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Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 1/257 OAB 2ª Fase Apostila de Prática Processual Penal PROFESSOR: BRUNO TRIGUEIRO Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 2/257 OAB 2ª Fase SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 9 QUEIXA CRIME ....................................................................................................................................... 14 1. NOÇÕES INICIAIS: ......................................................................................................................... 14 2. PRAZO ........................................................................................................................................... 16 3. FUNDAMENTO NORMATIVO DA QUEIXA-CRIME ........................................................................ 16 ESTRUTURA DA PEÇA ....................................................................................................................... 18 MODELO I .......................................................................................................................................... 22 MODELO II ......................................................................................................................................... 26 RESPOSTA À ACUSAÇÃO ........................................................................................................................ 28 1. NOÇÕES INICIAIS........................................................................................................................... 28 2. MOMENTO: ................................................................................................................................... 28 3. PROCEDIMENTO: .......................................................................................................................... 28 4. FUNDAMENTO NORMATIVO: ...................................................................................................... 28 5. CONTEÚDO: .................................................................................................................................. 29 6. HIPÓTESES DE ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA: ....................................................................................... 29 7. PRAZO: .......................................................................................................................................... 29 ESTRUTURA DA PEÇA: ...................................................................................................................... 30 MODELO I .......................................................................................................................................... 32 MODELO II ......................................................................................................................................... 38 MODELO III ........................................................................................................................................ 40 PEÇAS RELACIONADAS À PRISÃO .......................................................................................................... 42 RELAXAMENTO ................................................................................................................................. 42 1. NOÇÕES INICIAIS........................................................................................................................... 42 Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 3/257 OAB 2ª Fase 2. FUNDAMENTO NORMATIVO: ...................................................................................................... 42 3. CABIMENTO: ................................................................................................................................ 42 4. EFEITOS: ........................................................................................................................................ 42 ESTRUTURA DA PEÇA ....................................................................................................................... 43 LIBERDADE PROVISÓRIA .................................................................................................................. 44 1. FUNDAMENTO NORMATIVO: ...................................................................................................... 44 2. CABIMENTO: ................................................................................................................................. 44 3. PRAZOS E PROCEDIMENTO: ......................................................................................................... 44 4. EFEITOS: ........................................................................................................................................ 45 ESTRUTURA DA PEÇA ....................................................................................................................... 46 REVOGAÇÃO ..................................................................................................................................... 48 1. FUNDAMENTO NORMATIVO: ...................................................................................................... 48 2. CABIMENTO: ................................................................................................................................. 48 3. PRAZOS E PROCEDIMENTO:......................................................................................................... 48 4. EFEITOS: ........................................................................................................................................ 49 ESTRUTURA DA PEÇA ....................................................................................................................... 49 MODELO I .......................................................................................................................................... 50 MODELO II ......................................................................................................................................... 52 MODELO III ........................................................................................................................................ 54 MODELO IV ....................................................................................................................................... 56 ALEGAÇÕES FINAIS ................................................................................................................................ 58 1. NOÇÕES INICIAS. ........................................................................................................................... 58 2. FUNDAMENTO NORMATIVO. ...................................................................................................... 58 3. CONTEÚDO .................................................................................................................................... 59 ESTRUTURA DA PEÇA ....................................................................................................................... 63 Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 4/257 OAB 2ª Fase MODELO I .......................................................................................................................................... 64 MODELO II ......................................................................................................................................... 69 RECURSO EM SENTIDO ESTRITO ........................................................................................................... 73 1. NOÇÕES INICIAIS ........................................................................................................................... 73 2. PRAZO ........................................................................................................................................... 73 3. CABIMENTO .................................................................................................................................. 74 4. PROCESSAMENTO ......................................................................................................................... 76 ESTRUTURA DA PEÇA ....................................................................................................................... 78 MODELO I .......................................................................................................................................... 79 MODELO II ......................................................................................................................................... 83 AGRAVO EM EXECUÇÃO ........................................................................................................................ 87 01. Noções iniciais. ........................................................................................................................... 87 02. Cabimento................................................................................................................................... 87 03. Interposição e Competência. ..................................................................................................... 88 04. Legitimidade. .............................................................................................................................. 89 05. Teses e requerimentos ............................................................................................................... 89 ESTRUTURA DA PEÇA ....................................................................................................................... 90 MODELO I .......................................................................................................................................... 91 MODELO II ......................................................................................................................................... 95 APELAÇÃO ............................................................................................................................................. 98 1. NOÇÕES INICIAIS........................................................................................................................... 98 2. FUNDAMENTO NORMATIVO ........................................................................................................ 98 3. HIPÓTESES DE CABIMENTO: ......................................................................................................... 98 4. PRAZOS E PROCEDIMENTO: ......................................................................................................... 99 5. EFEITOS: ...................................................................................................................................... 100 Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 5/257 OAB 2ª Fase 6. JULGAMENTO ............................................................................................................................. 100 ESTRUTURA DA PEÇA ..................................................................................................................... 102 MODELO I ........................................................................................................................................ 103 MODELO II ....................................................................................................................................... 107 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ............................................................................................................. 113 1. NOÇÃO: .......................................................................................................................................113 2. FUNDAMENTO NORMATIVO: .................................................................................................... 113 3. INTERPOSIÇÃO: ........................................................................................................................... 113 4. CABIMENTO: ............................................................................................................................... 113 5. PROCESSAMENTO ....................................................................................................................... 113 6. JULGAMENTO: ............................................................................................................................ 114 ESTRUTURA DA PEÇA (PETIÇÃO ÚNICA) ........................................................................................ 114 MODELO I ........................................................................................................................................ 115 MODELO II ....................................................................................................................................... 117 CARTA TESTEMUNHÁVEL .................................................................................................................... 119 1. NOÇÃO: ....................................................................................................................................... 119 2. INTERPOSIÇÃO ............................................................................................................................ 119 3. CABIMENTO: ............................................................................................................................... 119 4. PROCESSAMENTO: ...................................................................................................................... 120 5. JULGAMENTO: ............................................................................................................................ 121 ESTRUTURA DA PEÇA ..................................................................................................................... 122 MODELO I ........................................................................................................................................ 124 MODELO II ....................................................................................................................................... 127 HABEAS CORPUS ................................................................................................................................. 131 1. NOÇÕES INICIAIS ......................................................................................................................... 131 Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 6/257 OAB 2ª Fase 2. FUNDAMENTO NORMATIVO: .................................................................................................... 132 3. CABIMENTO: ............................................................................................................................... 132 4. PRAZOS E PROCEDIMENTO: ....................................................................................................... 132 5. EFEITOS: ...................................................................................................................................... 133 ESTRUTURA DA PEÇA ..................................................................................................................... 134 MODELO I ........................................................................................................................................ 136 MODELO II ....................................................................................................................................... 139 EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE ....................................................................................... 141 1. NOÇÕES INICIAIS ......................................................................................................................... 141 2. INTERPOSIÇÃO: ........................................................................................................................... 141 3. CABIMENTO: ............................................................................................................................... 141 4. PROCESSAMENTO: ...................................................................................................................... 141 5. JULGAMENTO: ............................................................................................................................ 142 ESTRUTURA DA PEÇA ..................................................................................................................... 142 MODELO I ........................................................................................................................................ 144 RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL ............................................................................................ 147 1. NOÇÕES INICIAIS ......................................................................................................................... 147 2. INTERPOSIÇÃO: ........................................................................................................................... 147 3. CABIMENTO: ............................................................................................................................... 147 4. PROCESSAMENTO: ...................................................................................................................... 148 5. JULGAMENTO: ............................................................................................................................ 148 ESTRUTURA DA PEÇA ..................................................................................................................... 148 MODELO I ........................................................................................................................................ 150 REVISÃO CRIMINAL ............................................................................................................................. 154 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS. ......................................................................................................... 154 Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.comPrática Processual Penal 7/257 OAB 2ª Fase 2. CABIMENTO: ............................................................................................................................... 154 3. DILAÇÃO PROBATÓRIA: .............................................................................................................. 155 5. COMPETÊNCIA: ........................................................................................................................... 156 6. LEGITIMIDADE............................................................................................................................. 156 7. PROPOSITURA ............................................................................................................................. 157 8. JULGAMENTO E INDENIZAÇÃO .................................................................................................. 157 ESTRUTURA DA PEÇA (PETIÇÃO ÚNICA) ........................................................................................ 158 MODELO I ........................................................................................................................................ 160 PEÇAS PRÁTICO-PROFISSIONAL DE EXAMES ANTERIORES COMENTADAS ......................................... 163 OAB 2015.3 ..................................................................................................................................... 163 OAB 2015.2 ..................................................................................................................................... 166 OAB 2015.1 ..................................................................................................................................... 169 OAB 2014.3 ..................................................................................................................................... 172 OAB 2014.2 ..................................................................................................................................... 175 OAB 2014.1 ..................................................................................................................................... 177 OAB 2013.3 ..................................................................................................................................... 179 OAB 2013.2 ..................................................................................................................................... 181 OAB 2013.1 ..................................................................................................................................... 184 OAB 2012.3 ..................................................................................................................................... 186 OAB 2012.2 ..................................................................................................................................... 188 OAB 2012.1 ..................................................................................................................................... 190 OAB 2011.2 ..................................................................................................................................... 192 OAB 2011.1 ..................................................................................................................................... 195 OAB 2010.3 ..................................................................................................................................... 198 OAB 2010.2 ..................................................................................................................................... 200 Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 8/257 OAB 2ª Fase OAB 2010.1 – CESPE ....................................................................................................................... 205 OAB 2009.3 – CESPE ....................................................................................................................... 206 OAB 2009.2 – CESPE ....................................................................................................................... 209 OAB 2009.1 – CESPE ....................................................................................................................... 211 OAB 2008.2 – CESPE ....................................................................................................................... 213 OAB 2008.1 – CESPE ....................................................................................................................... 215 QUESTÕES DE PROCESSO PENAL DE EXAMES ANTERIORES COMENTADAS ....................................... 218 OAB 2015.3 ..................................................................................................................................... 218 OAB 2015.2 ..................................................................................................................................... 222 OAB 2015.1 ..................................................................................................................................... 225 OAB 2014.3 ..................................................................................................................................... 227 OAB 2014.1 ..................................................................................................................................... 232 OAB 2013.3 ..................................................................................................................................... 235 OAB 2013.2 ..................................................................................................................................... 238 OAB 2013.1 ..................................................................................................................................... 239 OAB 2012.3 ..................................................................................................................................... 242 OAB 2012.1 ..................................................................................................................................... 244 OAB 2011.3 ..................................................................................................................................... 246 OAB 2011.1 ..................................................................................................................................... 247 OAB 2010.3 ..................................................................................................................................... 250 OAB 2010.2 ..................................................................................................................................... 254 Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 9/257 OAB 2ª Fase INTRODUÇÃO Olá pessoal!!! Primeiramente, gostaria de dar as boas-vindas a todos vocês, registrando o meu prazer em poder colaborar com a sua aprovação no exame da ordem (já estou considerando que todos vão ser aprovados). Antes, no entanto, de já abordarmos os principais assuntos da tua prova, é necessário conhecer o seu adversário (considere que você vai para uma guerra e que a prova da 2ª fase da OAB é o seu oponente), apresentando como vai ser a tua prova, como você vai ter que respondê-la e, por fim, saber o que pode e o que não pode utilizar no dia da prova. Na segunda fase, a prova prático-profissional valerá 10,00 (dez) pontos e será composta de duas partes: 1) redação de peça profissional na área penal, valendo 5,00 (cinco) pontos e 2) respostas a 4 (quatro) questões práticas, sob a forma de situações-problema, valendo, no máximo, 1,25 (um e vinte e cinco) pontos cada. O primeiro cuidado que você tem que ter ao responder a prova é com a sua LETRA. Isso porque as provas prático-profissionais deverão ser manuscritas, em LETRA LEGÍVEL, com caneta esferográfica de tinta azul ou preta, sob pena de o candidato receber zero na pontuação da questão, conforme disposição contida no edital de abertura do certame. Para a redação da peça profissional, você deverá formular texto com a extensão máxima definida na capa do caderno de textos definitivos; para a redação das respostas às questões práticas, a extensão máxima do texto será de 30 (trinta) linhas para cada questão. Será desconsiderado, para efeito de avaliação, qualquer fragmento de texto que for escrito fora do local apropriado ou que ultrapassar a extensão máxima permitida. Por isso, é imprescindível que você resolva cada peça prática profissional passada em sala de aula, a fim de que haja a adaptação, o mais rápido possível, com estilo de prova exigido pela FGV. Quando da realização das provas prático-profissionais, caso a peça profissional e/ou as respostas das questões práticas exijam assinatura, você deverá Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 10/257 OAB 2ª Fase utilizar apenas a palavra “ADVOGADO...”. Ao texto que contenha outra assinatura, será atribuída nota 0 (zero), por se tratar de identificação do examinando em local indevido. Na elaboração dos textos da peça profissional e das respostas às questões práticas, você deverá incluir todos os dados que se façam necessários, sem, contudo, produzir qualquer identificação além daquelas fornecidas e permitidas no caderno de prova. Assim, você deverá escrever o nome do dado seguido de reticências (exemplo: “Município...”, “Data...”, “Advogado...”, “OAB...”, etc.). A omissão de dados que forem legalmente exigidos ou necessários para a correta solução do problema proposto acarretará em descontos na pontuação atribuída ao examinando nesta fase. Uma pergunta muito frequente em sala de aula e de extrema importância para o teu exame é: “Professor o que eu posso e o que não posso levar e consultar no dia da prova?”. Para responder a essa tua pergunta, eu vou transcrever o que consta no edital de abertura, que no anexo III traz a relação dos materiais permitidos e proibidos no dia prova: MATERIAL/PROCEDIMENTOS PERMITIDOS • Legislação não comentada, não anotada e não comparada. • Códigos, inclusive os organizados que não possuam índices temáticos estruturando roteiros de peças processuais, remissão doutrinária, jurisprudência, informativos dos tribunais ou quaisquer comentários, anotações ou comparações. • Leis de Introdução dos Códigos. • Instruções Normativas. • Índice remissivo. • Exposição de Motivos. • Súmulas. • Enunciados. • Orientações Jurisprudenciais. • Regimento Interno. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 11/257 OAB 2ª Fase • Resoluções dos Tribunais. • Simples utilização de marca texto, traço ou simples remissão a artigos ou a lei. • Separação de códigos por clipes e/ou por cores, sem nenhum tipo de anotação manuscrita ou impressa nos recursos utilizados para fazer a separação. OBSERVAÇÃO: As remissões a artigo ou lei são permitidas apenas para referenciar assuntos isolados. Quando for verificado pelo fiscal advogado que o examinando se utilizou de tal expediente com o intuito de burlar as regras de consulta previstas neste edital, articulando a estrutura de uma peça jurídica, o material será recolhido, sem prejuízo das demais sanções cabíveis ao examinando. MATERIAL/PROCEDIMENTOS PROIBIDOS X Códigos comentados, anotados, comparados ou com organização de índices temáticos estruturando roteiros de peças processuais. X Jurisprudências. X Anotações pessoais ou transcrições. X Cópias reprográficas (xerox). X Impressos da Internet. X Informativos de Tribunais. X Livros de Doutrina, revistas, apostilas, calendários e anotações. X Dicionários ou qualquer outro material de consulta. X Legislação comentada, anotada ou comparada. X Súmulas, Enunciados e Orientações Jurisprudenciais comentados, anotados ou comparados. OBSERVAÇÃO: Os materiais que possuírem conteúdo produzido pelas editoras parcial ou integralmente proibido não poderão ser utilizados durante a prova prático-profissional. Não será permitido o isolamento dos conteúdos proibidos, seja por grampo, fita adesiva, destacamento ou qualquer outro meio. O examinando que, durante a aplicação das Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 12/257 OAB 2ª Fase provas, estiver portando e/ou utilizando material proibido, ou se utilizar de qualquer expediente que vise burlar as regras deste edital, especialmente as concernentes aos materiais de consulta, terá suas provas anuladas e será automaticamente eliminado do Exame. Por fim, é muito importante falarmos um pouco do método de avaliação da FGV, abordando, sobretudo, o espelho de correção. Isso porque o critério de julgamento da FGV é muito diferente do utilizado pelo CESPE (antiga banca examinadora da ordem). Na correção, a FGV se preocupa, principalmente, em saber se o candidato conseguiu identificar aquilo que tinha que ser impugnado na peça, sem se preocupar muitas vezes com apresentação, estrutura textual e correção gramatical, conforme se pode percebe de um exemplo colacionado abaixo: Assim, não é preciso que você se estenda muito na impugnação, bastando mencionar o que tem que ser impugnado na peça de uma forma direta, sempre Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 13/257 OAB 2ª Fase apresentando o fundamento jurídico que embasa o teu posicionamento, destacando, se for o caso, o artigo de lei que relacionado à matéria. Eu costumo dizer aos meus alunos que para impugnar um item da peça/questão de uma forma correta, é necessário visualizar se o candidato respondeu a três perguntinhas: “O que é que está errado? O porquê está errado? Qual o fundamento jurídico?”