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Resumo de Direito Civil

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Direito Civil II 2ª Prova
Obrigação de dar coisa incerta (outro resumo)
Obrigações alternativas (outro resumo)
- OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
SOLIDARIEDADE: É aquela em que, havendo uma multiplicidade de credores ou devedores, ou de uns ou de outros, cada credor terá direito a totalidade das prestações como se fosse um único credor, ou cada devedor estará obrigado pelo débito total, como se fosse um único devedor (CC art. 264). È uma exceção a regra de que a obrigação se divide em tantas quantas forem os sujeitos.
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor,cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
Na mesma obrigação concorre mais de um credor ou mais de um devedor, cada um com direito ou obrigação a dívida toda. (CC. Art. 264).
Enfeixamento de várias relações jurídicas (conforme o número de devedores ou credores) em uma só relação jurídica Fusão em uma só de tantas obrigações individuais e autônomas quantos forem os devedores, após
estabelecida a relação jurídica a modificação introduzida por um não afeta os demais
Caracteres da solidariedade
Pluralidade de sujeitos- ativos ou passivos: mais de um credor, mais de um devedor ou vários credores e devedores simultaneamente;
Multiplicidade de vínculos: distinto ou independente o que une o credor a cada um dos codevedores solidários e vice-versa.
Unidade de prestação: cada devedor responde pelo débito todo e cada credor pode exigi-lo por inteiro;
Co-responsabilidade dos interessados: pagamento da prestação efetuado por um dos devedores extingue a obrigação dos demais.
Espécies de obrigação solidária
SOLIDARIEDADE ATIVA: mais de um credor;
SOLIDARIEDADE PASSIVA: mais de um devedor;
Princípios comuns à solidariedade
Será princípio comum à obrigação solidária o da variabilidade do modo de ser obrigação, visto que não é incompatível com sua natureza jurídica a possibilidade de estipulá-la como condicional ou a prazo para um dos co-credores ou co-devedores, e pura e simples para outro, desde que estabelecido no título originário. Isto é assim porque a solidariedade diz respeito à prestação e não a maneira pela qual ela é devida. (CC.Art. 266) Se a condição ou termo for pactuada após o estabelecimento da obrigação por um dos co-devedores este fato não pode agravar a situação dos demais sem o consentimento destes.(CC. Art.278);
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.
Solidariedade não se presume, resulta da lei ou da vontade das partes (CC art. 265);
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Inocorrendo solidariedade ativa recebendo um dos credores os outros suportam o ônus do não pagamento, se solidários o pagamento parcial efetuado á um deles, deve ser rateado por todos.
Devedor não solidário torna-se insolvente, o credor sofre a perda e não pode reclamar dos outros devedores, na ocorrência da solidariedade se um dos devedores torna-se insolvente, escolhe o credor um ou mais de um devedor para cobrar o total da dívida.
Cada devedor pode reclamar a divida inteira
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos
serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
§ 1º Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais.
§ 2º Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.
§ 1º A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros.
§ 2º A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis.
§ 3º A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.
Vantagens da solidariedade
SOLIDARIEDADE ATIVA: de menor interesse;
SOLIDARIEDADE PASSIVA: arma eficiente de garantia dos credores, em vez de acionar cada qual devedor para pagamento de sua fração de crédito, reclama de um ou alguns o pagamento do todo.

Fontes da solidariedade
SOLIDARIEDADE, como exceção ao princípio geral das obrigações, não se presume resultando da lei ou da vontade das partes.
SOLIDARIEDADE LEGAL: deriva da vontade da lei. Como interpretação das partes, como garantia aos credores, como sanção. A finalidade da solidariedade é a garantia do credor. Exs.: CC. Arts. 154, 672, 680, etc... Inadmissível em nosso direito a solidariedade presumida, resultando ela de lei ou de vontade das partes e por importarem um agravamento da responsabilidade dos devedores, que passarão a ser obrigados pelo pagamento total da prestação. Os vários credores ou vários devedores acham-se unidos por força de lei ou por ato de vontade para consecução de um objetivo comum. Se a lei não impuser ou o contrato não a estipular, não se terá solidariedade. CC. Art. 265.
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
CONVENCIONAL: provém da vontade das partes, essa vontade deve ser inequívoca, através de negócio jurídico contratual ou unilateral.; contrato, testamento etc..
