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 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. 
 falecom@espacojuridico.com 
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 Prática Processual Penal 1/257 
 OAB 2ª Fase 
 
 
Apostila de Prática Processual Penal 
 
 
 
PROFESSOR: BRUNO TRIGUEIRO 
 
 Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 
 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. 
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 Prática Processual Penal 2/257 
 OAB 2ª Fase 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 9 
QUEIXA CRIME ....................................................................................................................................... 14 
1. NOÇÕES INICIAIS: ......................................................................................................................... 14 
2. PRAZO ........................................................................................................................................... 16 
3. FUNDAMENTO NORMATIVO DA QUEIXA-CRIME ........................................................................ 16 
ESTRUTURA DA PEÇA ....................................................................................................................... 18 
MODELO I .......................................................................................................................................... 22 
MODELO II ......................................................................................................................................... 26 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO ........................................................................................................................ 28 
1. NOÇÕES INICIAIS........................................................................................................................... 28 
2. MOMENTO: ................................................................................................................................... 28 
3. PROCEDIMENTO: .......................................................................................................................... 28 
4. FUNDAMENTO NORMATIVO: ...................................................................................................... 28 
5. CONTEÚDO: .................................................................................................................................. 29 
6. HIPÓTESES DE ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA: ....................................................................................... 29 
7. PRAZO: .......................................................................................................................................... 29 
ESTRUTURA DA PEÇA: ...................................................................................................................... 30 
MODELO I .......................................................................................................................................... 32 
MODELO II ......................................................................................................................................... 38 
MODELO III ........................................................................................................................................ 40 
PEÇAS RELACIONADAS À PRISÃO .......................................................................................................... 42 
RELAXAMENTO ................................................................................................................................. 42 
1. NOÇÕES INICIAIS........................................................................................................................... 42 
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 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. 
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 Prática Processual Penal 3/257 
 OAB 2ª Fase 
 
2. FUNDAMENTO NORMATIVO: ...................................................................................................... 42 
3. CABIMENTO: ................................................................................................................................ 42 
4. EFEITOS: ........................................................................................................................................ 42 
ESTRUTURA DA PEÇA ....................................................................................................................... 43 
LIBERDADE PROVISÓRIA .................................................................................................................. 44 
1. FUNDAMENTO NORMATIVO: ...................................................................................................... 44 
2. CABIMENTO: ................................................................................................................................. 44 
3. PRAZOS E PROCEDIMENTO: ......................................................................................................... 44 
4. EFEITOS: ........................................................................................................................................ 45 
ESTRUTURA DA PEÇA ....................................................................................................................... 46 
REVOGAÇÃO ..................................................................................................................................... 48 
1. FUNDAMENTO NORMATIVO: ...................................................................................................... 48 
2. CABIMENTO: ................................................................................................................................. 48 
3. PRAZOS E PROCEDIMENTO:......................................................................................................... 48 
4. EFEITOS: ........................................................................................................................................ 49 
ESTRUTURA DA PEÇA ....................................................................................................................... 49 
MODELO I .......................................................................................................................................... 50 
MODELO II ......................................................................................................................................... 52 
MODELO III ........................................................................................................................................ 54 
MODELO IV ....................................................................................................................................... 56 
ALEGAÇÕES FINAIS ................................................................................................................................ 58 
1. NOÇÕES INICIAS. ........................................................................................................................... 58 
2. FUNDAMENTO NORMATIVO. ...................................................................................................... 58 
3. CONTEÚDO .................................................................................................................................... 59 
ESTRUTURA DA PEÇA ....................................................................................................................... 63 
 Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 
 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. 
 falecom@espacojuridico.com 
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 Prática Processual Penal 4/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO I .......................................................................................................................................... 64 
MODELO II ......................................................................................................................................... 69 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO ........................................................................................................... 73 
1. NOÇÕES INICIAIS ........................................................................................................................... 73 
2. PRAZO ........................................................................................................................................... 73 
3. CABIMENTO .................................................................................................................................. 74 
4. PROCESSAMENTO ......................................................................................................................... 76 
ESTRUTURA DA PEÇA ....................................................................................................................... 78 
MODELO I .......................................................................................................................................... 79 
MODELO II ......................................................................................................................................... 83 
AGRAVO EM EXECUÇÃO ........................................................................................................................ 87 
01. Noções iniciais. ........................................................................................................................... 87 
02. Cabimento................................................................................................................................... 87 
03. Interposição e Competência. ..................................................................................................... 88 
04. Legitimidade. .............................................................................................................................. 89 
05. Teses e requerimentos ............................................................................................................... 89 
ESTRUTURA DA PEÇA ....................................................................................................................... 90 
MODELO I .......................................................................................................................................... 91 
MODELO II ......................................................................................................................................... 95 
APELAÇÃO ............................................................................................................................................. 98 
1. NOÇÕES INICIAIS........................................................................................................................... 98 
2. FUNDAMENTO NORMATIVO ........................................................................................................ 98 
3. HIPÓTESES DE CABIMENTO: ......................................................................................................... 98 
4. PRAZOS E PROCEDIMENTO: ......................................................................................................... 99 
5. EFEITOS: ...................................................................................................................................... 100 
 Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049 
 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. 
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 Prática Processual Penal 5/257 
 OAB 2ª Fase 
 
6. JULGAMENTO ............................................................................................................................. 100 
ESTRUTURA DA PEÇA ..................................................................................................................... 102 
MODELO I ........................................................................................................................................ 103 
MODELO II ....................................................................................................................................... 107 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ............................................................................................................. 113 
1. NOÇÃO: .......................................................................................................................................113 
2. FUNDAMENTO NORMATIVO: .................................................................................................... 113 
3. INTERPOSIÇÃO: ........................................................................................................................... 113 
4. CABIMENTO: ............................................................................................................................... 113 
5. PROCESSAMENTO ....................................................................................................................... 113 
6. JULGAMENTO: ............................................................................................................................ 114 
ESTRUTURA DA PEÇA (PETIÇÃO ÚNICA) ........................................................................................ 114 
MODELO I ........................................................................................................................................ 115 
MODELO II ....................................................................................................................................... 117 
CARTA TESTEMUNHÁVEL .................................................................................................................... 119 
1. NOÇÃO: ....................................................................................................................................... 119 
2. INTERPOSIÇÃO ............................................................................................................................ 119 
3. CABIMENTO: ............................................................................................................................... 119 
4. PROCESSAMENTO: ...................................................................................................................... 120 
5. JULGAMENTO: ............................................................................................................................ 121 
ESTRUTURA DA PEÇA ..................................................................................................................... 122 
MODELO I ........................................................................................................................................ 124 
MODELO II ....................................................................................................................................... 127 
HABEAS CORPUS ................................................................................................................................. 131 
1. NOÇÕES INICIAIS ......................................................................................................................... 131 
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 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. 
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 Prática Processual Penal 6/257 
 OAB 2ª Fase 
 
2. FUNDAMENTO NORMATIVO: .................................................................................................... 132 
3. CABIMENTO: ............................................................................................................................... 132 
4. PRAZOS E PROCEDIMENTO: ....................................................................................................... 132 
5. EFEITOS: ...................................................................................................................................... 133 
ESTRUTURA DA PEÇA ..................................................................................................................... 134 
MODELO I ........................................................................................................................................ 136 
MODELO II ....................................................................................................................................... 139 
EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE ....................................................................................... 141 
1. NOÇÕES INICIAIS ......................................................................................................................... 141 
2. INTERPOSIÇÃO: ........................................................................................................................... 141 
3. CABIMENTO: ............................................................................................................................... 141 
4. PROCESSAMENTO: ...................................................................................................................... 141 
5. JULGAMENTO: ............................................................................................................................ 142 
ESTRUTURA DA PEÇA ..................................................................................................................... 142 
MODELO I ........................................................................................................................................ 144 
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL ............................................................................................ 147 
1. NOÇÕES INICIAIS ......................................................................................................................... 147 
2. INTERPOSIÇÃO: ........................................................................................................................... 147 
3. CABIMENTO: ............................................................................................................................... 147 
4. PROCESSAMENTO: ...................................................................................................................... 148 
5. JULGAMENTO: ............................................................................................................................ 148 
ESTRUTURA DA PEÇA ..................................................................................................................... 148 
MODELO I ........................................................................................................................................ 150 
REVISÃO CRIMINAL ............................................................................................................................. 154 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS. ......................................................................................................... 154 
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 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. 
 falecom@espacojuridico.com 
 www.espacojuridico.comPrática Processual Penal 7/257 
 OAB 2ª Fase 
 
2. CABIMENTO: ............................................................................................................................... 154 
3. DILAÇÃO PROBATÓRIA: .............................................................................................................. 155 
5. COMPETÊNCIA: ........................................................................................................................... 156 
6. LEGITIMIDADE............................................................................................................................. 156 
7. PROPOSITURA ............................................................................................................................. 157 
8. JULGAMENTO E INDENIZAÇÃO .................................................................................................. 157 
ESTRUTURA DA PEÇA (PETIÇÃO ÚNICA) ........................................................................................ 158 
MODELO I ........................................................................................................................................ 160 
PEÇAS PRÁTICO-PROFISSIONAL DE EXAMES ANTERIORES COMENTADAS ......................................... 163 
OAB 2015.3 ..................................................................................................................................... 163 
OAB 2015.2 ..................................................................................................................................... 166 
OAB 2015.1 ..................................................................................................................................... 169 
OAB 2014.3 ..................................................................................................................................... 172 
OAB 2014.2 ..................................................................................................................................... 175 
OAB 2014.1 ..................................................................................................................................... 177 
OAB 2013.3 ..................................................................................................................................... 179 
OAB 2013.2 ..................................................................................................................................... 181 
OAB 2013.1 ..................................................................................................................................... 184 
OAB 2012.3 ..................................................................................................................................... 186 
OAB 2012.2 ..................................................................................................................................... 188 
OAB 2012.1 ..................................................................................................................................... 190 
OAB 2011.2 ..................................................................................................................................... 192 
OAB 2011.1 ..................................................................................................................................... 195 
OAB 2010.3 ..................................................................................................................................... 198 
OAB 2010.2 ..................................................................................................................................... 200 
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 Prática Processual Penal 8/257 
 OAB 2ª Fase 
 
OAB 2010.1 – CESPE ....................................................................................................................... 205 
OAB 2009.3 – CESPE ....................................................................................................................... 206 
OAB 2009.2 – CESPE ....................................................................................................................... 209 
OAB 2009.1 – CESPE ....................................................................................................................... 211 
OAB 2008.2 – CESPE ....................................................................................................................... 213 
OAB 2008.1 – CESPE ....................................................................................................................... 215 
QUESTÕES DE PROCESSO PENAL DE EXAMES ANTERIORES COMENTADAS ....................................... 218 
OAB 2015.3 ..................................................................................................................................... 218 
OAB 2015.2 ..................................................................................................................................... 222 
OAB 2015.1 ..................................................................................................................................... 225 
OAB 2014.3 ..................................................................................................................................... 227 
OAB 2014.1 ..................................................................................................................................... 232 
OAB 2013.3 ..................................................................................................................................... 235 
OAB 2013.2 ..................................................................................................................................... 238 
OAB 2013.1 ..................................................................................................................................... 239 
OAB 2012.3 ..................................................................................................................................... 242 
OAB 2012.1 ..................................................................................................................................... 244 
OAB 2011.3 ..................................................................................................................................... 246 
OAB 2011.1 ..................................................................................................................................... 247 
OAB 2010.3 ..................................................................................................................................... 250 
OAB 2010.2 ..................................................................................................................................... 254 
 
 
 
 Boa Viagem: Rua Visconde de Jequitinhonha, 76. tel: 34628989 e 33425049Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. 
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 Prática Processual Penal 9/257 
 OAB 2ª Fase 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Olá pessoal!!! 
Primeiramente, gostaria de dar as boas-vindas a todos vocês, registrando o 
meu prazer em poder colaborar com a sua aprovação no exame da ordem (já estou 
considerando que todos vão ser aprovados). Antes, no entanto, de já abordarmos os 
principais assuntos da tua prova, é necessário conhecer o seu adversário (considere que 
você vai para uma guerra e que a prova da 2ª fase da OAB é o seu oponente), 
apresentando como vai ser a tua prova, como você vai ter que respondê-la e, por fim, 
saber o que pode e o que não pode utilizar no dia da prova. 
 Na segunda fase, a prova prático-profissional valerá 10,00 (dez) pontos e 
será composta de duas partes: 1) redação de peça profissional na área penal, valendo 
5,00 (cinco) pontos e 2) respostas a 4 (quatro) questões práticas, sob a forma de 
situações-problema, valendo, no máximo, 1,25 (um e vinte e cinco) pontos cada. O 
primeiro cuidado que você tem que ter ao responder a prova é com a sua LETRA. Isso 
porque as provas prático-profissionais deverão ser manuscritas, em LETRA LEGÍVEL, com 
caneta esferográfica de tinta azul ou preta, sob pena de o candidato receber zero na 
pontuação da questão, conforme disposição contida no edital de abertura do certame. 
Para a redação da peça profissional, você deverá formular texto com a 
extensão máxima definida na capa do caderno de textos definitivos; para a redação das 
respostas às questões práticas, a extensão máxima do texto será de 30 (trinta) linhas 
para cada questão. Será desconsiderado, para efeito de avaliação, qualquer fragmento 
de texto que for escrito fora do local apropriado ou que ultrapassar a extensão máxima 
permitida. Por isso, é imprescindível que você resolva cada peça prática profissional 
passada em sala de aula, a fim de que haja a adaptação, o mais rápido possível, com 
estilo de prova exigido pela FGV. 
Quando da realização das provas prático-profissionais, caso a peça 
profissional e/ou as respostas das questões práticas exijam assinatura, você deverá 
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 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. 
 falecom@espacojuridico.com 
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 Prática Processual Penal 10/257 
 OAB 2ª Fase 
 
utilizar apenas a palavra “ADVOGADO...”. Ao texto que contenha outra assinatura, será 
atribuída nota 0 (zero), por se tratar de identificação do examinando em local indevido. 
Na elaboração dos textos da peça profissional e das respostas às questões 
práticas, você deverá incluir todos os dados que se façam necessários, sem, contudo, 
produzir qualquer identificação além daquelas fornecidas e permitidas no caderno de 
prova. Assim, você deverá escrever o nome do dado seguido de reticências (exemplo: 
“Município...”, “Data...”, “Advogado...”, “OAB...”, etc.). A omissão de dados que forem 
legalmente exigidos ou necessários para a correta solução do problema proposto 
acarretará em descontos na pontuação atribuída ao examinando nesta fase. 
Uma pergunta muito frequente em sala de aula e de extrema importância 
para o teu exame é: “Professor o que eu posso e o que não posso levar e consultar no 
dia da prova?”. Para responder a essa tua pergunta, eu vou transcrever o que consta no 
edital de abertura, que no anexo III traz a relação dos materiais permitidos e proibidos 
no dia prova: 
MATERIAL/PROCEDIMENTOS PERMITIDOS 
• Legislação não comentada, não anotada e não comparada. 
• Códigos, inclusive os organizados que não possuam índices temáticos estruturando 
roteiros de peças processuais, remissão doutrinária, jurisprudência, informativos dos 
tribunais ou quaisquer comentários, anotações ou comparações. 
• Leis de Introdução dos Códigos. 
• Instruções Normativas. 
• Índice remissivo. 
• Exposição de Motivos. 
• Súmulas. 
• Enunciados. 
• Orientações Jurisprudenciais. 
• Regimento Interno. 
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 Boa Vista: Rua Montevidéu, 276. Tel: 34230732. 
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 Prática Processual Penal 11/257 
 OAB 2ª Fase 
 
• Resoluções dos Tribunais. 
• Simples utilização de marca texto, traço ou simples remissão a artigos ou a lei. 
• Separação de códigos por clipes e/ou por cores, sem nenhum tipo de anotação 
manuscrita ou impressa nos recursos utilizados para fazer a separação. 
OBSERVAÇÃO: As remissões a artigo ou lei são permitidas apenas para referenciar 
assuntos isolados. Quando for verificado pelo fiscal advogado que o examinando se 
utilizou de tal expediente com o intuito de burlar as regras de consulta previstas neste 
edital, articulando a estrutura de uma peça jurídica, o material será recolhido, sem 
prejuízo das demais sanções cabíveis ao examinando. 
MATERIAL/PROCEDIMENTOS PROIBIDOS 
X Códigos comentados, anotados, comparados ou com organização de índices temáticos 
estruturando roteiros de peças processuais. 
X Jurisprudências. 
X Anotações pessoais ou transcrições. 
X Cópias reprográficas (xerox). 
X Impressos da Internet. 
X Informativos de Tribunais. 
X Livros de Doutrina, revistas, apostilas, calendários e anotações. 
X Dicionários ou qualquer outro material de consulta. 
X Legislação comentada, anotada ou comparada. 
X Súmulas, Enunciados e Orientações Jurisprudenciais comentados, anotados ou 
comparados. 
OBSERVAÇÃO: Os materiais que possuírem conteúdo produzido pelas editoras parcial 
ou integralmente proibido não poderão ser utilizados durante a prova prático-profissional. 
Não será permitido o isolamento dos conteúdos proibidos, seja por grampo, fita adesiva, 
destacamento ou qualquer outro meio. O examinando que, durante a aplicação das 
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 Prática Processual Penal 12/257 
 OAB 2ª Fase 
 
provas, estiver portando e/ou utilizando material proibido, ou se utilizar de qualquer 
expediente que vise burlar as regras deste edital, especialmente as concernentes aos 
materiais de consulta, terá suas provas anuladas e será automaticamente eliminado do 
Exame. 
Por fim, é muito importante falarmos um pouco do método de avaliação da 
FGV, abordando, sobretudo, o espelho de correção. Isso porque o critério de julgamento 
da FGV é muito diferente do utilizado pelo CESPE (antiga banca examinadora da ordem). 
Na correção, a FGV se preocupa, principalmente, em saber se o candidato conseguiu 
identificar aquilo que tinha que ser impugnado na peça, sem se preocupar muitas vezes 
com apresentação, estrutura textual e correção gramatical, conforme se pode percebe de 
um exemplo colacionado abaixo: 
 
 
 
Assim, não é preciso que você se estenda muito na impugnação, bastando 
mencionar o que tem que ser impugnado na peça de uma forma direta, sempre 
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 Prática Processual Penal 13/257 
 OAB 2ª Fase 
 
apresentando o fundamento jurídico que embasa o teu posicionamento, destacando, se 
for o caso, o artigo de lei que relacionado à matéria. 
Eu costumo dizer aos meus alunos que para impugnar um item da 
peça/questão de uma forma correta, é necessário visualizar se o candidato respondeu a 
três perguntinhas: “O que é que está errado? O porquê está errado? Qual o fundamento 
jurídico?”. Se as três perguntas foram respondidas, pode ter certeza, você receberá a 
pontuação máxima prevista no espelho de correção. 
Bom pessoal, feitas essas considerações iniciais, passemos a analisar as peças 
profissionais que podem ser cobradas na tua prova. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 14/257 
 OAB 2ª Fase 
 
 
QUEIXA CRIME 
 
 1. NOÇÕES INICIAIS: Nas infrações penais que ofendem sobremaneira a 
intimidade da vítima, a persecução criminal é transferida excepcionalmente ao particular 
que atua em nome próprio, na tutela de interesse alheio (jus puniendi do Estado). O 
exercício do direito de ação cabe ao ofendido ou ao seu representante legal. Se, no 
entanto, o ofendido incapaz não possuir representante legal ou, possuindo-o, seus 
interesses colidirem com os daquele, o direito de queixa será exercido por curador 
especial nomeado pelo Juiz (art. 33 do CPP). No caso de morte ou declaração de 
ausência da vítima, o direito de ação transfere-se ao cônjuge (incluído companheiro (a)), 
ascendentes, descendentes e irmãos, nesta ordem preferencial. 
Nos crimes de ação penal privada, a peça inicial acusatória, que contém a 
imputação formulada ao acusado, recebe o nome de queixa-crime. 
Na ação privada, o autor da demanda ganha o nome de querelante, ao passo 
que o réu será chamado de querelado. 
A petição inicial é oferecida ao magistrado, para que este, exercendo juízo de 
admissibilidade, decida sobre o seu recebimento. 
No art. 41 do CPP estão dispostos os requisitos que devem estar presentes na 
denúncia ou queixa. Se ausentes os requisitos, a petição inicial será considerada inepta 
(Art. 395, inciso I, do CPP). 
As ações penais privadas dividem-se em: 
1 - Ação penal privada exclusiva ou propriamente dita: é aquele em que o 
direito de queixa pode ser exercido pela vítima ou por seu representante legal. Caso a 
vítima tenha morrido ou seja declarada ausente, o direito de queixa passará para o 
cônjuge, ascendente, descente e irmão (CADI) (art. 31 do CPP); 
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 Prática Processual Penal 15/257 
 OAB 2ª Fase 
 
2 - Ação penal privada personalíssima: hoje se aplica apenas ao crime 
disposto no art. 236 do CP. Somente o ofendido pode apresentar a queixa e mais 
ninguém; 
3 - Ação penal privada subsidiária da pública: tem cabimento diante da inércia 
do MP, que, nos prazos legais, deixa de atuar, não promovendo a denúncia ou, em sendo 
o caso, não se manifestando pelo arquivamento dos autos do inquérito policial, ou ainda, 
não requisitando novas diligências. O Parquet, na ação penal privada subsidiária, figura 
como interveniente adesivo obrigatório, atuando em todos os termos do processo, sob 
pena de nulidade absoluta. 
Seguem abaixo alguns dos principais princípios que regem o instituto da ação 
penal privada: 
1 - Princípio da oportunidade: o que marca a ação penal privada é o juízo 
de conveniência e oportunidade. A vítima decidirá se a ação será intentada ou não; 
2 - Princípio da disponibilidade: após intentada a ação, a vítima poderá 
abandoná-la, desistir dela ou perdoar o acusado; 
3 - Princípio da indivisibilidade: a ação penal privada é indivisível e o MP 
velará pela sua indivisibilidade. A queixa contra um dos autores obriga a interposiçãocontra todos (Art. 48 do CPP). A renúncia em favor de um dos autores se aplicará aos 
demais; 
4 - Princípio da intranscendência: efeitos da ação penal não podem ser 
estendidos a terceiros, além do acusado. 
 
CUIDADO: 
Renúncia x Perdão: ambos são institutos que extinguem a punibilidade na ação penal 
privada. A renúncia acontece quando a vítima se abstém ao exercício do direito de 
queixa – a vítima deixará de interpor a ação. O perdão pressupõe uma ação penal já em 
curso – é quando a vítima perdoa o querelado durante a tramitação da ação. A renúncia 
à queixa é sempre um ato unilateral, não precisa de anuência da vítima, diferentemente 
do perdão, que precisa da aceitação do querelado. A renúncia em relação a um dos 
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 Prática Processual Penal 16/257 
 OAB 2ª Fase 
 
querelantes se estende aos demais. O perdão dado a uma dos querelados se estende ao 
demais, mas, só produz efeitos depois da aceitação. 
 
2. PRAZO 
A queixa-crime, como regra geral, deve ser ofertada no prazo máximo de 6 
meses, contados do conhecimento da autoria. Trata-se de um prazo de ordem 
decadencial que não se interrompe, não se suspende e nem se prorroga. É contado na 
forma do art. 10 do CP, ou seja, incluindo o dia do começo e excluindo o dia de 
vencimento. 
CUIDADO: 
1 - Na hipótese de ação penal privada personalíssima (Crime de induzimento a erro 
essencial e ocultação de impedimento ao casamento (art. 236 do CP)) o prazo de seis 
meses só começa a correr após o transito em julgado da sentença que no cível, anule o 
casamento por impedimento ou erro essencial. 
2 - Na ação penal privada subsidiária da pública o prazo só começa a correr do dia em 
que se esgotar o prazo para o Ministério Público oferecer da denúncia (Art. 38 do CPP). 
 
 
3. FUNDAMENTO NORMATIVO DA QUEIXA-CRIME 
 
1. Ação penal privada exclusiva ou propriamente dita: Art. 100, §§ 2º e 4º 
(para o caso de morte ou declaração judicial de ausência), do CP e Arts. 30 e 31 (para o 
caso de morte ou declaração judicial de ausência) do CPP; 
2 – Ação penal privada personalíssima: Art. 30 do CPP c/c Art. 236, § único 
do CP; 
3 – Ação Penal Privada Subsidiária da Pública: Art. 5º, inciso LIX, da CF, Art. 
100, § 3º, do CP e Art. 29 do CPP. 
 
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 Prática Processual Penal 17/257 
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 Prática Processual Penal 18/257 
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ESTRUTURA DA PEÇA 
 
1 - ENDEREÇAMENTO: ao juiz competente ou ao presidente do tribunal (no 
caso de ação penal originária). Na justiça federal, a peça deverá ser endereçada ao 
“Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da __1 Vara Federal Criminal da Seção (ou Subseção) 
Judiciária de _________”. 
ATENÇÃO A REGRA DO ART 73 DO CPP: 
“Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de 
domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.” 
 
2 - INTRODUÇÃO: nome e qualificação do ofendido, menção ao advogado e 
à procuração com poderes especiais (art. 44 do CPP); nome e qualificação do autor do 
fato; 
CUIDADO 
Não crie dados qualificativos. Se a questão mencionar algum dado, você pode repetir 
sem problema algum. No entanto, se a questão nada mencionar, coloque apenas “...” 
após mencionar os dados que fazem parte da qualificação do agente. (Ex. “inscrito no 
CPF nº ...”, “residente e domiciliado em ...”). 
 
3 - DESCRIÇÃO DOS FATOS: na verdade, a imputação de um ou mais fatos 
criminosos. Apresente com as suas palavras, a conduta criminosa praticada por cada 
agente, mencionando todas as circunstâncias que rodeiam a infração. (Ex. Se você 
afirmar que o crime de calúnia foi praticado na modalidade majorada, descreva qual foi a 
causa de aumento de pena na apresentação dos fatos); 
 
1
 Não havendo Inquérito Policial previamente distribuído a uma vara determinada e não havendo circunstância 
que indique fixação de competência por prevenção, deve-se deixar em branco a indicação da vara em que 
deverá tramitar a queixa. 
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 Prática Processual Penal 19/257 
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4 - CLASSIFICAÇÃO DO CRIME: Aqui o ponto mais importante da tua peça. 
Nesse tópico tem que ser descrita a infração penal praticada pelo acusado. Se tiver a 
ocorrência de algum tipo de concurso de crime (material (art. 69 do CP), formal (art. 70 
do CP) ou continuidade delitiva (art. 71 do CP)) o candidato tem que mencionar. 
 
VAMOS RELEMBRAR: 
1 – CONCURSO MATERIAL (art. 69 do CP) – acontece quando o agente, mediante 
mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,idênticos ou não, aplicando-
se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. Requisitos: 
a) pluralidade de condutas; b) a pluralidade de crimes. Ex. Tício atira em Mévio e na 
fuga subtrai um veículo. Tício praticou o crime de homicídio em concurso material com o 
crime de furto; 
2 – CONCURSO FORMAL (art. 70 do CP) – acontece quando o agente, mediante uma 
só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não. Requisitos: a) a 
unicidade da conduta; b) a pluralidade de crimes. Ex. Tício, conduzindo seu carro de 
forma imprudente, atropela Caio e Mévio. Tício praticou dois homicídios culposos na 
direção de veículo automotor (art. 302 do CTB), em concurso formal. 
FORMAS: a) Homogêneo: os crimes decorrentes da conduta única são da mesma 
espécie. 
b) Heterogêneo: os crimes são de espécie distintas. 
c) Próprio, perfeito ou normal: o agente, apesar de provocar dois ou mais 
resultados, não age com desígnios autônomos, ou seja, não tem intenção independente 
em relação a cada crime. Neste caso, o juiz aplica o sistema da exasperação, ou seja, 
aplica uma só pena, se idênticas, ou a maior, se diferentes, aumentada de um sexto 
(1/6) até a metade (1/2); 
d) Impróprio, Imperfeito ou anormal: o sujeito age com desígnios 
autônomos. Só tem cabimento em crimes dolosos. Neste caso, por haver desígnios 
autônomos, as penas deverão ser somadas, aplicando a mesma regra do concurso 
material de delitos. 
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 Prática Processual Penal 20/257 
 OAB 2ª Fase 
 
 
3 – CONTINUIDADE DELITIVA (art. 71 do CP) – ocorre quando sujeito, mediante 
pluralidade de condutas, realiza uma série de crimes da mesma espécie, guardando 
entre si um elo de continuidade (em especial, as mesmas condições de tempo, lugar e 
maneira de execução). Divide-se em: 
3.1 – Crime continuado genérico ou comum: requisitos: a) pluralidade de condutas; b) 
Pluralidade de crimes da mesma espécie (prevalece o entendimento que são crimes 
previstos no mesmo tipo penal, protegendo igual bem jurídico); c) elo de continuidade 
(mesmas condições de tempo, lugar e modo de execução). Neste caso, a aplicação da 
pena se dará conforme os sistema da exasperação: o juiz escolherá qualquer das penas, 
se idênticas, ou a maior delas, se distintas, aumentando, na terceira fase da dosimetria 
da pena, em 1/6 a 2/3; 
3.2 – Crime continuado específico (art. 71, § único, do CP): A principal característica da 
continuidade delitiva específica é exigir (ao lado dos requisitos do crime continuado 
genérico) que os crimes sejam dolosos, com vítimas diferentes, cometidos com violência 
ou grave ameaça à pessoa. Nesta caso, a aplicação da pena se dará pela sistema da 
exasperação, devendo o juiz, na terceira fase da dosimetria da pena, aumentar a pena 
até o triplo (partindo de 1/6). 
 
5 - REQUERIMENTOS: 
A) recebimento da peça e consequente instauração da ação, com intervenção 
do MP e com tramitação, se for o caso, de acordo com o art. 519 e ss do CPP (crimes 
contra a honra). Observe se não é o caso de tramitação no Juizado Especial Criminal (Lei 
nº. 9.099/95); 
B) citação do querelado; 
C) ouvida das testemunhas e produção de qualquer outra prova; 
D) prosseguimento do feito até final condenação; 
E) fixação, se for o caso, do valor mínimo para reparação dos danos sofridos 
(art. 387, IV, do CPP). 
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 Prática Processual Penal 21/257 
 OAB 2ª Fase 
 
 
 
ASSUNTO IMPORTANTE PARA A ELABORAÇÃO DA QUEIXA-CRIME 
Pessoal, não deixem de estudar em Direito Penal os crimes contra a honra 
(calúnia, difamação e injúria). Isso porque, sem sombra de dúvidas, os principais crimes 
de ações penais privadas previstos em nosso ordenamento jurídico são os crimes contra 
a honra. Por esse motivo, geralmente, as bancas m examinadoras gostam de trabalhar 
com esses tipos penais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 22/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO I 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____2.ª VARA 
CRIMINAL DA COMARCA3 ____. 
 
