Buscar

PARECER JURIDICO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Processo nº 018.05.006882-0
Foro de Chapecó 1ª Vara Criminal
Ação Penal- Júri
Infração: Crimes Contra a Vida
Autor: Justiça Pública do Estado de Santa Catarina
Denunciado: Carlos Alexandre dos Santos
Vítima: Lauri da Silva
PARECER JURÍDICO
Trata-se de pedido de parecer jurídico contratado pelo réu CARLOS ALEXANDRE DOS SANTOS, o qual, nos autos da ação penal nº 018.05.006882-0, foi denunciado por infração ao art. 121, parágrafo 2º, inciso II, do Código Penal, por supostamente ter praticado Homicídio Qualificado, pelo motivo fútil. 
I DO RESUMO DO PROCESSO
I.1. DENÚNCIA (fls. II E III)
Cuida-se de processo-crime instaurado em 07 de Agosto de 2007.
Consta da denúncia de fls. II e III “ no dia 09 de dezembro de 2004, por volta por volta das 09:00 horas, no pátio da residência localizada na Rua Barão do Rio Branco, no Bairro Bom Pastor na cidade de Chapecó, o denunciado Carlos Alexandre dos Santos utilizando-se de uma “adaga”, desferiu um golfe na região precordial contra a vítima Lauri da Silva, causando-lhe a morte.
Narra ainda, que referido fato ocorreu em virtude de ter o réu presenciado um desentendimento entre a vítima e sua mãe (Ione Batista dos Santos), caracteriza futilidade, dada a desproporção entre a motivação e a ação contra a vida de Lauri da Silva.
Por tais fatos, o Ministério Público ofereceu denúncia contra Carlos Alexandre dos Santos pela infração prevista no art. 121, § 2, inciso II, do Código Penal.
A denúncia tem por base os fatos investigados no Inquérito Policial nº 453/2004/1ªDP (fls. 49). 
I.2 INQUÉRITO POLICIAL (fls 18 - 75)
I..2.1 DO LAUDO DE EXAME CADAVÉRICO
Laudo nº 3618- fls. 05
Em 09 de dezembro de 2004, na cidade de Chapecó/SC, no Instituto Médico Legal de Chapecó, foi procedido o exame pericial em Lauri da Silva com as características do sexo masculino, jovem, moreno claro, cabelos castanhos. Apresentando ferimento perfuro cortante de 3cm na região precordial.
Dos quesitos respondidos obteve-se o seguinte laudo:
1º – Se houve morte: Sim
2º – Qual a causa da morte: Hipovolemia. Anemia Aguda
3º- Qual o instrumento ou meio que produziu a morte: Instrumento perfuro cortante (“faca”)
4º – SE foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia, ou tortura ou por outro meio insidioso ou cruel (resposta especificada): prejudicado.
Legista 1: ANTONIO J. DE MARCO
Legista 2: JORGE HAZIM
I..2.2 DO TERMO DE APREENSÃO (fl. 07)
Fora apreendida aos 09 dias do mês de dezembro de 2004, na cidade de Chapecó, uma faca com cabo de madeira, 35 cm de lâmina, tipo “adaga”.
O Inquérito Policial fora instaurado, de ofício, mediante portaria, em razão do Boletim de Ocorrência nº 6750/2004, de 09/12/2004às 10:40 horas de fls. 03, registrado por policiais militares que após apuração dos fatos constataram o homicídio de Lauri da Silva. 
I.2.3 DO LAUDO TÉCNICO PERICIAL (fls. 25-50)
Nº043/IC-12R/2005
Natureza da perícia: Levantamento em local cadavérico
Local do Exame: Servidão Caic, nº 156, entre as Ruas Barão do Rio Branco e Rua Marechal Floriano Peixoto, Bairro São Pedro, município de Chapecó/SC
Horário da chamada: Às 09h15min do dia 09.12.2004
Horário de atendimento: Às 09h45min do dia 09.12.2004
Autoridade solicitante: 1ªDelegacia de Policia de Chapecó/SC.
Conforme levantamento solicitado na data acima e pela autoridade descrita, constatou tratar-se de local cadavérico com a presença de corpo de um homem, jovem, identificado como sendo o corpo de LAURI DA SILVA, 23 anos de idade.
