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1135793 Apostila RESPOSTA DO RÉU

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RESPOSTA DO RÉU
O TEXTO ABAIXO SERÁ ABORDADO EM SALA, QUANDO FAREMOS AS ALTERAÇÕES E ADAPTAÇÕES DO SEU CONTEÚDO DE ACORDO COM O NOVO CPC
No procedimento ordinário, o réu, regularmente citado, o réu terá 15 dias para oferecer sua resposta após a audiência de conciliação ou de manifestação de ambas as partes que não há disposição para conciliar. Nessa fase, o réu poderá tomar três atitudes: manter-se inerte, reconhecer juridicamente o pedido, responder a demanda. 
Manter-se Inerte: o réu é citado, entretanto, deixa transcorrer o prazo para a resposta, não se manifestando no processo (revelia).
Reconhecer Juridicamente o Pedido: quando o réu reconhece o pedido, há uma desconsideração dos fatos e fundamentos, passando-se à análise tão-somente do pedido, ou seja, o reconhecimento jurídico do pedido é uma resposta do réu que aceita a pretensão do autor. Discute-se exclusivamente se o réu pode ou não se submeter à prestação que está sendo deduzida pelo autor. O Juiz não poderá manifestar-se ao contrário do desejo do réu. Essa hipótese de reconhecimento jurídico do pedido, entretanto, só ocorrerá nos casos em que se permite transação, ou seja, não se reconhece o pedido quando se tratar de matéria indisponível ou nas hipóteses em que a lei processual não autorizar. Não se pode confundir essa figura com a confissão, tendo em vista que, na confissão, o réu admite como verdadeiros os fatos alegados pelo autor, não significando que os fundamentos e o pedido estejam corretos.
Responder à Demanda: os meios processuais de que o réu pode dispor para responder a demanda são: contestação, exceção, reconvenção. Cada modalidade de resposta tem uma finalidade diversa, podendo o réu oferecer, das três, as que ele quiser. Até mesmo as três modalidades poderão ser oferecidas pelo réu, se este quiser. O oferecimento de uma espécie de resposta independe do oferecimento das demais, o que faz com que o réu possa fazer todas as combinações possíveis entre as três espécies.
Observações:
- Preclusão é a perda do direito de praticar um ato. Ela pode ser temporal (pelo decurso do tempo-prazo), consumativa (porque o ato já foi praticado) ou lógica (porque se praticou um ato incompatível com outro que queira praticar).
- O prazo das partes é chamado de prazo próprio, porque se não praticado o ato no tempo fixado, ocorre a preclusão;
- O prazo do juiz e auxiliares é considerado prazo impróprio, pois seu decurso não traz conseqüências processuais.
- As duas primeiras modalidades de resposta (contestação e reconvenção), devem ser oferecidas ao mesmo tempo, sob pena de preclusão. Já as exceções (de impedimento, de suspeição e de incompetência relativa), podem ser apresentadas antes, sem implicar em preclusão para as demais modalidades de resposta, na medida em que as exceções suspendem o prazo de resposta, que depois do julgamento (da exceção), será a parte intimada, voltando a correr o prazo restante (porque a exceção suspende o prazo, e não o interrompe).
Prazo para Resposta do Réu: regra geral, dentro do procedimento comum ordinário, o prazo para responder será de15 dias para oferecer sua resposta após a audiência de conciliação ou de manifestação de ambas as partes que não há disposição para conciliar.
Classificação: as respostas podem ser classificadas em dois tipos: defesas processuais e defesas de mérito.
A) Defesas Processuais: sempre que o réu apresentar uma defesa processual, estará afirmando que o autor não preenche os requisitos legais para que a demanda seja julgada. As defesas podem ser:
A.1) peremptórias: se o Juiz acolher a tese de defesa, o processo deverá ser extinto, ou seja, não há condições de desenvolvimento válido do processo em razão do vício processual apontado (ex.: alegação de ilegitimidade de parte); 
A.2) dilatórias: a defesa, ainda que acolhida, não produzirá a extinção do processo. Pode haver duas situações diferentes: 1ª) em algumas circunstâncias, tem-se a certeza de que a defesa dilatória, se for acolhida, sempre será regularizada, visto que a regularização depende do Estado -Jurisdição, ou seja, será feita pelo próprio juízo (ex.: declarar o Juiz suspeito, declarar conexão etc.); 2ª) em algumas circunstâncias, se o Juiz acolher a defesa, a regularização deverá ser feita pelo autor. Caso o autor não regularize a situação, o processo será extinto. É considerada uma defesa dilatória, visto que, a princípio, o processo não será extinto (ex.: alegação de falta de documento essencial ao processo etc.).