 
 
 
“FULANO DE TAL” (nome completo), (nacionalidade), (estado civil), 
(profissão), portador da Cédula de Identidade nº. ____, inscrito no Cadastro de Pessoas 
Físicas sob o nº.____, domiciliado em (cidade), onde reside (rua, número, bairro), 
por seu advogado,vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor 
 
QUEIXA-CRIME 
 
contra “SICRANO DE TAL” (nome completo), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), 
portador da Cédula de Identidade nº. ____, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob 
o nº.____, domiciliado em (cidade), onde reside (rua, número, bairro) e “BELTANO 
DE TAL” (nome completo), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador da 
Cédula de Identidade nº. ____, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o n.º____, 
domiciliado em (cidade), onde reside (rua, número, bairro), com fundamento no art. 30 
do Código de Processo Penal em combinação com o art. 145, caput, do Código Penal, 
baseado nas provas colhidas no inquérito policial que segue juntamente com esta, pelos 
seguintes motivos: 
 
 
2
 Não havendo Inquérito Policial previamente distribuído a uma vara determinada e não havendo circunstância 
que indique fixação de competência por prevenção,deve-se deixar em branco a indicação da vara em que 
deverá tramitar a queixa. 
3
 Na justiça federal, a peça deverá ser endereçada ao “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da __ Vara Federal 
Criminal da Seção (ou Subseção) Judiciária de _________”. 
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 Prática Processual Penal 23/257 
 OAB 2ª Fase 
 
I – DOS FATOS 
 
No dia ____, por volta das ____, em reunião realizada na sede da empresa 
____, situada na ____, nesta cidade, na presença de inúmeros diretores e gerentes, 
muitos dos quais constam do rol de testemunhas abaixo indicado, os querelados 
imputaram ao querelante a prática do crime descrito no art. 197, I, do Código Penal. 
Afirmaram, sabendo ser o proponente inocente, que os dados contábeis da empresa não 
se encontravam regulares, tendo em vista que o querelante, por ter sido preterido em 
promoção realizada no dia ____, para vingar-se da gerência que deixou de indicá-lo ao 
posto, teria constrangido o contador “H”, mediante grave ameaça, a deixar de realizar 
sua atividade, durante certo período. A ameaça fundar-se-ia na expulsão do flho do 
contador da escola ____, onde atualmente cursa a 2.ª série do ensino fundamental, 
levando-se em conta que a esposa do querelante é a diretora-geral do referido 
estabelecimento de ensino. 
A criativa história idealizada pelos querelados teve o fim de prejudicar o 
querelante, conspurcando sua reputação diante de terceiros, sendo certo saberem eles 
que nada foi feito contra “H”. Apurou-se no incluso inquérito ter este negligenciado seus 
afazeres em virtude de problemas pessoais, razão pela qual os dados estavam, de fato, 
incompletos, porém, nada disso teve por origem qualquer conduta do querelante. 
Os querelados não somente sabiam ser inocente o querelante como também 
engendraram a versão apresentada na reunião mencionada com o objetivo de macular a 
sua imagem entre diretores e gerentes, justamente para afastá-lo da concorrência ao 
próximo cargo de gerência a ser disputado dentro de alguns meses, quando ocorrerá a 
aposentadoria do atual ocupante. Logo, segundo os depoimentos colhidos (fls. ____ do 
inquérito), observa-se que, na última promoção, estava o querelante impossibilitado de 
ser beneficiado, em razão da notória especialidade do posto, incompatível com sua 
habilitação. Portanto, maliciosamente, os querelados, concorrentes do querelante, 
buscaram vincular a negligência do contador da empresa a uma inexistente grave 
ameaça, associada a um desejo de vingança igualmente fictício. 
 
 
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 Prática Processual Penal 24/257 
 OAB 2ª Fase 
 
II – DA TIPIFICAÇÃO 
 
Assim sendo, torna-se nítida, pois, a prática do delito de calúnia (art. 138, 
caput do CP) por parte dos querelados, sem perder de vista que foi o fato divulgado na 
presença de várias pessoas, além de possuir o querelante mais de sessenta anos (art. 
141, III e IV do CP), o que torna o delito mais grave. 
 
III – DA CONCLUSÃO 
 
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência seja recebida a presente queixa-
crime, após a realização do procedimento descrito no art. 520 do Código de Processo 
Penal, contra “C” e “D”, incursos nas penas do art. 138, caput, c.c. art. 141, III e IV, do 
Código Penal, para que, citados e não sendo possível a aplicação dos benefícios da Lei 
9.099/95, apresentando a defesa que tiverem, sejam colhidas as provas necessárias e, 
ao final, possam ser condenados. 
 
Termos em que, ouvido o ilustre 
representante do Ministério Público, 
Pede deferimento. 
 
Recife, 7 de abril de 2010. 
 
Advogado – OAB nº. XXX 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 25/257 
 OAB 2ª Fase 
 
ROL DE TESTEMUNHAS: 
1. (nome completo), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador da Cédula de 
Identidade nº. ____, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o n.o____, domiciliado 
em (cidade), onde reside (rua, número, bairro); 
2. (nome completo), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador da Cédula de 
Identidade nº. ____, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o n.o____, domiciliado 
em (cidade), onde reside (rua, número, bairro). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 26/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO II 
EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA CAPITAL, POR 
DISTRIBUIÇÃO 
 
 
 
 
Maria Clara da Silva, brasileira, solteira, medica, residente e domiciliada na 
Av. Boa Viagem, 1234, ap. 301, nesta cidade, através de seu procurador ao final 
assinado, constituído conforme instrumento procuratório com poderesespeciais em 
anexo (art. 44, CPP), vem, respeitosamente, à presença de V. Exa., com fundamento no 
art. 30 do CPP, oferecer QUEIXA-CRIME contra Antônio Carlos Batista, brasileiro, 
casado, servente, 22 anos de idade, natural de Caapora/PB, filho de Severino José 
Batista e Maria Severina Batista, residente e domiciliado na rua do Cemitério, 102 Dois 
Irmão, nesta cidade, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos: 
Em 26 de janeiro de 2012, por volta das 19h, na Rua Maranguape, em frente 
ao nº 42, nesta Cidade, o querelado, utilizando-se de um martelo e desferindo golpes, 
danificou o veículo marca Volkswagem Gol, ano 2008, Placa III 0001, de propriedade da 
querelante, causando-lhe considerável prejuízo patrimonial, que totalizou o valor de R$ 
3.700,00 (orçamentos anexos, docs. 02 e 03). 
Na ocasião, a querelante encontrava-se em casa, quando lá compareceu o 
acusado, embriagado e visivelmente alterado, acusando-a de ter colidido contra o 
automóvel de sua propriedade, Neste momento, a querelante referiu que não havia 
provocado qualquer dano no automóvel do querelado, solicitando a ele que se retirasse 
de sua casa. 
Decorridos alguns instantes, ao dirigir-se até seu carro, que se encontrava 
estacionado em frente à casa, constatou a querelante que o veículo estava com todos os 
vidros e faróis quebrados. Neste momento, dirigiu-se a ela o querelado que, ostentando 
um martelo, perguntou-lhe se “por acaso alguém havia batido em seu carro também”. 
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 Prática Processual Penal 27/257 
 OAB 2ª Fase 
 
Assim agindo, incorreu o querelado no art. 163, § único, inciso IV, do Código 
Penal (CP). E para que contra ele proceda, oferece a querelante a presente queixa-crime, 
requerendo a citação do acusado para responder à acusação e demais termos do 
processo, ouvidas as testemunhas ao fim arroladas, até final julgamento e condenação. 
Requer, outrossim, a intimação do Ministério Público para intervenha na ação 
penal. 
Por fim, requer seja fixado o valor da indenização devida em razão dos 
prejuízos causados pelo querelado, conforme autoriza o art. 387, inciso IV, do Código de 
Processo Penal. 
 
Nestes termos, 
Pede a procedência. 
 
Recife, 7 de abril de 2012. 
 
Advogado – OAB nº. XXX 
 
ROL DE TESTEMUNHAS 
1 – Florisvaldo Fernandes da Costa, (qualificação); 
2 – Maria da Silva, (qualificação). 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 28/257 
 OAB 2ª Fase 
 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
 
1. NOÇÕES INICIAIS. Com o advento da Lei nº 11.719/08, foi inserida no 
Código de Processo Penal a Resposta à Acusação, com previsão nos art. 396 e 396-A do 
CPP. Antes, existia a defesa prévia que só ocorria após o interrogatório do acusado. Hoje, 
logo após o recebimento da denúncia (ação penal pública) ou queixa-crime (ação penal 
privada), o juiz mandará citar o acusado para, desde já, responder por escrito à 
acusação. Ela é tão imprescindível que se acusado, após ser citado, deixar de fazê-la, o 
juiz nomeará defensor para que a faça (Art. 396-A, § 2º, do CPP). 
Sendo assim, vale destacar alguns pontos importantes para que possamos 
identificar e utilizá-los em nossa peça processual. 
2. MOMENTO: a resposta à acusação ocorrerá logo após o recebimento da 
denúncia ou queixa, quando juiz determinará a citação do acusado para o oferecimento 
desta peça profissional. 
3. PROCEDIMENTO: É cabível, principalmente, nos procedimentos ordinários 
(quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 
(quatro) anos de pena privativa de liberdade) como nos sumários (quando tiver por 
objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena 
privativa de liberdade). No entanto, com o disposto no Art. 394, § 4º, do CPP4, o 
legislador estipulou a sua aplicação a todos os procedimentos de primeiro grau, ainda 
que não regulamentados pelo CPP. 
Assim, pelo menos do ponto de vista do legislador, a resposta à acusação 
deve ser apresentada em TODOS os procedimentos criminais de primeiro grau existentes 
em nosso ordenamento jurídico. 
4. FUNDAMENTO NORMATIVO: a resposta à acusação tem previsão legal 
nos art. 396 e 396-A do CPP. Foi inserida nesse diploma legal por meio da lei 11.719/08. 
No procedimento do Tribunal do Júri, a fundamentação se encontra no art. 406 do CPP. 
 
 
4
 Art. 394. (...) § 4º As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de 
primeiro grau, ainda que não regulados neste Código. 
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 Prática Processual Penal 29/257 
 OAB 2ª Fase 
 
 
CUIDADO: 
A resposta à acusação não se confunde com as respostas preliminares previstas no art. 
514 do CPP, que trata do processo e julgamento dos crimes de responsabilidade dos 
funcionários público, e art. 55 da Lei 11.343/06 (Lei de Drogas). 
 
5. CONTEÚDO: Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares (ex. 
inépcia da inicial, irregularidade da citação, ausência de pressupostos processuais ou 
condições da ação, etc.) e alegar tudo o que interesse à sua defesa (apresentando as 
teses que poderão absolver sumariamente o réu (art. 397 do CPP)) oferecer documentos 
e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas (o número vai 
depender de cada procedimento), qualificando-as e requerendo sua intimação, quandonecessário. Só lembrando que as exceções (incompetência, coisa julgada, litispendência, 
ilegitimidade de parte e suspeição), se forem apresentadas, serão processadas em 
apartado. 
6. HIPÓTESES DE ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA: diferentemente do que ocorria 
antes do advento da lei 11.719/08, a resposta à acusação pode ensejar a absolvição 
sumária do agente. Aliás, essa é a principal função da resposta à acusação. Isso ocorrerá 
sempre que o juiz verificar na resposta a existência manifesta de causa excludente da 
ilicitude do fato; a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, 
salvo inimputabilidade; que o fato narrado evidentemente não constitui crime; extinta a 
punibilidade do agente (Art. 397 do CPP). 
7. PRAZO: a resposta à acusação ocorrerá no prazo de 10 (dez) dias. Atenção 
aos casos de citação por edital, em que o prazo para a defesa começará a fluir a partir do 
comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído (Art. 396, § único do 
CPP). 
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 Prática Processual Penal 30/257 
 OAB 2ª Fase 
 
ESTRUTURA DA PEÇA: 
 
1. ENDEREÇAMENTO: Ao juiz do processo. A resposta à acusação deve ser 
oferecida ao próprio juiz da causa ao qual foi distribuída a ação. Geralmente, a banca 
examinadora indica quem é o juízo competente. Caso nada mencione, o candidato 
deverá colocar “...” na menção da vara que deverá receber o processo; 
2. INDICAÇÃO DO NÚMERO DOS AUTOS; 
3. INTRODUÇÃO: com o nome do réu, realizando a sua qualificação (pode 
ser remissiva, já que, em tese, o acusado foi qualificado na inicial), menção ao advogado 
e a sua procuração; 
4. RESUMO DA IMPUTAÇÃO CONSTANTE DA DENÚNCIA OU QUEIXA. 
Neste ponto, não é interessante que você se alongue muito no resumo da imputação, 
uma vez que no espelho da FGV, geralmente, não consta pontuação acerca da 
apresentação deste tópico. No entanto, como a praxe exige a apresentação deste tópico, 
recomendo a sua apresentação; 
5. EVENTUAIS ARGUIÇÕES DE NULIDADE, CAUSAS DE ABSOLVIÇÃO 
SUMÁRIA OU CONTRARIEDADE GENÉRICA À IMPUTAÇÃO (NEGAÇÕES 
GENÉRICAS), SE FOR O CASO. Aqui reside o principal ponto desta peça. Geralmente, a 
FGV cobra a maior parte da pontuação no desenvolvimento deste tópico; 
6. REQUERIMENTOS: 
 A) recebimento da peça; 
 B) decretação de nulidades (se for o caso) 
 C) pedido de absolvição sumária (se for o caso); 
 D) ouvida de testemunhas; 
 E) a produção de outras provas; 
 
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 Prática Processual Penal 31/257 
 OAB 2ª Fase 
 
7. ROL DE TESTEMUNHAS (ANTES OU DEPOIS DO FECHO); 
8. FECHO (Nestes Termos, pede e espera deferimento). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 32/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO I 
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA (XX OU ...) VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS. 
 
 
Processo nº: ... 
 
 
 
 
 
 ANTÔNIO, já qualificado nos autos a fls. X, vem por seu advogado infra-assinado 
(procuração em anexo), à presença de Vossa Senhoria, com fulcro nos artigos 396 e 
396-A do Código de Processo Penal, oferecer a presente RESPOSTA À ACUSAÇÃO, pelos 
motivos de fato e de direito que abaixo passa a expor: 
 
 
I. DOS FATOS 
 
 O réu foi denunciado e processado por corrupção passiva porque segundo a 
denúncia teria recebido 50 mil dólares para facilitar o tráfico de criança ao exterior. O 
acusado foi denunciado pelo Promotor de Justiça e o juiz recebendo a denúncia, ordenou 
a citação do réu e a intimação para a apresentação da resposta à acusação. 
 
II. DO DIREITO 
 
 
A) DA INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO: 
 
 
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 Prática Processual Penal 33/257 
 OAB 2ª Fase 
 
 Tratando-se de crime supostamente praticado por funcionário público federal (o 
réu é agente da Polícia Federal), a competência da justiça federal, em razão do disposto 
no art. 109, IV da Constituição Federal (CF), in verbis: 
 
"Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em 
detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas 
entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as 
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da 
Justiça Eleitoral;" 
 
 Assim sendo, a defesa requer o reconhecimento da incompetência da Justiça 
Estadual para processar e julgar o feito, com a consequente remessa dos autos à Justiça 
Federal. 
 
 
B) DA INÉPCIA DA DENÚNCIA:Como é sabido, a petição inicial acusatória deve descrever o fato criminoso, para 
possibilitar a defesa do acusado. O réu foi denunciado como incurso nos arts. 239, 
parágrafo único do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e no art. 317, § 1º do 
Código Penal (CP), na forma do art. 69 do CP. 
 Todavia, ao narrar os fatos criminoso na inicial, o Promotor de Justiça sequer 
descreveu como se deu a participação do acusado no tráfico de crianças ao exterior. Pior 
ainda no crime de corrupção passiva, o Parquet não especificou no que consistiu o delito 
de corrupção passiva, se houve solicitação ou recebimento e que ato de ofício o acusado 
praticou infringindo dever funcional. 
 Meras suposições como a apreensão do numerário na residência são insuficientes 
para tornar compatível a denúncia. Não existe nenhuma prova comprovando-se o nexo 
entre o dinheiro depositado na conta do réu e o tráfico de crianças praticado por Maria. 
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 Prática Processual Penal 34/257 
 OAB 2ª Fase 
 
 Assim, a mesma é claramente inepta, e no caso não deveria ter sido recebida. 
Dessa forma, é hipótese de anulação de todos os atos praticados e por consequência 
decidir pelo não recebimento da denúncia. 
 
C) DA AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA. 
 
 A defesa requer a rejeição da inicial por falta de justa causa. O fato do réu ter 
simplesmente atendido um telefonema (interceptado), não prova nenhum crime de 
corrupção passiva. E ainda o fato do mesmo ter em sua casa a quantia de dinheiro 
apreendida também não comprova nenhum crime. Há falta de justa causa quando 
inexiste elemento algum a comprovar minimamente o fato criminoso. Em razão disso, 
não era hipótese de recebimento da denúncia, com fulcro no art. 395, III do CPP: 
 
"Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: 
(...) 
III – faltar justa causa para o exercício da ação penal." 
 
 
D) DO DESENTRANHAMENTO DO AUTO DE APREENSÃO DO DINHEIRO: 
 
 
 Como se observa dos autos, o dinheiro foi apreendido em razão de apreensão pela 
Polícia. Ocorre que tal numerário foi apreendido de forma ilícita, porque não havia 
especificação para vasculhar o apartamento 202, pertencente ao acusado. Dessa forma, 
reza o art. 157 do Código de Processo Penal que tal material deve ser desentranhado dos 
autos, porque se trata de prova ilícita. 
 
"Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do 
processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em 
violação a normas constitucionais ou legais. 
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 Prática Processual Penal 35/257 
 OAB 2ª Fase 
 
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, 
salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e 
outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma 
fonte independente das primeiras. 
§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, 
seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação 
ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da 
prova. 
§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada 
inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às 
partes acompanhar o incidente." 
 
 Pode-se até falar em frutos da árvore proibida porque tal prova se originou de 
uma prova originariamente lícita que era baseada no mandado judicial e depois se tornou 
ilícita, ao se adentrar em apartamento, sem ordem judicial específica. Nem se pode 
alegar a teoria da descoberta inevitável, porque inexistente nenhum fato que 
inevitavelmente levasse os policiais a esse local (o apartamento). 
 
 
III. DO MÉRITO 
 
 Requer a absolvição pela atipicidade da conduta. Com efeito, não há prova da 
materialidade da corrupção passiva. A prova da corrupção passiva estaria calcada na 
busca e apreensão do numerário no apartamento do acusado. 
 Ocorre que apesar da existência de uma mandado de busca e apreensão, não 
havia especificação no mandado de busca e apreensão de ordem para o apartamento 
203. 
 
 Logo, a prova é ilícita e não se presta à comprovação da materialidade do delito 
de corrupção passiva. Assim, logicamente o fato é atípico, devendo absolver o acusado 
com fulcro no art. 397, III do CPP: 
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 Prática Processual Penal 36/257 
 OAB 2ª Fase 
 
 
 
"Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e 
parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o 
acusado quando verificar: 
(...) 
III – que o fato narrado evidentemente não constitui crime;" 
 
IV. DO PEDIDO 
 
 
 Diante do exposto, a defesa vem requerer à Vossa Excelência o reconhecimento 
da incompetência da Justiça Estadual para processar e julgar o presente feito, com a 
consequente remessa dos autos à justiça federal, ou se mantida a competência, a 
rejeição da denúncia em razão da falta de justa causa e também por ser a mesma 
inepta; e se mantido o recebimento da denúncia, a absolvição sumária pela atipicidade 
do fato e, se indeferido o pedido de absolvição sumária, o desentranhamento do auto de 
apreensão dos autos, eis que obtido de forma ilícita. 
 Nesta oportunidade, junta os seguintes documentos: ____. Por outro lado, 
apresenta, ainda, as suas testemunhas, cujo o rol segue abaixo. 
 
 
Nestes Termos, 
 
Espera e Pede Deferimento. 
Porto Alegre, Data. 
 
ADVOGADO 
OAB ... 
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 Prática Processual Penal 37/257 
 OAB 2ª Fase 
 
ROL DE TESTEMUNHA 
1 - 
2 - 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 38/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO II 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 3.ª5 Vara Criminal da Comarca 
Recife/PE. 
 
Processo nº. ... 
 
 
 
 
“Y”, qualificado a fls. ____, por seu advogado, nos autos da ação penal que 
lhe move o Ministério Público do Estado de ____, vem, respeitosamente, à presença de 
Vossa Excelência, nos termos do art. 396-A do Código de Processo Penal, apresentar a 
sua 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
sustentando que provará sua inocência no decorrer da instrução. 
Nesta oportunidade, junta os seguintes documentos: ____. Por outro lado, 
oferece, ainda, o seu rol de testemunhas: ____. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Recife, 7 de abril de 2013. 
 
Advogado – OAB nº. XXX 
 
5
 Normalmente a banca já informa qual o juízo competente para processar e julgar a infração. Caso não haja 
menção na questão, deve-se colacar “...” no local correspondente a vara competente. 
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 Prática Processual Penal 39/257 
 OAB 2ª Fase 
 
 
ROL DE TESTEMUNHAS 
1 – Florisvaldo Fernandes da Costa, (qualificação); 
2 – Maria da Silva, (qualificação). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 40/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO III 
 
EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA CAPITAL 
 
Autos n. 000123/03 
 
 
 
__________________, (denunciado ou querelado), qualificado nos autos, por 
seu advogado que esta subscreve, constituído nos termos do instrumento procuratório 
em anexo, vem, atendendo ao despacho de fls. ___, apresentar RESPOSTA À 
ACUSAÇÃO, nos termos que seguem: 
RESUMO DA IMPUTAÇÃO DA DENÚNCIA OU QUEIXA 
ARGUIÇÃO DE NULIDADES 
REFERENCIA ÀS NORMAS LEGAIS APLICÁVEIS 
REQUERIMENTOS (recebimento da pela, ouvida das testemunhas arroladas e 
produção de quaisquer outras provas, por exemplo, a ouvida da vítima, a realização de 
uma perícia, requisição de documentos etc) 
Neste termos, 
Pede deferimento. 
Recife, 03 de maio de 2011. 
Advogado – OAB-PE n. XXX 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 41/257 
 OAB 2ª Fase 
 
ROL DE TESTEMUNHA 
 
1. CLARABELA (qualificação e endereço) 
2. DONALDO (qualificação e endereço) 
 
OBS: Note-se, entretanto, que, na resposta à acusação, de acordo com a praxe forense, 
os advogados, na maioria das vezes, apenas se utilizam de expressões genéricas para 
formular a defesa do cliente (“A defesa reserva-se o direito de discutir o mérito da causa 
por ocasião das alegações finais...”) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 42/257 
 OAB 2ª Fase 
 
PEÇAS RELACIONADAS À PRISÃO 
 
RELAXAMENTO 
 
1. NOÇÕES INICIAIS. Nos termos doart. 5°, LXV, da CF, a “prisão ilegal será 
imediatamente relaxada pela autoridade judiciária”. A palavra relaxamento significa 
unicamente uma via de controle da legalidade da prisão, independentemente da 
modalidade, não se restringindo à hipótese de flagrante delito. 
2. FUNDAMENTO NORMATIVO: art. 5°, LXV, da Constituição Federal (CF) 
(para todas as modalidades de prisão) e art. 310, inciso I, do CPP (aplicável somente 
para prisão em flagrante). 
3. CABIMENTO: O relaxamento da prisão (flagrante, preventiva e 
temporária) somente é cabível nos casos em que houver a decretação ou manutenção de 
uma prisão ilegal. Logo, é de suma importância que o candidato tenha um conhecimento 
sobre o instituto da prisão em flagrante, preventiva e temporária e das possíveis 
ilegalidades que podem ocorrer nestes tipos de prisões. 
O relaxamento da prisão ocorrerá, portanto, em todos os casos de ilegalidade, 
dirigindo-se contra todas as modalidades de prisão previstas no Código de Processo 
Penal, desde que tenham sido determinadas sem observância das previsões legais. 
4. EFEITOS: Relaxada a prisão, o resultado imediato será a soltura do preso 
com a consequente expedição do alvará de soltura, sem a imposição de quaisquer 
restrições de direitos, uma vez que não se cuida de concessão de liberdade provisória, 
mas de anulação de ato praticado com violação à lei. A liberdade deverá ser plenamente 
restituída, tal como ocorre na revogação da preventiva, por ausência dos motivos que 
justificaram a sua decretação. 
 
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 Prática Processual Penal 43/257 
 OAB 2ª Fase 
 
ESTRUTURA DA PEÇA 
 
1. ENDEREÇAMENTO: Ao juiz competente; 
2. INDICAÇÃO DOS AUTOS (se já houver); 
3. INTRODUÇÃO: nome do requerente, referência ao auto de prisão em 
flagrante ou ao processo, menção ao advogado e à procuração; 
4. DESCRIÇÃO DA PRISÃO COM OS RESPECTIVOS MOTIVOS DA 
ILEGALIDADE; 
5. APRESENTAÇÃO DOS FUNDAMENTOS NORMATIVOS E FÁTICOS QUE 
EMBASAM A ILEGALIDADE E A SOLTURA DO ACUSADO; 
6. REQUERIMENTO: 
“Ante o exposto, requer, após a ouvida do D. Representante do MP, seja 
deferido o pedido ora formulado para que se relaxe a prisão, expedindo-se o competente 
alvará de soltura.” 
7. FECHO: “Termos em que pede e espera deferimento. Local. Data. 
Advogado OAB nº.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 44/257 
 OAB 2ª Fase 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA 
 
1. FUNDAMENTO NORMATIVO: a liberdade provisória tem previsão legal 
nos arts. 310, § único (causas excludentes de ilicitude) e 321 (ausência dos pressupostos 
e fundamentos da prisão preventiva) do CPP. 
2. CABIMENTO: A liberdade provisória é a medida cabível nas hipóteses de 
flagrante lícito (se ilícito é relaxamento), tanto na materialidade quanto na formalidade, 
devendo-se demonstrar que não existe a necessidade de se manter o agente 
encarcerado, em razão de o fato ter sido praticado sob o manto de uma das excludentes 
de ilicitude da conduta ou por estarem ausentes os pressupostos e fundamentos da 
prisão preventiva. 
3. PRAZOS E PROCEDIMENTO: Não existe prazo para requerer a liberdade 
provisória. No entanto, com a entrada em vigor da nova lei de prisões (Lei nº. 
12403/11), deve o juiz ao receber o auto de prisão em flagrante conceder liberdade 
provisória com ou sem o pagamento de fiança, quando constatar que o fato foi praticado 
sob o manto de uma das excludentes de ilicitude da conduta (art. 310, § único, do CPP) 
ou por estarem ausentes os pressupostos e fundamentos da prisão preventiva (art. 321 
do CPP). Neste momento (recebimento do flagrante por parte do juiz), é que a parte, 
teoricamente, deve ingressar com a liberdade provisória. Tal fato se explica porque com 
a nova redação determinada Lei nº 12.403/11, o juiz ao receber o auto de prisão em 
flagrante deve, desde logo, converter a prisão em flagrante em preventiva, quando 
presentes os requisitos constantes do art. 312 do CPP, e se revelarem inadequadas ou 
insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão. Dessa maneira, convertida a 
prisão em flagrante em preventiva, a peça cabível para combater a desnecessidade da 
prisão será a revogação da preventiva e não mais Liberdade Provisória. 
A concessão liberdade provisória é possível mediante o pagamento de fiança 
ou sem pagamento de fiança. 
A Constituição Federal diz que deverá se conceder liberdade provisória, 
sempre que possível. Lembrando que liberdade provisória pressupõe legalidade da 
prisão. Se a prisão for ilegal deverá ser imediatamente relaxada. 
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 Prática Processual Penal 45/257 
 OAB 2ª Fase 
 
A vinculação diz respeito a vincular o agente que se beneficiou com a 
liberdade provisória a determinadas obrigações. A Liberdade Provisória com fiança é 
sempre com vinculação, sempre submete o beneficiado às obrigações dos arts. 327 e 
328 e 341, todos do CPP. 
Quando se fala “com vinculação” quer dizer que o acusado conquista a 
liberdade provisória com vinculação a determinadas obrigações. Lembrando que toda 
liberdade provisória com fiança vincula ao acusado ao cumprimento de determinadas 
obrigações (vide arts. 327, 328 e 341 do CPP). 
 Após o advento da Lei 12.403/11, o Delegado de Polícia pode arbitrar fiança, 
nos crimes com pena de prisão máxima de até 4 (quatro) anos (Art. 322, CPP). Não 
podendo, por exemplo, conceder fiança em crime de estelionatojá que a pena máxima 
deste é de 5 anos. Acima de 4 (quatro) anos, só o magistrado pode arbitrar. A 
competência do magistrado é mais ampla, engloba todas as infrações penais afiançáveis. 
Hoje os valores da fiança podem variar de 1 a 100 salários mínimos, quando infração 
punida em grau máximo com pena privativa de liberdade não superior a 4 anos, e 10 a 
200 salários mínimos quando infração punida em grau máximo com pena privativa de 
liberdade superior a 4 anos. De acordo com o art. 325, § 1° CPP a fiança pode ser I - 
dispensada, na forma do art. 350 deste Código; II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois 
terços) ou III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. 
Como também é possível a liberdade provisória sem fiança. Podendo esta ser 
ou não vinculada as obrigações. 
4. EFEITOS: Vinculação ao juízo e ao processo, podendo ainda o juiz impor 
uma das medidas cautelares não prisionais previstas nos arts. 319 e 320 do CPP. 
 