Solidariedade ativa
Generalidades
SOLIDARIEDADE ATIVA: havendo vários credores , cada qual pode exigir do credor comum a dívida por inteiro, tem como inconveniente que os co-credores ficam a mercê de um só dentre eles que pode receber a totalidade da dívida e tornar-se insolvente, carecem, neste caso, de ação contra o devedor original.
Solidariedade ativa é a relação jurídica entre vários credores de uma obrigação, em que cada credor tem o direito de exigir do devedor a realização da prestação por inteiro, e o devedor se exonera do vínculo obrigacional pagando o débito a qualquer um dos co-credores.
Efeitos
NAS RELAÇÕES EXTERNAS (entre co-credores e devedores):
cada credor solidário tem direito de exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro (CC. Art. 267) ;
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
qualquer credor poderá promover medidas assecuratórias do direito de crédito;
cada um dos credores poderá constituir em mora o devedor sem concurso dos demais;
A interrupção da prescrição requerida por um co-credor, a todos aproveita; CC. Art. 204 § 1o..
Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.
§ 1º A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros.
A suspensãoda prescrição em favor de um dos credores solidários só aproveitará aos outros, se o objeto da obrigação for indivisível – CC. Art 201;
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.
A renúncia da prescrição em face de um dos credores a todos aproveitará;
Qualquer co-credor poderá ingressar em juízo com ação adequada para que se cumpra a prestação, extinguindo o débito :
o Só poderá executar a sentença o próprio credor-autor e não outro estranho à lide.
o O devedor não poderá opor a um dos credores, as exceções pessoais oponíveis aos outros. CC. Art. 273
o Julgamento contrário a um dos credores solidários não atingirá os demais e o favorável aproveitar-lhe-á, salvo se fundada em exceção pessoal.
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.
Se um dos credores decai da ação, os demais ficarão inibidos de acionar o devedor comum;
A incapacidade de um dos credores solidários , não influencia a solidariedade;
Enquanto algum dos co-credores não demandar o devedor, a qualquer deles poderá este pagar;
CC. Art. 268
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.
Pagamento feito a um credor - CC. Art. 269 - Pagamento direto ou indireto produzirá efeito de liberação total da dívida, pois se o credor tem o direito de liberar o devedor ao receber –lhe o pagamento, passando a devida quitação, tê-lo-á da mesma forma quando perdoar, inovar ou compensar o débito. Este artigo se coaduna perfeitamente à solidariedade: una obligatio,
plures personae. A quitação do solvens o liberará em face dos demais co-credores.
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.
O devedor poderá opor em compensação a um dos credores o crédito que tiver contra ele até a concorrência do montante integral do débito;
A confusão, na pessoa de um dos credores ou do devedor, da qualidade de credor e do devedor - terá eficácia pessoal; CC. Art. 383;
Art. 383. A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade. 
A constituição em mora do credor solidário, pela oferta de pagamento por parte do devedor comum, prejudicará todos os demais – CC. Art. 400
Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conservá-la, e sujeita-o a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação.
Morte de um dos credores - CC. Art. 270 - Os herdeiros do credor falecido só poderão reclamar o respectivo quinhão hereditário, ou seja, a parte no crédito solidário cabível ao de cujos, e não a totalidade do crédito. Mas a prestação poderá ser exigida por inteiro se o falecido deixou único herdeiro, se todos os herdeiros agirem em conjunto e se a prestação for indivisível. 
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
Conversão em perdas e danos - CC. Art. 271 e 407.
Art. 407. Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos juros da mora que se contarão assim às dívidas em dinheiro, como às prestações de outra natureza, uma vez que lhes esteja fixado o valor pecuniário por sentença judicial, arbitramento, ou acordo entre as partes.
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
NAS RELAÇÕES INTERNAS (entre os co-credores solidários)
Remissão da dívida - CC. Art. 272 - A solidariedade ativa acarreta conseqüências jurídicas nas relações internas, isto é, entre os co-credores solidários, já que o credor que tiver perdoado a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba, ante o princípio da comunidade de interesses. Extinta a obrigação por pagamento, novação, remissão, compensação ou transação, o co-devedor favorecido será responsável pelas quotas-partes dos demais, que terão por sua vez, direito de regresso, isto é, de exigir do credor que recebeu a prestação a entrega do que lhe competir.
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
Solidariedade passiva
Generalidades
SOLIDARIEDADE PASSIVA: credor tem direito de exigir e receber de um ou de alguns devedores, pode cobrar parte de um, continuando credor do restante, que remanescem pela solidariedade. A obrigação solidária passiva é a relação obrigacional, decorrente de lei ou da vontade das partes, com multiplicidade de devedores, sendo que cada um responderá IN TOTUM ET TOTALITER pelo cumprimento da prestação como se fosse o único devedor.