A vítima encontrava-se em local interno, interior de um terreno cercado, na Servidão Caic, nº 156, entre as Ruas Barão Rio Branco e Rua Floriano Peixoto, Bairro São Pedro, no município de Chapecó/SC. De propriedade de Ione Batista dos Santos, onde a mesma reside com familiares.
O corpo estava encoberto com um lençol branco no interior do terreno da residência, o local do crime encontrava-se isolado e guarnecido por policiais militares e da mesma forma até o final dos trabalhos. 
Em relação a vítima, apurou-se que trata-se do corpo de um jovem, moreno claro, cabelos castanhos, curtos e ondulados. Estando o corpo posicionado sobre o solo, situado na parte anterior do terreno, em posição decúbito dorsal. Apresentando ferimentos na região torácica esquerda, um ferimento perfuro cortante, com bordas lineares de 3cm, produzidos por instrumento cortante (faca ou similar); no dedo indicador da mão esquerda, na face dorsal da falange proximal, um ferimento cortante, característicos de serem causados por instrumento cortante quando a vítima apresentava reação de defesa.
O corpo da vítima encontrava-se posicionado sob o solo, a vítima apresentava ferimentos na região torácica perfuro cortante produzido por instrumento cortante (faca ou similar).
O corpo fora encaminhado aos Médicos-Legistas para que fossem definidas suas lesões, observadas ou não no local, bem como definida competentemente a causa de sua morte.
Conforme a verificação in loco, a partir dos vestígios do local em causa, ficou evidenciado que foi palco de luta, tendo seu início junto ao ângulo direito do terreno, próximo onde a vítima se encontrava.
A conclusão dos peritos foi de que a morte ocorreu de forma violenta (homicídio) realizada com emprego de instrumento cortante, tendo a vítima esboçado reação de defesa. A agressão ocorreu no local em que foram encontrados os primeiros vestígios e seguiu-se até o local onde a vítima foi encontrada, indicando que no local houvera luta. 
I.2.4 DAS DECLARAÇÕES (fls. 09, 11-16, 20-22)
Na fase investigatória foram ouvidas várias testemunhas, a saber:
Airton José de Lima (fl.09), relatou que por volta das 09:00 horas fora comunicado para comparecer a residência no bairro Bom Pastor, que chegando ao local avistou o corpo de homem no chão ferido gravemente, a vítima ainda apresentava sinais vitais, momento em que o corpo de bombeiros foi acionado, porém ao chegarem constataram o óbito.
Ione Batista dos Santos (fl.11), relatou que por volta das 08:00 horas estava em uma vizinha tomando chimarrão e ouviu sua filha chamando, reclamando que Lauri estava em seu quarto, que chegando à residência interceptou Lauri e este começou a agredi-la, sendo que a mesma saiu correndo pelos fundos e Lauri saiu atrás, que então Lauri ficou mais agressivo e neste momento apareceu Carlos Alexandre, filho de Ione e desferiu uma facada em Lauri.
Daiane dos Santos(fl. 13) relatou que é irmã de Carlos Alexandre, que por volta das 06:00 horas Lauri da Silva chegou a sua casa perturbando-a, que sua mãe estava na casa de uma vizinha, e Lauri entrou repentinamente em seu quarto, tentou agarrá-la e beijá-la, então Daiane acertou Lauri com uma joelhada entre as pernas e conseguiu soltar-se e chamar a mãe. Que Lauri começou a correr atrás de sua mãe e agredi-la, que disse ao irmão Carlos Alexandre que fizesse alguma coisa. Foi quando o irmão pegou uma faca acertando Lauri. Diz ainda, que foi até ao orelhão chamar a polícia e enquanto aguardava, seu irmão Carlos Alexandre passou correndo dizendo que tinha cortado Lauri e não sabia se tinha matado ele. 
Arnaldo Cezar Santos Farias Bento (fl. 15) relatou que por volta das 09:00 horas foi comunicado para comparecer a residência onde encontrou a vítima sangrando e respirando, que chamaram corpo de bombeiros e na chegada deste, a vítima, não tinha mais sinais vitais. 