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 Prática Processual Penal 46/257 
 OAB 2ª Fase 
 
ESTRUTURA DA PEÇA 
 
1. ENDEREÇAMENTO: Ao juiz competente; 
2. INDICAÇÃO DOS AUTOS (se já houver); 
3. INTRODUÇÃO: nome do requerente, referência ao auto de prisão em 
flagrante, menção ao advogado e à procuração; 
4. DESCRIÇÃO DA PRISÃO COM OS RESPECTIVOS MOTIVOS DA 
DESNECESSIDADE; 
5. APRESENTAÇÃO DOS FUNDAMENTOS NORMATIVOS E FÁTICOS QUE 
EMBASAM A DESNECESSIDADE E A SOLTURA DO ACUSADO; 
6. REQUERIMENTO: 
“Ante o exposto, requer seja deferido o pedido ora formulado para que se 
reconheça a desnecessidade da prisão, expedindo-se o competente alvará de soltura.” 
CUIDADO: 
Na liberdade provisória com pagamento de fiança o Ministério Público só é ouvido após 
a concessão da medida, não havendo necessidade de requerer a sua oitiva, conforme 
estipula o art. 333 do CPP: 
“Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida independentemente de 
audiência do Ministério Público, este terá vista do processo a fim de requerer o que 
julgar conveniente.” 
No que diz respeito à Liberdade Provisória sem pagamento de fiança a redação anterior 
do art. 310 do CPP exigia a oitiva prévia do Ministério Público para que o juiz pudesse 
deferir a medida de liberdade pleiteada, conforme se abaixo: 
REDAÇÃO ANTERIOR: “Art. 310. Quando o juiz verificar pelo auto de prisão em flagrante 
que o agente praticou o fato, nas condições do art. 19, I, II e III, do Código Penal, 
poderá, depois de ouvir o Ministério Público, conceder ao réu liberdade provisória, 
mediante termo de comparecimento a todos os atos do processo, sob pena de 
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 Prática Processual Penal 47/257 
 OAB 2ª Fase 
 
revogação. 
Parágrafo único. Igual procedimento será adotado quando o juiz verificar, pelo auto de 
prisão em flagrante, a inocorrência de qualquer das hipóteses que autorizam a prisão 
preventiva (arts. 311 e 312)” 
No entanto, após a entrada em vigor da Lei nº. 12.403/11, apesar de algumas opiniões 
em contrário, não se exige mais a oitiva prévia do membro do Ministério Público, 
conforme se pode extrair facilmente da leitura dos arts. 310 e 321, ambos do CPP. 
 
7. FECHO: “Termos em que pede e espera deferimento. Local. Data. 
Advogado OAB nº.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 48/257 
 OAB 2ª Fase 
 
REVOGAÇÃO 
 
1. FUNDAMENTO NORMATIVO: Arts. 312 c/c 316 do CPP (Preventiva) e Art 
1º da Lei nº 7.960/89 (Temporária). 
2. CABIMENTO: Quando o réu se encontra preso preventivamente e os 
pressupostos e fundamentos da prisão preventiva desaparecem. Na temporária acontece 
quando os motivos que ensejaram a decretação da prisão já não mais subsistem. É 
possível pleitear a revogação junto ao juiz que decretou a preventiva ou a temporária. 
3. PRAZOS E PROCEDIMENTO: Não existe prazo para requerer a revogação. 
De acordo com o art. 316 do CPP, o juiz poderá revogar a prisão preventiva quando há 
falta de motivo para que a mesma subsista, portanto, a decisão que decreta ou denega a 
prisão preventiva é lastreada na cláusula rebus sic stantibus, ou seja, dura enquanto 
durar o estado das coisas – teoria da imprevisão. O mesmo pensamento é desenvolvido 
para a prisão temporária. 
Assim, mantida a situação fática e jurídica que ensejou a decretação da 
prisão, a mesma deverá ser mantida. A contrário senso, se não houver mais os motivos 
que ensejaram a decretação da medida cautelar, o juiz, de forma fundamentada, irá 
revogar a prisão (seja preventiva ou temporária), o que poderá ser feito de ofício ou a 
requerimento. Consequentemente, se uma prisão preventiva ou temporária foi 
legalmente decretada, porém seus motivos desapareceram, deverá a mesma ser 
revogada pelo juiz, sendo possível ao preso, através do seu advogado, postular a 
REVOGAÇÃO DA PRISÃO. 
Para tanto, deverá sustentar o desaparecimento dos motivos que justificavam 
a prisão, pleiteando, ao final, sua revogação, com a expedição do competente alvará de 
soltura. 
De acordo com a reforma trazida pela Lei 12.403/2011, o juiz poderá, ao 
revogar a prisão preventiva ou mesmo temporária, aplicar uma das medidas cautelares 
não prisionais previstas no art. 319 do CPP. 
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 Prática Processual Penal 49/257 
 OAB 2ª Fase 
 
Assim, nesta peça o tema central a ser defendido pelo candidato deverá ser o 
desaparecimento dos motivos que justificavam a prisão preventiva ou temporária, 
pleiteando, ao final, sua revogação, com a expedição do competente alvará de soltura. 
4. EFEITOS: Acarreta liberdade plena, mas o juiz pode cumular com as 
cautelares não prisionais previstas nos arts. 319 e 320 do CPP. 
 
ESTRUTURA DA PEÇA 
 
1. ENDEREÇAMENTO: Ao juiz competente; 
2. INDICAÇÃO DOS AUTOS (se já houver); 
3. INTRODUÇÃO: nome do requerente, referência ao inquérito ou ao 
processo judicial, menção ao advogado e à procuração; 
4. DESCRIÇÃO DA PRISÃO COM OS RESPECTIVOS MOTIVOS DA 
DESNECESSIDADE; 
5. APRESENTAÇÃO DOS FUNDAMENTOS NORMATIVOS E FÁTICOS QUE 
EMBASAM A DESNECESSIDADE E A SOLTURA DO ACUSADO; 
6. REQUERIMENTO: 
“Ante o exposto, requer, após a oitiva do membro do Ministério Público, seja 
deferido o pedido ora formulado para que se reconheça a desnecessidade da prisão, 
expedindo-se o competente alvará de soltura.” 
Apesar de não existir nenhum dispositivo legal que exija a oitiva prévia do 
membro do Ministério Público, é de praxe o requerimento de sua oitiva. 
7. FECHO: “Termos em que pede e espera deferimento. Local. Data. 
Advogado OAB nº.” 
 
 
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 Prática Processual Penal 50/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO I 
REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____.ª Vara do Júri da Comarca 
____. 
 
Processo nº. ____ 
 
 
 
“N”, qualificado a fls. ____, nos autos do processo-crime que lhe move o 
Ministério Público, por seu advogado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa 
Excelência, com fundamento nos arts. 312 c/c 316, ambos do CPP, requerer a 
REVOGAÇÃO de sua PRISÃO PREVENTIVA, pelos seguintes motivos: 
 
I – DOS FATOS 
 
O acusado teve sua custódia cautelar decretada por esse digno juízo sob o 
fundamento de estar preparando a sua fuga e que, conseqüentemente, evitaria a futura 
e eventual aplicação da lei penal, consolidada através de sentença penal condenatória. 
 
II – DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA 
 
Não desconhece a defesa que esse é um dos motivos a sustentar a decretação 
da prisão preventiva, com base no art. 312 do Código de Processo Penal. 
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 Prática Processual Penal 51/257 
 OAB 2ª Fase 
 
Entretanto, vale destacar que o princípio constitucional da presunção de 
inocência, associado ao direito de permanecer em liberdade provisória, configuram o 
quadro ideal para a situação do réu. 
Constitui pura ilação do órgão acusatório a conclusão de que o acusado 
pretende fugir, abandonando o acompanhamento da instrução, simplesmente pelo fato 
de ter colocado sua casa à venda e ter saído do anterior emprego. Na realidade, a casa 
foi vendida em função de não mais haver ambiente para o réu residir, com sua família, 
naquela vizinhança, local onde igualmente habitava a vítima. Constantes eram as 
ameaças que sofria por parte de parentes desta, tanto que chegou a registrar boletim de 
ocorrência, quando uma das vidraças da sua casa foi estilhaçada por uma pedra, durante 
a madrugada (documento anexo). 
Ademais, o acusado simplesmente pretendia trocar de emprego, por razões 
salariais, não tendo tido a oportunidade de comunicar a Vossa Excelência, o que iria fazer 
em breve tempo. Porém, diante das dificuldades de conseguir novo posto de trabalho, 
em virtude da recessão que assola o País, está atualmente desempregado. Tal situação, 
entretanto, não signifca que pretende fugir. 
 
III – DA CONCLUSÃO 
 
Desta feita, não há prova conclusiva de que pretendia subtrair-se à aplicação 
da lei penal, motivo pelo qual requer a Vossa Excelência, ouvido o ilustre representante 
do Ministério Público, a revogação da sua prisão preventiva, com a expedição do alvará 
de soltura, se o acusado já estiver preso, ou de contra-mandado, caso solto. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Recife, 03 de maio de 2010. 
Advogado – OAB-PE n. XXX 
 
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 Prática Processual Penal 52/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO II 
CONCESSÃO DE LIBERDADE PROVISÓRIA 
EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA 3 VARA CRIMINAL DE RECIFE/PE 
 
 
 
(REQUERENTE), já qualificado nos autos, por seu procurador ao final 
assinado, vem, respeitosamente, perante V.Exa., com base nos art. 321 do CPP, nos 
autos da ação penal (Processo n. ___) que lhe move a Justiça Pública requer seja-lhe 
concedida liberdade provisória com base nos fundamentos a seguir expedidos. 
O requerente foi preso em flagrante pelo cometimento do crime previsto no 
art. 155, 4º, I, do Código Penal, ao qual se comina pena de reclusão de 2 a 8 anos, e 
multa. Em verdade, não tem ele nenhuma responsabilidade quanto ao fato que lhe é 
imputado e isso certamenterestará comprovado quando estiver finda a instrução. 
Verifica-se, porém, que nos termos da legislação em vigor, o requerente tem 
o direito de responder ao processo em liberdade. Com efeito, pode-se argumentar que é 
o caso de aplicação do art. 321 do CPP. Prima facie, já se comprova que não estão 
presentes os motivos da prisão preventiva. O requerente nunca foi processado 
criminalmente (v. FAC de fls.___), é casado, pai de filhos, tem ocupação lícita, conforme 
se depreende da declaração de seu empregador às fls. ___. Não há sequer indícios de 
que a liberdade do requerente ofereça qualquer risco à ordem publica, à colheita da 
prova na instrução criminal ou de que pretenda furtar-ser á eventual aplicação da lei 
penal. 
É caso, pois de se lhe deferir a liberdade provisória mediante compromisso de 
que vai comparecer a todos os atos do processo. 
Apenas por amor a argumentação (Desde logo, Por cautela), se V.Exa. não 
decidir pela aplicação do art. 321 da Lei Adjetiva, não se olvide de que o crime imputado 
ao requerente é afiançável a teor do disposto no art. 324, inciso IV, do CPP, considerada 
as condições pessoais do requerente, todas favoráveis ao reconhecimento do beneficio. 
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 Prática Processual Penal 53/257 
 OAB 2ª Fase 
 
Entendendo que é o caso de liberdade provisória mediante o pagamento de 
fiança roga a V.Exa. que o dispense do pagamento da garantia, e acordo com o art. 350, 
CPP, já que é pobre na forma da lei, provendo o seu próprio sustento e o de sua família 
com dificuldade evidente por ter emprego de baixa remuneração. 
Ante o exposto, requer seja-lhe concedida liberdade provisória pois presentes 
os pressupostos para a concessão de benefício, para que possa, solto, melhor diligenciar 
na comprovação de sua inocência e continuar provendo o sustento de sua família, 
comprometendo-se o requerente a comparecer a todos os atos para os quais for 
intimado. 
 
Pede e espera deferimento. 
 
Recife, 08 de abril de 2012. 
 
Advogado - OAB/PE nº. XXX 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 54/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO III 
REVOGAÇÃO DE PRISÃO TEMPORÁRIA 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___.ª Vara Criminal da 
Comarca ___. 
 
Inquérito nº. _____ 
 
 
 
 
“D”, (Nome), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), titular de carteira de 
identidade Registro Geral n.o __, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o n.o ___, 
domiciliado em (cidade), onde reside (rua, número, bairro), atualmente recolhido no 
presídio ___, por seu advogado (documento anexo), vem, respeitosamente, à presença 
de Vossa Excelência, com fundamento no art. 1º, da Lei nº 7.960/89, nos autos do 
inquérito policial que apura o delito de roubo qualificado, do qual foi vítima “T”, requerer 
a 
 
REVOGAÇÃO DA PRISÃO TEMPORÁRIA DECRETADA 
 
pelos seguintes motivos: 
O indiciado foi preso ontem, em razão de mandado de prisão temporária 
expedido por Vossa Excelência, após representação feita pela autoridade policial, 
contando com a concordância do representante do Ministério Público, sob o fundamento 
de ter cometido um crime grave, que coloca em risco a ordem pública. 
A prisão foi decretada por cinco dias, sujeita, como prevê a Lei 7.960/89, à 
prorrogação por igual prazo. Entretanto, não há sentido para o recolhimento cautelar do 
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 Prática Processual Penal 55/257 
 OAB 2ª Fase 
 
indiciado, relembrando ser a prisão a exceção e a liberdade, a regra, conforme 
estabelece a garantia constitucional da presunção de inocência. 
Em momento algum o indiciado foi apontado pela vítima como o autor da 
infração penal. Ao contrário, desde o início, quando a ocorrência foi registrada, a 
descrição do indivíduo que a assaltou é completamente diversa das características 
pessoais do requerente. Este, por sua vez, tem emprego e residência fixos (documentos 
anexos), sendo primário e sem registro de antecedente criminal. 
A autoridade policial baseou-se em denúncia anônima para representar pela 
prisão temporária, o que não se pode admitir no Estado Democrático de Direito. O 
indiciado não se nega a submeter-se ao procedimento formal de reconhecimento, nem 
mesmo a prestar declarações, embora não possa conformar-se em permanecer detido 
para que as investigações tenham prosseguimento. 
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência, após a oitiva do membro do 
Ministério Público, a revogação da prisão temporária decretada, por não haver fundado 
motivo para a segregação provisória. 
Termos em que, expedindo-se o alvará de soltura, 
Pede deferimento. 
 
Recife, 08 de abril de 2012. 
 
Advogado - OAB/PE nº. XXX 
 
 
 
 
 
 
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 OAB 2ª Fase 
 
MODELO IV 
RELAXAMENTO DE PRISÃO 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____.ª Vara Criminal da 
Comarca ____. 
 
Inquérito policial nº. ____ 
 
“L”(nome completo), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), titular de 
carteira de identidade Registro Geral n.o ____, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas 
sob o n.o ____, domiciliado em (cidade), onde reside (rua, número, bairro), por seu 
advogado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência requerer o 
RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE 
com fundamento no art. 5.º, LXV, da Constituição Federal, pelos seguintes motivos: 
O indiciado foi preso em flagrante no dia 17 de dezembro próximo passado, 
sob a alegação de estar portando a arma do homicídio que teve como vítima Fulano de 
Tal. Estaria configurada a hipótese do art. 302, IV, do Código de Processo Penal, 
legitimando, portanto, a detenção sem mandado judicial. Encontra-se detido junto à 
____ (delegacia). 
Ocorre que, na realidade, inexiste flagrante presumido neste caso. A lei é 
clara ao estipular que se considera em flagrante delito quem “é encontrado, logo depois, 
com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da 
infração” (art. 302, IV, CPP, grifo nosso). Ora, a expressão “logo depois” não pode ter a 
elasticidade que lhe deu a autoridade policial, fazendo supor que uma semana é período 
curto e breve a ponto de justificar a prisão em estado de flagrância. 
Por outro lado, a completa ignorância do paradeiro do indiciado, que somente 
teria sido localizado por denúncia anônima, bem demonstra que a polícia perdeu seu 
rumo, desconfigurando qualquer possibilidade de se tratar de uma relação de 
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 Prática Processual Penal 57/257 
 OAB 2ª Fase 
 
imediatidade entre a prática do fato e a ocorrência da prisão, não havendo nem mesmo 
perseguição ou qualquer elemento que justificaria a mantença do estado de flagrância. 
Nesse sentido, pode-se mencionar a lição de ____. 
Outra não é a posição da jurisprudência: ____. 
Em suma, sem pretender ingressar no mérito, analisando se, realmente, foi 
“L” o autor do homicídio em questão, ou, se o fez, qual teria sido a justificativa a tanto, 
pois o momento é inadequado, busca-se ressaltar a Vossa Excelência a impropriedade da 
prisão em flagrante, merecendo ser decretado o seu relaxamento, colocando-se o 
indiciado em liberdade. 
Desde logo, por cautela, assinala-se não haver motivo algum para a 
decretação da prisão preventiva, uma vez que os requisitos do art. 312 do Código de 
Processo Penal não estão presentes. 
O indiciado é primário, não registra antecedentes, tem endereço e emprego 
fixos (documentos de fs. ____) e não deu mostra de que pretenda fugir à aplicação da lei 
penal ou que possa perturbar o correto trâmite da ação penal. 
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência, afastada a hipótese de 
flagrância, determinar o relaxamento da prisão, colocando-se o indiciado em liberdade, 
que se compromete a comparecer a todos os atos processuais, quando intimado. 
Termos em que, ouvido o ilustre 
representante do Ministério Público e 
expedindo-se o alvará de soltura, 
Pede deferimento. 
Recife, 08 de abril de 2012. 
 
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 Prática Processual Penal 58/257 
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ALEGAÇÕES FINAIS 
 
1. NOÇÕES INICIAS. As alegações finais em memoriais foram incluídas no CPP 
pela Lei 11.719/08. Antes da reforma, as alegações eram oferecidas por escrito, no prazo 
de três dias (art. 500 do CPP, revogado). Com a alteração, as alegações finais serão, em 
regra, oferecidas oralmente, ao final da audiência, para uma maior celeridade do 
processo, mas, excepcionalmente, o juiz poderá abrir prazo para que as partes ofereçam 
suas alegações finais por escrito, em memoriais. 
2. FUNDAMENTO NORMATIVO. Pensando em casos como processos com 
muito réus, quando as alegações finais orais poderiam gerar tumulto e desatenção e em 
processos que discutam causas mais complexas, o legislador incluiu o § 3º do art. 403 do 
CPP que diz: 
 
“§ 3. O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de 
acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a 
apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para 
proferir a sentença.” 
 
Nessas hipóteses, a fundamentação legal dos memoriais será o art. 403, § 3º 
do CPP. 
A outra hipótese de cabimento das Alegações Finais por memoriais acontece 
quando o juiz ordena, na audiência de instrução e julgamento, diligência imprescindível 
para a solução da causa, hipótese em que a audiência será finalizada sem que as partes 
apresentem as suas alegações finais. Após realizada a diligência considerada 
imprescindível, as partes apresentarão as suas alegações finais por memoriais, sendo a 
segunda hipótese de oferecimento desta peça processual, conforme se pode constatar da 
redação do art. 404 do CPP: 
 
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 Prática Processual Penal 59/257 
 OAB 2ª Fase 
 
“Art. 404. Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a 
requerimento da parte, a audiência será concluída sem as alegações finais. 
Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência determinada,as partes 
apresentarão, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações finais, por 
memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença.” 
 
A peça deverá ser endereçada ao Juiz da Vara em que o processo está 
tramitando. O candidato deverá ficar atento a esta informação no enunciado. O prazo é 
de 5 cinco dias. 
3. CONTEÚDO Como teses de defesa, será possível alegar neste momento 
qualquer delas. Importante ficar atento a todos os detalhes, pois, em regra, será a última 
oportunidade antes da sentença. 
Quando se tratar de alegações finais em procedimento do júri, o candidato 
deverá ponderar sobre algumas peculiaridades: O procedimento do Júri é dividido em 
duas fases. A primeira é encerrada com a decisão do juiz de primeiro grau e a segunda 
emana do conselho de sentença com a participação do Juiz presidente. A primeira 
decisão consistirá na sentença de pronúncia, impronúncia, absolvição sumária ou 
desclassificação do réu. Caberá ao defensor ao elaborar os memoriais antes da sentença 
da primeira fase do júri externar todos os argumentos que possam eximir o réu de 
passar pelo crivo dos jurados. Para tanto, há três teses principais: 
A) Alegar que não há indícios suficientes de materialidade ou de autoria: 
embora na primeira fase do júri prevaleçam os interesses pro societate, para 
que o réu seja submetido ao julgamento dos jurados deve haver um lastro 
probatório mínimo que o aponte como sujeito ativo do crime e que o mesmo 
de fato tenha ocorrido. 
B) Pleitear desclassificação para outro crime: Caso seja deferida a 
desclassificação, será afastada a competência do Tribunal do Júri, ex: 
homicídio tentando para lesão corporal grave. 
C) Pedir a absolvição sumária: este pedido terá como fundamentação o art. 
415 do CPP e será deferido se presentes as seguintes hipóteses: I – provada a 
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 Prática Processual Penal 60/257 
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inexistência do fato; II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; III 
– o fato não constituir infração penal; IV – demonstrada causa de isenção de 
pena ou de exclusão do crime. Observar que o parágrafo único desse mesmo 
artigo veda a aplicação do IV quando o defensor alegar inimputabilidade (a 
chamada absolvição imprópria), salvo quando essa for a única tese de defesa, 
pois nesse caso estaria sendo retirada do réu a possibilidade de absolvição 
própria, baseada em outras teses de defesa. 
 
CUIDADO: 
No procedimento do júri, o CPP prevê que as alegações finais serão oferecidas 
oralmente, não havendo previsão legal para que sejam oferecidas por escrito, conforme 
se percebe da redação dada ao art. 411, § 4º do CPP: 
 
“Art. 411. (...) 
§ 4º As alegações serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à 
acusação e à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 
(dez).” 
 
No entanto, é perfeitamente possível, e a praxe já sedimentou, a hipótese de 
apresentação de alegações final por memoriais também no procedimento do tribunal do 
júri, utilizando, subsidiariamente, os Arts. 403, § 3º, e 404, § único do CPP. Para tanto é 
importante que o candidato quando for apresentar os memoriais nessas hipóteses, 
comine os artigos supracitados com o § 5º, do Art. 394 do CPP que aduz o seguinte: “§ 
5º Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as 
disposições do procedimento ordinário”. 
 
 
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 Prática Processual Penal 61/257 
 OAB 2ª Fase 
 
Nos demais casos (SE NÃO FOR PROCEDIMENTO DO JÚRI), os pedidos de 
absolvição deverão pautar-se no art. 386 do CPP. Em suma, as principais teses a serem 
defendidas em memorias são: 
• Estar provada a inexistência do fato ou não haver prova suficiente que este 
ocorreu: aqui vigorará o princípio do in dubio pro réu. Assim, caso a acusação não tenha 
comprovado que o crime de fato ocorreu, o defensor deverá pedir ao juiz que seja 
deferida a absolvição sumária por falta de materialidade delitiva. 
• Não consistir o fato infração penal: Em muitos casos, durante a instrução do 
processo, verifica-se que os fatos não são exatamente os descritos na petição inicial. Se 
a conduta imputada ao réu não consistir crime, a defesa deverá pedir a absolvição 
sumária por atipicidade. 
• Não existir prova de que o réu concorreu para a ação penal, ou estar provado que 
o mesmo não concorreu com o crime: Nesse caso a tese será de negativa de autoria, 
pois caso a defesa prove que ele não está ligado ao crime ou a acusação não tenha 
provado seu envolvimento, caberá a absolvição sumária, pois nesta fase a dúvida 
beneficiará o réu. 
• Existirem circunstância que excluam o réu do crime, o isentem de pena ou mesmo 
se houver fundada dúvida sobre sua existência: Essas hipóteses, como o próprio inciso VI 
indica, estão dispostas nos arts. 20, 21, 22, 23, 26 e §1º do art. 28. São os casos de 
legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal, estado de necessidade e 
inimputabilidade, crime impossível, entre outros. 
• Não existirem provas suficientes para a condenação: Essa é um inciso genérico 
que deverá ser usado quando não houver outro mais adequado. Qualquer outra dúvida 
que possa levar à absolvição do réu deverá ser alegada, pois para uma condenação, é 
necessário estarem presentes todos os elementos que obriguem o réu a responder pelo 
crime. 
• Nulidades (art. 564 do CPP): O defensor deverá estar atento à qualquer nulidade 
ocorrida durante o processo em argui-la nos memoriais. O ato viciado, assim como os 
que o seguirem deverão ser anulados. O pedido de declaração de nulidade deverá ser 
pleiteado preliminarmente. 
• Extinção da punibilidade: A defesa deverá fundamentar esse pedido nas hipóteses 
dispostas no art. 107 do CP. Caso a defesa constate qualquer causa de prescrição, 
decadência, perempção ou qualquer outra, deverá pedir seu reconhecimento e a 
consequente extinção do processo. Esse pedido também deverá ser feito como 
preliminar. 
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 Prática Processual Penal 62/257 
 OAB 2ª Fase 
 
• Afastamento de agravantes ou aplicação de atenuantes: Deverá ser observado o 
art. 61 do CP onde estão as agravantes e o art. 65, onde encontram-se algumas 
atenuantes. Tudo o que for favorável ao réu deverá ser alegado. 
• Afastamento de qualificadoras ou de causas de aumento: O defensor deverá ficar 
atento a qualquer tese que beneficie o réu. Seria o caso, por exemplo, de demonstrar 
que o roubo não foi com emprego de arma de fogo, afastando-se a causa de aumento de 
pena (art. 157, I do CP). 
• Aplicação da pena no mínimo legal: É possível alegar circunstâncias que influam 
na dosimetria da pena, como a primariedade por exemplo. 
• Concessão de benefício previsto em lei: Por cautela, em caso de condenação, 
deverá a defesa alegar qualquer hipótese de benefício para o réu como a 
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, sursis, 
aplicação de regime mais brando e etc. 
Cumpre ressaltar que, quando se tratar de ação penal privada, a não apresentação de 
alegações finais do querelante importará perempção, causa de extinção da punibilidade, 
bem a ausência de pedido de condenação (art. 60, III, CPP). 
 
ESTUDEM!!! 
Pessoal uma dica para a elaboração dos memoriais. É muito importante que vocês 
estudem nesse momento o assunto sentença no processo penal. Isso porque, nesse 
tópico, serão abordadas as hipóteses de absolvição do acusado, previstas no art. 386 do 
CPP, bem como assuntos como a emendatio libelli e mutatio libelli, muitas vezes 
cobrados em provas elaboradas pela FGV. 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 63/257 
 OAB 2ª Fase 
 
 
ESTRUTURA DA PEÇA 
 
1. Endereçamento: ao juiz do processo; 
2. Indicação do número dos autos; 
3. Introdução (nome, menção ao advogado, fundamentação legal); 
4. Resumo da imputação; 
5. Análise das possíveis preliminares; 
6. Análise das provas colhidas; 
7. Apresentação da tese da defesa com indicação dos fundamentos 
normativos, doutrinários e jurisprudenciais; 
8. Requerimento (a depender da tese apresentada, por exemplo: “Ante o 
exposto, requer seja o acusado absolvido com fundamento no art. 386, IV do CPP); 
9. Fecho. 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 64/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO I 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA CRIMINAL DA 
CAPITAL 
 
Processo nº. 978/03 
Autor: Ministério Público 
Réu: Francisco Luis da Silva 
 
 
 
 
 
 
Francisco Luis da Silva, já qualificado nos autos, através do seu advogado ao 
final assinado, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar 
ALEGAÇÕES FINAIS EM MEMORIAIS, com fundamento no art. 403, § 3º, do CPP, o 
que faz nos termos que seguem: 
 
I - DA ILICITUDE DA PROVA E SUA CONSEQUENTE IMPRESTABILIDADE 
 
No dia 05 de dezembro de 2005, por volta das 14h, Francisco Luis da Silva, 
motorista de caminhão, foi preso em casa por policiais da Delegacia de Repressão ao 
Roubo de Cargas que, sob o pretexto de investigar o roubo ou desvio de cargas de 
mercadorias, mesmo sem ordem judicial, violando frontalmente o disposto no art. 5º, XI, 
da Constituição Federal, procederam à busca na residência do réu e lá encontraram 
documentos de outrem que o réu usaria como se fossem seus. Os policiais apreenderam 
os documentos verdadeiros de Elias Rodrigues de Miranda, um CPF, CNH e a cédula de 
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 Prática Processual Penal 65/257 
 OAB 2ª Fase 
 
identidade, tendo sido substituída pelo réu, neste último documento, a fotografia de Elias 
Rodrigues de Miranda por uma sua. 
Por tal motivo, o réu foi autuado em flagrante pelo crime de falsidade 
ideológica (art. 299, do CP) e, posteriormente, denunciado pelo diligente Representante 
do Ministério Público nos moldes da autuação policial. 
Conforme vamos argumentar a seguir, não há crime a ser punido. Desde já, 
entretanto, deve-se afirmar, sem sombra de dúvida, que, mesmo se o réu tivesse 
praticado crime, não poderia ser condenado com base em prova colhida em ofensa a 
postulados constitucionais. 
Com efeito, não sendo caso de flagrante delito, os policiais somente poderiam 
ingressar no domicílio do réu, sem o seu consentimento, se dispusessem de ordem 
judicial, o que não havia, conforme suficientemente comprovado. 
A norma inscrita no art. 5º, LVI, considera inadmissíveis as provas colhidas 
com violação a postulados constitucionais, devendo ser desprezadas pelo julgador. A 
jurisprudência tem desconsiderado a prova ilícita resultante de busca e apreensão 
efetuada sem mandado judicial, com invasão de domicílio (v. ap. criminal no 83.624-3, 
RT 670/273). 
Não se argumente que o réu encontrava-se em flagrante delito, o que 
legitimaria a atuaçãopolicial. De acordo com a melhor doutrina, o crime de falsidade 
ideológica consuma-se com a efetiva inserção ou omissão do dado relevante no 
documento. Se houvera falsificação (e não houve, muito menos a ideológica), o crime já 
teria se consumado há muito quando da entrada indevida dos policiais na casa do réu. 
Pelo brevemente analisado, pede a V .Exa. que desconsidere a perícia de fls. 
22 dos autos, considerada a razão de foi o documento nela examinado apreendido com 
ofensa à Constituição Federal, impondo-se a absolvição do réu por inexistência da prova 
do fato. 
 
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 Prática Processual Penal 66/257 
 OAB 2ª Fase 
 
II - DA INEXISTÊNCIA DE FALSIDADE IDEOLÓGICA 
 
Se tivesse havido crime (mas não houve, reitere-se), não seria o de falsidade 
ideológica e, sim, a falsidade material. Vamos ver. 
A falsidade material altera o aspecto formal do documento enquanto a 
falsidade ideológica altera o conteúdo do documento. No sentido da idéia que se defende, 
cite-se: 
 
“A falsidade ideológica prevista no art. 299 do CP refere-se ao 
conteúdo do documento, e não ao 'falso material: Na falsidade 
material o que se frauda é a própria forma do documento, que é 
alterado, no todo ou em parte, ou é foljada pelo agente, que cria 
um documento novo. Na falsidade ideológica, ao contrário, a forma 
do documento é verdadeira, mas seu conteúdo é falso, isto é, a 
idéia ou declaração que o documento contém não corresponde à 
verdade (Celso Delmanto)" (TRF-1a Região, H C 
980100013835/DF. ReI. Mário César Ribeiro, i. 23.6.1998) 
 
Se ainda houvesse qualquer dúvida, basta consultar-se a mais alta corte do 
país: 
 
"Sendo a alteração do documento público verdadeiro uma das 
condutas típicas do crime de falsificação de documento público 
(art. 297 do CP), a substituição da fotografia em documento de 
identidade dessa natureza caracteriza a alteração dele, que se 
cinge apenas ao seu teor escrito, mas que alcança essa 
modalidade de modificação que, indiscutivelmente, compromete a 
materialidade e a individualização do documento, até porque a 
fotografia constitui parte juridicamente relevante dele" (sTF, H C 
74. 690-5/sP, ReI. Moreira Alves, j. 10.3.1998) 
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 Prática Processual Penal 67/257 
 OAB 2ª Fase 
 
 
Vê-se, portanto, que a conduta atribuída ao réu não se enquadra no tipo do 
art. 299, CP. Não quer dizer que o mesmo possa ser condenado por falsidade material. 
Não seria correto juridicamente, nem justo. 
 