. Se as três perguntas foram respondidas, pode ter certeza, você receberá a pontuação máxima prevista no espelho de correção. Bom pessoal, feitas essas considerações iniciais, passemos a analisar as peças profissionais que podem ser cobradas na tua prova. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 14/257 OAB 2ª Fase QUEIXA CRIME 1. NOÇÕES INICIAIS: Nas infrações penais que ofendem sobremaneira a intimidade da vítima, a persecução criminal é transferida excepcionalmente ao particular que atua em nome próprio, na tutela de interesse alheio (jus puniendi do Estado). O exercício do direito de ação cabe ao ofendido ou ao seu representante legal. Se, no entanto, o ofendido incapaz não possuir representante legal ou, possuindo-o, seus interesses colidirem com os daquele, o direito de queixa será exercido por curador especial nomeado pelo Juiz (art. 33 do CPP). No caso de morte ou declaração de ausência da vítima, o direito de ação transfere-se ao cônjuge (incluído companheiro (a)), ascendentes, descendentes e irmãos, nesta ordem preferencial. Nos crimes de ação penal privada, a peça inicial acusatória, que contém a imputação formulada ao acusado, recebe o nome de queixa-crime. Na ação privada, o autor da demanda ganha o nome de querelante, ao passo que o réu será chamado de querelado. A petição inicial é oferecida ao magistrado, para que este, exercendo juízo de admissibilidade, decida sobre o seu recebimento. No art. 41 do CPP estão dispostos os requisitos que devem estar presentes na denúncia ou queixa. Se ausentes os requisitos, a petição inicial será considerada inepta (Art. 395, inciso I, do CPP). As ações penais privadas dividem-se em: 1 - Ação penal privada exclusiva ou propriamente dita: é aquele em que o direito de queixa pode ser exercido pela vítima ou por seu representante legal. Caso a vítima tenha morrido ou seja declarada ausente, o direito de queixa passará para o cônjuge, ascendente, descente e irmão (CADI) (art. 31 do CPP); Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 15/257 OAB 2ª Fase 2 - Ação penal privada personalíssima: hoje se aplica apenas ao crime disposto no art. 236 do CP. Somente o ofendido pode apresentar a queixa e mais ninguém; 3 - Ação penal privada subsidiária da pública: tem cabimento diante da inércia do MP, que, nos prazos legais, deixa de atuar, não promovendo a denúncia ou, em sendo o caso, não se manifestando pelo arquivamento dos autos do inquérito policial, ou ainda, não requisitando novas diligências. O Parquet, na ação penal privada subsidiária, figura como interveniente adesivo obrigatório, atuando em todos os termos do processo, sob pena de nulidade absoluta. Seguem abaixo alguns dos principais princípios que regem o instituto da ação penal privada: 1 - Princípio da oportunidade: o que marca a ação penal privada é o juízo de conveniência e oportunidade. A vítima decidirá se a ação será intentada ou não; 2 - Princípio da disponibilidade: após intentada a ação, a vítima poderá abandoná-la, desistir dela ou perdoar o acusado; 3 - Princípio da indivisibilidade: a ação penal privada é indivisível e o MP velará pela sua indivisibilidade. A queixa contra um dos autores obriga a interposiçãocontra todos (Art. 48 do CPP). A renúncia em favor de um dos autores se aplicará aos demais; 4 - Princípio da intranscendência: efeitos da ação penal não podem ser estendidos a terceiros, além do acusado. CUIDADO: Renúncia x Perdão: ambos são institutos que extinguem a punibilidade na ação penal privada. A renúncia acontece quando a vítima se abstém ao exercício do direito de queixa – a vítima deixará de interpor a ação. O perdão pressupõe uma ação penal já em curso – é quando a vítima perdoa o querelado durante a tramitação da ação. A renúncia à queixa é sempre um ato unilateral, não precisa de anuência da vítima, diferentemente do perdão, que precisa da aceitação do querelado. A renúncia em relação a um dos Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 16/257 OAB 2ª Fase querelantes se estende aos demais. O perdão dado a uma dos querelados se estende ao demais, mas, só produz efeitos depois da aceitação. 2. PRAZO A queixa-crime, como regra geral, deve ser ofertada no prazo máximo de 6 meses, contados do conhecimento da autoria. Trata-se de um prazo de ordem decadencial que não se interrompe, não se suspende e nem se prorroga. É contado na forma do art. 10 do CP, ou seja, incluindo o dia do começo e excluindo o dia de vencimento. CUIDADO: 1 - Na hipótese de ação penal privada personalíssima (Crime de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento ao casamento (art. 236 do CP)) o prazo de seis meses só começa a correr após o transito em julgado da sentença que no cível, anule o casamento por impedimento ou erro essencial. 2 - Na ação penal privada subsidiária da pública o prazo só começa a correr do dia em que se esgotar o prazo para o Ministério Público oferecer da denúncia (Art. 38 do CPP). 3. FUNDAMENTO NORMATIVO DA QUEIXA-CRIME 1. Ação penal privada exclusiva ou propriamente dita: Art. 100, §§ 2º e 4º (para o caso de morte ou declaração judicial de ausência), do CP e Arts. 30 e 31 (para o caso de morte ou declaração judicial de ausência) do CPP; 2 – Ação penal privada personalíssima: Art. 30 do CPP c/c Art. 236, § único do CP; 3 – Ação Penal Privada Subsidiária da Pública: Art. 5º, inciso LIX, da CF, Art. 100, § 3º, do CP e Art. 29 do CPP. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 17/257 OAB 2ª Fase Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 18/257 OAB 2ª Fase ESTRUTURA DA PEÇA 1 - ENDEREÇAMENTO: ao juiz competente ou ao presidente do tribunal (no caso de ação penal originária). Na justiça federal, a peça deverá ser endereçada ao “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da __1 Vara Federal Criminal da Seção (ou Subseção) Judiciária de _________”. ATENÇÃO A REGRA DO ART 73 DO CPP: “Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.” 2 - INTRODUÇÃO: nome e qualificação do ofendido, menção ao advogado e à procuração com poderes especiais (art. 44 do CPP); nome e qualificação do autor do fato; CUIDADO Não crie dados qualificativos. Se a questão mencionar algum dado, você pode repetir sem problema algum. No entanto, se a questão nada mencionar, coloque apenas “...” após mencionar os dados que fazem parte da qualificação do agente. (Ex. “inscrito no CPF nº ...”, “residente e domiciliado em ...”). 3 - DESCRIÇÃO DOS FATOS: na verdade, a imputação de um ou mais fatos criminosos. Apresente com as suas palavras, a conduta criminosa praticada por cada agente, mencionando todas as circunstâncias que rodeiam a infração. (Ex. Se você afirmar que o crime de calúnia foi praticado na modalidade majorada, descreva qual foi a causa de aumento de pena na apresentação dos fatos); 1 Não havendo Inquérito Policial previamente distribuído a uma vara determinada e não havendo circunstância que indique fixação de competência por prevenção, deve-se deixar em branco a indicação da vara em que deverá tramitar a queixa. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 19/257 OAB 2ª Fase 4 - CLASSIFICAÇÃO DO CRIME: Aqui o ponto mais importante da tua peça. Nesse tópico tem que ser descrita a infração penal praticada pelo acusado. Se tiver a ocorrência de algum tipo de concurso de crime (material (art. 69 do CP), formal (art. 70 do CP) ou continuidade delitiva (art. 71 do CP)) o candidato tem que mencionar. VAMOS RELEMBRAR: 1 – CONCURSO MATERIAL (art. 69 do CP) – acontece quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,idênticos ou não, aplicando- se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. Requisitos: a) pluralidade de condutas; b) a pluralidade de crimes. Ex. Tício atira em Mévio e na fuga subtrai um veículo. Tício praticou o crime de homicídio em concurso material com o crime de furto; 2 – CONCURSO FORMAL (art. 70 do CP) – acontece quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não. Requisitos: a) a unicidade da conduta; b) a pluralidade de crimes. Ex. Tício, conduzindo seu carro de forma imprudente, atropela Caio e Mévio. Tício praticou dois homicídios culposos na direção de veículo automotor (art. 302 do CTB), em concurso formal. FORMAS: a) Homogêneo: os crimes decorrentes da conduta única são da mesma espécie. b) Heterogêneo: os crimes são de espécie distintas. c) Próprio, perfeito ou normal: o agente, apesar de provocar dois ou mais resultados, não age com desígnios autônomos, ou seja, não tem intenção independente em relação a cada crime. Neste caso, o juiz aplica o sistema da exasperação, ou seja, aplica uma só pena, se idênticas, ou a maior, se diferentes, aumentada de um sexto (1/6) até a metade (1/2); d) Impróprio, Imperfeito ou anormal: o sujeito age com desígnios autônomos. Só tem cabimento em crimes dolosos. Neste caso, por haver desígnios autônomos, as penas deverão ser somadas, aplicando a mesma regra do concurso material de delitos. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 20/257 OAB 2ª Fase 3 – CONTINUIDADE DELITIVA (art. 71 do CP) – ocorre quando sujeito, mediante pluralidade de condutas, realiza uma série de crimes da mesma espécie, guardando entre si um elo de continuidade (em especial, as mesmas condições de tempo, lugar e maneira de execução). Divide-se em: 3.1 – Crime continuado genérico ou comum: requisitos: a) pluralidade de condutas; b) Pluralidade de crimes da mesma espécie (prevalece o entendimento que são crimes previstos no mesmo tipo penal, protegendo igual bem jurídico); c) elo de continuidade (mesmas condições de tempo, lugar e modo de execução). Neste caso, a aplicação da pena se dará conforme os sistema da exasperação: o juiz escolherá qualquer das penas, se idênticas, ou a maior delas, se distintas, aumentando, na terceira fase da dosimetria da pena, em 1/6 a 2/3; 3.2 – Crime continuado específico (art. 71, § único, do CP): A principal característica da continuidade delitiva específica é exigir (ao lado dos requisitos do crime continuado genérico) que os crimes sejam dolosos, com vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa. Nesta caso, a aplicação da pena se dará pela sistema da exasperação, devendo o juiz, na terceira fase da dosimetria da pena, aumentar a pena até o triplo (partindo de 1/6). 5 - REQUERIMENTOS: A) recebimento da peça e consequente instauração da ação, com intervenção do MP e com tramitação, se for o caso, de acordo com o art. 519 e ss do CPP (crimes contra a honra). Observe se não é o caso de tramitação no Juizado Especial Criminal (Lei nº. 9.099/95); B) citação do querelado; C) ouvida das testemunhas e produção de qualquer outra prova; D) prosseguimento do feito até final condenação; E) fixação, se for o caso, do valor mínimo para reparação dos danos sofridos (art. 387, IV, do CPP). Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 21/257 OAB 2ª Fase ASSUNTO IMPORTANTE PARA A ELABORAÇÃO DA QUEIXA-CRIME Pessoal, não deixem de estudar em Direito Penal os crimes contra a honra (calúnia, difamação e injúria). Isso porque, sem sombra de dúvidas, os principais crimes de ações penais privadas previstos em nosso ordenamento jurídico são os crimes contra a honra. Por esse motivo, geralmente, as bancas m examinadoras gostam de trabalhar com esses tipos penais. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 22/257 OAB 2ª Fase MODELO I EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____2.ª VARA CRIMINAL DA COMARCA3 ____. “FULANO DE TAL” (nome completo), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador da Cédula de Identidade nº. ____, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o nº.____, domiciliado em (cidade), onde reside (rua, número, bairro), por seu advogado,vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor QUEIXA-CRIME contra “SICRANO DE TAL” (nome completo), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador da Cédula de Identidade nº. ____, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o nº.____, domiciliado em (cidade), onde reside (rua, número, bairro) e “BELTANO DE TAL” (nome completo), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador da Cédula de Identidade nº. ____, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o n.º____, domiciliado em (cidade), onde reside (rua, número, bairro), com fundamento no art. 30 do Código de Processo Penal em combinação com o art. 145, caput, do Código Penal, baseado nas provas colhidas no inquérito policial que segue juntamente com esta, pelos seguintes motivos: 2 Não havendo Inquérito Policial previamente distribuído a uma vara determinada e não havendo circunstância que indique fixação de competência por prevenção,deve-se deixar em branco a indicação da vara em que deverá tramitar a queixa. 3 Na justiça federal, a peça deverá ser endereçada ao “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da __ Vara Federal Criminal da Seção (ou Subseção) Judiciária de _________”. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 23/257 OAB 2ª Fase I – DOS FATOS No dia ____, por volta das ____, em reunião realizada na sede da empresa ____, situada na ____, nesta cidade, na presença de inúmeros diretores e gerentes, muitos dos quais constam do rol de testemunhas abaixo indicado, os querelados imputaram ao querelante a prática do crime descrito no art. 197, I, do Código Penal. Afirmaram, sabendo ser o proponente inocente, que os dados contábeis da empresa não se encontravam regulares, tendo em vista que o querelante, por ter sido preterido em promoção realizada no dia ____, para vingar-se da gerência que deixou de indicá-lo ao posto, teria constrangido o contador “H”, mediante grave ameaça, a deixar de realizar sua atividade, durante certo período. A ameaça fundar-se-ia na expulsão do flho do contador da escola ____, onde atualmente cursa a 2.ª série do ensino fundamental, levando-se em conta que a esposa do querelante é a diretora-geral do referido estabelecimento de ensino. A criativa história idealizada pelos querelados teve o fim de prejudicar o querelante, conspurcando sua reputação diante de terceiros, sendo certo saberem eles que nada foi feito contra “H”. Apurou-se no incluso inquérito ter este negligenciado seus afazeres em virtude de problemas pessoais, razão pela qual os dados estavam, de fato, incompletos, porém, nada disso teve por origem qualquer conduta do querelante. Os querelados não somente sabiam ser inocente o querelante como também engendraram a versão apresentada na reunião mencionada com o objetivo de macular a sua imagem entre diretores e gerentes, justamente para afastá-lo da concorrência ao próximo cargo de gerência a ser disputado dentro de alguns meses, quando ocorrerá a aposentadoria do atual ocupante. Logo, segundo os depoimentos colhidos (fls. ____ do inquérito), observa-se que, na última promoção, estava o querelante impossibilitado de ser beneficiado, em razão da notória especialidade do posto, incompatível com sua habilitação. Portanto, maliciosamente, os querelados, concorrentes do querelante, buscaram vincular a negligência do contador da empresa a uma inexistente grave ameaça, associada a um desejo de vingança igualmente fictício. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 24/257 OAB 2ª Fase II – DA TIPIFICAÇÃO Assim sendo, torna-se nítida, pois, a prática do delito de calúnia (art. 138, caput do CP) por parte dos querelados, sem perder de vista que foi o fato divulgado na presença de várias pessoas, além de possuir o querelante mais de sessenta anos (art. 141, III e IV do CP), o que torna o delito mais grave. III – DA CONCLUSÃO Ante o exposto, requer a Vossa Excelência seja recebida a presente queixa- crime, após a realização do procedimento descrito no art. 520 do Código de Processo Penal, contra “C” e “D”, incursos nas penas do art. 138, caput, c.c. art. 141, III e IV, do Código Penal, para que, citados e não sendo possível a aplicação dos benefícios da Lei 9.099/95, apresentando a defesa que tiverem, sejam colhidas as provas necessárias e, ao final, possam ser condenados. Termos em que, ouvido o ilustre representante do Ministério Público, Pede deferimento. Recife, 7 de abril de 2010. Advogado – OAB nº. XXX Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 25/257 OAB 2ª Fase ROL DE TESTEMUNHAS: 1. (nome completo), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador da Cédula de Identidade nº. ____, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o n.o____, domiciliado em (cidade), onde reside (rua, número, bairro); 2. (nome completo), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador da Cédula de Identidade nº. ____, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o n.o____, domiciliado em (cidade), onde reside (rua, número, bairro). Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 26/257 OAB 2ª Fase MODELO II EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA CAPITAL, POR DISTRIBUIÇÃO Maria Clara da Silva, brasileira, solteira, medica, residente e domiciliada na Av. Boa Viagem, 1234, ap. 301, nesta cidade, através de seu procurador ao final assinado, constituído conforme instrumento procuratório com poderesespeciais em anexo (art. 44, CPP), vem, respeitosamente, à presença de V. Exa., com fundamento no art. 30 do CPP, oferecer QUEIXA-CRIME contra Antônio Carlos Batista, brasileiro, casado, servente, 22 anos de idade, natural de Caapora/PB, filho de Severino José Batista e Maria Severina Batista, residente e domiciliado na rua do Cemitério, 102 Dois Irmão, nesta cidade, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos: Em 26 de janeiro de 2012, por volta das 19h, na Rua Maranguape, em frente ao nº 42, nesta Cidade, o querelado, utilizando-se de um martelo e desferindo golpes, danificou o veículo marca Volkswagem Gol, ano 2008, Placa III 0001, de propriedade da querelante, causando-lhe considerável prejuízo patrimonial, que totalizou o valor de R$ 3.700,00 (orçamentos anexos, docs. 02 e 03). Na ocasião, a querelante encontrava-se em casa, quando lá compareceu o acusado, embriagado e visivelmente alterado, acusando-a de ter colidido contra o automóvel de sua propriedade, Neste momento, a querelante referiu que não havia provocado qualquer dano no automóvel do querelado, solicitando a ele que se retirasse de sua casa. Decorridos alguns instantes, ao dirigir-se até seu carro, que se encontrava estacionado em frente à casa, constatou a querelante que o veículo estava com todos os vidros e faróis quebrados. Neste momento, dirigiu-se a ela o querelado que, ostentando um martelo, perguntou-lhe se “por acaso alguém havia batido em seu carro também”. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 27/257 OAB 2ª Fase Assim agindo, incorreu o querelado no art. 163, § único, inciso IV, do Código Penal (CP). E para que contra ele proceda, oferece a querelante a presente queixa-crime, requerendo a citação do acusado para responder à acusação e demais termos do processo, ouvidas as testemunhas ao fim arroladas, até final julgamento e condenação. Requer, outrossim, a intimação do Ministério Público para intervenha na ação penal. Por fim, requer seja fixado o valor da indenização devida em razão dos prejuízos causados pelo querelado, conforme autoriza o art. 387, inciso IV, do Código de Processo Penal. Nestes termos, Pede a procedência. Recife, 7 de abril de 2012. Advogado – OAB nº. XXX ROL DE TESTEMUNHAS 1 – Florisvaldo Fernandes da Costa, (qualificação); 2 – Maria da Silva, (qualificação). Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 28/257 OAB 2ª Fase RESPOSTA À ACUSAÇÃO 1. NOÇÕES INICIAIS. Com o advento da Lei nº 11.719/08, foi inserida no Código de Processo Penal a Resposta à Acusação, com previsão nos art. 396 e 396-A do CPP. Antes, existia a defesa prévia que só ocorria após o interrogatório do acusado. Hoje, logo após o recebimento da denúncia (ação penal pública) ou queixa-crime (ação penal privada), o juiz mandará citar o acusado para, desde já, responder por escrito à acusação. Ela é tão imprescindível que se acusado, após ser citado, deixar de fazê-la, o juiz nomeará defensor para que a faça (Art. 396-A, § 2º, do CPP). Sendo assim, vale destacar alguns pontos importantes para que possamos identificar e utilizá-los em nossa peça processual. 2. MOMENTO: a resposta à acusação ocorrerá logo após o recebimento da denúncia ou queixa, quando juiz determinará a citação do acusado para o oferecimento desta peça profissional. 3. PROCEDIMENTO: É cabível, principalmente, nos procedimentos ordinários (quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade) como nos sumários (quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade). No entanto, com o disposto no Art. 394, § 4º, do CPP4, o legislador estipulou a sua aplicação a todos os procedimentos de primeiro grau, ainda que não regulamentados pelo CPP. Assim, pelo menos do ponto de vista do legislador, a resposta à acusação deve ser apresentada em TODOS os procedimentos criminais de primeiro grau existentes em nosso ordenamento jurídico. 4. FUNDAMENTO NORMATIVO: a resposta à acusação tem previsão legal nos art. 396 e 396-A do CPP. Foi inserida nesse diploma legal por meio da lei 11.719/08. No procedimento do Tribunal do Júri, a fundamentação se encontra no art. 406 do CPP. 4 Art. 394. (...) § 4º As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 29/257 OAB 2ª Fase CUIDADO: A resposta à acusação não se confunde com as respostas preliminares previstas no art. 514 do CPP, que trata do processo e julgamento dos crimes de responsabilidade dos funcionários público, e art. 55 da Lei 11.343/06 (Lei de Drogas). 5. CONTEÚDO: Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares (ex. inépcia da inicial, irregularidade da citação, ausência de pressupostos processuais ou condições da ação, etc.) e alegar tudo o que interesse à sua defesa (apresentando as teses que poderão absolver sumariamente o réu (art. 397 do CPP)) oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas (o número vai depender de cada procedimento), qualificando-as e requerendo sua intimação, quandonecessário. Só lembrando que as exceções (incompetência, coisa julgada, litispendência, ilegitimidade de parte e suspeição), se forem apresentadas, serão processadas em apartado. 6. HIPÓTESES DE ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA: diferentemente do que ocorria antes do advento da lei 11.719/08, a resposta à acusação pode ensejar a absolvição sumária do agente. Aliás, essa é a principal função da resposta à acusação. Isso ocorrerá sempre que o juiz verificar na resposta a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; que o fato narrado evidentemente não constitui crime; extinta a punibilidade do agente (Art. 397 do CPP). 7. PRAZO: a resposta à acusação ocorrerá no prazo de 10 (dez) dias. Atenção aos casos de citação por edital, em que o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído (Art. 396, § único do CPP). Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 30/257 OAB 2ª Fase ESTRUTURA DA PEÇA: 1. ENDEREÇAMENTO: Ao juiz do processo. A resposta à acusação deve ser oferecida ao próprio juiz da causa ao qual foi distribuída a ação. Geralmente, a banca examinadora indica quem é o juízo competente. Caso nada mencione, o candidato deverá colocar “...” na menção da vara que deverá receber o processo; 2. INDICAÇÃO DO NÚMERO DOS AUTOS; 3. INTRODUÇÃO: com o nome do réu, realizando a sua qualificação (pode ser remissiva, já que, em tese, o acusado foi qualificado na inicial), menção ao advogado e a sua procuração; 4. RESUMO DA IMPUTAÇÃO CONSTANTE DA DENÚNCIA OU QUEIXA. Neste ponto, não é interessante que você se alongue muito no resumo da imputação, uma vez que no espelho da FGV, geralmente, não consta pontuação acerca da apresentação deste tópico. No entanto, como a praxe exige a apresentação deste tópico, recomendo a sua apresentação; 5. EVENTUAIS ARGUIÇÕES DE NULIDADE, CAUSAS DE ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA OU CONTRARIEDADE GENÉRICA À IMPUTAÇÃO (NEGAÇÕES GENÉRICAS), SE FOR O CASO. Aqui reside o principal ponto desta peça. Geralmente, a FGV cobra a maior parte da pontuação no desenvolvimento deste tópico; 6. REQUERIMENTOS: A) recebimento da peça; B) decretação de nulidades (se for o caso) C) pedido de absolvição sumária (se for o caso); D) ouvida de testemunhas; E) a produção de outras provas; Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 31/257 OAB 2ª Fase 7. ROL DE TESTEMUNHAS (ANTES OU DEPOIS DO FECHO); 8. FECHO (Nestes Termos, pede e espera deferimento). Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 32/257 OAB 2ª Fase MODELO I EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA (XX OU ...) VARA CRIMINAL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS. Processo nº: ... ANTÔNIO, já qualificado nos autos a fls. X, vem por seu advogado infra-assinado (procuração em anexo), à presença de Vossa Senhoria, com fulcro nos artigos 396 e 396-A do Código de Processo Penal, oferecer a presente RESPOSTA À ACUSAÇÃO, pelos motivos de fato e de direito que abaixo passa a expor: I. DOS FATOS O réu foi denunciado e processado por corrupção passiva porque segundo a denúncia teria recebido 50 mil dólares para facilitar o tráfico de criança ao exterior. O acusado foi denunciado pelo Promotor de Justiça e o juiz recebendo a denúncia, ordenou a citação do réu e a intimação para a apresentação da resposta à acusação. II. DO DIREITO A) DA INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO: Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 33/257 OAB 2ª Fase Tratando-se de crime supostamente praticado por funcionário público federal (o réu é agente da Polícia Federal), a competência da justiça federal, em razão do disposto no art. 109, IV da Constituição Federal (CF), in verbis: "Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;" Assim sendo, a defesa requer o reconhecimento da incompetência da Justiça Estadual para processar e julgar o feito, com a consequente remessa dos autos à Justiça Federal. B) DA INÉPCIA DA DENÚNCIA:Como é sabido, a petição inicial acusatória deve descrever o fato criminoso, para possibilitar a defesa do acusado. O réu foi denunciado como incurso nos arts. 239, parágrafo único do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e no art. 317, § 1º do Código Penal (CP), na forma do art. 69 do CP. Todavia, ao narrar os fatos criminoso na inicial, o Promotor de Justiça sequer descreveu como se deu a participação do acusado no tráfico de crianças ao exterior. Pior ainda no crime de corrupção passiva, o Parquet não especificou no que consistiu o delito de corrupção passiva, se houve solicitação ou recebimento e que ato de ofício o acusado praticou infringindo dever funcional. Meras suposições como a apreensão do numerário na residência são insuficientes para tornar compatível a denúncia. Não existe nenhuma prova comprovando-se o nexo entre o dinheiro depositado na conta do réu e o tráfico de crianças praticado por Maria. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 34/257 OAB 2ª Fase Assim, a mesma é claramente inepta, e no caso não deveria ter sido recebida. Dessa forma, é hipótese de anulação de todos os atos praticados e por consequência decidir pelo não recebimento da denúncia. C) DA AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA. A defesa requer a rejeição da inicial por falta de justa causa. O fato do réu ter simplesmente atendido um telefonema (interceptado), não prova nenhum crime de corrupção passiva. E ainda o fato do mesmo ter em sua casa a quantia de dinheiro apreendida também não comprova nenhum crime. Há falta de justa causa quando inexiste elemento algum a comprovar minimamente o fato criminoso. Em razão disso, não era hipótese de recebimento da denúncia, com fulcro no art. 395, III do CPP: "Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (...) III – faltar justa causa para o exercício da ação penal." D) DO DESENTRANHAMENTO DO AUTO DE APREENSÃO DO DINHEIRO: Como se observa dos autos, o dinheiro foi apreendido em razão de apreensão pela Polícia. Ocorre que tal numerário foi apreendido de forma ilícita, porque não havia especificação para vasculhar o apartamento 202, pertencente ao acusado. Dessa forma, reza o art. 157 do Código de Processo Penal que tal material deve ser desentranhado dos autos, porque se trata de prova ilícita. "Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 35/257 OAB 2ª Fase § 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. § 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. § 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente." Pode-se até falar em frutos da árvore proibida porque tal prova se originou de uma prova originariamente lícita que era baseada no mandado judicial e depois se tornou ilícita, ao se adentrar em apartamento, sem ordem judicial específica. Nem se pode alegar a teoria da descoberta inevitável, porque inexistente nenhum fato que inevitavelmente levasse os policiais a esse local (o apartamento). III. DO MÉRITO Requer a absolvição pela atipicidade da conduta. Com efeito, não há prova da materialidade da corrupção passiva. A prova da corrupção passiva estaria calcada na busca e apreensão do numerário no apartamento do acusado. Ocorre que apesar da existência de uma mandado de busca e apreensão, não havia especificação no mandado de busca e apreensão de ordem para o apartamento 203. Logo, a prova é ilícita e não se presta à comprovação da materialidade do delito de corrupção passiva. Assim, logicamente o fato é atípico, devendo absolver o acusado com fulcro no art. 397, III do CPP: Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 36/257 OAB 2ª Fase "Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: (...) III – que o fato narrado evidentemente não constitui crime;" IV. DO PEDIDO Diante do exposto, a defesa vem requerer à Vossa Excelência o reconhecimento da incompetência da Justiça Estadual para processar e julgar o presente feito, com a consequente remessa dos autos à justiça federal, ou se mantida a competência, a rejeição da denúncia em razão da falta de justa causa e também por ser a mesma inepta; e se mantido o recebimento da denúncia, a absolvição sumária pela atipicidade do fato e, se indeferido o pedido de absolvição sumária, o desentranhamento do auto de apreensão dos autos, eis que obtido de forma ilícita. Nesta oportunidade, junta os seguintes documentos: ____. Por outro lado, apresenta, ainda, as suas testemunhas, cujo o rol segue abaixo. Nestes Termos, Espera e Pede Deferimento. Porto Alegre, Data. ADVOGADO OAB ... Boa Viagem:Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 37/257 OAB 2ª Fase ROL DE TESTEMUNHA 1 - 2 - Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 38/257 OAB 2ª Fase MODELO II Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 3.