B) Defesas de Mérito: são as defesas em que o réu se opõe à própria pretensão deduzida pelo autor. Podem ser classificadas em dois tipos:
B.1) diretas: quando o réu impugna os fatos e/ou suas conseqüências jurídicas. Nesse caso, o ônus da prova permanece com o autor;
B.2) indiretas: o réu, ao impugnar a demanda, a princípio, concorda com a narrativa do autor, entretanto, alega a existência de outros fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor. Nesse caso, o ônus da prova transfere-se ao réu. Parte considerável da doutrina divide a defesa de mérito indireta em:
B.2.1)) defesa de mérito indireta peremptória: aquela que, se for acolhida, conduz à inexistência de direito por parte do autor (ex.: a alegação de que já houve o pagamento da obrigação);
B.2.2) defesa de mérito indireta dilatória: aquela que, se for acolhida, impede o autor de exercer seu direito naquele momento (ex.: o réu alegar que não cumpriu sua parte no contrato, visto que o autor também não o fez).
Espécies de Respostas: o CPC prevê três espécies de respostas:
a) contestação: meio de defesa processual e material considerado mais importante; 
c) exceções: podem ser de suspeição ou de impedimento 
Contestação: a contestação é o meio processual utilizado pelo réu para opor-se formal ou materialmente ao direito do autor ou formular pedido contraposto. Como regra geral, o autor terá deduzido uma pretensão em juízo e o réu irá defender-se, e essa defesa, normalmente, é a contestação.
Defesa Formal = Defesa Processual
Defesa Material = Defesa de Mérito
Pedido Contraposto x Reconvenção: quando a doutrina fala em defesa a um direito do autor, esse direito é aquele que o autor tem de deduzir uma pretensão em juízo, ou seja, é um direito formal.
O réu, em contestação, excepcionalmente, pode formular um pedido contraposto, que é uma pretensão do réu em face do autor. O meio material para o réu deduzir uma pretensão é a reconvenção, entretanto determinadas pretensões poderão ser apresentadas diretamente na contestação.
No Código anterior, o pedido contraposto não exclui a reconvenção, tendo em vista serem institutos diversos. O que acontece, muitas vezes, é que o sistema, além de prever o pedido contraposto, proíbe a reconvenção (ex.: Juizados Especiais). A doutrina entende que o rol dos pedidos contrapostos é taxativo, ou seja, o que não estiver disposto no rol deverá ser matéria de reconvenção.
Pedido Contraposto: só poderá ter como base os fatos alegados pelo autor na inicial, fazendo-se, somente, novo enquadramento jurídico. 
Como regra, o réu admite que os fatos alegados pelo autor existem, entretanto apresenta outros fundamentos jurídicos, alegando que não é o autor quem tem direito (ex.: num acidente de trânsito, o autor alega que o réu é culpado e o réu, no pedido contraposto, alega que o autor é culpado).
Reconvenção: admitem-se como base da reconvenção novos fatos alegados pelo réu. 
Pode ter dois fundamentos: ou o réu dá um outro enquadramento jurídico ao pedido do autor (ficando semelhante ao pedido contraposto) ou tem por base um direito alegado na defesa (ex.: numa cobrança, o réu alega em reconvenção que também tem um crédito devido pelo autor).
Conteúdo da Contestação:
a) Regra/Princípio da eventualidade: o réu, na sua contestação, deve trazer toda a matéria de defesa, ou seja, deve deduzir todas as suas alegações, sejam elas de matéria processual ou material. Caso o réu nãoalegue a matéria na contestação, preclue o direito. O réu é obrigado a apresentar defesas na contestação, ainda que elas sejam conflitantes, visto que o que não for alegado em contestação preclue. Essa regra tem três exceções: 
a.1) fato superveniente (se existe fato que ocorreu posteriormente ou que o réu desconheça, poderá alegá-lo a qualquer momento); 
a.2) matéria que pode ser reconhecida de ofício (matérias de ordem pública, como carência de ação, podem ser alegadas a qualquer momento); 
a.3) quando a lei expressamente autorizar (existe uma única hipótese, que é a prescrição, ou seja, se o réu não alegar a prescrição na contestação, poderá alegá-la a qualquer momento).
b) Regra/Princípio da impugnação específica: o réu deve impugnar todos os fatos alegados pelo autor, pois os fatos que não forem impugnados serão considerados verdadeiros, ou seja, deve haver uma impugnação individualizada. Essa regra, no entanto, tem três exceções previstas no CPC:
b.1) não se aplica aos fatos que não podem ser objeto de confissão, ou seja, as matérias em que a lei não permite que o réu reconheça o pedido do autor; portanto, na falta de impugnação, não se pode considerar o pedido verdadeiro. Assim, não poderão estar sujeitas a essa regra todas as hipóteses de direito indisponível (ex.: num pedido de separação litigiosa, o requerido não poderá confessar os fatos alegados na inicial, então, ele não está sujeito à regra); 
b.2) quando a inicial não estiver acompanhada de documento essencial à propositura da demanda, ou seja, os fatos que dependem de prova documental não podem ser considerados verdadeiros quando o documento não estiver acompanhando a inicial; 
b.3) quando a defesa, em seu conjunto, implicitamente se opõe a um determinado fato, ainda que não tenha sido impugnado diretamente.