III - DA AUSÊNCIA DE ELEMENTOS CONFIGURADORES DA FALSIDADE 
 
Nos autos há prova de que o réu foi encontrado com uma carteira de 
identidade (de Elias Rodrigues de Miranda) da qual teria retirado a fotografia original e, 
no lugar, teria posto a sua própria. Não se olvide que o réu encontrava-se em sua 
residência que foi invadida por policiais. Não há prova de que tivesse utilizado a tal 
carteira, nem sequer indícios de que a utilizaria em prejuízo de outrem, muito embora 
tenha confessado que, em viagem pelo interior do Estado de São Paulo, "achou os 
documentos e resolveu ficar com eles para usar um dia, se fosse necessário" (v. 
assentada de fls. 78). Sabemos que o crime de falsidade material se consuma, 
independentemente de uso efetivo, com a falsificação ou alteração. Por outro lado, o que 
se depreende do tipo objetivo do art. 297 do Código Penal é que a falsificação, pelo 
menos potencialmente, cause prejuízo a outrem. Faltando esse elemento, o fato é 
atípico. Cite-se: 
 
"Não se configura o crime do art. 297, se o agente falsificou o 
documento mas o manteve guardado, pois, neste caso, não produz 
efeito jurídico" (TJSP, RTJSP 103/442). 
 
IV – DA CONCLUSÃO 
 
Ante o que foi exposto, requer o acusado a sua absolvição, porque 
imprestável (por ilicitude) a prova do fato e que deve ser desconsiderada, com base no 
art. 386, II, CPP. Se assim não entender V. Exa., que rechace a imputação de falsidade 
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 Prática Processual Penal 68/257 
 OAB 2ª Fase 
 
ideológica e absolva o réu por atipicidade da conduta (art. 386, IV, CPP), vez que falta 
elemento que configure o tipo objetivo do art. 297, do CP. 
É o que se espera por ser de justiça. 
Recife, 08 de abril de 2010. 
 
Advogado 
 
OAB-PE no. XXX 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 69/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO II 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____.ª Vara Criminal da 
Comarca ____. 
 
 
Processo nº.____ 
 
 
 
 
 
“O”, qualificado nos autos,por seu advogado, nos autos do processo-crime 
que lhe move o Ministério Público do Estado ____, vem, respeitosamente, à presença de 
Vossa Excelência, com fundamento no art. 403, § 3o, do Código de Processo Penal, 
apresentar os seus 
MEMORIAIS 
nos seguintes termos: 
 
I. MATÉRIA PRELIMINAR (art. 571, II, CPP) 
 
1. Do cerceamento de defesa 
 
A defesa, após a inquirição das testemunhas de acusação, em audiência, 
requereu a Vossa Excelência a oitiva de uma testemunha referida, que poderia prestar 
importantes esclarecimentos sobre os fatos, mas teve seu pleito indeferido. 
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 Prática Processual Penal 70/257 
 OAB 2ª Fase 
 
O argumento utilizado para tanto fundou-se na intempestividade da 
apresentação da prova, ou seja, como a mencionada testemunha, já conhecida da 
defesa, não foi arrolada em sua defesa prévia, não mais poderia ser deferida a sua oitiva. 
Entretanto, Vossa Excelência não agiu com o costumeiro acerto, por, 
fundamentalmente, duas razões: em primeiro lugar, ainda que não fosse a testemunha 
ouvida como numerária, deveria ser inquirida como testemunha do juízo (art. 209, CPP), 
em homenagem aos princípios da busca da verdade real e da ampla defesa. Em segundo 
lugar, a defesa, embora conhecesse a testemunha, não tinha noção do quanto ela sabia 
a respeito do caso, o que somente ficou claro quando a testemunha ____ (fs. ____) 
referiu-se, expressamente, a ela. Logo, não foi arrolada anteriormente por não se ter 
noção do grau de conhecimento que detinha. 
 
2. Do indeferimento da prova pericial 
 
É certo que a verificação da conveniência de realização de prova pericial não 
obrigatória é atividade da competência de Vossa Excelência. Entretanto, se a parte 
solicita a realização de um exame que guarde relação com os fatos apurados na causa, 
não pode ter o seu intento frustrado, sob pena de ficar configurado o cerceamento na 
produção e indicação das provas. O réu tem direito à ampla defesa, valendo-se de todos 
os instrumentos possíveis para demonstrar o seu estado de inocência. 
Por isso, o exame psicológico requerido, a ser realizado na vítima, tinha e tem 
a finalidade de atestar o grau de rebeldia do menor em acatar ordens, bem como 
justificar que ele faltou com a verdade em seu depoimento, possivelmente por 
imaturidade, ao criar situações fantasiosas que não ocorreram. 
Requer-se, pois, preliminarmente, que Vossa Excelência converta o 
julgamento em diligência para a colheita das provas supra apontadas. 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 71/257 
 OAB 2ª Fase 
 
II. MÉRITO 
 
Quanto ao mérito, o órgão acusatório somente conseguiu demonstrar a 
tipicidade do fato, o que não se nega. Porém, longe está de se constituir crime. 
A defesa admite, como aliás o próprio réu o fez em seu interrogatório, que 
determinou ao sobrinho que permanecesse em seu quarto, durante o fim-de-semana, 
como medida de proteção e finalidade educacional, tendo em vista o seu envolvimento 
com más companhias. Portanto, a sua liberdade de ir e vir foi, realmente, privada. 
Mas o crime não se constitui apenas de tipicidade. Faltou, no caso presente, a 
ilicitude. 
O acusado agiu no exercício regular de direito, como tio da vítima e pessoa 
encarregada pelos pais do menino de com ele permanecer por um determinado período, 
cuidando de sua educação como se pai fosse. Esse poder educacional lhe foi conferido 
verbalmente pelos pais, quando se ausentaram para viagem de lazer. Logo, não se pode 
argumentar que houve ofensa a bem jurídico penalmente tutelado. 
Os depoimentos dos pais da vítima (fls. ____ e ____) espelham exatamente o 
que ocorreu. Antes de viajar, eles deram autorização verbal para o réu cuidar do filho, 
“como se pai fosse”, o que envolve, naturalmente, o direito de educar e, se necessário, 
aplicar a punição cabível, desde que moderada, exatamente o que ocorreu neste caso. 
Não podem, pois, retornando mais cedo da viagem e encontrando o filho 
preso no quarto da residência do réu, revogar aquilo que falaram, chamando a polícia e 
transformando o que deveria ser uma mera discussão familiar num caso criminoso. 
Na doutrina, ____. 
Assim não entendendo Vossa Excelência, apenas para argumentar, deve ser 
afastada, ao menos, a agravante de crime cometido em relação de coabitação. A vítima 
não morava com o réu, encontrando-se em sua residência apenas como hóspede. Logo, 
se alguma relação havia era a de hospitalidade, não descrita em momento algum na 
denúncia. 
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 Prática Processual Penal 72/257 
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E mesmo quanto à agravante de delito cometido prevalecendo-se das 
relações de hospitalidade, é preciso considerar que tal hipótese não se aplica ao caso 
presente. A finalidade da agravante volta-se à punição daqueles que se furtam ao dever 
de assistência e apoio às pessoas com as quais vivem, coabitam ou apenas convivem. O 
réu, em momento algum, pensou em agredir o ofendido para faltar com o dever de 
assistência; ao contrário, sua atitude calcou-se na prevenção de problemas, pois, na 
ausência dos pais, não poderia ele, menor impúbere com apenas treze anos de idade, ir 
aonde bem quisesse, convivendo com pessoas estranhas e, de certo modo, perigosas. 
 
III – DA CONCLUSÃO 
 
Ante o exposto, requer-se a Vossa Excelência a absolvição do réu, com 
fundamento no art. 386, VI, do Código de Processo Penal,ou, subsidiariamente, pleiteia-
se o afastamento da agravante do art. 61, II, f, do Código Penal, pois assim fazendo 
estar-se-á realizando JUSTIÇA. 
Por derradeiro, deve-se ressaltar que o acusado é primário, não tem 
antecedentes, merecendo receber a pena no mínimo legal, se houver condenação, bem 
como a substituição por penas alternativas e o direito de recorrer em liberdade. 
Recife, 08 de abril de 2010. 
 
Advogado 
OAB-PE no. XXX 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 73/257 
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RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
 
1. NOÇÕES INICIAIS 
 
O Recurso em Sentido Estrito, conforme leciona o professor Nestor Távora, “é 
a impugnação voluntária, manifestada pela parte interessada e prejudicada por decisão 
judicial criminal que se amolde a uma das situações dispostas no art. 581, do CPP, para o 
fim de vê-la modificada pelo juiz de primeiro grau, em juízo de retratação, ou pelo 
tribunal ad quem, mediante julgamento pelo seu órgão com competência criminal, para 
tanto subindo os autos principais ou mediante traslado, quando a lei assim o 
determinar”. 
Para fins didáticos, costuma-se comparar o RESE com o agravo do Processo 
Civil (retido ou de instrumento), manejado contra as decisões interlocutórias de primeiro 
grau, ou seja, caberia contra decisões que não encerrariam definitivamente o processo, e 
sim uma fase do mesmo. Ocorre que, em alguns casos, o RESE é utilizado para atacar 
decisões com força de sentença, como a que não receber a denúncia ou a queixa por 
exemplo (observe que em sede de Juizado Especial Criminal, diante dessa hipóteses 
caberá recurso de apelação). Desta forma, é importante conciliar esse conceito com as 
hipóteses dispostas no art. 581 do CPP. 
O que vai delinear o recurso em sentido estrito é a previsão dos casos de 
cabimento no art. 581, CPP, em rol taxativo, que não admite ampliação sem lei expressa 
autorizativa. 
 
2. PRAZO 
 
O prazo para a peça de interposição do RESE, via regra é de 5 dias, e será 
realizado por petição, ou por termos nos autos, conforme art. 578 do CPP. Já as razões, 
serão oferecidas no prazo de 2 dias, assim como as contrarrazões (art. 588 do CPP). 
Observar que no caso do art. 581, XIV do CPP, (decisão que incluir jurado na 
lista geral ou desta o excluir), o prazo será de vinte dias, contado da data da publicação 
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 Prática Processual Penal 74/257 
 OAB 2ª Fase 
 
definitiva da lista de jurados. No entanto, grande parte da doutrina entende que o esse 
dispositivo não tem mais aplicação, já que hoje é cabível uma simples reclamação ao juiz 
presidente do Tribunal do Júri, até o dia 10 de novembro, data da publicação da lista 
definitiva, conforme previsão expressa do art. 426, §1 º, do CPP. 
 
3. CABIMENTO 
 
As hipóteses de cabimento estão dispostas no art. 581 do CPP. 
Art. 581 CPP - Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou 
sentença: 
I - que não receber a denúncia ou a queixa; 
O recebimento da peça acusatória é irrecorrível, mas o réu pode manejar 
Habeas Corpus para trancar a ação penal cujo crime comine pena privativa de liberdade. 
Nos juizados especiais criminais, a rejeição da inicial acusatória enseja apelação (art. 82 
da Lei nº. 9.099/95). 
II - que concluir pela incompetência do juízo; 
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição; 
IV - que pronunciar o réu; 
Como o efeito regressivo lhe é inerente, o juiz pode, ao receber o recurso, 
retificar sua decisão, impronunciando o acusado. Cuidado que com a reforma do CPP 
ocasionada pela Lei nº. 11.689/08, não cabe mais RSE contra a decisão que impronuncia 
o acusado no procedimento do júri, sendo hoje hipótese de cabimento de apelação, 
consoante o disposto no art. 416 do CPP. 
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir 
requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar 
a prisão em flagrante; 
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 Prática Processual Penal 75/257 
 OAB 2ª Fase 
 
Toda vez que o acusado tiver sua pretensão de soltura cautelar indeferida, 
cabível não é o recurso em sentido estrito, porém o habeas corpus como sucedâneo 
recursal. 
VI - (Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008). 
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor; 
Nas duas hipóteses, o recurso terá efeito suspensivo para impedir a 
implementação da sanção pecuniária, qual seja, a destinação de metade do valor da 
fiança para os cofres da União no caso da quebra, e a sua integralidade no caso da 
perda. 
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a 
punibilidade; 
As decisões que declarem a extinção da punibilidade em processo de 
execução penal ou a prescrição da pretensão executória são agraváveis (agravo em 
execução). 
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra 
causa extintiva da punibilidade; 
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus; 
Admite-se, contudo, diante da urgência da tutela em matéria de liberdade de 
locomoção, que seja ajuizado habeas corpus substitutivo contra o ato do juiz que o 
denegou no juízo a quo, com esteio no princípio da celeridade. 
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte; 
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir; 
Grande parte da doutrina entende que o esse dispositivonão tem mais 
aplicação, já que cabível reclamação ao juiz presidente do Tribunal do Júri, até o dia 10 
de novembro, data da publicação da lista definitiva (Art. 426, §1 º, do CPP). 
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta; 
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão 
prejudicial; 
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 Prática Processual Penal 76/257 
 OAB 2ª Fase 
 
XVIII - que decidir o incidente de falsidade. 
Importante observar que os incisos XI; XII; XVII; XIX a XXIV ou foram 
tacitamente revogados pela Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/84), a qual dispõe que 
caberá Recurso de Agravo, contra as decisões proferidas em sede de execução penal 
(art. 197 da Lei 7210/84), ou já não se aplicam mais. Vale ressaltar que o recurso de 
agravo em execução terá o mesmo prazo para interposição e apresentação de razões do 
RESE, possuindo, inclusive, o efeito regressivo ou iterativo, que é aquele que possibilita o 
magistrado se retratar da decisão proferida. 
 
4. PROCESSAMENTO 
 
Neste tópico, importa destacar que as razões e contrarrazões do RESE devem 
ser endereçadas ao tribunal, mas a peça de interposição perante o juiz, que pode se 
retratar ou não da decisão. 
O Código prevê duas hipóteses diferentes de processamento do RESE: na 
primeira o recurso subirá nos próprios autos da ação penal, o que ocorre nos seguintes 
casos: recurso de ofício, como se dá na decisão concessiva de HC; interposto nas 
hipóteses dos incisos I, III, IV, VIII e X do artigo 581 do CPP (for o caso de despacho, 
decisão ou sentença que não receber a queixa ou a denúncia, que julgar procedentes as 
exceções (salvo a de suspeição), que pronunciar o acusado, que decretar a prescrição ou 
julgar extinta a punibilidade e, que negar ou conceder a ordem de habeas corpus); 
quando não prejudicar o andamento do processo (ex: no caso de suspensão do processo 
em virtude de questão prejudicial). Nos demais casos o recurso subirá por instrumento, 
devendo ser trasladadas as peças para a formação do mesmo. Neste caso, na petição de 
interposição o recorrente deverá indicar quais peças ele pretende transladar. De outro 
lado, "o recurso da pronúncia subirá em traslado, quando, havendo dois ou mais réus, 
qualquer deles se conformar com a decisão ou todos não tiverem sido ainda intimados da 
pronúncia" (art. 583, parágrafo único, CPP). 
O recurso em sentido estrito, geralmente, tem os efeitos devolutivo e 
regressivo. O art. 584, caput, CPP, estatui que "os recursos terão efeito suspensivo nos 
casos de perda da fiança" e de deserção ou de denegação da apelação. O juízo de 
retrataçáo só pode ser realizado uma única vez relativamente à mesma decisão judicial; 
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 Prática Processual Penal 77/257 
 OAB 2ª Fase 
 
"se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por simples petição, poderá 
recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo mais lícito ao juiz modificá-la". (§ 
único, art. 589, CPP). O recurso, nessa hipótese, subirá nos próprios autos ou em 
traslado, independentemente de novos arrazoados. 
O processo e o julgamento do RESE é de competência dos Tribunais de 
Justiça, dos Tribunais Regionais Federais, das câmaras ou turmas que os compõem, 
observadas as respectivas leis de organização judiciária e os regimentos internos. Não 
cabe falar na figura do revisor em sede de recurso em sentido estrito. Os autos do 
recurso em sentido estrito serão distribuídos a um relator, seguindo-se imediatamente 
com vista ao MP, pelo prazo de cinco dias. Com o retorno do processo ao relator, este 
pedirá dia para julgamento, com inclusão na pauta correspondente. No dia do 
julgamento, o presidente do órgão jurisdicional anunciará o processo, sendo apregoadas 
as partes. O relator, com ou sem a presença dos interessados, procederá à exposição do 
feito. Subsequentemente, o presidente concederá a palavra "aos advogados ou às partes 
que a solicitarem e ao procurador-geral, quando o requerer", pelo prazo de dez minutos 
para cada um. As decisões do tribunal são tomadas por maioria (art. 615, CPP). Não é 
possível, em sede de recurso em sentido estrito, realizar o interrogatório do acusado, 
conquanto não seja impossível a conversão de julgamento em diligências em casos 
justificados. Depois de julgado o recurso em sentido estrito, com a conferência do 
acórdão - e uma vez ocorrida a sua preclusão - "deverão os autos ser devolvidos, dentro 
de cinco dias, ao juiz a quo" (art. 592, CPP). 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 78/257 
 OAB 2ª Fase 
 
ESTRUTURA DA PEÇA 
 
PEÇA DE INTERPOSIÇÃO: 
1. ENDEREÇAMENTO: ao juiz da decisão recorrida; 
2 . INDICAÇÃO DO NÚMERO DOS AUTOS; 
3. INTRODUÇÃO: NOME, MENÇÃO AO ADVOGADO, REFERÊNCIA À 
DECISÃO RECORRIDA, FUNDAMENTO LEGAL; 
4. PEDIDO DE RETRATAÇÃO; 
5. INDICAÇÃO DE PEÇAS A SER TRASLADADAS (SE FOR O CASO DE 
SUBIR POR INSTRUMENTO, NAS HIPÓTESES DO ART. 583, CPP); 
6. FECHO (Nestes termos, pede e espera deferimento). 
 
RAZÕES RECURSAIS 
1. ENDEREÇAMENTO: ao Tribunal competente (Egrégio Tribunal, Colenda 
Câmara) OBS: é praxe também se dirigir ao membro do MP; 
2. MENÇÃO AO NÚMERO DOS AUTOS, AO RECORRENTE E AO 
RECORRIDO; 
3. RESUMO DA PROBLEMÁTICA QUE ENSEJOU A IMPUGNAÇÃO; 
4. APRESENTAÇÃO DE PRELIMINARES E DOS FUNDAMENTOS LEGAIS 
APTOS A REFORMAR A DECISÃO PROFERIDA; 
5. CONCLUSÃO (“Diante do exposto, requerseja conhecido e provido o 
presente recurso para, reformando-se a decisão de fls., despronunciar-se o réu...”);6. 
FECHO. 
 
 
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 Prática Processual Penal 79/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO I 
 
Exmo. Sr. Juiz de Direito da 3ª Vara Criminal de Recife/ PE 
 
 
Processo nº. xxxx 
 
 
 
(RECORRENTE), já qualificado nos autos, por seu procurador adiante 
assinado, vem, respeitosamente, perante V .Exa., nos autos da Ação Penal que lhe move 
a Justiça Pública, não se conformando, data vênia, com a decisão de fls.__ que (JULGOU 
INIDÔNEA A FIANÇA, POR EXEMPLO), recorrer da mesma, o que faz com fundamento no 
art. 581, __ (V, POR EXEMPLO), do CPP. 
Outrossim, solicita a reforma da r. decisão (Art. 589 do CPP), mas, caso seja 
mantida, requer seja o recurso processado nos termos da lei adjetiva e encaminhado 
para julgamento pelo Egrégio Tribunal de Justiça. 
Considerando que deve ser formado instrumento para subida do recurso, 
requer seja determinado à Secretaria que proceda ao traslado das seguintes peças: 
a) 
b) 
Pede deferimento. 
 
Recife, 18 de abril de 2010. 
Advogado- OAB/PE no. XX 
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
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 Prática Processual Penal 80/257 
 OAB 2ª Fase 
 
 
Processo nº. 
Vara de Origem: 
Recorrente: 
Recorrido: 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO 
COLENDA CÂMARA, 
PRECLAROS MAGISTRADOS, 
DIGNA PROCURADORIA DE JUSTIÇA 
 
Inconformada com a r. decisão interlocutória de pronúncia prolatada pelo 
insigne juiz de direito de primeira instância (fls.__), tempestivamente interpôs a defesa 
de __________(RECORRENTE) o presente Recurso em Sentido Estrito, consoante 
permissão inserida no CPP, por entender que o magistrado prolator não laborou com o 
costumeiro acerto ao pronunciar o réu, ora recorrente. 
Não assiste razão ao nobre juiz a quo, merecendo reforma a r. decisão por ele 
proferida. Vejamos. 
Imputou a peça inaugural ao recorrente o cometimento do crime de homicídio 
qualificado pelo motivo fútil. De acordo com a denúncia, no dia 21 de março de 2004, por 
volta das 10h, na rua Dom Luis Fernando, nesta cidade, com manifesta intenção 
homicida, o recorrente efetuou contra a vítima 4 disparos de arma de fogo, provocando-
lhe os fenômenos descritos no laudo de corpo de delito de fls. __. 
O acervo probatório dos autos não autoriza a prolação da pronúncia do 
recorrente, pois, não obstante haver certeza quanto ao crime, não há sequer indícios de 
que o recorrente seja o seu autor. 
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 Prática Processual Penal 81/257 
 OAB 2ª Fase 
 
Não houve testemunhas presenciais. As pessoas ouvidas nos autos, em cujos 
depoimentos se fundamentou Sua Excelência para pronunciar o recorrente, apenas 
fizeram menção a uma discussão havida entre a falecida vítima e o recorrente, tendo isso 
acontecido três meses antes do fato. Ora, isso não basta para tornar certa e segura a 
demonstração de que o recorrente tenha assassinado a vítima. 
Sua Excelência não considerou a declaração de fls. __ que bem demonstra 
que, no momento provável do crime, o recorrente estava trabalhando a vários 
quilômetros do local onde o corpo da vítima foi encontrado. Sua Excelência fundamentou 
sua recusa em aceitar o álibi do recorrente no princípio in dubio pro societate que vigora 
no momento de decidir-se sobre a admissibilidade da acusação, para submeter-se o réu 
a julgamento pelo Tribunal Popular. É cediço que, no momento da pronúncia, não vigora 
o in dubio pro reo e que as dúvidas devem ser resolvidas em favor da sociedade. 
Acontece, entretanto, que, no caso sob análise, NÃO HÁ DÚVIDAS. O recorrente estava 
trabalhando no momento do crime. Se ninguém o viu cometer o crime e se há prova nos 
autos de que ele encontrava-se em outro local, não há que se falar em dúvida. 
 
DA INADMISSIBILIDADE DA QUALIFICADORA DO § 2°, II, DO ART. 121, DO 
CÓDIGO PENAL 
 
Disse a denúncia que o recorrente agiu por motivo fútil. Ainda que fosse 
possível pronunciar o recorrente pelo homicídio, e Já vimos que não existe essa 
possibilidade por tudo que foi colhido nos autos, sob qualquer ponto de vista seria 
inadmissível o acatamento da qualificadora de motivo fútil. 
Nenhum motivo foi levantado ou suscitado para o homicídio da vítima e a 
falta de motivo não se confunde com motivo fútil. Por outro lado, Sua Excelência 
entendeu que o recorrente "podia" ter-se vingado da vítima, com quem havia tido uma 
discussão banal três meses antes. Ainda que tudo isso fosse verdade, é pacífico que a 
vingança não constitui motivo fútil (veja-se, a esse respeito, o magistério de Cezar 
Roberto Bitencourt, em seu já consagrado Código Penal Comentado. São Paulo: Saraiva, 
2002, p. 389). 
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 falecom@espacojuridico.com 
 www.espacojuridico.comPrática Processual Penal 82/257 
 OAB 2ª Fase 
 
Recorde-se, entretanto, que não há sequer indícios de que o recorrente seja o 
autor do homicídio apurado nestes autos. 
Assim, espera e confia seja dado provimento ao presente recurso para 
despronunciar- se o recorrente, ou, pelo menos, afastar-se a qualificadora 
manifestamente improcedente, por ser de inteira justiça. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Recife, 18 de abril de 2010. 
Advogado- OAB/PE no, XXX 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 83/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO II 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 2.ª Vara do Júri da Comarca 
____. 
 
Processo nº. ____ 
 
“F”, qualificado a fs. ____, por seu defensor dativo, nos autos do processo 
que lhe move o Ministério Público, inconformado com a decisão de pronúncia, vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o presente 
 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
 
com fundamento no art. 581, IV, do CPP, requerendo seja o mesmo recebido e, levando-
se em consideração as razões em anexo, possa haver o juízo de retratação, com a 
finalidade de impronunciar o acusado. 
Assim não entendendo Vossa Excelência, requer o processamento do recurso, 
remetendo-o ao Egrégio Tribunal de Justiça. 
Termos em que, desnecessária a 
formação de instrumento, 
Pede deferimento. 
Recife, 18 de abril de 2012. 
 
Advogado- OAB/PE no, XXX 
 
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
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 Prática Processual Penal 84/257 
 OAB 2ª Fase 
 
 
____.ª Vara do Júri da Comarca ____ 
Processo n. ____ 
Recorrente: “F” 
Recorrido: Ministério Público 
EGRÉGIO TRIBUNAL 
 
 
 
 
 
O réu “F” foi pronunciado como incurso nas penas do art. 121, § 2.º, II e IV, 
do Código Penal, porque, no dia ____, na estrada ____, por volta das ____ horas, teria 
empurrado a vítima “G” da ponte, fazendo com que caísse no leito de um rio, 
desaparecendo nas águas. O acusado teria agido à traição, colhendo o ofendido por trás, 
bem como por motivo fútil, consistente em desavença de menor importância, resultado 
de briga anterior por torcida de time de futebol. 
A decisão de fls. ____, entretanto, não pode prevalecer. O art. 413, caput, do 
Código de Processo Penal estabelece dois requisitos indispensáveis para se determinar o 
julgamento do réu pelo Tribunal do Júri: prova da existência do crime e indícios 
suficientes de autoria. 
Quanto à materialidade, inexiste, nos autos, prova da existência da infração 
penal, uma vez que a vítima, na data dos fatos, tal como relatado na denúncia, caiu de 
uma altura de cerca de cinco metros, nas águas de um rio e desapareceu. Pode estar 
viva, pois, em momento algum, seu corpo foi encontrado e, conseqüentemente, 
submetido a exame pericial obrigatório (art. 158, CPP). 
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 Prática Processual Penal 85/257 
 OAB 2ª Fase 
 
Cuida-se de decisão periclitante encaminhar o acusado a julgamento pelo 
Tribunal Popular sem a prova inequívoca da morte da vítima. Ademais, não consta que 
ela não soubesse nadar ou que tivesse caído de altura mais do que razoável para que sua 
morte fosse altamente provável. 
Por tais motivos, vislumbra-se a inexistência de prova da materialidade do 
delito. 
Quanto à autoria, não se nega ter o réu entrado em luta corporal com o 
ofendido e, em face disso, ter este caído nas águas do rio. O próprio recorrente, dando 
mostras de sua sinceridade, desde a fase policial, admitiu esse fato. Entretanto, disse 
claramente ter agido em legítima defesa, o que não foi satisfatoriamente considerado 
pelo ilustre julgador. 
Ambos se desentenderam, realmente, momentos antes, por questões 
banais. Porém, quem perseguiu o acusado pela estrada, quando este se dirigia à sua 
residência na Fazenda ____, foi a vítima. Ao atingirem a Ponte ____, que passa sobre o 
Rio ____, o ofendido deu violento soco nas costas do réu, que, ato contínuo, entrou em 
luta com o agressor. A partir desse momento, possivelmente por perder o equilíbrio, caiu 
a vítima no rio. 
Tal cena foi presenciada pela testemunha ____ (fls. ____), que confirma 
integralmente a versão dada pelo réu. Comprovada, sem sombra de dúvida, a legítima 
defesa, caso a vítima tenha morrido em virtude da queda, somente para argumentar, 
deveria o réu ser absolvido sumariamente, nos termos do art. 415, IV, do Código de 
Processo Penal. 
Por derradeiro, ainda somente para argumentar, caso seja a pronúncia 
mantida, é de rigor o afastamento das qualificadoras. 
Não houve motivo fútil, pois este não se configura quando há discussão e 
agressão física entre réu e vítima, conforme pode ser constatado na doutrina, através da 
lição de ____. Na jurisprudência, do mesmo modo, pode-se citar o seguinte: ____. 
 No mesmo diapasão, inexistiu recurso que impossibilitou a defesa, 
consistente em traição. Se houve, como já mencionado, luta corporal entre réu e 
ofendido, torna-se ilógico falar em ataque realizado à socapa. Logo, ambas as 
qualificadoras merecem ser afastadas, por não encontrarem respaldo na prova dos autos. 
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 Prática Processual Penal 86/257 
 OAB 2ª Fase 
 
 Do exposto, conclui-se que inexiste prova suficiente da materialidade para 
a pronúncia. Assim não entendendo esse Egrégio Tribunal, torna-se imperiosa a 
absolvição sumária do acusado ou, ao menos, sejam as qualificadoras afastadas, pois 
desse modo far-se-á a tão almejada JUSTIÇA. 
 
Recife, 18 de abril de 2012. 
 
