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USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 1 ENG 121 MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II NOTAS DE AULAS • INTRODUÇÃO – QUALIDADE • AGREGADOS • ÁGUA • ADITIVOS • AGLOMERANTES • CIMENTO PORTLAND • CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND • ARGAMASSA AGOSTO, 2017 Versão VR 12 UCSAL – UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR ESCOLA DE ENGENHARIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 2 IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA � Conhecimento das características, propriedades, limitações, vantagens e desvantagens, usos, locais de exposição de diversos materiais utilizados na construção civil; � Solidez, durabilidade, custo, acabamento da obra dependem da qualidade dos materiais; � Conhecimento do controle da qualidade, realização de ensaios, analise e aceitação; � Qualificação dos materiais destinados a concreto, bem como sua produção. OBJETIVO DA DISCIPLINA Conscientizar os alunos do Curso de Engenharia Civil sobre a importância do conhecimento técnico- científico dos materiais de construção, especificamente na área de tecnologia de concreto e da utilização das respectivas normas técnicas. Tornar o aluno capaz de realizar dosagens e ensaios de concreto e interpretar seus resultados. A disciplina é de caráter teórico-prático e visa, através de aulas expositivas, exercícios, ensaios de laboratório e realização de trabalho prático, em equipe, colocar o aluno em contato com a prática da construção civil e com a produção de concreto em laboratório. USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 3 INTRODUÇÃO: QUALIDADE, CONTROLE E GARANTIA CONTROLE DE QUALIDADE ANOS UM LUXO 50 -60 UMA DESPESA 60 - 70 UM ARGUMENTO DE VENDA 70 - 80 UMA FONTE DE LUCRO 80 - 90 UMA QUESTAO DE SOBREVIVÊNCIA 90 QUALIDADE - Conceitos Básicos "ADEQUAÇÃO AO USO" - J. M. JURAM "CONFORMIDADE AOS REQUISITOS" - EDWARD DEMING "CARACTERÍSTICAS DO PRODUTO OU SERVIÇO QUE SATISFAZEM ÀS NECESSIDADES DO USUÁRIO E GERAM SATISFAÇÃO" - KAORU ISHIKAWA QUALIDADE - é o produto, o processo, ou o serviço estar adequado a uma finalidade. DEVE SATISFAZER AO USUÁRIO CONTROLE - é o conjunto de atividades técnicas e planejadas, para alcançar uma meta e assegurar um nível pré-determinado de qualidade. GARANTIA - é o conjunto de atividades planejadas, que levando em conta os fatores técnicos e humanos, se implementam através de sistemáticas de treinamento, motivação e controle de todas as etapas do processo. CONTROLE TOTAL DA QUALDADE PADRÃO OU NÍVEL - está associado a definição de qualidade. O PRODUTO, PROCESSO OU SERVIÇO PODE ATENDER À MESMA FUNÇÃO ATRAVÉS DE PADRÕES DISTINTOS. A preocupação com a qualidade de serviços, materiais e equipamentos na construção civil tem como principais objetivos: • Execução de obras com durabilidade compatíveis com a finalidade do projeto; • Redução do custo final e das despesas com manutenção; • Atendimento às expectativas do empreendedor, projetista, construtor e usuário. USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 4 "ADEQUAÇÃO AO USO" NA CONSTRUÇÃO CIVIL, PODE SER ENTENDIDA COMO: • Ter resistência estrutural adequada; • Ser funcional; • Possuir as condições ideais de habitabilidade; • Ter vida útil elevada (ser durável); • Possuir baixo custo de operação e manutenção; • Ter preço acessível. CONTROLE DA QUALIDADE · PLANEJAMENTO atender as normas gerais de desempenho, código de obras e regulamento · PROJETO atender às normas específicas de desempenho, as normas e documentos prescritos. · MATERIAIS produzir e receber de acordo o especificado. · EXECUÇÃO atender ao projeto e ao especificado · USO assegurar a adequada utilização e manutenção do produto Itens contemplados na disciplina Materiais de Construção ENG 446 • Conhecimento das características, propriedades, limitações, vantagens e desvantagens, usos, locais de exposição de diversos materiais utilizados na construção civil; • Solidez, durabilidade, custo, acabamento da obra dependem da qualidade dos materiais; • Conhecimento do controle da qualidade, realização de ensaios, análise e aceitação; • Qualificação dos materiais destinados a concreto, bem como sua produção. Obs.: o conteúdo desta disciplina estará contido nas NORMAS, nacionais ou estrangeiras, e na bibliografia apresentada. PROPRIEDADES DOS CORPOS SÓLIDOS • DUREZA • TENACIDADE • MALEABILIDADE • DUCTILIDADE • DURABILIDADE • DESGASTE • ELASTICIDADE • FLUÊNCIA USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 5 DUREZA = resistência da superfície dos materiais à penetração; TENACIDADE = resistência que opõem ao choque ou percussão, medida da energia necessária para romper o material; MALEABILIDADE = capacidade que tem os corpos de se transformarem em lâminas, sem se romperem; DUCTILIDADE = propriedade que apresentam os corpos de se transformarem em fios, esticar, distender, sem se romper; DURABILIDADE = capacidade que tem os corpos de permanecerem inalterados com o tempo; DESGASTE = perda de qualidade ou de dimensões com uso contínuo; ELASTICIDADE = propriedade que apresentam certos corpos de retornar a sua forma primitiva ao cessar a ação que nele produziu uma deformação; FLUÊNCIA = deformação lenta de um corpo submetido a uma tensão constante. ESFORÇOS MECÂNICOS • COMPRESSÃO •••• TORÇÃO • TRAÇÃO •••• CISALHAMENTO • FLEXÃO USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 6 NORMALIZAÇÃO/NORMATIZAÇÃO NORMALIZAR - estabelecer códigos técnicos para permitir melhor entendimento entre comunidade cientifica, produtora, vendedora e cliente. As normas técnicas formam a base sobre a qual se estruturam e se operacionalizam os programas de controle da qualidade, certificação de conformidade e garantia da qualidade. São previstas revisões a cada 5 anos. Por meio da aplicação das Normas Técnicas, os produtos agregam mais segurança e reconhecimento no mercado, pois se fornece uma melhor qualidade, segurança e uniformidade, sem considerar a garantia de atuação do profissional. TIPOS DE NORMAS ESPECIFICAÇÕES - Fixam condições que os materiais devem satisfazer. MÉTODOS - Fixam os procedimentos na execução de ensaios. NORMAS - Fixam os procedimentos na execução de serviços ou obras. PADRONIZAÇÕES - Estabelecem as dimensões para os materiais ou produtos. TERMINOLOGIA – Estabelecem e determinam a nomenclatura técnica. PRINCIPAIS ENTIDADES • COPANT - Comissão Panamericana de Normas Técnicas • CEB - Comité Européen du Beton • ISO - Internacional Standartization Organization • RILEM - Reunion Internationale des Laboratoires d'Essais et des recherches sur les Materiaux et les structures • IBRACON – Instituto Brasileiro do Concreto • ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland • DNIT – Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes ENTIDADES NORMALIZADORAS INTERNACIONAIS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas EUROCODE – Código Europeu de normas técnicas AASHO - American Society of State Highway OfficialsMaterials AFNOR - Association Française de Nomalization ASTM - American Society for Testing Materials BS - British Standard DIN - Deutsch Industrie Normen O processo de elaboração de uma Norma Brasileira se inicia com uma demanda da sociedade, pelo setor envolvido ou mesmo dos organismos regulamentadores. A pertinência do pedido e da demanda é analisada pela ABNT. Se tiver mérito, será levada ao Comitê Técnico do setor para inserção no Plano de Normalização Setorial (PNS) da Comissão de estudo pertinente. Caso contrário, será criada uma Comissão de Estudo Especial (ABNT/CEE). USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 7 Em ambos os casos há uma grande preocupação da ABNT em disseminar a todos os envolvidos, para que haja uma participação bastante representativa para elaboração da norma. As Comissões de Estudo devem discutir e chegar ao consenso para elaborar o projeto de Norma. De posse do Projeto de Norma, a ABNT o submete a consulta nacional como forma de dar oportunidade a todas as partes envolvidas de examinar e de emitir sua consideração. Passado o tempo necessário para Consulta Nacional, a Comissão de Estudo realiza uma reunião para análise da pertinência ou não das considerações recebidas. Não havendo impedimento, o Projeto é encaminhado para homologação pela ABNT, onde recebe a sigla ABNT NBR e seu número respectivo. A seguir a Norma é colocada no acervo de Normas Brasileiras. De posse do texto normativo, a ABNT submete o mesmo à Consulta Nacional, como forma de dar oportunidade à sociedade de examinar e emitir suas considerações. Decorrido o tempo necessário para a Consulta Nacional, se realiza uma última reunião para análise da pertinência ou não das considerações recebidas. Não havendo impedimento, o texto será levado à homologação pela ABNT, onde recebe a sigla ABNT NBR e seu número respectivo. A seguir é colocada no acervo de Normas Brasileiras. USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 8 I – AGREGADOS Materiais granulosos, preferencialmente inertes, com dimensões e propriedades variáveis, que podem ser selecionados adequadamente à obra de engenharia que se pretende executar. 