Além dessas hipóteses previstas no Código, existem, entretanto, outras não previstas em lei, mas nas quais não serão aplicadas as regras da impugnação específica, são elas:
- quando existir litisconsórcio passivo e, sendo os fatos comuns, um dos réus oferecer defesa a respeito do fato; 
- quando o réu estiver sendo representado por advogado dativo, curador especial ou pelo MP, não será aplicada a regra da impugnação específica dos fatos, tendo em vista que o representante não tem contato com o réu ou não tem condições de especificar os fatos que são efetivamente verdadeiros (ex.: um doente mental representado por seu curador, este não poderá especificar os fatos).
Preliminar de mérito: é a defesa processual apresentada pelo réu. As matérias que podem ser alegadas em preliminar estão previstas no art. 301 do CPC e devem ser alegadas antes da abordagem do mérito. São elas:
- inexistência ou nulidade da citação: podem ser alegadas em preliminar, no entanto podem ser alegadas a qualquer tempo; 
- incompetência absoluta: as incompetências absolutas são aquelas de ordem pública que podem ser reconhecidas de ofício pelo Juiz e, portanto, são alegadas em preliminar, ao passo que as incompetências relativas devem ser objeto de exceção. É defesa dilatória e o Juiz deverá remeter o processo para o Juiz competente, salvo os casos em que a lei determine que haja a extinção do processo sem julgamento do mérito (ex.: uma ação que deveria ser proposta no Juízo Comum e o autor a propõe no Juizado Especial); 
- inépcia da inicial: alegada a inépcia, trata-se de defesa de caráter peremptório; se for acolhida, leva à extinção do processo; 
- perempção: penalidade de caráter processual segundo a qual, se o autor der causa à extinção do processo por três vezes, por abandono, ele não poderá repropor a demanda. É defesa de caráter peremptório, ou seja, se acolhida, leva à extinção do processo; 
- litispendência: ocorrerá a litispendência quando existir um processo anterior idêntico ao em andamento. Trata-se de defesa de caráter peremptório, ou seja, a segunda demanda deverá ser extinta. No sistema processual civil brasileiro, o que induz a litispendência é a citação válida e não a propositura da demanda, ou seja, no momento em que o réu for citado, forma-se a relação processual. Se mais tarde houver uma segunda demanda idêntica, nesse momento o segundo processo deverá ser extinto; 
- coisa julgada: refere-se à coisa julgada material, ou seja, àquela que impediria o autor de repropor a demanda. É uma defesa peremptória, tendo em vista que, se for acolhida, extingue o processo sem julgamento do mérito; 
- conexão: a parte pleiteará a reunião de dois ou mais processos para que tenham processamento e julgamento conjunto em razão de terem o mesmo objeto ou a mesma causa de pedir. Essa preliminar tem algumas características particulares. Embora a matéria seja preliminar de contestação, pode ser alegada tanto pelo réu quanto pelo autor, tendo em vista que não se alega um vício, mas sim que se visa preservar a garantia da harmonia dos julgados e da economia processual. Trata-se de defesa processual dilatória; 
- incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização: o Código se refere aos pressupostos processuais subjetivos relativos à parte. O que se alega, nesse caso, é que o autor não tem capacidade de ser parte, não tem capacidade de estar em juízo ou não há capacidade postulatória; 
- existência de convenção de arbitragem: é bastante importante, pois é a única preliminar que pode ser vista dentro do sistema processual como exceção e não como objeção, na medida em que a existência de convenção de arbitragem deve ser alegada obrigatoriamente pelo réu e na contestação, sob pena de preclusão. Não há necessidade de que as partes, após o litígio, tenham firmado um compromisso. Basta que no contrato objeto do litígio exista essa cláusula de convenção de arbitragem. Se não for alegada na contestação, pressupõe-se que a parte renunciará à arbitragem;
- carência de ação: alega-se a falta das condições da ação. Trata-se de uma defesa peremptória, ou seja, extingue-se o processo sem julgamento de mérito. O CPC, ao relacionar essas preliminares, não foi preciso do ponto de vista técnico, tendo em vista que a preliminar de inépcia de inicial engloba, também, impossibilidade jurídica do pedido. Do ponto de vista prático, entretanto, esse conflito não tem nenhuma relevância;
- quando a lei exige caução ou outra prestação que não é atendida pelo autor: se o autor não prestar caução ou outra prestação exigida em lei, o réu poderá alegar tal fato em preliminar (ex.: caução – o autor que não é residente no Brasil e não tem bens de raiz, nos processos de conhecimento, deverá prestar uma caução para garantir eventuais ônus de sucumbência; outra prestação: o autor propõe uma demanda que é extinta sem julgamento de mérito. Como regra, o autor pode repropor a demanda, entretanto deverá ter pago os ônus de sucumbência do processo anterior, visto que, se não houver o pagamento, o processo poderá ser extinto). É uma defesa que, em princípio, é dilatória. Se o autor sanar o vício, o processo seguirá; caso contrário, o processo será extinto.