Advogado- OAB/PE no, XXX 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 87/257 
 OAB 2ª Fase 
 
AGRAVO EM EXECUÇÃO 
 
 
01. Noções iniciais. O agravo em execução é o recurso cabível das decisões 
proferidas pelo Juiz da Execução Penal, conforme estabelecido pelo Art. 197 da Lei nº. 
7.210/84. Como exemplo dessas decisões, temos o deferimento ou indeferimento de 
liberdade condicional, de progressão de regime, de indulto, de graça, de anistia, de saída 
temporária de apenado e de extinção da punibilidade. Como ensina o Professor Denílson 
Feitoza “é um recurso pro et contra, ou seja, deferindo ou indeferindo um pedido, na fase 
de execução da pena ou da medida de segurança, ou mesmo decidindo de ofício, cabe 
agravo”. 
02. Cabimento. A partir da reforma realizada em 1984 com edição da Lei de 
Execução Penal (LEP), separou-se no âmbito do processo penal, a ação de conhecimento 
da ação de execução. A primeira vai do oferecimento da denúncia até o trânsito em 
julgado da sentença definitiva. Corre, em primeira instância, perante uma das vara 
criminais e submete-se, em regra, às normas estabelecidas no Código de Processo Penal 
e legislação extravagante. Por sua vez, o processo de execução, inicia-se a partir do 
trânsito em julgado da sentença penal condenatória (ATENÇÃO A ESSA INFORMAÇÃO) e 
vai até o fim de cumprimento da pena. Corre perante uma vara de execução e submete-
se aos preceitos insculpidos na LEP. 
O legislador, ao promover a separação do processo de execução, criou 
também um novo recurso no processo penal, cabível especificamente das decisões 
proferidas pelo juiz da execução penal, a saber: o Agravo em Execução. 
O importante é que o candidato note que ao contrário do que acontece com o 
recurso em sentido estrito, não prevê a LEP um rol taxativo das decisões que desafiam o 
Agravo em Execução. Toda e qualquer decisão proferida pelo juiz da execução enseja a 
interposição do recurso em questão. Assim sendo, basta que a decisão emane do juiz da 
execução e que o recurso seja interposto tempestivamente. A título meramente 
ilustrativo, podemos citar as seguintes decisões passíveis de impugnação por meio de 
agravo de execução: 1) decisão que aplicar ou deixar de aplicar lei posterior mais 
favorável; 2) decisão que declarar ou deixar de declarar na fase de execução a extinção 
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 Prática Processual Penal 88/257 
 OAB 2ª Fase 
 
da punibilidade; 3) decisão que conceder ou negar a unificação de penas; 4) decisão que 
conceder ou negar progressão ou regressão de regime; 5) decisão que conceder ou 
negar detração ou remissão de pena; 6) decisão que revogar sursis, 7) decisão que 
conceder, negar, revogar ou deixar de revogar livramento condicional, 8) decisão que 
converte a pena em medida de segurança e 9) decisão que revogar medida de 
segurança. 
03. Interposição e Competência. A LEP, ao criar o agravo em execução, não 
estabeleceu qualquer rito para o processamento desse recurso. Destarte, séria 
controvérsia instaurou-se na doutrina, parte entendendo que o processamento deveria 
ser o mesmo do agravo de instrumento, parte entendendo que deveria ser o mesmo do 
recurso em sentido e estrito. Esta última posição é a que prevalece, sendo acolhida de 
forma pacífica, inclusive, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Portanto, todos os 
comentários feitos na parte relativa ao Recurso em Sentido Estrito aplicam-se de forma 
idêntica ao agravo. Resumindo seria o seguinte: o agravo deve ser interposto por petição 
ou por termo nos autos, no prazo de cinco dias (Súmula nº. 700 do STF), perante o juiz 
da execução que proferiu a decisão. É recomendável que a petição e/ou o termo nos 
autos venham acompanhados das razões recursais, especialmente em virtude da 
divergência doutrinária relativa à aplicação das normas do recurso em sentido estrito 
(art. 581 do CPP) ou agravo de instrumento do CPC (arts. 522 e 524 do CPC). O agravo 
em execução é de ser recebido só no efeito devolutivo. Não tem ele efeito suspensivo 
(Art. 197 da LEP). Para que tal efeito seja atribuído, é necessário que haja decisão 
judicial expressa do juízo a quo, devidamente fundamentada, ou que decorra da própria 
lógica jurídica processual, como no caso de desinternação ou liberação de pessoa 
submetida à medida de segurança, nos moldes do art. 179 da LEP. O agravo de execução 
sobe nos próprios autos ou por instrumento? Na lição do Professor Valter Kenjin Ishida 
cabe ao juiz da execução a decisão de subida do recurso nos próprios autos ou por 
instrumento. Segundo o professor “recomenda-se que suba sempre na forme de 
instrumento para evitar o comprometimento e o andamento do feito. É o que ocorre no 
Estado de São Paulo, subindo só o apenso em que foi interposto o agravo”. Após 
recebido o recurso, deverão ser intimados agravante e agravado, tendo cada qual o 
prazo de dois dias para apresentar suas razões e contrarrazões (embora já seja 
recomendável que o agravante apresente suas razões já no ato de interposição). Assim 
como ocorre com o recurso em sentido estrito, no agravo o juiz também pode reformar a 
sua própria decisão (juízo de retração) e por issonão há a possibilidade de juntarem-se 
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 Prática Processual Penal 89/257 
 OAB 2ª Fase 
 
as razões diretamente na segunda instância. Se decidir mantê-la, apenas então deve 
remeter os autos ao Tribunal competente. Caso se retrate e nova decisão cause prejuízo 
a alguma das partes, cabe dela recorrer por simples petição, independentemente do 
oferecimento de novas razões ou contrarrazões, aplicando analogicamente o art. 580, § 
único do CPP. 
04. Legitimidade. Pode interpor o agravo em execução o Ministério Público e 
o próprio condenado. Sem embargo, é reconhecida ao executado capacidade postulatória 
no processo de execução penal, ou seja, mesmo que sem advogado constituído ou 
nomeado, este poderá interpor o agravo ainda que desacompanhado de advogado, 
conquanto deva o juiz, de imediato, providenciar que o sentenciado escolha um 
profissional ou, não o fazendo, encaminhe o apenado à Defensoria Pública ou mesmo 
nomeie Defensor Dativo. Ainda que a ação de conhecimento tenha sido privada, a 
execução inaugura nova relação jurídica e desta o querelante não faz parte, não tendo, 
portanto, legitimidade para pleitear nada perante o juiz de execução penal e muito 
menos para recorrer de suas decisões. Também não há, na execução, a figura do 
assistente da acusação 
05. Teses e requerimentos. O recurso de agravo em execução presta-se, 
como se viu, à reforma de decisões pontuais proferidas pelo juiz das execuções. A parte, 
portanto, irá sempre alegar o equívoco da decisão agravada, por contrariar princípio ou 
dispositivo de lei, e requerer a reforma, com concessão do que havia sido antes negado 
ou revogação do que havia sido indevidamente determinado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 90/257 
 OAB 2ª Fase 
 
ESTRUTURA DA PEÇA 
 
PEÇA DE INTERPOSIÇÃO: 
1. ENDEREÇAMENTO: ao juiz da decisão recorrida (juiz da execução); 
2 . INDICAÇÃO DO NÚMERO DOS AUTOS; 
3. INTRODUÇÃO: NOME, MENÇÃO AO ADVOGADO, REFERÊNCIA À 
DECISÃO RECORRIDA, FUNDAMENTO LEGAL; 
4. PEDIDO DE RETRATAÇÃO; 
5. INDICAÇÃO DE PEÇAS A SER TRASLADADAS; 
6. FECHO (Nestes termos, pede e espera deferimento). 
 
RAZÕES RECURSAIS 
1. ENDEREÇAMENTO: ao Tribunal competente (Egrégio Tribunal, Colenda 
Câmara) OBS: é praxe também se dirigir ao membro do MP; 
2. MENÇÃO AO NÚMERO DOS AUTOS, AO RECORRENTE E AO 
RECORRIDO; 
3. RESUMO DA PROBLEMÁTICA QUE ENSEJOU A IMPUGNAÇÃO; 
4. APRESENTAÇÃO DE PRELIMINARES E DOS FUNDAMENTOS LEGAIS 
APTOS A REFORMAR A DECISÃO PROFERIDA; 
5. CONCLUSÃO (“Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o 
presente recurso para, reformando-se a decisão de fls., a fim de conceder o livramento 
condicional”); 
6. FECHO. 
 
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 Prática Processual Penal 91/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO I 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES 
PENAIS DA COMARCA DE ___6 
 
Processo nº. 
 
Tício, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, vem, por seu 
advogado abaixo assinado, devidamente constituído mediante instrumento procuratório 
em anexo, perante Vossa Excelência, não se conformando com a respeitável decisão que 
indeferiu o pedido de liberdade, interpor AGRAVO EM EXECUÇÃO, com fundamento no 
art. 197 da Lei nº. 7.210/84. 
Requer seja recebido e processado o presente recurso e, caso Vossa 
Excelência entenda que deva manter a respeitável decisão (art. 589 do CPP), que seja 
encaminhado, com as inclusas razões, ao Egrégio Tribunal de Justiça. 
Considerando que deve ser formado instrumento para subida do recurso, 
requer seja determinado à Secretaria que proceda ao traslado das seguintes peças: 
a) 
b) 
Pede deferimento. 
Local, Data. 
Advogado- OAB/PE no. XX 
 
 
 
6
 A competência para a interposição do agravo será, em regra, da Vara das Execuções Penais da Justiça 
Estadual. Isso porque, ainda que tenha sido condenado pela Justiça Federal, se o cumprimento da pena 
transcorrer em presídio estadual (o que é a regra), o juiz competente será o estadual. Na hipótese de pena 
cumprida em presídio federal, a competência será da Justiça Federal. O endereçamento seria “Excelentíssimo 
Senhor Doutor Juiz Federal da Vara de Execuções Criminiais da Seção Judiciária de ___”. 
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 Prática Processual Penal 92/257 
 OAB 2ª Fase 
 
RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO 
 
 
 
Egrégio Tribunal de Justiça, 
Colenda Câmara, 
Douta Procuradoria de Justiça. 
 
Em que pese o indiscutível saber jurídico do Meritíssimo Juiz a quo, impõe-se 
a reformada respeitável decisão que indeferiu o pedido de liberdade do agravante, pelas 
razões de fato e de direito a seguir aduzidas. 
 
I - DOS FATOS. 
O agravante foi condenado em três processos crime às penas de 18, 25 e 30 
anos, respectivamente, por três homicídios qualificados. 
Após ter cumprido 30 anos de prisão efetivamente, o Agravante requereu ao 
Meritíssimo Juiz sua liberdade, tendo esta indeferida sob fundamento de que tem outras 
penas a cumprir. 
 
II – DO DIREITO 
 
Trata-se de decisão proferida sem amparo legal, devendo ser reformada pela 
medida ora requerida. 
Com efeito, o art. 75 do Código Penal (CP) estabelece o seguinte: 
 
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 Prática Processual Penal 93/257 
 OAB 2ª Fase 
 
“O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não 
pode ser superior a 30 (trinta) anos”. 
 
A referida limitação presente no citado dispositivo respeita à proibição 
constitucional de prisão perpétua, prevista no art. 5º XLVII, alínea “b” da CF. 
No caso em tela, é evidente o constrangimento ilegal que o Agravante vem 
sofrendo, uma vez que já cumpriu 30 anos de prisão. 
Sobre tal aspecto, merece ser trazido à baila o excelente magistério de Miguel 
Reale Jr.: 
 
“Uma das condições de preservação da identidade moral do 
condenado, com positivas repercussões na disciplina carcerárea, 
está na possibilidade de vislumbrar a liberdade. Daí fixar-se um 
limite do tempo de cumprimento, mesmo porque o 
encarceramento por mais de 15 ou 20 anos destrói por completo o 
homem, tornando-o inadequado à vida livre” (Código Penal e sua 
interpretação jurisprudencial, 5ª Ed.., São Paulo: Ed. RT, p. 926). 
 
Na mesma linha de entendimento é a construção jurisprudencial, in verbis: 
 
“Quando o montante das reprimendas carcerária ultrapassa a 
previsão do art. 75 do CP, surge para o réu o direito de invocar o 
imediato provimento jurisdicional limitando o tempo de seu 
cumprimento em trinta anos, sem reflexão na obtenção de outros 
benefícios, que continuam regulados pela somatória real das 
penas”. (TACrim, RA, rel. David Haddad, JUTACRIN 88/198). 
 
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 Prática Processual Penal 94/257 
 OAB 2ª Fase 
 
Portanto, não assiste razão à respeitável decisão que indeferiu o pedido de 
liberdade no presente caso, uma vez que o Agravante já havia cumprido efetivamente 30 
anos de prisão. 
 
III – DO PEDIDO 
 
 Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, 
concedendo-se a liberdade ao Agravante e expedindo-se o competente alvará de soltura, 
como medida de inteira justiça. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local, Data. 
 
_________________________ 
Advogado OAB nº. 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 95/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO II 
EXCELENTÍSIIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DAS EXECUÇÕES PENAIS 
DA COMARCA__. 
 
Processo nº. 
 
 
“A”, já qualificado nos autos de execução em epígrafe, por seu advogado, 
vem, tempestivamente, perante V. Exa., inconformado com a r. decisão de fl., que 
indeferiu o pedido de indulto condicional, interpor o presente AGRAVO EM EXECUÇÃO 
com fulcro no art. 197 da Lei nº. 7.210/84, requerendo que, uma vez recebido este, seja 
processado; protestando-se pela juntada da minuta em momento oportuno, aguardando 
a retratação judicial nos termos do art. 589 do Código de Processo Penal (CPP) ou, caso 
assim não entenda, sejam os autos remetidos ao Egrégio Tribunal de Justiça, reformando 
a r. decisão proferida. 
 
Termos em que 
Pede deferimento. 
 
Local, Data. 
 
_____________________ 
Advogado OAB nº. 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 96/257 
 OAB 2ª Fase 
 
RAZÕES DO AGRAVO EM EXECUÇÃO 
 
 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL, 
COLENDA CÂMARA, 
DIGNA PROCURADORIA. 
 
 
“A” foi julgado como incurso nas penas previstas ao art. 157, § 2º, inciso I e 
II, do CP e condenado ao cumprimento da pena de 5 (cinco) anos e seis meses em 
regime fechado mais pagamento de 10 (dez) dias-multa, encontrando-se tal pena em 
fase de execução. 
Tendo iniciado o cumprimento da pena, o recorrente atualmente já cumpriu 
dois anos da reprimenda. 
Conforme folha de antecedentes em anexo, o agravante é primário, uma vez 
que os outros delitos não ocasionaram a reincidência. 
Ocorre que o MM. Juiz das Execuções indeferiu o pedido de indulto, mesmo 
estando a hipótese amoldada ao previsto no art. 1º, inciso I, do Decreto nº. 5.295/04, 
fundamentando que se trata de delito de extrema gravidade, portanto, equiparadoao 
hediondo. 
Todavia, discussões à parte sobre a gravidade do delito cometido pelo 
recorrente, as hipóteses de vedação da concessão do indulto estão estipuladas no art. 8º 
do mesmo Decreto, não podendo se admitir que o mesmo seja “equiparado” ao 
hediondo, por argumentação judicial. 
Somente a lei equiparou outros delitos ao hediondo e o são o crime de 
tortura, o terrorismo e o tráfico de entorpecentes. 
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 Prática Processual Penal 97/257 
 OAB 2ª Fase 
 
Assim sendo, o recorrente requer o conhecimento do agravo para no mérito 
julgar provido a fim de conceder o indulto ao ora recorrente. 
 
Local, Data. 
 
________________________ 
Advogado OAB nº. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 98/257 
 OAB 2ª Fase 
 
APELAÇÃO 
 
1. NOÇÕES INICIAIS. A apelação, regra geral, é o recurso cabível nos casos 
em que forem proferidas sentenças judiciais que julguem o mérito ou que possuam 
caráter definitivo. Dessa forma, NÃO é cabível o recurso de apelação para atacar os 
despachos de mero expediente, bem como, regra geral, decisões interlocutórias. 
Todavia, em algumas situações, pode-se perceber que a apelação acaba assumindo uma 
natureza residual, pois, em alguns casos de decisões interlocutórias proferidas pelo juiz 
singular, em que NÃO seja hipótese de Recurso em Sentido Estrito, poderá ser passível 
de impugnação por meio da apelação. 
2. FUNDAMENTO NORMATIVO: a apelação está disciplinada nos arts. 416, 
593 ao 606, todos do CPP. No juizado, a hipótese de cabimento está prevista no art. 82 
da Lei nº 9.099/95. 
3. HIPÓTESES DE CABIMENTO: Caberá apelação nas hipóteses previstas no 
art. 593 do CPP (I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por 
juiz singular; II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz 
singular", quando não for comportável recurso em sentido estrito; III - das decisões do 
tribunal do júri quando: (a) advier nulidade subsequente à pronúncia, (b) a sentença do 
juiz-presidente contrariar dispositivo legal expresso ou a decisão dos jurados, (c) ocorrer 
equívoco ou injustiça na imposição de medida de segurança ou de pena e, (d) a decisão 
dos jurados contrariar manifestamente a prova dos autos). 
ATENÇÃO 
Enquanto no tocante às sentenças definitivas de condenação ou de absolvição 
prolatadas por juiz singular, o tribunal terá possibilidade de apreciar amplamente as 
questões decididas (efeito devolutivo em maior extensão), no que atine às sentenças 
prolatadas no âmbito do tribunal do júri, o órgão de segundo grau não poderá adentrar 
em matéria faties, de forma a violar a soberania dos veredictos. 
 
A lei 11.689/2008 deu nova redação ao artigo 416, CPP trazendo também 
outras hipóteses de cabimento do recurso de apelação (contra sentença da impronúncia 
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 Prática Processual Penal 99/257 
 OAB 2ª Fase 
 
e absolvição sumária). Caberá ainda nos casos de decisão que rejeite a denúncia ou 
queixa, contra sentença absolutória, condenatória e a homologatória de transação penal 
no âmbito dos juizados especiais criminais, de acordo com art. 82 da Lei n° 9.099/95. 
4. PRAZOS E PROCEDIMENTO: A apelação pode ser interposta por petição 
ou por termo nos autos (a apelação por termo é aquela desprovida de rigor formal, 
bastando que o recorrente revele o seu inconformismo com a decisão, demonstrando o 
desejo do recurso, não se exigindo capacidade postulatória, que será necessária, 
entretanto, para a apresentação das razões), no prazo de 5 dias, regra geral (Art.593 do 
CPP). Se for no âmbito do JECRIM o prazo será de 10 dias e deverá ser interposta por 
petição escrita. 
CUIDADO: 
O prazo para a interposição da apelação, no caso de assistente de acusação não 
habilitado nos autos, será de quinze dias contados da expiração do prazo de recurso do 
MP. Se estiver habilitado, a doutrina entende que o prazo será o mesmo da parte, ou 
seja, 5 dias. 
 
Não é necessário que o recorrente apresente desde logo as razões de 
apelação. Há prazo específico de 8 (oito) dias para apresentação das razões, salvo nos 
processos de contravenção, em que o prazo será de 3 (três) dias, conforme art. 600 do 
CPP. Havendo assistente, este arrazoará, no prazo de 3 (três) dias, após o Ministério 
Público. O apelante poderá afirmar que suas razões serão apresentadas em segunda 
instância (§ 4°, do art. 600, CPP). Estando a apelação acompanhada de razões, intimará 
o apelado para oferecer contrarrazões, no mesmo prazo de oito dias ou de três dias. Se a 
ação penal for movida pela parte ofendida, o Ministério Público terá vista dos autos, pelo 
mesmo lapso temporal (art. 600, § 2°, CPP). Quando forem dois ou mais os apelantes ou 
apelados, os prazo serão comuns (art. 600, § 3°, CPP), salvo para o MP (vista mediante 
carga dos autos). Encerrados os prazos para oferecimento de razões, "os autos serão 
remetidos à instância superior, com as razões ou sem elas, no prazo de 5 (cinco) dias", 
salvo nas jurisdições que forem sede de tribunal, onde subirão em trinta dias (art. 603, 
CPP). Havendo mais de um réu, e não tendo sido todos julgados ou não havendo todos 
apelado da sentença, caberá ao apelante — que terá o ónus de arcar com as despesas 
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 Prática Processual Penal 100/257 
 OAB 2ª Fase 
 
correspondentes (salvo se o pedido for do Ministério Público, do réu pobre ou da 
Defensoria Pública) - promover extração do traslado dos autos, o qual deverá ser 
remetido à instância superior no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da entrega 
das últimas razões de apelação, ou do vencimento do prazo para a apresentação das do 
apelado". 
Já em relação aos Juizados Criminais, a Lei 9.099/95 no art. 82 prevê que a 
apelação deve ser interposta no prazo de 10 (dez) dias, já com as razões e o pedido do 
recorrente. 
5. EFEITOS: Recebida a apelação pelo órgão de primeiro grau, serão 
atribuídos, em regra, os efeitos devolutivo e suspensivo. Sem embargo, "a apelação da 
sentença absolutória não impedirá que o réu seja posto imediatamente em liberdade" 
(art. 596, caput, CPP), por faltar título legítimo para a manutenção da prisão do acusado. 
Em suma, a apelação é dotada do efeito devolutivo, por devolver ao órgão ad 
quem o reexame da causa nos limites recursais (tantum devolutum quantum 
appellatum). Se a sentença for condenatória, terá efeito suspensivo (art. 597,CPP). 
6. JULGAMENTO: a competência para julgar a apelação é do tribunal ao qual 
está vinculado o juiz prolator da sentença, podendo ser os tribunais de justiça ou os 
tribunais regionais federais, que são órgãos de segundo grau de jurisdição. Os autos, ao 
chegarem ao tribunal, serão distribuídos a um relator. Nessa altura, a apelação já estará 
com as razões e contrarrazões de recurso. Caso contrário, o relator tomará as 
providências para o seu processamento. A apresentação intempestiva de razões e de 
contrarrazões de recurso, em matéria criminal, não deve implicar o seu 
desentranhamento, sem embargo de poder ser considerado esse fator para fins de 
apreciação de matéria que careceria de alegação oportuna. Na segunda instância, o MP 
terá vista dos autos para exarar parecer, no prazo de cinco dias (salvo se for o caso de 
sentença em processo de contravenção ou de processo de habeas corpos - art. 610, 
caput, CPP), podendo opinar pelo conhecimento, não conhecimento, provimento ou não 
provimento da apelação. 
É possível a determinação de diligência. Estando pronto o processo, o relator 
pedirá dia para julgamento, solicitando inclusão em pauta. Designada a data, a parte 
deve ser intimada através de publicação oficial. A Defensoria Pública e o MP têm a 
prerrogativa da intimação pessoal. 
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 Prática Processual Penal 101/257 
 OAB 2ª Fase 
 
No dia do julgamento, o presidente do tribunal o anunciará, sendo 
"apregoadas as partes" e, "com a presença destas ou à sua revelia, o relator fará a 
exposição do feito e, em seguida, o presidente, concederá, pelo prazo de 10 (dez) 
minutos, a palavra aos advogados ou às partes que a solicitarem e ao procurador-geral, 
quando o requerer, por igual prazo" (§ único, art. 610, CPP). Caso se trate de apelação 
contra sentenças prolatadas em processo por delito a que a lei comine pena de reclusão, 
há necessidade de um membro do tribunal revisor. 
Serão observadas, pois, em relação ao enunciado do art. 610, CPP, as 
seguintes modificações: (1) "exarado o relatório nos autos, passarão estes ao revisor, 
que terá igual prazo para o exame do processo e pedirá designação de dia para o 
julgamento"; (2) "os prazos serão ampliados ao dobro"; (3) "o tempo para os debates 
será de um quarto de hora" (art. 613, CPP). Após o debate, será dada a palavra ao 
relator, que proferirá o seu voto, que constará, em regra, de duas partes dispositivas: 
uma referente ao conhecimento ou não do apelo, e a outra - se conhecida a apelação - 
pelo provimento ou não do recurso. Se houver "empate de votos no julgamento de 
recursos, e se o presidente do tribunal, câmara ou turma, não tiver tomado parte na 
votação, proferirá o voto de desempate. No caso contrário, prevalecerá a decisão mais 
favorável ao réu" (§ 1°, art. 615, CPP). Sendo o relator vencido, outro será designado 
para lavrar o acórdão, recaindo, em regra, sobre o membro que abriu a divergência. Não 
há possibilidade de aplicação de mutatio libelli pelo órgão de segunda instância. Isso 
implicará que, se for constatado fato delituoso não contido na denúncia ou na queixa, 
sequer implicitamente, a solução a ser dada pelo tribunal, em caso de provimento de 
apelação, é a de anular a sentença para que, em primeira instância, sejam adotadas as 
providências que a mutatio libelli requer (art. 384, CPP). Já a emendatio libelli (art. 383, 
CPP) é perfeitamente possível, consoante o art. 617, CPP. Por fim, tem-se que a 
refomatio in pejus é vedada, segundo o CPP, ao enfatizar que as decisões dos tribunais 
serão conformes às disposições concernentes às sentenças de primeiro grau, "não 
podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da 
sentença”. 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 102/257 
 OAB 2ª Fase 
 
ESTRUTURA DA PEÇA 
 
PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO 
1. ENDEREÇAMENTO: ao juiz da decisão recorrida; 
2. INDICAÇÃO DO NÚMERO DOS AUTOS; 
3. INTRODUÇÃO: NOME, MENÇÃO AO ADVOGADO, REFERÊNCIA À 
DECISÃO RECORRIDA, FUNDAMENTO LEGAL; 
4. PEDIDO DE PROCESSAMENTO; 
5. FECHO. 
 
RAZÕES RECURSAIS 
1. ENDEREÇAMENTO: ao Tribunal competente (é praxe também se dirigir ao 
membro do MP); 
2. MENÇÃO DO NÚMERO DOS AUTOS, AO RECORRENTE E AO 
RECORRIDO; 
3. RESUMO DA PROBLEMÁTICA QUE ENSEJOU A IMPUGNAÇÃO; 
4. APRESENTAÇÃO DOS FUNDAMENTOS LEGAIS, DOUTRINÁRIOS E 
JURISPRUDENCIAIS; 
5. CONCLUSÃO (“Diante do exposto, requer seja conhecido e providoo 
presente o recurso para absolver-se o réu com fundamento no art. 386, IV, CPP”); 
6. FECHO. 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 103/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO I 
Exmo. Sr. Juiz de Direito da 3ª Vara Criminal de Recife/PE 
 
Processo nº. XXXXXXX 
 
 
 
 
(RECORRENTE), já qualificado nos autos, por seu procurador adiante 
assinado, vem, respeitosamente, perante V .Exa., nos autos da Ação Penal que lhe move 
a Justiça Pública, irresignado, data vênia, com a decisão de fls. __, que o condenou à 
pena de 8 anos de reclusão, recorrer da mesma, o que faz com fundamento no art. 
593,__, do CPP. 
Recebida a apelação que ora se interpõe, requer a abertura de vista para 
oferecimento de suas razões. 
 
Pede deferimento. 
 
Recife, 18 de abril de 2010. 
 
Advogado- OAB/PE no. XXX 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 104/257 
 OAB 2ª Fase 
 
RAZÕES DE APELAÇÃO 
 
Processo nº 
Vara de Origem: 
Recorrente: 
Recorrido: 
 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO 
COLENDA CÂMARA, 
PRECLAROS MAGISTRADOS, 
DIGNA PROCURADORIA DE JUSTIÇA 
O recorrente foi condenado a 19 anos de reclusão como incurso nas penas do 
art. 159, § 1º, do Código Penal. Tal condenação, com a devida vênia, não pode subsistir 
conforme se verá pelas razões a seguir expostas. 
 
I - DA NULIDADE DO PROCESSO EM RAZÃO DA COLIDÊNCIA DE DEFESAS 
 
Não obstante o magistrado que proferiu a r. decisão ora atacada haver 
afastado a argüição de nulidade do processo, cabe ao subscritor das presentes razões 
renovar a alegação para apreciação por este Egrégio Colegiado. 
Com efeito, o único elemento incriminador que consta nos autos contra o 
recorrente é a delação feita pelo co-réu que acabou sendo beneficiado com a diminuição 
da pena que lhe foi aplicada. X, no interrogatório de fls. 87 afirmou à autoridade que 
presidia o feito que o ora recorrente o ajudara a render e a transportar para o cativeiro a 
vítima MARIA MARIANA, versão desde o início negada pelo recorrente. Ambos os réus 
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 Prática Processual Penal 105/257 
 OAB 2ª Fase 
 
não podiam contratar advogados e, por tal razão, foi-lhes nomeado pelo presidente do 
processo o nobre Defensor Público mencionado às fls. 91. 
É cediço que, havendo colisão de defesas, sendo contraditórias e antagônicas 
as versões apresentadas por co-réus no mesmo processo, não podem eles ter o mesmo 
defensor sob pena de restar configurada a falta de defesa, o que se deu no caso em tela, 
sem nenhuma sombra de dúvida. 
A partir do momento em que se dá um só defensor para acusados em 
posições conflitantes, não haverá defesa efetiva e, sendo assim, a Súmula 523, do STF, é 
peremptória no sentido de que a falta de defesa invalida irremediavelmente o processo. 
Requer a Defesa do recorrente que seja anulado o processo desde o 
interrogatório de fls. 91, quando lhe foi nomeado o mesmo defensor do co-réu. 
 
II - DA IMPRESTABILIDADE DA PROVA CONTRÁRIA AO RECORRENTE 
 
Estamos convictos de que a preliminar argüida não será ultrapassada, mas, 
por cautela, vamos rebater a alegação de há nos autos prova contrária ao recorrente e 
que justificaria sua condenação. 
Muito embora não tenha podido comprovar nenhum álibi pois que se encontra 
desempregado e mora sozinho, não poderia o recorrente ser condenado apenas com 
base nas palavras do outro acusado. Por tudo que foi colhido nos autos, para efetivar o 
seqüestro da vítima e tentar extorquir posteriormente a família da mesma, o réu X 
certamente contou com a ajuda de outros criminosos. Para proteger seus comparsas, X 
resolveu acusar o recorrente a quem conhecia apenas de vista e que sabia tratar-se de 
pessoa humilde, sem família e sem protetores. 
Veja-se que a delação deve ser tomada com reservas posto ser elemento 
colhido sem contraditório. Além do mais, na confissão-delação de fls. 87, X, 
estranhamente, não teve condições de descrever em que teria consistido a ajuda do 
recorrente. Que atos o recorrente teria praticado para ajudar X no seqüestro da vítima? 
Ora, a simples omissão no descrever a participação do recorrente já comprova o quanto 
basta que X o está acusando levianamente. 
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 Prática Processual Penal 106/257 
 OAB 2ª Fase 
 
Não havendo nenhum outro elemento contrário ao recorrente (lembre-se que 
ele não foi reconhecido pela vítima), impõe-se sua absolvição com base no art. 386, IV, 
do CPP. 
 
III – DA CONCLUSÃO 
 
Ante o brevemente exposto, requer o recorrente seja conhecida e provida a 
presenteapelação para anular-se o processo, conforme alegado, ou, se assim não 
entender este Egrégio Órgão Julgador, para se decretar a sua absolvição, com base no 
art. 386, IV, do Código de Processo Penal. 
 
Recife, 23 de abril de 2010. 
 