Direitos do credor - CC. Art. 275 - O credor terá, sendo a solidariedade passiva , o direito de:
escolher, para pagar o débito, o co-devedor que lhe aprouver e, se este não saldar a dívida, poderá voltar contra os demais conjunta ou isoladamente;
exigir total ou parcialmente a dívida, embora ao devedor não seja lícito realizar a prestação em parte. Se reclamar de um deles parte da prestação, não se extinguirá a solidariedade, uma vez que os demais co-devedores continuarão obrigados solidariamente pelo restante do débito.
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Parágrafo único - Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
Conseqüências
Nas relações entre os co-devedores solidários e o credor:
Credor terá direito de exigir de qualquer coobrigado a dívida , total ou parcialmente; CC. Art. 275
Pagamento parcial feito por um dos devedores solidários - CC. Art. 277 - Se um dos devedores efetuar o pagamento parcial do débito, este não aproveitará aos demais, senão até a concorrência da quantia paga. O credor de uma dívida de 30,00, tendo recebido de um dos devedores solidários a quantia de 10,00, só pode reclamar dos demais 20,00, descontando os 10,00 já recebidos. O perdão dado pelo credor a um dos devedores solidários não terá o poder de apagar os efeitos da solidariedade relativamente aos demais co-devedores, que permanecerão vinculados, tendo apenas a redução da dívida proporcionalmente à concorrência da importância relevada.
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.
Credor poderá escolher qualquer devedor para cumprir a prestação – mas os devedores terão a liberdade de cumpri-la, tão logo crédito vença, independentemente da vontade do credor, desde que satisfaçam integralmente a prestação;
Estipulação adicional - CC. Art. 278 Condição assumida por um co-devedor não atingirá os demais, se estabelecida à revelia deste.
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.
Interrupção da prescrição operada contra um dos coobrigados, estender-se-á aos demais e seus herdeiros (CC. Art. 204, § 1o.), entretanto quanto operada contra um herdeiro do devedor solidário não prejudicará aos outros herdeiros ou devedores , senão quando se tratar de obrigações ou de direitos indivisíveis (CC. Art. 204, § 2o.)
Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro,não prejudica aos demais coobrigados.
§ 1º A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros.
§ 2º A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis.
§ 3º A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.
Morte de um dos devedores solidários - CC. Art. 276 - O falecimento de um dos devedores solidários não rompe a solidariedade que continuará a onerar os demais co-devedores. Os herdeiros o sucedem tanto no ativo como no passivo, sucedem na mesma posição que este ocupa na relação obrigacional, os herdeiros responderão pelos débitos do falecido desde que não ultrapassem as forças da herança. Com o óbito o devedor solidário, dividir-se-á a dívida, se divisível, em relação a cada um de seus herdeiros, pois cada qual responderá pela quota respectiva, salvo se a obrigação for indivisível, hipótese em que os herdeiros serão considerados, por ficção legal, como um só devedor solidário relativamente aos outros codevedores solidários .
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
Confusão extingue a obrigação na proporção do valor do crédito adquirido, assim, se o credor se tornar devedor solidário, a obrigação se resolverá proporcionalmente até a concorrent quantia do respectivo quinhão do débito, subsistindo a solidariedade quanto a parte remanescente.
Renúncia da solidariedade - CC. Art. 282 - Pode se referir à algum, alguns ou todos os devedores.:
o RENÚNCIA TOTAL : solidariedade desaparece, a obrigação se divide em tantos quantos forem os devedores, respondendo cada um pela sua quota parte.
o RENÚNCIA PARCIAL: credor exonera um só devedor, a obrigação se biparte: contra o exonerado torna-se simples, ficando esse devedor obrigado somente pela sua quota parte. A solidariedade continua contra os demais devedores , devendo ser abatido o valor do crédito destes, o quantum do devedor da obrigação simples. (CC. art. 282, parágrafo único). 
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.
Parágrafo único - Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.
A novação entre o credor e um dos co-devedores, faz com que subsistam as garantias e preferências do crédito novado somente sobre os bens do que contrair nova obrigação, ficando os demais devedores solidários exonerados por este fato. CC. art. 36
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono.
O devedor solidário pode compensar com o credor o que este deve ao seu coobrigado, até ao equivalente da parte deste na dívida comum. O devedor apenas poderá fazer compensação no equivalente da parte que, na relação interna, é cabível àquele devedor que é, ao mesmo tempo, seu credor.