Marisa de Oliveira da Silva (fl. 20),relatou que é mãe de Lauri da Silva, que nada viu, razão pela qual não pode dar maiores declarações.
Cristiane de Moura (fl. 21) relatou que vivia maritalmente com Lauri da Silva, estando grávida de 04 meses, que no dia 08 de dezembro foram convidados por Ione para comer um risoto na casa dela, que Lauri, Carlos, Ione, Daiane e Fabio beberam durante toda a noite, que a declarante permaneceu sóbria, que por volta das 06:00 horas Lauri e Carlos foram comprar mais bebidas, que ao voltarem Lauri acabou sujando o canto da calçada, motivo pelo qual se desentenderam, que ouviu Daine dizer “Xande pega esta faca aqui e faça um jeito”, e alcançouuma adaga, que golpeou no peito de Lauri. 
I.2.5 DO INTERROGATÓRIO POLICIAL (fls.10-12)
Também no Inquérito Policial (fls. 49,50), no dia 09 de dezembro, o acusado Carlos Alexandre dos Santos (fl. 10) relatou que na manhã, por volta das 09:00 horas, foi a sua residência e encontrou Lauri da Silva no quarto de sua irmã Daiane tentando agarrá-la, mandou que Lauri parasse, momento que sua mãe também chegou e entrou em luta corporal com Lauri. Que armou-se com uma adaga que possuía em casa e desferiu um único golpe, onde Lauri veio a cair. Alega que deixou a residência e a adaga na grama e seguiu em direção a Vila Natal, que após uma hora apresentou-se na base da Polícia Militar do Bairro São Pedro.
4. DO RELATÓRIO INQUÉRITO POLICIAL Nº 453/2004/1ª DP:
Encerrando o procedimento de investigação policial, o Ilmo. Senhor Delegado elaborou relatório concluindo, em síntese, o seguinte:
O laudo de exame cadavérico atesta que o evento morte ocorreu em virtude de uma hipovolemia-anemia aguda provocada por ferimento produzido por instrumento perfuro cortante de 03 cm na região precordial.
Restou apreendido uma faca do tipo adaga com 35 cm de lâmina e cabo de madeira.
Os Policiais Militares que registraram os fatos afirmam que foram acionados para atender uma ocorrência de briga e vias de fato entre um homem e uma mulher e chegando ao local se depararam com a vítima já lesionada e o autor já empreendido fuga tendo este se apresentado posteriormente.
Carlos Alexandre dos Santos narra que efetivamente produziu a lesão na vítima que lhe provocou a morte em virtude de que o mesmo estava em luta corporal com sua genitora e na tentativa de livrá-la do infortúnio, atingiu Lauri com uma facada na região do peito.
A versão dos fatos narrada pelo agente é confirmada por seus familiares Ione Batista dos Santos e Daiane dos Santos, testemunhas presenciais do ocorrido.
Cristiane de Moura, companheira da vítima e também presente aos fatos, afirma que a vítima e os familiares do agente chegaram a manter uma discussão anterior, porém, quando Lauri foi atingido não esboçou nenhuma defesa.
O laudo pericial do local da conta de que a versão dada por Cristiane não é integralmente verdadeira, eis que os peritos concluem que a vítima apresenta indícios de que esboçou defesa, inclusive que a morte ocorreu em local diverso da qual a briga teria iniciado. 
Segundo, o Delegado de Polícia, as circunstâncias do ilícito são claras, a autoria e a materialidade encontram-se suficientemente deflagradas, razão pela qual indício Carlos Alexandre dos Santos pela prática, em tese, do crime de homicídio, capitulado no art. 121 do Código Penal.
I.3 DO PROCESSO-CRIME
I.3.1. TERMO DE INTERROGATÓRIO (fls. 75-77)
	No dia 27 de novembro de 2007, fora ouvido em Juízo o acusado Carlos Alexandre dos Santos, o qual, em interrogatório, confirmou que no dia dos fatos a vítima esteve em sua casa, embriagado e pedindo dinheiro emprestado para comprar mais bebida, que sua genitora deu-lhe dinheiro e pediu para que fosse embora. Que a vítima agarrou sua genitora acertando-a com uma cadeira. Então para defender sua genitora e para se defender desferiu um golpe acertando a vítima sem a intenção de matá-lo.