Advogado- OAB/PE no. XXX 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 107/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO II 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____.ª Vara Criminal da 
Comarca ____. 
 
Processo nº. ____ 
 
 
 
“Y” e “U”, qualificados a fls. ____, nos autos do processo que o Ministério 
Público lhes move, por sua advogada, vêm, respeitosamente, à presença de Vossa 
Excelência, inconformados com a respeitável sentença de fs. ____, interpor a presente 
 
APELAÇÃO 
 
com fundamento no art. 593, I, do Código de Processo Penal. 
Requerem que, após o recebimento desta, com as razões inclusas,ouvida a 
parte contrária, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça, onde serão 
processados e provido o presente recurso. 
Termos em que, 
Pedem deferimento. 
 
Comarca, data. 
_______________ 
Advogada 
 
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 Prática Processual Penal 108/257 
 OAB 2ª Fase 
 
RAZÕES DE APELAÇÃO 
 
____.ª Vara Criminal da Comarca ____. 
Processo n.o ____ 
Apelantes: “Y” e “U” 
Apelado: Ministério Público 
Egrégio Tribunal 
 
 
 
 
 
 
“Y” e “U” foram processados como incursos no art. 213, em combinação com 
os arts. 226, I, e 61, II, a, do Código Penal, porque, no dia ____, nas proximidades da 
Estrada ____, altura do quilômetro ____, por volta das ____ horas, teriam, em concurso 
de pessoas, constrangido “F” à conjunção carnal, mediante o emprego de violência. 
Segundo constou da denúncia, enquanto “U” segurava a vítima, seu namorado “Y” 
mantinha com ela conjunção carnal. O crime teria sido praticado por vingança, uma vez 
que “F” era inimiga de “U”, prejudicando-a, anteriormente, na empresa onde ambas 
trabalhavam. 
O MM. Juiz condenou-os ao cumprimento da pena de nove anos de reclusão, 
em regime inicial fechado, sem permitir que recorressem em liberdade. 
A respeitável decisão de fls. ____ merece ser reformada, pelos seguintes 
motivos: 
 
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 Prática Processual Penal 109/257 
 OAB 2ª Fase 
 
I. DO CERCEAMENTO DE DEFESA 
 
Uma das testemunhas de acusação foi ouvida por precatória, expedida para a 
Comarca de ____, sem que a defesa tivesse sido cientificada da data da audiência 
naquele juízo. Por tal motivo, não foi possível comparecer ao ato, designando o juiz do 
foro deprecado um defensor ad hoc, o que, naturalmente, cerceou a defesa. Conforme já 
se sustentou na oportunidade das alegações finais, por mais empenho com que tenha 
agido aquele advogado, perguntas específicas que deveriam ter sido feitas e, em razão 
da ausência da defesa constituída, não se realizaram, prejudicando sobremaneira a 
defesa dos réus. Nesse prisma, feriu-se preceito constitucional, consistente na ampla 
defesa, bem como se viciou o ato, por ausência de fórmula essencial à sua efetivação, 
que é a intimação das partes (art. 564, IV, CPP). Requer-se, pois, a nulidade do feito, a 
partir da expedição da precatória para a Comarca de ____, refazendo-se a instrução com 
ampla possibilidade de participação da defesa, o que por certo acarreta na oportunidade 
de melhor detalhamento dos fatos, a ensejar a absolvição dos apelantes. 
 
II. MÉRITO 
 
1. Da absolvição, por insuficiência de provas. 
 
Não há provas suficientes para a condenação dos réus, devendo prevalecer o 
princípio constitucional da presunção de inocência. 
A única pessoa a apontar os recorrentes como autores da infração penal foi a 
vítima, que, como explorado ao longo da instrução e reconhecido pela própria decisão 
atacada, é inimiga da ré “U”. Logo, suas declarações não são dignas de credibilidade e 
não podem sustentar a condenação. 
As demais testemunhas não presenciaram o momento em que os acusados 
estavam com a ofendida, de modo que nada podem informar a respeito. 
 
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 Prática Processual Penal 110/257 
 OAB 2ª Fase 
 
2. Da aplicação errônea da pena. 
 
Somente para argumentar, caso não seja acolhida a preliminar levantada, 
nem tampouco o pedido de provimento do apelo para a absolvição dos réus, torna-se 
fundamental corrigir as distorções existentes na sentença condenatória. 
 
2.1 Do afastamento da causa de aumento e do reconhecimento da participação 
de menor importância. 
 
O ilustre julgador aplicou um aumento de quarta parte, fundado na existênciade concurso de duas pessoas, valendo-se do disposto no art. 226, I, do Código Penal. 
Houve equívoco, na medida em que o referido aumento somente seria viável se os réus 
fossem, efetivamente, considerados co-autores. No caso presente, o autor do estupro 
teria sido “Y”, já que se trata de um crime próprio, cujo agente necessita ser do sexo 
masculino, pois o objetivo é manter conjunção carnal com mulher. 
Logo, a ré “U” seria apenas partícipe, não se podendo elevar a pena por conta 
disso. 
Argumentou-se, ainda, ser ela uma partícipe de menor importância, pois, a 
manter-se a condenação, deve-se levar em conta que houve apenas incentivo de sua 
parte à prática da relação sexual, mas não apoio material à conduta do réu “Y”. Visa-se, 
portanto, a aplicação do redutor previsto no art. 29, § 1.º, do Código Penal à apelante, 
bem como o afastamento do aumento de quarta parte em relação a ambos. 
 
2.2 Do afastamento da agravante de motivação torpe. 
 
Inexiste prova concreta do motivo do delito. Levantou a acusação, desde o 
início, uma suposição, consistente em vingança, que caracterizaria, pois, a torpeza. Em 
primeiro lugar, nenhuma testemunha presenciou a suposta briga entre a apelante e a 
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 Prática Processual Penal 111/257 
 OAB 2ª Fase 
 
vítima, quando trabalhavam juntas na empresa ____. E, ainda que tivessem 
divergências, não seria motivo suficiente para a determinação de um crime de tal 
gravidade. Em Direito Penal, nada se pode presumir, tornando-se fundamental a prova 
do alegado. Ausente esta, o ideal é o afastamento da agravante. 
 
2.3 Da inviabilidade de consideração dos antecedentes na fixação da pena-base. 
 
O MM. Juiz, ao aplicar a pena-base, considerou que os réus teriam 
antecedentes, fazendo referência à folha de antecedentes, que acusa um inquérito 
arquivado pela prática de estelionato. Ora, esse registro não pode prestar à conclusão de 
terem os apelantes antecedentes. Em primeiro lugar, pelo fato de ter sido a investigação 
arquivada, logo, ausentes provas mínimas para justificar uma ação penal. Em segundo 
lugar, por viger o princípio constitucional da presunção de inocência, isto é, sem 
condenação com trânsito em julgado todo acusado é inocente, motivo pelo qual não 
possuem os apelantes qualquer antecedente criminal. 
 
2.4 Da insuficiência dos argumentos quanto à personalidade dos réus. 
 
É inegável que o elemento relativo à personalidade constitui fator a ser 
considerado pelo magistrado quando proferir sentença condenatória (art. 59, CP). Porém, 
deve justificar seu entendimento e apontar quais falhas de caráter são, realmente, 
encontradas nos réus, à luz da prova produzida nos autos. Limitou-se o MM. Juiz a dizer 
que eles demonstraram “personalidade deturpada”, o que é insuficiente para a 
concretização de qualquer juízo negativo, permissivo de elevação da pena-base. 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 112/257 
 OAB 2ª Fase 
 
 
III – DA CONCLUSÃO 
 
 Ante o exposto, processado o presente recurso, aguardam os apelantes seja 
acolhida a preliminar de nulidade do processo, a partir da expedição da precatória. Assim 
não ocorrendo, esperam que haja o provimento do recurso para o fim de se decretar a 
sua absolvição, por insuficiência de provas. Finalmente, caso seja mantida a condenação, 
deve-se ajustar a pena ao patamar mínimo para o réu “Y” e abaixo do mínimo à ré “U”, 
que conta com causa especial de diminuição, aplicando-se o regime mais favorável 
possível para o início do cumprimento da pena. 
 
Comarca, data. 
_______________ 
Advogada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 113/257 
 OAB 2ª Fase 
 
 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
 
1. NOÇÃO: o CPP prevê dois recursos que, em essência, se equivalem. O 
primeiro é conhecido por "embarguinhos", previsto no art. 382, CPP, que estatuí que 
"qualquer das partes poderá, no prazo de dois dias, pedir ao juiz que declare a sentença, 
sempre que nela houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão". Este nome 
é criação doutrinária e forense dada aos "embargos de declaração" opostos perante juiz 
de primeiro grau, com o fim de diferenciá-los dos "embargos de declaração" manejáveis 
no âmbito dos tribunais. 
2. FUNDAMENTO NORMATIVO: Arts. 382 (Sentença) e 619 (Acordão), 
ambos do CPP. Se se tratar de embargos de declaração no âmbito do juizado especial, o 
fundamento normativo da peça processual será o art. 83 da Lei nº 9.099/95. 
3. INTERPOSIÇÃO: mediante petição dirigida ao mesmo órgão que proferiu a 
decisão a qual se atribua ambiguidade (A lei do juizado fala em “dúvida”), contradição, 
omissão ou obscuridade. O prazo no CPP para o seu ingresso é de dois dias contados da 
ciência do julgado, pela parte prejudicada. Se for no âmbito do juizado o prazo será de 
cinco dias. 
4. CABIMENTO: contra ato judicial com conteúdo decisório. Não é necessária 
a oposição dos embargos de declaração para corrigir simples erro material, já que 
sanável a qualquer tempo, de ofício pelo juiz, ou por simples petição. 
5. PROCESSAMENTO: julgados pelo próprio órgão prolator da decisão 
objurgada. Não há efeito regressivo ou suspensivo da decisão embargada, malgrado o 
prazo para apresentação dos demais recursos seja interrompido. Nos Juizados Especiais 
Criminais, além de o prazo de interposição ser diverso(cinco dias) haverá suspensão do 
prazo para o manejo dos demais recursos. Os embargos são apreciados pelo próprio juiz, 
que apenas abrirá vista para a parte contrária respondê-lo, caso o embargante pretenda 
conferir efeito infringente (ou modificativo) ao julgado. 
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 Prática Processual Penal 114/257 
 OAB 2ª Fase 
 
6. JULGAMENTO: o juiz de primeiro grau proferirá sentença ou decisão, 
acolhendo (para solucionar a omissão, a obscuridade, a contradição ou a ambiguidade) 
ou rejeitando os embargos. A partir da intimação da sentença ou da decisão em 
embargos de declaração, o prazo para os demais recursos será integralmente devolvido. 
No âmbito dos tribunais, o CPP autoriza que o relator indefira monocrática e 
liminarmente os embargos de declaração, "se não preenchidas as condições 
enumeradas" no seu art. 620, caput. Se a parte, contudo, quiser ver seu pleito apreciado 
pelo órgão colegiado, cabe interpor o recurso de agravo (inominado ou regimental), em 
cinco dias. 
 
ESTRUTURA DA PEÇA (PETIÇÃO ÚNICA) 
 
1. ENDEREÇAMENTO: ao juiz da decisão recorrida ou ao relator do acórdão; 
2 . INDICAÇÃO DO NÚMERO DOS AUTOS; 
3 . INTRODUÇÃO: nome, menção ao advogado, referência à decisão 
recorrida (“em face da sentença de fls.” ou “em face do acórdão de fls.”); 
4 . RESUMO DA DECISÃO E EXPLICAÇÃO DO(S) PONTO(S) 
CONTRADITÓRIO(S), OMISSO(S), OBSCURO(S) OU AMBÍGUO(S) OU 
DUVIDOSO(S); 
5 . APRESENTAÇÃO DAS NORMAS PERTINENTES, DA DOUTRINA E DA 
JURISPRUDÊNCIA APLICÁVEIS; 
6 . REQUERIMENTO (“Diante do exposto, requer seja declarada a r. 
sentença – ou acórdão – complementando-a para sanar a ambiguidade (ou 
contradição/omissão/obscuridade/dúvida); 
7. FECHO. 
 
 
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 Prática Processual Penal 115/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO I 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ____.ª Vara Criminal Federal da 
Subseção Judiciária ____. 
 
Processo n.º ____ 
 
 
 
 
 
“B”, qualificado a fls. ____, nos autos do processo-crime que lhe move o 
Ministério Público, inconformado com a respeitável sentença condenatória de fls.____, 
por seu advogado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência interpor os 
presentes 
 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
 
com fundamento no art. 382 do Código de Processo Penal, pelos seguintes motivos: 
 
O réu foi condenado à pena de dois anos de reclusão pela prática de 
sonegação de contribuição previdenciária, em regime aberto, e o douto julgador não 
fez qualquer menção, na decisão, a respeito da viabilidade de concessão de penas 
alternativas ou, pelo menos, da suspensão condicional da pena. 
Segundo o disposto no art. 59, IV, do Código Penal, após a fixação do 
montante e do regime, deve o juiz pronunciar-se acerca da substituição da pena privativa 
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 Prática Processual Penal 116/257 
 OAB 2ª Fase 
 
de liberdade aplicada por outra espécie de pena. Se tal não se der, é fundamental que o 
magistrado, expressamente, manifeste-se a respeito da possibilidade de aplicação da 
suspensão condicional da pena (art. 77, III, CP). 
No caso presente, o MM. Juiz, ao fixar a pena no mínimo legal, bem como 
optar pelo regime aberto, deixou de se pronunciar com relação aos benefícios supra 
descritos, caracterizando hipótese de omissão, tal como descrito no referido art. 382 do 
CPP. 
Portanto, antes de ingressar com eventual recurso de apelação, é imperioso 
obter provimento jurisdicional disciplinando a concessão ou não dos benefícios penais 
aventados. 
Ante o exposto, requer o embargante se digne Vossa Excelência estabelecer, 
expressamente, se o réu tem direito à substituição da pena privativa de liberdade por 
restritiva de direitos ou, ao menos, à suspensão condicional da pena. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Comarca, data. 
_______________ 
Advogado 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 117/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO II 
EXCELENTÍSSIMO SR. DR. DESEMBARGADOR-RELATOR 
 
PROCESSO Nº. 22/85 
 
 
 
JOSEFINO PERDENHO, acusado, já qualificado nos autos do processo-crime 
em epígrafe, que a Justiça Pública lhe move por infração do art. 155, caput, do Código 
Penal (CP), por seu advogado infrafirmado, vem à presença de Vossa Excelência, com 
fundamento no art. 619, do Código de Processo Penal (CPP), opor 
 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
 
ao ver. Acórdão proferido às fls. 333-335, pra ver declarada a sentença, suprindo-se sua 
omissão, nos termos dos articulados abaixo: 
Condenado em primeira instância, por infração ao art. 155, caput, do CP, à 
penafina de 1 (um) ano e 5 (cinco) meses de reclusão, com cumprimento do regime 
aberto, sem concessão sursis, o embargante postulou em recursos de apelação, sua 
absolvição e, como teses subsidiária, a concessão da suspensão condicional da pena. 
O ver. Acórdão, ora embargado, negou provimento ao recurso defensivo e 
manteve a condenação do embargante; contudo, deixou de apreciar eu pedido de sursis. 
Tendo a Segunda instância deixado de apreciar pedido da parte contido nas 
razões de apelação, emitiu acórdão eu não disse o que era indispensável dizer na correta 
lição de E. Magalhães de Noronha (Cf. Curso de Processo Penal, 25ª Ed., 1999, p. 500). 
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 Prática Processual Penal 118/257 
 OAB 2ª Fase 
 
É para o feito de suprir a omissão do acórdão que se interpõe o presente 
recurso de embargos de declaração; pede-se, pois, em juízo de retratação, seja 
apreciado o pedido da defesa – concessão de sursis. 
 
Termos em que 
P. deferimento. 
 
São Paulo, 28 de julho de 2012. 
 
__________________________ 
Advogado OAB xxxx 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 119/257 
 OAB 2ª Fase 
 
CARTA TESTEMUNHÁVEL 
 
1. NOÇÃO: o juiz prolator de decisão recorrida poderia, simplesmente, não 
processar a impugnação, sem que a remetesse para instância superior, evitando, assim, 
que a decisão fosse reformada, e não se sujeitasse à atividade jurisdicional a controle. 
Daí ter o legislador previsto recurso cujo regramento tem o condão de fazer chegar ao 
conhecimento do tribunal matéria recursal cujo seguimento foi obstado ilegalmente. 
A carta testemunhável deve conter todos os elementos necessários para que 
o tribunal aprecie o mérito do recurso não recebido pelo juiz a quo. Todavia, a falta dos 
documentos imprescindíveis a este desiderato não implicará, de plano, o seu não 
conhecimento pelo órgão jurisdicional de segundo grau. Nesse caso, o tribunal pode 
conferir à carta o efeito de destrancar o recurso, mandando processá-lo (art. 644, CPP). 
É ônus da parte indicar as peças processuais que devam instruir o recurso – pelo menos 
para esse fm -, não sendo admtida a conversão em diligência pelo tribunal. 
2. INTERPOSIÇÃO: através de petição, no prazo de quarenta e oito horas 
contadas da intimação do despacho denegatório do recurso ou da ciência do seu não 
processamento regular. O escrivão (ou o diretor de secretaria ou o secretário do tribunal) 
dará recibo à parte da petição recursal que deverá conter a indicação das peças do 
processo a serem trasladadas (art. 640, CPP). Com efeito, a entrega da carta, que 
conterá certidão circunstanciada e as peças trasladadas, tem o fito de assegurar ao 
interessado a possibilidade de reclamar/representar, mediante protocolização 
diretamente ao tribunal, se o juízo de primeiro grau persistir em negar seu 
processamento. 
3. CABIMENTO: trata-se de recurso subsidiário. O seu cabimento depende da 
inexistência de previsão de outro recurso. O art. 639, CPP, dispõe que será dada carta 
testemunhável: (1) "da decisão que denegar o recurso"; e, (2) "da que, admitindo 
embora o recurso, obstar à sua expedição e seguimento para o juízo adquem.” 
Observe que o CPP não especifica qual seria o recurso que deveria ser 
denegado para que fosse cabível a carta testemunhável. Poderia ser o recurso de 
apelação? Não, porque se o juiz denegar a apelação ou negar seguimento, é caso de se 
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 Prática Processual Penal 120/257 
 OAB 2ª Fase 
 
ingressar com o recurso em sentido estrito (art. 581, inciso XV, do CPP). Então qual seria 
o recurso referido no art. 639 do CPP. A resposta está prevista no art. 641 do CPP: 
 “Art. 641. O escrivão, ou o secretário do tribunal, dará recibo da petição à 
parte e, no prazo máximo de cinco dias, no caso de recurso no sentido estrito, ou de 
sessenta dias, no caso de recurso extraordinário, fará entrega da carta, devidamente 
conferida e concertada.” 
No entanto, atualmente, não é mais cabível carta testemunhável para 
destrancar o recurso extraordinário, uma vez que o art. 28 da Lei nº. 8.038/90 aduz ser 
cabível o agravo de instrumento no prazo de 5 (cinco) dias. 
ATENÇÃO 
A jurisprudência tem entendido que também cabe carta testemunhável para a hipótese 
de denegação ou negativa de seguimento do recurso de AGRAVO EM EXECUÇÃO. 
 
4. PROCESSAMENTO: preconizado pelo art. 643, CPP. O rito recursal da 
carta testemunhável, se dirigida contra decisão do juiz de primeiro grau de jurisdição, é o 
estabelecido para o recurso em sentido estrito, nos artigos 588 a 592, do CPP. A previsão 
de recurso de agravo interno (ou regimental), no âmbito dos tribunais, constantes das 
leis específicas e dos respectivos regimentos internos, tornou ociosa a disciplina da carta 
testemunhável contra decisão denegatória de membro de órgão colegiado. A carta 
testemunhável terá os efeitos devolutivo e regressivo. 
Interposta contra decisão denegatória do juiz de primeiro grau, terá o se-
guinte processamento (artigos 588-592, CPP): (1) extraída a carta e entregue à parte 
interessada, o escrivão certificará de forma circunstanciada; (2) se a petição de 
interposição estiver desacompanhada de razões, será dada vista ao recorrente, para 
arrazoar o recurso, em dois dias; (3) se já estiver acompanhada de razões recursais ou 
decorrido o prazo sem apresentação, será intimada a partecontrária para contra-
arrazoar também em dois dias; (4) com resposta do recorrido ou sem ela, o juiz exercerá 
juízo de retratação ou de sustentação de sua decisão, com possibilidade de, em caso de 
reforma de sua decisão, a parte contrária recorrer, por simples petição, quando não será 
mais possível outro exercício de retratação; e, (5) após a publicação da decisão de 
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 Prática Processual Penal 121/257 
 OAB 2ª Fase 
 
sustentação do juízo de primeiro grau, tem-se o prazo de cinco dias para apresentação 
dos autos recursais à instância ad quem. 
5. JULGAMENTO: a carta testemunhável será distribuída a um relator, 
membro do tribunal com competência para processá-la e julgá-la, incidindo a disciplina 
normativa do recurso em sentido estrito esposada anteriormente. Na instância 
competente para o seu exame, "o tribunal, câmara ou turma a que competir o 
julgamento da carta, se desta tomar conhecimento, mandará processar o recurso, ou, se 
estiver suficientemente instruída, decidirá logo, de meritis" (art. 644, CPP), devendo 
ocorrer, após publicada a decisão, a devolução dos autos, dentro de cinco dias, ao juiz a 
quo (art. 592, CPP). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 122/257 
 OAB 2ª Fase 
 
ESTRUTURA DA PEÇA 
 
PEÇA DE INTERPOSIÇÃO: 
 
1. ENDEREÇAMENTO: ao escrivão do ofício onde tramita o processo; 
2. INDICAÇÃO DO NÚMERO DOS AUTOS; 
3. INTRODUÇÃO: nome, menção ao advogado, referência a decisão 
recorrida, fundamento legal; 
4. PEDIDO DE RETRATAÇÃO; 
5. INDICAÇÃO DAS PEÇAS A SER TRASLADADAS (TODAS AS PEÇAS 
QUE COMPÕEM OS AUTOS); 
6. FECHO 
 
 
RAZÕES RECURSAIS 
 
1. ENDEREÇAMENTO: ao tribunal competente (é praxe também se dirigir ao 
membro do MP); 
2. MENÇÃO AO NÚMERO DOS AUTOS, AO RECORRENTE 
(TESTEMUNHANTE) E AO RECORRIDO (TESTEMUNHADO); 
3. RESUMO DA PROBLEMÁTICA QUE ENSEJOU A IMPUGNAÇÃO; 
4. APRESENTAÇÃO DOS FUNDAMENTOS LEGAIS, DOUTRINÁRIOS E 
JURISPRUDENCIAIS; 
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 Prática Processual Penal 123/257 
 OAB 2ª Fase 
 
5. CONCLUSÃO (“Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o 
presente recurso, determinando-se o processamento do RSE ou agravo...”); 
6. FECHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 124/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO I 
ILUSTRÍSSIMO SENHOR ESCRIVÃO-DIRETOR DO ____.º OFÍCIO CRIMINAL DA 
COMARCA ____. 
 
PROCESSO N.º ____ 
 
 
“Q”, qualificado a fls. ___, nos autos do processo-crime que lhe move o 
Ministério Público, por seu advogado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa 
Senhoria, inconformado com a decisão de fs. ____, que não admitiu o processamento de 
recurso em sentido estrito, interpor a presente 
 
CARTA TESTEMUNHÁVEL 
 
com fundamento no art. 639, I, do Código de Processo Penal, para que seja devidamente 
recebida, processada e encaminhada ao Egrégio Tribunal de Justiça. Desde logo, 
apresenta as anexas razões e a lista das peças indicadas para a formação do traslado: 
____. 
 
COMARCA, DATA. 
_______________ 
DEFENSOR 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 125/257 
 OAB 2ª Fase 
 
RAZÕES DO RECURSO 
____.ª Vara do Júri da Comarca da ____. 
Processo n.º ____ 
Pelo testemunhante: “Q” 
Testemunhado: Ministério Público 
Egrégio Tribunal 
 
 
 
O réu “Q” foi pronunciado, como incurso no art. 121, caput, do Código Penal, 
com direito de aguardar o julgamento pelo Tribunal do Júri em liberdade. O defensor 
constituído, tomando ciência da decisão de pronúncia em cartório, deixou de interpor 
recurso em sentido estrito, por achar conveniente a pronta realização do julgamento pelo 
Tribunal do Júri e, conseqüentemente, aanálise definitiva acerca do mérito. 
Entretanto, o MM. Juiz determinou a expedição de mandado para que o 
acusado fosse cientificado da sentença pessoalmente. No ato da intimação, o 
testemunhante assinou termo de recurso, por entender que seria conveniente a revisão 
do julgado pelo Tribunal de Justiça. 
Em face disso, possuindo o réu legitimidade para recorrer das decisões que 
não lhe forem favoráveis, o defensor apresentou as razões, mas o ilustre magistrado 
indeferiu o processamento, sob o argumento de que havia decorrido o prazo, levando em 
consideração, apenas, a intimação da defesa técnica. 
Com essa decisão não se pode aquiescer. É preciso ressaltar que, em 
homenagem ao princípio constitucional da ampla defesa, pode o réu exercê-la 
diretamente (autodefesa) e por meio do seu defensor. Aliás, justamente por tal motivo o 
MM. Juiz determinou que ambos fossem intimados da pronúncia. Não é cabível, portanto, 
o indeferimento do recurso apresentado pelo acusado, até por que a defesa técnica com 
ele concordou e apresentou as devidas razões. 
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 Prática Processual Penal 126/257 
 OAB 2ª Fase 
 
Não há divergência entre autodefesa e defesa técnica, devendo haver o 
processamento do recurso em sentido estrito desta feita. Ressalte-se que, havendo 
dupla intimação, o prazo somente se esgotaria se ambos tivessem permitido o trânsito 
em julgado da decisão. 
Ante o exposto, aguarda o testemunhante seja dado provimento ao presente 
recurso, determinando-se o processamento do recurso em sentido estrito, possibilitando 
a nova análise da sentença de pronúncia, pois assim fazendo estará esse Egrégio 
Tribunal realizando a tão aguardada JUSTIÇA. 
 
Comarca, data. 
_______________ 
Defensor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 127/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO II 
Ilmo. Sr. Escrivão (ou Chefe de Secretaria) da 3ª Vara Criminal de Recife/PE 
 
Processo nº xxxxx 
 
 
(TESTEMUNHANTE), já qualificado nos autos, por seu procurador adiante 
assinado, vem, respeitosamente, perante V .Sa., nos autos da Ação Penal que lhe move 
a Justiça Pública, não se conformando, data vênia, com a decisão de fls.___, que 
DENEGOU O SER OU AGRAVO EM EXECUÇÃO OU NEGOU SEGUIMENTO AO RSE OU 
AGRAVO, recorrer da mesma, o que faz com fundamento no art. 639, I ou II, do CPP, 
requerendo seja a presente carta devidamente recebida, processada e encaminhada ao 
Egrégio Tribunal de Justiça, indicando as peças que devem ser trasladadas: 
a) 
b) 
c) 
d) 
e) 
f) 
 
Pede deferimento. 
 
Recife, 18 de agosto de 2010. 
 
Advogado- OAB/PE no. XXX 
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 Prática Processual Penal 128/257 
 OAB 2ª Fase 
 
 
RAZÕES DE CARTA TESTEMUNHÁVEL 
 
Processo nº. 
Vara de Origem: 
Testemunhante: 
Testemunhado: 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO 
COLENDA CÂMARA, 
PRECLAROS MAGISTRADOS, 
DIGNA PROCURADORIA DE JUSTIÇA 
 
Não se conformando, com a devida vênia, com a decisão de fls. 671, que 
denegou o recurso em sentido estrito, tempestivamente interpõe a defesa de 
(TESTEMUNHANTE) a presente carta testemunhável, consoante permissão inserida no 
art. 639, CPP, por entender que o magistrado prolator não laborou com o costumeiro 
acerto. 
Em 21 de julho do corrente ano, o réu, ora recorrente, foi pronunciado pelo 
homicídio de CARLOS ROBERTO DA SILVA. Sendo intimado da decisão que julgou 
admissível a acusação para submetê-lo a julgamento popular, o recorrente afirmou ao 
Sr. Oficial de Justiça que não recorreria (vide certidão de fls. 693v). Logo em seguida, o 
subscritor destas razões foi intimado e, no prazo legal de 5 (cinco) dias, interpôs o 
recurso em sentido estrito contra a decisão de pronúncia do seu cliente, por entender 
que nos autos não há sequer indícios de autoria, de maneira que se mostra equivocada a 
admissão da acusação, merecendo ela a devida reforma. 
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 Prática Processual Penal 129/257 
 OAB 2ª Fase 
 
Ocorre que, fazendo o juízo de admissibilidade do recurso em sentido estrito, 
entendeu Sua Excelência que a demonstração de inconformismo não poderia ser 
conhecida, uma vez que o réu "renunciara ao direito de interpor o recurso contra a 
decisão de pronúncia". 
Ora, sabemos que não somente a instância ad quem, mas também a instância 
a quo faz a investigação prévia (porque antecede o julgamento de mérito) sobre o 
cabimento do recurso e se aquele que o interpôs observou todas as formalidades legais, 
dentre as quais a ausência de quaisquer fatosobstativos do seu conhecimento. Não se 
desconhece, igualmente, que dos fatos que impedem o conhecimento do recurso, 
destacam-se a renúncia e a desistência. 
Embora não haja dúvida de que a Defesa pode renunciar e desistir do recurso, 
não se pode olvidar que às vezes há divergência entre a vontade ou o comportamento do 
réu e a vontade do advogado, responsável pela defesa técnica. E não obstante haja 
fundada divergência a respeito de qual vontade deve prevalecer, tem prevalecido o 
entendimento de que tem preponderância a vontade de quem deseja o recurso, já que 
este só pode manter ou melhorar a situação do réu, jamais lhe traria gravames. 
Quanto ao caso de que tratamos, é discutível se houve ou não renúncia pelo 
simples fato de o Oficial de Justiça haver certificado que o réu afirmara que não 
recorreria. De qualquer forma, ainda que renúncia tenha existido, o comportamento do 
réu não impede o conhecimento do recurso interposto pelo advogado. Relembre-se a 
Súmula 705, do STF: 
 
“A renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do 
defensor, não impede o conhecimento da apelação por este interposta.” 
 
É óbvio que a Súmula trata de apelação, mas se aplica em qualquer outra 
hipótese de recurso. Assim, sendo, o recurso em sentido estrito interposto pelo advogado 
do réu não poderia ter sido denegado, devendo ser reformada a decisão que ora se 
combate. 
Assim, espera e confia seja dado provimento ao presente recurso para 
determinar-se o processamento do recurso em sentido estrito e, considerando que o 
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 Prática Processual Penal 130/257 
 OAB 2ª Fase 
 
instrumento traz todas as peças do processo, requer a aplicação do art. 644, julgando-
se, desde logo, de meritis, o recurso obstado para se despronunciar o recorrente, por ser 
de inteira justiça. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Recife, 18 de agosto de 2010. 
 