1. INTRODUÇÃO Os agregados caracterizam-se como os materiais granulares, geralmente inertes, que compõem as argamassas e concreto, cujas partículas abrangem dimensões desde 100 µm até 100 mm. Seu estudo torna-se importante na medida em que seu volume constitui 70 a 75% do volume do concreto. Durante muito tempo, os pesquisadores afirmaram que os agregados não tinham participação na resistência do concreto. Naquela época, os estudos realizados com os agregados em utilização, de boa qualidade, confirmaram este fato. Desde Feret em 1896, até Abrams em 1923, esta afirmativa era verdadeira, desde que o agregado fosse mais resistente que o concreto, o que, realmente, ocorria com os materiais tradicionalmente empregados. Com o desaparecimento dos bons materiais e a necessidade de construção em locais distantes, com agregados de outra natureza, os problemas começaram a aparecer, exigindo dos tecnologistas e a necessidade de seleção e escolha dos agregados. Os primeiros ensaios foram de natureza física, principalmente os relacionados com a resistência e a forma do grão, além dos já conhecidos como granulometria, presença de impurezas (lodo, matéria orgânica, argila, carvão, mica, entre outros). De 1940 para cá, surgiram os ensaios de natureza química e estrutural, haja vista a possibilidade de reações químicas e de colagem entre o inerte e o cimento; as primeiras davam origem a expansões destrutivas no concreto e as segundas, a melhoria de suas propriedades mecânicas. As propriedades que hoje se exigem dos agregados são de natureza geométrica, física e química, a saber: a) Forma adequada e dimensões proporcionadas. b) Resistência adequada aos esforços atuantes. c) Propriedades térmicas compatíveis. d) Adequadas propriedades químicas, relativas ao aglomerante e ao meio. e) Ausência de substâncias prejudiciais. Para verificar essas propriedades, diversos ensaios são normalizados, cujos resultados podem ser qualitativos ou quantitativos. Uma boa indicação que se pode obter sobre a qualidade de um agregado é a observação do comportamento do concreto ao longo do tempo. USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 9 A Especificação Brasileira que trata dos requisitos aos quais os agregados devem satisfazer para uso no concreto é a NBR 7211 (EB-4 da ABNT), que será apresentada mais adiante. A análise petrográfica da rocha de origem visando seu uso na fabricação de agregados para concreto é feita de acordo com a ABNT NBR 7389 - Apreciação petrográfica de materiais naturais para utilização como agregado em concreto. 2. USO • LASTRO DE VIAS FÉRREAS • BASES DE CALÇAMENTO • RODOVIAS Adicionamento ao Solo Revestimento Betuminoso • ARGAMASSAS E CONCRETOS 3. FUNÇÃO DOS AGREGADOS • Econômica - material de menor custo que o cimento • Técnica - maior estabilidade dimensional - maior durabilidade • Estética - aspectos estéticos, visuais 3.1 ECONÔMICA � Aquisição • Obtenção industrial (Custo) • Transporte � Utilização • Aplicação • Conservação 3.2 TÉCNICA • Resistência (qualidade) • Trabalhabilidade • Durabilidade 3.3. ESTÉTICA – aplicação contemplando aspectos de acabamento, beleza e menor custo A verificação da qualidade (condição técnica) é feita através de ENSAIOS. USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 10 4 - CLASSIFICAÇÃO 4.1 QUANTO À ORIGEM 4.1.1 Naturais - já são encontrados na natureza sob forma de agregado (areia natural, pedregulho, pedra pome, etc. ) 4.1.2 Artificiais - necessitam de um trabalho de beneficiamento (areia artificial, brita, escória de alto forno, argila expandida, etc.) 4.2 QUANTO ÀS DIMENSÕES 4.2.1 Miúdos: Agregados cujos grãos passam na peneira com abertura de malha de 4,75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 150 µm, em ensaio realizado de acordo com a ABNT NBR NM 248, com peneiras definidas pela ABNT NBR ISO 3310-1 (areia natural, pedrisco, etc.) 4.2.2 Graúdos: Agregados cujos grãos passam na peneira com abertura de malha de 75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 4,75 mm, em ensaio realizado de acordo com a ABNT NBR NM 248, com peneiras definidas pela ABNT NBR ISO 3310-1 (brita, pedregulho, etc.) 4.3 QUANTO À MASSA ESPECÍFICA 4.3.1 Leves ( < 2.000 kg/m3) = pedras pomes, argila expandida, vermiculita 4.3.2 Normais (2.000 a 2.800 kg/m3) = areias quartzosas, seixos, britas de granito, gnaisses, etc 4.3.3 Pesados ( > 2.800 Mg/m3) = barita, limonita, magnetita, hematita etc. 5 – OBTENÇÃO 5.1 Agregados naturais - areias e pedregulhos Extração direta - lavagem e seleção (beneficiamento) Classificação de jazidas de agregados naturais - Residuais - decomposição da rocha matriz, boa granulometria, porém muitas impurezas. - Eólicas - transporte pelos ventos - depósitos de material muito fino, grande pureza - Aluviais - marítimos - ruins fluviais - os melhores Quanto ao tipo de jazida: - Bancos - acima do leito do terreno - Minas - subterrâneas - Jazida de rio - leito dos rios ou margens - Jazida de mar - praias ou fundo do mar USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 11 A extração dos agregados naturais exige cuidados para a obtenção de materiais de qualidade que depende dotipo de jazida. Nas jazidas residuais tipo “banco”, como é o caso das jazidas da região Metropolitana de Salvador, a extração se faz verticalmente no talude aberto no banco, para que os grãos mais finos da superfície misturem-se com os mais grossos das camadas mais profundas. Nessas jazidas, é necessário expurgar, previamente, a capa superficial onde se desenvolvem as raízes da vegetação. Nas jazidas de rio constata-se uma deposição seletiva de grãos segundo seu peso no leito ou margens, em função da variação da velocidade da correnteza - quando a velocidade da água diminui onde o rio se alarga ou encontra outro de menor velocidade, ocorre, inicialmente, a deposição dos grãos mais grossos e, posteriormente, dos grãos mais finos. Assim sendo, a extração é feita buscando-se a remoção das partidas de grãos por faixas longitudinais para posterior mistura. 5.2 AGREGADOS ARTIFICIAIS – areias, pedrisco, brita Os agregados artificiais mais comuns são as britas obtidas do fracionamento da rocha matriz, de acordo com as etapas abaixo indicadas realizadas nas Centrais de Britagem. � Extração da rocha (explosivos) - obtenção de blocos de pedra � Fragmentação secundária - redução do tamanho dos blocos maiores para possibilitar a entrada nos britadores primários � Transporte para a central de britagem (caminhões caçambas) � Britagem primária e secundária � Escolha dos britadores em função do tipo de rocha e da qualidade desejada para o material acabado (forma e tamanho) � Tipos de britadores a) de movimento alternativo (mandíbulas) • simples efeito • duplo efeito b) de movimento contínuo • giratórios • de rolos c) de martelos, bolas ou barras � Transporte entre britadores - correias transportadoras � Peneiramento - classificação dos diversos tipos de brita � Peneiras circulares ou planas normalizadas � Lavagem - remoção do pó de pedra aderente, principalmente nas épocas de chuva. � Estocagem seletiva por tipo de material. Nota: Dos britadores acima indicados, os de mandíbulas são bastantes empregados como britador primário, face ao seu baixo custo de manutenção, enquanto que para a britagem secundária, são mais utilizados os giratórios, pois fornecem britas com formas mais adequadas para uso no concreto e pavimentação, especialmente se a rocha tem planos preferenciais de clivagem. USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 12 6 - AGREGADOS PARA CONCRETO As características relativas aos agregados miúdos e graúdos e seus respectivos limites constam da ABNT NBR – 7211:2005 – Agregados para concreto DADOS OBTIDOS DA NORMA ABNT NM 7211:2005 6.1 Definições Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as definições das ABNT NBR NM 66 e ABNT NBR 9935, e as seguintes: - Agregado miúdo: Agregado cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de 4,75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 150 µm, em ensaio realizado de acordo com a ABNT NBR NM 248, com peneiras definidas pela ABNT NBR NM ISO 3310-1. - Agregado graúdo: Agregado cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de 75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 4,75 mm, em ensaio realizado de acordo com ABNT NBR NM 248, com peneiras definidas pela ABNT NBH NM ISO 3310-1. - Dimensão máxima característica: Grandeza associada à distribuição granulométrica do agregado, correspondente à abertura nominal, em milímetros, da malha da peneira da série normal ou intermediária na qual o agregado apresenta uma porcentagem retida acumulada igual ou imediatamente inferior a 5% em massa. - Módulo de finura: Soma das porcentagens retidas acumuladas em massa de um agregado, nas peneiras da série normal, dividida por 100. - Agregado total: Agregado resultante de britagem de rochas cujo beneficiamento resulta numa distribuição granulométrica constituída por agregados miúdos ou por mistura intencional de agregados britados e areia natural ou britada, possibilitando o ajuste da curva granulométrica em função das características do agregado e do concreto a ser preparado com esse material. Os limites dessa norma, referentes ao agregado total, devem atender aos critérios de ponderabilidade em massa entre os agregados graúdos e miúdos que o compõe. 