I.3.2. DA DEFESA PRÉVIA (fls. 82-83)
	A defesa alega que o acusado é inocente da imputação que lhe é feita, e que os fatos narrados na denúncia não correspondem à realidade, o que será comprovado durante a instrução criminal, visto que, o acusado agiu sob legítima defesa própria e de terceiro. 
I.3.3. ALEGAÇÕES FINAIS DE ACUSAÇÃO (fls. 114-119)
Encerrada a instrução processual, o Ministério Público apresentou suas alegações finais, afirmando que a prática de homicídio ficou evidente, afastando a tese do acusado de Legítima Defesa, embora a genitora e irmã do acusado, tenham afirmado que foram agredidas pela vítima do homicídio, e que esta tentou estuprar Daiane, irmã do acusado, e, para defendê-las, o réu matou a vítima.
Conforme evidenciado nos autos há a existência de duas versões divergentes para a prática do homicídio, porém, não há como se absolver sumariamente o réu, devendo este ser levado a Julgamento Popular, mantendo inclusive a qualificadora, eis que o crime fora praticado por motivo Fútil, até porque inexistem provas da agressão contra a genitora e irmã de Carlos Alexandre, e também que Lauri estava desarmado. 
Por esses motivos, o Ministério Público requereu que fosse PRONUNCIADO o réu CARLOS ALEXANDRE DOS SANTOS, incurso nas sanções do art.121, § 2º, inciso II, do Código Penal, a fim de que seja julgado pelo Colendo Tribunal do Júri da Comarca de Chapecó – SC, como medida da mais lídima JUSTIÇA.
I.3.4. ALEGAÇÕES FINAIS DE DEFESA (fls. 120-131)
Intimada, a defesa de Carlos Alexandre apresentou alegações finais, afirmando que o Réu agiu em Legitima Defesa em favor de sua genitora e de sua irmã. Alternativamente, pugna pela desclassificação do crime denunciado, afastando o motivo fútil, para que seja levado a julgamento pelo crime de Homicídio Simples, alegando que o crime fora precedido de acalorada discussão entre o réu e a vítima. 
I.3.5. CERTIDÕES DE ANTECEDENTES CRIMINAIS 132-138)
Às fls.132 a 138, foram juntadas as certidões de antecedentes criminais, dando conta de que Carlos Alexandre dos Santos não é réu primário, inclusive com alguns julgados e condenados.
I.3.6. SENTENÇA DE ADMISSIBILIDADE (fls. 139-148).
Aos 31 dias de março de 2009, às fls.139-148, o MM. Juiz de Direito da Comarca de Chapecó, proferida sentença, afirmando que restou comprovada a materialidade e a autoria do fato, características essas confessadas pelo próprio Acusado, não restando, doutro norte, caracterizada a legítima defesa. Do mesmo modo, também restou afastada a possibilidade de desclassificação para lesão corporal.
Por esses motivos, a decisão admitiu a denúncia apresentada pelo Ministério Público, e, nos termos do art. 413, parágrafo 1º, do Código de Processo Penal, determinou que o réu CARLOS ALEXANDRE DOS SANTOSfosse submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri, por infringência do art. 121, parágrafo 2º, inciso II, do Código Penal, deferindo ao acusado o direito de recorrer em liberdade, porque assim permaneceu durante o curso do processo, não insurgindo motivos para sua segregação.
I.3.7. JURI POPULAR:
Transitada em julgado a decisão de pronúncia, para o dia 22 de junho de 2009, às 09:00 horas, foi agendado o júri popular.
É o relatório.
DO PARECER 
O denunciado será submetido ao Tribunal do Júri, na data acima aprazada, o qual será composto por 01 (um) juiz togado e por 25 (vinte e cinco) jurados, dos quais serão sorteados 07 (sete) jurados que irão compor o Conselho de Sentença, o qual estará incumbido de julgar o caso. 
Da Defesa
A defesa tem como tese principal a excludente da legítima defesa.