Exceções: as exceções serão sempre de caráter dilatório, ou seja, nenhuma delas conduz à extinção do processo. Embora o CPC trate das exceções como uma modalidade de resposta do réu, na verdade, no tocante à exceção de suspeição e exceção de impedimento, não se tratam de modalidades de resposta exclusivamente, visto que, em princípio, o autor também poderá interpor essas exceções.
O CPC, quando fala genericamente das exceções, afirma que a exceção deverá ser apresentada no prazo de 15 dias, entretanto, esses 15 dias serão contados do conhecimento do fato. Então, a exceção não deverá, obrigatoriamente, ser apresentada na contestação.
Na exceção de impedimento, o prazo de 15 dias não é preclusivo, ou seja, a exceção poderá ser apresentada após os 15 dias; entretanto, a parte que apresentar a exceção após o prazo será obrigada a arcar com as custas de retardamento do processo.
Nas situações em que o autor, antes de ingressar com a ação, já temciência de que o Juiz é suspeito ou impedido, o prazo para a apresentação da exceção começa a contar da data da distribuição da ação.
Efeitos da apresentação da Exceção: o CPC dispõe que, apresentada a exceção, o processo será suspenso, ou seja, apresentada a exceção, não terá desenvolvimento nenhum ato processual relativo ao objeto litigioso enquanto a exceção não for julgada. A exceção é um incidente processual que suspende a relação principal até o seu julgamento.
Se houver necessidade de uma medida urgente, ela deverá ser praticada. Tratando-se de exceção de incompetência, a cautelar será apreciada pelo próprio juízo; se a exceção for de impedimento ou de suspeição, o entendimento dominante é de que a cautelar ou a medida de urgência deverá ser apreciada pelo tribunal, tendo em vista que as exceções serão julgadas pelo tribunal (enquanto não se julga a exceção, toda a competência será do tribunal).
A posição majoritária entende que, se a exceção for interposta no 15.º dia, deverá ser apresentada também a contestação. Deve-se lembrar que uma parte minoritária entende que, interposta a exceção no 15.º dia, suspende-se imediatamente o processo, visto que o réu terá ainda mais um dia para a apresentação da resposta. 
O Código dispõe que o prazo para resposta volta a fluir do julgamento da exceção, entretanto não esclarece se o prazo volta a fluir do julgamento do tribunal ou do “cumpra-se o acórdão” proferido pelo Juiz de 1.º grau. A posição majoritária é de que o prazo voltará a fluir a partir do momento que a decisão do tribunal não estiver sujeita a qualquer recurso com efeito suspensivo. Quando o Juiz de 1.º grau reconhecer sua incompetência, ele remeterá os autos ao Juiz competente, que irá recebê-los, ou não. Nesse caso, a posição majoritária é de que o prazo para resposta volta a fluir no momento em que o Juiz competente aceitar a competência.
Processamento das Exceções: o CPC traz dois procedimentos: um aplicável à exceção de incompetência e outro aplicável tanto para a exceção de impedimento quanto para a exceção de suspeição. 
Exceção de incompetência: a parte deve não somente fundamentar as razões da incompetência como também indicar qual o órgão julgador competente. Se o réu interpõe uma exceção de incompetência absoluta que não esteja formalmente em ordem, o Juiz deverá conhecer a exceção, tendo em vista tratar-se de matéria pública. Nesse caso, entretanto, o prazo para a defesa não será suspenso. Interposta a exceção formalmente em ordem, o Juiz intimará o exceto para defender-se no prazo de 10 dias. Apresentada a defesa, o Juiz imediatamente proferirá a sentença ou designará audiência de instrução. Essa audiência somente versará sobre matéria de incompetência e, até 5 dias antes da audiência, as partes deverão apresentar as testemunhas. Dessa decisão cabe agravo. 
Exceção de impedimento e exceção de suspeição: a parte, além de alegar as razões pelas quais o Juiz seria suspeito ou estaria impedido, deverá juntar toda a documentação comprobatória e o rol de testemunhas que pretende ouvir.
Embora o CPC não traga dispositivo expresso, por muito tempo entendeu-se que a procuração do advogado deveria conter poderes especiais para a apresentação de exceção. Esse entendimento, no entanto, foi modificado pelo STJ. O entendimento hoje consolidado é o de que a procuração para o foro em geral já é suficiente para interposição de exceção.
Exceto, na exceção de impedimento ou suspeição, é o Juiz e, portanto, no momento em que ele recebe a exceção, poderá reconhecer que é suspeito ou impedido, ou apresentar, no prazo de 10 dias, as suas razões (defesa), encaminhando os autos para o tribunal, apresentando também documentos e eventual rol de testemunhas.
Reconvenção: é um mecanismo pelo qual o réu, normalmente, pode deduzir uma pretensão em face do autor. Em regra, o réu só se opõe às alegações do autor, ou seja, somente se defende; entretanto, em alguns casos, o réu poderá formular uma pretensão em face do autor, exercendo o direito de ação, passando a figurar como se fosse um verdadeiro autor.