6.2 Requisitos Gerais Os agregados devem ser compostos por grãos de minerais duros, compactos, estáveis, duráveis e limpos, e não devem conter substâncias de natureza e em quantidade que possam afetar a hidratação e o endurecimento do cimento, a proteção da armadura contra a corrosão, a durabilidade ou, quando for requerido, o aspecto visual externo do concreto. O exame petrográfico realizado de acordo com a ABNT NBR 7389 e interpretado por profissional capacitado, fornece alguns dos subsídios necessários para o cumprimento destas condições. Para outras características, ver seções 5 e 6 da referida norma. Os agregados devem ser fornecidos ao consumidor em lotes cujas unidades parciais de transporte devem ser individualizados, mediante uma guia de remessa na qual constem pelo menos os seguintes dados: USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 13 - nome do produtor; - proveniência do material; - identificação da classificação granulométrica de acordo com o indicado em 5.1 e 6.1 da norma; - massa do material ou seu volume aparente; - data do fornecimento. Agregado miúdo A amostra representativa de um lote de agregado miúdo, coletada de acordo com a ABNT NBR NM 26 e reduzida para ensaio de acordo com a ABNT NBR NM 27, devem satisfazer os requisitos prescritos de 5.1 a 5.3. Quando o agregado miúdo for composto ou proveniente de duas ou mais origens, os requisitos desta Norma devem ser considerados proporcionalmente à presença de cada um deles na mistura. � Granulometria Distribuição granulométrica A distribuição granulométrica, determinada segundo a ABNT NBR NM 248, deve atender aos limites estabelecidos na tabela 2. Podem ser utilizados como agregado miúdo para concreto materiais com distribuição granulométrica diferentes das zonas estabelecidas na tabela 2, desde que estudos prévios de dosagem comprovem sua aplicabilidade. Tabela 2 – Limites da distribuição granulométrica do agregado miúdo Peneira com abertura de malha (ABNT NBR NM ISO 3310-1) Porcentagem, em massa, retida acumulada Limites inferiores Limites superiores Zona utilizável Zona ótima Zona ótima Zona utilizável 9,5 mm 0 0 0 0 6,3 mm 0 0 0 7 4,75 mm 0 0 5 10 2,36 mm 0 10 20 25 1,18 mm 5 20 30 50 600 µm 15 35 55 70 300 µm 50 65 85 95 150 µm 85 90 95 100 NOTAS 1. O módulo de finura da zona ótima varia de 2,20 a 2,90. 2. O módulo de finura da zona utilizável inferior varia de 1,55 a 2,20. 3. O módulo de finura da zona utilizável superior varia de 2,90 a 3,50. � Substâncias nocivas A quantidade de substâncias nocivas não deve exceder aos limites máximos em porcentagem estabelecidos na tabela 3 com relação à massa do material. USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 14 Tabela 3 – Limites máximos aceitáveis de substâncias nocivas no agregado miúdo em relação à massa do material Determinação Método de ensaio Quantidade máxima relativa à massa de agregado miúdo% Torrões de argila e materiais friáveis ABNT NBR 7218 3,0 Materiais carbonosos 1) ASTM C123 Concreto aparente 0,5 Concreto não aparente 1,0 Material fino que passa através da peneira 75 µm por lavagem (material pulverulento) ABNT NBR NM 46 Concreto submetido a desgaste superficial 3,0 Concretos protegidos do desgaste superficial 5,0 Impurezas orgânicas 2) ABNT NBR NM 49 Asolução obtida no ensaio deve ser mais clara do que a solução- padrão ABNT NBR 7221 Diferença máxima aceitável entre os resultados de resistência à compressão comparativos 10% 1) Quando não for detectada a presença de materiais carbonosos durante a apreciação petrográfica, pode-se prescindir do ensaio de qualificação dos materiais carbonosos (ASTM C 123). 2) Quando a coloração da solução obtida no ensaio for mais escura do que a solução-padrão, a utilização do agregado miúdo deve ser estabelecida pelo ensaio previsto na ABNT NBR 7221. Quando o material fino que passa através da peneira 75 µµµµm por lavagem, conforme procedimento de ensaio estabelecido na ABNT NBR NM 46, for constituído totalmente de grãos gerados durante a britagem de rochas, os valores constantes na tabela 3 podem ter seus limites alterados de 3% para 10% (para concreto submetido a desgaste superficial) e de 5% para 12% (para concreto protegido do desgaste superficial), desde que seja possível comprovar, por apreciação petrográfica realizada de acordo com a ABNT NBR 7387, que os grãos constituintes não interferem nas propriedades do concreto. São exemplos de materiais inadequados os materiais micáceos, ferruginosos e argilo-minerais expansivos. Para agregado total, ver 3.6 e nota 3 da tabela 7. a) Impurezas minerais Podem prejudicar a aderência da pasta aos grãos com diminuição da resistência. � Materiais pulverulentos: Devido a elevada superfície específica afetam a consistência, influindo na resistência do concreto. Partículas com diâmetro < 0,075 mm Método de ensaio: ABNT NBR NM 46 - Especificação : NRR 721 I EB- 4 USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 15 � Argila em torrões: Podem prejudicar a consistência e a aderência da pasta aos grãos com diminuição da resistência. Método de ensaio: NBR 7218 MB - 8 - Especificação: NBR 7211 EB - 4 b) Impurezas Orgânicas Podem retardar a pega e diminuir a resistência Método de ensaio : ABNT NBR NM 49 e NBR 7221 ABNT NBR NM 49 - Avaliação das impurezas orgânicas (ensaio comparativo de cor) Solução de Na OH a 3 % Solução Padrão: Solução de Ácido tânico a 2% NaOH = 30g Ácido Tânico = 2g Água destilada = 970g Álcool a 95º = 10ml Amostra de areia = 200g Água destilada = 90ml Solução de NaOH = 100 ml Preparo da mistura: Solução ácido tânico = 3ml Solução de NaOH = 97ml RESULTADO ESPERADO: Comparação das cores entre as soluções preparadas e a solução obtida no ensaio deve ser mais clara de que a solução-padrão. � Durabilidade Em agregados provenientes de regiões litorâneas, ou extraídos de águas salobras ou ainda quando houver suspeita de contaminação natural (regiões onde ocorrem sulfatos naturais como a gipsita) ou industrial (água do lençol freático contaminada por efluentes industriais), os teores de cloretos e sulfatos não devem exceder os limites estabelecidos na tabela 4. USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 16 Tabela 4 – Limites máximos para a expansão devida à reação álcali-agregado e teores de cloretos e sulfatos presentes nos agregados. Determinação Método de ensino Limites Reatividade álcali-agregado ASTM C 1260 Expansão máxima de 0,10% aos 14 dias de cura agressiva ABNT NBR 97731) Expansão máxima de 0,05% aos três meses Expansão máxima de 0,10% aos seis meses Teor de cloretos2) (CL-) ABNT NBR 9917 ABNT NBR 148323) < 0,2% concreto simples < 0,1% concreto armado < 0,01% concreto protegido Teor de Sulfatos4) (SO42-) ABNT NBR 9917 <0,1% 1) Ensaio facultativo, nos termos de 5.3.2. 2) Agregados que excedem os limites estabelecidos para cloretos podem ser utilizados em concreto, desde que o teor trazido ao concreto por todos os seus componentes (água, agregados, cimento, adições e aditivos químicos), verificado por ensaio realizado pelo método ABNT NBR 14832 (determinação no concreto) ou ASTM C 1218, não exceda os seguintes limites, dados em porcentagem sobre a massa de cimento: - concreto protendido = 0,06%; - concreto armado exposto a cloretos nas condições de serviço da estrutura = 0,15%; -concreto armado em condições de exposição não severas (seco ou protegido da umidade nas condições de serviço da estrutura) = 0,40%; - Outros tipos de construção com concreto armado = 0,30%. 3) O método da ABNT NBR 14832 estabelece como determinar o teor de cloretos em clínquer e cimento Porland. Neste caso específico, o método pode ser utilizado para ensaio de agregados. 4) Agregados que excedem o limite estabelecido para sulfatos podem ser utilizados em concreto, desde que o teor total trazido ao concreto por todos os seus componentes (água, agregados, cimento, adições e aditivos químicos) não exceda 0,2% ou que fiquem comprovado o uso no concreto de cimento Portland resistente a sulfatos conforme a ABNT NBR 5737. Agregado graúdo A distribuição granulométrica, determinada segundo a ABNT NBR NM 248, deve atender aos limites indicados para o agregado graúdo constantes na tabela 6. Tabela 6 – Limites da composição granulométrica de agregado graúdo Peneira com abertura de malha (ABNT NBR NM ISO 3310-1) Porcentagem, em massa, retida acumulada Zona granulométrica d/D 1) 4,75/12,5 9,5/25 19/31,5 25/50 37,5/75 75 mm - - - - 0 -5 63 mm - - - - 5 – 30 50 mm - - - 0 – 5 75 – 100 37,5 mm - - - 5 – 30 90 – 100 31,5 mm - - 0 – 5 75 – 100 95 – 100 25 mm - 0 – 5 5 – 252) 87 – 100 - 19 mm - 2 – 152) 652) – 95 95 – 100 - 12,5 mm 0 - 5 402) – 652) 92 - 100 - - 9,5 mm 2 - 15²) 802) - 100 95 - 100 - - 6,3 mm 40 2) - 652) 92 - 100 - - - 4,75 mm 802) - 100 95 - 100 - - - 2,36 mm 95 - 100 - - - - 1) Zona granulométrica correspondente à maior (D) dimensões do agregado graúdo. 