A Legítima Defesa é considerada, pelo Código Penal, como um Excludente de Ilicitude. Isso implica dizer que quem age em legítima defesa não comete crime. Prevista no artigo 23, inciso II, do Código Penal. Ainda,
Legítima defesa – Art. 25 Código Penal – Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
	No caso em apreço, eis que, conforme consta nos autos, a vítima primeiramente teria agredido a sua genitora e, posteriormente, teria partido para agredir o denunciado, o qual somente se defendeu das agressões, e, ao se defender, desferiu um único golpe que causou a morte da vítima; caso referida tese seja acatada pelos juízes populares, a ação será julgada improcedente e o réu, por conseguinte, absolvido das imputações. 
Ainda, se não acatada a tese de absolvição sumária, poderá ser alegado pela defesa que, se não for possível à absolvição do réu, seja aplicado o benefício da diminuição da pena ao denunciado, conforme previsto no art. 121, § 1º, do Código Penal, em virtude de ter agido ele provocado por motivo de relevante valor moral e sob domínio de violenta emoção, seguido de injusta provocação da vítima. 
Dos Entendimentos1º – Se o entendimento do Conselho de Sentença de acatar a tese da Defesa, de o crime ser provocado em legitima defesa do mesmo e em favor de terceiro, o denunciado incorrerá em Absolvição Sumária, ou seja, será absolvido do crime, pois pressupõe reconhecimento da hipótese do art. 386.“O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
VI - existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) .
2º – Se o entendimento do Conselho de Sentença for de condenação, mas com o afastamento da qualificadora, o denunciado responderá por Homicídio Simples, e poderá ser condenado à pena de reclusão, partindo do mínimo de 06 (seis), até o máximo de 20 (vinte) anos. Ao entenderem que não configura motivo fútil pelo fato que o crime fora provocado por acalorada discussão, tese previamente arguida nas Alegações Finais de Defesa, desclassificando assim o crime de Homicídio Qualificado por motivo Fútil.
3º – Na hipótese do Conselho de Sentença entender pela procedência do homicídio qualificado por motivo fútil, poderá ser condenado a pena de reclusão partindo do mínimo de 12 (doze) anos até o máximo de 30 (trinta) anos.
Observação: pelo fato do réu tem antecedentes criminais, não sendo mais considerado réu primário a pena base não partirá da mínima.
Entretanto, a defesa pretende alegar como tese principal a excludente da legítima defesa própria ou de terceiro, eis que, conforme consta nos autos, a vítima primeiramente teria golpeado o filho do denunciado com uma faca, o qual somente foi defendê-lo. Caso referida tese seja acatada pelos juízes populares, a ação será julgada improcedente e o réu, por conseguinte, absolvido das imputações, não havendo, portanto, condenação. Ainda, se não acatada a tese de absolvição sumária. Será alegado por esta defesa, que se, não for possível a absolvição do réu, que seja aplicado o benefício da diminuição da pena ao denunciado de um sexto a um terço, conforme previsto no art. 121, § 1, do Código Penal, em virtude do denunciado ter agido logo em seguida à injusta provocação da vítima, ademais, ao prever que seu filho poderia vir a óbito por golpes de faca, sofreu violenta emoção, buscando sustentar a tese legítima defesa. 
Da decisão do tribunal do júri, em caso de absolvição do acusado, é cabível recurso em sentido estrito pelo Ministério Público de onde a defesa será intimada para apresentar contrarrazões, no prazo legal. O processo será remetido ao Tribunal de justiça para decisão. Da decisão do Tribunal, é cabível ainda Recurso Especial se ofender a norma infraconstitucional, ou ainda Recurso Extraordinário, se a decisão ofender a Constituição. 
Mas se a decisão do tribunal do júri, for pela condenação do acusado, caberá o recurso de apelação no prazo de 05 (cinco) dias, com razões a serem apresentadas em 08 (oito) dias, sendo posteriormente encaminhado ao tribunal para julgamento, onde de igual maneira, caberá Recurso Especial se ofender a norma infraconstitucional, ou ainda Recurso Extraordinário, se a decisão ofender a Constituição. Ressalta-se que, sendo favorável ao réu a decisão, e o ministério Público interpor recurso de decisão, a defesa do réu será intimada as contrarrazões do recurso interposto. 