Em alguns casos, a lei autoriza o réu a deduzir sua pretensão na própria contestação. Quando não, o meio ordinário é a reconvenção, que é apresentada em peça apartada. A reconvenção provoca obrigatoriamente a ampliação do objeto litigioso (mérito), ou seja, o mérito é alargado, passando a ser a soma da pretensão deduzida pelo autor com a pretensão deduzida pelo réu.
Condições e pressupostos da Reconvenção: as condições e pressupostos de uma reconvenção são as mesmas de qualquer ação (legitimidade das partes, interesse de agir, possibilidade jurídica do pedido, capacidade de ser parte, capacidade de estar em juízo e capacidade postulatória). A reconvenção, entretanto, por se tratar de uma medida de caráter incidental, além dessas condições e pressupostos comuns a qualquer ação, deve preencher alguns pressupostos e condições específicas:
a) tempestividade: a reconvenção será apresentada simultaneamente com a contestação. A doutrina considera que a reconvenção e a contestação deverão ser apresentadas no mesmo instante processual, mas não no mesmo prazo. O STJ tem uma decisão que considera que devem ser apresentadas simultaneamente, inclusive no mesmo prazo; 
b) existência de um processo em curso e em fase de resposta: o réu, para oferecer a reconvenção, deverá faze-la como mecanismo de resposta. Embora a lei exija um processo em curso e seu caráter incidental, deverá existir uma autonomia entre a ação principal e a reconvenção; 
c) forma: o CPC determina que a reconvenção seja apresentada em peça apartada da contestação. O Código não determina que seja juntada em apenso, visto serem a contestação e a reconvenção dois atos processuais distintos no mesmo processo, então, a reconvenção será juntada nos mesmos autos. A jurisprudência tem admitido que, se houver condição de distinguir com absoluta clareza a contestação e a reconvenção (havendo clareza da intenção do réu em reconvir), elas poderão ser apresentadas na mesma peça. Entende-se que não poderá haver reconvenção de reconvenção. Quando a lei admitir pedido contraposto, não será admitida a reconvenção; 
d) identidade de procedimento: a lei exige que haja uma compatibilidade procedimental entre a ação principal e a reconvenção, ou seja, por analogia, devem ser observados os requisitos para a cumulação de pedidos. Ainda que o procedimento seja diferente, se entre os pedidos puder haver uma adaptação, a reconvenção é admitida. Na reconvenção, os pedidos seguem como se fossem ordinários; 
e) competência: a reconvenção permite a chamada prorrogação da competência (competência relativa), ou seja, é admitida a reconvenção desde que seja competente o mesmo órgão julgador, se a incompetência for relativa. Não se admite reconvenção se for caso de incompetência absoluta.
e) Julgamento separado das duas demandas: a ação principal e a reconvenção podem ser julgadas separadamente, desde que por extinção anômala do incidente, ou seja, se por qualquer razão o Juiz tiver que extinguir a principal ou a reconvenção, com fundamento em uma situação anômala, haverá o julgamento separado (ex.: se o autor renunciar à demanda principal, o Juiz extinguirá a principal, entretanto a reconvenção continuará). O recurso cabível contra a extinção de qualquer uma das demandas é o agravo.
Da Revelia: ocorre quando o réu, regularmente citado, deixa de responder à demanda. O CPC regulou esse instituto, considerando revel o “réu que deixa de oferecer contestação após regularmente citado”.
A doutrina discute a diferença entre revelia e contumácia, visto que a expressão “revelia” somente passou a ser utilizada a partir do Código de 1973. Alguns autores colocam a contumácia como sinônimo de revelia, outros entendem que a contumácia seria qualquer atitude de inércia, tanto do autor quanto do réu. A posição que prevalece hoje, entretanto, é a de que revelia é a inércia do réu, enquanto contumácia é a inércia do autor. Então, hoje,a revelia está diretamente relacionada ao réu.
Efeitos da Revelia: se o réu deixar de se defender no prazo legal, ocasionará várias conseqüências:
1ª) Presunção de verdade dos fatos alegados pelo autor: a respeito desta norma do CPC consagrada pela doutrina, é essencial que se observem dois pontos: 
a) a presunção da verdade se limita à matéria de fato, não podendo englobar, em hipótese alguma, o enquadramento jurídico e suas eventuais conseqüências, ou seja, a revelia atinge somente a narrativa dos fatos e não o enquadramento jurídico; 
b) a presunção em torno da verdade da matéria de fato é relativa. Se o conjunto probatório trazido na inicial não conduz à prova de que os fatos narrados são realmente verdadeiros, o Juiz poderá iniciar uma instrução probatória ou, em alguns casos, julgar a demanda improcedente.
