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Fichamento do livro "Dependência e desenvolvimento na América Latina" de Fernando Henrique Cardoso e Enzo Faletto

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Enzo Faletto e Fernando Henrique Cardoso:
Dependência e desenvolvimento na América Latina
CAPÍTULO I: Introdução
Ao terminar a IIGM alguns países da América Latina estavam em condições de completar o processo de formação industrial e de alcançar um desenvolvimento autossustentável.
Com efeito algumas economias que haviam acumulado divisas se viam capazes de substituir importações. Mais tarde (1955) foi necessário pensar na redistribuição de renda para se pensar em desenvolvimento.
O desenvolvimentismo autossustentado deveria basear-se nos estímulos do mercado interno e na diferenciação do sistema produtivo industrial que conduziria a criação de uma indústria própria de bens de capital.
Os autores retratam, de modo geral, o ideário geral de desenvolvimento logo após a IIGM.
A expansão do mercado interno deveria assegurar por si só o desenvolvimento continuado. O sentido fundamental do desenvolvimento seria dado elo mercado interno por mais que se mantivessem relações com o mercado externo.
Pressupostos da economia latinoamericana.
i – Mercado interno suficiente para consumo dos produtos industriais;
ii – Base industrial formada nos últimos 80 anos que compreenderia industrias leves de consumo e bens relacionados com a economia de exportação;
iii – Abundante fonte de divisas;
iv – Estímulo para o crescimento econômico graças ao fortalecimento do setor externo a partir de 1955;
v – Existência de taxa satisfatória de formação de capitais em alguns países (p. ex. Argentina);
Pontos para a política de desenvolvimento:
a – Absorção de uma tecnologia capaz de promover a diversificação da estrutura produtiva e aumentar a produtividade.
b – Definição de uma política de inversões que através do Estado criasse a infra-estrutura requerida para essa diversificação.
As condições estruturais de conjuntura deram margens à crença de que o desenvolvimento dependeria principalmente da capacidade d cada país para tomar as decisões de política econômica que a situação requeresse.
Depois da crise de 1929 na AL até países mais liberais como a argentina fortaleceram o poder público para defender a economia exportadora. Em seguida criara instituições públicas para fomentar o desenvolvimento segundo as novas idéias e alcançar uma redefinição das expectativas e do comportamento dos encarregados de tais decisões na burocracia estatal.
Se propunha na época um fortalecimento e modernização do Estado para se alcançar políticas de desenvolvimento eficazes – voltou-se para a economia política.
As bases históricas da situação latino-americana apontavam para um tipo de desenvolvimento eminentemente nacional. Devia-se organizar os centros nacionais de decisão de modo que fossem sensíveis aos próprios problemas.
Essa perspectiva perdeu força a partir da década de 1990. A falha da teoria conduziu a uma revisão das políticas adotadas – política de substituição de importações. Uma exceção fora o México.
Causas da insuficiência das economias nacionais: Tem sido freqüente condicionar o desenvolvimento à continuidade das exportações. As condições internacionais não foram corretamente sopesadas.
O crescimento econômico não implicou em crescimento social ou político –não teria se desarticulado a sociedade tradicional.
Falta uma análise integrada – justamente a proposta da obra em si – (social e economicamente) que forneça elementos para dar respostas.
Capítulo II: Análise integrada do desenvolvimento
#Sugere que as análises puramente econômicas ou puramente sociais são inadequadas.
1. A análise tipológica: sociedades tradicionais e modernas
Essas análises propõem a formulação de modelos ou tipos de formações sociais.
As sociedades latino-americanas pertenceriam a um tipo estruturado denominado "sociedade tradicional" e que está produzindo a passagem a um outro tipo de sociedade chamada "moderna". E no curso do processo de mudança social se formaria um padrão intermediário que caracterizaria as sociedades dos países "em desenvolvimento". Noção de dualismo estrutural.
CRÍTICA
I - Os conceitos "tradicional" e "moderno" não são bastante amplos para abranger de forma precisa todas as situações sociais existentes, nem permitem distinguir entre elas os componentes estruturais das sociedades analisadas e mostram as condições de seu funcionamento e permanência.
II - Não estabelecem nexos inteligíveis sobre as diferenças econômicas e os diferentes tipos de estrutura social que pressupõem as sociedades tradicionais e modernas.
Em termos puramente econômicos, o grau de desenvolvimento de um setor produtivo pode ser analisado através de um conjunto de variáveis e de diferenciação da economia. A partir dessa análise, pode-se inferir a forma que assume a estrutura social.
A relação entre desenvolvimento e modernização não se verifica necessariamente, se se supõe que a dominação nas sociedades mais desenvolvidas exclui os grupos tradicionais.
Também pode ser caso que a sociedade se modernize em suas pautas de consumo, educação etc sem que correlativamente haja uma menor dependência e um deslocamento do sistema econômico da periferia em relação ao centro.