Transação não aproveita nem prejudica senão àqueles que nela intervieram, ainda que diga respeito à coisa indivisível, mas, se for concluída entre um dos devedores solidários e seu credor, extingue a dívida relação aos co-devedores. (CC. art. 844 § 3º).
Art. 844. A transação não aproveita, nem prejudica senão aos que nela intervierem, ainda que diga respeito a coisa indivisível.
§ 3º Se entre um dos devedores solidários e seu credor, extingue a dívida em relação aos co-devedores.
Cessão de crédito somente terá validade se o credor cedente notificar todos os devedores solidários.
Cessão de crédito somente terá validade se o credor-cedente notificar todos os devedores solidários.
O credor pode acionar, se quiser, todos os co-devedores ou qualquer um deles à sua escolha, propondo contra um dos co-devedores solidários não fica inibido de acionar os outros – CC. art.
275, parágrafo único. 
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Parágrafo único - Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
Todos os co-devedores solidários responderão perante o credor pelos juros moratórios, mesmo que a ação tenha sido proposta somente contra um deles – CC. art. 280, 1ª parte.
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos, não lhe aproveitando porém as pessoais a outro co-devedor – CC. art. 281
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.
A sentença proferida contra um dos co-devedores solidários não pode constituir coisa julgada relativamente aos outros que não foram parte na demanda - CPC art. 472.
Recurso interposto por um dos coobrigados aproveitará aos outros, quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns.
O credor poderá cobrar o débito, antes de seu vencimento, de um dos co-devedores solidários que se encontrar em algum dos casos do art. 333, I, II e II do CC. Não vencerá quanto a devedor solvens.
Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código:
I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;
II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor;
III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las.
Parágrafo único - Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva, não se reputará vencido quanto aos outros devedores solventes.
Impossibilidade da prestação:
o Sem culpa dos devedores solidários, por ser decorrente de força maior ou caso
fortuito, extingue a relação obrigacional, libera todos os co-devedores.
o Por culpa de um ou de alguns devedores solidários, subsiste a solidariedade para todos no que concerne ao encargo de pagar o equivalente, pelas perdas e danos
responderá o culpado – CC. art. 279.
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
Nas relações internas entre os coobrigados:
Co-devedor que satisfez espontânea ou compulsoriamente a dívida, por inteiro, terá o direito de exigir
de cada um dos coobrigados a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente se houver – CC. art. 283.
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.
Co-devedor a quem a dívida solidária solidária interessar exclusivamente responderá sozinho por toda ela para com aquele que a solveu – CC. art. 285.
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.
O co-devedor culpado pelos juros de mora responderá aos outros pela obrigação acrescida – CC. art. 280 2ª parte.
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somentecontra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
O coobrigado que solver inteiramente o débito, supondo que a obrigação era solidária, terá direito á repetição da parte excedente à sua, visto que conjunta era a relação obrigacional. 
 Extinção da Solidariedade
Solidariedade ativa: extingue-se se os credores desistirem dela, estabelecendo,
convencionalmente, que o pagamento da dívida se fará pro rata. A morte de um dos credores solidários não extingue a solidariedade, subsistindo quanto aos demais credores, entretanto, os herdeiros recebem o credito sem a solidariedade – CC. art. 270.
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
· Solidariedade passiva: desaparece com a morte de um dos coobrigados, em relação aos seus herdeiros, sobrevindo quanto aos demais co-devedores solidários, assim, o credor só poderá
receber do herdeiro do devedor finado a quota-parte de cada um, salvo nos casos de obrigação indivisível – CC. art. 276.
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
Outras espécies de obrigação
Obrigação civil: permite a exigência da obrigação, gera efeitos jurídicos
Obrigação Natural: Não dá o direito de exigir, obrigação de ordem moral. O Descumprimento não gera efeitos jurídicos.
Obrigação de meio: È aquela em que o devedor obriga-se tão somente a usar de prudência e diligência normais na prestação de certo serviço para atingir um resultado, sem, contudo, se vincular a obtê-lo. 
Obrigação de Resultado É aquela em que o credor tem direito de exigir do devedor a produção de um resultado, sem o que se terá o inadimplemento da relação obrigacional, tem em vista o resultado em si mesma.