Existem três exceções a essa aplicação da presunção da verdade: 
a) nos casos de pluralidade de réus em que pelo menos um deles contesta e os fatos são comuns (nesses casos, pouco importa o tipo de litisconsórcio); 
b) se o litígio versar sobre direitos indisponíveis. Se a legislação não permite que as partes transacionem ou se o réu não pode reconhecer o pedido do autor, não há como aplicar a presunção da verdade. Nesses casos, ainda que o réu silencie, o autor continuará com o ônus da prova, não havendo a presunção da verdade; 
c) se a inicial não estiver acompanhada de documento essencial. Essa regra é um reflexo direto do art. 283 do CPC, que dispõe que a inicial deve estar acompanhada de documentos essenciais, caso contrário a demanda não continuará, podendo ser extinta se não houver emenda da inicial. O Código, quando fala da não aplicação da presunção da verdade nesse caso, dispõe sobre documento público, entretanto o entendimento doutrinário dominante é o de que se deve dar uma interpretação extensiva a essa regra, ou seja, não importa a natureza do documento, basta que seja documento essencial para que não seja aplicado o efeito da presunção da verdade.
A presunção da verdade trazida pelo CPC só deve ser aplicada nas situações de inequívoca verdade dos fatos ou inequívoca falta de intenção do réu de se opor aos fatos.
No caso de o réu contestar a cautelar e deixar de se defender no processo principal, o entendimento dominante da doutrina é de que o Juiz deverá estender a defesa da cautelar para o processo principal, visto que as demandas correm no mesmo juízo. O réu revel, entretanto, não será aplicado a ele o efeito da presunção da verdade.
2ª) Os prazos correrão contra o revel independentemente de intimação: no caso de o réu se tornar revel, todos os prazos para ele começarão a correr não na intimação, mas sim no momento em que os atos são praticados e publicados. Não há comunicação pessoal nem publicação para o réu, passando os prazos a correrem a partir da disponibilização dos atos em cartório. Se houver a publicação da decisão no Diário Oficial para efeitos de intimação do autor, essa publicação estende o prazo para o réu revel, que terá o prazo fluindo a partir da data da publicação. Este, entretanto, não é um efeito perpétuo, ou seja, a partir do instante em que o réu ingressar nos autos, essa penalidade não mais ocorrerá, cessando o efeito da revelia a partir do momento em que o réu estiver regularmente representado nos autos.
O fato de o réu ser revel não leva à aplicação de todos os efeitos da revelia (ex.: no caso de anulação de casamento, caso o réu seja revel, não se aplica a presunção da verdade, tendo em vista ser direito indisponível, entretanto a não-intimação dos atos será aplicada).
Após a revelia, se o autor, eventualmente, quiser alterar o pedido ou a causa de pedir, deverá, obrigatoriamente, requerer nova citação do réu para responder à demanda. O réu, porém, somente poderá contestar o que foi objeto de alteração, não havendo possibilidade de contestar toda a demanda.
Nas hipóteses em que o Juiz não aplica a penalidade de presunção de verdade, deve-se determinar o prosseguimento da demanda com a especificação de provas pelo autor.
Direitos Indisponíveis: conforme dispõe o art. 127, caput, da CR/88, incumbe ao Ministério Público a defesa, entre outros, dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
Regra geral, caso o réu não conteste a ação, reputam-se verdadeiros os fatos afirmados pelo autor. A revelia não induz, contudo, o efeito mencionado se o litígio versar sobre direitos indisponíveis. 
É que, da mesma forma como não vale a transação quanto a direitos indisponíveis, assim como também não vale como confissão / admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis, não há como se aplicar a presunção da verdade. Nesses casos, ainda que o réu silencie, o autor continuará com o ônus da prova.
PROCESSO CIVIL
1) Princípios constitucionais do direito processual
Principio do devido processo legal:
Inicialmente de índole exclusivamente processual, passou a ter também um aspecto material – substantive due process of law, que deve ser entendido como uma garantia ao trinômio “vida-liberdade-propriedade”, através do qual se assegura que a sociedade só seja submetida a leis razoáveis, as quais devem atender aos anseios sociais, demonstrando, assim, sua finalidade social. – principio da razoabilidade das leis.
O procedural due process of law é a garantia de pleno acesso a Justiça - à “ordem jurídica justa” (Kazuo Watanabe).
Mauro Cappelletti reconhece três grandes fases de implementação do devido processo legal, a que se costuma referir como “as três ondas do acesso à Justiça”:
assistência judiciária gratuita
viabilidade da defesa dos direitos difusos e coletivos
garantia de uma prestação jurisdicional capaz de satisfazer o jurisdicionado.
Principio da isonomia:
Diante das naturais desigualdades entre os homens, o ordenamento jurídico deve comportar-se de modo capaz de superar tais desigualdades, igualando as pessoas, para, assim, assegurar a igualdade substancial e, em conseqüência, o processo justo, garantido pela clausula do due process of law.
Principio do juiz natural:
Por este principio exige-se não só um órgão com competência constitucional preestabelecida, mas também um juiz imparcial, sob pena de se violar a garantia do processo justo.
Tem por fundamento o art. 5º, inc. XXXVII e LIII da CR, que proíbe a existência de juizes ou tribunais de exceção, garantindo ainda que ninguém será sentenciado senão pela autoridade competente.