É o parecer.
		DA PROPOSTA DE CONTRATAÇÃO DO ADVOGADO
Proposta de honorários para a defesa dos interesses Do Processo nº 018.05.006882-0 em curso na Ação Penal de Tribunal de Júri.
VALORES/CUSTOS 
 Por ato isolado: 
Parecer jurídico: R$ 5.000,00 
Defesa de procedimento do júri até pronúncia: R$ 15.000,00 
Defesa de procedimento do júri em plenário: R$ 25.500,00 
Recurso de Apelação: R$ 3.700,00 
Apresentar contrarrazões de recurso – se interposto pelo MP: R$ 2.500,00
 Recurso Especial – Se cabível: R$ 6.000,00 
Recurso Extraordinário – Se cabível: R$ 6.000,00 
Valor global de causa
Realizar todos os atos processuais necessários ao deslinde da causa, pelo valor total de R$50.000,00 (cinquenta mil) reais.
	
JESSICA PALOMA NECKEL LUZ
OAB/SC XXX.XXX-X
Professor Orientador: Cássio Marocco.
ANEXO I
CONTRATO DE HONORÁRIOS ADVOCATICIOS
					
Pelo presente instrumento particular de honorários de advogada, de um lado Dra. JESSICA PALOMA NECKEL LUZ, brasileira, solteira, advogada, inscrita na OAB/SC sob o n. XXX.XXX-X com endereço profissional situado na Rua Das Flores, 102, centro, São Lourenço do Oeste, Santa Catarina, fone (49) 999585860, onde costuma receber intimações; e de outro, EGÍDIO NARCISO, brasileiro, solteiro, auxiliar de produção, portador da cédula de identidade RG .............., inscrito no CPF de n. ......... residente e domiciliado na Rua...................na cidade de Chapecó/SC, convencional e contratam o seguinte:
1 - CLÁUSULA PRIMEIRA -A advogada obriga-se face o mandato judicial que lhe é outorgado, apresentar seus serviços profissionais da defesa do direito do promover todos os atos necessários ao deslinde do feito, junto aos autos de nº 0010865-05.2014.8.24.0081.
2 - CLÁUSULA SEGUNDA –Em remuneração dos serviços, a advogada receberá de seu cliente, os honorários líquidos e certos correspondentes ao valor global de R$50.000,00 (cinquenta mil reais) pagas diretamente a Contratada, mediante recibo, além dos eventuais honorários de sucumbência que ficará com a advogada. 
3 - CLÁUSULA TERCEIRA - Ao contratante caberá o pagamento das custas e despesas que forem necessárias ao bom e rápido andamento da ação, bem como, fornecerá todos os documentos e informações que a advogada ora contratada lhe solicitar, bem como, todas as despesas, inclusive com o deslocamento para qualquer lugar se necessário for, este ficará a cargo do Contratante, devendo colocar a disposição da procuradora um automóvel para se deslocar para as audiências e demais atos.
4 - CLÁUSULA QUARTA - O total de honorários poderá ser exigido imediatamente, se houver composição amigável, realizada por qualquer das partes litigantes ou no caso de não prosseguir a ação, por qualquer circunstâncias não determinada pela advogada.
5 - CLÁUSULA QUINTA – Qualquer dos contratantes poderá rescindir o presente contrato antecipadamente, no momento que pretender, sem necessidade de prévio aviso, devendo o contratante em caso de rescisão indenizar o serviço até então prestado pela advogada com base na tabela de honorários vigente da OAB/SC.
6 – CLÁUSULA SEXTA - E por estarem assim de pleno acordo assinam o presente termo e, elegem o fórum da Comarca de Xaxim-SC, para dirimir possíveis dúvidas oriundas do presente contrato.
São Lourenço do Oeste, 07 de março de 2017.
Contratante(s): EGÍDIO NARCISO 
Contratada: JESSICA PALOMA NECKEL LUZ
 OAB/SC XXX.XXX-X
Testemunhas:

Continue navegando