OBRIGAÇÃO DE GARANTIA
É a que tem por conteúdo a eliminação de um risco, que pesa sobre o credor. Repara as conseqüências de realização do risco. São exemplos dessa obrigação: a do segurador e a do fiador, a do contratante relativamente aos vícios redibitórios, nos contratos comutativos, etc.... Em todas essas obrigações o devedor não se liberará da prestação , mesmo que haja caso fortuito ou força maior, já que o conteúdo da obrigação é a eliminação de um risco e o caso fortuito ou força maior
o são.
Art. 764. Salvo disposição especial, o fato de se não ter verificado o risco, em previsão do qual se faz o seguro,não exime o segurado de pagar o prêmio.
Obrigação Instantânea: Nasce e é cumprida na hora. Compra e venda (a vista) 
Obrigação Diferida: Separa em metade instantânea a e metade diferida.
Obrigação Continuada: Cumprida periodicamente, ex. locação
Obrigação liquida; Valor certo 
Obrigação Iliquida: Condenações judiciais, o valor final não é definido. Sentença Iliquida só se paga a partir do momento em que se torna liquida.
NÃO pode executar divida ilíquida.
Obrigação Principal e Acessória
As obrigações acessórias e principais regem-se pelos mesmos princípios norteadores das relações entre coisa principal e coisa acessória, assim segue o preceito de que o acessório segue o principal, que produz os seguintes efeitos jurídicos:
· A extinção da obrigação principal implica, em regra, o desaparecimento da acessória;
· A ineficácia ou nulidade da principal reflete-se na acessória, nem sempre, como é o caso da nulidade por incapacidade do devedor em que permanece a fiança.
· A prescrição da principal afeta a acessória;
· A obrigação acessória estipulada por um dos co-devedores solidários, não poderá agravar os demais sem anuência destes;
Obrigação Pecuniária: Obrigação de dar, pagar uma quantia em dinheiro para algúem.
Conceito de cessão
A transmissão das obrigações é uma conquista do direito moderno, representando uma sucessão ativa, se em relação ao credor, ou passiva, se atinente ao devedor, que não altera, de modo algum, a substância da relação jurídica, que permanecerá intacta, pois impõe que o novo sujeito (cessionário) derive do sujeito primitivo (cedente) a relação jurídica transmitida. A relação obrigacional é passível de alteração na composição de seu elemento pessoal, sem que esse fato atinja sua individualidade, de tal sorte que o vínculo subsistirá na sua identidade, apesar das modificações operadas pela sucessão singular ativa ou passiva.
O ato determinante dessa transmissibilidade das obrigações designa-se cessão, que vem ser a transferência negocial, a título gratuito ou oneroso, de um direito, de um dever, de uma ação ou de um complexo de direitos, deveres a bens, com conteúdo predominantemente obrigatório, de modo que o adquirente (cessionário) exerça posição jurídica idêntica à do antecessor (cedente).
Cessão de crédito
A cessão de crédito é um negócio jurídico bilateral, ou melhor, de um contrato, gratuito ou oneroso, pelo qual o credor de uma obrigação (cedente) transfere, no todo ou em parte, a terceiro (cessionário), independentemente do consentimento do devedor (cedido), sua posição na relação obrigacional, com todos os acessórios a garantias, salvo disposição em contrário, sem que se opere a extinção do vínculo obrigacional.
A cessão de crédito poderá ser:
1ª) Gratuita ou onerosa, conforme o cedente a realize com ou sem uma contraprestação do cessionário.
2ª) Total ou parcial. Se total, o cedente transferirá todo o crédito; se parcial, o cedente poderá permanecer na relação obrigacional, se retiver parte do crédito, ou então poderá retirar-se, se ceder a outrem a remanescente. Embora nosso Código Civil não faça menção à cessão parcial, ela é admissível.
3ª) Convencional, legal ou judicial (CC, art. 286, 1ª parte). A convencional é a que decorre de livre a espontânea declaração de vontade entre cedente a cessionário, ou seja, de contrato entre os interessados, podendo ser gratuita ou onerosa. A legal resulta de lei que, independentemente de qualquer declaração de vontade, determina a substituição do credor.
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.
4ª) "Pro soluto" a "pro solvendo"'°. Ter-se-á cessã o pro soluto quando houver quitação plena do débito do cedente para com o cessionário, operando-se a transferência do crédito, que inclui a exoneração do cedente. O cessionário correrá o risco da insolvência do devedor (cedido), desde que o crédito exista a pertença ao cedente, considerando-se extinta a dívida antiga desde o instante da cessão. A cessão pro
solvendo é a transferência de um direito de crédito, feita com intuito de extinguir uma obrigação, que, no entanto, não se extinguirá de imediato, mas apenas se e na medida em que o crédito cedido for efetivamente cobrado. 