2) Em cada zona granulométrica deve ser aceita uma variação de no máximo cinco unidades percentuais em apenas um dos limites marcados com 2). Essa variação pode também estar distribuída em vários desses limites. USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 17 � Forma dos grãos � Influi na consistência dos concretos. � Problemas relacionados com a superfície específica . � Pode influir na resistência do concreto. De maneira geral, os Grãos angulosos são obtidos através dos agregados britados, enquanto que ao Grãos arredondados são obtidos através dos agregados naturais. Formas de avaliação deste parâmetro: a) Índice de forma O índice de forma dos grãos do agregado não deve ser superior a 3, quando determinado de acordo com a ABNT NBR 7809. c - comprimento de um grão - Maior dimensão possível de ser medida e define a direção do comprimento e - espessura de um grão - Menor distância possível entre planos paralelos entre si e à direção do comprimento do grão, que o tangenciam. IF = c/e b) Coeficiente volumétrico cv = Vg : Ve Vg - Volume do grão Ve - Volume da esfera que circunscreve o grão � Desgaste O índice de desgaste por abrasão “Los Angeles”, determina segundo a ABNT NBR NM 51, deve ser inferior a 50%, em massa, do material. � Durabilidade Aplicam-se os requisitos estabelecidos em 5.3 para agregados analisados individualmente e para agregado total definido em 3.6. � Ensaios especiais Em determinadas regiões ou para concretos com determinados requisitos específicos, pode ser necessária a exigência, por parte do consumidor, de prescrições especiais adicionais, ficandoa seu critério limites e os métodos de ensaio. Algumas destas prescrições ou os métodos para sua determinação são exemplificados na tabela 8. A seguir a Tabela 7 apresenta os limites máximos aceitáveis de substâncias nocivas ao agregado graúdo com relação à massa de material USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 18 Tabela 7 – Limites máximos aceitáveis de substâncias nocivas no agregado graúdo com relação à massa de material Determinação Método de ensaio Quantidade máxima relativa à massa de agregado graúdo % Torrões de argila e materiais friáveis ABNT NBR 7218 Concreto aparente 1,0 Concreto sujeito a desgaste superficial 2,0 Outros concretos 3,0 Materiais carbonosos1) ASTM C 123 Concreto aparente 0,5 Concreto não aparente 1,0 Material fino que passa através da peneira 75 µm por lavagem material pulverulento)2), 3) ABNT NBR NM 46 1,0 1) Quando não for detectado a presença de materiais carbonosos durante a apreciação petrográfica, pode- se prescindir do ensaio de quantificação dos materiais carbonosos (ASTM C 123). 2) Para agregados produzidos a partir de rochas com absorção de água inferior a 1%, determinados conforme a ABNT NBR NM 53, o limite de material fino pode ser alterado de 1% para 2%. 3) Para agregado total, definido conforme 3.6, o limite de material fino pode ser composto até 6,5%, desde que seja possível comprovar, por apreciação petrográfica, realizada de acordo com a ABNT NBR 7389, que os grãos constituintas não interferem nas propriedades do concreto. São exemplos de materiais inadequados os materiais micáceos, ferruginosos e argilo-minerais expansivos. Tabela 8 – Ensaios especiais para agregado graúdo Determinação Método de ensaio Propriedades físicas Massas específicas absoluta e aparente e absorção de água ABNT NBR NM 53 Ciclagem natural ABNT NBR 12695 Ciclagem artificial água - estufa ABNT NBR 12696 Ciclagem com etilenoglicol ABNT NBR 12697 Teor de partículas leves ABNT NBR 9936 Umidade total ABNT NBR 9939 Propriedades mecânicas Módulo de deformação estático e coeficiente de Poisson de rochas ABNT NBR 10341 Resistência ao esmagamento ABNT NBR 9938 Desgaste por abrasão ABNT NBR 12042 Resistência à compressão de rocha ABNT NBR 6953 As informações a seguir não fazem parte do texto da ABNT NBR 7211:2005, porém, visam fornecer detalhes sobre alguns ensaios e suas justificativas objetivando o emprego dos agregados na fabricação dos concretos. � Resistência aos sulfatos de sódio ou de magnésio A determinação da durabilidade do agregado tem aplicação prática para locais de baixa temperatura, onde ocorre congelamento e degelo - fornece informações sobre o comportamento do agregado no julgamento de durabilidade quando submetidos a ação de soluções de sulfato e de magnésio. Trata-se de um ensaio cujos resultados são fortemente criticados por diversos especialistas do mundo inteiro. USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 19 � Reatividade potencial Formação de compostos expansivos com conseqüente ruptura do concreto - Calcários dolomíticos argilosos - Sílica hidratada (opala) A reação se inicia com o ataque dos minerais silicosos do agregado pelos hidróxidos originados dos álcalis ( K20 e Na2O) do cimento. Fatores que influenciam na intensidade da reação são múltiplos e dependem de: • Quantidade total de álcalis do cimento • Da forma em que o álcali é liberado • Da reação K2O / Na2O • Da dosagem do concreto • Da granulometria do agregado • Da reatividade do agregado Na escolha dos agregados deve-se analisar, também, os seguintes parâmetros: a) Resistência mecânica dos grãos b) Textura dos grãos d) Inatividade química (durabilidade) e) Reatividade potencial (reação álcali- agregado ) f) Porosidade dos grãos a) Resistência mecânica dos grãos Os grãos devem ser mais resistentes que a pasta. Verificação da resistência à compressão: � Agregados artificiais Faz-se o ensaio de resistência à compressão em corpos de prova cúbicos da rocha original (Europa). No Brasil extraímos os corpos de prova cilíndricos. � Agregados naturais Faz-se um ensaio de qualidade (ensaio comparativo de resistência) Comparação de resistência de corpos de prova de argamassa ou de concreto de duas séries, uma feita com o agregado em questão e outra com agregado de qualidade reconhecida. As duas séries são feitas com o mesmo cimento, mesmo traço e ensaiadas aos 3, 7 e 28 dias de idade. b) Textura dos Grãos Influi na consistência e na resistência dos concretos podendo causar problemas de aderência da pasta. � Grãos lisos � Grãos rugosos USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 20 c) Inatividade Química Os agregados devem ser inalteráveis ao ar, à água e às variações de temperatura e não devem reagir com o cimento. A verificação da durabilidade pode ser feita através de ensaio previsto na norma americana, ASTM, onde deve submeter-se o agregado à ação de uma solução de Na2SO4 (cinco ciclos de 20 horas de imersão na solução seguida de 4 horas de secagem em estufa). Perda de peso: [(Pi-Pf)/Pf ] x 100 ≤ 15%, onde Pi = Peso inicial e Pf = peso final. d) Porosidade dos grãos A resistência diminui com maior porosidade, sendo que o problema é mais acentuado nos calcáreos e nos arenitos. Forma de avaliação: p = porosidade, Vv = volume de vazios e Vt = volume total p = ( Vv / vt) x100 Especificações sugerida pela norma francesa (AFNOR): � concreto em contato com água: p ≤ 3% � concreto fora do contato com água: p ≤5% CARACTERÍSTICAS DOS AGREGADOS PARA CÁLCULOS DIVERSOS 1. MASSA ESPECÍFICA 2. MASSA UNITÁRIA 3. UMIDADE 4. INCHAMENTO 1. MASSA ESPECÍFICA Relação entre a massa do agregado seco e o volume dos grãos, incluindo os poros impermeáveis. Na massa específica deve-se levar em consideração somente o volume e a massa dos grãos. γγγγr = Mg / Vg Onde, Mg - Massa dos Grãos e Vg - Volume Real dos Grãos Existem vários procedimentos para determinação da massa específica dos agregados: • Método do Picnômetro • Método do Balança Hidrostática • Método do Frasco Graduado de precisão (Frasco de Chapmam) USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 21 A Massa Específica é empregada para: - Cálculos de Consumo de materiais - Elemento auxiliar em diversos cálculos 2. MASSA UNITÁRIA É a massa por unidade de volume do agregado no estado natural (solto) ou compactado, considerando-se os vazios entre os agregados, os permeáveis e os impermeáveis. É utilizada para cálculo de volumes dos agregados em traços, etc µµµµ= M / Vt Onde, M= massa do agregado e Vt = Volume total do material, inclusive os vazios entre os grãos. Emprego: Transformação de medição em massa para volume e vice-versa 3. UMIDADE Relação entre a massa de água contida no agregado e sua massa seca, expressa em %. h = (Ma / Ms ) x 100 Onde, Ma = massa de água, Ms = massa do material seco e Mh = massa do material úmido . Existem vários procedimentos para determinação da massa específica dos agregados: � Frasco de Chapmam � Picnômetro � Processos Expeditos – secagem ao fogo, em estufa, speedy. Emprego: Correção das dosagens dos agregados e da água dos concretos 4. INCHAMENTO Fenômeno de variação do volume aparente provocado pela adsorção de água livre pelos grãos e que incide sobre sua massa unitária. I = (∆∆∆∆V/ Vs)x100 ou I = [(Vh-Vs)/Vs] x 100 ou Vh = Vs (1+I/100) ou