportes de endurance, assim como ter 9 ou mais desses alelos aumenta as chances de se tornar um atleta de endurance de elite. Os autores também investigaram os fenótipos intermediários, como o consumo máximo de oxigênio e a quantidade de fibras lentas que compõe a musculatura. Segundo eles houve uma correlação positiva (r=0.5) entre os alelos de “endurance” e a proporção de fibras de contração lentas resistentes à fadiga, assim como com o consumo máximo de oxigênio (r=0.46).
Acredito que obter essas informações extras, fisiológicas e histológicas, é apenas uma confirmação para o estudo genético elaborado pelos autores. Talvez, na tentativa de confirmar os resultados genéticos e também por serem características que já foram estudadas e têm relação com a performance em endurance. 
Como vimos na disciplina, marcadores genéticos como preditores de desempenho devem ser analisados com cautela, por se tratar de um assunto bastante complexo. Acredito que a visão mostrada no artigo sobre tendências genéticas em determinados grupos de atletas pode estar de acordo com o que discutimos e refletimos durante a disciplina, pois o estudo analisa os alelos que podem ser responsáveis por determinados fenótipos e os correlaciona com os grupos de atletas e suas atividades.
Um prosseguimento talvez interessante para o estudo, seria quem sabe avaliar mais genes para tentar identificar outros genes que influenciam neste fenótipo complexo. Também acredito que analisar diferentes populações pode ser interessante para, quem sabe, buscar alguma influência do meio sobre o fenótipo estudado.
O estudo termina concluindo que esses 10 alelos estudados estão relacionados com o fenótipo complexo da performance de endurance e que a chance de uma pessoa vir a se tornar um atleta está relacionada com a quantidade destes alelos que a mesma possui. Assim como, dentro de um mesmo grupo de atletas estudados, os que obtinham melhores desempenhos deviam possuir maior número destes alelos.
RESENHA 2: Epstein, D. A Genética do Esporte: como a biologia determina a alta performance esportiva. 1ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. Capítulo 12.
O capítulo 12 do livro inicia com a pergunta: “Será que todo kalenjin é um corredor?” e ao longo do capítulo conta a história de John Manners e suas pesquisas no Quênia, mais especificamente sobre a capacidade do povo kalenjin ter bons corredores.
A genética não está explícita ao longo do texto, mas o primeiro vestígio dela está quando Manners fala sobre as práticas dos kalenkins de roubar o gado à noite, e terem que percorrer grandes distância correndo. Com isso, os homens que roubavam mais gado eram tidos como heróis do momento, e acabavam por isso, conquistando uma família e deixando seu legado para a prole. Talvez algo que lembre a seleção natural, onde os melhores corredores, conseguiam roubar mais gado, reproduziam-se mais e acabavam por predominar seus genes na população. Mas a dúvida ainda permanecia, será que todo kalenjin é um corredor? 
Manners estava interessado no assunto, já que várias coisas apontavam para a afirmação de que kalenjins eram ótimos corredores. Ele observava que, mesmo sem treino e nenhuma preparação, os pequenos kalenjins tinham ótimos resultados em seus testes de corrida. Também observava que a proporção de bons corredores kalenjins, era maior do que a proporção de bons corredores americanos. 
No desenvolvimento do assunto durante o capítulo, David conta que Manners não achava que todo kalenjin seria um bom corredor fundista, mas que a proporção de pessoas que podem se tornar bons corredores após treinos, é maior entre os kalenjins do que entre outros povos do Quênia e do mundo.
Entrando no assunto da genética, estudos foram feitos, para observar a quantidade de fibras de contração lenta nos kalenjins, assim como o seu consumo de oxigênio. Resultados encontrados não apontaram diferenças entre os kelenjins e outros corredores da Europa. Essas características genéticas, diferenciam bons corredores, que conseguem fazer médias e longas distâncias e serem muito rápidos, entretanto, não era isso que diferenciava os kalenjins.
Ainda em busca do diferencial deste povo, pesquisadores notaram que havia uma diferença no comprimento das pernas dos kalenjins que, proporcionalmente, tinham pernas mais longas do que os dinamarqueses comparados. Os kalenjins eram mais baixos do que os dinamarqueses, mas ainda assim, tinham as pernas mais compridas, ou seja, as pernas dos kalenjins eram uma parte maior do corpo do que dos dinamarqueses.
Outro fato descoberto, foi que que os kalenjins também tinham as pernas mais finas, e que isso afetava a economia de corrida. Assim, quanto mais longas e finas as pernas, maior era a chance de ter um bom desempenho na corrida. E essa era a característica dos kalenjins que fazia que, mesmo os não treinados, fossem melhores do que outros garotos de outras etnias. Acontece que, para um mesmo esforço, com as pernas mais longas e mais leves, os kalenjins conseguiam percorrer uma distância maior, basicamente com uma economia de corrida muito maior. 
A genética aqui está no biotipo dos kalenjins, que com suas pernas longilíneas e mais leves, conseguiam correr mais rápido e mais longe. Era isso que diferenciava este povo e por isso também o domínio de corredores Quenianos nas corridas de média e longa distância e não o consumo de oxigênio ou a proporção de fibras de contração lenta, como já foi pensado. 
Tentando relacionar o texto com a disciplina, acredito que o livro trás uma visão mais otimista da influência da genética no desempenho dos corredores. O que pude sentir na disciplina, foi que a genética está ali, afeta o desempenho de alguma forma, mas não é fator determinante. Talvez em alguns aspectos mais e outros menos. Por exemplo, no caso do consumo de oxigênio é inegável que quem possui maior VO2 máximo, terá um melhor desempenho neste caso, do que alguém que possui um VO2 máximo muito baixo. Entretanto, em outrosaspectos, como possui alguns genes que estão associados à lesão do joelho, por exemplo, durante a disciplina, me pareceu não ser algo que pode ser bastante levado em consideração. 
O caso tratado no livro, me passou a ideia de que sim, o biotipo dos kalenjins com pernas longilíneas, é um fator que contribui bastante para que eles sejam bons corredores. Entretanto, acredito que outros fatores também podem influenciar e fazer com que eles sejam bons corredores. Também acho que se alguém quiser ser um corredore de longas distâncias, mas tiver as pernas muito grossas, não vai conseguir um desempenho tão bom, mesmo que possua um ótimo VO2 máximo.

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