Sendo um negócio jurídico, requer a presença dos requisitos do Código Civil, art. 104: capacidade das partes, objeto lícito, possível, determinado ou determinável a forma prescrita ou não defesa em lei.
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
A cessão é um negócio jurídico bilateral que, além de não prescindir de consentimento, representa ato de disposição, por força do qual o crédito sai do patrimônio do cedente para se incorporar ao do cessionário. Logo, por induzir alienação, exige não só a capacidade genérica para os atos comuns da
vida civil, como também a especial, reclamada para os atos de alienação, tanto do cedente como do cessionário. O cedente deverá ter o poder de disposição, que supõe a titularidade do crédito. Se o cedente for incapaz, a cessão só será possívelcom prévia autorização judicial (CC, art. 1.691), por ser ato que ultrapassa os limites da mera administração do representante legal.
Art. 1.691. Não podem os pais alienar, ou gravar de ônus real os imóveis dos filhos, nem contrair, em nome deles,
obrigações que ultrapassem os limites da simples administração, salvo por necessidade ou evidente interesse da
prole, mediante prévia autorização do juiz.
Parágrafo único - Podem pleitear a declaração de nulidade dos atos previstos neste artigo:
I - os filhos;
II - os herdeiros;
III - o representante legal.
O cessionário deverá ter o poder de tomar o lugar do cedente, visto a cessão importar aquisição de um direito creditório
Quanto ao objeto da cessão, é preciso lembrar que qualquer crédito poderá ser cedido, conste ou não de um título, esteja vencido ou por vencer, se a isso não se opuser (CC, art. 286):
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.
a) a natureza da obrigação, pois é óbvio que serão incedíveis os créditos oriundos dos direitos personalíssimos; os créditos vinculados a fins assistenciais, como o crédito alimentício; os créditos atinentes aos vencimentos de funcionários ou os créditos por salários; os créditos decorrentes de direitos sem valor patrimonial; os créditos acessórios, enquanto tais, sem a transferência do principal; os créditos que não possam ser individualizados, pois a cessão é negócio dispositivo, devendo ser seu objeto determinado, de forma que não valerá a cessão de todos os créditos futuros, procedentes de negócios, por ser imoral; NÃO PODE CONTRARIAR A NATUREZA DAS OBRIGAÇÕES
b) a lei, visto que não serão cedíveis a herança de pessoa viva (CC, art. 426); créditos já penhorados (CC, art. 28); a obrigação de fazer, se infungível a prestação (CC, art. 249); apreempção (CC, art. 520); a obrigação resultante de ingratidão do donatário (CC, art. 560); a do locador de serviço (CC, art. 607); a do mandatário, salvo se houver possibilidade de substabelecimento (CC, art. 682, II); o usufruto, com exceção do caso do art. 1.393; o benefício da justiça gratuita (Lei n. 1.060/50, art. 10); o direito de remir . Entretanto, poderão ser cedidos: o direito do autor de ligar o nome a todos os seus produtos intelectuais (Lei n. 9.610/98, art. 49); o exercício do usufruto (CC, art. 1.393); o direito de haver reparação do dano causado pelo delito; as indenizações que não tenham caráter alimentar, como despesas de tratamento médico a hospitalar; NÃO PODE CONTRARIAR AS LEIS
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.
Parágrafo único - Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro.
Art. 520. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros.
Art. 560. O direito de revogar a doação não se transmite aos herdeiros do doador, nem prejudica os do donatário. Mas aqueles podem prosseguir na ação iniciada pelo doador, continuando-a contra os herdeiros do donatário, se este falecer depois de ajuizada a lide.
Art. 607. O contrato de prestação de serviço acaba com a morte de qualquer das partes. Termina, ainda, pelo escoamento do prazo, pela conclusão da obra, pela rescisão do contrato mediante aviso prévio, por inadimplemento de qualquer das partes ou pela impossibilidade da continuação do contrato, motivada por força maior.
Art. 682. Cessa o mandato:
I - pela revogação ou pela renúncia;
II - pela morte ou interdição de uma das partes;
Art. 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso.
c) a convenção com o devedor, pois não poderão ser cedidos os créditos quando as partes ajustaram a sua intransmissibilidade. Não pode contrariar o que as partes resolveram no contrato.