Vh/Vs = 1+ I/100ou Vh/Vs = µµµµs /µµµµh [( 100 + h)/100], onde I = lnchamento (%) V = Variação de volume Vs = Volume da areia seca Vh = Volume da areia úmida Vh/Vs = Ci = Coeficiente de Inchamento USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 22 CORREÇÕES NAS MEDIÇÕES DOS AGREGADOS a) Correção de Massa Ms = massa seca h = umidade do agregado Deseja-se Mh = massa do agregado úmido h = (Mágua / Ms) x 100 h = [(Mh -Ms)/ Ms] x100 Mh = Ms[( 100 + h)/100] Mh = Ms ( 1 + h/100) como (1 + h/100) é o coeficiente de umidade ( Ch) Mh=Ms x Ch b) Correção de volume Vs = volume do agregado seco I = inchamento do agregado (%) Deseja-se Vh = volume úmido do agregado I = (∆V/Vs) x 100 I = [(Vh - vs)/Vs] x100 Vh = Vs [(100 + I)/100] Vh/Vs = 1 + I/100 como 1 + I/100 é o coeficiente de inchamento, temos: Vh = Vs x Ci USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 23 II – ÁGUA DE AMASSAMENTO A água a ser empregada no concreto não deve conter impurezas que possam prejudicar a qualidade do concreto ou argamassa. Geralmente uma água potável presta para uso em concreto e argamassa. Uma água agressiva tem sua ação menos danosa ao concreto quando usada como água de amassamento do que no contato com o concreto já endurecido. Não se pode julgar a qualidade de uma água para emprego no concreto pela sua coloração ou cheiro, uma vêz que certas impurezas que contribuem para isso não prejudicam o material. Quando dispomos de um manancial de água desconhecido e pretendemos utiliza-lo na fabricação de um concreto, deve-se providenciar uma análise química de amostras da água para determinar o conteúdo das substâncias nela dissolvidas. A depender dos resultados da análise, pode-se providenciar, também, a realização de um ensaio comparativo de resistência para avaliar a influência das substâncias presentes nessa propriedade, especialmente se se tratar de substâncias de natureza orgânica. Caso seja necessário poderão ser realizados ensaios, em laboratório externo, de determinação dos teores de substâncias estranhas presentes na água, obedecendo as prescrições da norma brasileira NBR NM 137. O local de armazenamento da água deverá impedir o contato direto com operários, não permitindo eventuais contaminações com óleos, graxas, sabões, detergentes ou outras substâncias estranhas que possam afetar sua qualidade para uso na produção de concreto. Deverão ser realizados ensaios sempre que houver suspeita de contaminação e no caso da central nunca tenha realizado tal verificação. A seguir estão indicados os ensaios à serem realizados. Caso seja necessário poderão ser realizados ensaios, em laboratório externo, de determinação dos teores de substâncias estranhas presentes na água, obedecendo as prescrições da norma brasileira NBR NM 137. O local de armazenamento da água deverá impedir o contato direto com operários, não permitindo eventuais contaminações com óleos, graxas, sabões, detergentes ou outras substâncias estranhas que possam afetar sua qualidade para uso na produção de concreto. Deverão ser realizados ensaios sempre que houver suspeita de contaminação e no caso da central nunca tenha realizado tal verificação. A seguir estão indicados os ensaios à serem realizados. Mensalmente deverá ser verificado e registrado o pH da água com utilização do papel de pH. USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 24 LIMITES NM 137/97 MÍNIMO MÁXIMO Sólidos totais -- 5000 mg/L pH (temp=25º C) 5,5 9,0 Ferro (Fe ) -- 1 mg/L Sulfatos (SO4 ) -- 2000 mg/L Cloretos (Cl) Concreto simples -- 2000 mg/L Concreto armado -- 700 mg/L Concreto protendido -- 500 mg/L SUBSTÂNCIAS PREJUDICIAIS - EFEITO DAS IMPUREZAS As principais substâncias que podem estar presentes na água de amassamento e que trazem prejuízos para as argamassas e concretos são as seguintes: a) CLORETOS - aceleram a pega do cimento; - causam eflorescências; - contribuem para a corrosão das armaduras no concreto armado ou protendido. b) SULFATOS - podem provocar fissuração do concreto endurecido por expansão do material, em razão da formação de sulfoaluminato de cálcio. c) AÇUCAR - interferem na pega e na resistência do concreto: < 0,3% - retarda a pega > 0,3% - acelera a pega NOTA: Grandes quantidades de açúcar impedem a pega e não permite o endurecimento. d) Ph O pH da água de amassamento pode variar de 5,5 a 9,0 segundo a norma brasileira, sendo desejável um pH neutro, em torno de 7,0 USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 25 e) SÓLIDOS EM SUSPENSÃO - A presença de sólidos em suspensão constitui uma suspeita da qualidade da água. f) MATÉRIA ORGÂNICA - afetam a pega e a resistência do cimento em função da natureza e concentração. Pode-se proceder a um ensaio de qualidade segundo o método da NBR 7221 (comparativo de resistência). g) CARBONATOS E BICARBONATOS ALCALINOS Carbonato de sódio - aceleram a pega Bicarbonatos de sódio - aceleram ou retardam. Em grandes concentrações reduzem a resistência. A NBR NM137 não especifica limites para o teor de carbonatos ou bicarbonatos. NOTA IMPORTANTE: TEORES DE SUBSTÂNCIAS NOCIVAS É importante esclarecer que os máximos teores de substâncias nocivas que a NBR NM 137 especifica referem-se a água contida numa certa quantidade de concreto ou argamassa, sendo necessário, portanto, considerar as quantidades de substâncias contidas na água e nos agregados colocados em contato, calculando-se, o teor global em função do traço do concreto ou da argamassa. Os ensaios acima referidos deverão ser realizados no caso da obra ou Central dosadora nunca os ter realizados. Caso a água de amassamento do concreto seja fornecida por terceiros, deverá ser solicitado ao fornecedor o certificado de qualidade de acordo com a NBR NM 137 sempre que ocorra fornecimento. Todos os hidrômetros ou medidores da obra ou central dosadora devem estar calibrados e em perfeito funcionamento. Devem, também, ser instalados hidrômetros calibrados em todos os caminhões betoneiras de modo a se evitar a adição de água sem o devido controle. USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 26 III - ADITIVOS São denominados de aditivos os produtos que, se adicionados em pequenas quantidades às misturas de concretos e argamassas de cimento Portland, modificam algumas propriedades no sentido de melhor adequá-las a determinadas condições. As adições acorrem, geralmente, em teores menores que 5% da massa do cimento. ADITIVOS - Histórico A história confirma que os aditivos já foram usados na fabricação de concretos e argamassas desde a época dos romanos, visto que já utilizavam a banha, a clara de ovo, sebo, leite de cabra, e o sangue como aditivos nas misturas de pozolana, possivelmente para melhorar sua trabalhabilidade. Atualmente, sabe-se que estes produtos funcionam como incorporadores de ar. Com o advento do cimento Portland, por volta de 1850, foi introduzido o gesso ao clinquer para se conseguir o retardamento de pega. Posteriormente, a partir de 1910, teve início a comercialização de produtos impermeabilizantes e aceleradores de pega, sem muita aceitação pelo mercado. Os plastificantes foram comercializados por volta de 1935, enquanto que os incorporadores de ar foram introduzidos no mercado em 1939, após a descoberta, no ano anterior, da possibilidade de aumento de resistênciado concreto à ação do congelamento da água, ocorrida nos EUA. A partir dessa época começa o emprego racional e em grande escala de aditivos, através da industrialização e comercialização intensas, o que ocorre até os dias atuais. Atualmente, praticamente todos os concretos fabricados em centrais dosadoras de concreto (concreteiras) levam aditivos, principalmente plastificantes, retardadores de pega, polifuncionais e superplastificantes. Relato histórico.... USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 27 Os aditivos para concreto são materiais que visam melhorar alguma de suas propriedades. � Melhora a trabalhabilidade; � Reduz a fissuração e retração e permeabilidade no concreto endurecido, aumentando sua durabilidade; � Reduz a exsudação; � Aumenta a produtividade; � Facilita o bombeamento; � Permite um melhor acabamento; Os aditivos podem interferir na maioria das propriedades dos concretos e das argamassas como indicado a seguir. a) Relacionadas com a trabalhabilidade: • Melhorar a trabalhabilidade sem aumentar o teor de água; • Reduzir ou eliminar a exsudação; • Reduzir a segregação; • Melhorar o aspecto; • Corrigir a deficiência de finos do aglomerante e dos agregados; • Permitir a concretagem a temperaturas elevadas; • Acelerar ou retardar o tempo de início de pega. b) Relacionadas com a resistência: • Aumentar as resistências iniciais; • Aumentar as resistências finais; • Aumentar a resistência aos ciclos de congelamento e degelo. c) Relacionadas com a durabilidade: • Aumentar a durabilidade frente à ação química, física ou físico-química; • Aumentar a resistência aos micro-organismos. d) Relacionadas com a permeabilidade: • Reduzir o coeficiente de permeabilidade. e) Relacionadas com o custo: • Reduzir o custo unitário do concreto. Outras