ª5 Vara Criminal da Comarca Recife/PE. Processo nº. ... “Y”, qualificado a fls. ____, por seu advogado, nos autos da ação penal que lhe move o Ministério Público do Estado de ____, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos termos do art. 396-A do Código de Processo Penal, apresentar a sua RESPOSTA À ACUSAÇÃO sustentando que provará sua inocência no decorrer da instrução. Nesta oportunidade, junta os seguintes documentos: ____. Por outro lado, oferece, ainda, o seu rol de testemunhas: ____. Termos em que, Pede deferimento. Recife, 7 de abril de 2013. Advogado – OAB nº. XXX 5 Normalmente a banca já informa qual o juízo competente para processar e julgar a infração. Caso não haja menção na questão, deve-se colacar “...” no local correspondente a vara competente. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 39/257 OAB 2ª Fase ROL DE TESTEMUNHAS 1 – Florisvaldo Fernandes da Costa, (qualificação); 2 – Maria da Silva, (qualificação). Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 40/257 OAB 2ª Fase MODELO III EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA CAPITAL Autos n. 000123/03 __________________, (denunciado ou querelado), qualificado nos autos, por seu advogado que esta subscreve, constituído nos termos do instrumento procuratório em anexo, vem, atendendo ao despacho de fls. ___, apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO, nos termos que seguem: RESUMO DA IMPUTAÇÃO DA DENÚNCIA OU QUEIXA ARGUIÇÃO DE NULIDADES REFERENCIA ÀS NORMAS LEGAIS APLICÁVEIS REQUERIMENTOS (recebimento da pela, ouvida das testemunhas arroladas e produção de quaisquer outras provas, por exemplo, a ouvida da vítima, a realização de uma perícia, requisição de documentos etc) Neste termos, Pede deferimento. Recife, 03 de maio de 2011. Advogado – OAB-PE n. XXX Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 41/257 OAB 2ª Fase ROL DE TESTEMUNHA 1. CLARABELA (qualificação e endereço) 2. DONALDO (qualificação e endereço) OBS: Note-se, entretanto, que, na resposta à acusação, de acordo com a praxe forense, os advogados, na maioria das vezes, apenas se utilizam de expressões genéricas para formular a defesa do cliente (“A defesa reserva-se o direito de discutir o mérito da causa por ocasião das alegações finais...”) Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 42/257 OAB 2ª Fase PEÇAS RELACIONADAS À PRISÃO RELAXAMENTO 1. NOÇÕES INICIAIS. Nos termos doart. 5°, LXV, da CF, a “prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária”. A palavra relaxamento significa unicamente uma via de controle da legalidade da prisão, independentemente da modalidade, não se restringindo à hipótese de flagrante delito. 2. FUNDAMENTO NORMATIVO: art. 5°, LXV, da Constituição Federal (CF) (para todas as modalidades de prisão) e art. 310, inciso I, do CPP (aplicável somente para prisão em flagrante). 3. CABIMENTO: O relaxamento da prisão (flagrante, preventiva e temporária) somente é cabível nos casos em que houver a decretação ou manutenção de uma prisão ilegal. Logo, é de suma importância que o candidato tenha um conhecimento sobre o instituto da prisão em flagrante, preventiva e temporária e das possíveis ilegalidades que podem ocorrer nestes tipos de prisões. O relaxamento da prisão ocorrerá, portanto, em todos os casos de ilegalidade, dirigindo-se contra todas as modalidades de prisão previstas no Código de Processo Penal, desde que tenham sido determinadas sem observância das previsões legais. 4. EFEITOS: Relaxada a prisão, o resultado imediato será a soltura do preso com a consequente expedição do alvará de soltura, sem a imposição de quaisquer restrições de direitos, uma vez que não se cuida de concessão de liberdade provisória, mas de anulação de ato praticado com violação à lei. A liberdade deverá ser plenamente restituída, tal como ocorre na revogação da preventiva, por ausência dos motivos que justificaram a sua decretação. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 43/257 OAB 2ª Fase ESTRUTURA DA PEÇA 1. ENDEREÇAMENTO: Ao juiz competente; 2. INDICAÇÃO DOS AUTOS (se já houver); 3. INTRODUÇÃO: nome do requerente, referência ao auto de prisão em flagrante ou ao processo, menção ao advogado e à procuração; 4. DESCRIÇÃO DA PRISÃO COM OS RESPECTIVOS MOTIVOS DA ILEGALIDADE; 5. APRESENTAÇÃO DOS FUNDAMENTOS NORMATIVOS E FÁTICOS QUE EMBASAM A ILEGALIDADE E A SOLTURA DO ACUSADO; 6. REQUERIMENTO: “Ante o exposto, requer, após a ouvida do D. Representante do MP, seja deferido o pedido ora formulado para que se relaxe a prisão, expedindo-se o competente alvará de soltura.” 7. FECHO: “Termos em que pede e espera deferimento. Local. Data. Advogado OAB nº.” Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 44/257 OAB 2ª Fase LIBERDADE PROVISÓRIA 1. FUNDAMENTO NORMATIVO: a liberdade provisória tem previsão legal nos arts. 310, § único (causas excludentes de ilicitude) e 321 (ausência dos pressupostos e fundamentos da prisão preventiva) do CPP. 2. CABIMENTO: A liberdade provisória é a medida cabível nas hipóteses de flagrante lícito (se ilícito é relaxamento), tanto na materialidade quanto na formalidade, devendo-se demonstrar que não existe a necessidade de se manter o agente encarcerado, em razão de o fato ter sido praticado sob o manto de uma das excludentes de ilicitude da conduta ou por estarem ausentes os pressupostos e fundamentos da prisão preventiva. 3. PRAZOS E PROCEDIMENTO: Não existe prazo para requerer a liberdade provisória. No entanto, com a entrada em vigor da nova lei de prisões (Lei nº. 12403/11), deve o juiz ao receber o auto de prisão em flagrante conceder liberdade provisória com ou sem o pagamento de fiança, quando constatar que o fato foi praticado sob o manto de uma das excludentes de ilicitude da conduta (art. 310, § único, do CPP) ou por estarem ausentes os pressupostos e fundamentos da prisão preventiva (art. 321 do CPP). Neste momento (recebimento do flagrante por parte do juiz), é que a parte, teoricamente, deve ingressar com a liberdade provisória. Tal fato se explica porque com a nova redação determinada Lei nº 12.403/11, o juiz ao receber o auto de prisão em flagrante deve, desde logo, converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 do CPP, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão. Dessa maneira, convertida a prisão em flagrante em preventiva, a peça cabível para combater a desnecessidade da prisão será a revogação da preventiva e não mais Liberdade Provisória. A concessão liberdade provisória é possível mediante o pagamento de fiança ou sem pagamento de fiança. A Constituição Federal diz que deverá se conceder liberdade provisória, sempre que possível. Lembrando que liberdade provisória pressupõe legalidade da prisão. Se a prisão for ilegal deverá ser imediatamente relaxada. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 45/257 OAB 2ª Fase A vinculação diz respeito a vincular o agente que se beneficiou com a liberdade provisória a determinadas obrigações. A Liberdade Provisória com fiança é sempre com vinculação, sempre submete o beneficiado às obrigações dos arts. 327 e 328 e 341, todos do CPP. Quando se fala “com vinculação” quer dizer que o acusado conquista a liberdade provisória com vinculação a determinadas obrigações. Lembrando que toda liberdade provisória com fiança vincula ao acusado ao cumprimento de determinadas obrigações (vide arts. 327, 328 e 341 do CPP). Após o advento da Lei 12.403/11, o Delegado de Polícia pode arbitrar fiança, nos crimes com pena de prisão máxima de até 4 (quatro) anos (Art. 322, CPP). Não podendo, por exemplo, conceder fiança em crime de estelionatojá que a pena máxima deste é de 5 anos. Acima de 4 (quatro) anos, só o magistrado pode arbitrar. A competência do magistrado é mais ampla, engloba todas as infrações penais afiançáveis. Hoje os valores da fiança podem variar de 1 a 100 salários mínimos, quando infração punida em grau máximo com pena privativa de liberdade não superior a 4 anos, e 10 a 200 salários mínimos quando infração punida em grau máximo com pena privativa de liberdade superior a 4 anos. De acordo com o art. 325, § 1° CPP a fiança pode ser I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços) ou III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. Como também é possível a liberdade provisória sem fiança. Podendo esta ser ou não vinculada as obrigações. 4. EFEITOS: Vinculação ao juízo e ao processo, podendo ainda o juiz impor uma das medidas cautelares não prisionais previstas nos arts. 319 e 320 do CPP. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 46/257 OAB 2ª Fase ESTRUTURA DA PEÇA 1. ENDEREÇAMENTO: Ao juiz competente; 2. INDICAÇÃO DOS AUTOS (se já houver); 3. INTRODUÇÃO: nome do requerente, referência ao auto de prisão em flagrante, menção ao advogado e à procuração; 4. DESCRIÇÃO DA PRISÃO COM OS RESPECTIVOS MOTIVOS DA DESNECESSIDADE; 5. APRESENTAÇÃO DOS FUNDAMENTOS NORMATIVOS E FÁTICOS QUE EMBASAM A DESNECESSIDADE E A SOLTURA DO ACUSADO; 6. REQUERIMENTO: “Ante o exposto, requer seja deferido o pedido ora formulado para que se reconheça a desnecessidade da prisão, expedindo-se o competente alvará de soltura.” CUIDADO: Na liberdade provisória com pagamento de fiança o Ministério Público só é ouvido após a concessão da medida, não havendo necessidade de requerer a sua oitiva, conforme estipula o art. 333 do CPP: “Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida independentemente de audiência do Ministério Público, este terá vista do processo a fim de requerer o que julgar conveniente.” No que diz respeito à Liberdade Provisória sem pagamento de fiança a redação anterior do art. 310 do CPP exigia a oitiva prévia do Ministério Público para que o juiz pudesse deferir a medida de liberdade pleiteada, conforme se abaixo: REDAÇÃO ANTERIOR: “Art. 310. Quando o juiz verificar pelo auto de prisão em flagrante que o agente praticou o fato, nas condições do art. 19, I, II e III, do Código Penal, poderá, depois de ouvir o Ministério Público, conceder ao réu liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos do processo, sob pena de Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 47/257 OAB 2ª Fase revogação. Parágrafo único. Igual procedimento será adotado quando o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, a inocorrência de qualquer das hipóteses que autorizam a prisão preventiva (arts. 311 e 312)” No entanto, após a entrada em vigor da Lei nº. 12.403/11, apesar de algumas opiniões em contrário, não se exige mais a oitiva prévia do membro do Ministério Público, conforme se pode extrair facilmente da leitura dos arts. 310 e 321, ambos do CPP. 7. FECHO: “Termos em que pede e espera deferimento. Local. Data. Advogado OAB nº.” Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 48/257 OAB 2ª Fase REVOGAÇÃO 1. FUNDAMENTO NORMATIVO: Arts. 312 c/c 316 do CPP (Preventiva) e Art 1º da Lei nº 7.960/89 (Temporária). 2. CABIMENTO: Quando o réu se encontra preso preventivamente e os pressupostos e fundamentos da prisão preventiva desaparecem. Na temporária acontece quando os motivos que ensejaram a decretação da prisão já não mais subsistem. É possível pleitear a revogação junto ao juiz que decretou a preventiva ou a temporária. 3. PRAZOS E PROCEDIMENTO: Não existe prazo para requerer a revogação. De acordo com o art. 316 do CPP, o juiz poderá revogar a prisão preventiva quando há falta de motivo para que a mesma subsista, portanto, a decisão que decreta ou denega a prisão preventiva é lastreada na cláusula rebus sic stantibus, ou seja, dura enquanto durar o estado das coisas – teoria da imprevisão. O mesmo pensamento é desenvolvido para a prisão temporária. Assim, mantida a situação fática e jurídica que ensejou a decretação da prisão, a mesma deverá ser mantida. A contrário senso, se não houver mais os motivos que ensejaram a decretação da medida cautelar, o juiz, de forma fundamentada, irá revogar a prisão (seja preventiva ou temporária), o que poderá ser feito de ofício ou a requerimento. Consequentemente, se uma prisão preventiva ou temporária foi legalmente decretada, porém seus motivos desapareceram, deverá a mesma ser revogada pelo juiz, sendo possível ao preso, através do seu advogado, postular a REVOGAÇÃO DA PRISÃO. Para tanto, deverá sustentar o desaparecimento dos motivos que justificavam a prisão, pleiteando, ao final, sua revogação, com a expedição do competente alvará de soltura. De acordo com a reforma trazida pela Lei 12.403/2011, o juiz poderá, ao revogar a prisão preventiva ou mesmo temporária, aplicar uma das medidas cautelares não prisionais previstas no art. 319 do CPP. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu,276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 49/257 OAB 2ª Fase Assim, nesta peça o tema central a ser defendido pelo candidato deverá ser o desaparecimento dos motivos que justificavam a prisão preventiva ou temporária, pleiteando, ao final, sua revogação, com a expedição do competente alvará de soltura. 4. EFEITOS: Acarreta liberdade plena, mas o juiz pode cumular com as cautelares não prisionais previstas nos arts. 319 e 320 do CPP. ESTRUTURA DA PEÇA 1. ENDEREÇAMENTO: Ao juiz competente; 2. INDICAÇÃO DOS AUTOS (se já houver); 3. INTRODUÇÃO: nome do requerente, referência ao inquérito ou ao processo judicial, menção ao advogado e à procuração; 4. DESCRIÇÃO DA PRISÃO COM OS RESPECTIVOS MOTIVOS DA DESNECESSIDADE; 5. APRESENTAÇÃO DOS FUNDAMENTOS NORMATIVOS E FÁTICOS QUE EMBASAM A DESNECESSIDADE E A SOLTURA DO ACUSADO; 6. REQUERIMENTO: “Ante o exposto, requer, após a oitiva do membro do Ministério Público, seja deferido o pedido ora formulado para que se reconheça a desnecessidade da prisão, expedindo-se o competente alvará de soltura.” Apesar de não existir nenhum dispositivo legal que exija a oitiva prévia do membro do Ministério Público, é de praxe o requerimento de sua oitiva. 7. FECHO: “Termos em que pede e espera deferimento. Local. Data. Advogado OAB nº.” Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 50/257 OAB 2ª Fase MODELO I REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____.ª Vara do Júri da Comarca ____. Processo nº. ____ “N”, qualificado a fls. ____, nos autos do processo-crime que lhe move o Ministério Público, por seu advogado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos arts. 312 c/c 316, ambos do CPP, requerer a REVOGAÇÃO de sua PRISÃO PREVENTIVA, pelos seguintes motivos: I – DOS FATOS O acusado teve sua custódia cautelar decretada por esse digno juízo sob o fundamento de estar preparando a sua fuga e que, conseqüentemente, evitaria a futura e eventual aplicação da lei penal, consolidada através de sentença penal condenatória. II – DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA Não desconhece a defesa que esse é um dos motivos a sustentar a decretação da prisão preventiva, com base no art. 312 do Código de Processo Penal. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 51/257 OAB 2ª Fase Entretanto, vale destacar que o princípio constitucional da presunção de inocência, associado ao direito de permanecer em liberdade provisória, configuram o quadro ideal para a situação do réu. Constitui pura ilação do órgão acusatório a conclusão de que o acusado pretende fugir, abandonando o acompanhamento da instrução, simplesmente pelo fato de ter colocado sua casa à venda e ter saído do anterior emprego. Na realidade, a casa foi vendida em função de não mais haver ambiente para o réu residir, com sua família, naquela vizinhança, local onde igualmente habitava a vítima. Constantes eram as ameaças que sofria por parte de parentes desta, tanto que chegou a registrar boletim de ocorrência, quando uma das vidraças da sua casa foi estilhaçada por uma pedra, durante a madrugada (documento anexo). Ademais, o acusado simplesmente pretendia trocar de emprego, por razões salariais, não tendo tido a oportunidade de comunicar a Vossa Excelência, o que iria fazer em breve tempo. Porém, diante das dificuldades de conseguir novo posto de trabalho, em virtude da recessão que assola o País, está atualmente desempregado. Tal situação, entretanto, não signifca que pretende fugir. III – DA CONCLUSÃO Desta feita, não há prova conclusiva de que pretendia subtrair-se à aplicação da lei penal, motivo pelo qual requer a Vossa Excelência, ouvido o ilustre representante do Ministério Público, a revogação da sua prisão preventiva, com a expedição do alvará de soltura, se o acusado já estiver preso, ou de contra-mandado, caso solto. Termos em que, Pede deferimento. Recife, 03 de maio de 2010. Advogado – OAB-PE n. XXX Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 52/257 OAB 2ª Fase MODELO II CONCESSÃO DE LIBERDADE PROVISÓRIA EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA 3 VARA CRIMINAL DE RECIFE/PE (REQUERENTE), já qualificado nos autos, por seu procurador ao final assinado, vem, respeitosamente, perante V.Exa., com base nos art. 321 do CPP, nos autos da ação penal (Processo n. ___) que lhe move a Justiça Pública requer seja-lhe concedida liberdade provisória com base nos fundamentos a seguir expedidos. O requerente foi preso em flagrante pelo cometimento do crime previsto no art. 155, 4º, I, do Código Penal, ao qual se comina pena de reclusão de 2 a 8 anos, e multa. Em verdade, não tem ele nenhuma responsabilidade quanto ao fato que lhe é imputado e isso certamenterestará comprovado quando estiver finda a instrução. Verifica-se, porém, que nos termos da legislação em vigor, o requerente tem o direito de responder ao processo em liberdade. Com efeito, pode-se argumentar que é o caso de aplicação do art. 321 do CPP. Prima facie, já se comprova que não estão presentes os motivos da prisão preventiva. O requerente nunca foi processado criminalmente (v. FAC de fls.___), é casado, pai de filhos, tem ocupação lícita, conforme se depreende da declaração de seu empregador às fls. ___. Não há sequer indícios de que a liberdade do requerente ofereça qualquer risco à ordem publica, à colheita da prova na instrução criminal ou de que pretenda furtar-ser á eventual aplicação da lei penal. É caso, pois de se lhe deferir a liberdade provisória mediante compromisso de que vai comparecer a todos os atos do processo. Apenas por amor a argumentação (Desde logo, Por cautela), se V.Exa. não decidir pela aplicação do art. 321 da Lei Adjetiva, não se olvide de que o crime imputado ao requerente é afiançável a teor do disposto no art. 324, inciso IV, do CPP, considerada as condições pessoais do requerente, todas favoráveis ao reconhecimento do beneficio. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 53/257 OAB 2ª Fase Entendendo que é o caso de liberdade provisória mediante o pagamento de fiança roga a V.Exa. que o dispense do pagamento da garantia, e acordo com o art. 350, CPP, já que é pobre na forma da lei, provendo o seu próprio sustento e o de sua família com dificuldade evidente por ter emprego de baixa remuneração. Ante o exposto, requer seja-lhe concedida liberdade provisória pois presentes os pressupostos para a concessão de benefício, para que possa, solto, melhor diligenciar na comprovação de sua inocência e continuar provendo o sustento de sua família, comprometendo-se o requerente a comparecer a todos os atos para os quais for intimado. Pede e espera deferimento. Recife, 08 de abril de 2012. Advogado - OAB/PE nº. XXX Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 54/257 OAB 2ª Fase MODELO III REVOGAÇÃO DE PRISÃO TEMPORÁRIA Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___.ª Vara Criminal da Comarca ___. Inquérito nº. _____ “D”, (Nome), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), titular de carteira de identidade Registro Geral n.o __, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o n.o ___, domiciliado em (cidade), onde reside (rua, número, bairro), atualmente recolhido no presídio ___, por seu advogado (documento anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 1º, da Lei nº 7.960/89, nos autos do inquérito policial que apura o delito de roubo qualificado, do qual foi vítima “T”, requerer a REVOGAÇÃO DA PRISÃO TEMPORÁRIA DECRETADA pelos seguintes motivos: O indiciado foi preso ontem, em razão de mandado de prisão temporária expedido por Vossa Excelência, após representação feita pela autoridade policial, contando com a concordância do representante do Ministério Público, sob o fundamento de ter cometido um crime grave, que coloca em risco a ordem pública. A prisão foi decretada por cinco dias, sujeita, como prevê a Lei 7.960/89, à prorrogação por igual prazo. Entretanto, não há sentido para o recolhimento cautelar do Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 55/257 OAB 2ª Fase indiciado, relembrando ser a prisão a exceção e a liberdade, a regra, conforme estabelece a garantia constitucional da presunção de inocência. Em momento algum o indiciado foi apontado pela vítima como o autor da infração penal. Ao contrário, desde o início, quando a ocorrência foi registrada, a descrição do indivíduo que a assaltou é completamente diversa das características pessoais do requerente. Este, por sua vez, tem emprego e residência fixos (documentos anexos), sendo primário e sem registro de antecedente criminal. A autoridade policial baseou-se em denúncia anônima para representar pela prisão temporária, o que não se pode admitir no Estado Democrático de Direito. O indiciado não se nega a submeter-se ao procedimento formal de reconhecimento, nem mesmo a prestar declarações, embora não possa conformar-se em permanecer detido para que as investigações tenham prosseguimento. Ante o exposto, requer a Vossa Excelência, após a oitiva do membro do Ministério Público, a revogação da prisão temporária decretada, por não haver fundado motivo para a segregação provisória. Termos em que, expedindo-se o alvará de soltura, Pede deferimento. Recife, 08 de abril de 2012. Advogado - OAB/PE nº. XXX Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.comPrática Processual Penal 56/257 OAB 2ª Fase MODELO IV RELAXAMENTO DE PRISÃO Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____.ª Vara Criminal da Comarca ____. Inquérito policial nº. ____ “L”(nome completo), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), titular de carteira de identidade Registro Geral n.o ____, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o n.o ____, domiciliado em (cidade), onde reside (rua, número, bairro), por seu advogado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência requerer o RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE com fundamento no art. 5.º, LXV, da Constituição Federal, pelos seguintes motivos: O indiciado foi preso em flagrante no dia 17 de dezembro próximo passado, sob a alegação de estar portando a arma do homicídio que teve como vítima Fulano de Tal. Estaria configurada a hipótese do art. 302, IV, do Código de Processo Penal, legitimando, portanto, a detenção sem mandado judicial. Encontra-se detido junto à ____ (delegacia). Ocorre que, na realidade, inexiste flagrante presumido neste caso. A lei é clara ao estipular que se considera em flagrante delito quem “é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração” (art. 302, IV, CPP, grifo nosso). Ora, a expressão “logo depois” não pode ter a elasticidade que lhe deu a autoridade policial, fazendo supor que uma semana é período curto e breve a ponto de justificar a prisão em estado de flagrância. Por outro lado, a completa ignorância do paradeiro do indiciado, que somente teria sido localizado por denúncia anônima, bem demonstra que a polícia perdeu seu rumo, desconfigurando qualquer possibilidade de se tratar de uma relação de Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 57/257 OAB 2ª Fase imediatidade entre a prática do fato e a ocorrência da prisão, não havendo nem mesmo perseguição ou qualquer elemento que justificaria a mantença do estado de flagrância. Nesse sentido, pode-se mencionar a lição de ____. Outra não é a posição da jurisprudência: ____. Em suma, sem pretender ingressar no mérito, analisando se, realmente, foi “L” o autor do homicídio em questão, ou, se o fez, qual teria sido a justificativa a tanto, pois o momento é inadequado, busca-se ressaltar a Vossa Excelência a impropriedade da prisão em flagrante, merecendo ser decretado o seu relaxamento, colocando-se o indiciado em liberdade. Desde logo, por cautela, assinala-se não haver motivo algum para a decretação da prisão preventiva, uma vez que os requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal não estão presentes. O indiciado é primário, não registra antecedentes, tem endereço e emprego fixos (documentos de fs. ____) e não deu mostra de que pretenda fugir à aplicação da lei penal ou que possa perturbar o correto trâmite da ação penal. Ante o exposto, requer a Vossa Excelência, afastada a hipótese de flagrância, determinar o relaxamento da prisão, colocando-se o indiciado em liberdade, que se compromete a comparecer a todos os atos processuais, quando intimado. Termos em que, ouvido o ilustre representante do Ministério Público e expedindo-se o alvará de soltura, Pede deferimento. Recife, 08 de abril de 2012. Advogado - OAB/PE nº. XXX Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 58/257 OAB 2ª Fase ALEGAÇÕES FINAIS 1. NOÇÕES INICIAS. As alegações finais em memoriais foram incluídas no CPP pela Lei 11.719/08. Antes da reforma, as alegações eram oferecidas por escrito, no prazo de três dias (art. 500 do CPP, revogado). Com a alteração, as alegações finais serão, em regra, oferecidas oralmente, ao final da audiência, para uma maior celeridade do processo, mas, excepcionalmente, o juiz poderá abrir prazo para que as partes ofereçam suas alegações finais por escrito, em memoriais. 2. FUNDAMENTO NORMATIVO. Pensando em casos como processos com muito réus, quando as alegações finais orais poderiam gerar tumulto e desatenção e em processos que discutam causas mais complexas, o legislador incluiu o § 3º do art. 403 do CPP que diz: “§ 3. O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença.” Nessas hipóteses, a fundamentação legal dos memoriais será o art. 403, § 3º do CPP. A outra hipótese de cabimento das Alegações Finais por memoriais acontece quando o juiz ordena, na audiência de instrução e julgamento, diligência imprescindível para a solução da causa, hipótese em que a audiência será finalizada sem que as partes apresentem as suas alegações finais. Após realizada a diligência considerada imprescindível, as partes apresentarão as suas alegações finais por memoriais, sendo a segunda hipótese de oferecimento desta peça processual, conforme se pode constatar da redação do art. 404 do CPP: Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 59/257 OAB 2ª Fase “Art. 404. Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a requerimento da parte, a audiência será concluída sem as alegações finais. Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência determinada,as partes apresentarão, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações finais, por memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença.” A peça deverá ser endereçada ao Juiz da Vara em que o processo está tramitando. O candidato deverá ficar atento a esta informação no enunciado. O prazo é de 5 cinco dias. 3. CONTEÚDO Como teses de defesa, será possível alegar neste momento qualquer delas. Importante ficar atento a todos os detalhes, pois, em regra, será a última oportunidade antes da sentença. Quando se tratar de alegações finais em procedimento do júri, o candidato deverá ponderar sobre algumas peculiaridades: O procedimento do Júri é dividido em duas fases. A primeira é encerrada com a decisão do juiz de primeiro grau e a segunda emana do conselho de sentença com a participação do Juiz presidente. A primeira decisão consistirá na sentença de pronúncia, impronúncia, absolvição sumária ou desclassificação do réu. Caberá ao defensor ao elaborar os memoriais antes da sentença da primeira fase do júri externar todos os argumentos que possam eximir o réu de passar pelo crivo dos jurados. Para tanto, há três teses principais: A) Alegar que não há indícios suficientes de materialidade ou de autoria: embora na primeira fase do júri prevaleçam os interesses pro societate, para que o réu seja submetido ao julgamento dos jurados deve haver um lastro probatório mínimo que o aponte como sujeito ativo do crime e que o mesmo de fato tenha ocorrido. B) Pleitear desclassificação para outro crime: Caso seja deferida a desclassificação, será afastada a competência do Tribunal do Júri, ex: homicídio tentando para lesão corporal grave. C) Pedir a absolvição sumária: este pedido terá como fundamentação o art. 415 do CPP e será deferido se presentes as seguintes hipóteses: I – provada a Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 60/257 OAB 2ª Fase inexistência do fato; II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; III – o fato não constituir infração penal; IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. Observar que o parágrafo único desse mesmo artigo veda a aplicação do IV quando o defensor alegar inimputabilidade (a chamada absolvição imprópria), salvo quando essa for a única tese de defesa, pois nesse caso estaria sendo retirada do réu a possibilidade de absolvição própria, baseada em outras teses de defesa. CUIDADO: No procedimento do júri, o CPP prevê que as alegações finais serão oferecidas oralmente, não havendo previsão legal para que sejam oferecidas por escrito, conforme se percebe da redação dada ao art. 411, § 4º do CPP: “Art. 411. (...) § 4º As alegações serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação e à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez).” No entanto, é perfeitamente possível, e a praxe já sedimentou, a hipótese de apresentação de alegações final por memoriais também no procedimento do tribunal do júri, utilizando, subsidiariamente, os Arts. 403, § 3º, e 404, § único do CPP. Para tanto é importante que o candidato quando for apresentar os memoriais nessas hipóteses, comine os artigos supracitados com o § 5º, do Art. 394 do CPP que aduz o seguinte: “§ 5º Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário”. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 61/257 OAB 2ª Fase Nos demais casos (SE NÃO FOR PROCEDIMENTO DO JÚRI), os pedidos de absolvição deverão pautar-se no art. 386 do CPP. Em suma, as principais teses a serem defendidas em memorias são: • Estar provada a inexistência do fato ou não haver prova suficiente que este ocorreu: aqui vigorará o princípio do in dubio pro réu. Assim, caso a acusação não tenha comprovado que o crime de fato ocorreu, o defensor deverá pedir ao juiz que seja deferida a absolvição sumária por falta de materialidade delitiva. • Não consistir o fato infração penal: Em muitos casos, durante a instrução do processo, verifica-se que os fatos não são exatamente os descritos na petição inicial. Se a conduta imputada ao réu não consistir crime, a defesa deverá pedir a absolvição sumária por atipicidade. • Não existir prova de que o réu concorreu para a ação penal, ou estar provado que o mesmo não concorreu com o crime: Nesse caso a tese será de negativa de autoria, pois caso a defesa prove que ele não está ligado ao crime ou a acusação não tenha provado seu envolvimento, caberá a absolvição sumária, pois nesta fase a dúvida beneficiará o réu. • Existirem circunstância que excluam o réu do crime, o isentem de pena ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência: Essas hipóteses, como o próprio inciso VI indica, estão dispostas nos arts. 20, 21, 22, 23, 26 e §1º do art. 28. São os casos de legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal, estado de necessidade e inimputabilidade, crime impossível, entre outros. • Não existirem provas suficientes para a condenação: Essa é um inciso genérico que deverá ser usado quando não houver outro mais adequado. Qualquer outra dúvida que possa levar à absolvição do réu deverá ser alegada, pois para uma condenação, é necessário estarem presentes todos os elementos que obriguem o réu a responder pelo crime. • Nulidades (art. 564 do CPP): O defensor deverá estar atento à qualquer nulidade ocorrida durante o processo em argui-la nos memoriais. O ato viciado, assim como os que o seguirem deverão ser anulados. O pedido de declaração de nulidade deverá ser pleiteado preliminarmente. • Extinção da punibilidade: A defesa deverá fundamentar esse pedido nas hipóteses dispostas no art. 107 do CP. Caso a defesa constate qualquer causa de prescrição, decadência, perempção ou qualquer outra, deverá pedir seu reconhecimento e a consequente extinção do processo. Esse pedido também deverá ser feito como preliminar. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 62/257 OAB 2ª Fase • Afastamento de agravantes ou aplicação de atenuantes: Deverá ser observado o art. 61 do CP onde estão as agravantes e o art. 65, onde encontram-se algumas atenuantes. Tudo o que for favorável ao réu deverá ser alegado. • Afastamento de qualificadoras ou de causas de aumento: O defensor deverá ficar atento a qualquer tese que beneficie o réu. Seria o caso, por exemplo, de demonstrar que o roubo não foi com emprego de arma de fogo, afastando-se a causa de aumento de pena (art. 157, I do CP). • Aplicação da pena no mínimo legal: É possível alegar circunstâncias que influam na dosimetria da pena, como a primariedade por exemplo. • Concessão de benefício previsto em lei: Por cautela, em caso de condenação, deverá a defesa alegar qualquer hipótese de benefício para o réu como a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, sursis, aplicação de regime mais brando e etc. Cumpre ressaltar que, quando se tratar de ação penal privada, a não apresentação de alegações finais do querelante importará perempção, causa de extinção da punibilidade, bem a ausência de pedido de condenação (art. 60, III, CPP). ESTUDEM!!! Pessoal uma dica para a elaboração dos memoriais. É muito importante que vocês estudem nesse momento o assunto sentença no processo penal. Isso porque, nesse tópico, serão abordadas as hipóteses de absolvição do acusado, previstas no art. 386 do CPP, bem como assuntos como a emendatio libelli e mutatio libelli, muitas vezes cobrados em provas elaboradas pela FGV. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 63/257 OAB 2ª Fase ESTRUTURA DA PEÇA 1. Endereçamento: ao juiz do processo; 2. Indicação do número dos autos; 3. Introdução (nome, menção ao advogado, fundamentação legal); 4. Resumo da imputação; 5. Análise das possíveis preliminares; 6. Análise das provas colhidas; 7. Apresentação da tese da defesa com indicação dos fundamentos normativos, doutrinários e jurisprudenciais; 8. Requerimento (a depender da tese apresentada, por exemplo: “Ante o exposto, requer seja o acusado absolvido com fundamento no art. 386, IV do CPP); 9. Fecho. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 64/257 OAB 2ª Fase MODELO I EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA CRIMINAL DA CAPITAL Processo nº. 978/03 Autor: Ministério Público Réu: Francisco Luis da Silva Francisco Luis da Silva, já qualificado nos autos, através do seu advogado ao final assinado, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar ALEGAÇÕES FINAIS EM MEMORIAIS, com fundamento no art. 403, § 3º, do CPP, o que faz nos termos que seguem: I - DA ILICITUDE DA PROVA E SUA CONSEQUENTE IMPRESTABILIDADE No dia 05 de dezembro de 2005, por volta das 14h, Francisco Luis da Silva, motorista de caminhão, foi preso em casa por policiais da Delegacia de Repressão ao Roubo de Cargas que, sob o pretexto de investigar o roubo ou desvio de cargas de mercadorias, mesmo sem ordem judicial, violando frontalmente o disposto no art. 5º, XI, da Constituição Federal, procederam à busca na residência do réu e lá encontraram documentos de outrem que o réu usaria como se fossem seus. Os policiais apreenderam os documentos verdadeiros de Elias Rodrigues de Miranda, um CPF, CNH e a cédula de Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 65/257 OAB 2ª Fase identidade, tendo sido substituída pelo réu, neste último documento, a fotografia de Elias Rodrigues de Miranda por uma sua. Por tal motivo, o réu foi autuado em flagrante pelo crime de falsidade ideológica (art. 299, do CP) e, posteriormente, denunciado pelo diligente Representante do Ministério Público nos moldes da autuação policial. Conforme vamos argumentar a seguir, não há crime a ser punido. Desde já, entretanto, deve-se afirmar, sem sombra de dúvida, que, mesmo se o réu tivesse praticado crime, não poderia ser condenado com base em prova colhida em ofensa a postulados constitucionais. Com efeito, não sendo caso de flagrante delito, os policiais somente poderiam ingressar no domicílio do réu, sem o seu consentimento, se dispusessem de ordem judicial, o que não havia, conforme suficientemente comprovado. A norma inscrita no art. 5º, LVI, considera inadmissíveis as provas colhidas com violação a postulados constitucionais, devendo ser desprezadas pelo julgador. A jurisprudência tem desconsiderado a prova ilícita resultante de busca e apreensão efetuada sem mandado judicial, com invasão de domicílio (v. ap. criminal no 83.624-3, RT 670/273). Não se argumente que o réu encontrava-se em flagrante delito, o que legitimaria a atuaçãopolicial. De acordo com a melhor doutrina, o crime de falsidade ideológica consuma-se com a efetiva inserção ou omissão do dado relevante no documento. Se houvera falsificação (e não houve, muito menos a ideológica), o crime já teria se consumado há muito quando da entrada indevida dos policiais na casa do réu. Pelo brevemente analisado, pede a V .Exa. que desconsidere a perícia de fls. 22 dos autos, considerada a razão de foi o documento nela examinado apreendido com ofensa à Constituição Federal, impondo-se a absolvição do réu por inexistência da prova do fato. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 66/257 OAB 2ª Fase II - DA INEXISTÊNCIA DE FALSIDADE IDEOLÓGICA Se tivesse havido crime (mas não houve, reitere-se), não seria o de falsidade ideológica e, sim, a falsidade material. Vamos ver. A falsidade material altera o aspecto formal do documento enquanto a falsidade ideológica altera o conteúdo do documento. No sentido da idéia que se defende, cite-se: “A falsidade ideológica prevista no art. 299 do CP refere-se ao conteúdo do documento, e não ao 'falso material: Na falsidade material o que se frauda é a própria forma do documento, que é alterado, no todo ou em parte, ou é foljada pelo agente, que cria um documento novo. Na falsidade ideológica, ao contrário, a forma do documento é verdadeira, mas seu conteúdo é falso, isto é, a idéia ou declaração que o documento contém não corresponde à verdade (Celso Delmanto)" (TRF-1a Região, H C 980100013835/DF. ReI. Mário César Ribeiro, i. 23.6.1998) Se ainda houvesse qualquer dúvida, basta consultar-se a mais alta corte do país: "Sendo a alteração do documento público verdadeiro uma das condutas típicas do crime de falsificação de documento público (art. 297 do CP), a substituição da fotografia em documento de identidade dessa natureza caracteriza a alteração dele, que se cinge apenas ao seu teor escrito, mas que alcança essa modalidade de modificação que, indiscutivelmente, compromete a materialidade e a individualização do documento, até porque a fotografia constitui parte juridicamente relevante dele" (sTF, H C 74. 690-5/sP, ReI. Moreira Alves, j. 10.3.1998) Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 67/257 OAB 2ª Fase Vê-se, portanto, que a conduta atribuída ao réu não se enquadra no tipo do art. 299, CP. Não quer dizer que o mesmo possa ser condenado por falsidade material. Não seria correto juridicamente, nem justo. III - DA AUSÊNCIA DE ELEMENTOS CONFIGURADORES DA FALSIDADE Nos autos há prova de que o réu foi encontrado com uma carteira de identidade (de Elias Rodrigues de Miranda) da qual teria retirado a fotografia original e, no lugar, teria posto a sua própria. Não se olvide que o réu encontrava-se em sua residência que foi invadida por policiais. Não há prova de que tivesse utilizado a tal carteira, nem sequer indícios de que a utilizaria em prejuízo de outrem, muito embora tenha confessado que, em viagem pelo interior do Estado de São Paulo, "achou os documentos e resolveu ficar com eles para usar um dia, se fosse necessário" (v. assentada de fls. 78). Sabemos que o crime de falsidade material se consuma, independentemente de uso efetivo, com a falsificação ou alteração. Por outro lado, o que se depreende do tipo objetivo do art. 297 do Código Penal é que a falsificação, pelo menos potencialmente, cause prejuízo a outrem. Faltando esse elemento, o fato é atípico. Cite-se: "Não se configura o crime do art. 297, se o agente falsificou o documento mas o manteve guardado, pois, neste caso, não produz efeito jurídico" (TJSP, RTJSP 103/442). IV – DA CONCLUSÃO Ante o que foi exposto, requer o acusado a sua absolvição, porque imprestável (por ilicitude) a prova do fato e que deve ser desconsiderada, com base no art. 386, II, CPP. Se assim não entender V. Exa., que rechace a imputação de falsidade Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 68/257 OAB 2ª Fase ideológica e absolva o réu por atipicidade da conduta (art. 386, IV, CPP), vez que falta elemento que configure o tipo objetivo do art. 297, do CP. É o que se espera por ser de justiça. Recife, 08 de abril de 2010. Advogado OAB-PE no. XXX Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 69/257 OAB 2ª Fase MODELO II Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____.ª Vara Criminal da Comarca ____. Processo nº.____ “O”, qualificado nos autos,por seu advogado, nos autos do processo-crime que lhe move o Ministério Público do Estado ____, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 403, § 3o, do Código de Processo Penal, apresentar os seus MEMORIAIS nos seguintes termos: I. MATÉRIA PRELIMINAR (art. 571, II, CPP) 1. Do cerceamento de defesa A defesa, após a inquirição das testemunhas de acusação, em audiência, requereu a Vossa Excelência a oitiva de uma testemunha referida, que poderia prestar importantes esclarecimentos sobre os fatos, mas teve seu pleito indeferido. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 70/257 OAB 2ª Fase O argumento utilizado para tanto fundou-se na intempestividade da apresentação da prova, ou seja, como a mencionada testemunha, já conhecida da defesa, não foi arrolada em sua defesa prévia, não mais poderia ser deferida a sua oitiva. Entretanto, Vossa Excelência não agiu com o costumeiro acerto, por, fundamentalmente, duas razões: em primeiro lugar, ainda que não fosse a testemunha ouvida como numerária, deveria ser inquirida como testemunha do juízo (art. 209, CPP), em homenagem aos princípios da busca da verdade real e da ampla defesa. Em segundo lugar, a defesa, embora conhecesse a testemunha, não tinha noção do quanto ela sabia a respeito do caso, o que somente ficou claro quando a testemunha ____ (fs. ____) referiu-se, expressamente, a ela. Logo, não foi arrolada anteriormente por não se ter noção do grau de conhecimento que detinha. 2. Do indeferimento da prova pericial É certo que a verificação da conveniência de realização de prova pericial não obrigatória é atividade da competência de Vossa Excelência. Entretanto, se a parte solicita a realização de um exame que guarde relação com os fatos apurados na causa, não pode ter o seu intento frustrado, sob pena de ficar configurado o cerceamento na produção e indicação das provas. O réu tem direito à ampla defesa, valendo-se de todos os instrumentos possíveis para demonstrar o seu estado de inocência. Por isso, o exame psicológico requerido, a ser realizado na vítima, tinha e tem a finalidade de atestar o grau de rebeldia do menor em acatar ordens, bem como justificar que ele faltou com a verdade em seu depoimento, possivelmente por imaturidade, ao criar situações fantasiosas que não ocorreram. Requer-se, pois, preliminarmente, que Vossa Excelência converta o julgamento em diligência para a colheita das provas supra apontadas. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 71/257 OAB 2ª Fase II. MÉRITO Quanto ao mérito, o órgão acusatório somente conseguiu demonstrar a tipicidade do fato, o que não se nega. Porém, longe está de se constituir crime. A defesa admite, como aliás o próprio réu o fez em seu interrogatório, que determinou ao sobrinho que permanecesse em seu quarto, durante o fim-de-semana, como medida de proteção e finalidade educacional, tendo em vista o seu envolvimento com más companhias. Portanto, a sua liberdade de ir e vir foi, realmente, privada. Mas o crime não se constitui apenas de tipicidade. Faltou, no caso presente, a ilicitude. O acusado agiu no exercício regular de direito, como tio da vítima e pessoa encarregada pelos pais do menino de com ele permanecer por um determinado período, cuidando de sua educação como se pai fosse. Esse poder educacional lhe foi conferido verbalmente pelos pais, quando se ausentaram para viagem de lazer. Logo, não se pode argumentar que houve ofensa a bem jurídico penalmente tutelado. Os depoimentos dos pais da vítima (fls. ____ e ____) espelham exatamente o que ocorreu. Antes de viajar, eles deram autorização verbal para o réu cuidar do filho, “como se pai fosse”, o que envolve, naturalmente, o direito de educar e, se necessário, aplicar a punição cabível, desde que moderada, exatamente o que ocorreu neste caso. Não podem, pois, retornando mais cedo da viagem e encontrando o filho preso no quarto da residência do réu, revogar aquilo que falaram, chamando a polícia e transformando o que deveria ser uma mera discussão familiar num caso criminoso. Na doutrina, ____. Assim não entendendo Vossa Excelência, apenas para argumentar, deve ser afastada, ao menos, a agravante de crime cometido em relação de coabitação. A vítima não morava com o réu, encontrando-se em sua residência apenas como hóspede. Logo, se alguma relação havia era a de hospitalidade, não descrita em momento algum na denúncia. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 72/257 OAB 2ª Fase E mesmo quanto à agravante de delito cometido prevalecendo-se das relações de hospitalidade, é preciso considerar que tal hipótese não se aplica ao caso presente. A finalidade da agravante volta-se à punição daqueles que se furtam ao dever de assistência e apoio às pessoas com as quais vivem, coabitam ou apenas convivem. O réu, em momento algum, pensou em agredir o ofendido para faltar com o dever de assistência; ao contrário, sua atitude calcou-se na prevenção de problemas, pois, na ausência dos pais, não poderia ele, menor impúbere com apenas treze anos de idade, ir aonde bem quisesse, convivendo com pessoas estranhas e, de certo modo, perigosas. III – DA CONCLUSÃO Ante o exposto, requer-se a Vossa Excelência a absolvição do réu, com fundamento no art. 386, VI, do Código de Processo Penal,ou, subsidiariamente, pleiteia- se o afastamento da agravante do art. 61, II, f, do Código Penal, pois assim fazendo estar-se-á realizando JUSTIÇA. Por derradeiro, deve-se ressaltar que o acusado é primário, não tem antecedentes, merecendo receber a pena no mínimo legal, se houver condenação, bem como a substituição por penas alternativas e o direito de recorrer em liberdade. Recife, 08 de abril de 2010. Advogado OAB-PE no. XXX Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 73/257 OAB 2ª Fase RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 1. NOÇÕES INICIAIS O Recurso em Sentido Estrito, conforme leciona o professor Nestor Távora, “é a impugnação voluntária, manifestada pela parte interessada e prejudicada por decisão judicial criminal que se amolde a uma das situações dispostas no art. 581, do CPP, para o fim de vê-la modificada pelo juiz de primeiro grau, em juízo de retratação, ou pelo tribunal ad quem, mediante julgamento pelo seu órgão com competência criminal, para tanto subindo os autos principais ou mediante traslado, quando a lei assim o determinar”. Para fins didáticos, costuma-se comparar o RESE com o agravo do Processo Civil (retido ou de instrumento), manejado contra as decisões interlocutórias de primeiro grau, ou seja, caberia contra decisões que não encerrariam definitivamente o processo, e sim uma fase do mesmo. Ocorre que, em alguns casos, o RESE é utilizado para atacar decisões com força de sentença, como a que não receber a denúncia ou a queixa por exemplo (observe que em sede de Juizado Especial Criminal, diante dessa hipóteses caberá recurso de apelação). Desta forma, é importante conciliar esse conceito com as hipóteses dispostas no art. 581 do CPP. O que vai delinear o recurso em sentido estrito é a previsão dos casos de cabimento no art. 581, CPP, em rol taxativo, que não admite ampliação sem lei expressa autorizativa. 2. PRAZO O prazo para a peça de interposição do RESE, via regra é de 5 dias, e será realizado por petição, ou por termos nos autos, conforme art. 578 do CPP. Já as razões, serão oferecidas no prazo de 2 dias, assim como as contrarrazões (art. 588 do CPP). Observar que no caso do art. 581, XIV do CPP, (decisão que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir), o prazo será de vinte dias, contado da data da publicação Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 74/257 OAB 2ª Fase definitiva da lista de jurados. No entanto, grande parte da doutrina entende que o esse dispositivo não tem mais aplicação, já que hoje é cabível uma simples reclamação ao juiz presidente do Tribunal do Júri, até o dia 10 de novembro, data da publicação da lista definitiva, conforme previsão expressa do art. 426, §1 º, do CPP. 3. CABIMENTO As hipóteses de cabimento estão dispostas no art. 581 do CPP. Art. 581 CPP - Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: I - que não receber a denúncia ou a queixa; O recebimento da peça acusatória é irrecorrível, mas o réu pode manejar Habeas Corpus para trancar a ação penal cujo crime comine pena privativa de liberdade. Nos juizados especiais criminais, a rejeição da inicial acusatória enseja apelação (art. 82 da Lei nº. 9.099/95). II - que concluir pela incompetência do juízo; III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição; IV - que pronunciar o réu; Como o efeito regressivo lhe é inerente, o juiz pode, ao receber o recurso, retificar sua decisão, impronunciando o acusado. Cuidado que com a reforma do CPP ocasionada pela Lei nº. 11.689/08, não cabe mais RSE contra a decisão que impronuncia o acusado no procedimento do júri, sendo hoje hipótese de cabimento de apelação, consoante o disposto no art. 416 do CPP. V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante; Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 75/257 OAB 2ª Fase Toda vez que o acusado tiver sua pretensão de soltura cautelar indeferida, cabível não é o recurso em sentido estrito, porém o habeas corpus como sucedâneo recursal. VI - (Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008). VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor; Nas duas hipóteses, o recurso terá efeito suspensivo para impedir a implementação da sanção pecuniária, qual seja, a destinação de metade do valor da fiança para os cofres da União no caso da quebra, e a sua integralidade no caso da perda. VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade; As decisões que declarem a extinção da punibilidade em processo de execução penal ou a prescrição da pretensão executória são agraváveis (agravo em execução). IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade; X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus; Admite-se, contudo, diante da urgência da tutela em matéria de liberdade de locomoção, que seja ajuizado habeas corpus substitutivo contra o ato do juiz que o denegou no juízo a quo, com esteio no princípio da celeridade. XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte; XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir; Grande parte da doutrina entende que o esse dispositivonão tem mais aplicação, já que cabível reclamação ao juiz presidente do Tribunal do Júri, até o dia 10 de novembro, data da publicação da lista definitiva (Art. 426, §1 º, do CPP). XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta; XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial; Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 76/257 OAB 2ª Fase XVIII - que decidir o incidente de falsidade. Importante observar que os incisos XI; XII; XVII; XIX a XXIV ou foram tacitamente revogados pela Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/84), a qual dispõe que caberá Recurso de Agravo, contra as decisões proferidas em sede de execução penal (art. 197 da Lei 7210/84), ou já não se aplicam mais. Vale ressaltar que o recurso de agravo em execução terá o mesmo prazo para interposição e apresentação de razões do RESE, possuindo, inclusive, o efeito regressivo ou iterativo, que é aquele que possibilita o magistrado se retratar da decisão proferida. 4. PROCESSAMENTO Neste tópico, importa destacar que as razões e contrarrazões do RESE devem ser endereçadas ao tribunal, mas a peça de interposição perante o juiz, que pode se retratar ou não da decisão. O Código prevê duas hipóteses diferentes de processamento do RESE: na primeira o recurso subirá nos próprios autos da ação penal, o que ocorre nos seguintes casos: recurso de ofício, como se dá na decisão concessiva de HC; interposto nas hipóteses dos incisos I, III, IV, VIII e X do artigo 581 do CPP (for o caso de despacho, decisão ou sentença que não receber a queixa ou a denúncia, que julgar procedentes as exceções (salvo a de suspeição), que pronunciar o acusado, que decretar a prescrição ou julgar extinta a punibilidade e, que negar ou conceder a ordem de habeas corpus); quando não prejudicar o andamento do processo (ex: no caso de suspensão do processo em virtude de questão prejudicial). Nos demais casos o recurso subirá por instrumento, devendo ser trasladadas as peças para a formação do mesmo. Neste caso, na petição de interposição o recorrente deverá indicar quais peças ele pretende transladar. De outro lado, "o recurso da pronúncia subirá em traslado, quando, havendo dois ou mais réus, qualquer deles se conformar com a decisão ou todos não tiverem sido ainda intimados da pronúncia" (art. 583, parágrafo único, CPP). O recurso em sentido estrito, geralmente, tem os efeitos devolutivo e regressivo. O art. 584, caput, CPP, estatui que "os recursos terão efeito suspensivo nos casos de perda da fiança" e de deserção ou de denegação da apelação. O juízo de retrataçáo só pode ser realizado uma única vez relativamente à mesma decisão judicial; Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 77/257 OAB 2ª Fase "se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por simples petição, poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo mais lícito ao juiz modificá-la". (§ único, art. 589, CPP). O recurso, nessa hipótese, subirá nos próprios autos ou em traslado, independentemente de novos arrazoados. O processo e o julgamento do RESE é de competência dos Tribunais de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais, das câmaras ou turmas que os compõem, observadas as respectivas leis de organização judiciária e os regimentos internos. Não cabe falar na figura do revisor em sede de recurso em sentido estrito. Os autos do recurso em sentido estrito serão distribuídos a um relator, seguindo-se imediatamente com vista ao MP, pelo prazo de cinco dias. Com o retorno do processo ao relator, este pedirá dia para julgamento, com inclusão na pauta correspondente. No dia do julgamento, o presidente do órgão jurisdicional anunciará o processo, sendo apregoadas as partes. O relator, com ou sem a presença dos interessados, procederá à exposição do feito. Subsequentemente, o presidente concederá a palavra "aos advogados ou às partes que a solicitarem e ao procurador-geral, quando o requerer", pelo prazo de dez minutos para cada um. As decisões do tribunal são tomadas por maioria (art. 615, CPP). Não é possível, em sede de recurso em sentido estrito, realizar o interrogatório do acusado, conquanto não seja impossível a conversão de julgamento em diligências em casos justificados. Depois de julgado o recurso em sentido estrito, com a conferência do acórdão - e uma vez ocorrida a sua preclusão - "deverão os autos ser devolvidos, dentro de cinco dias, ao juiz a quo" (art. 592, CPP). Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 78/257 OAB 2ª Fase ESTRUTURA DA PEÇA PEÇA DE INTERPOSIÇÃO: 1. ENDEREÇAMENTO: ao juiz da decisão recorrida; 2 . INDICAÇÃO DO NÚMERO DOS AUTOS; 3. INTRODUÇÃO: NOME, MENÇÃO AO ADVOGADO, REFERÊNCIA À DECISÃO RECORRIDA, FUNDAMENTO LEGAL; 4. PEDIDO DE RETRATAÇÃO; 5. INDICAÇÃO DE PEÇAS A SER TRASLADADAS (SE FOR O CASO DE SUBIR POR INSTRUMENTO, NAS HIPÓTESES DO ART. 583, CPP); 6. FECHO (Nestes termos, pede e espera deferimento). RAZÕES RECURSAIS 1. ENDEREÇAMENTO: ao Tribunal competente (Egrégio Tribunal, Colenda Câmara) OBS: é praxe também se dirigir ao membro do MP; 2. MENÇÃO AO NÚMERO DOS AUTOS, AO RECORRENTE E AO RECORRIDO; 3. RESUMO DA PROBLEMÁTICA QUE ENSEJOU A IMPUGNAÇÃO; 4. APRESENTAÇÃO DE PRELIMINARES E DOS FUNDAMENTOS LEGAIS APTOS A REFORMAR A DECISÃO PROFERIDA; 5. CONCLUSÃO (“Diante do exposto, requerseja conhecido e provido o presente recurso para, reformando-se a decisão de fls., despronunciar-se o réu...”);6. FECHO. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 79/257 OAB 2ª Fase MODELO I Exmo. Sr. Juiz de Direito da 3ª Vara Criminal de Recife/ PE Processo nº. xxxx (RECORRENTE), já qualificado nos autos, por seu procurador adiante assinado, vem, respeitosamente, perante V .Exa., nos autos da Ação Penal que lhe move a Justiça Pública, não se conformando, data vênia, com a decisão de fls.__ que (JULGOU INIDÔNEA A FIANÇA, POR EXEMPLO), recorrer da mesma, o que faz com fundamento no art. 581, __ (V, POR EXEMPLO), do CPP. Outrossim, solicita a reforma da r. decisão (Art. 589 do CPP), mas, caso seja mantida, requer seja o recurso processado nos termos da lei adjetiva e encaminhado para julgamento pelo Egrégio Tribunal de Justiça. Considerando que deve ser formado instrumento para subida do recurso, requer seja determinado à Secretaria que proceda ao traslado das seguintes peças: a) b) Pede deferimento. Recife, 18 de abril de 2010. Advogado- OAB/PE no. XX RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 80/257 OAB 2ª Fase Processo nº. Vara de Origem: Recorrente: Recorrido: EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO COLENDA CÂMARA, PRECLAROS MAGISTRADOS, DIGNA PROCURADORIA DE JUSTIÇA Inconformada com a r. decisão interlocutória de pronúncia prolatada pelo insigne juiz de direito de primeira instância (fls.__), tempestivamente interpôs a defesa de __________(RECORRENTE) o presente Recurso em Sentido Estrito, consoante permissão inserida no CPP, por entender que o magistrado prolator não laborou com o costumeiro acerto ao pronunciar o réu, ora recorrente. Não assiste razão ao nobre juiz a quo, merecendo reforma a r. decisão por ele proferida. Vejamos. Imputou a peça inaugural ao recorrente o cometimento do crime de homicídio qualificado pelo motivo fútil. De acordo com a denúncia, no dia 21 de março de 2004, por volta das 10h, na rua Dom Luis Fernando, nesta cidade, com manifesta intenção homicida, o recorrente efetuou contra a vítima 4 disparos de arma de fogo, provocando- lhe os fenômenos descritos no laudo de corpo de delito de fls. __. O acervo probatório dos autos não autoriza a prolação da pronúncia do recorrente, pois, não obstante haver certeza quanto ao crime, não há sequer indícios de que o recorrente seja o seu autor. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 81/257 OAB 2ª Fase Não houve testemunhas presenciais. As pessoas ouvidas nos autos, em cujos depoimentos se fundamentou Sua Excelência para pronunciar o recorrente, apenas fizeram menção a uma discussão havida entre a falecida vítima e o recorrente, tendo isso acontecido três meses antes do fato. Ora, isso não basta para tornar certa e segura a demonstração de que o recorrente tenha assassinado a vítima. Sua Excelência não considerou a declaração de fls. __ que bem demonstra que, no momento provável do crime, o recorrente estava trabalhando a vários quilômetros do local onde o corpo da vítima foi encontrado. Sua Excelência fundamentou sua recusa em aceitar o álibi do recorrente no princípio in dubio pro societate que vigora no momento de decidir-se sobre a admissibilidade da acusação, para submeter-se o réu a julgamento pelo Tribunal Popular. É cediço que, no momento da pronúncia, não vigora o in dubio pro reo e que as dúvidas devem ser resolvidas em favor da sociedade. Acontece, entretanto, que, no caso sob análise, NÃO HÁ DÚVIDAS. O recorrente estava trabalhando no momento do crime. Se ninguém o viu cometer o crime e se há prova nos autos de que ele encontrava-se em outro local, não há que se falar em dúvida. DA INADMISSIBILIDADE DA QUALIFICADORA DO § 2°, II, DO ART. 121, DO CÓDIGO PENAL Disse a denúncia que o recorrente agiu por motivo fútil. Ainda que fosse possível pronunciar o recorrente pelo homicídio, e Já vimos que não existe essa possibilidade por tudo que foi colhido nos autos, sob qualquer ponto de vista seria inadmissível o acatamento da qualificadora de motivo fútil. Nenhum motivo foi levantado ou suscitado para o homicídio da vítima e a falta de motivo não se confunde com motivo fútil. Por outro lado, Sua Excelência entendeu que o recorrente "podia" ter-se vingado da vítima, com quem havia tido uma discussão banal três meses antes. Ainda que tudo isso fosse verdade, é pacífico que a vingança não constitui motivo fútil (veja-se, a esse respeito, o magistério de Cezar Roberto Bitencourt, em seu já consagrado Código Penal Comentado. São Paulo: Saraiva, 2002, p. 389). Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.comPrática Processual Penal 82/257 OAB 2ª Fase Recorde-se, entretanto, que não há sequer indícios de que o recorrente seja o autor do homicídio apurado nestes autos. Assim, espera e confia seja dado provimento ao presente recurso para despronunciar- se o recorrente, ou, pelo menos, afastar-se a qualificadora manifestamente improcedente, por ser de inteira justiça. Nestes termos, Pede deferimento. Recife, 18 de abril de 2010. Advogado- OAB/PE no, XXX Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 83/257 OAB 2ª Fase MODELO II Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 2.ª Vara do Júri da Comarca ____. Processo nº. ____ “F”, qualificado a fs. ____, por seu defensor dativo, nos autos do processo que lhe move o Ministério Público, inconformado com a decisão de pronúncia, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO com fundamento no art. 581, IV, do CPP, requerendo seja o mesmo recebido e, levando- se em consideração as razões em anexo, possa haver o juízo de retratação, com a finalidade de impronunciar o acusado. Assim não entendendo Vossa Excelência, requer o processamento do recurso, remetendo-o ao Egrégio Tribunal de Justiça. Termos em que, desnecessária a formação de instrumento, Pede deferimento. Recife, 18 de abril de 2012. Advogado- OAB/PE no, XXX RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 84/257 OAB 2ª Fase ____.ª Vara do Júri da Comarca ____ Processo n. ____ Recorrente: “F” Recorrido: Ministério Público EGRÉGIO TRIBUNAL O réu “F” foi pronunciado como incurso nas penas do art. 121, § 2.º, II e IV, do Código Penal, porque, no dia ____, na estrada ____, por volta das ____ horas, teria empurrado a vítima “G” da ponte, fazendo com que caísse no leito de um rio, desaparecendo nas águas. O acusado teria agido à traição, colhendo o ofendido por trás, bem como por motivo fútil, consistente em desavença de menor importância, resultado de briga anterior por torcida de time de futebol. A decisão de fls. ____, entretanto, não pode prevalecer. O art. 413, caput, do Código de Processo Penal estabelece dois requisitos indispensáveis para se determinar o julgamento do réu pelo Tribunal do Júri: prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria. Quanto à materialidade, inexiste, nos autos, prova da existência da infração penal, uma vez que a vítima, na data dos fatos, tal como relatado na denúncia, caiu de uma altura de cerca de cinco metros, nas águas de um rio e desapareceu. Pode estar viva, pois, em momento algum, seu corpo foi encontrado e, conseqüentemente, submetido a exame pericial obrigatório (art. 158, CPP). Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 85/257 OAB 2ª Fase Cuida-se de decisão periclitante encaminhar o acusado a julgamento pelo Tribunal Popular sem a prova inequívoca da morte da vítima. Ademais, não consta que ela não soubesse nadar ou que tivesse caído de altura mais do que razoável para que sua morte fosse altamente provável. Por tais motivos, vislumbra-se a inexistência de prova da materialidade do delito. Quanto à autoria, não se nega ter o réu entrado em luta corporal com o ofendido e, em face disso, ter este caído nas águas do rio. O próprio recorrente, dando mostras de sua sinceridade, desde a fase policial, admitiu esse fato. Entretanto, disse claramente ter agido em legítima defesa, o que não foi satisfatoriamente considerado pelo ilustre julgador. Ambos se desentenderam, realmente, momentos antes, por questões banais. Porém, quem perseguiu o acusado pela estrada, quando este se dirigia à sua residência na Fazenda ____, foi a vítima. Ao atingirem a Ponte ____, que passa sobre o Rio ____, o ofendido deu violento soco nas costas do réu, que, ato contínuo, entrou em luta com o agressor. A partir desse momento, possivelmente por perder o equilíbrio, caiu a vítima no rio. Tal cena foi presenciada pela testemunha ____ (fls. ____), que confirma integralmente a versão dada pelo réu. Comprovada, sem sombra de dúvida, a legítima defesa, caso a vítima tenha morrido em virtude da queda, somente para argumentar, deveria o réu ser absolvido sumariamente, nos termos do art. 415, IV, do Código de Processo Penal. Por derradeiro, ainda somente para argumentar, caso seja a pronúncia mantida, é de rigor o afastamento das qualificadoras. Não houve motivo fútil, pois este não se configura quando há discussão e agressão física entre réu e vítima, conforme pode ser constatado na doutrina, através da lição de ____. Na jurisprudência, do mesmo modo, pode-se citar o seguinte: ____. No mesmo diapasão, inexistiu recurso que impossibilitou a defesa, consistente em traição. Se houve, como já mencionado, luta corporal entre réu e ofendido, torna-se ilógico falar em ataque realizado à socapa. Logo, ambas as qualificadoras merecem ser afastadas, por não encontrarem respaldo na prova dos autos. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 86/257 OAB 2ª Fase Do exposto, conclui-se que inexiste prova suficiente da materialidade para a pronúncia. Assim não entendendo esse Egrégio Tribunal, torna-se imperiosa a absolvição sumária do acusado ou, ao menos, sejam as qualificadoras afastadas, pois desse modo far-se-á a tão almejada JUSTIÇA. Recife, 18 de abril de 2012. Advogado- OAB/PE no, XXX Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 87/257 OAB 2ª Fase AGRAVO EM EXECUÇÃO 01. Noções iniciais. O agravo em execução é o recurso cabível das decisões proferidas pelo Juiz da Execução Penal, conforme estabelecido pelo Art. 197 da Lei nº. 7.210/84. Como exemplo dessas decisões, temos o deferimento ou indeferimento de liberdade condicional, de progressão de regime, de indulto, de graça, de anistia, de saída temporária de apenado e de extinção da punibilidade. Como ensina o Professor Denílson Feitoza “é um recurso pro et contra, ou seja, deferindo ou indeferindo um pedido, na fase de execução da pena ou da medida de segurança, ou mesmo decidindo de ofício, cabe agravo”. 02. Cabimento. A partir da reforma realizada em 1984 com edição da Lei de Execução Penal (LEP), separou-se no âmbito do processo penal, a ação de conhecimento da ação de execução. A primeira vai do oferecimento da denúncia até o trânsito em julgado da sentença definitiva. Corre, em primeira instância, perante uma das vara criminais e submete-se, em regra, às normas estabelecidas no Código de Processo Penal e legislação extravagante. Por sua vez, o processo de execução, inicia-se a partir do trânsito em julgado da sentença penal condenatória (ATENÇÃO A ESSA INFORMAÇÃO) e vai até o fim de cumprimento da pena. Corre perante uma vara de execução e submete- se aos preceitos insculpidos na LEP. O legislador, ao promover a separação do processo de execução, criou também um novo recurso no processo penal, cabível especificamente das decisões proferidas pelo juiz da execução penal, a saber: o Agravo em Execução. O importante é que o candidato note que ao contrário do que acontece com o recurso em sentido estrito, não prevê a LEP um rol taxativo das decisões que desafiam o Agravo em Execução. Toda e qualquer decisão proferida pelo juiz da execução enseja a interposição do recurso em questão. Assim sendo, basta que a decisão emane do juiz da execução e que o recurso seja interposto tempestivamente. A título meramente ilustrativo, podemos citar as seguintes decisões passíveis de impugnação por meio de agravo de execução: 1) decisão que aplicar ou deixar de aplicar lei posterior mais favorável; 2) decisão que declarar ou deixar de declarar na fase de execução a extinção Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 88/257 OAB 2ª Fase da punibilidade; 3) decisão que conceder ou negar a unificação de penas; 4) decisão que conceder ou negar progressão ou regressão de regime; 5) decisão que conceder ou negar detração ou remissão de pena; 6) decisão que revogar sursis, 7) decisão que conceder, negar, revogar ou deixar de revogar livramento condicional, 8) decisão que converte a pena em medida de segurança e 9) decisão que revogar medida de segurança. 03. Interposição e Competência. A LEP, ao criar o agravo em execução, não estabeleceu qualquer rito para o processamento desse recurso. Destarte, séria controvérsia instaurou-se na doutrina, parte entendendo que o processamento deveria ser o mesmo do agravo de instrumento, parte entendendo que deveria ser o mesmo do recurso em sentido e estrito. Esta última posição é a que prevalece, sendo acolhida de forma pacífica, inclusive, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Portanto, todos os comentários feitos na parte relativa ao Recurso em Sentido Estrito aplicam-se de forma idêntica ao agravo. Resumindo seria o seguinte: o agravo deve ser interposto por petição ou por termo nos autos, no prazo de cinco dias (Súmula nº. 700 do STF), perante o juiz da execução que proferiu a decisão. É recomendável que a petição e/ou o termo nos autos venham acompanhados das razões recursais, especialmente em virtude da divergência doutrinária relativa à aplicação das normas do recurso em sentido estrito (art. 581 do CPP) ou agravo de instrumento do CPC (arts. 522 e 524 do CPC). O agravo em execução é de ser recebido só no efeito devolutivo. Não tem ele efeito suspensivo (Art. 197 da LEP). Para que tal efeito seja atribuído, é necessário que haja decisão judicial expressa do juízo a quo, devidamente fundamentada, ou que decorra da própria lógica jurídica processual, como no caso de desinternação ou liberação de pessoa submetida à medida de segurança, nos moldes do art. 179 da LEP. O agravo de execução sobe nos próprios autos ou por instrumento? Na lição do Professor Valter Kenjin Ishida cabe ao juiz da execução a decisão de subida do recurso nos próprios autos ou por instrumento. Segundo o professor “recomenda-se que suba sempre na forme de instrumento para evitar o comprometimento e o andamento do feito. É o que ocorre no Estado de São Paulo, subindo só o apenso em que foi interposto o agravo”. Após recebido o recurso, deverão ser intimados agravante e agravado, tendo cada qual o prazo de dois dias para apresentar suas razões e contrarrazões (embora já seja recomendável que o agravante apresente suas razões já no ato de interposição). Assim como ocorre com o recurso em sentido estrito, no agravo o juiz também pode reformar a sua própria decisão (juízo de retração) e por issonão há a possibilidade de juntarem-se Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 89/257 OAB 2ª Fase as razões diretamente na segunda instância. Se decidir mantê-la, apenas então deve remeter os autos ao Tribunal competente. Caso se retrate e nova decisão cause prejuízo a alguma das partes, cabe dela recorrer por simples petição, independentemente do oferecimento de novas razões ou contrarrazões, aplicando analogicamente o art. 580, § único do CPP. 04. Legitimidade. Pode interpor o agravo em execução o Ministério Público e o próprio condenado. Sem embargo, é reconhecida ao executado capacidade postulatória no processo de execução penal, ou seja, mesmo que sem advogado constituído ou nomeado, este poderá interpor o agravo ainda que desacompanhado de advogado, conquanto deva o juiz, de imediato, providenciar que o sentenciado escolha um profissional ou, não o fazendo, encaminhe o apenado à Defensoria Pública ou mesmo nomeie Defensor Dativo. Ainda que a ação de conhecimento tenha sido privada, a execução inaugura nova relação jurídica e desta o querelante não faz parte, não tendo, portanto, legitimidade para pleitear nada perante o juiz de execução penal e muito menos para recorrer de suas decisões. Também não há, na execução, a figura do assistente da acusação 05. Teses e requerimentos. O recurso de agravo em execução presta-se, como se viu, à reforma de decisões pontuais proferidas pelo juiz das execuções. A parte, portanto, irá sempre alegar o equívoco da decisão agravada, por contrariar princípio ou dispositivo de lei, e requerer a reforma, com concessão do que havia sido antes negado ou revogação do que havia sido indevidamente determinado. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 90/257 OAB 2ª Fase ESTRUTURA DA PEÇA PEÇA DE INTERPOSIÇÃO: 1. ENDEREÇAMENTO: ao juiz da decisão recorrida (juiz da execução); 2 . INDICAÇÃO DO NÚMERO DOS AUTOS; 3. INTRODUÇÃO: NOME, MENÇÃO AO ADVOGADO, REFERÊNCIA À DECISÃO RECORRIDA, FUNDAMENTO LEGAL; 4. PEDIDO DE RETRATAÇÃO; 5. INDICAÇÃO DE PEÇAS A SER TRASLADADAS; 6. FECHO (Nestes termos, pede e espera deferimento). RAZÕES RECURSAIS 1. ENDEREÇAMENTO: ao Tribunal competente (Egrégio Tribunal, Colenda Câmara) OBS: é praxe também se dirigir ao membro do MP; 2. MENÇÃO AO NÚMERO DOS AUTOS, AO RECORRENTE E AO RECORRIDO; 3. RESUMO DA PROBLEMÁTICA QUE ENSEJOU A IMPUGNAÇÃO; 4. APRESENTAÇÃO DE PRELIMINARES E DOS FUNDAMENTOS LEGAIS APTOS A REFORMAR A DECISÃO PROFERIDA; 5. CONCLUSÃO (“Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso para, reformando-se a decisão de fls., a fim de conceder o livramento condicional”); 6. FECHO. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 91/257 OAB 2ª Fase MODELO I EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES PENAIS DA COMARCA DE ___6 Processo nº. Tício, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, vem, por seu advogado abaixo assinado, devidamente constituído mediante instrumento procuratório em anexo, perante Vossa Excelência, não se conformando com a respeitável decisão que indeferiu o pedido de liberdade, interpor AGRAVO EM EXECUÇÃO, com fundamento no art. 197 da Lei nº. 7.210/84. Requer seja recebido e processado o presente recurso e, caso Vossa Excelência entenda que deva manter a respeitável decisão (art. 589 do CPP), que seja encaminhado, com as inclusas razões, ao Egrégio Tribunal de Justiça. Considerando que deve ser formado instrumento para subida do recurso, requer seja determinado à Secretaria que proceda ao traslado das seguintes peças: a) b) Pede deferimento. Local, Data. Advogado- OAB/PE no. XX 6 A competência para a interposição do agravo será, em regra, da Vara das Execuções Penais da Justiça Estadual. Isso porque, ainda que tenha sido condenado pela Justiça Federal, se o cumprimento da pena transcorrer em presídio estadual (o que é a regra), o juiz competente será o estadual. Na hipótese de pena cumprida em presídio federal, a competência será da Justiça Federal. O endereçamento seria “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da Vara de Execuções Criminiais da Seção Judiciária de ___”. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 92/257 OAB 2ª Fase RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO Egrégio Tribunal de Justiça, Colenda Câmara, Douta Procuradoria de Justiça. Em que pese o indiscutível saber jurídico do Meritíssimo Juiz a quo, impõe-se a reformada respeitável decisão que indeferiu o pedido de liberdade do agravante, pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas. I - DOS FATOS. O agravante foi condenado em três processos crime às penas de 18, 25 e 30 anos, respectivamente, por três homicídios qualificados. Após ter cumprido 30 anos de prisão efetivamente, o Agravante requereu ao Meritíssimo Juiz sua liberdade, tendo esta indeferida sob fundamento de que tem outras penas a cumprir. II – DO DIREITO Trata-se de decisão proferida sem amparo legal, devendo ser reformada pela medida ora requerida. Com efeito, o art. 75 do Código Penal (CP) estabelece o seguinte: Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 93/257 OAB 2ª Fase “O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos”. A referida limitação presente no citado dispositivo respeita à proibição constitucional de prisão perpétua, prevista no art. 5º XLVII, alínea “b” da CF. No caso em tela, é evidente o constrangimento ilegal que o Agravante vem sofrendo, uma vez que já cumpriu 30 anos de prisão. Sobre tal aspecto, merece ser trazido à baila o excelente magistério de Miguel Reale Jr.: “Uma das condições de preservação da identidade moral do condenado, com positivas repercussões na disciplina carcerárea, está na possibilidade de vislumbrar a liberdade. Daí fixar-se um limite do tempo de cumprimento, mesmo porque o encarceramento por mais de 15 ou 20 anos destrói por completo o homem, tornando-o inadequado à vida livre” (Código Penal e sua interpretação jurisprudencial, 5ª Ed.., São Paulo: Ed. RT, p. 926). Na mesma linha de entendimento é a construção jurisprudencial, in verbis: “Quando o montante das reprimendas carcerária ultrapassa a previsão do art. 75 do CP, surge para o réu o direito de invocar o imediato provimento jurisdicional limitando o tempo de seu cumprimento em trinta anos, sem reflexão na obtenção de outros benefícios, que continuam regulados pela somatória real das penas”. (TACrim, RA, rel. David Haddad, JUTACRIN 88/198). Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 94/257 OAB 2ª Fase Portanto, não assiste razão à respeitável decisão que indeferiu o pedido de liberdade no presente caso, uma vez que o Agravante já havia cumprido efetivamente 30 anos de prisão. III – DO PEDIDO Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, concedendo-se a liberdade ao Agravante e expedindo-se o competente alvará de soltura, como medida de inteira justiça. Nestes termos, Pede deferimento. Local, Data. _________________________ Advogado OAB nº. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 95/257 OAB 2ª Fase MODELO II EXCELENTÍSIIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DAS EXECUÇÕES PENAIS DA COMARCA__. Processo nº. “A”, já qualificado nos autos de execução em epígrafe, por seu advogado, vem, tempestivamente, perante V. Exa., inconformado com a r. decisão de fl., que indeferiu o pedido de indulto condicional, interpor o presente AGRAVO EM EXECUÇÃO com fulcro no art. 197 da Lei nº. 7.210/84, requerendo que, uma vez recebido este, seja processado; protestando-se pela juntada da minuta em momento oportuno, aguardando a retratação judicial nos termos do art. 589 do Código de Processo Penal (CPP) ou, caso assim não entenda, sejam os autos remetidos ao Egrégio Tribunal de Justiça, reformando a r. decisão proferida. Termos em que Pede deferimento. Local, Data. _____________________ Advogado OAB nº. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 96/257 OAB 2ª Fase RAZÕES DO AGRAVO EM EXECUÇÃO EGRÉGIO TRIBUNAL, COLENDA CÂMARA, DIGNA PROCURADORIA. “A” foi julgado como incurso nas penas previstas ao art. 157, § 2º, inciso I e II, do CP e condenado ao cumprimento da pena de 5 (cinco) anos e seis meses em regime fechado mais pagamento de 10 (dez) dias-multa, encontrando-se tal pena em fase de execução. Tendo iniciado o cumprimento da pena, o recorrente atualmente já cumpriu dois anos da reprimenda. Conforme folha de antecedentes em anexo, o agravante é primário, uma vez que os outros delitos não ocasionaram a reincidência. Ocorre que o MM. Juiz das Execuções indeferiu o pedido de indulto, mesmo estando a hipótese amoldada ao previsto no art. 1º, inciso I, do Decreto nº. 5.295/04, fundamentando que se trata de delito de extrema gravidade, portanto, equiparadoao hediondo. Todavia, discussões à parte sobre a gravidade do delito cometido pelo recorrente, as hipóteses de vedação da concessão do indulto estão estipuladas no art. 8º do mesmo Decreto, não podendo se admitir que o mesmo seja “equiparado” ao hediondo, por argumentação judicial. Somente a lei equiparou outros delitos ao hediondo e o são o crime de tortura, o terrorismo e o tráfico de entorpecentes. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 97/257 OAB 2ª Fase Assim sendo, o recorrente requer o conhecimento do agravo para no mérito julgar provido a fim de conceder o indulto ao ora recorrente. Local, Data. ________________________ Advogado OAB nº. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 98/257 OAB 2ª Fase APELAÇÃO 1. NOÇÕES INICIAIS. A apelação, regra geral, é o recurso cabível nos casos em que forem proferidas sentenças judiciais que julguem o mérito ou que possuam caráter definitivo. Dessa forma, NÃO é cabível o recurso de apelação para atacar os despachos de mero expediente, bem como, regra geral, decisões interlocutórias. Todavia, em algumas situações, pode-se perceber que a apelação acaba assumindo uma natureza residual, pois, em alguns casos de decisões interlocutórias proferidas pelo juiz singular, em que NÃO seja hipótese de Recurso em Sentido Estrito, poderá ser passível de impugnação por meio da apelação. 2. FUNDAMENTO NORMATIVO: a apelação está disciplinada nos arts. 416, 593 ao 606, todos do CPP. No juizado, a hipótese de cabimento está prevista no art. 82 da Lei nº 9.099/95. 3. HIPÓTESES DE CABIMENTO: Caberá apelação nas hipóteses previstas no art. 593 do CPP (I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular; II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular", quando não for comportável recurso em sentido estrito; III - das decisões do tribunal do júri quando: (a) advier nulidade subsequente à pronúncia, (b) a sentença do juiz-presidente contrariar dispositivo legal expresso ou a decisão dos jurados, (c) ocorrer equívoco ou injustiça na imposição de medida de segurança ou de pena e, (d) a decisão dos jurados contrariar manifestamente a prova dos autos). ATENÇÃO Enquanto no tocante às sentenças definitivas de condenação ou de absolvição prolatadas por juiz singular, o tribunal terá possibilidade de apreciar amplamente as questões decididas (efeito devolutivo em maior extensão), no que atine às sentenças prolatadas no âmbito do tribunal do júri, o órgão de segundo grau não poderá adentrar em matéria faties, de forma a violar a soberania dos veredictos. A lei 11.689/2008 deu nova redação ao artigo 416, CPP trazendo também outras hipóteses de cabimento do recurso de apelação (contra sentença da impronúncia Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 99/257 OAB 2ª Fase e absolvição sumária). Caberá ainda nos casos de decisão que rejeite a denúncia ou queixa, contra sentença absolutória, condenatória e a homologatória de transação penal no âmbito dos juizados especiais criminais, de acordo com art. 82 da Lei n° 9.099/95. 4. PRAZOS E PROCEDIMENTO: A apelação pode ser interposta por petição ou por termo nos autos (a apelação por termo é aquela desprovida de rigor formal, bastando que o recorrente revele o seu inconformismo com a decisão, demonstrando o desejo do recurso, não se exigindo capacidade postulatória, que será necessária, entretanto, para a apresentação das razões), no prazo de 5 dias, regra geral (Art.593 do CPP). Se for no âmbito do JECRIM o prazo será de 10 dias e deverá ser interposta por petição escrita. CUIDADO: O prazo para a interposição da apelação, no caso de assistente de acusação não habilitado nos autos, será de quinze dias contados da expiração do prazo de recurso do MP. Se estiver habilitado, a doutrina entende que o prazo será o mesmo da parte, ou seja, 5 dias. Não é necessário que o recorrente apresente desde logo as razões de apelação. Há prazo específico de 8 (oito) dias para apresentação das razões, salvo nos processos de contravenção, em que o prazo será de 3 (três) dias, conforme art. 600 do CPP. Havendo assistente, este arrazoará, no prazo de 3 (três) dias, após o Ministério Público. O apelante poderá afirmar que suas razões serão apresentadas em segunda instância (§ 4°, do art. 600, CPP). Estando a apelação acompanhada de razões, intimará o apelado para oferecer contrarrazões, no mesmo prazo de oito dias ou de três dias. Se a ação penal for movida pela parte ofendida, o Ministério Público terá vista dos autos, pelo mesmo lapso temporal (art. 600, § 2°, CPP). Quando forem dois ou mais os apelantes ou apelados, os prazo serão comuns (art. 600, § 3°, CPP), salvo para o MP (vista mediante carga dos autos). Encerrados os prazos para oferecimento de razões, "os autos serão remetidos à instância superior, com as razões ou sem elas, no prazo de 5 (cinco) dias", salvo nas jurisdições que forem sede de tribunal, onde subirão em trinta dias (art. 603, CPP). Havendo mais de um réu, e não tendo sido todos julgados ou não havendo todos apelado da sentença, caberá ao apelante — que terá o ónus de arcar com as despesas Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 100/257 OAB 2ª Fase correspondentes (salvo se o pedido for do Ministério Público, do réu pobre ou da Defensoria Pública) - promover extração do traslado dos autos, o qual deverá ser remetido à instância superior no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da entrega das últimas razões de apelação, ou do vencimento do prazo para a apresentação das do apelado". Já em relação aos Juizados Criminais, a Lei 9.099/95 no art. 82 prevê que a apelação deve ser interposta no prazo de 10 (dez) dias, já com as razões e o pedido do recorrente. 5. EFEITOS: Recebida a apelação pelo órgão de primeiro grau, serão atribuídos, em regra, os efeitos devolutivo e suspensivo. Sem embargo, "a apelação da sentença absolutória não impedirá que o réu seja posto imediatamente em liberdade" (art. 596, caput, CPP), por faltar título legítimo para a manutenção da prisão do acusado. Em suma, a apelação é dotada do efeito devolutivo, por devolver ao órgão ad quem o reexame da causa nos limites recursais (tantum devolutum quantum appellatum). Se a sentença for condenatória, terá efeito suspensivo (art. 597,CPP). 6. JULGAMENTO: a competência para julgar a apelação é do tribunal ao qual está vinculado o juiz prolator da sentença, podendo ser os tribunais de justiça ou os tribunais regionais federais, que são órgãos de segundo grau de jurisdição. Os autos, ao chegarem ao tribunal, serão distribuídos a um relator. Nessa altura, a apelação já estará com as razões e contrarrazões de recurso. Caso contrário, o relator tomará as providências para o seu processamento. A apresentação intempestiva de razões e de contrarrazões de recurso, em matéria criminal, não deve implicar o seu desentranhamento, sem embargo de poder ser considerado esse fator para fins de apreciação de matéria que careceria de alegação oportuna. Na segunda instância, o MP terá vista dos autos para exarar parecer, no prazo de cinco dias (salvo se for o caso de sentença em processo de contravenção ou de processo de habeas corpos - art. 610, caput, CPP), podendo opinar pelo conhecimento, não conhecimento, provimento ou não provimento da apelação. É possível a determinação de diligência. Estando pronto o processo, o relator pedirá dia para julgamento, solicitando inclusão em pauta. Designada a data, a parte deve ser intimada através de publicação oficial. A Defensoria Pública e o MP têm a prerrogativa da intimação pessoal. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 101/257 OAB 2ª Fase No dia do julgamento, o presidente do tribunal o anunciará, sendo "apregoadas as partes" e, "com a presença destas ou à sua revelia, o relator fará a exposição do feito e, em seguida, o presidente, concederá, pelo prazo de 10 (dez) minutos, a palavra aos advogados ou às partes que a solicitarem e ao procurador-geral, quando o requerer, por igual prazo" (§ único, art. 610, CPP). Caso se trate de apelação contra sentenças prolatadas em processo por delito a que a lei comine pena de reclusão, há necessidade de um membro do tribunal revisor. Serão observadas, pois, em relação ao enunciado do art. 610, CPP, as seguintes modificações: (1) "exarado o relatório nos autos, passarão estes ao revisor, que terá igual prazo para o exame do processo e pedirá designação de dia para o julgamento"; (2) "os prazos serão ampliados ao dobro"; (3) "o tempo para os debates será de um quarto de hora" (art. 613, CPP). Após o debate, será dada a palavra ao relator, que proferirá o seu voto, que constará, em regra, de duas partes dispositivas: uma referente ao conhecimento ou não do apelo, e a outra - se conhecida a apelação - pelo provimento ou não do recurso. Se houver "empate de votos no julgamento de recursos, e se o presidente do tribunal, câmara ou turma, não tiver tomado parte na votação, proferirá o voto de desempate. No caso contrário, prevalecerá a decisão mais favorável ao réu" (§ 1°, art. 615, CPP). Sendo o relator vencido, outro será designado para lavrar o acórdão, recaindo, em regra, sobre o membro que abriu a divergência. Não há possibilidade de aplicação de mutatio libelli pelo órgão de segunda instância. Isso implicará que, se for constatado fato delituoso não contido na denúncia ou na queixa, sequer implicitamente, a solução a ser dada pelo tribunal, em caso de provimento de apelação, é a de anular a sentença para que, em primeira instância, sejam adotadas as providências que a mutatio libelli requer (art. 384, CPP). Já a emendatio libelli (art. 383, CPP) é perfeitamente possível, consoante o art. 617, CPP. Por fim, tem-se que a refomatio in pejus é vedada, segundo o CPP, ao enfatizar que as decisões dos tribunais serão conformes às disposições concernentes às sentenças de primeiro grau, "não podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da sentença”. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 102/257 OAB 2ª Fase ESTRUTURA DA PEÇA PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO 1. ENDEREÇAMENTO: ao juiz da decisão recorrida; 2. INDICAÇÃO DO NÚMERO DOS AUTOS; 3. INTRODUÇÃO: NOME, MENÇÃO AO ADVOGADO, REFERÊNCIA À DECISÃO RECORRIDA, FUNDAMENTO LEGAL; 4. PEDIDO DE PROCESSAMENTO; 5. FECHO. RAZÕES RECURSAIS 1. ENDEREÇAMENTO: ao Tribunal competente (é praxe também se dirigir ao membro do MP); 2. MENÇÃO DO NÚMERO DOS AUTOS, AO RECORRENTE E AO RECORRIDO; 3. RESUMO DA PROBLEMÁTICA QUE ENSEJOU A IMPUGNAÇÃO; 4. APRESENTAÇÃO DOS FUNDAMENTOS LEGAIS, DOUTRINÁRIOS E JURISPRUDENCIAIS; 5. CONCLUSÃO (“Diante do exposto, requer seja conhecido e providoo presente o recurso para absolver-se o réu com fundamento no art. 386, IV, CPP”); 6. FECHO. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 103/257 OAB 2ª Fase MODELO I Exmo. Sr. Juiz de Direito da 3ª Vara Criminal de Recife/PE Processo nº. XXXXXXX (RECORRENTE), já qualificado nos autos, por seu procurador adiante assinado, vem, respeitosamente, perante V .Exa., nos autos da Ação Penal que lhe move a Justiça Pública, irresignado, data vênia, com a decisão de fls. __, que o condenou à pena de 8 anos de reclusão, recorrer da mesma, o que faz com fundamento no art. 593,__, do CPP. Recebida a apelação que ora se interpõe, requer a abertura de vista para oferecimento de suas razões. Pede deferimento. Recife, 18 de abril de 2010. Advogado- OAB/PE no. XXX Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 104/257 OAB 2ª Fase RAZÕES DE APELAÇÃO Processo nº Vara de Origem: Recorrente: Recorrido: EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO COLENDA CÂMARA, PRECLAROS MAGISTRADOS, DIGNA PROCURADORIA DE JUSTIÇA O recorrente foi condenado a 19 anos de reclusão como incurso nas penas do art. 159, § 1º, do Código Penal. Tal condenação, com a devida vênia, não pode subsistir conforme se verá pelas razões a seguir expostas. I - DA NULIDADE DO PROCESSO EM RAZÃO DA COLIDÊNCIA DE DEFESAS Não obstante o magistrado que proferiu a r. decisão ora atacada haver afastado a argüição de nulidade do processo, cabe ao subscritor das presentes razões renovar a alegação para apreciação por este Egrégio Colegiado. Com efeito, o único elemento incriminador que consta nos autos contra o recorrente é a delação feita pelo co-réu que acabou sendo beneficiado com a diminuição da pena que lhe foi aplicada. X, no interrogatório de fls. 87 afirmou à autoridade que presidia o feito que o ora recorrente o ajudara a render e a transportar para o cativeiro a vítima MARIA MARIANA, versão desde o início negada pelo recorrente. Ambos os réus Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 105/257 OAB 2ª Fase não podiam contratar advogados e, por tal razão, foi-lhes nomeado pelo presidente do processo o nobre Defensor Público mencionado às fls. 91. É cediço que, havendo colisão de defesas, sendo contraditórias e antagônicas as versões apresentadas por co-réus no mesmo processo, não podem eles ter o mesmo defensor sob pena de restar configurada a falta de defesa, o que se deu no caso em tela, sem nenhuma sombra de dúvida. A partir do momento em que se dá um só defensor para acusados em posições conflitantes, não haverá defesa efetiva e, sendo assim, a Súmula 523, do STF, é peremptória no sentido de que a falta de defesa invalida irremediavelmente o processo. Requer a Defesa do recorrente que seja anulado o processo desde o interrogatório de fls. 91, quando lhe foi nomeado o mesmo defensor do co-réu. II - DA IMPRESTABILIDADE DA PROVA CONTRÁRIA AO RECORRENTE Estamos convictos de que a preliminar argüida não será ultrapassada, mas, por cautela, vamos rebater a alegação de há nos autos prova contrária ao recorrente e que justificaria sua condenação. Muito embora não tenha podido comprovar nenhum álibi pois que se encontra desempregado e mora sozinho, não poderia o recorrente ser condenado apenas com base nas palavras do outro acusado. Por tudo que foi colhido nos autos, para efetivar o seqüestro da vítima e tentar extorquir posteriormente a família da mesma, o réu X certamente contou com a ajuda de outros criminosos. Para proteger seus comparsas, X resolveu acusar o recorrente a quem conhecia apenas de vista e que sabia tratar-se de pessoa humilde, sem família e sem protetores. Veja-se que a delação deve ser tomada com reservas posto ser elemento colhido sem contraditório. Além do mais, na confissão-delação de fls. 87, X, estranhamente, não teve condições de descrever em que teria consistido a ajuda do recorrente. Que atos o recorrente teria praticado para ajudar X no seqüestro da vítima? Ora, a simples omissão no descrever a participação do recorrente já comprova o quanto basta que X o está acusando levianamente. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 106/257 OAB 2ª Fase Não havendo nenhum outro elemento contrário ao recorrente (lembre-se que ele não foi reconhecido pela vítima), impõe-se sua absolvição com base no art. 386, IV, do CPP. III – DA CONCLUSÃO Ante o brevemente exposto, requer o recorrente seja conhecida e provida a presenteapelação para anular-se o processo, conforme alegado, ou, se assim não entender este Egrégio Órgão Julgador, para se decretar a sua absolvição, com base no art. 386, IV, do Código de Processo Penal. Recife, 23 de abril de 2010. Advogado- OAB/PE no. XXX Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 107/257 OAB 2ª Fase MODELO II Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____.ª Vara Criminal da Comarca ____. Processo nº. ____ “Y” e “U”, qualificados a fls. ____, nos autos do processo que o Ministério Público lhes move, por sua advogada, vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformados com a respeitável sentença de fs. ____, interpor a presente APELAÇÃO com fundamento no art. 593, I, do Código de Processo Penal. Requerem que, após o recebimento desta, com as razões inclusas,ouvida a parte contrária, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça, onde serão processados e provido o presente recurso. Termos em que, Pedem deferimento. Comarca, data. _______________ Advogada Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 108/257 OAB 2ª Fase RAZÕES DE APELAÇÃO ____.ª Vara Criminal da Comarca ____. Processo n.o ____ Apelantes: “Y” e “U” Apelado: Ministério Público Egrégio Tribunal “Y” e “U” foram processados como incursos no art. 213, em combinação com os arts. 226, I, e 61, II, a, do Código Penal, porque, no dia ____, nas proximidades da Estrada ____, altura do quilômetro ____, por volta das ____ horas, teriam, em concurso de pessoas, constrangido “F” à conjunção carnal, mediante o emprego de violência. Segundo constou da denúncia, enquanto “U” segurava a vítima, seu namorado “Y” mantinha com ela conjunção carnal. O crime teria sido praticado por vingança, uma vez que “F” era inimiga de “U”, prejudicando-a, anteriormente, na empresa onde ambas trabalhavam. O MM. Juiz condenou-os ao cumprimento da pena de nove anos de reclusão, em regime inicial fechado, sem permitir que recorressem em liberdade. A respeitável decisão de fls. ____ merece ser reformada, pelos seguintes motivos: Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 109/257 OAB 2ª Fase I. DO CERCEAMENTO DE DEFESA Uma das testemunhas de acusação foi ouvida por precatória, expedida para a Comarca de ____, sem que a defesa tivesse sido cientificada da data da audiência naquele juízo. Por tal motivo, não foi possível comparecer ao ato, designando o juiz do foro deprecado um defensor ad hoc, o que, naturalmente, cerceou a defesa. Conforme já se sustentou na oportunidade das alegações finais, por mais empenho com que tenha agido aquele advogado, perguntas específicas que deveriam ter sido feitas e, em razão da ausência da defesa constituída, não se realizaram, prejudicando sobremaneira a defesa dos réus. Nesse prisma, feriu-se preceito constitucional, consistente na ampla defesa, bem como se viciou o ato, por ausência de fórmula essencial à sua efetivação, que é a intimação das partes (art. 564, IV, CPP). Requer-se, pois, a nulidade do feito, a partir da expedição da precatória para a Comarca de ____, refazendo-se a instrução com ampla possibilidade de participação da defesa, o que por certo acarreta na oportunidade de melhor detalhamento dos fatos, a ensejar a absolvição dos apelantes. II. MÉRITO 1. Da absolvição, por insuficiência de provas. Não há provas suficientes para a condenação dos réus, devendo prevalecer o princípio constitucional da presunção de inocência. A única pessoa a apontar os recorrentes como autores da infração penal foi a vítima, que, como explorado ao longo da instrução e reconhecido pela própria decisão atacada, é inimiga da ré “U”. Logo, suas declarações não são dignas de credibilidade e não podem sustentar a condenação. As demais testemunhas não presenciaram o momento em que os acusados estavam com a ofendida, de modo que nada podem informar a respeito. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 110/257 OAB 2ª Fase 2. Da aplicação errônea da pena. Somente para argumentar, caso não seja acolhida a preliminar levantada, nem tampouco o pedido de provimento do apelo para a absolvição dos réus, torna-se fundamental corrigir as distorções existentes na sentença condenatória. 2.1 Do afastamento da causa de aumento e do reconhecimento da participação de menor importância. O ilustre julgador aplicou um aumento de quarta parte, fundado na existênciade concurso de duas pessoas, valendo-se do disposto no art. 226, I, do Código Penal. Houve equívoco, na medida em que o referido aumento somente seria viável se os réus fossem, efetivamente, considerados co-autores. No caso presente, o autor do estupro teria sido “Y”, já que se trata de um crime próprio, cujo agente necessita ser do sexo masculino, pois o objetivo é manter conjunção carnal com mulher. Logo, a ré “U” seria apenas partícipe, não se podendo elevar a pena por conta disso. Argumentou-se, ainda, ser ela uma partícipe de menor importância, pois, a manter-se a condenação, deve-se levar em conta que houve apenas incentivo de sua parte à prática da relação sexual, mas não apoio material à conduta do réu “Y”. Visa-se, portanto, a aplicação do redutor previsto no art. 29, § 1.º, do Código Penal à apelante, bem como o afastamento do aumento de quarta parte em relação a ambos. 2.2 Do afastamento da agravante de motivação torpe. Inexiste prova concreta do motivo do delito. Levantou a acusação, desde o início, uma suposição, consistente em vingança, que caracterizaria, pois, a torpeza. Em primeiro lugar, nenhuma testemunha presenciou a suposta briga entre a apelante e a Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 111/257 OAB 2ª Fase vítima, quando trabalhavam juntas na empresa ____. E, ainda que tivessem divergências, não seria motivo suficiente para a determinação de um crime de tal gravidade. Em Direito Penal, nada se pode presumir, tornando-se fundamental a prova do alegado. Ausente esta, o ideal é o afastamento da agravante. 2.3 Da inviabilidade de consideração dos antecedentes na fixação da pena-base. O MM. Juiz, ao aplicar a pena-base, considerou que os réus teriam antecedentes, fazendo referência à folha de antecedentes, que acusa um inquérito arquivado pela prática de estelionato. Ora, esse registro não pode prestar à conclusão de terem os apelantes antecedentes. Em primeiro lugar, pelo fato de ter sido a investigação arquivada, logo, ausentes provas mínimas para justificar uma ação penal. Em segundo lugar, por viger o princípio constitucional da presunção de inocência, isto é, sem condenação com trânsito em julgado todo acusado é inocente, motivo pelo qual não possuem os apelantes qualquer antecedente criminal. 2.4 Da insuficiência dos argumentos quanto à personalidade dos réus. É inegável que o elemento relativo à personalidade constitui fator a ser considerado pelo magistrado quando proferir sentença condenatória (art. 59, CP). Porém, deve justificar seu entendimento e apontar quais falhas de caráter são, realmente, encontradas nos réus, à luz da prova produzida nos autos. Limitou-se o MM. Juiz a dizer que eles demonstraram “personalidade deturpada”, o que é insuficiente para a concretização de qualquer juízo negativo, permissivo de elevação da pena-base. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 112/257 OAB 2ª Fase III – DA CONCLUSÃO Ante o exposto, processado o presente recurso, aguardam os apelantes seja acolhida a preliminar de nulidade do processo, a partir da expedição da precatória. Assim não ocorrendo, esperam que haja o provimento do recurso para o fim de se decretar a sua absolvição, por insuficiência de provas. Finalmente, caso seja mantida a condenação, deve-se ajustar a pena ao patamar mínimo para o réu “Y” e abaixo do mínimo à ré “U”, que conta com causa especial de diminuição, aplicando-se o regime mais favorável possível para o início do cumprimento da pena. Comarca, data. _______________ Advogada Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 113/257 OAB 2ª Fase EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 1. NOÇÃO: o CPP prevê dois recursos que, em essência, se equivalem. O primeiro é conhecido por "embarguinhos", previsto no art. 382, CPP, que estatuí que "qualquer das partes poderá, no prazo de dois dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão". Este nome é criação doutrinária e forense dada aos "embargos de declaração" opostos perante juiz de primeiro grau, com o fim de diferenciá-los dos "embargos de declaração" manejáveis no âmbito dos tribunais. 2. FUNDAMENTO NORMATIVO: Arts. 382 (Sentença) e 619 (Acordão), ambos do CPP. Se se tratar de embargos de declaração no âmbito do juizado especial, o fundamento normativo da peça processual será o art. 83 da Lei nº 9.099/95. 3. INTERPOSIÇÃO: mediante petição dirigida ao mesmo órgão que proferiu a decisão a qual se atribua ambiguidade (A lei do juizado fala em “dúvida”), contradição, omissão ou obscuridade. O prazo no CPP para o seu ingresso é de dois dias contados da ciência do julgado, pela parte prejudicada. Se for no âmbito do juizado o prazo será de cinco dias. 4. CABIMENTO: contra ato judicial com conteúdo decisório. Não é necessária a oposição dos embargos de declaração para corrigir simples erro material, já que sanável a qualquer tempo, de ofício pelo juiz, ou por simples petição. 5. PROCESSAMENTO: julgados pelo próprio órgão prolator da decisão objurgada. Não há efeito regressivo ou suspensivo da decisão embargada, malgrado o prazo para apresentação dos demais recursos seja interrompido. Nos Juizados Especiais Criminais, além de o prazo de interposição ser diverso(cinco dias) haverá suspensão do prazo para o manejo dos demais recursos. Os embargos são apreciados pelo próprio juiz, que apenas abrirá vista para a parte contrária respondê-lo, caso o embargante pretenda conferir efeito infringente (ou modificativo) ao julgado. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 114/257 OAB 2ª Fase 6. JULGAMENTO: o juiz de primeiro grau proferirá sentença ou decisão, acolhendo (para solucionar a omissão, a obscuridade, a contradição ou a ambiguidade) ou rejeitando os embargos. A partir da intimação da sentença ou da decisão em embargos de declaração, o prazo para os demais recursos será integralmente devolvido. No âmbito dos tribunais, o CPP autoriza que o relator indefira monocrática e liminarmente os embargos de declaração, "se não preenchidas as condições enumeradas" no seu art. 620, caput. Se a parte, contudo, quiser ver seu pleito apreciado pelo órgão colegiado, cabe interpor o recurso de agravo (inominado ou regimental), em cinco dias. ESTRUTURA DA PEÇA (PETIÇÃO ÚNICA) 1. ENDEREÇAMENTO: ao juiz da decisão recorrida ou ao relator do acórdão; 2 . INDICAÇÃO DO NÚMERO DOS AUTOS; 3 . INTRODUÇÃO: nome, menção ao advogado, referência à decisão recorrida (“em face da sentença de fls.” ou “em face do acórdão de fls.”); 4 . RESUMO DA DECISÃO E EXPLICAÇÃO DO(S) PONTO(S) CONTRADITÓRIO(S), OMISSO(S), OBSCURO(S) OU AMBÍGUO(S) OU DUVIDOSO(S); 5 . APRESENTAÇÃO DAS NORMAS PERTINENTES, DA DOUTRINA E DA JURISPRUDÊNCIA APLICÁVEIS; 6 . REQUERIMENTO (“Diante do exposto, requer seja declarada a r. sentença – ou acórdão – complementando-a para sanar a ambiguidade (ou contradição/omissão/obscuridade/dúvida); 7. FECHO. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 115/257 OAB 2ª Fase MODELO I Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ____.ª Vara Criminal Federal da Subseção Judiciária ____. Processo n.º ____ “B”, qualificado a fls. ____, nos autos do processo-crime que lhe move o Ministério Público, inconformado com a respeitável sentença condenatória de fls.____, por seu advogado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência interpor os presentes EMBARGOS DE DECLARAÇÃO com fundamento no art. 382 do Código de Processo Penal, pelos seguintes motivos: O réu foi condenado à pena de dois anos de reclusão pela prática de sonegação de contribuição previdenciária, em regime aberto, e o douto julgador não fez qualquer menção, na decisão, a respeito da viabilidade de concessão de penas alternativas ou, pelo menos, da suspensão condicional da pena. Segundo o disposto no art. 59, IV, do Código Penal, após a fixação do montante e do regime, deve o juiz pronunciar-se acerca da substituição da pena privativa Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 116/257 OAB 2ª Fase de liberdade aplicada por outra espécie de pena. Se tal não se der, é fundamental que o magistrado, expressamente, manifeste-se a respeito da possibilidade de aplicação da suspensão condicional da pena (art. 77, III, CP). No caso presente, o MM. Juiz, ao fixar a pena no mínimo legal, bem como optar pelo regime aberto, deixou de se pronunciar com relação aos benefícios supra descritos, caracterizando hipótese de omissão, tal como descrito no referido art. 382 do CPP. Portanto, antes de ingressar com eventual recurso de apelação, é imperioso obter provimento jurisdicional disciplinando a concessão ou não dos benefícios penais aventados. Ante o exposto, requer o embargante se digne Vossa Excelência estabelecer, expressamente, se o réu tem direito à substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos ou, ao menos, à suspensão condicional da pena. Termos em que, Pede deferimento. Comarca, data. _______________ Advogado Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 117/257 OAB 2ª Fase MODELO II EXCELENTÍSSIMO SR. DR. DESEMBARGADOR-RELATOR PROCESSO Nº. 22/85 JOSEFINO PERDENHO, acusado, já qualificado nos autos do processo-crime em epígrafe, que a Justiça Pública lhe move por infração do art. 155, caput, do Código Penal (CP), por seu advogado infrafirmado, vem à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 619, do Código de Processo Penal (CPP), opor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ao ver. Acórdão proferido às fls. 333-335, pra ver declarada a sentença, suprindo-se sua omissão, nos termos dos articulados abaixo: Condenado em primeira instância, por infração ao art. 155, caput, do CP, à penafina de 1 (um) ano e 5 (cinco) meses de reclusão, com cumprimento do regime aberto, sem concessão sursis, o embargante postulou em recursos de apelação, sua absolvição e, como teses subsidiária, a concessão da suspensão condicional da pena. O ver. Acórdão, ora embargado, negou provimento ao recurso defensivo e manteve a condenação do embargante; contudo, deixou de apreciar eu pedido de sursis. Tendo a Segunda instância deixado de apreciar pedido da parte contido nas razões de apelação, emitiu acórdão eu não disse o que era indispensável dizer na correta lição de E. Magalhães de Noronha (Cf. Curso de Processo Penal, 25ª Ed., 1999, p. 500). Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 118/257 OAB 2ª Fase É para o feito de suprir a omissão do acórdão que se interpõe o presente recurso de embargos de declaração; pede-se, pois, em juízo de retratação, seja apreciado o pedido da defesa – concessão de sursis. Termos em que P. deferimento. São Paulo, 28 de julho de 2012. __________________________ Advogado OAB xxxx Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 119/257 OAB 2ª Fase CARTA TESTEMUNHÁVEL 1. NOÇÃO: o juiz prolator de decisão recorrida poderia, simplesmente, não processar a impugnação, sem que a remetesse para instância superior, evitando, assim, que a decisão fosse reformada, e não se sujeitasse à atividade jurisdicional a controle. Daí ter o legislador previsto recurso cujo regramento tem o condão de fazer chegar ao conhecimento do tribunal matéria recursal cujo seguimento foi obstado ilegalmente. A carta testemunhável deve conter todos os elementos necessários para que o tribunal aprecie o mérito do recurso não recebido pelo juiz a quo. Todavia, a falta dos documentos imprescindíveis a este desiderato não implicará, de plano, o seu não conhecimento pelo órgão jurisdicional de segundo grau. Nesse caso, o tribunal pode conferir à carta o efeito de destrancar o recurso, mandando processá-lo (art. 644, CPP). É ônus da parte indicar as peças processuais que devam instruir o recurso – pelo menos para esse fm -, não sendo admtida a conversão em diligência pelo tribunal. 2. INTERPOSIÇÃO: através de petição, no prazo de quarenta e oito horas contadas da intimação do despacho denegatório do recurso ou da ciência do seu não processamento regular. O escrivão (ou o diretor de secretaria ou o secretário do tribunal) dará recibo à parte da petição recursal que deverá conter a indicação das peças do processo a serem trasladadas (art. 640, CPP). Com efeito, a entrega da carta, que conterá certidão circunstanciada e as peças trasladadas, tem o fito de assegurar ao interessado a possibilidade de reclamar/representar, mediante protocolização diretamente ao tribunal, se o juízo de primeiro grau persistir em negar seu processamento. 3. CABIMENTO: trata-se de recurso subsidiário. O seu cabimento depende da inexistência de previsão de outro recurso. O art. 639, CPP, dispõe que será dada carta testemunhável: (1) "da decisão que denegar o recurso"; e, (2) "da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e seguimento para o juízo adquem.” Observe que o CPP não especifica qual seria o recurso que deveria ser denegado para que fosse cabível a carta testemunhável. Poderia ser o recurso de apelação? Não, porque se o juiz denegar a apelação ou negar seguimento, é caso de se Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 120/257 OAB 2ª Fase ingressar com o recurso em sentido estrito (art. 581, inciso XV, do CPP). Então qual seria o recurso referido no art. 639 do CPP. A resposta está prevista no art. 641 do CPP: “Art. 641. O escrivão, ou o secretário do tribunal, dará recibo da petição à parte e, no prazo máximo de cinco dias, no caso de recurso no sentido estrito, ou de sessenta dias, no caso de recurso extraordinário, fará entrega da carta, devidamente conferida e concertada.” No entanto, atualmente, não é mais cabível carta testemunhável para destrancar o recurso extraordinário, uma vez que o art. 28 da Lei nº. 8.038/90 aduz ser cabível o agravo de instrumento no prazo de 5 (cinco) dias. ATENÇÃO A jurisprudência tem entendido que também cabe carta testemunhável para a hipótese de denegação ou negativa de seguimento do recurso de AGRAVO EM EXECUÇÃO. 4. PROCESSAMENTO: preconizado pelo art. 643, CPP. O rito recursal da carta testemunhável, se dirigida contra decisão do juiz de primeiro grau de jurisdição, é o estabelecido para o recurso em sentido estrito, nos artigos 588 a 592, do CPP. A previsão de recurso de agravo interno (ou regimental), no âmbito dos tribunais, constantes das leis específicas e dos respectivos regimentos internos, tornou ociosa a disciplina da carta testemunhável contra decisão denegatória de membro de órgão colegiado. A carta testemunhável terá os efeitos devolutivo e regressivo. Interposta contra decisão denegatória do juiz de primeiro grau, terá o se- guinte processamento (artigos 588-592, CPP): (1) extraída a carta e entregue à parte interessada, o escrivão certificará de forma circunstanciada; (2) se a petição de interposição estiver desacompanhada de razões, será dada vista ao recorrente, para arrazoar o recurso, em dois dias; (3) se já estiver acompanhada de razões recursais ou decorrido o prazo sem apresentação, será intimada a partecontrária para contra- arrazoar também em dois dias; (4) com resposta do recorrido ou sem ela, o juiz exercerá juízo de retratação ou de sustentação de sua decisão, com possibilidade de, em caso de reforma de sua decisão, a parte contrária recorrer, por simples petição, quando não será mais possível outro exercício de retratação; e, (5) após a publicação da decisão de Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 121/257 OAB 2ª Fase sustentação do juízo de primeiro grau, tem-se o prazo de cinco dias para apresentação dos autos recursais à instância ad quem. 5. JULGAMENTO: a carta testemunhável será distribuída a um relator, membro do tribunal com competência para processá-la e julgá-la, incidindo a disciplina normativa do recurso em sentido estrito esposada anteriormente. Na instância competente para o seu exame, "o tribunal, câmara ou turma a que competir o julgamento da carta, se desta tomar conhecimento, mandará processar o recurso, ou, se estiver suficientemente instruída, decidirá logo, de meritis" (art. 644, CPP), devendo ocorrer, após publicada a decisão, a devolução dos autos, dentro de cinco dias, ao juiz a quo (art. 592, CPP). Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 122/257 OAB 2ª Fase ESTRUTURA DA PEÇA PEÇA DE INTERPOSIÇÃO: 1. ENDEREÇAMENTO: ao escrivão do ofício onde tramita o processo; 2. INDICAÇÃO DO NÚMERO DOS AUTOS; 3. INTRODUÇÃO: nome, menção ao advogado, referência a decisão recorrida, fundamento legal; 4. PEDIDO DE RETRATAÇÃO; 5. INDICAÇÃO DAS PEÇAS A SER TRASLADADAS (TODAS AS PEÇAS QUE COMPÕEM OS AUTOS); 6. FECHO RAZÕES RECURSAIS 1. ENDEREÇAMENTO: ao tribunal competente (é praxe também se dirigir ao membro do MP); 2. MENÇÃO AO NÚMERO DOS AUTOS, AO RECORRENTE (TESTEMUNHANTE) E AO RECORRIDO (TESTEMUNHADO); 3. RESUMO DA PROBLEMÁTICA QUE ENSEJOU A IMPUGNAÇÃO; 4. APRESENTAÇÃO DOS FUNDAMENTOS LEGAIS, DOUTRINÁRIOS E JURISPRUDENCIAIS; Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 123/257 OAB 2ª Fase 5. CONCLUSÃO (“Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, determinando-se o processamento do RSE ou agravo...”); 6. FECHO Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 124/257 OAB 2ª Fase MODELO I ILUSTRÍSSIMO SENHOR ESCRIVÃO-DIRETOR DO ____.º OFÍCIO CRIMINAL DA COMARCA ____. PROCESSO N.º ____ “Q”, qualificado a fls. ___, nos autos do processo-crime que lhe move o Ministério Público, por seu advogado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Senhoria, inconformado com a decisão de fs. ____, que não admitiu o processamento de recurso em sentido estrito, interpor a presente CARTA TESTEMUNHÁVEL com fundamento no art. 639, I, do Código de Processo Penal, para que seja devidamente recebida, processada e encaminhada ao Egrégio Tribunal de Justiça. Desde logo, apresenta as anexas razões e a lista das peças indicadas para a formação do traslado: ____. COMARCA, DATA. _______________ DEFENSOR Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 125/257 OAB 2ª Fase RAZÕES DO RECURSO ____.ª Vara do Júri da Comarca da ____. Processo n.º ____ Pelo testemunhante: “Q” Testemunhado: Ministério Público Egrégio Tribunal O réu “Q” foi pronunciado, como incurso no art. 121, caput, do Código Penal, com direito de aguardar o julgamento pelo Tribunal do Júri em liberdade. O defensor constituído, tomando ciência da decisão de pronúncia em cartório, deixou de interpor recurso em sentido estrito, por achar conveniente a pronta realização do julgamento pelo Tribunal do Júri e, conseqüentemente, aanálise definitiva acerca do mérito. Entretanto, o MM. Juiz determinou a expedição de mandado para que o acusado fosse cientificado da sentença pessoalmente. No ato da intimação, o testemunhante assinou termo de recurso, por entender que seria conveniente a revisão do julgado pelo Tribunal de Justiça. Em face disso, possuindo o réu legitimidade para recorrer das decisões que não lhe forem favoráveis, o defensor apresentou as razões, mas o ilustre magistrado indeferiu o processamento, sob o argumento de que havia decorrido o prazo, levando em consideração, apenas, a intimação da defesa técnica. Com essa decisão não se pode aquiescer. É preciso ressaltar que, em homenagem ao princípio constitucional da ampla defesa, pode o réu exercê-la diretamente (autodefesa) e por meio do seu defensor. Aliás, justamente por tal motivo o MM. Juiz determinou que ambos fossem intimados da pronúncia. Não é cabível, portanto, o indeferimento do recurso apresentado pelo acusado, até por que a defesa técnica com ele concordou e apresentou as devidas razões. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 126/257 OAB 2ª Fase Não há divergência entre autodefesa e defesa técnica, devendo haver o processamento do recurso em sentido estrito desta feita. Ressalte-se que, havendo dupla intimação, o prazo somente se esgotaria se ambos tivessem permitido o trânsito em julgado da decisão. Ante o exposto, aguarda o testemunhante seja dado provimento ao presente recurso, determinando-se o processamento do recurso em sentido estrito, possibilitando a nova análise da sentença de pronúncia, pois assim fazendo estará esse Egrégio Tribunal realizando a tão aguardada JUSTIÇA. Comarca, data. _______________ Defensor Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 127/257 OAB 2ª Fase MODELO II Ilmo. Sr. Escrivão (ou Chefe de Secretaria) da 3ª Vara Criminal de Recife/PE Processo nº xxxxx (TESTEMUNHANTE), já qualificado nos autos, por seu procurador adiante assinado, vem, respeitosamente, perante V .Sa., nos autos da Ação Penal que lhe move a Justiça Pública, não se conformando, data vênia, com a decisão de fls.___, que DENEGOU O SER OU AGRAVO EM EXECUÇÃO OU NEGOU SEGUIMENTO AO RSE OU AGRAVO, recorrer da mesma, o que faz com fundamento no art. 639, I ou II, do CPP, requerendo seja a presente carta devidamente recebida, processada e encaminhada ao Egrégio Tribunal de Justiça, indicando as peças que devem ser trasladadas: a) b) c) d) e) f) Pede deferimento. Recife, 18 de agosto de 2010. Advogado- OAB/PE no. XXX Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 128/257 OAB 2ª Fase RAZÕES DE CARTA TESTEMUNHÁVEL Processo nº. Vara de Origem: Testemunhante: Testemunhado: EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO COLENDA CÂMARA, PRECLAROS MAGISTRADOS, DIGNA PROCURADORIA DE JUSTIÇA Não se conformando, com a devida vênia, com a decisão de fls. 671, que denegou o recurso em sentido estrito, tempestivamente interpõe a defesa de (TESTEMUNHANTE) a presente carta testemunhável, consoante permissão inserida no art. 639, CPP, por entender que o magistrado prolator não laborou com o costumeiro acerto. Em 21 de julho do corrente ano, o réu, ora recorrente, foi pronunciado pelo homicídio de CARLOS ROBERTO DA SILVA. Sendo intimado da decisão que julgou admissível a acusação para submetê-lo a julgamento popular, o recorrente afirmou ao Sr. Oficial de Justiça que não recorreria (vide certidão de fls. 693v). Logo em seguida, o subscritor destas razões foi intimado e, no prazo legal de 5 (cinco) dias, interpôs o recurso em sentido estrito contra a decisão de pronúncia do seu cliente, por entender que nos autos não há sequer indícios de autoria, de maneira que se mostra equivocada a admissão da acusação, merecendo ela a devida reforma. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 129/257 OAB 2ª Fase Ocorre que, fazendo o juízo de admissibilidade do recurso em sentido estrito, entendeu Sua Excelência que a demonstração de inconformismo não poderia ser conhecida, uma vez que o réu "renunciara ao direito de interpor o recurso contra a decisão de pronúncia". Ora, sabemos que não somente a instância ad quem, mas também a instância a quo faz a investigação prévia (porque antecede o julgamento de mérito) sobre o cabimento do recurso e se aquele que o interpôs observou todas as formalidades legais, dentre as quais a ausência de quaisquer fatosobstativos do seu conhecimento. Não se desconhece, igualmente, que dos fatos que impedem o conhecimento do recurso, destacam-se a renúncia e a desistência. Embora não haja dúvida de que a Defesa pode renunciar e desistir do recurso, não se pode olvidar que às vezes há divergência entre a vontade ou o comportamento do réu e a vontade do advogado, responsável pela defesa técnica. E não obstante haja fundada divergência a respeito de qual vontade deve prevalecer, tem prevalecido o entendimento de que tem preponderância a vontade de quem deseja o recurso, já que este só pode manter ou melhorar a situação do réu, jamais lhe traria gravames. Quanto ao caso de que tratamos, é discutível se houve ou não renúncia pelo simples fato de o Oficial de Justiça haver certificado que o réu afirmara que não recorreria. De qualquer forma, ainda que renúncia tenha existido, o comportamento do réu não impede o conhecimento do recurso interposto pelo advogado. Relembre-se a Súmula 705, do STF: “A renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do defensor, não impede o conhecimento da apelação por este interposta.” É óbvio que a Súmula trata de apelação, mas se aplica em qualquer outra hipótese de recurso. Assim, sendo, o recurso em sentido estrito interposto pelo advogado do réu não poderia ter sido denegado, devendo ser reformada a decisão que ora se combate. Assim, espera e confia seja dado provimento ao presente recurso para determinar-se o processamento do recurso em sentido estrito e, considerando que o Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 130/257 OAB 2ª Fase instrumento traz todas as peças do processo, requer a aplicação do art. 644, julgando- se, desde logo, de meritis, o recurso obstado para se despronunciar o recorrente, por ser de inteira justiça. Nestes termos, Pede deferimento. Recife, 18 de agosto de 2010. Advogado - OAB/PE nº XXX Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 131/257 OAB 2ª Fase HABEAS CORPUS 1. NOÇÕES INICIAIS O Habeas Corpus é um remédio judicial que tem por finalidade evitar ou fazer cessar a violência ou a coação à liberdade de locomoção decorrente da ilegalidade ou abuso de poder. Embora inserido no Código de Processo Penal entre os recursos, trata-se de verdadeira ação autônoma de impugnação, cuja tramitação pode ocorrer antes mesmo do inicio da ação penal propriamente dita (a condenatória). O CPP aduz em seu art. 654, § 2º, que qualquer juiz ou tribunal tem competência para expedir de ofício ordem de Habeas Corpus, quando no curso do processo verificarem que alguém sofre ou está na ameaçado de sofrer lesão ao seu direito de locomoção. Apesar de não haver um consenso na doutrina quanto às espécies de Habeas Corpus, podemos se dividi-los em algumas modalidades: 1. HC Repressivo: é aquele impetrado quando a liberdade de locomoção já está cerceada. Neste o provimento jurisdicional requerido deverá ser a expedição de um Alvará de Soltura. 2. HC Preventivo: é aquele quando existe risco iminente de cerceamento da liberdade. O provimento jurisdicional desejado será um salvo-conduto. 3. HC Suspensivo: ocorre quando já existe constrangimento ilegal, mas o sujeito ainda não foi preso. Nele, o mandato de prisão já foi expedido, mas ainda não se concretizou. O provimento jurisdicional desejado será a expedição de um contra mandado de prisão. 4. HC Profilático: destinado a suspender atos processuais ou impugnar medidas que possam importar em prisão futura com aparência de legalidade, porém intrinsecamente cominada por ilegalidade anterior. Basicamente, é cabível quando a ameaça é apenas remota ao direito de locomoção, mas é possível. Neste tipo de habeas corpus o provimento jurisdicional é diverso, dependendo de cada caso concreto. No habeas corpus profilático você pode pedir qualquer tipo de providência adequada a fazer cessar a Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 132/257 OAB 2ª Fase ameaça remota ao direito de locomoção do paciente (ex. o trancamento de um inquérito policial ou de uma ação penal quando instaurados de forma flagrantemente ilegal (HC Trancativo), a nulidade um ato ou de todo o processo (HC Nulificador), o reconhecimento com o consequente desentranhamento de uma prova ilícita, etc.). Observe que essa amplitude nas hipóteses de cabimento do habeas corpus só foi possível porque a atual Constituição Federal não mais exige para impetração do remédio constitucional que a ameaça existente ao direito de locomoção seja iminente, bastando que exista ameaça, mesmo que seja remota (art. 5º, LXVIII da CF). 2. FUNDAMENTO NORMATIVO: O habeas corpus tem previsão legal nos art. 647 ao 667 do CPP. Vem disciplinado como garantia fundamental no art. 5°, LXVIII da CF. 3. CABIMENTO: Caberá o habeas corpus nas hipóteses previstas no art. 648 do CPP, valendo ressaltar que não são hipóteses taxativas. 4. PRAZOS E PROCEDIMENTO: Não há prazo para impetração do remédio heroico. O Habeas Corpus pode ser impetrado por qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira (a impetração deve ser em língua portuguesa), alfabetizada ou não (se for analfabeto alguém vai assinar a rogo), menor ou maior de idade e pelo Ministério Público (Art. 654 do CPP). ATENÇÃO O habeascorpus independe de habilitação legal ou representação de advogado, dispensada a formalidade da procuração. Só não se admite habeas corpus apócrifo (anônimo). A petição inicial deve observar os requisitos previstos no Art. 654 do CPP. O § 2º do Art. 660 (fundamento da concessão de liminar) aduz que se os documentos que instruírem a inicial evidenciarem a ilegalidade da coação, o juiz ou tribunal ordenará que cesse imediatamente a lesão ou ameaça de lesão ao direito de locomoção do paciente. Recebida a petição, se o réu estiver preso, o Juiz poderá determinar que seja imediatamente apresentado, em dia e hora que designar. O paciente preso só não será apresentado no caso de grave enfermidade, não estar sob a guarda do pretenso coator Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 133/257 OAB 2ª Fase ou se o comparecimento não tiver sido determinado pelo juiz ou pelo tribunal. (art. 657, CPP). No caso de impossibilidade de comparecimento do paciente perante o juiz, o este poderá ir ao local em que o paciente estiver. Poderá, ainda, o órgão jurisdicional, se entender necessário, requisitar informações a autoridade apontada como coatora. O CPP não diz qual o prazo para essas informações, devendo ser fixado pelo juiz no caso concreto. ATENÇÃO Importa anotar que, muito embora se exija que a petição inicial esteja acompanhada de prova pré-constituídas que comprovem a ameaça ou coação ilegal, não há vedação absoluta ao exame de provas por ocasião do julgamento. Nesse sentido, inclusive, já se manifestou o Superior Tribunal de Justiça: “quando fundado, por exemplo, na alegação de falta de justa causa, impõe-se sejam as provas verificadas. O que se veda no habeas corpus, semelhantemente, ao que acontece no recurso especial, e a simples apreciação das provas, digamos, a operação mental de conta, peso e medida dos elementos de convicção” (STJ. HC 150.608. 6ª Turma. Relator: Nilson Naves. Dj. 24/8/2010). Uma observação se faz necessária sobre a possibilidade de apresentação de parecer pelo Ministério Público em habeas corpus. É preciso distinguir se o writ é de competência de tribunal ou de juiz de primeira instância. Se for perante o Tribunal há oportunidade para manifestação do Ministério Público, consoante Decreto nº. 552/1969, no prazo de 2 dias, após o qual, segundo o § 1º do art. 1º, “com ou sem parecer os autos serão conclusos”. No primeiro grau não há previsão legal de abertura de prazo para parecer do Parquet, sendo ele apenas intimado da decisão tomada em sede de cognição sumária, podendo recorrer, consoante art. 581, inciso X, do CPP. O CPP determina que uma vez efetuadas as diligências, e interrogado o paciente, o juiz decidirá, fundamentadamente, no prazo de 24 horas, esclarecendo que caso a decisão seja favorável ao paciente, será ele logo posto em liberdade, salvo se por outro motivo deva permanecer preso. 5. EFEITOS: A concessão de habeas corpus liberatório implica seja o paciente posto em liberdade, salvo se por outro motivo deva ser mantido na prisão (art. 660, § 1° Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 134/257 OAB 2ª Fase do CPP). Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaça de violência ou coação ilegal, será expedida ordem de salvo-conduto em favor do paciente. Se a ordem for concedida para anular o processo, este será renovado a partir do momento em que se verificou a eiva (art. 652 do CPP). Quando a ordem for concedida para trancar inquérito policial ou ação penal, esta impedirá seu curso normal. A decisão favorável do habeas corpus pode ser estendida a outros interessados que se encontrarem em situação idêntica à do paciente beneficiado (art. 580, CPP aplicável por analogia). ESTRUTURA DA PEÇA 1. ENDEREÇAMENTO: autoridade judiciária do local onde ocorrer a coação ou ameaça de coação ilegal, imediatamente superior à coatora (sendo a competência de um tribunal, a petição é dirigida ao presidente da corte); 2. INTRODUÇÃO: nome do impetrante e respectiva qualificação, fundamento legal, qualificação do paciente, menção ao coator; 3. DESCRIÇÃO DOS FATOS QUE CONSTITUEM A COAÇÃO OU AMEAÇA DE COAÇÃO; 4. REFERÊNCIA À LEGISLAÇÃO, DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA; 5. REQUERIMENTOS: A) Observe se já não é o caso de pedir a concessão de liminar com fundamento no art. 660 § 2, do CPP; B) intimação do MP para ofertar parecer se o HC for impetrado em Tribunal; C) pedidos principais: - Em caso de HC preventivo: salvo-conduto; - Em caso de mandado de prisão expedido (HC suspensivo): contramandado de prisão; - Em caso de ordem de prisão já cumprida: alvará de soltura; Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 135/257 OAB 2ª Fase - Em caso de prisão preventiva sem motivos: revogação + item A ou B, se for o caso; - Em caso de nulidade parcial ou total: decretação da nulidade “a partir da citação” (exemplo de nulidade parcial) ou “decretação da nulidade do processo ab ovo”; - Trancamento de IP ou de Ação penal, reconhecimento de ilicitude de prova com o consequente desentranhamento, etc. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista:Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 136/257 OAB 2ª Fase MODELO I Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente da Seção Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. “M” (nome), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), titular de carteira de identidade Registro Geral n.º ____, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o n.º ____, domiciliado em (cidade), onde reside (rua, número, bairro), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência impetrar a presente ordem de HABEAS CORPUS com pedido liminar, em favor de “L” (Nome), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), titular de carteira de identidade Registro Geral n.o ____, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o n.o ____, atualmente recolhido no presídio ____, com fundamento no art. 5.º, LXVIII, da Constituição Federal, em combinação com o art. 648, I, do Código de Processo Penal, apontando como autoridade coatora o MM. Juiz da ____.ª Vara Criminal de ____, pelos seguintes motivos: O paciente foi processado e condenado, como incurso nas penas do art. 157, caput, c/c art. 14, II, do Código Penal, ao cumprimento da pena de dois anos de reclusão Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 137/257 OAB 2ª Fase e ao pagamento de cinco dias-multa, calculado cada dia no mínimo legal, em regime inicial fechado, como retrata a fundamentação da sentença de 1.º grau, em anexo. Entretanto, o MM. Juiz sentenciante baseou-se, para a fixação do regime fechado, exclusivamente, na gravidade do fato, afirmando que todo delito de roubo, na forma consumada ou tentada, deve provocar o encarceramento do acusado. Apesar disso, não deixou de reconhecer, de forma expressa, na decisão condenatória, tratar-se de réu primário, de bons antecedentes, sem enumerar qualquer razão negativa em relação à sua personalidade. Equivocou-se o ilustre julgador, uma vez que o art. 33, § 2.º, c, do Código Penal, possibilita a fixação do regime aberto para condenação que não ultrapasse o montante de quatro anos de reclusão, desde que se cuide de réu primário, exatamente o caso do paciente. Saliente-se, ainda, que a única possibilidade de eleição do regime fechado inicial, para hipóteses de penas inferiores a quatro anos, seria a consideração fundamentada das circunstâncias do art. 59 do Código Penal, como prevê o art. 33, § 3.º, do mesmo Código. Não há qualquer referência negativa à pessoa do réu na sentença, concluindo-se que a motivação do regime fechado concentrou-se na gravidade abstrata do delito, o que não se permite seja feito. Aliás, nessa ótica, vale conferir o teor da Súmula 718 do Supremo Tribunal Federal: “A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada”. Sob outro aspecto, o réu tem o direito de apelar em liberdade, já que inexistentes os requisitos para a prisão preventiva previstos no art. 312 do Código de Processo Penal. Por isso, configurou-se constrangimento ilegal, já que inexiste justa causa para a coação. Doutrina: Jurisprudência: Portanto, a coação ilegal é visível não somente pelo direito do réu de recorrer em liberdade, o que não lhe foi permitido na decisão condenatória, mas também por fazer jus ao início do cumprimento da pena no regime aberto. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 138/257 OAB 2ª Fase Da Concessão de Liminar Requer-se seja concedida a ordem de habeas corpus, liminarmente, em favor de “L”, para o efeito de, reconhecendo-se a ilegalidade praticada, determinar a imediata expedição do alvará de soltura, para que possa aguardar o resultado de seu recurso em liberdade. O cabimento da medida liminar justiça-se por ter ficado evidenciado o fumus boni juris (direito de recorrer em liberdade) e o periculum in mora (o réu já se encontra encarcerado por decisão do juiz da condenação). Ante o exposto, distribuído o feito a uma das Câmaras Criminais, colhidas as informações da autoridade coatora e ouvido o Ministério Público, requer-se a definitiva concessão da ordem de habeas corpus, mantendo-se o acusado solto até a decisão final. Termos em que, Pede deferimento. Comarca, data. _______________ Impetrante Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 139/257 OAB 2ª Fase MODELO II EXMO. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE PERNAMBUCO (IMPETRANTE), brasileiro, solteiro, advogado inscrito na OAB/PE sob o número ___, com escritório na rua da Aurora, 142, Santo Antônio, nesta cidade, local em que recebe intimações, vem, respeitosamente, perante este Egrégio Tribunal impetrar ORDEM DE HABEAS CORPUS em favor de(PACIENTE), brasileiro, solteiro, filho de Manoel e de Maria, residente na tua do Castelo, 241, bairro da Mustardinha, nesta cidade, atualmente recolhido Ao Presídio Aníbal Bruno, contra ato do Exmo. Sr. Juiz da 2a Vara Criminal do Recife – COATOR -, com base no art. 5°, LXVIII, da CF, e art. 648, II, do Codigo de Processo Penal, expondo o seguinte: 1. O paciente foi preso em 17 de junho de 2005 por policiais militares lotados no Batalhão de Choque, sob a acusação de ter estuprado uma jovem de 14 anos, crime previsto no art. 213 do Código Penal. Lavrado o flagrante, foi o paciente encaminhado ao Presídio Aníbal Bruno, onde se encontra custodiado até a presente data. Ofertada pelo Órgão do Ministério Público com atribuições para tanto, a denúncia foi recebida pelo Exmo. Sr. Juiz da 2a Vara Criminal desta Capital apenas em 30 de julho de 2005 e dos atos todos de instrução poucos foram praticados, restando ainda a ouvida das testemunhas de defesa e os posteriores. 2. Está consagrado em nosso sistema normativo que a instrução criminal, sob pena de configurar-se o excesso, deve findar-se em prazo razoável. Doutrina e jurisprudência têm entendido que, no rito ordinário, como no caso em tela, esse prazo é de 81 dias (v.g. TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. São Paulo: Saraiva, 1990, tomo IV, p. 243). 3. É bem verdade que o mencionado prazo é flexibilizado em determinadas circunstâncias, tais como: instrução probatória já encerrada (Súmula 52, STJ), excesso Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 140/257 OAB 2ª Fase causado por demora processual não imputável ao juiz ou em casos complexos (multiplicidade de réus, diligências fora da comarca, incidente de insanidade mental), e quando o excesso é atribuível a manobras da própria Defesa. 4. Ora, nenhuma dessas circunstâncias que levam os tribunais a relativizar o prazo de 81 dias está presente no caso discutido. Com efeito, ultrapassados 8 meses, ainda não foram ouvidas as testemunhas de defesa, sem que ao paciente possa ser imputada a demora. Ressalte- se que o paciente é réu único no processo e nenhum incidente que justificasse a excessiva dilação se verificou. 5. É patente, assim, o excesso de prazo que submete o paciente a constrangimento ilegal e reclama o relaxamento da prisão. 6. O constrangimento que sofre o paciente pode ser verificado prima facie e, por esse motivo, impõe-se a concessão de liminar para fazer cessar a coação que sérios prejuízos têm causado ao paciente, impossibilitado que está de cuidar de seus cinco filhos e esposa, provendo-Ihes o sustento, de retornar aos seus compromissos de trabalho e poder mais facilmente ter acesso aos elementos que possam comprovar a sua inocência. 7. Mostra-se imprescindível que se faça restaurar a legalidade com o deferimento liminar da soltura do paciente e conseqüente expedição do competente alvará de soltura, e, requisitadas as informações à autoridade coatora e demais trâmites legais, que ao final seja concedida a ordem ora impetrada, ante o excesso de prazo em decorrência do tempo da prisão. Nestes termos, Pede deferimento. Recife, 08 de abril de 2010 Advogado- OAB-PE no, XXX Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 141/257 OAB 2ª Fase EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE 1. NOÇÕES INICIAIS É um recurso que visa ao reexame de decisões não unânimes proferidas em segunda instância e desfavoráveis ao acusado, a ser apreciado no âmbito do próprio tribunal julgador. Os embargos serão infringentes quando a não unanimidade recair sobre o mérito da apelação ou do recurso em sentido estrito, visando à reforma do julgado anterior. De outro lado, serão de nulidade quando impugnarem a discrepância de votação no que concerne à matéria de admissibilidade recursal, ou seja, processual, objetivando nidificação do julgamento anterior. 2. INTERPOSIÇÃO: por petição, acompanhada de razões, no prazo de dez dias, a contar da publicação do acórdão. Conquanto não haja previsão legal de resposta do embargado, diante da possibilidade de modificação do julgado, deve haver intimação da acusação para contra-arrazoar os embargos no mesmo prazo de dez dias. 3. CABIMENTO: contra decisões proferidas em sede de apelação, agravo em execução e de recurso em sentido estrito, quando não houver unanimidade e for o acusado sucumbente na parte objeto de divergência. É recurso privativo da defesa e tem como pressuposto que o réu tenha recorrido em sentido estrito ou apelado da decisão de primeiro grau de jurisdição. Para que seja admissível a interposição dos embargos infringentes, é preciso que: (1) a decisão não seja unânime e que o voto discrepante seja favorável ao acusado; (2) a petição de embargos infringentes obedeça à delimitação recursal constante da divergência parcial da votação; (3) a decisão decorra de julgamento de apelação ou de recurso em sentido estrito; (4) o acórdão seja proferido por tribunal, não sendo admissível de decisão de turma recursal no âmbito dos juizados especiais criminais. 4. PROCESSAMENTO: interpostos os embargos infringentes e de nulidade, o MP (pessoalmente) ou o querelante (via imprensa) serão intimados para oferecer contrarrazões em dez dias. Instruído o recurso, deve ser seguido o rito dos recursos de apelação e em sentido estrito. Esses recursos não têm efeito suspensivo, não havendo previsão de recolhimento ao cárcere para que o recurso seja admitido. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.comPrática Processual Penal 142/257 OAB 2ª Fase 5. JULGAMENTO: o tribunal, ao apreciar os embargos, "pode ficar com os votos vencedores ou com os vencidos (ou vencido) ou adorar uma terceira solução intermediária, entre ambas", tal como se dá quando "há um voto negando provimento ao recurso, outro dando provimento integral e um terceiro dando provimento parcial", devendo prevalecer este último "como voto médio" (Mirabete). Se houver empate, porém, deve prevalecer, em matéria criminal, a solução mais favorável ao acusado. ESTRUTURA DA PEÇA PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO: 1. ENDEREÇAMENTO: ao relator do acórdão atacado; 2. INDICAÇÃO DO NÚMERO DO RECURSO (APELAÇÃO, RSE OU AGRAVO); 3. INTRODUÇÃO: nome, menção ao advogado, referência à decisão recorrida, fundamento legal; 4. PEDIDO DE PROCESSAMENTO; 5. FECHO RAZÕES RECURSAIS 1. ENDEREÇAMENTO: ao tribunal competente (é praxe também se dirigir ao membro do MP); 2. MENÇÃO AO NÚMERO DOS AUTOS, AO RECORRENTE E AO RECORRIDO; Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 143/257 OAB 2ª Fase 3. RESUMO DA PROBLEMÁTICA QUE ENSEJOU A IMPUGNAÇÃO (RESTRITA AO VOTO VENCIDO); 4. APRESENTAÇÃO DOS FUNDAMENTOS LEGAIS, DOUTRINÁRIOS E JURISPRUDENCIAIS; 5. CONCLUSÃO (“Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso para prevalecer o voto vencido etc”); 6. FECHO. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 144/257 OAB 2ª Fase MODELO I Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator do Acórdão n.o____ da ____.ª Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Referente Apelação n.o ____ “V”, já devidamente qualificado nos autos, por seu procurador e advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de V.Exa. opor EMBARGOS DE NULIDADE ao venerando acórdão, com fundamento no art. 609, parágrafo único, do Código de Processo Penal, para tanto requerendo seja recebido e ordenado o processamento do presente recurso, frente as razões sustentadas em apartado. Termos em que, Pede Deferimento. Comarca, data. _______________ Advogado Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 145/257 OAB 2ª Fase RAZÕES DO RECURSO Pelo embargante: “V” Embargado: Ministério Público Apelação n.o ____ Egrégio Tribunal O embargante obteve, em sentença proferida em 1.º grau, condenação por conduta prevista no art. 213 do Código Penal, impingindo-lhe pena de seis anos de reclusão. Inconformado com teor da decisão, houve por bem o ora embargante recorrer da mesma, negando os fatos de modo geral e, especificamente, sua participação em qualquer tipo de conduta que gerasse à vítima o aviltamento de sua liberdade para prática de conjunção carnal. A decisão em 2.º grau, contudo, não foi unânime em confirmar a sentença proferida no juízo singular. Em verdade, foi confirmada a sentença atacada em decisão de cunho majoritário, a sustentar a hipótese do presente recurso, ora interposto, em torno do voto vencido. Sustenta, desta feita, os presentes embargos, o voto que com acerto identificou flagrante ilegitimidade ad causam, uma vez que a vítima, em princípio, teria legitimado o Ministério Público à propositura da ação penal, por falta de recursos financeiros para a sua sustentação. Ocorre que tal legitimação, conforme expressa previsão legal, dá-se através de representação, o que não houve no caso em tela. O digno Promotor de Justiça oficiante tomou por termo as declarações da vítima sem a acuidade que seria de se esperar, lavrando documento de conteúdo inconsistente, sem especificação autorizadora para a condução da competente ação. Olvidando tratar-se de menor, pelo que não devidamente autorizada por representante legal, nem por ele se fazendo acompanhar, Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 146/257 OAB 2ª Fase não poderia ensejar as providências processuais, especialmente porque deixou de assinar o referido termo lavrado, singela-mente denominado de “termo de declarações”. Ainda que não se sustente excessivo rigorismo, as judiciosas considerações externadas no voto vencido merecem ser subscritas, sob pena de se premiar flagrante nulidade, a macular de forma indelével a condenação suportada pelo embargante. Inequívoca a previsão do legislador, contida no art. 225 do Código Penal, expressando a necessidade de formalizaçãoda autorização da vítima, em caso excepcional, migrando para a condição de ação pública condicionada, conduta a envolver obrigatoriamente a atuação da parte, que, em caráter privado, titularizaria a ação penal. Assim, de fato, padece de ilegitimidade ad causam o Ministério Público, de forma a ser insustentável a condenação reafirmada pelos votos vencedores, pelo que deverá preponderar o teor do voto vencido, que acarretará no reconhecimento da nulidade, a fulminar a ação processada. Diante do exposto, postula-se se digne Vossa Excelência receber o presente recurso, esperando sejam estes embargos de nulidade, ao final, julgados de forma a restar reformado o venerando acórdão, para prevalecer o teor do voto vencido, como medida de JUSTIÇA. Comarca, data. _______________ Advogado Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 147/257 OAB 2ª Fase RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 1. NOÇÕES INICIAIS O recurso ordinário constitucional destina-se a assegurar, em alguns casos específicos, o duplo grau de jurisdição. Algumas decisões não se sujeitam ao regramento normal dos recursos em geral, sendo cabível o recurso ordinário para o órgão jurisdicional indicado na Constituição. É assim que o crime político é julgado pelo juiz federal (art. 109, IV, CF/1988), porém, da sentença proferida pelo magistrado de primeiro grau, não caberá apelação, pois o recurso a ser interposto é o ordinário constitucional diretamente para o STF (art. 102, II, "b", CF/1988). 2. INTERPOSIÇÃO: o recurso ordinário constitucional, em qualquer hipótese, será interposto por petição, sendo que o prazo de interposição e o rito a ser seguido variarão consoante a espécie de cabimento: a) ROC contra decisão denegatória em MS, proferida em única instância por TJ ou por TRF, a ser examinado pelo STJ: prazo de quinze dias; segue o rito do CPC para o recurso de apelação. b) ROC endereçado ao STF e contra sentença de juiz federal que julgou o crime político: prazo de cinco dias; segue-se de abertura de vista para oferecimento das razões em oito dias, em compasso com as normas do CPP que regulam a apelação criminal. c) ROC contra decisão denegatória em habeas corpus, para o STF ou para o STJ: prazo de cinco dias, devendo a petição de interposição vir acompanhada das razões do pedido de reforma do julgado guerreado. 3. CABIMENTO: a) para o STJ, contra: (1) as decisões em habeas corpus, proferidas "em única ou última instância pêlos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios", se denegatórias; e, (2) as decisões em mandado de segurança, julgados "em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pêlos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios", quando denegatórias. (art. 105, II, "a" e "b", CF/1988); b) para o STF, contra: (1) as decisões prolatadas em habeas corpus, man- dado de segurança, habeas data e mandado de injunção, em única instância, quando Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 148/257 OAB 2ª Fase denegatórias; e (2) as sentenças do juiz federal de primeira instância que julgarem crime político, (art. 102, II, "a" e "b", CF/1988); 4. PROCESSAMENTO: a Lei n.° 8.038/1990 traça o rito do ROC para o STJ, interposto em HC e em MS. Para o recurso ordinário constitucional contra sentença em processo criminal por crime político, adequado é o rito para o recurso de apelação, disposto no CPP (artigos 593 e seguintes); 5. JULGAMENTO: obedecerá as regras para julgamento do pedido originário de habeas corpus e do mandado de segurança perante o tribunal. Cuidando-se de recurso ordinário contra sentença que julgou o crime político, deve ser observado o Regimento Interno do STF. ESTRUTURA DA PEÇA PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO: 1. ENDEREÇAMENTO: Ao Presidente do Tribunal (Verificar no Regimento interno do TJ ou TRF para qual autoridade deve ser encaminhado o ROC. Em SP, por exemplo, é competente o 2º vice-presidente. Na dúvida, encaminha-se ao Presidente da Corte; 2. MENÇÃO AO NÚMERO DOS AUTOS, AO RECORRENTE E AO RECORRIDO; 3. INTRODUÇÃO: nome, menção ao advogado, referência à decisão recorrida, fundamento legal; 4. FECHO Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 149/257 OAB 2ª Fase RAZÕES RECURSAIS 1. ENDEREÇAMENTO: ao Tribunal competente (é praxe também se dirigir ao membro do MP); 2. MENÇÃO AO NÚMERO DOS AUTOS, AO RECORRENTE E AO RECORRIDO; 3. RESUMO DA PROBLEMÁTICA QUE ENSEJOU A IMPUGNAÇÃO; 4. APRESENTAÇÃO DOS FUNDAMENTOS LEGAIS, DOUTRINÁRIOS E JURISPRUDENCIAIS; 5. CONCLUSÃO: (Ante o exposto, requer-se dado provimento ao recurso ordinário constitucional para o fim de ser concedida a ordem de habeas corpus, permitindo-se ao recorrente que aguarde em liberdade o processamento da apelação e dos eventuais outros recursos cabíveis.) Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.comwww.espacojuridico.com Prática Processual Penal 150/257 OAB 2ª Fase MODELO I Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de ____. “T”, por seu advogado, nos autos do Habeas Corpus n.º ____, que impetrou contra a decisão proferida pelo MM. Juiz da ____.