A extensão do objeto da cessão, pelo Código Civil, art. 287, exceto disposição em contrário, abrangerá todos os acessórios do crédito cedido. Não havendo convenção em contrário, além do direito à prestação principal, transmitir-se-ão ao cessionário todos os acessórios do crédito, isto é, os direitos pessoais a os reais de garantia, os direitos de preferência, não concedidos em atenção à pessoa do credor o direito a juros compensatórios ou moratórios e a correção monetária; cláusula penal; cláusulas
relativas ao modo, tempo a lugar de pagamento; cláusula de compromisso arbitral; estipulação de foro convencional; direitos potestativos inerentes ao crédito
A forma da cessão
A nossa legislação não exige forma específica para que se efetue a cessão de crédito; logo, esta se configura como um negócio não solene ou consensual, por independer de forma determinada, aperfeiçoando-se com a simples declaração de vontade do cedente a do cessionário. Porém, para que possa valer contra terceiros, exceto nos casos de transferência de créditos, operados por lei ou sentença, prescreve o Código Civil, art. 288, que será necessário que seja celebrada mediante instrumento público ou particular, revestido das solenidades do § 1º do an. 654 desse mesmo diploma
legal.
Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não celebrar-se mediante instrumento
público, ou instrumento particular revestido das solenidades do § 1º do art. 654.
Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante.
§ 1º O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos.
A cessão de crédito produz efeitos:
1°) Entre as partes contratantes, isto é, entre o c edente e o cessionário. O cedente assumirá uma obrigação de garantia, tendo, então, responsabilidade perante o cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lho cedeu, se se tratar de cessão por título oneroso; entretanto, terá a mesma responsabilidade nas cessões por título gratuito, se procedeu de má fé (CC, art. 295). Ter-se-á, assim, a responsabilidade dente pela existência do crédito:
Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé.
a) quando o crédito por ele cedido não existir no momento da cessão, que será, então, nula por falta de objeto;
b) quando o cedente não for o seu legítimo titular, em razão de uma exceção qualquer ou de um modo extintivo da obrigação (novação, compensação etc.), pois, se o crédito existir em favor de terceiro, ter-se-á cessão de crédito alheio;
c) quando o crédito estiver inquinado de vício idôneo a torná-lo suscetível de anulação ou de nulidade;
d) quando pender sobre o crédito direito impeditivo de sua transferência plena. Convém lembrar que a responsabilidade do cedente abrange, além do crédito, os seus acessórios, de modo que o cedente deverá assegurar a existência de garantias reais ou fidejussórias, mas não.a sua eficácia. Contudo, para constatar tal fato, o cessionário somente poderá demandar o cedente depois de ter agido contra o devedor, para ressarcir-se de prejuízo sofrido pela conduta ilícita do cedente. O cedente não responderá pela solvência do devedor, salvo estipulaçãoem contrário
(CC, art. 296); mesmo assim, a sua responsabilidade pela solvência do devedor, em regra, na cessão pro solvendo, não irá além do que o cessionário recebeu no tempo da cessão, com os respectivos juros, acrescido das despesas da cessão, a das que houverem sido feitas com a cobrança (CC, art. 297). O cedente terá, ainda, a obrigação de:
· prestar informações necessárias ao exercício do direito de crédito, solicitadas pelo
cessionário;
· entregar os documentos indispensáveis para que o cessionário possa realizar o crédito, a
· fornecer documento hábil para provar a cessão, se o crédito não for titulado.
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor.
Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança.
O principal efeito da cessão é transmitir para o cessionário a titularidade da relação jurídica cedida. O cessionário terá os mesmos direitos do credor a quem substituiu na obrigação, com todos os seus acessórios, vantagens e ônus, podendo exercer os atos conservatórios do direito cedido (CC, art. 293).
Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido. 
Cessão de débito
O Código Civil prevê a cessão de débito expressamente nos arts. 299 e 303.
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
Parágrafo único - Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.
Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento.
A cessão de débito ou assunção de dívida é um negócio jurídico bilateral, pelo qual o devedor, com anuência expressa do credor, transfere a um terceiro os encargos obrigacionais, de modo que este assume sua posição na relação obrigacional, substituindo.
Dessa definição poder-se-ão inferir seus pressupostos:
1°) Existência a validade da obrigação transferida.
2°) Substituição do devedor sem alteração na substâ ncia do vínculo obrigacional. A cessão é substituição na mesma relação jurídica, pois do contrário configurar-se-ia novação.