propriedades: • Criar expansão de volume nas argamassas e concretos (“grout”); • Aumentar a aderência às massas endurecidas; • Conferir cor diferenciada ao material; • Produzir argamassa leve e celular; • Inibir a corrosão das armaduras; • Impedir a segregação ou a sedimentação do cimento nas caldas de injeção. USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 28 Os aditivos podem se apresentar líquidos ou em pó, alguns dos tipos existentes no mercado são: � Plastificantes; � Retardadores de pega; � Impermeabilizantes; � Retentores de água; � Multifuncionais ou polifuncionais; � Superplastificantes; � Superplastificantes de 3ª geração. A NBR 11768 identifica os aditivos cujas características são especificadas no Brasil conforme a seguir: • ADITIVO PLASTIFICANTE (tipo P) • ADITIVO RETARDADOR (tipo R) • ADITIVO ACELERADOR (tipo A) • ADITIVO PLASTIFICANTE RETARDADOR (tipo PR) • ADITIVO PLASTIFICANTE ACELERADOR (tipo PA) • ADITIVO INCORPORADOR DE AR (tipo IAR) • ADITIVO SUPERPLASTIFICANTE (tipo SP) • ADITIVO SUPERPLASTIFICANTE RETARDADOR (tipo SPR) • ADITIVO SUPERPLASTIFICANTE ACELERADOR (tipo SPA) Além dos aditivos acima, estão disponíveis no mercado os seguintes: • ADITIVO IMPERMEABILIZANTE • ADITIVO EXPANSOR • ADITIVO INIBIDOR DE CORROSÃO Tipo de aditivo x Aplicação Granato, 2004 USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 29 ADITIVOS – RECOMENDAÇÕES GERAIS Deverá ser verificado e registrado as características dos aditivos conforme o que segue: ♦ Em cada recebimento de nova remessa e em todos os tambores; ♦ Sempre que for abrir um novo tambor; Deverá ser solicitado do fabricante uma referência de cor para verificação quando do recebimento destes aditivos. Deverá, também, ser verificado e registrado o pH dos aditivos disponíveis na central com utilização do papel de pH. Caso a cor, pH e a massa específica encontrada não estejam compatíveis, o aditivo não deverá ser utilizado, devendo o fabricante ser notificado, se possível através de correspondência pertinente. No caso do odor do aditivo apresentar-se suspeito, devem-se proceder as verificações acima citadas, devendo-se evitar sua utilização nos concretos até liberação do responsável pela central dosadora. Todas as centrais devem possuir dosador de aditivo devidamente calibrado e com as marcações de volume legível e em bom estado de funcionamento. USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 30 IV - ADIÇÕES ⇒⇒⇒⇒ SILICA ATIVA e METACAULIM Materiais extremamente finos, de 10 a 100 vezes menor que o grão de cimento que preenche vazios entre os grãos maiores, propiciando uma estrutura mais compacta e reagem com a cal livre melhorando a resistência e durabilidade. Aplicações: CAD – Concreto de Alto Desempenho PRÉ-FABRICADOS CONCRETO PROJETADO PISOS INDUSTRIAIS FIBROCIMENTO E GRC (Glassfiber Reinforced Concrete) ARGAMASSAS – Revestimento, Estrutural e Graute CCR – Concreto Compactado com Rolo OBRAS HIDRÁULICAS – Canais, Reservatórios, Vertedouros, Tomadas d’água, Tubos, Pier, Estruturas Offshore, etc. • SILICA ATIVA Material de alta reatividade composto de sílica amorfa de alta pureza com atividade pozolânica. É produzida em fábricas de ferro silício ou de silício metálico. Deve atender às especificações das normas NBR 13956 e NBR 13957 da ABNT e da norma ASTM C- 1240/93. Características: • Teor mínimo de sílica amorfa : 85 % • Diâm. méd. das partículas primárias: 0,15 µm • Perda ao fogo máxima : 6 % • Teor de umidade máximo : 3 % • Retido na peneira 325 # máximo : 10 % • Área específica : 20 m²/g • METACAULIM Origem do nome: Meta-: prefixo grego que denota transformação. Na química, é sinônimo de “desidratado”. -caulim: do chinês “Kao Ling” ou “Colina Branca” - jazidas da argila naquele país. HP: do inglês “High Performance” ou “Alto Desempenho”. Histórico O metacaulim de alta reatividade foi desenvolvido na França, em meados da década de 70, mas somente nos últimos 10 anos passou a ser utilizado na Europa e Estados Unidos como adição mineral de alta reatividade em concretos e argamassas. USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 31 É uma pozolana de alta reatividade, em fase amorfa (vítrea), que reage com hidróxidos presentes nas pastas de Cimento Portland endurecidas, formando compostos quimicamente estáveis e mecanicamente mais resistentes: Características Físico-Químicas SiO2: 51% Al2O3: 40% Fe2O3: < 3,0% Área Específica: 18000 m2 / kg Finura : < 1,0% retido na peneira # 325 Massa Específica: 2,59 kg / m3 ⇒⇒⇒⇒ FIBRAS DE NYLON, POLIPROPILENO e FIBRAS DE AÇO • FIBRAS DE NYLON e POLIPROPILENO As fibras são incorporadas ao concreto a fim de inibir o aparecimento e a propagação de fissuras causadas por retração plástica ou hidráulica. Este efeito se deve à sua resistência aos esforços de tração ocasionados pela retração do concreto na secagem. Segundo alguns fabricantes e pesquisas sobre a utilização destes materiais, apresenta- se a seguir vantagens do uso das fibras: � Elimina o aparecimento de microfissuras no período de cura proporcionando maior retenção de água; � Cria uma malha de distribuição de esforços que automaticamente aumenta a resistência ao impacto e ao desgaste; � Diminui a permeabilidade, dificultando a penetração de gases, líquidos e outros agentes agressivosoriundos do meio-ambiente; � Aumenta a durabilidade das peças; � Melhora a resistência superficial (abrasão), pois evitam a exsudação que altera a relação água / cimento. � Incrementa a resistência à tração na flexão por melhoria nas condições de cura; � Aumenta a resistência a impactos, estilhaçamentos e à fragmentação de bordos, cantos e superfícies desprotegidas do concreto; � Absorve esforços de retração não-estruturais; � Melhora sensivelmente a coesão do concreto, permitindo mais qualidade e performance de adesão com menos gasto de material; � Reduz falhas de acabamento, praticamente não aparecendo no revestimento. CaO + H2O => Ca(OH)2 5Ca(OH)2 + Al2Si2O7 => 5CaO.Al2O3.2SiO2.5H2O (cristais de Gelenita) USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 32 Características Polipropileno Nylon Peso específico (g/cm3) 0,9 1,14 Ponto de fusão (º C) 165 260 Diâmetro (µm) 18 - 20 18 Comprimento (mm) 6 - 10 - 20 21 Alongamento (%) 28 45-95 Tensão de ruptura (MPa) 810 800 Número de fibras (106/kg) 180 150 Características das fibras: � Fibras sintéticas; � Resistentes meios ácidos e alcalinos; � Não absorvem água; � São Quimicamente inertes; � São imputrecíveis e não enferrujam; � São atóxicas; � São inofensivas ao meio-ambiente Recomendações de uso: � Quantidade: 200 a 400 g/m3 (Deve ser verificado); � Tempo de mistura: 5 minutos ou até que as fibras estejam muito bem distribuídas no concreto; • FIBRAS DE AÇO As fibras de aço possuem grande variedade de aplicações. Para essas aplicações são utilizados diferentes tipos de fibras e dosagens, de acordo com as necessidades do projeto, obtendo assim vantagens sobre a armadura convencional. Principais aplicações: � Pisos industriais de alta solicitação � Pisos de câmaras frigoríficas � Pisos de postos de combustíveis � Pavimentos rodoviários, aeroportuários e portuários � Recuperação de estruturas de concreto armado e protendido � Pré-moldados � Concreto refratário � Estabilização de encostas, cortes e taludes em rocha e solo � Escoramento de escavações subterrâneas e a céu aberto � Revestimento de túneis, cavernas e galerias de minas Recomendações de uso: � Quantidade: 20 a 80 kg/m3 (Deve ser verificado); � Tempo de mistura: até que as fibras estejam muito bem distribuídas no concreto; USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 33 V - A G L O M E R A N T E S Definição Materiais, geralmente pulverulentos, que entram na composição das pastas, argamassas e concretos. Sob a forma de pasta têm a propriedade de se solidificar e endurecer com o passar do tempo. Exemplos de aglomerantes: Gessos � comum, anidro, hidráulico Cales � aérea, hidráulica Cimentos � natural, artificial, aluminoso Betumes � asfalto, alcatrão Argilas APLICAÇÃO Pasta = aglomerante + água Nata = pasta muito fluida Argamassa = aglomerante + agregado miúdo Concreto = argamassa + agreg. graúdo Aglomerantes � materiais ativos (pulverulentos) Agregados � materiais inertes (granulosos) Aglomerados � argamassas e concretos CLASSIFICAÇÃO GERAL Quimicamente ativo Simples Compostos Com adições Quimicamente inertes Endurecem por secagem - (argila) Classificação Segundo as Propriedades Aéreos endurecem expostos ao ar e não resistem a ação da água. Ex.: cal aérea, gesso Hidráulicos endurecem por hidratação dos compostos, tanto ao ar como em contato com a água. Ex.: cal hidráulica, cimento Portland Propriedades Essenciais: Pega � solidificação da pasta Endurecimento� aumento de resistência Durabilidade Resistência Pega e Endurecimento Estado Pastoso Estado Semi-sólido IP Estado Sólido FP Consistência Constante Consistência Crescente Resistência Crescente Fase da Pega Fase do Endurecimento USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 34 GESSO Definição: Aglomerante obtido da desidratação total ou parcial da GIPSITA. Matéria prima : gipsita = CaSO4.2H2O Reações de obtenção : 1) 2 CaSO4. 