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RESENHA DICIONARIO DE POLITICA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
ANGELO ROBERTO VEIGA MONTEIRO
RESENHA - DICIONÁRIO DE POLÍTICA - CONSTITUIÇÃO
BELÉM - PA
2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
ANGELO ROBERTO VEIGA MONTEIRO
RESENHA - DICIONÁRIO DE POLÍTICA - CONSTITUIÇÃO
Trabalho apresentado ao curso de Direito da Universidade Federal do Pará, como requisito de avaliação da disciplina Teoria da Constituição.
Professor: Luiz Alberto Gurjão Sampaio de Cavalcante Rocha
BELÉM - PA
2017
BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. Brasília: Ed. UNB; São Paulo: Imprensa Oficial do estado, 2000, Vol. 1, p. 258-268. 
Norberto Bobbio nasceu em Turim, capital de Piemonte. Acaba o liceu em 1927 e escreve-se na Faculdade de Jurisprudência da Universidade Turim. Convive com professores notáveis, que lhe ajudam a moldar a personalidade, os gostos e a traçar o seu próprio caminho. Em 1931, licencia-se em jurisprudência com uma tese de Filosofia do Direito.
Dicionário de Política é uma obra oferece uma explicação e uma interpretação simples e ao mesmo tempo exaustiva dos principais conceitos que fazem parte do universo do discurso político, expondo sua evolução histórica, analisando sua utilização atual. 
É dessa forma que o pensador italiano, nas páginas 258 a 268, vai nos explicar o conceito de constituição. O texto em questão está dividido em sete itens que dão conta dos pressupostos das constituições contemporâneas, da insuficiência do conceito formal de constituição, o contraste entre estática e dinâmica de um ordenamento: o conceito material de constituição, alterações da constituição, a Assembleia Nacional Constituinte e as características da nova constituição, seu desenvolvimento e as tendências constitucionais contemporâneas.
Bobbio argumenta que apenas recentemente se consolidou a concepção de que o conjunto peculiar de princípios orgânicos deveria ser reunido em um único documento formal. O conceito de constituição aparece inicialmente como coincidente com a repartição dos poderes, como garantia dos direitos individuais, garantia proteção dos indivíduos contra os abusos cometidos pelo estado. Tal concepção se relaciona, sobretudo, com a concepção de estado liberal.
Entre as principais funções da constituição, o autor apresenta a função constitutiva, pois ela teria o poder de atestar dentro da comunidade internacional o surgimento de um novo componente. Afirma-se a existência de um novo estado, dotado de uma constituição própria. Relacionada com a função anterior, está a função de estabilização / racionalização, que consiste na sistematização de um sistema de poder. A constituição é uma ponte firme, uma base coerente e racional para os titulares do poder político. Se expressa aqui as múltiplas garantias para a defesa da ideologia dominante e dos institutos constitucionais fundamentais.
Ao par disso outra função da constituição seria a de legitimar um novo titular do poder político, marca a chegada ao poder de um novo grupo político. Essa afirmação se assenta no fato da criação de uma nova constituição toda vez que ocorre um golpe de estado.
Por fim, a constituição possui uma função de propaganda e educação, explicado pelo elevado conteúdo ideológico presentes nos textos, que vão além da mera expressão de normas organizadoras, revelando mecanismos de estímulos de ativação das massas. 
O segundo item destacado por Bobbio refere-se à insuficiência do conceito formal de constituição. O pensador concentra sua atenção na constituição do estado e expressa a dificuldade de se definir com clareza os princípios normativos essencias já mencionados. Tais princípios estão relacionados a juízos de valor, diversamente condicionado por aspectos históricos e políticos.
O autor destaca a tendência a formalização de pressupostos constitucionais, embora esta formalização não reflita todos os princípios. A forma escrita corresponde a uma técnica organizativa que tende a assegurar a estabilidade ao estado. 
Portanto, existiria uma tendência a ampliar o texto constitucional para além das disposições organizativas e da distribuição do poder político, dispondo sobre matérias de natureza econômica e sociais. Isso evidencia uma contraposição entre constituições longas e constituições breves.
Em O contraste entre estática e dinâmica de um ordenamento: o conceito material de constituição (item III), a forma escrita é uma tentativa de cristalização dos princípios essenciais (estática). Destaca-se a busca do equilíbrio entre o sistema tendencialmente estático e dinâmico, que se processa no campo político, na forma social do estado.
Nesse sentido, observa-se que os princípios formais representam apenas uma da constituição, pois a doutrina da constituição em sentido material (dinâmico) destaca o papel desempenhado pelas forças políticas na fixação dos princípios organizacionais.
Tem-se, portanto, que os princípios normativos representam a própria vontade política com força normativa. Muito embora as normas formais representarem um ponto de partida, não se pode tê-las como exclusivas, uma vez que existe uma base material em todas as constituições, que é reflexo e influenciado pela dinâmica política e social, que muita das vezes dá sustentação aos princípios, mas que também orienta a formulação de normas.
No quarto item - Alterações das constituições - destaca-se a ideia de poder constituinte, que se refere às transformações constitucionais, e o poder de revisão, que alterações no texto constitucional sem que se perca a sua essência.
O poder constituinte não está vinculado a um sistema jurídico vigente, portanto, está livre para as escolhas de objetivos. No poder de revisão, ao contrário, este é limitado por um sistema jurídico pré-existente. Trata-se simplesmente de adaptá-la à novas exigências, mas mantendo-se a essência. Por outro lado, as mudanças que divergem das linhas fundamentais do ordenamento revelam um novo ordenamento preparado pelo respectivo poder constituinte. Não há aqui identidade quanto às normas pré-existentes.
No quinto item destaca-se a Assembleia Nacional Constituinte e as características da nova constituição. O autor se vale do exemplo italiano, sobretudo após as experiências do fascismo, para apresentar as características democráticas da nova constituição. Evidencia-se o princípio da proporcionalidade característico da Assembleia Nacional Constituinte, que agora passa a ser fundamental também para a formação das decisões orientadoras dos demais órgãos eletivos.
A nova constituição se contrapõe a experiência fascista e afirma os valores democráticos ao tentar identificar a comunidade e o aparelho estatal (mediante a valorização do voto, etc.), a tutela das minorias (mediante a garantia dos direitos e liberdades, do pluripartidarismo etc.). Ou seja, a necessidade de uma nova constituição que fosse capaz de impedir os devaneios do autoritarismo, tornou necessária a criação de uma série de instituições de controle.
No item VI, Seu desenvolvimento, para se compreender o funcionamento das instituições italianas em décadas passadas, observa-se a atuação dos partidos, que assumem, em meio a ordenamentos políticos pluralistas, papel determinante no desenvolvimento das normas constitucionais.
As tendências constitucionais contemporâneas (item VII) referem-se a quatro tipos distintos de constituição: 1) Estado definidos como democracia clássica, de inspiração liberal; 2) Estados socialistas; 3) Estados autoritários e, 4) Estados de independências recentes.
Enfim, em poucas páginas Norberto Bobbio examina as constituições em seus vários aspectos. Como todo dicionário, trata-se de um texto esclarecedor, muito útil para estudantes, mas, também, para especialistas. Um texto denso, com informações valiosas para a iniciação nos estudos de teorias da constituiçãoe para compreensão das forças políticas que se expressam em cada constituição.

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