2. A concepção de mudança social
#Implicações dos conceitos de sociedade tradicional e sociedade moderna.
A tese seria a de que a realidade econômica, política e social da Europa e dos Estados Unidos anteciparia a realidade dos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. É por isso que as singularidades de cada situação de subdesenvolvimento têm pouco valor interpretativo para esse tipo de sociologia.
Efeito de demonstração: Supõe que a modernização da economia se efetua através do consumo e que introduz um elemento de alteração no sistema produtivo que pode provocar um desvio em relação às 'etapas' da industrialização características dos países adiantados. No aspecto sociológico, o efeito de demonstração tem lugar em determinadas condições que o tornam possível; opera na medida em que existe um mínimo de participação das massas, principalmente no campo da política. A análise sociológica deve explicar esta possibilidade de modo que os fenômenos não sejam tidos como elementos causais do processo.
Considera mais adequado um procedimento metodológico que acentue a análise das condições específicas da situação latinoamericana e o tipo de integração social das classes e grupos como condicionamentos principais do processo de desenvolvimento. Importa realçar as características históricas e estruturais que geram processo de semelhante natureza e que revelam o sentido mesmo que pode ter tal modernização.
3. Estrutura e processo: determinações recíprocas
Análise global do desenvolvimento considera, por um lado, a totalidade de condições históricas e particulares subjacentes ao processo de desenvolvimento no plano nacional e externo; por outro, compreende, nas situações estruturais dadas, os objetivos e interesses que dão sentido às sociedades em desenvolvimento. Requer uma perspectiva que ao realçar essas condições concretas e ao destacar os móveis dos movimentos sociais, analise aquelas e estes em suas relações e determinações recíprocas.
A análise deve ultrapassar a abordagem estrutural reintegrando-a em uma interpretação feita em termos de processo histórico. O devir histórico só se explica por categorias que atribuam significação aos fatos e consequentemente sejam historicamente referidas. O desenvolvimento é resultado da integração de grupos e classes sociais que tem um modo de relação que lhes é próprio e interesses materiais e valores distintos cuja oposição, conciliação ou superação dá vida ao sistema socioeconômico.
O processo de mudança deixa de apresentar-se como resultado de fatores naturais e começa a perfilar-se como um processo que encontra o filtro pelo qual passarão os influxos meramente econômicos.
Para chegar-se a um enfoque teórico desta natureza é necessário buscar categorias que expressem os diferentes momentos e características estruturais do processo histórico (interno ou externo) significativo para o desenvolvimento.
O problemateórico fundamental é constituído pela determinação dos modos que adotam as estruturas de dominação, porque é por seu intermédio que se compreende a dinâmica das relações de classe.
A configuração dos aspectos políticos-institucionais deve ser entendida em função das estruturas de domínio, por onde se capta o processo de transformação.
O objetivo do ensaio é explicar os processos econômicos enquanto processos sociais e busca um ponto de intersecção teórico onde o poder econômico se expresse como dominação social (política).
4. Subdesenvolvimento, periferia e dependência
Propõe a revisão do conceito de dependência e subdesenvolvimento. 
O conceito de subdesenvolvimento pressupõe o predomínio do mercado externo sobre o interno. Faz uma contraposição nos conceitos de centro e periferia e constata a noção de desigualdade nas posições e funções dentro de uma mesma estrutura de produção global.
A noção de dependência alude diretamente às condições de existência e funcionamento do sistema econômico e político, mostrando a vinculação entre ambos, interna e externamente.
A noção de subdesenvolvimento caracteriza um estado ou grau de diferenciação do sistema produtivo sem acentuar as pautas de controle das decisões de produção e consumo.
As noções de centro e periferia destacam as funções que cabem à economias subdesenvolvidas no mercado mundial sem levar em conta os fatores políticos e sociais implicados na situação de dependência.
Uma sociedade pode sofrer transformações profundas em seu sistema produtivo sem que se constituam de forma plenamente autônoma os centros de decisão e os mecanismos que os condicionam.
Existem casos em que a nação se desliga do processo de dominação internacional e sua autonomia não permite com que se enquadre nem como centro ou periferia.
Deve analisar a formação histórica da integração dos centros autônomos de decisão.
Recomenda cautela no processo de interpretação da realidade latino-americana. Propõe achar as características das sociedades nacionais que expressam as relações com o externo.
5. O subdesenvolvimento nacional
Se nas situações de dependência colonial é possível afirmar que a história aparece como reflexo do que se passa na metrópole, nas situações de dependência as nações subdesenvolvidas a dinâmica social é mais complexo.
O subdesenvolvimento nacional supõe uma subordinação ao exterior e reorientação do comportamento social, político e econômico em função dos “interesses” nacionais. A dependência seria uma relação entre classes e grupos que implica uma situação de domínio vinculado economicamente com o exterior.