ª Vara Criminal da Comarca de ____, inconformado com o v. Acórdão da ____.ª Câmara Criminal, prolatado a fls.____, denegando a ordem, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL com fundamento no art. 105, II, a, da Constituição Federal, requerendo o seu regular processamento. Termos em que, com as anexas razões, Pede deferimento. Comarca, data. _______________ Advogado RAZÕES DO RECURSO Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 151/257 OAB 2ª Fase Pelo recorrente: “T” Recorrido: Ministério Público do Estado de ____. Colendo Tribunal Douta Turma I. DOS FATOS “T” foi processado e condenado pela prática de roubo, com emprego de arma de fogo (art. 157, § 2.º, I, CP), ao cumprimento da pena de 5 (cinco) anos e 4 (quatro) meses de reclusão, em regime inicial fechado. É primário e não possui antecedentes criminais, tendo aguardado a instrução em liberdade. O MM. Juiz, embora tenha reconhecido essa situação pessoal do recorrente, negou-lhe o direito de apelar em liberdade, bem como impôs o regime fechado, alegando tratar-se de crime grave. Foi interposta apelação, pleiteando a absolvição, sob o fundamento de não haver prova suficiente da autoria. Porém, concomitantemente, ingressou-se com habeas corpus, com o fim de garantir que o réu permanecesse em liberdade, o que foi negado pelo E. Tribunal de Jus-tiça. II. DO DIREITO O art. 5.º, LVII, da Constituição Federal, consagra a garantia fundamental da presunção de inocência, indicativa de que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença condenatória. Portanto, a prisão, decorrente de imposição de pena, somente pode ser executada após a consolidação da sentença condenatória, o que ainda não ocorreu, pois se encontra em processamento a apelação do acusado. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 152/257 OAB 2ª Fase Por outro lado, é certo que o processo penal admite a prisão cautelar, mas esta se inspira em fatores determinados, demandando-se prova da necessidade e da urgência para a sua imposição. Segue-se o disposto no art. 312 do Código de Processo Penal, porém, na sentença condenatória, o único fundamento levantado pelo julgador para o recolhimento imediato do recorrente foi a gravidade do delito, logo, inexistentes os requisitos para a decretação da prisão preventiva. Ressalte-se, ainda, ter sido revogado o art. 594 do CPP pela Lei 11.719/2008, não mais se sustentando o enfoque em relação ao direito do réu de apelar em liberdade sobre seus antecedentes. E mesmo que assim não fosse, o réu é primário e tem bons antecedentes (fls. ___). Em razão do estado de inocência, associado, ainda, à inexistência de elementos para a decretação da preventiva (art. 312, CPP), considera-se constrangimento ilegal a prisão decretada contra o recorrente. Destaque-se, ademais, que a gravidade em abstrato do crime praticado não é motivo para a eleição do regime fechado, como adotado pelo MM. Juiz, objeto de questionamento no recurso de apelação, nos exatos termos da Súmula 718 do Supremo Tribunal Federal. Assim sendo, a possibilidade de ser reformada a decisão, aplicando-se o regime semi-aberto, se mantida a condenação, é altamente provável, o que, mais uma vez, evidencia ser a prisão cautelar, em regime fechado, uma violência inaceitável contra o recorrente. III. DO ENTENDIMENTO DOUTRINÁRIO IV. DA JURISPRUDÊNCIA Ante o exposto, requer-se seja dado provimento ao recurso ordinário constitucional para o fim de ser concedida a ordem de habeas corpus, permitindo-se ao recorrente que aguarde em liberdade o processamento da apelação e dos eventuais outros recursos cabíveis. Assim fazendo, estará essa Colenda Corte renovando os sempre costumeiros ideais de JUSTIÇA. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 153/257 OAB 2ª Fase Comarca, data. _______________ Advogado Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 154/257OAB 2ª Fase REVISÃO CRIMINAL 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS. A ação de revisão criminal visa reexaminar decisão condenatória já transitada em julgado. É um instituto que tem o poder de excepcionar a coisa julgada quando o objetivo for beneficiar o sentenciado. A revisão criminal pauta-se nos princípios do favor rei e da verdade real e seu objetivo é resgatar o status de dignidade do réu. Se julgada procedente, a ação de revisão criminal poderá resultar na alteração da classificação da infração, absolvição do réu, modificação da pena, anulação do processo , sem prejuízo de um novo julgamento perante o juiz competente (Art. 626, § único, do CPP). 2. CABIMENTO: As hipóteses de cabimento da revisão criminal estão dispostas no art. 621 do CPP, e são: a) quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos: tem-se como exemplo a condenação de um indivíduo por um crime já prescrito, condenação a pena num patamar acima do permitido ou imposição de qualificadora não prevista para o crime; b) quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos: um bom exemplo seria a condenação de alguém por crime sexual baseado unicamente no depoimento da vítima. Caso descubra-se após o trânsito em julgado que o depoimento era falso, caberá ação de revisão criminal; c) quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena: Esse dispositivo é mais amplo e contempla qualquer circunstância que seja favorável ao sentenciado. Deve-se atentar, contudo, que na revisão criminal o ônus da prova cabe ao peticionante, que deverá demonstrar quais elementos justificam a reapreciação da causa. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 155/257 OAB 2ª Fase No que se refere à revisão criminal tendo por objeto decisões do Tribunal do Júri, embora alguns autores defendam que não seja cabível, por afronta à soberania dos veredictos, a doutrina e jurisprudência majoritária entendem que é possível, em respeito ao princípio da ampla defesa. Admite-se também a revisão criminal contra sentença absolutória imprópria, especialmente porque a medida de segurança aplicada tem o condão de sancionar o sentenciado “absolvido”. Já no que se refere a sentenças de absolvição, que declaram extinta a punibilidade e condenatórias estrangeiras, ainda que homologadas, a posição majoritária é pelo não cabimento. A reiteração do pedido é cabível apenas mediante novas provas. 3. DILAÇÃO PROBATÓRIA: Na revisão criminal não há contraditório, tampouco fase instrutória voltada à produção de provas. O próprio CPP aduz, em seu art. 625, § 1º, do CPP, que o requerimento será instruído com a certidão de haver passado em julgado a sentença condenatória e com as peças necessárias à comprovação dos fatos arguidos. Pergunta: E se quando as provas novas dependerem de produção judicial, como a oitiva de uma testemunha, ofendidos, peritos, etc.? Neste caso, impõe-se ao acusado, por meio de seu advogado, requerer ao juízo de 1º grau, a realização de audiência de justificação prévia, que consiste em ação cautelar de natureza preparatória, para que sejam realizadas tais provas, fundamentando esse pedido na circunstância de que pretende ingressar com revisão criminal e embasando-o, por analogia, no art. 861 do CPC. 4. PRAZO: Não há prazo estipulado para a revisão criminal, sendo possível o seu manejo sempre que se estiver diante de uma hipótese de cabimento. Pode-se ingressar com a Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 156/257 OAB 2ª Fase revisão, inclusive, antes ou após a extinção da pena, conforme determina o art. 622 do CPP. 5. COMPETÊNCIA: A competência para processar e julgar essa ação autônoma de impugnação será sempre de Tribunal. A Constituição Federal (CF) estabeleceu a competência para revisão criminal da seguinte forma: O STF apreciará as ações contra decisões proferidas pelo próprio Tribunal (art. 102, I, “j”, da CF); O STJ terá competência para apreciar revisões criminais contra seus julgados (art. 105, I, “e”, da CF); O TRF é competente para processar a julgar as ações contra seus próprios julgados, bem como as ações que atacarem sentenças proferidas pelos juízes federais de 1º grau (art. 108, I, “b”, da CF). Os Tribunais de Justiça, com base no princípio da simetria, julgarão as revisões criminais contra seus próprios julgados e seus juízes de direito. Quanto às decisões proferidas pelos Juizados Especiais Criminais, embora não haja previsão legal, infere-se ser da Turma Recursal respectiva a competência para o julgamento, como inclusive já decidido pelo STJ (CC 47718. Terceira Seção. Relator. Min. Jane Silva. Dj. 13/8/2008). 6. LEGITIMIDADE Pode figurar como autor da revisão criminal o próprio sentenciado/réu ou por procurador legalmente habilitado, ou, na ausência ou morte deste, o cônjuge (ou companheiro), ascendente, descendente e irmão, conforme disposição do art. 623 do CPP. Embora não esteja previsto em lei, admite-se que a ação seja interposta pelo Ministério Público que atuará em beneficio do sentenciado. A legitimidade passiva será da União, quando a condenação partir da justiça federal ou dos Estados, quando a sentença condenatória tiver emanado da justiça estadual. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com PráticaProcessual Penal 157/257 OAB 2ª Fase 7. PROPOSITURA A revisão criminal será oferecida por simples petição, tendo como requisito a certidão de trânsito em julgado da sentença condenatória, conforme dispõe o art. 625, §1º do CPP. Se não forem atendidos tais requisitos, o relator deve oportunizar que a parte possa sanar a irregularidade, só indeferindo a petição quando a parte permanecer inerte com o decurso do prazo assinado. Uma vez proposta a revisão criminal, poderá o relator “determinar que se apensem os autos originais, se daí não advier dificuldade à execução da sentença” (§ 2º, art. 625, CPP), embora possa, se “julgar insuficientemente instruído o pedido e inconveniente ao interesse da justiça”, indeferir a revisão criminal “in limine, dando recurso para as câmaras reunidas ou para o tribunal, conforme o caso” (§ 3º, art. 625, CPP). Se o relator entender regular o pedido de revisão criminal, determinará que seja aberta vista ao Ministério Público na pessoa do seu procurador geral para manifestação no prazo de 10 (dez) dias (art. 625, § 5º, do CPP, providenciando, após, a inclusão em pauta para julgamento. 8. JULGAMENTO E INDENIZAÇÃO A decisão da revisão criminal poderá determinar: a) Nulidade do julgamento por error in procedendo: nesse caso, poderá o processo ser reiniciado contra o acusado; b) Reforma por erro in judicando, sem o reconhecimento da nulidade, embora haja diminuição da pena aplicada; c) Nulidade da decisão anterior e realização do julgamento pelo tribunal com decisão absolutória. A ação também poderá vir cumulada com pedido de indenização por erro do judiciário. Nesse caso, será condenado a pagar a indenização o ente público ao qual está vinculado o órgão que proferiu a decisão. Em suma, se o julgado atacado for da justiça federal, caberá à União indenizar. Se a decisão tiver emanado da justiça estadual, caberá Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 158/257 OAB 2ª Fase ao Estado pagar a indenização. Cumpre observar que, conforme determina o art. 630, §2º do CPP, a indenização não será devida se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta imputável ao próprio impetrante e/ou se a acusação houver sido meramente privada. ESTRUTURA DA PEÇA (PETIÇÃO ÚNICA) 1. ENDEREÇAMENTO: Presidente do Tribunal do competente para apreciar a Revisão Criminal; 2. INTRODUÇÃO: Nome do revisionando e respectiva qualificação, fundamento legal (art. 621 do CPP) e menção a decisão que se pretende a revisão; 3. DESCRIÇÃO FÁTICA QUE ENSEJA O INGRESSO DA REVISÃO CRIMINAL: Fazer um resumo de toda demanda processual penal, mencionando, inclusive, o trânsito em julgado da decisão final; 4. MÉRITO: Enquadramento da situação fática em uma das hipóteses de cabimento da revisão criminal, demonstrando o candidato que sentença condenatória é contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos, se funda em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos ou quais são as novas provas que demonstram a inocência do acusado ou que autoriza a diminuição de sua pena (Art. 621 do CPP). 5. PEDIDO: a) recebimento da revisão criminal; b) intimação do membro do Ministério Público para apresentar parecer, no prazo de 10 (dez) dias, nos termos do art. 625, § 5, do CPP; c) procedência da revisão criminal, a fim de que o Tribunal o adote uma das seguintes providências (art. 626 do CPP): c.1 - altere a classificação da infração penal; Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 159/257 OAB 2ª Fase c.2 – absolva o réu; c.3 – modifique a pena aplicada; c.4 – anule o processo. Pode, ainda, ser formulado, se for o caso de erro judiciário, a fixação de indenização pelos prejuízos suportados pelo acusado, nos termos do art. 630 do CPP. 6. FECHO. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 160/257 OAB 2ª Fase MODELO I Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de ______. “O”, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), titular da carteira de identidade Registro Geral n.° __, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o n.° ___, domiciliado em (cidade), por seu procurador e advogado infra-assinado, consoante poderes que lhe foram outorgados em incluso instrumento particular de mandato (documento 1), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência propor a presente ação de REVISÃO CRIMINAL com fundamento no art. 621, II, última parte, do Código de Processo Penal, pelas razões expostas: 1. O requerente foi processado perante o respeitável Juízo da ___.ª Vara Criminal de ___ (processo n.° ___), como incurso no art. 297 do Código Penal, ou seja, falsificação de documento público, como comprovam as inclusas cópias reprográfcas, que ficam fazendo parte integrante da presente (documento 2). 2. Não obstante as suas insistentes negativas acerca da autoria dos fatos que lhe foram imputados, inclusive alegando ter obtido todos os documentos, objetos da falsificação, mediante os procedimentos competentes e legais, terminou condenado. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 161/257 OAB 2ª Fase 3. Contudo, recentemente, a elucidação de fatos envolvendo uma quadrilha de falsificadores, concorreu para evidenciar a inocência do requerente. 4. Em data de ___ , policiais encarregados da investigação da atuação de um grupo criminoso, ao qual pertenciam dois policiais e um funcionário da prefeitura, apuraram que referidos agentes extorquiam valores expressivos em dinheiro de comerciantes. Eles agiam de forma a pressionar os proprietários de diversos tipos de comércio a pagar-lhes “mensalidade”, sob pena de acusação de uso de documento falso ou fornecendo, a quem não tivesse condições de obtenção mediante os procedimentos competentes, “documentação fabricada” para possibilitar a abertura e funcionamento de estabelecimentos comerciais. 5. Na atuação criminosa do grupo, pôde ser detectada a atuação de “T”, antigo funcionário do requerente, que, em princípio, por vingança, efetuou a troca de toda documentação do estabelecimento comercial do requerente, substituindo por documentos fabricados pela organização criminosa, guardando consigo os originais e legítimos. 6. Preso o mencionado funcionário, localizados foram os documentos originais do ora requerente, razão pela qual, não se sustenta a condenação que lhe foi imputada, a merecer o presente procedimento. 7. No sentido do que se alega, as cópias reprográfcas integrantes da presente, referentes ao inquérito envolvendo a atuação do grupo de falsificadores, bem como a apreensão dos documentos originais do requerente, constituem prova suficiente para a revisão criminal pretendida. 8. Por outro lado, o exame pericial, necessário na caracterização da infração apurada, não obstante ter atestado a falsidade dos documentos, não logrou atribuir ao requerente o fabrico dos mesmos, o que, em princípio, já desautorizaria a condenação. 9. Contudo, evidenciada a ação criminosa dos falsificadores, aos quais está ligado o ex-funcionário “T”, não há margem à dúvida de que a condenação se deu em torno de situação plantada pelo mesmo, no intuito de prejudicar o ora requerente. 10. Demanda-se nova análise dos fatos, de forma a ter o requerente a sua condenação reconhecida como indevida, reformando-se, desta feita, por completo a sentença proferida, não obstante já transitada em julgado. Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 162/257 OAB 2ª Fase 11. A presente revisão criminal é meio hábil à pretensão do requerente, considerando existirem provas de que o processo que originou a condenação está contaminado por provas ilegítimas da sua atuação. 14. Doutrina 15. Jurisprudência Pelo exposto, requer-se o recebimento da presente ação, seu processamento e, ao final, o reconhecimento de sua total procedência para o fim de, desconstituída a sentença condenatória, restar o requerente absolvido da conduta que lhe foi imputada, nos termos do arts. 626 e 386, V, ambos do Código de Processo Penal. Termos em que, ouvido o ilustre representante do Ministério Público, Pede deferimento. Comarca, data. _______________ Advogado Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 163/257 OAB 2ª Fase ESPAÇO JURÍDICO CURSOS PREPARAÇÃO PARA OAB 2ª FASE DIREITO E PROCESSO PENAL PEÇAS PRÁTICO-PROFISSIONAL DE EXAMES ANTERIORES COMENTADAS OAB 2015.3 Daniel, nascido em 02 de abril de 1990, é filho de Rita, empregada doméstica que trabalha na residência da família Souza. Ao tomar conhecimento, por meio de sua mãe, que os donos da residência estariam viajando para comemorar a virada de ano, vai até o local, no dia 02 de janeiro de 2010, e subtrai o veículo automotor dos patrões de sua genitora, pois queria fazer um passeio com sua namorada. Desde o início, contudo, pretende apenas utilizar o carro para fazer um passeio pelo quarteirão e, depois, após encher o tanque de gasolina novamente, devolvê- lo no mesmo local de onde o subtraiu, evitando ser descoberto pelos proprietários. Ocorre que, quando foi concluir seu plano, já na entrada da garagem para devolver o automóvel no mesmo lugar em que o havia subtraído, foi surpreendido por policiais militares, que, sem ingressar na residência, perguntaram sobre a propriedade do bem. Ao analisarem as câmeras de segurança da residência, fornecidas pelo próprio Daniel, perceberam os agentes da lei que ele havia retirado o carro sem autorização do verdadeiro proprietário. Foi, então, Daniel denunciado pela prática do crime de furto simples, destacando o Ministério Público que deixava de oferecer proposta de suspensão condicional do processo por não estarem preenchidos os requisitos do Art. 89 da Lei nº 9.099/95, tendo em vista que Daniel responde a outra ação penal pela prática do crime de porte de arma de fogo. Em 18 de março de 2010, a denúncia foi recebida pelo juízo competente, qual seja, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Florianópolis. Os fatos acima descritos são Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.comwww.espacojuridico.com Prática Processual Penal 164/257 OAB 2ª Fase integralmente confirmados durante a instrução, sendo certo que Daniel respondeu ao processo em liberdade. Foram ouvidos os policiais militares como testemunhas de acusação, e o acusado foi interrogado, confessando que, de fato, utilizou o veículo sem autorização, mas que sua intenção era devolvê-lo, tanto que foi preso quando ingressava na garagem dos proprietários do automóvel. Após, foi juntada a Folha de Antecedentes Criminais de Daniel, que ostentava apenas aquele processo pelo porte de arma de fogo, que não tivera proferida sentença até o momento, o laudo de avaliação indireta do automóvel e o vídeo da câmera de segurança da residência. O Ministério Público, em sua manifestação derradeira, requereu a condenação nos termos da denúncia. A defesa de Daniel é intimada em 17 de julho de 2015, sexta feira. Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do prazo para interposição, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00) Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. COMENTÁRIOS O examinando deve elaborar, na condição de advogado de Daniel, Alegações Finais por Memoriais, com fundamento no Art. 403, § 3º, do Código de Processo Penal, devendo a petição ser direcionada ao Juízo da 1ª Vara Criminal da Comarca de Florianópolis. Preliminarmente, deve o examinando requerer a extinção da punibilidade do fato em favor de Daniel pela ocorrência da prescrição da pretensão punitiva estatal. Daniel foi denunciado como incurso nas sanções penais do Art. 155, caput, do Código Penal; logo, a pena máxima a ser aplicada para o caso é de 04 anos. Na forma do Art. 109, inciso IV, do Código Penal, sendo a pena máxima superior a 02 anos e não excedendo 04 Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 165/257 OAB 2ª Fase anos, o prazo prescricional será de 08 anos. Ocorre que Daniel era menor de 21 anos na data dos fatos, pois nascido em 02/04/1990, e os fatos ocorreram em 02/01/2010. Assim, impõe o Art. 115 do Código Penal que o prazo prescricional seja contado pela metade, ou seja, 04 anos no caso concreto. O último marco interruptivo do prazo prescricional ocorreu em 18 de março de 2010, data do recebimento da denúncia. Desde então, passaram-se mais de 05 anos e não foi proferida sentença condenatória. Diante disso, o advogado de Daniel deve pleitear, preliminarmente, a extinção da punibilidade com base na prescrição da pretensão punitiva do Estado. No mérito, a defesa de Daniel deve defender sua absolvição, sob o fundamento de que não houve prática de crime de furto. Estamos diante do que a doutrina e a jurisprudência costumam chamar de “furto de uso”, que, na verdade, não configura crime de furto. Prevê o Art. 155 do Código Penal que é crime subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel. Uma das elementares do crime é a intenção de subtrair a coisa para si, chamado pela doutrina de animus furandi ou animus rem sibi habendi. No caso, está narrado de maneira clara que Daniel não tinha o dolo de ter a coisa para si ou para outrem; ele não tinha a vontade de se assenhorar do bem subtraído. O interesse era, apenas, de usar a coisa alheia e devolvê-la sem qualquer prejuízo ao proprietário, sendo certo que até mesmo se preocupou em repor a gasolina utilizada. Ademais, quando foi abordado por policiais, a coisa estava sendo devolvida exatamente nas mesmas condições e no mesmo lugar em que fora subtraída, preenchendo, assim, todas os requisitos para que sua conduta possa ser considerada um indiferente penal. Subsidiariamente, para a eventualidade de condenação do denunciado, deve o advogado analisar eventual pena a ser aplicada a Daniel. De início, deverá ser requerida a fixação da pena-base no mínimo legal, sendo certo que ações em curso não podem justificar o reconhecimento de maus antecedentes, nos termos do enunciado 444 da Súmula do STJ, sob pena de violação do princípio da presunção de inocência. Na segunda fase, ausente qualquer agravante e presente a atenuante da menoridade relativa, com fulcro no Art. 65, inciso I, do Código Penal, tendo em vista que Daniel era menor de 21 anos na data dos fatos. Em caso de condenação, Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 166/257 OAB 2ª Fase deverá ser reconhecida, ainda, a atenuante da confissão, nos termos do Art. 65, inciso III, alínea d, uma vez que Daniel confessou os fatos. Não existem causas de aumento ou de diminuição a serem aplicadas. O regime adequado para cumprimento de pena é o aberto, pois a pena final não ultrapassará 04 anos, o acusado é primário e não existem circunstâncias do Art. 59 do Código Penal prejudiciais. Caberá, ainda, a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, pois preenchidos os requisitos do Art. 44 do Código Penal. Em conclusão, deve o examinando formular os seguintes pedidos: a) preliminarmente, o reconhecimento da extinção de punibilidade com base na prescrição da pretensão punitiva do Estado, nos termos do Art. 107, inciso IV, do CP, OU no Art. 109, inciso IV, c/c o Art. 115, ambos do CP.; b) no mérito: a absolvição de Daniel pela atipicidade de sua conduta, com fulcro no Art. 386, inciso III, do CPP; c) subsidiariamente: aplicação da pena-base no mínimo legal, pois ações penais em curso não podem funcionar como maus antecedentes, na forma do enunciado 444 da Súmula do STJ; d) reconhecimento das atenuantes da menoridade relativa e da confissão espontânea; e) aplicação do regime aberto para início do cumprimento de pena; f) substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. A data a ser indicada é o dia 24 de julho de 2015, tendo em vista que o prazo para Alegações Finais é de 05 dias, mas este somente se iniciará na segunda-feira,dia 20 de julho de 2015. OAB 2015.2 Gilberto, quando primário, apesar de portador de maus antecedentes, praticou um crime de roubo simples, pois, quando tinha 20 anos de idade, subtraiu de Renata, mediante grave ameaça, um aparelho celular. Apesar de o crime restar consumado, o telefone celular foi recuperado pela vítima. Os fatos foram praticados em 12 de dezembro de 2011. Por tal conduta, foi Gilberto denunciado e condenado como incurso nas sanções penais do Art. 157, caput, do Código Penal a uma pena privativa de liberdade de 04 anos e 06 meses de reclusão em regime inicial fechado e 12 dias multa, tendo a sentença transitada em julgado para ambas as partes em 11 de setembro de Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 167/257 OAB 2ª Fase 2013. Gilberto havia respondido ao processo em liberdade, mas, desde o dia 15 de setembro de 2013, vem cumprindo a sanção penal que lhe foi aplicada regularmente, inclusive obtendo progressão de regime. Nunca foi punido pela prática de falta grave e preenchia os requisitos subjetivos para obtenção dos benefícios da execução penal. No dia 25 de fevereiro de 2015, você, advogado(a) de Gilberto, formulou pedido de obtenção de livramento condicional junto ao Juízo da Vara de Execução Penal da comarca do Rio de Janeiro/RJ, órgão efetivamente competente. O pedido, contudo, foi indeferido, apesar de, em tese, os requisitos subjetivos estarem preenchidos, sob os seguintes argumentos: a) o crime de roubo é crime hediondo, não tendo sido cumpridos, até o momento do requerimento, 2/3 da pena privativa de liberdade; b) ainda que não fosse hediondo, não estariam preenchidos os requisitos objetivos para o benefício, tendo em vista que Gilberto, por ser portador de maus antecedentes, deveria cumprir metade da pena imposta para obtenção do livramento condicional; c) indispensabilidade da realização de exame criminológico, tendo em vista que os crimes de roubo, de maneira abstrata, são extremamente graves e causam severos prejuízos paraa sociedade. Você, advogado(a) de Gilberto, foi intimado dessa decisão em 23 de março de 2015, uma segunda-feira. Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do prazo para sua interposição, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00) Responda justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. COMENTÁRIOS O examinando deve interpor um recurso de Agravo em Execução, com fundamento no Art. 197 da Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/84. Prevê o Art. 197 da LEP que, das decisões proferidas pelo juiz em sede de Execução Penal, caberá o recurso de agravo, sem efeito suspensivo. Em que pese a Lei deExecução Penal trazer a previsão do recurso cabível, não estabeleceu, de maneira expressa, qual seria o procedimento a ser adotado para tramitação desse recurso. Prevaleceu, então, no âmbito da doutrina e da jurisprudência, que o procedimento a ser adotado seria semelhante àquele previsto para o recurso em sentido estrito. Assim, é necessária a elaboração de uma petição de interposição, direcionada ao Juiz da Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro, Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. falecom@espacojuridico.com www.espacojuridico.com Prática Processual Penal 168/257 OAB 2ª Fase acompanhada das respectivas Razões, estas endereçadas ao Tribunal de Justiçado Rio de Janeiro, órgão competente para o julgamento do recurso. Considerando que o procedimento a ser seguido pelo agravo de execução é semelhante ao do recurso em sentido estrito, deverá, na petição de interposição, ser formulado pedido de retratação por parte do magistrado. Em caso de não acolhimento, deve haver requerimento para o encaminhamento do feito para instância superior. Em relação ao prazo, absolutamente pacificado o entendimento de que seria de 05 dias, na forma da Súmula 700 do Supremo Tribunal Federal. Assim, a petição de interposição deveria ser datada em 30 de março de 2015, tendo em vista que o dia 28 de março de 2015 é um sábado,dia sem expediente forense. Nas razões de recurso, deveria o candidato requerer a concessão do benefício do livramento condicional, argumentando que a fundamentação apresentada pelo juiz da Vara de Execução Penal foi inadequada para indeferimento do pedido formulado. Em um primeiro momento, deveria ser destacado que o crime de roubo simples não é hediondo, tendo em vista que não está previsto no rol trazido pelo Art. 1º da Lei nº 8.072/90. Assim, não há que se falar em cumprimento de 2/3 da pena para concessão do benefício previsto no Art. 83 do Código Penal. Posteriormente, deveria ser rebatido o fundamento apresentado pelo magistrado, no sentido de que Gilberto deveria cumprir metade da pena privativa de liberdade aplicada, pois seria portador de maus antecedentes. Isso porque o princípio da legalidade afasta qualquer conclusão nesse sentido. O princípio da legalidade, previsto no texto constitucional em matéria penal, tem como um de seus subprincípios a vedação da aplicação da analogia prejudicial ao réu em matéria penal. O Art. 83 do Código Penal prevê que apenas o condenado reincidente na prática do crime doloso tem que cumprir mais de metade da pena aplicada para fazer jus ao livramento condicional. Apesar de o Art. 83, inciso I, do Código Penal falar em cumprimento de 1/3 da pena pelo condenado não reincidente e portador de bons antecedentes, deve essa fração ser também aplicada caso o acusado seja portador de maus antecedentes, além de não reincidente. Houve uma omissão do legislador ao não prever o requisito objetivo para concessão do livramento condicional para o condenado primário, mas portador de maus antecedentes. Diante da omissão, deve ser aplicado o percentual que seja mais favorável ao acusado, pois não cabe analogia in malam partem. Diante do exposto, a jurisprudência pacificou o entendimento de que o condenado não reincidente, ainda que portador de maus antecedentes, deverá observar o requisito objetivo para o livramento condicional após cumprimento de 1/3 da pena.