3°) Concordância do credor, uma vez que a pessoa do devedor é muito importante para ele, pois o valor do crédito dependerá da sua solvência ou idoneidade patrimonial, de forma que não seria conveniente ao credo de pessoa solvente vê-la substituída por outra com menos possibilidade de resgatar a dívida.
O consentimento do credor precisará ser expresso (CC, art. 299, 1ª parte). "Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa" (CC, art. 299, parágrafo único). Nisto está a diferença entre cessão de débito a de crédito, pois nessa dispensa-se a anuência do devedor, porque lhe é indiferente a pessoa do credor; seja este quem
for, o montante devido será sempre o mesmo.
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
Parágrafo único - Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.
Deve observar os requisitos atinentes aos atos negociais, por ser esta a sua natureza jurídica.
Necessários serão:
a) capacidade dos contraentes, que manifestam consentimento livre a espontâneo;
b) objeto lícito e possível, podendo abranger todos os débitos, presentes a futuros, exceto os que deverão ser cumpridos pessoalmente pelo devedor, a
c) forma legal que, em regra, será livre, mas se a prestação devida consistir na entrega de bem imóvel para a transmissão de seu domínio, a escritura pública será imprescindível.
Modos de realização
A cessão de débito realizar-se-á mediante:
1°) Expromissão, que é o negócio jurídico pelo qual uma pessoa assume espontaneamente o débito de outra. Por outras palavras, consiste no contrato entre terceiro (expromitente) e o credor, pois o devedor originário não toma parte nesta convenção. O expromitente não assume a dívida por ordem do dçvedor, mas espontaneamente. A expromissão poderá ser: 
a) liberatória, se houver perfeita sucessão no débito, pela substituição do devedor na relação obrigacional pelo expromitente, ficando exonerado o devedor primitivo, exceto se o terceiro que assumiu sua dívida era insolvente e o credor o ignorava (CC, art. 299, 2ª parte); 
b) cumulativa, se o expromitente entrar na obrigação como novo devedor, ao lado do devedor primitivo, passando a ser devedor solidário, de forma que o credor poderá reclamar o pagamento de qualquer deles.
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
Parágrafo único - Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.
2º) Delegação, se o devedor transferir a terceiro, com a anuência do credor, o débito com este contraído. Haverá, pois, um contrato entre terceiro e o devedor. O devedor-cedente designar-se-á delegante; o que transfere o débito, delegado, e o credor, delegatário. Trata-se de delegação imperfeita, por não operar a extinção do débito, a poderá ser:
· privativa, se o delegante se exonerar, de maneira que o delegado assuma toda a
responsabilidade pelo débito, sem responder pela insolvência deste;
· simples, se o novo devedor entrar na relação obrigacional unindo-se ao devedor primitivo, que continuará vinculado; não poderá, contudo, ser compelido a pagar senão quando o novo devedor deixar de cumprir a obrigação que assumiu, não havendo, portanto, entre eles nenhum vínculo de solidariedade.
Efeitos
Se o débito transferido é o mesmo primitivo, por haver identidade de relação jurídica a de objeto, ter-seá
a mesma obrigação, que não se extinguirá,passando ao novo devedor, que assumirá a mesma
posição do devedor originário. Assim sendo, a cessão de débito produz os seguintes efeitos":
1°)Liberação do devedor primitivo, com subsistência do vínculo obrigacional.
2°) Transferência do débito a terceiro, que se inve stirá na conditio debitoris.
3º)Cessação dos privilégios a garantias pessoais do devedor primitivo, de forma que o novo devedor não terá o direito de invocar as exceções pessoais do antigo sujeito passivo (CC, art. 302).
4°) Sobrevivência das garantias reais que acediam à dívida, com exceção das que foram constituídas por terceiro alheio à relação obrigacional,a não ser que ele consinta na sua permanência. Apenas com anuência expressa do devedor originária ter-se-á a extinção, a partir da assunção da dívida, das garantias especiais que deu ao credor (CC, art. 300). Se não for dado seu assentimento, a hipoteca, ou penhor dado pelo devedor, como garantia do débito ao credor, permanecerá.
5°) Anulação da substituição do devedor, acarretand o a restauração da dívida, com todas as suas garantias, salvo as prestadas por terceiro, a não ser que ele tivesse ciência do vício que inquinava a obrigação (CC, art. 301).
6°) Possibilidade de o adquirente de imóvel hipotec ado tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor notificado não impugnar em 30 dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento (CC, art. 303). ''
Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-seextintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.
Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação.
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo.
Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento.

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