Advogado - OAB/PE nº XXX 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 131/257 
 OAB 2ª Fase 
 
 
HABEAS CORPUS 
 
1. NOÇÕES INICIAIS O Habeas Corpus é um remédio judicial que tem por 
finalidade evitar ou fazer cessar a violência ou a coação à liberdade de locomoção 
decorrente da ilegalidade ou abuso de poder. 
Embora inserido no Código de Processo Penal entre os recursos, trata-se de 
verdadeira ação autônoma de impugnação, cuja tramitação pode ocorrer antes mesmo 
do inicio da ação penal propriamente dita (a condenatória). 
O CPP aduz em seu art. 654, § 2º, que qualquer juiz ou tribunal tem 
competência para expedir de ofício ordem de Habeas Corpus, quando no curso do 
processo verificarem que alguém sofre ou está na ameaçado de sofrer lesão ao seu 
direito de locomoção. 
Apesar de não haver um consenso na doutrina quanto às espécies de Habeas 
Corpus, podemos se dividi-los em algumas modalidades: 
1. HC Repressivo: é aquele impetrado quando a liberdade de locomoção já está 
cerceada. Neste o provimento jurisdicional requerido deverá ser a expedição de um 
Alvará de Soltura. 
2. HC Preventivo: é aquele quando existe risco iminente de cerceamento da liberdade. O 
provimento jurisdicional desejado será um salvo-conduto. 
3. HC Suspensivo: ocorre quando já existe constrangimento ilegal, mas o sujeito ainda 
não foi preso. Nele, o mandato de prisão já foi expedido, mas ainda não se concretizou. 
O provimento jurisdicional desejado será a expedição de um contra mandado de prisão. 
4. HC Profilático: destinado a suspender atos processuais ou impugnar medidas que 
possam importar em prisão futura com aparência de legalidade, porém intrinsecamente 
cominada por ilegalidade anterior. Basicamente, é cabível quando a ameaça é apenas 
remota ao direito de locomoção, mas é possível. Neste tipo de habeas corpus o 
provimento jurisdicional é diverso, dependendo de cada caso concreto. No habeas corpus 
profilático você pode pedir qualquer tipo de providência adequada a fazer cessar a 
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 Prática Processual Penal 132/257 
 OAB 2ª Fase 
 
ameaça remota ao direito de locomoção do paciente (ex. o trancamento de um inquérito 
policial ou de uma ação penal quando instaurados de forma flagrantemente ilegal (HC 
Trancativo), a nulidade um ato ou de todo o processo (HC Nulificador), o reconhecimento 
com o consequente desentranhamento de uma prova ilícita, etc.). Observe que essa 
amplitude nas hipóteses de cabimento do habeas corpus só foi possível porque a atual 
Constituição Federal não mais exige para impetração do remédio constitucional que a 
ameaça existente ao direito de locomoção seja iminente, bastando que exista ameaça, 
mesmo que seja remota (art. 5º, LXVIII da CF). 
2. FUNDAMENTO NORMATIVO: O habeas corpus tem previsão legal nos art. 
647 ao 667 do CPP. Vem disciplinado como garantia fundamental no art. 5°, LXVIII da 
CF. 
3. CABIMENTO: Caberá o habeas corpus nas hipóteses previstas no art. 648 
do CPP, valendo ressaltar que não são hipóteses taxativas. 
4. PRAZOS E PROCEDIMENTO: Não há prazo para impetração do remédio 
heroico. O Habeas Corpus pode ser impetrado por qualquer pessoa física ou jurídica, 
nacional ou estrangeira (a impetração deve ser em língua portuguesa), alfabetizada ou 
não (se for analfabeto alguém vai assinar a rogo), menor ou maior de idade e pelo 
Ministério Público (Art. 654 do CPP). 
ATENÇÃO 
O habeascorpus independe de habilitação legal ou representação de advogado, 
dispensada a formalidade da procuração. Só não se admite habeas corpus apócrifo 
(anônimo). 
 
A petição inicial deve observar os requisitos previstos no Art. 654 do CPP. O § 
2º do Art. 660 (fundamento da concessão de liminar) aduz que se os documentos que 
instruírem a inicial evidenciarem a ilegalidade da coação, o juiz ou tribunal ordenará que 
cesse imediatamente a lesão ou ameaça de lesão ao direito de locomoção do paciente. 
Recebida a petição, se o réu estiver preso, o Juiz poderá determinar que seja 
imediatamente apresentado, em dia e hora que designar. O paciente preso só não será 
apresentado no caso de grave enfermidade, não estar sob a guarda do pretenso coator 
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 Prática Processual Penal 133/257 
 OAB 2ª Fase 
 
ou se o comparecimento não tiver sido determinado pelo juiz ou pelo tribunal. (art. 657, 
CPP). No caso de impossibilidade de comparecimento do paciente perante o juiz, o este 
poderá ir ao local em que o paciente estiver. 
Poderá, ainda, o órgão jurisdicional, se entender necessário, requisitar 
informações a autoridade apontada como coatora. O CPP não diz qual o prazo para essas 
informações, devendo ser fixado pelo juiz no caso concreto. 
ATENÇÃO 
Importa anotar que, muito embora se exija que a petição inicial esteja acompanhada de 
prova pré-constituídas que comprovem a ameaça ou coação ilegal, não há vedação 
absoluta ao exame de provas por ocasião do julgamento. Nesse sentido, inclusive, já se 
manifestou o Superior Tribunal de Justiça: “quando fundado, por exemplo, na alegação 
de falta de justa causa, impõe-se sejam as provas verificadas. O que se veda no habeas 
corpus, semelhantemente, ao que acontece no recurso especial, e a simples apreciação 
das provas, digamos, a operação mental de conta, peso e medida dos elementos de 
convicção” (STJ. HC 150.608. 6ª Turma. Relator: Nilson Naves. Dj. 24/8/2010). 
 
Uma observação se faz necessária sobre a possibilidade de apresentação de 
parecer pelo Ministério Público em habeas corpus. É preciso distinguir se o writ é de 
competência de tribunal ou de juiz de primeira instância. Se for perante o Tribunal há 
oportunidade para manifestação do Ministério Público, consoante Decreto nº. 552/1969, 
no prazo de 2 dias, após o qual, segundo o § 1º do art. 1º, “com ou sem parecer os 
autos serão conclusos”. No primeiro grau não há previsão legal de abertura de prazo 
para parecer do Parquet, sendo ele apenas intimado da decisão tomada em sede de 
cognição sumária, podendo recorrer, consoante art. 581, inciso X, do CPP. 
O CPP determina que uma vez efetuadas as diligências, e interrogado o 
paciente, o juiz decidirá, fundamentadamente, no prazo de 24 horas, esclarecendo que 
caso a decisão seja favorável ao paciente, será ele logo posto em liberdade, salvo se por 
outro motivo deva permanecer preso. 
5. EFEITOS: A concessão de habeas corpus liberatório implica seja o paciente 
posto em liberdade, salvo se por outro motivo deva ser mantido na prisão (art. 660, § 1° 
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 Prática Processual Penal 134/257 
 OAB 2ª Fase 
 
do CPP). Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaça de violência ou 
coação ilegal, será expedida ordem de salvo-conduto em favor do paciente. Se a ordem 
for concedida para anular o processo, este será renovado a partir do momento em que se 
verificou a eiva (art. 652 do CPP). Quando a ordem for concedida para trancar inquérito 
policial ou ação penal, esta impedirá seu curso normal. A decisão favorável do habeas 
corpus pode ser estendida a outros interessados que se encontrarem em situação 
idêntica à do paciente beneficiado (art. 580, CPP aplicável por analogia). 
 
ESTRUTURA DA PEÇA 
 
1. ENDEREÇAMENTO: autoridade judiciária do local onde ocorrer a coação 
ou ameaça de coação ilegal, imediatamente superior à coatora (sendo a competência de 
um tribunal, a petição é dirigida ao presidente da corte); 
2. INTRODUÇÃO: nome do impetrante e respectiva qualificação, fundamento 
legal, qualificação do paciente, menção ao coator; 
3. DESCRIÇÃO DOS FATOS QUE CONSTITUEM A COAÇÃO OU AMEAÇA 
DE COAÇÃO; 
4. REFERÊNCIA À LEGISLAÇÃO, DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA; 
5. REQUERIMENTOS: 
A) Observe se já não é o caso de pedir a concessão de liminar com 
fundamento no art. 660 § 2, do CPP; 
B) intimação do MP para ofertar parecer se o HC for impetrado em Tribunal; 
C) pedidos principais: 
- Em caso de HC preventivo: salvo-conduto; 
- Em caso de mandado de prisão expedido (HC suspensivo): contramandado 
de prisão; 
- Em caso de ordem de prisão já cumprida: alvará de soltura; 
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 Prática Processual Penal 135/257 
 OAB 2ª Fase 
 
- Em caso de prisão preventiva sem motivos: revogação + item A ou B, se for 
o caso; 
- Em caso de nulidade parcial ou total: decretação da nulidade “a partir da 
citação” (exemplo de nulidade parcial) ou “decretação da nulidade do processo ab ovo”; 
- Trancamento de IP ou de Ação penal, reconhecimento de ilicitude de prova 
com o consequente desentranhamento, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 136/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO I 
 
Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente da Seção Criminal do Egrégio 
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. 
 
 
 
 
 
 
“M” (nome), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), titular de carteira de 
identidade Registro Geral n.º ____, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o n.º 
____, domiciliado em (cidade), onde reside (rua, número, bairro), vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência impetrar a presente ordem de 
 
HABEAS CORPUS 
 
com pedido liminar, em favor de “L” (Nome), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), 
titular de carteira de identidade Registro Geral n.o ____, inscrito no Cadastro de Pessoas 
Físicas sob o n.o ____, atualmente recolhido no presídio ____, com fundamento no art. 
5.º, LXVIII, da Constituição Federal, em combinação com o art. 648, I, do Código de 
Processo Penal, apontando como autoridade coatora o MM. Juiz da ____.ª Vara Criminal 
de ____, pelos seguintes motivos: 
 
O paciente foi processado e condenado, como incurso nas penas do art. 157, 
caput, c/c art. 14, II, do Código Penal, ao cumprimento da pena de dois anos de reclusão 
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 Prática Processual Penal 137/257 
 OAB 2ª Fase 
 
e ao pagamento de cinco dias-multa, calculado cada dia no mínimo legal, em regime 
inicial fechado, como retrata a fundamentação da sentença de 1.º grau, em anexo. 
Entretanto, o MM. Juiz sentenciante baseou-se, para a fixação do regime 
fechado, exclusivamente, na gravidade do fato, afirmando que todo delito de roubo, na 
forma consumada ou tentada, deve provocar o encarceramento do acusado. Apesar 
disso, não deixou de reconhecer, de forma expressa, na decisão condenatória, tratar-se 
de réu primário, de bons antecedentes, sem enumerar qualquer razão negativa em 
relação à sua personalidade. 
Equivocou-se o ilustre julgador, uma vez que o art. 33, § 2.º, c, do Código 
Penal, possibilita a fixação do regime aberto para condenação que não ultrapasse o 
montante de quatro anos de reclusão, desde que se cuide de réu primário, exatamente o 
caso do paciente. 
Saliente-se, ainda, que a única possibilidade de eleição do regime fechado 
inicial, para hipóteses de penas inferiores a quatro anos, seria a consideração 
fundamentada das circunstâncias do art. 59 do Código Penal, como prevê o art. 33, § 
3.º, do mesmo Código. Não há qualquer referência negativa à pessoa do réu na 
sentença, concluindo-se que a motivação do regime fechado concentrou-se na gravidade 
abstrata do delito, o que não se permite seja feito. Aliás, nessa ótica, vale conferir o teor 
da Súmula 718 do Supremo Tribunal Federal: “A opinião do julgador sobre a gravidade 
em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais 
severo do que o permitido segundo a pena aplicada”. 
Sob outro aspecto, o réu tem o direito de apelar em liberdade, já que 
inexistentes os requisitos para a prisão preventiva previstos no art. 312 do Código de 
Processo Penal. Por isso, configurou-se constrangimento ilegal, já que inexiste justa 
causa para a coação. 
Doutrina: 
Jurisprudência: 
Portanto, a coação ilegal é visível não somente pelo direito do réu de recorrer 
em liberdade, o que não lhe foi permitido na decisão condenatória, mas também por 
fazer jus ao início do cumprimento da pena no regime aberto. 
 
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 Prática Processual Penal 138/257 
 OAB 2ª Fase 
 
Da Concessão de Liminar 
 
Requer-se seja concedida a ordem de habeas corpus, liminarmente, em favor 
de “L”, para o efeito de, reconhecendo-se a ilegalidade praticada, determinar a imediata 
expedição do alvará de soltura, para que possa aguardar o resultado de seu recurso em 
liberdade. O cabimento da medida liminar justiça-se por ter ficado evidenciado o fumus 
boni juris (direito de recorrer em liberdade) e o periculum in mora (o réu já se encontra 
encarcerado por decisão do juiz da condenação). 
Ante o exposto, distribuído o feito a uma das Câmaras Criminais, colhidas as 
informações da autoridade coatora e ouvido o Ministério Público, requer-se a definitiva 
concessão da ordem de habeas corpus, mantendo-se o acusado solto até a decisão final. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Comarca, data. 
_______________ 
Impetrante 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 139/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO II 
EXMO. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE 
PERNAMBUCO 
 
 
 
 
(IMPETRANTE), brasileiro, solteiro, advogado inscrito na OAB/PE sob o 
número ___, com escritório na rua da Aurora, 142, Santo Antônio, nesta cidade, local em 
que recebe intimações, vem, respeitosamente, perante este Egrégio Tribunal impetrar 
ORDEM DE HABEAS CORPUS em favor de(PACIENTE), brasileiro, solteiro, filho de Manoel 
e de Maria, residente na tua do Castelo, 241, bairro da Mustardinha, nesta cidade, 
atualmente recolhido Ao Presídio Aníbal Bruno, contra ato do Exmo. Sr. Juiz da 2a Vara 
Criminal do Recife – COATOR -, com base no art. 5°, LXVIII, da CF, e art. 648, II, do 
Codigo de Processo Penal, expondo o seguinte: 
1. O paciente foi preso em 17 de junho de 2005 por policiais militares lotados 
no Batalhão de Choque, sob a acusação de ter estuprado uma jovem de 14 anos, crime 
previsto no art. 213 do Código Penal. Lavrado o flagrante, foi o paciente encaminhado ao 
Presídio Aníbal Bruno, onde se encontra custodiado até a presente data. Ofertada pelo 
Órgão do Ministério Público com atribuições para tanto, a denúncia foi recebida pelo 
Exmo. Sr. Juiz da 2a Vara Criminal desta Capital apenas em 30 de julho de 2005 e dos 
atos todos de instrução poucos foram praticados, restando ainda a ouvida das 
testemunhas de defesa e os posteriores. 
2. Está consagrado em nosso sistema normativo que a instrução criminal, sob 
pena de configurar-se o excesso, deve findar-se em prazo razoável. Doutrina e 
jurisprudência têm entendido que, no rito ordinário, como no caso em tela, esse prazo é 
de 81 dias (v.g. TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. São Paulo: 
Saraiva, 1990, tomo IV, p. 243). 
3. É bem verdade que o mencionado prazo é flexibilizado em determinadas 
circunstâncias, tais como: instrução probatória já encerrada (Súmula 52, STJ), excesso 
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 Prática Processual Penal 140/257 
 OAB 2ª Fase 
 
causado por demora processual não imputável ao juiz ou em casos complexos 
(multiplicidade de réus, diligências fora da comarca, incidente de insanidade mental), e 
quando o excesso é atribuível a manobras da própria Defesa. 
4. Ora, nenhuma dessas circunstâncias que levam os tribunais a relativizar o 
prazo de 81 dias está presente no caso discutido. Com efeito, ultrapassados 8 meses, 
ainda não foram ouvidas as testemunhas de defesa, sem que ao paciente possa ser 
imputada a demora. Ressalte- se que o paciente é réu único no processo e nenhum 
incidente que justificasse a excessiva dilação se verificou. 
5. É patente, assim, o excesso de prazo que submete o paciente a 
constrangimento ilegal e reclama o relaxamento da prisão. 
6. O constrangimento que sofre o paciente pode ser verificado prima facie e, 
por esse motivo, impõe-se a concessão de liminar para fazer cessar a coação que sérios 
prejuízos têm causado ao paciente, impossibilitado que está de cuidar de seus cinco 
filhos e esposa, provendo-Ihes o sustento, de retornar aos seus compromissos de 
trabalho e poder mais facilmente ter acesso aos elementos que possam comprovar a sua 
inocência. 
7. Mostra-se imprescindível que se faça restaurar a legalidade com o 
deferimento liminar da soltura do paciente e conseqüente expedição do competente 
alvará de soltura, e, requisitadas as informações à autoridade coatora e demais trâmites 
legais, que ao final seja concedida a ordem ora impetrada, ante o excesso de prazo em 
decorrência do tempo da prisão. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Recife, 08 de abril de 2010 
 
Advogado- OAB-PE no, XXX 
 
 
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 Prática Processual Penal 141/257 
 OAB 2ª Fase 
 
EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE 
 
1. NOÇÕES INICIAIS É um recurso que visa ao reexame de decisões não 
unânimes proferidas em segunda instância e desfavoráveis ao acusado, a ser apreciado 
no âmbito do próprio tribunal julgador. Os embargos serão infringentes quando a não 
unanimidade recair sobre o mérito da apelação ou do recurso em sentido estrito, visando 
à reforma do julgado anterior. De outro lado, serão de nulidade quando impugnarem a 
discrepância de votação no que concerne à matéria de admissibilidade recursal, ou seja, 
processual, objetivando nidificação do julgamento anterior. 
2. INTERPOSIÇÃO: por petição, acompanhada de razões, no prazo de dez 
dias, a contar da publicação do acórdão. Conquanto não haja previsão legal de resposta 
do embargado, diante da possibilidade de modificação do julgado, deve haver intimação 
da acusação para contra-arrazoar os embargos no mesmo prazo de dez dias. 
3. CABIMENTO: contra decisões proferidas em sede de apelação, agravo em 
execução e de recurso em sentido estrito, quando não houver unanimidade e for o 
acusado sucumbente na parte objeto de divergência. É recurso privativo da defesa e tem 
como pressuposto que o réu tenha recorrido em sentido estrito ou apelado da decisão de 
primeiro grau de jurisdição. 
Para que seja admissível a interposição dos embargos infringentes, é preciso 
que: (1) a decisão não seja unânime e que o voto discrepante seja favorável ao acusado; 
(2) a petição de embargos infringentes obedeça à delimitação recursal constante da 
divergência parcial da votação; (3) a decisão decorra de julgamento de apelação ou de 
recurso em sentido estrito; (4) o acórdão seja proferido por tribunal, não sendo 
admissível de decisão de turma recursal no âmbito dos juizados especiais criminais. 
4. PROCESSAMENTO: interpostos os embargos infringentes e de nulidade, o 
MP (pessoalmente) ou o querelante (via imprensa) serão intimados para oferecer 
contrarrazões em dez dias. Instruído o recurso, deve ser seguido o rito dos recursos de 
apelação e em sentido estrito. Esses recursos não têm efeito suspensivo, não havendo 
previsão de recolhimento ao cárcere para que o recurso seja admitido. 
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 OAB 2ª Fase 
 
5. JULGAMENTO: o tribunal, ao apreciar os embargos, "pode ficar com os 
votos vencedores ou com os vencidos (ou vencido) ou adorar uma terceira solução 
intermediária, entre ambas", tal como se dá quando "há um voto negando provimento ao 
recurso, outro dando provimento integral e um terceiro dando provimento parcial", 
devendo prevalecer este último "como voto médio" (Mirabete). Se houver empate, 
porém, deve prevalecer, em matéria criminal, a solução mais favorável ao acusado. 
 
ESTRUTURA DA PEÇA 
PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO: 
 
1. ENDEREÇAMENTO: ao relator do acórdão atacado; 
2. INDICAÇÃO DO NÚMERO DO RECURSO (APELAÇÃO, RSE OU 
AGRAVO); 
3. INTRODUÇÃO: nome, menção ao advogado, referência à decisão 
recorrida, fundamento legal; 
4. PEDIDO DE PROCESSAMENTO; 
5. FECHO 
 
RAZÕES RECURSAIS 
 
1. ENDEREÇAMENTO: ao tribunal competente (é praxe também se dirigir ao 
membro do MP); 
2. MENÇÃO AO NÚMERO DOS AUTOS, AO RECORRENTE E AO 
RECORRIDO; 
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 Prática Processual Penal 143/257 
 OAB 2ª Fase 
 
3. RESUMO DA PROBLEMÁTICA QUE ENSEJOU A IMPUGNAÇÃO 
(RESTRITA AO VOTO VENCIDO); 
4. APRESENTAÇÃO DOS FUNDAMENTOS LEGAIS, DOUTRINÁRIOS E 
JURISPRUDENCIAIS; 
5. CONCLUSÃO (“Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o 
presente recurso para prevalecer o voto vencido etc”); 
6. FECHO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 144/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO I 
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator do Acórdão n.o____ da 
____.ª Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. 
 
Referente Apelação n.o ____ 
 
 
 
“V”, já devidamente qualificado nos autos, por seu procurador e advogado 
infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de V.Exa. opor 
 
EMBARGOS DE NULIDADE 
 
ao venerando acórdão, com fundamento no art. 609, parágrafo único, do Código de 
Processo Penal, para tanto requerendo seja recebido e ordenado o processamento do 
presente recurso, frente as razões sustentadas em apartado. 
Termos em que, 
Pede Deferimento. 
Comarca, data. 
_______________ 
Advogado 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 145/257 
 OAB 2ª Fase 
 
RAZÕES DO RECURSO 
Pelo embargante: “V” 
Embargado: Ministério Público 
Apelação n.o ____ 
Egrégio Tribunal 
 
 
O embargante obteve, em sentença proferida em 1.º grau, condenação por 
conduta prevista no art. 213 do Código Penal, impingindo-lhe pena de seis anos de 
reclusão. 
Inconformado com teor da decisão, houve por bem o ora embargante recorrer 
da mesma, negando os fatos de modo geral e, especificamente, sua participação em 
qualquer tipo de conduta que gerasse à vítima o aviltamento de sua liberdade para 
prática de conjunção carnal. 
A decisão em 2.º grau, contudo, não foi unânime em confirmar a sentença 
proferida no juízo singular. Em verdade, foi confirmada a sentença atacada em decisão 
de cunho majoritário, a sustentar a hipótese do presente recurso, ora interposto, em 
torno do voto vencido. 
Sustenta, desta feita, os presentes embargos, o voto que com acerto 
identificou flagrante ilegitimidade ad causam, uma vez que a vítima, em princípio, teria 
legitimado o Ministério Público à propositura da ação penal, por falta de recursos 
financeiros para a sua sustentação. 
Ocorre que tal legitimação, conforme expressa previsão legal, dá-se através 
de representação, o que não houve no caso em tela. O digno Promotor de Justiça 
oficiante tomou por termo as declarações da vítima sem a acuidade que seria de se 
esperar, lavrando documento de conteúdo inconsistente, sem especificação autorizadora 
para a condução da competente ação. Olvidando tratar-se de menor, pelo que não 
devidamente autorizada por representante legal, nem por ele se fazendo acompanhar, 
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 Prática Processual Penal 146/257 
 OAB 2ª Fase 
 
não poderia ensejar as providências processuais, especialmente porque deixou de assinar 
o referido termo lavrado, singela-mente denominado de “termo de declarações”. 
Ainda que não se sustente excessivo rigorismo, as judiciosas considerações 
externadas no voto vencido merecem ser subscritas, sob pena de se premiar flagrante 
nulidade, a macular de forma indelével a condenação suportada pelo embargante. 
Inequívoca a previsão do legislador, contida no art. 225 do Código Penal, 
expressando a necessidade de formalizaçãoda autorização da vítima, em caso 
excepcional, migrando para a condição de ação pública condicionada, conduta a envolver 
obrigatoriamente a atuação da parte, que, em caráter privado, titularizaria a ação penal. 
Assim, de fato, padece de ilegitimidade ad causam o Ministério Público, de 
forma a ser insustentável a condenação reafirmada pelos votos vencedores, pelo que 
deverá preponderar o teor do voto vencido, que acarretará no reconhecimento da 
nulidade, a fulminar a ação processada. 
Diante do exposto, postula-se se digne Vossa Excelência receber o presente 
recurso, esperando sejam estes embargos de nulidade, ao final, julgados de forma a 
restar reformado o venerando acórdão, para prevalecer o teor do voto vencido, como 
medida de JUSTIÇA. 
 
Comarca, data. 
_______________ 
Advogado 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 147/257 
 OAB 2ª Fase 
 
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 
 
1. NOÇÕES INICIAIS O recurso ordinário constitucional destina-se a 
assegurar, em alguns casos específicos, o duplo grau de jurisdição. Algumas decisões 
não se sujeitam ao regramento normal dos recursos em geral, sendo cabível o recurso 
ordinário para o órgão jurisdicional indicado na Constituição. É assim que o crime político 
é julgado pelo juiz federal (art. 109, IV, CF/1988), porém, da sentença proferida pelo 
magistrado de primeiro grau, não caberá apelação, pois o recurso a ser interposto é o 
ordinário constitucional diretamente para o STF (art. 102, II, "b", CF/1988). 
2. INTERPOSIÇÃO: o recurso ordinário constitucional, em qualquer hipótese, 
será interposto por petição, sendo que o prazo de interposição e o rito a ser seguido 
variarão consoante a espécie de cabimento: 
a) ROC contra decisão denegatória em MS, proferida em única instância por TJ ou por 
TRF, a ser examinado pelo STJ: prazo de quinze dias; segue o rito do CPC para o recurso 
de apelação. 
b) ROC endereçado ao STF e contra sentença de juiz federal que julgou o crime político: 
prazo de cinco dias; segue-se de abertura de vista para oferecimento das razões em oito 
dias, em compasso com as normas do CPP que regulam a apelação criminal. 
c) ROC contra decisão denegatória em habeas corpus, para o STF ou para o STJ: prazo 
de cinco dias, devendo a petição de interposição vir acompanhada das razões do pedido 
de reforma do julgado guerreado. 
3. CABIMENTO: 
a) para o STJ, contra: (1) as decisões em habeas corpus, proferidas "em 
única ou última instância pêlos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos 
Estados, do Distrito Federal e Territórios", se denegatórias; e, (2) as decisões em 
mandado de segurança, julgados "em única instância pelos Tribunais Regionais Federais 
ou pêlos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios", quando denegatórias. 
(art. 105, II, "a" e "b", CF/1988); 
b) para o STF, contra: (1) as decisões prolatadas em habeas corpus, man-
dado de segurança, habeas data e mandado de injunção, em única instância, quando 
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 Prática Processual Penal 148/257 
 OAB 2ª Fase 
 
denegatórias; e (2) as sentenças do juiz federal de primeira instância que julgarem crime 
político, (art. 102, II, "a" e "b", CF/1988); 
4. PROCESSAMENTO: a Lei n.° 8.038/1990 traça o rito do ROC para o STJ, 
interposto em HC e em MS. Para o recurso ordinário constitucional contra sentença em 
processo criminal por crime político, adequado é o rito para o recurso de apelação, 
disposto no CPP (artigos 593 e seguintes); 
5. JULGAMENTO: obedecerá as regras para julgamento do pedido originário 
de habeas corpus e do mandado de segurança perante o tribunal. Cuidando-se de 
recurso ordinário contra sentença que julgou o crime político, deve ser observado o 
Regimento Interno do STF. 
 
ESTRUTURA DA PEÇA 
 
PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO: 
1. ENDEREÇAMENTO: Ao Presidente do Tribunal (Verificar no Regimento 
interno do TJ ou TRF para qual autoridade deve ser encaminhado o ROC. Em SP, por 
exemplo, é competente o 2º vice-presidente. Na dúvida, encaminha-se ao Presidente da 
Corte; 
2. MENÇÃO AO NÚMERO DOS AUTOS, AO RECORRENTE E AO 
RECORRIDO; 
3. INTRODUÇÃO: nome, menção ao advogado, referência à decisão 
recorrida, fundamento legal; 
4. FECHO 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 149/257 
 OAB 2ª Fase 
 
RAZÕES RECURSAIS 
 
1. ENDEREÇAMENTO: ao Tribunal competente (é praxe também se dirigir ao 
membro do MP); 
2. MENÇÃO AO NÚMERO DOS AUTOS, AO RECORRENTE E AO 
RECORRIDO; 
3. RESUMO DA PROBLEMÁTICA QUE ENSEJOU A IMPUGNAÇÃO; 
4. APRESENTAÇÃO DOS FUNDAMENTOS LEGAIS, DOUTRINÁRIOS E 
JURISPRUDENCIAIS; 
5. CONCLUSÃO: (Ante o exposto, requer-se dado provimento ao recurso 
ordinário constitucional para o fim de ser concedida a ordem de habeas corpus, 
permitindo-se ao recorrente que aguarde em liberdade o processamento da apelação e 
dos eventuais outros recursos cabíveis.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 150/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO I 
Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de 
Justiça do Estado de ____. 
 
 
 
 
“T”, por seu advogado, nos autos do Habeas Corpus n.º ____, que impetrou 
contra a decisão proferida pelo MM. Juiz da ____.ª Vara Criminal da Comarca de ____, 
inconformado com o v. Acórdão da ____.ª Câmara Criminal, prolatado a fls.____, 
denegando a ordem, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar 
 
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 
 
com fundamento no art. 105, II, a, da Constituição Federal, requerendo o seu regular 
processamento. 
Termos em que, com as anexas razões, 
Pede deferimento. 
Comarca, data. 
_______________ 
Advogado 
 
 
 
RAZÕES DO RECURSO 
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 Prática Processual Penal 151/257 
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Pelo recorrente: “T” 
Recorrido: Ministério Público do Estado de ____. 
Colendo Tribunal 
Douta Turma 
 
 
I. DOS FATOS 
 
“T” foi processado e condenado pela prática de roubo, com emprego de arma 
de fogo (art. 157, § 2.º, I, CP), ao cumprimento da pena de 5 (cinco) anos e 4 (quatro) 
meses de reclusão, em regime inicial fechado. É primário e não possui antecedentes 
criminais, tendo aguardado a instrução em liberdade. O MM. Juiz, embora tenha 
reconhecido essa situação pessoal do recorrente, negou-lhe o direito de apelar em 
liberdade, bem como impôs o regime fechado, alegando tratar-se de crime grave. Foi 
interposta apelação, pleiteando a absolvição, sob o fundamento de não haver prova 
suficiente da autoria. Porém, concomitantemente, ingressou-se com habeas corpus, com 
o fim de garantir que o réu permanecesse em liberdade, o que foi negado pelo E. 
Tribunal de Jus-tiça. 
 