Assim, os autores analisam a evolução dos termos e deixam claro que não é razoável se supor que os países em desenvolvimento estariam repetindo a história dos países desenvolvidos, uma vez que as condições históricas em que se deram um e outro são completamente diferentes. 
6. Os tipos de vinculação das economias nacionais ao mercado
Os rompimentos dos pactos coloniais e a primeira expansão do capitalismo industrial europeu são as características históricas dominantes no período de formação das nações novas no século XIX. A partir da independência as economias e sociedades recém formadas apresentam-se reflexas e autóctones.
A vinculação das economias periféricas ao processo capitalista implica em uma integração com estrutura social e econômica que procede da situação anterior. A base física da economia influirá sobre a forma e as consequências de vinculação ao mercado mundial posterior ao período de formação nacional.
Discutem as relações de classe.
Na fase inicial desse processo, os grupos industriais apareciam em alguma medida numa situação marginal. É o único grupo que possui uma base econômica real e situa-se em posição estratégica que lhe permite estabelecer os termos de aliança e isso explica sua importância no período posterior à crise.
7. Perspectivas para uma análise integrada do desenvolvimento
A perspectiva põe em dúvida a concepção usual de desenvolvimento.
CAPÍTULO III
Se propõe a analisar as condições e possibilidades de desenvolvimento e de consolidação dos Estados nacionais.
Contesta termos weberianos como “ordem legítima” e “associação de interesses” – é necessário superar a idéia de que o sistema produtivo pode assegurar por si mesmo a transformação de poder dando lugar a democratização das estruturas sociais.
As formas assumidas pelas relações entre o sistema econômico e o sistema de poder deram origem a diferentes possibilidades de desenvolvimento.
É necessária a análise dessas situações históricas.
Três formas de relação das colônias com as metrópoles:
a Colônias de população
b Colônias de exploração
c Reservas territoriais
Cada um desses modos se deu em função de um interesse.
Com a ruptura do pacto colonial a formação das nações latinoamericanas fez-se possível através de grupos sociais locais. Tal processo realizou-se com mais chances de êxito nas economias agrícolas base da metrópole. Essas ex colônias tinham uma elite mais ou menos idôneas para governar.
Suas menores possibilidades de êxito foram na século XIX, com o declínio da Espanha, que fora a principal metrópole de grande parte da América Latina, e com a superveniência da hegemonia econômica dos EUA e da Inglaterra sem repercussão no mercado mundial.
Os limites nacionais não coincidem com as áreas econômicas e socialmente desenvolvidas no início do século XIX e integradas ao mundo exterior.
A ruptura do pacto colonial e a formação dos Estados nacionais implica um novo modelo de ordenação da economia e sociedade na América Latina.
1. Controle nacional do sistema produtivo
Elementos
a) Necessidade do abastecimento de matérias-primas. As inversões do centro orientavam-se para os setores que as economias locais não estavam em condições de desenvolver – p. ex. o sistema de transportes. O centro controlava o comércio da periferia mas não substituía a classe econômica local que herdava da colônia sua base produtiva.
b Fortalecimento dos grupos produtores nacionais condicionados pela situação de mercado e pela consolidação de um sistema político de domínio.
Essas economias nacionais dependeriam de 
1 Produção primária que herdasse a estrutura da colônia;
2 Mao de obra abundante
3 Muitas terras.
Esses dois últimos fatores seriam essenciais para a formação direta de capitais.
As oligarquias locais lutaram muitas vezes contra a hegemonia dos exportadores para garantir melhor participação na distribuição de renda.
O perfil da estrutura nacional se concebe com os grupos exportadores exercendo papel vital de ligação entre economia central e os setores agropecuários “tradicionais”.
No início do século XX o êxito do setor exportador permitiu em alguns países da América Latina que fossem agregados à economia nacional novos setores, o que propiciou às classes médias a reforma na ordem política atitude que permitia a eclosão das divergências entre os grupos dominantes.
2. Economias de enclave
Idéia central: Desarticulação dos setores econômicos nacionais.
Economia de enclave é um modelo econômico em que em um mercado globalizado, as atividades de produção estão localizadas em países de exportação em desenvolvimento sem integração no mercado local.
A participação do mercado global se dá da seguinte forma:
a A produção é um prolongamento direta da economia central;
b Não existem conexões com a economia local;
c As relações econômicas são estabelecidas no âmbito dos mercados centrais.
CAPÍTULO VI: A internalização do mercado: o novo caráter da dependência
O período de diferenciação da economia capitalista é marcada pela crise do populismo e da organização política representativa dos grupos dominantes. Nota-se um esforço para ordenar o sistema político e social sobre as novas bases que expressem a vinculação entre o setor produtivo orientado para o mercado interno e as economias externas dominantes.
Nesse duplo movimento se evidencia a crise do sistema anterior de dominação e as transferências das relações entre a economiainterna e os centros hegemônicos de mercado. Tais transformações se manifestam mediante uma reorientação no contraste dos interesses internos e na redefinição da vinculação centro-periferia.

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