2H2O + calor (<200.oC) � 2 CaSo4.1/2 H2O + 3H2O 2) CaSO4. 2H2O + calor (>200 oC) � CaSO4 + H2O 2H2O + calor (>200 oC) � CaSO4 + H2O 3) 2CaSO4. 2H2O + calor (>1000 oC) �CaSO4 + CaO + SO3 + 4H2O Temperatura Fórmula Nome Característica 150 a 190 oC CaSO4.1/2H2O Gesso comum Pega rápida > 200 oC CaSO4 Gesso anidro anidrita solúvel Pega lenta > 600 oC CaSO4 Anidrita insolúvel Sem pega >1.000 oC CaSO4 + CaO Gesso lento gesso hidráulico Pega lenta USO e APLICAÇÕES: � Pasta = aglomerante + água � Nata = pasta muito fluida � Argamassa = Água + aglomerante + agregado miúdo � Não pode ser utilizado na presença de água; � Revestimentos de interiores; � Placas de gesso para forros; � confecção de blocos leves; � Moldes de peças de precisão (odontologia e fundição); � Florões, sancas e peças de decoração. Principais Características: � Aglomerante quimicamente ativo, aéreo; � Material pulverulento de cor esbranquiçada; � Utilização: sob forma de pasta ou de argamassa; � O gesso adere bem ao tijolo, pedre, ferro, concreto e mal a madeira e favorece a corrosão do aço; � Excelente isolante térmico e acústico e pouco permeável ao ar, é bom protetor contra incêndios. Propriedades Físicas: Massa específica = 2,70 Mg/m3 Massa unitária = 0,7 a 1,0 Mg/m3 Resistência à compressão = 1,5 a 15,0 MPa (a 28 dias) Normalização: NBR 13207 – Gesso para construção civil – Especificação NBR 12127, NBR 12128; NBR 12129, NBR 12130 = NORMAS DE ENSIOS DE LABORATÓRIO. USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 35 CAL AÉREA Aglomerante quimicamente ativo, aéreo. Material pulverulento de cor esbranquiçada Utilização: sob forma de pasta ou de argamassa Matéria prima para fabricação: CALCÁRIO As principais aplicações da cal no Brasil são nas: Indústrias: • siderúrgicas como carga de fabricação de aço nos fornos, como aglomerante, regulador de pH em tratamento de águas servidas, lubrificante para trefilagem de vergalhões de aço, dessulfurante das gusas altos em enxofre e refratários básicos de fornos de aço; • celulose e papel para regenerar a soda cáustica e para branquear as polpas de papel, junto com outros reagentes; • açúcar na remoção dos compostos fosfáticos, dos compostos orgânicos e no clareamento do açúcar • tintas como pigmento e incorporante de tintas à base de cal e como pigmento para suspensões em água, destinadas às “caiações”; • alumínio como regeneradora da soda (total de 100 kg/t de alumina); • diversas de refratários, cerâmica, carbonato de cálcio precipitado, graxas, tijolos sílico-cal, petróleo, couro, etanol, metalurgia do cobre, produtos farmacêuticos e alimentícios e biogás. Outros setores: • tratamento de água na correção do pH, no amolecimento, na esterilização, na coagulação do alume e dos sais metálicos, na remoção da sílica; • estabilização de solos como aglomerante e cimentante (na proporção de 5 a 8% em volume da mistura solo-cal); • obtenção de argamassas de assentamento e revestimento como plastificante, retentor de água e de incorporação de agregados (com ou sem aditivos, em geral nas proporções de 13 a 17% dos volumes); • misturas asfálticas como neutralizador de acidez e reforçador de propriedades físicas (em geral, 1% das misturas); • fabricação de blocos construtivos como agente aglomerante e cimentante (em geral, 5 a 7% do volume do bloco). • usos diversos precipitação do SOx dos gases resultantes da queima de combustíveis ricos em enxofre; corretivo de acidezde pastagens de solos agrícolas; sinalização de campos esportivos; proteção às árvores; desinfetantes de fossas; proteção à estábulos e galinheiros; e retenção de água, CO2 e SOx. Calcário = CO3Ca puro (ou CO3Ca + CO3Mg) 1. Fabricação 1a parte: Calcinação CO3Ca + calor � CaO + CO2 Temperatura: 850 a 900 oC Perda de peso =(44%) Redução de volume =(12 a 20%) USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 36 Limites Compostos CH-I CH-II CH-III Na fábrica ≤ 5 % ≤ 5 % ≤ 13 % CO2 No depósito ou na obra ≤ 7% ≤ 7% ≤ 15% Óxido não-hidratado calculado ≤ 10% Não exigido ≤ 15% Óxidos totais na base de não-voláteis ≥ 88% ≥ 88% ≥ 88% O CaO é denominado cal viva, ou cal caustica, ou cal virgem (não é o aglomerante ainda). 2a parte: Extinção CaO + H2O � Ca(OH)2 + calor • Desprendimento de calor • Pulverização das pedras • Aumento de volume (2 a 3 vezes) = rendimento O Ca(OH)2 é denominado cal extinta, ou cal apagada, ou cal hidratada ou, ainda cal aérea 2 - Pega e endurecimento Reação: (OH)2Ca + CO2 � CaCO3 + H2O Função da água na pasta: Catalisar a reação Permitir trabalhabilidade Ação do CO2 : lenta (existe apenas 0,04% no ar) Função da areia na argamassa : • Aumenta porosidade (permite a carbonatação) • Diminui a retração 3 - Propriedades Massa específica real = 2,20 a 2,5 Mg/m3 Massa unitária = 0,5 a 0,7 Mg/m3 Resistência à compressão = 1,5 a 3,0 MPa (aos 28 dias) 4 – Tipos – NBR 7175 CH I – cal hidratada especial CH II – cal hidratada comum CH III – cal hidratada comum com carbonato Exigências Químicas USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 37 Exigências Físicas Determinações Limites CH - I e CH - II CH - III Finura (% retida acumulada) Peneira 0,6mm ≤ 0,5% ≤ 0,5% Peneira 0,075mm ≤ 15% ≤ 15% Estabilidade Ausência de cavidades ou protuberâncias Retenção de água ≥ 80% ≥ 70% Plasticidade ≥ 110 ≥ 110 Incorporação de areia ≥ 2,5 ≥ 2,2 Anidrido carbônico (máximo 13%): Avalia a qualidade da calcinação, uma vez que determina o teor de CO2, que está combinado formando os carbonatos remanescentes da matéria prima (máximo 13%). Óxidos livres (máximo 10%): Determina o teor de óxidos não hidratados que, apesar de se constituirem no potencial aglomerante da cal, pois a hidratação tem continuidade, pode ter efeito negativo, uma vez que são produtos expansivos - CaO: 100%, e MgO: 110%. Óxidos totais (CaO + MgO): Avalia a qualidade da matéria prima e do processo de produção, uma vez que determina o teor de óxidos presentes (mínimo 88%). Impurezas: Material proveniente da rocha (quartzo e argilo-minerais), medido por meio do resíduo insolúvel, uma vez que a cal é solúvel em ácido clorídrido - máximo 12%. CAL = Re-Hidratação em Obra - Por que re-hidratar? Possibilitar um melhor envolvimento entre as partículas finas da cal e a água, lubrificando os grãos grossos de areia, melhorando a trabalhabilidade da argamassa. • Melhorar trabalhabilidade; • Hidratar óxidos remanescentes não hidratados; • Desfazer grumos de cal; • Aumentar a retenção de água; • Melhorar a plasticidade. Como re-hidratar? a)Pasta de Cal: Obras que empregam pasta de cal hidratada, deve-se colocar a cal em um recipiente com água até que forme uma pasta bem viscosa, não devendo ser usada água em excesso. A pasta produzida deve ser deixada em maturação durante 16 horas no mínimo. (NBR 7200). USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 38 b)Argamassa intermediária: Obras que empregam mistura prévia de cal e areia, deve-se misturar primeiramente a areia e a cal, e após, acrescentar água, atingindo-se consistência seca. A mistura produzida deve ser deixada em maturação durante 16 horas no mínimo (NBR 7200). Influência nas propriedades das argamassas: No estado fresco, a cal propicia maior plasticidade à argamassa, permitindo melhor trabalhabilidade e, conseqüentemente, maior produtividade na execução do revestimento. Outra propriedade no estado fresco é a retenção de água, importante no desempenho da argamassa, relativo ao sistema alvenaria/revestimento, por não permitir a sucção excessiva de água pela alvenaria. No estado endurecido, a cal apresenta a capacidade de absorver deformações devido ao seu módulo de deformação. Esta propriedade é de extrema importância no desempenho da argamassa, que deve acompanhar as movimentações da estrutura. A cal possibilita a diminuição da retração gerando menor variação dimensional, além de carbonatar lentamente ao longo do tempo, tamponando eventuais fissuras ocorridas no endurecimento, no caso de argamassa mista. Normalização: � NBR 7175 – Cal Hidratada para Argamassas – Especificação CAL HIDRÁULICA A cal hidráulica é um material de construção tradicional e foi de fundamental na história das argamassas empregada na arquitetura antes do advento do cimento. Os primeiros exemplos do emprego da cal hidráulica remontam ao império romano e antes ainda há indícios de uso pelos gregos. Na realidade, estes povos obtinham a cal hidráulica por meio de misturas de cal aérea e pozolanas. Composição Química: Hidróxidos de cálcio e magnésio, silicatos e aluminatos de cálcio. A CAL HIDRAULICA é um produto que atende bem ao apelo ecológico e pode ser assim considerado por alguns aspectos: � Consome menor quantidade de combustíveis em seu processo de fabricação principalmente combustíveis fósseis tais como, carvão mineral, coque de petróleo e outros derivados do petróleo, ou ainda derivados da madeira, diminuindo assim as emissões de poluentes atmosféricos; � Ao utilizar adições pozolânicas diminui o consumo das jazidas de calcário, preservando as jazidas e minimizando assim ou retardando os impactos ambientais causados pela mineração/ � Dispensa a utilização de aditivos químicos. USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 39 Calcários Argilosos + Calor ���� Cal Hidráulica 1. Obtenção: a) Calcinação� temperatura acima de 900 oC b) Extinção� hidratação e pulverização do CaO c) Moagem � pulverização dos grãos restantes 2. Constituição: Cal hidráulica = Ca(OH)2 + Silicatos e Aluminatos de Cálcio Maior quantidade de impurezas argilosas no calcário implica no aparecimento de mais silicatos e aluminatos de cálcio e diminuição da quantidade de hidróxido de cálcio (cal livre). 