Principio da inafastabilidade do controle jurisdicional:
Assegura a todo aquele que se sentir lesado ou ameaça em seus direitos o acesso aos órgãos judiciais, ao podendo a lei vedar esse acesso (art. 5º, XXXV, CR).
“A todo direito corresponde uma ação, que o assegura” – art. 75, CC/16.
Principio do contraditório:
Art. 5º, LV, CR: “aos itigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes”.
Esse princípio pode ser definido “como a garantia de ciência bilateral dos atos e termos do processo com a conseqüente possibilidade de manifestação sobre os mesmos” (aspecto jurídico). 
Contraditório = informação + possibilidade de manifestação.
Alexandre Câmara aponta também o aspecto político do contraditório, ligado à legitimação do poder jurisdicional, pela participação dos interessados no provimento que se vai formar. “Qualquer que seja a função exercida pelo Estado, só se terá exercício legitimo de poder quando houver participação no procedimento (ao menos potencial) de todos aqueles que podem vir a ser alcançados pelos efeitos do ato estatal produzido”.
Principio da motivação das decisões judiciais
A obrigatoriedade da motivação das decisões judiciais visa proteger o interesse das partes, que não só precisam saber o motivo que levou juiz a decidir as questões da maneira que decidiu, como tem a necessidade de conhecer os motivos da decisão para que possamadequadamente fundamentar seus recursos.
Por outro lado, a motivação também tem a função de permitir o controle da função jurisdicional – seja pelas próprias partes, pelo Judiciário ou pela sociedade.
2) Trilogia estrutural do Direito Processual: jurisdição, ação e processo*
(alguns autores incluem também a defesa)
2.1 - JURISDICAO:
a) Conceito:
“Iuris dictio” = dizer o direito.
Chiovenda: “função do Estado que tem por escopo a atuação da vontade concreta da lei por meio de substituição, pela atividade de órgãos públicos, da atividade de particulares ou de outros órgãos públicos, já no afirmar a existência da vontade da lei, já no torna-la, praticamente, efetiva”.
Chiovenda parte da premissa de que a lei, norma abstrata e genérica, regula todas as situações que eventualmente ocorram em concreto, devendo o Estado, no exercício da jurisdição, limitar-se a atuação da vontade concreta do direito objetivo – limita-se o Estado, ao exercer a função jurisdicional, a declarar direitos preexistentes e a atuar na pratica os comandos da lei.
Carnelutti: a jurisdição e’ uma função de “justa composição da lide” (conflito de interesses degenerado pela pretensão de uma das partes e pela resistência da outra).
Pretensão e’ a “intenção de submissão do interesse alheio ao interesse próprio”.
Na doutrina brasileira, tende-se a considerar as definições de Carnelutti e Chiovenda como sendo teorias complementares, frequentemente definindo-se jurisdição como “função do Estado de atuar a vontade concreta da lei com o fim de obter a justa composição da lide”. 
Teorias do ordenamento jurídico:
Teoria unitária: as leis materiais não são capazes, por si só, de criar direitos subjetivos. Para essa teoria, as normas jurídicas materiais somente conseguem criar expectativas de direito. Cabe, pois, ao Estado-juiz, através do exercício da função jurisdicional criar o direito subjetivo antes inexistente – a sentença teria, então, a função de criar direitos substanciais (a composição do litígio seria uma conseqüência do direito criado).
Teoria dualista (ou declaratória): o Estado não cria direitos subjetivos quando exerce a função jurisdicional. Esta se limita ao reconhecimento de direitos preexistentes. A norma jurídica cria o direito substancial, limitando-se o Estado, no exercício da jurisdição, a atuar a vontade da norma, subsumindo-a ao caso concreto.
Em razão da distinção dessas duas teorias, que Alexandre Câmara defende que as definições de jurisdição de Carnelutti e Chiovenda são antagônicas. E adere `a definição de Chiovenda, na medida em que a lide não e’ essencial para o exercício da jurídica, e que esta não tem com função a composição do litígio – a lide e’ um fenômeno sociológico, que não desaparece, necessariamente, com o exercício da função jurisdicional, a qual se limita, na verdade, a tornar a lide juridicamente irrelevante, na medida em que não mais será possível trazer `a discussão a mesma lide em nenhum outro processo.
b) Características da jurisdição:
Inércia: o juiz só atua se provocado. O Estado-juiz não procede de oficio (principio da demanda ou principio da inércia).
Exceção: inventario (art. 989); execução trabalhista; hábeas corpus.
Substutividade: tendo sido proibida a autotutela, passou o Estado a prestar a jurisdição, substituindo a atividade das partes e realizando em concreto a vontade do direito objetivo.