II. DO DIREITO 
 
O art. 5.º, LVII, da Constituição Federal, consagra a garantia fundamental da 
presunção de inocência, indicativa de que ninguém será considerado culpado até o 
trânsito em julgado de sentença condenatória. Portanto, a prisão, decorrente de 
imposição de pena, somente pode ser executada após a consolidação da sentença 
condenatória, o que ainda não ocorreu, pois se encontra em processamento a apelação 
do acusado. 
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 Prática Processual Penal 152/257 
 OAB 2ª Fase 
 
Por outro lado, é certo que o processo penal admite a prisão cautelar, mas 
esta se inspira em fatores determinados, demandando-se prova da necessidade e da 
urgência para a sua imposição. Segue-se o disposto no art. 312 do Código de Processo 
Penal, porém, na sentença condenatória, o único fundamento levantado pelo julgador 
para o recolhimento imediato do recorrente foi a gravidade do delito, logo, inexistentes 
os requisitos para a decretação da prisão preventiva. 
Ressalte-se, ainda, ter sido revogado o art. 594 do CPP pela Lei 11.719/2008, 
não mais se sustentando o enfoque em relação ao direito do réu de apelar em liberdade 
sobre seus antecedentes. E mesmo que assim não fosse, o réu é primário e tem bons 
antecedentes (fls. ___). 
Em razão do estado de inocência, associado, ainda, à inexistência de 
elementos para a decretação da preventiva (art. 312, CPP), considera-se 
constrangimento ilegal a prisão decretada contra o recorrente. 
Destaque-se, ademais, que a gravidade em abstrato do crime praticado não é 
motivo para a eleição do regime fechado, como adotado pelo MM. Juiz, objeto de 
questionamento no recurso de apelação, nos exatos termos da Súmula 718 do Supremo 
Tribunal Federal. Assim sendo, a possibilidade de ser reformada a decisão, aplicando-se o 
regime semi-aberto, se mantida a condenação, é altamente provável, o que, mais uma 
vez, evidencia ser a prisão cautelar, em regime fechado, uma violência inaceitável contra 
o recorrente. 
 
III. DO ENTENDIMENTO DOUTRINÁRIO 
 
IV. DA JURISPRUDÊNCIA 
 
Ante o exposto, requer-se seja dado provimento ao recurso ordinário 
constitucional para o fim de ser concedida a ordem de habeas corpus, permitindo-se ao 
recorrente que aguarde em liberdade o processamento da apelação e dos eventuais 
outros recursos cabíveis. Assim fazendo, estará essa Colenda Corte renovando os sempre 
costumeiros ideais de JUSTIÇA. 
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 Prática Processual Penal 153/257 
 OAB 2ª Fase 
 
 
Comarca, data. 
_______________ 
Advogado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 154/257OAB 2ª Fase 
 
REVISÃO CRIMINAL 
 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS. A ação de revisão criminal visa reexaminar 
decisão condenatória já transitada em julgado. É um instituto que tem o poder de 
excepcionar a coisa julgada quando o objetivo for beneficiar o sentenciado. A revisão 
criminal pauta-se nos princípios do favor rei e da verdade real e seu objetivo é resgatar o 
status de dignidade do réu. 
Se julgada procedente, a ação de revisão criminal poderá resultar na 
alteração da classificação da infração, absolvição do réu, modificação da pena, anulação 
do processo , sem prejuízo de um novo julgamento perante o juiz competente (Art. 626, 
§ único, do CPP). 
 
2. CABIMENTO: 
As hipóteses de cabimento da revisão criminal estão dispostas no art. 621 do 
CPP, e são: 
a) quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da 
lei penal ou à evidência dos autos: tem-se como exemplo a condenação de um 
indivíduo por um crime já prescrito, condenação a pena num patamar acima do permitido 
ou imposição de qualificadora não prevista para o crime; 
b) quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, 
exames ou documentos comprovadamente falsos: um bom exemplo seria a 
condenação de alguém por crime sexual baseado unicamente no depoimento da vítima. 
Caso descubra-se após o trânsito em julgado que o depoimento era falso, caberá ação de 
revisão criminal; 
c) quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de 
inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize 
diminuição especial da pena: Esse dispositivo é mais amplo e contempla qualquer 
circunstância que seja favorável ao sentenciado. Deve-se atentar, contudo, que na 
revisão criminal o ônus da prova cabe ao peticionante, que deverá demonstrar quais 
elementos justificam a reapreciação da causa. 
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 Prática Processual Penal 155/257 
 OAB 2ª Fase 
 
No que se refere à revisão criminal tendo por objeto decisões do Tribunal do 
Júri, embora alguns autores defendam que não seja cabível, por afronta à soberania dos 
veredictos, a doutrina e jurisprudência majoritária entendem que é possível, em respeito 
ao princípio da ampla defesa. 
Admite-se também a revisão criminal contra sentença absolutória imprópria, 
especialmente porque a medida de segurança aplicada tem o condão de sancionar o 
sentenciado “absolvido”. Já no que se refere a sentenças de absolvição, que declaram 
extinta a punibilidade e condenatórias estrangeiras, ainda que homologadas, a posição 
majoritária é pelo não cabimento. 
A reiteração do pedido é cabível apenas mediante novas provas. 
 
3. DILAÇÃO PROBATÓRIA: 
Na revisão criminal não há contraditório, tampouco fase instrutória voltada à 
produção de provas. O próprio CPP aduz, em seu art. 625, § 1º, do CPP, que o 
requerimento será instruído com a certidão de haver passado em julgado a sentença 
condenatória e com as peças necessárias à comprovação dos fatos arguidos. 
Pergunta: 
E se quando as provas novas dependerem de produção judicial, como a oitiva de uma 
testemunha, ofendidos, peritos, etc.? 
Neste caso, impõe-se ao acusado, por meio de seu advogado, requerer ao juízo de 1º 
grau, a realização de audiência de justificação prévia, que consiste em ação cautelar de 
natureza preparatória, para que sejam realizadas tais provas, fundamentando esse 
pedido na circunstância de que pretende ingressar com revisão criminal e embasando-o, 
por analogia, no art. 861 do CPC. 
 
 
4. PRAZO: 
Não há prazo estipulado para a revisão criminal, sendo possível o seu manejo 
sempre que se estiver diante de uma hipótese de cabimento. Pode-se ingressar com a 
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 Prática Processual Penal 156/257 
 OAB 2ª Fase 
 
revisão, inclusive, antes ou após a extinção da pena, conforme determina o art. 622 do 
CPP. 
5. COMPETÊNCIA: 
A competência para processar e julgar essa ação autônoma de impugnação 
será sempre de Tribunal. A Constituição Federal (CF) estabeleceu a competência para 
revisão criminal da seguinte forma: O STF apreciará as ações contra decisões proferidas 
pelo próprio Tribunal (art. 102, I, “j”, da CF); O STJ terá competência para apreciar 
revisões criminais contra seus julgados (art. 105, I, “e”, da CF); O TRF é competente 
para processar a julgar as ações contra seus próprios julgados, bem como as ações que 
atacarem sentenças proferidas pelos juízes federais de 1º grau (art. 108, I, “b”, da CF). 
Os Tribunais de Justiça, com base no princípio da simetria, julgarão as revisões criminais 
contra seus próprios julgados e seus juízes de direito. Quanto às decisões proferidas 
pelos Juizados Especiais Criminais, embora não haja previsão legal, infere-se ser da 
Turma Recursal respectiva a competência para o julgamento, como inclusive já decidido 
pelo STJ (CC 47718. Terceira Seção. Relator. Min. Jane Silva. Dj. 13/8/2008). 
 
6. LEGITIMIDADE 
 
Pode figurar como autor da revisão criminal o próprio sentenciado/réu ou por 
procurador legalmente habilitado, ou, na ausência ou morte deste, o cônjuge (ou 
companheiro), ascendente, descendente e irmão, conforme disposição do art. 623 do 
CPP. Embora não esteja previsto em lei, admite-se que a ação seja interposta pelo 
Ministério Público que atuará em beneficio do sentenciado. 
A legitimidade passiva será da União, quando a condenação partir da justiça 
federal ou dos Estados, quando a sentença condenatória tiver emanado da justiça 
estadual. 
 
 
 
 
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 PráticaProcessual Penal 157/257 
 OAB 2ª Fase 
 
7. PROPOSITURA 
 
A revisão criminal será oferecida por simples petição, tendo como requisito a 
certidão de trânsito em julgado da sentença condenatória, conforme dispõe o art. 625, 
§1º do CPP. Se não forem atendidos tais requisitos, o relator deve oportunizar que a 
parte possa sanar a irregularidade, só indeferindo a petição quando a parte permanecer 
inerte com o decurso do prazo assinado. 
Uma vez proposta a revisão criminal, poderá o relator “determinar que se 
apensem os autos originais, se daí não advier dificuldade à execução da sentença” (§ 2º, 
art. 625, CPP), embora possa, se “julgar insuficientemente instruído o pedido e 
inconveniente ao interesse da justiça”, indeferir a revisão criminal “in limine, dando 
recurso para as câmaras reunidas ou para o tribunal, conforme o caso” (§ 3º, art. 625, 
CPP). 
Se o relator entender regular o pedido de revisão criminal, determinará que 
seja aberta vista ao Ministério Público na pessoa do seu procurador geral para 
manifestação no prazo de 10 (dez) dias (art. 625, § 5º, do CPP, providenciando, após, a 
inclusão em pauta para julgamento. 
 
8. JULGAMENTO E INDENIZAÇÃO 
A decisão da revisão criminal poderá determinar: 
a) Nulidade do julgamento por error in procedendo: nesse caso, poderá o 
processo ser reiniciado contra o acusado; 
b) Reforma por erro in judicando, sem o reconhecimento da nulidade, embora 
haja diminuição da pena aplicada; 
c) Nulidade da decisão anterior e realização do julgamento pelo tribunal com 
decisão absolutória. 
A ação também poderá vir cumulada com pedido de indenização por erro do 
judiciário. Nesse caso, será condenado a pagar a indenização o ente público ao qual está 
vinculado o órgão que proferiu a decisão. Em suma, se o julgado atacado for da justiça 
federal, caberá à União indenizar. Se a decisão tiver emanado da justiça estadual, caberá 
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 Prática Processual Penal 158/257 
 OAB 2ª Fase 
 
ao Estado pagar a indenização. Cumpre observar que, conforme determina o art. 630, 
§2º do CPP, a indenização não será devida se o erro ou a injustiça da condenação 
proceder de ato ou falta imputável ao próprio impetrante e/ou se a acusação houver sido 
meramente privada. 
 
ESTRUTURA DA PEÇA (PETIÇÃO ÚNICA) 
 
1. ENDEREÇAMENTO: Presidente do Tribunal do competente para apreciar a 
Revisão Criminal; 
2. INTRODUÇÃO: Nome do revisionando e respectiva qualificação, 
fundamento legal (art. 621 do CPP) e menção a decisão que se pretende a revisão; 
3. DESCRIÇÃO FÁTICA QUE ENSEJA O INGRESSO DA REVISÃO 
CRIMINAL: Fazer um resumo de toda demanda processual penal, mencionando, 
inclusive, o trânsito em julgado da decisão final; 
4. MÉRITO: Enquadramento da situação fática em uma das hipóteses de 
cabimento da revisão criminal, demonstrando o candidato que sentença condenatória é 
contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos, se funda em 
depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos ou quais são as novas 
provas que demonstram a inocência do acusado ou que autoriza a diminuição de sua 
pena (Art. 621 do CPP). 
5. PEDIDO: 
a) recebimento da revisão criminal; 
b) intimação do membro do Ministério Público para apresentar parecer, no 
prazo de 10 (dez) dias, nos termos do art. 625, § 5, do CPP; 
c) procedência da revisão criminal, a fim de que o Tribunal o adote uma das 
seguintes providências (art. 626 do CPP): 
c.1 - altere a classificação da infração penal; 
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 Prática Processual Penal 159/257 
 OAB 2ª Fase 
 
c.2 – absolva o réu; 
c.3 – modifique a pena aplicada; 
c.4 – anule o processo. 
Pode, ainda, ser formulado, se for o caso de erro judiciário, a fixação de 
indenização pelos prejuízos suportados pelo acusado, nos termos do art. 630 do CPP. 
6. FECHO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 160/257 
 OAB 2ª Fase 
 
MODELO I 
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal 
de Justiça do Estado de ______. 
 
 
 
 
 
“O”, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), titular da carteira de 
identidade Registro Geral n.° __, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o n.° ___, 
domiciliado em (cidade), por seu procurador e advogado infra-assinado, consoante 
poderes que lhe foram outorgados em incluso instrumento particular de mandato 
(documento 1), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência propor a 
presente ação de 
 
REVISÃO CRIMINAL 
 
com fundamento no art. 621, II, última parte, do Código de Processo Penal, pelas razões 
expostas: 
 
1. O requerente foi processado perante o respeitável Juízo da ___.ª Vara 
Criminal de ___ (processo n.° ___), como incurso no art. 297 do Código Penal, ou seja, 
falsificação de documento público, como comprovam as inclusas cópias reprográfcas, que 
ficam fazendo parte integrante da presente (documento 2). 
2. Não obstante as suas insistentes negativas acerca da autoria dos fatos que 
lhe foram imputados, inclusive alegando ter obtido todos os documentos, objetos da 
falsificação, mediante os procedimentos competentes e legais, terminou condenado. 
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 Prática Processual Penal 161/257 
 OAB 2ª Fase 
 
3. Contudo, recentemente, a elucidação de fatos envolvendo uma quadrilha 
de falsificadores, concorreu para evidenciar a inocência do requerente. 
4. Em data de ___ , policiais encarregados da investigação da atuação de um 
grupo criminoso, ao qual pertenciam dois policiais e um funcionário da prefeitura, 
apuraram que referidos agentes extorquiam valores expressivos em dinheiro de 
comerciantes. Eles agiam de forma a pressionar os proprietários de diversos tipos de 
comércio a pagar-lhes “mensalidade”, sob pena de acusação de uso de documento falso 
ou fornecendo, a quem não tivesse condições de obtenção mediante os procedimentos 
competentes, “documentação fabricada” para possibilitar a abertura e funcionamento de 
estabelecimentos comerciais. 
5. Na atuação criminosa do grupo, pôde ser detectada a atuação de “T”, 
antigo funcionário do requerente, que, em princípio, por vingança, efetuou a troca de 
toda documentação do estabelecimento comercial do requerente, substituindo por 
documentos fabricados pela organização criminosa, guardando consigo os originais e 
legítimos. 
6. Preso o mencionado funcionário, localizados foram os documentos originais 
do ora requerente, razão pela qual, não se sustenta a condenação que lhe foi imputada, 
a merecer o presente procedimento. 
7. No sentido do que se alega, as cópias reprográfcas integrantes da 
presente, referentes ao inquérito envolvendo a atuação do grupo de falsificadores, bem 
como a apreensão dos documentos originais do requerente, constituem prova 
suficiente para a revisão criminal pretendida. 
8. Por outro lado, o exame pericial, necessário na caracterização da infração 
apurada, não obstante ter atestado a falsidade dos documentos, não logrou atribuir ao 
requerente o fabrico dos mesmos, o que, em princípio, já desautorizaria a condenação. 
9. Contudo, evidenciada a ação criminosa dos falsificadores, aos quais está 
ligado o ex-funcionário “T”, não há margem à dúvida de que a condenação se deu em 
torno de situação plantada pelo mesmo, no intuito de prejudicar o ora requerente. 
10. Demanda-se nova análise dos fatos, de forma a ter o requerente a sua 
condenação reconhecida como indevida, reformando-se, desta feita, por completo a 
sentença proferida, não obstante já transitada em julgado. 
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 Prática Processual Penal 162/257 
 OAB 2ª Fase 
 
11. A presente revisão criminal é meio hábil à pretensão do requerente, 
considerando existirem provas de que o processo que originou a condenação está 
contaminado por provas ilegítimas da sua atuação. 
14. Doutrina 
15. Jurisprudência 
Pelo exposto, requer-se o recebimento da presente ação, seu processamento 
e, ao final, o reconhecimento de sua total procedência para o fim de, desconstituída a 
sentença condenatória, restar o requerente absolvido da conduta que lhe foi imputada, 
nos termos do arts. 626 e 386, V, ambos do Código de Processo Penal. 
 
Termos em que, ouvido o ilustre representante do Ministério Público, 
Pede deferimento. 
 
Comarca, data. 
_______________ 
Advogado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Prática Processual Penal 163/257 
 OAB 2ª Fase 
 
 
ESPAÇO JURÍDICO CURSOS 
 
PREPARAÇÃO PARA OAB 2ª FASE 
 
DIREITO E PROCESSO PENAL 
 
PEÇAS PRÁTICO-PROFISSIONAL DE EXAMES ANTERIORES COMENTADAS 
 
OAB 2015.3 
 
Daniel, nascido em 02 de abril de 1990, é filho de Rita, empregada doméstica 
que trabalha na residência da família Souza. Ao tomar conhecimento, por meio de sua 
mãe, que os donos da residência estariam viajando para comemorar a virada de ano, vai 
até o local, no dia 02 de janeiro de 2010, e subtrai o veículo automotor dos patrões de 
sua genitora, pois queria fazer um passeio com sua namorada. 
Desde o início, contudo, pretende apenas utilizar o carro para fazer um 
passeio pelo quarteirão e, depois, após encher o tanque de gasolina novamente, devolvê-
lo no mesmo local de onde o subtraiu, evitando ser descoberto pelos proprietários. 
Ocorre que, quando foi concluir seu plano, já na entrada da garagem para devolver o 
automóvel no mesmo lugar em que o havia subtraído, foi surpreendido por policiais 
militares, que, sem ingressar na residência, perguntaram sobre a propriedade do bem. 
Ao analisarem as câmeras de segurança da residência, fornecidas pelo 
próprio Daniel, perceberam os agentes da lei que ele havia retirado o carro sem 
autorização do verdadeiro proprietário. Foi, então, Daniel denunciado pela prática do 
crime de furto simples, destacando o Ministério Público que deixava de oferecer 
proposta de suspensão condicional do processo por não estarem preenchidos os 
requisitos do Art. 89 da Lei nº 9.099/95, tendo em vista que Daniel responde a outra 
ação penal pela prática do crime de porte de arma de fogo. 
Em 18 de março de 2010, a denúncia foi recebida pelo juízo competente, qual 
seja, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Florianópolis. Os fatos acima descritos são 
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 Prática Processual Penal 164/257 
 OAB 2ª Fase 
 
integralmente confirmados durante a instrução, sendo certo que Daniel respondeu ao 
processo em liberdade. Foram ouvidos os policiais militares como testemunhas de 
acusação, e o acusado foi interrogado, confessando que, de fato, utilizou o veículo sem 
autorização, mas que sua intenção era devolvê-lo, tanto que foi preso quando ingressava 
na garagem dos proprietários do automóvel. Após, foi juntada a Folha de Antecedentes 
Criminais de Daniel, que ostentava apenas aquele processo pelo porte de arma de fogo, 
que não tivera proferida sentença até o momento, o laudo de avaliação indireta do 
automóvel e o vídeo da câmera de segurança da residência. 
O Ministério Público, em sua manifestação derradeira, requereu a 
condenação nos termos da denúncia. A defesa de Daniel é intimada em 17 de julho de 
2015, sexta feira. Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser 
inferidas do caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas 
corpus, no último dia do prazo para interposição, sustentando todas as teses jurídicas 
pertinentes. (Valor: 5,00) 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do 
dispositivo legal não confere pontuação. 
 
COMENTÁRIOS 
 
O examinando deve elaborar, na condição de advogado de Daniel, Alegações 
Finais por Memoriais, com fundamento no Art. 403, § 3º, do Código de Processo Penal, 
devendo a petição ser direcionada ao Juízo da 1ª Vara Criminal da Comarca de 
Florianópolis. Preliminarmente, deve o examinando requerer a extinção da punibilidade 
do fato em favor de Daniel pela ocorrência da prescrição da pretensão punitiva estatal. 
Daniel foi denunciado como incurso nas sanções penais do Art. 155, caput, do Código 
Penal; logo, a pena máxima a ser aplicada para o caso é de 04 anos. Na forma do Art. 109, 
inciso IV, do Código Penal, sendo a pena máxima superior a 02 anos e não excedendo 04 
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 Prática Processual Penal 165/257 
 OAB 2ª Fase 
 
anos, o prazo prescricional será de 08 anos. Ocorre que Daniel era menor de 21 anos na 
data dos fatos, pois nascido em 02/04/1990, e os fatos ocorreram em 02/01/2010. 
Assim, impõe o Art. 115 do Código Penal que o prazo prescricional seja 
contado pela metade, ou seja, 04 anos no caso concreto. O último marco interruptivo do 
prazo prescricional ocorreu em 18 de março de 2010, data do recebimento da denúncia. 
Desde então, passaram-se mais de 05 anos e não foi proferida sentença condenatória. 
Diante disso, o advogado de Daniel deve pleitear, preliminarmente, a extinção da 
punibilidade com base na prescrição da pretensão punitiva do Estado. No mérito, a 
defesa de Daniel deve defender sua absolvição, sob o fundamento de que não houve 
prática de crime de furto. Estamos diante do que a doutrina e a jurisprudência 
costumam chamar de “furto de uso”, que, na verdade, não configura crime de furto. 
Prevê o Art. 155 do Código Penal que é crime subtrair, para si ou para outrem, coisa 
alheia móvel. Uma das elementares do crime é a intenção de subtrair a coisa para si, 
chamado pela doutrina de animus furandi ou animus rem sibi habendi. 
No caso, está narrado de maneira clara que Daniel não tinha o dolo de ter a 
coisa para si ou para outrem; ele não tinha a vontade de se assenhorar do bem 
subtraído. O interesse era, apenas, de usar a coisa alheia e devolvê-la sem qualquer 
prejuízo ao proprietário, sendo certo que até mesmo se preocupou em repor a gasolina 
utilizada. Ademais, quando foi abordado por policiais, a coisa estava sendo devolvida 
exatamente nas mesmas condições e no mesmo lugar em que fora subtraída, 
preenchendo, assim, todas os requisitos para que sua conduta possa ser considerada um 
indiferente penal. Subsidiariamente, para a eventualidade de condenação do 
denunciado, deve o advogado analisar eventual pena a ser aplicada a Daniel. 
De início, deverá ser requerida a fixação da pena-base no mínimo legal, sendo 
certo que ações em curso não podem justificar o reconhecimento de maus antecedentes, 
nos termos do enunciado 444 da Súmula do STJ, sob pena de violação do princípio da 
presunção de inocência. Na segunda fase, ausente qualquer agravante e presente a 
atenuante da menoridade relativa, com fulcro no Art. 65, inciso I, do Código Penal, tendo 
em vista que Daniel era menor de 21 anos na data dos fatos. Em caso de condenação, 
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 Prática Processual Penal 166/257 
 OAB 2ª Fase 
 
deverá ser reconhecida, ainda, a atenuante da confissão, nos termos do Art. 65, inciso III, 
alínea d, uma vez que Daniel confessou os fatos. Não existem causas de aumento ou de 
diminuição a serem aplicadas. O regime adequado para cumprimento de pena é o aberto, 
pois a pena final não ultrapassará 04 anos, o acusado é primário e não existem 
circunstâncias do Art. 59 do Código Penal prejudiciais. Caberá, ainda, a conversão da 
pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, pois preenchidos os requisitos do 
Art. 44 do Código Penal. 
Em conclusão, deve o examinando formular os seguintes pedidos: a) 
preliminarmente, o reconhecimento da extinção de punibilidade com base na prescrição 
da pretensão punitiva do Estado, nos termos do Art. 107, inciso IV, do CP, OU no Art. 
109, inciso IV, c/c o Art. 115, ambos do CP.; b) no mérito: a absolvição de Daniel pela 
atipicidade de sua conduta, com fulcro no Art. 386, inciso III, do CPP; c) 
subsidiariamente: aplicação da pena-base no mínimo legal, pois ações penais em curso 
não podem funcionar como maus antecedentes, na forma do enunciado 444 da Súmula 
do STJ; d) reconhecimento das atenuantes da menoridade relativa e da confissão 
espontânea; e) aplicação do regime aberto para início do cumprimento de pena; f) 
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. A data a ser 
indicada é o dia 24 de julho de 2015, tendo em vista que o prazo para Alegações Finais é 
de 05 dias, mas este somente se iniciará na segunda-feira,dia 20 de julho de 2015. 
 
 
OAB 2015.2 
 
Gilberto, quando primário, apesar de portador de maus antecedentes, 
praticou um crime de roubo simples, pois, quando tinha 20 anos de idade, subtraiu de 
Renata, mediante grave ameaça, um aparelho celular. Apesar de o crime restar 
consumado, o telefone celular foi recuperado pela vítima. Os fatos foram praticados em 
12 de dezembro de 2011. Por tal conduta, foi Gilberto denunciado e condenado como 
incurso nas sanções penais do Art. 157, caput, do Código Penal a uma pena privativa de 
liberdade de 04 anos e 06 meses de reclusão em regime inicial fechado e 12 dias multa, 
tendo a sentença transitada em julgado para ambas as partes em 11 de setembro de 
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 Prática Processual Penal 167/257 
 OAB 2ª Fase 
 
2013. Gilberto havia respondido ao processo em liberdade, mas, desde o dia 15 de 
setembro de 2013, vem cumprindo a sanção penal que lhe foi aplicada regularmente, 
inclusive obtendo progressão de regime. Nunca foi punido pela prática de falta grave e 
preenchia os requisitos subjetivos para obtenção dos benefícios da execução penal. 
No dia 25 de fevereiro de 2015, você, advogado(a) de Gilberto, formulou 
pedido de obtenção de livramento condicional junto ao Juízo da Vara de Execução Penal 
da comarca do Rio de Janeiro/RJ, órgão efetivamente competente. O pedido, contudo, foi 
indeferido, apesar de, em tese, os requisitos subjetivos estarem preenchidos, sob os 
seguintes argumentos: a) o crime de roubo é crime hediondo, não tendo sido cumpridos, 
até o momento do requerimento, 2/3 da pena privativa de liberdade; b) ainda que não 
fosse hediondo, não estariam preenchidos os requisitos objetivos para o benefício, tendo 
em vista que Gilberto, por ser portador de maus antecedentes, deveria cumprir metade 
da pena imposta para obtenção do livramento condicional; c) indispensabilidade da 
realização de exame criminológico, tendo em vista que os crimes de roubo, de maneira 
abstrata, são extremamente graves e causam severos prejuízos paraa sociedade. Você, 
advogado(a) de Gilberto, foi intimado dessa decisão em 23 de março de 2015, uma 
segunda-feira. 
Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser 
inferidas do caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas 
corpus, no último dia do prazo para sua interposição, sustentando todas as teses 
jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00) 
Responda justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados 
e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
 
 
COMENTÁRIOS 
 
 
O examinando deve interpor um recurso de Agravo em Execução, com 
fundamento no Art. 197 da Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/84. Prevê o Art. 197 da 
LEP que, das decisões proferidas pelo juiz em sede de Execução Penal, caberá o recurso 
de agravo, sem efeito suspensivo. Em que pese a Lei deExecução Penal trazer a previsão 
do recurso cabível, não estabeleceu, de maneira expressa, qual seria o procedimento a 
ser adotado para tramitação desse recurso. Prevaleceu, então, no âmbito da doutrina e 
da jurisprudência, que o procedimento a ser adotado seria semelhante àquele previsto 
para o recurso em sentido estrito. Assim, é necessária a elaboração de uma petição de 
interposição, direcionada ao Juiz da Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro, 
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 Prática Processual Penal 168/257 
 OAB 2ª Fase 
 
acompanhada das respectivas Razões, estas endereçadas ao Tribunal de Justiçado Rio de 
Janeiro, órgão competente para o julgamento do recurso. 
Considerando que o procedimento a ser seguido pelo agravo de execução é 
semelhante ao do recurso em sentido estrito, deverá, na petição de interposição, ser 
formulado pedido de retratação por parte do magistrado. Em caso de não acolhimento, 
deve haver requerimento para o encaminhamento do feito para instância superior. Em 
relação ao prazo, absolutamente pacificado o entendimento de que seria de 05 dias, na 
forma da Súmula 700 do Supremo Tribunal Federal. Assim, a petição de interposição 
deveria ser datada em 30 de março de 2015, tendo em vista que o dia 28 de março de 
2015 é um sábado,dia sem expediente forense. Nas razões de recurso, deveria o 
candidato requerer a concessão do benefício do livramento condicional, argumentando 
que a fundamentação apresentada pelo juiz da Vara de Execução Penal foi inadequada 
para indeferimento do pedido formulado. Em um primeiro momento, deveria ser 
destacado que o crime de roubo simples não é hediondo, tendo em vista que não está 
previsto no rol trazido pelo Art. 1º da Lei nº 8.072/90. Assim, não há que se falar em 
cumprimento de 2/3 da pena para concessão do benefício previsto no Art. 83 do Código 
Penal. 
Posteriormente, deveria ser rebatido o fundamento apresentado pelo 
magistrado, no sentido de que Gilberto deveria cumprir metade da pena privativa de 
liberdade aplicada, pois seria portador de maus antecedentes. Isso porque o princípio da 
legalidade afasta qualquer conclusão nesse sentido. O princípio da legalidade, previsto no 
texto constitucional em matéria penal, tem como um de seus subprincípios a vedação da 
aplicação da analogia prejudicial ao réu em matéria penal. O Art. 83 do Código Penal 
prevê que apenas o condenado reincidente na prática do crime doloso tem que cumprir 
mais de metade da pena aplicada para fazer jus ao livramento condicional. Apesar de o 
Art. 83, inciso I, do Código Penal falar em cumprimento de 1/3 da pena pelo condenado 
não reincidente e portador de bons antecedentes, deve essa fração ser também aplicada 
caso o acusado seja portador de maus antecedentes, além de não reincidente. Houve 
uma omissão do legislador ao não prever o requisito objetivo para concessão do 
livramento condicional para o condenado primário, mas portador de maus antecedentes. 
Diante da omissão, deve ser aplicado o percentual que seja mais favorável ao acusado, 
pois não cabe analogia in malam partem. Diante do exposto, a jurisprudência pacificou o 
entendimento de que o condenado não reincidente, ainda que portador de maus 
antecedentes, deverá observar o requisito objetivo para o livramento condicional após 
cumprimento de 1/3 da pena.

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