3. Classificação - (conforme o IH) " IH " = Índice de Hidraulicidade SiO2 + Al2O3 SiO2 + Al2O3 + Fe2O3 IH = ------------------- ou IH = ---------------------------- CaO CaO + MgO Cal hidráulica: 0,10 < IH < 0,50 Classificação quanto ao tempo de pega Cal Teor de Argila (%) IH Duração da pega Fracamente hidráulica 5 a 8 0,10 a 0,16 2 a 4 semanas Medianamente hidráulica 8 a 15 0,16 a 0,30 1 a 2 semanas Hidráulica 15 a 19 0,30 a 0,40 2 a 6 dias Eminentemente hidráulica 19 a 22 0,40 a 0,50 1 dia ou menos IH < 0,10 � cal aérea IH > 0,60 � cimento 0,50< IH < 0,60 � cales limites Links interessantes: http://www.construcalce.com.br http://civil.fe.up.pt/pub/apoio/ano1/CienciaDosMateriais/apontamentos/teorica_20 022003/JSC_031a043.pdf USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 40 VI - CIMENTO PORTLAND 1. DEFINIÇÃO Aglomerante hidráulico constituído de silicatos e aluminatos resultantesda moagem do clinquer, o qual é obtido pelo cozimento, até fusão incipiente, de mistura de calcário e argila convenientemente dosada de forma a não resultar cal livre. Após a queima, é adicionado sulfato de cálcio (gipsita). Como veremos mais adiante, recentemente, a fabricação dos cimentos Portland admite a adição de outros produtos como calcário moído (filler), escórias de alto forno ou pozolanas, além da gipsita, para produção dos diversos tipos de cimento disponíveis no mercado brasileiro e internacional. O cimento tem como material de base o calcário, material natural encontrado em abundância em todo o universo, do qual se produz a cal, empregada como aglomerante principal na fabricação de argamassas de revestimento na construção civil. Assim, entendemos que uma revisão sumária do processo de obtenção da cal é necessária para a compreensão do processo de fabricação do cimento e suas propriedades aglomerantes. A cal aérea é empregada como aglomerante nas argamassas, sendo obtida a partir do calcário (CaCO3). Numa primeira fase da obtenção, o calcário é aquecido à temperatura de 900ºC quando ocorre a sua descarbonatação (perda do CO2) e se obtém a cal virgem ou cal viva (CaO), conforme a reação a seguir. CaCO3 + calor →→→→ CaO + CO2 Em seguida, processa-se a extinção da cal virgem através da hidratação das pedras porosas, observando-se o esboroamento do material (formação de flocos) e aumento de volume que pode alcançar 2 a 3 vezes o volume original a depender da reatividade da matéria prima. Observe-se que durante a hidratação verifica-se um considerável aumento de volume, o que exige que a extinção da cal seja processada antes da aplicação do material nos revestimentos. No processo de hidratação da cal virgem obtém-se a cal aérea (hidróxido de cálcio) CaO + H2O →→→→ Ca(OH)2 + calor O endurecimento da cal ocorre pela exposição ao ar das argamassas aplicadas nos revestimentos, onde a presença do gás carbônico atua sobre o hidróxido de cálcio, re- carbonatando o produto (restituição do calcário). Ca(OH)2 + CO2 →→→→ CaCO3 + H2O A cal aérea caracteriza-se por um aglomerante de baixa resistência à ação da água. Descobriu-se, ainda na antiguidade, que a adição de argila nas misturas calcárias melhorava as propriedades desse material à presença da água, a depender da composição dos componentes das matérias primas, o que deu origem à denominada cal hidráulica. Os óxidos argilosos (sílica, alumina e óxido de ferro) combinam-se com o óxido de cálcio do calcário para a formação de silicatos e aluminatos de cálcio, diminuindo a presença de cal virgem no material resultante. USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 41 Dessa resumida exposição, pode-se entender a importância que tem a dosagem conveniente dos componentes do calcário com os da argila, de modo a não deixar cal livre no produto final, sob pena de que, quando da mistura com a água, observar-se uma instabilidade volumétrica por expansão da massa em processo de endurecimento, devido à formação de hidróxido de cálcio, gerando fissuração e conseqüente deterioração do material. As pesquisas desenvolvidas na Inglaterra no final do século XVIII conduziram a descobertas de aglomerantes cada vez mais resistentes à ação da água, fazendo com que, em 1824, um arquiteto inglês e construtor de obras portuárias Joseph Aspdin solicitasse o registro de patente de um material que levou o nome de Cimento Portland. O nome Portland origina-se da semelhança na aparência e textura que o produto tem com as pedras calcárias da região de Portland na Inglaterra, após o endurecimento. RESUMO HISTÓRICO • Os gregos e romanos utilizam calcário calcinado + cinza vulcânica. • John Smeaton reconhece as propriedades químicas da cal hidratada. Utilização de calcário com alto teor de argila. • 1818 - Louis Vicat compreende perfeitamente as causas do endurecimento dos cimentos. Considerado seu inventor. Mistura calcário + argila. • 1824 - Joseph Aspdin patenteia o Cimento Portland. Origem do nome Portland: Cor semelhante com a pedra de Portland (calcário de Dorset). • 1885 - Frederick Ransome inventa o forno rotativo, que prevalece até hoje. NO BRASIL 1888 - Comendador Antônio Rodovalho 1892 - Ilha de Tiriri na Paraíba 1912 -Cachoeiro do Itapemirim (ES) 1926 - Companhia de Cimento Brasileiro Perus - Primeira produção efetiva. 1939 - Cinco fábricas 1953 - 15 fábricas 1992 - 56 fábricas 2011 - 70 fábricas – 12 grupos. 2015 – cerca de 95 plantas – 22 grupos. O mercado do cimento no Brasil é atualmente composto por 22 grupos cimenteiros, nacionais e estrangeiros, com 95 plantas produzindo (Setembro de 2015), espalhadas por todas as regiões brasileiras. A capacidade instalada anunciada do país é de 82 milhões de toneladas/ano, mas pelos últimos levantamentos, estima-se que a capacidade instalada já tenha ultrapassado os 96 milhões de toneladas/ano, devendo chegar aos 100 milhões de toneladas até o final de 2016, com a entrada das plantas em construção. Somente no ano passado e até o mês de agosto/15, mesmo com o mercado apontando queda no consumo, foram adicionadas mais 5 milhões de toneladas anuais à capacidade instalada do parque industrial cimenteiro. Para conhecer a localização de cada fábrica e a quais grupos elas pertencem, criamos um link diretamente do site do SNIC (www.snic.org.br), clicando no mapa para indicar qual a fábrica e a qual grupo aquela fábrica pertence. USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 42 Produção Brasileira (milhões de tonelada) – Fonte: SNIC, 2008. Maiores Produtores Mundiais em toneladas. Fonte: SNIC, 2010 2. CONSTITUIÇÃO ANO PRODUÇÃO ANO PRODUÇÃO 1988 25,3 2000 39,6 1990 25,8 2001 38,9 1991 27,5 2002 37,9 1992 23,9 2003 33,9 1993 24,8 2004 36,0 1994 25,2 2005 39,2 1995 28,2 2006 41,7 1996 34,5 2007 45,9 1997 38,1 2008 51,0 1998 38,9 2009 51,6 1999 40,2 2010 59,1 USCAL - Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil 43 As matérias primas que dão origem ao cimento Portland são: Calcário ⇒ CaO e MgO Argila ⇒ SiO2 , Al2O3 e Fe2O3 Gesso ⇒ SO3 Os óxidos acima constituem, geralmente, mais de 95% da composição do cimento Portland. Outros óxidos estão presentes no cimento provenientes das matérias primas e que, além dos acima indicados, podem ser identificados na análise química: K2O, Na2O, TiO2, Mn3O4, P2O5 etc. Os óxidos componentes do cimento, quando aquecidos à temperatura de 1500ºC, aproximadamente, dão origem, através de combinações complexas, aos compostos anidros do cimento: C3S ----- Silicato tricálcico ------------------------- 3CaO. SiO2 C2S ----- Silicato dicálcico -------------------------- 2CaO. SiO2 C3A ----- Aluminato tricálcico -------------------- 3CaO. Al2O3 C4AF --- Ferro aluminato tetracálcico ---------- 4CaO. Al2O3 e Fe2O3 Características dos compostos: C3S - cristais grandes e com arestas, que se hidrata em poucas horas com grande produção de calor, formando hidróxido de cálcio ( Ca(OH)2 ) na hidratação. É o composto responsável pela resistência do cimento nas primeiras idades. Conteúdo médio ≈ 52% C2S - cristais grandes de forma arredondada. A pega é lenta e seu endurecimento progride lentamente com o tempo. Desprende baixo calor de hidratação e forma pouco Ca(OH)2 em comparação com o C3S. A resistência inicial é menor que a do C3S, porém ultrapassa-a após um ano. Conteúdo médio ≈ 26%. C3A - material intersticial claro que envolve os cristais de silicatos. A pega é instantânea, com grande produção de calor. Responde
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