Exceção:
- autotutela: desforço imediato na tutela possessória
- auto composição de litígio: as partes envolvidas resolvem a lide – acordo (a jurisdição foi provocada, mas não foi prestada, pois as partes acordaram)
- arbitragem: jurisdição privada
Natureza declaratória: liga-se a teoria dualista do ordenamento jurídico. O juiz declara os direitos preexistentes. Mesmo nas sentenças constitutivas, o juiz reconhece a existente de um direito e, atuando-o, modifica uma situação jurídica (a sentença constitutiva pode criar novas relações jurídicas, mas nunca poderá criar direitos subjetivos).
Atividade imparcial: o juiz não representa o Estado. Ele e’ o Estado.
As hipóteses de impedimento e suspeição prejudicam a imparcialidade da jurisdição e, por isso, impedem o juiz de julgar a causa.
Unidade da jurisdição: a jurisdição e’ una, indivisível. Todo juiz detem jurisdição, apesar de não ser competente para julgar todas as causas.
Didaticamente, divide-se a jurisdição em:
- jurisdição civil (contenciosa e voluntária)
- jurisdição penal
- jurisdição trabalhista
- jurisdição eleitoral
- jurisdição militar
Natureza jurídica da jurisdição voluntária:
1ª. Corrente: não e’ uma função jurisdicional. A jurisdição voluntária e’ uma função atípica do Poder Judiciário. E’ uma atividade administrativa confiada ao P.Judiciário – e’ a administração publica de interesses privados (Frederico Marques – corrente majoritária).
2ª. Corrente: a jurisdição voluntária, mesmo sem ter uma lide para resolver, e’ típica função do P. Judiciário. A lide não e’ elemento essencial da jurisdição, mas apenas acidental (em consonância com a doutrina de Chiovenda. Defensores: Dinamarca, A. Câmara, Vicente Greco)
c) Tutela jurisdicional: cognitiva, executiva e cautelar
Tutela jurisdicional cognitiva: se caracteriza por conter a afirmação da existência ou inexistência de um direito. A esta declaração muitas vezes se adiciona um outro elemento (condenatório ou constitutivo), mas e’ a declaração que exerce a função de característica essencial desse tipo de tutela.
Tutela jurisdicional executiva: se caracteriza pela satisfação de um credito, operando-se a realização pratica de um comando contido em sentença condenatória (ou em ato jurídico a esta equiparado, os chamados títulos executivos extra-judiciais).
Tutela jurisdicional cautelar: e’ a que se limita a garantir a efetividade de outro processo, sem, contudo, satisfazer o direito material. Assegura a efetividade da tutela satisfativa (de conhecimento ou de execução).
Tutela antecipada e’ uma forma de tutela jurisdicional satisfativa (e, portanto, não cautelar), prestada com base em juízo de probabilidade. Trata-se de fenômeno próprio do processo de conhecimento.
Art. 273, I e II: Também denominada de “tutela antecipada interinal”, na medida em que se destina a proteger interinamente o demandante, cujo direito substancial se revela provável, presentes um dos requisitos alternativos previstos nos dois incisos do art. 273 do CPC.
Art. 273, $ 6º: tutela definitiva (e não provisória ou interinal). Estabelece o citado dispositivo que a “tutela antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais dos pedidos cumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso”.
Art. 461 e 461A: tutela especifica, aplicável aos processos que tenham por objeto o cumprimento de obrigação de fazer, não fazer ou entregar coisa.
2.2 – AÇÃO
Condições da ação
a) Legitimidade das partes (legitimatio ad causam): e’ a pertinência subjetiva da ação. Tem legitimidade para a causa os titulares da relação jurídica deduzida, pelo demandante, no processo.
Legitimidade ordinária: e’ a regra geral, segundo o qual será legitimidade a atuar em juízo tão-somente o titular do interesse levado a juízo pela demanda – ninguém poderá pleitear em nome próprio direito alheio, salvo se autorizado por lei.
Legitimidade extraordinária: quando a norma jurídica autoriza que alguém vá a juízo, em nome próprio, na defesa de interesse alheio (ex.: sindicato, MP nas ações de investigação de paternidade, cidadão na ação popular, acionista para demandar o administrador pelos prejuízos causados `a sociedade, quando esta não propuser a ação em 3 meses a contar da deliberação em assembléia que tenha determinado o ajuizamento da demanda).
A.Câmara subdivide a legitimidade extraordinária em: exclusiva, concorrente e subsidiaria.
Jose Carlos Barbosa Moreira fala em legimitidade extraordinária autônoma e subordinada. A primeiraespécie (autônoma) subdividida em autônoma e exclusiva, e autônoma e concorrente.
b) interesse de agir (interesse processual): 
C.Dinamarco = necessidade + adequação
Outros autores = necessidade + utilidade
c) Possibilidade jurídica do pedido: quando o demandante formula em juízo pedido vedado pelo ordenamento jurídico – estendendo esse conceito também para a causa de pedir (por ex., no caso de divida de jogo, em que o pedido formulado – condenação do réu para o pagamento de certa quantia em dinheiro – não e’ vedado, a proibição diz respeito `a causa de pedir. Por isso, A.Câmara prefere dizer impossibilidade jurídica da demanda). 
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