Buscar

Hipertireoidismo

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

HIPERTIREOIDISMO FELINO
É mais comum nos gatos do que dos cães. É o excesso de produção desses hormônios. A principal causa é um desenvolvimento de um nódulo na tireóide, que pode ser um adenoma, uma hiperplasia adenematosa (unilateral 20% e bilateral em >70% dos casos) ou um adenocarcinoma funcional (5%). 
Geralmente é doença de gato mais velho, acima de 8 anos. Sem predisposição sexual e gatos de pelo curto.
SINAIS CLÍNICOS: animal desorientado; faz polifagia com perda de peso, podendo chegar até a caquexia; agitado; pupila grande; 90% dos casos observa-se uma massa na região ventro cervical do pescoço; comportamento agressivo; tem alteração do pelame (embolado, sujo) → DD: diabetes. Animal tem ventro flexão do pescoço. 
Gatos com hipertireoidismo podem desenvolver uma cardiomiopatia tieotóxica, relacionada diretamente com o excesso de hormônio tireoidiano. Podendo desenvolver a cardiomiopatica hipertrófica (hipertrofia concentrica) ou a cardiomiopatia dilatada (incomum nos felinos, mas pode ocorrer). Então não esquecer de avaliar a função cardiovascular, avaliando sinais como sopro e taquicardia, efusão pleural e edema pulmonar. Eco deve ser feito.
Pode ter também ITU (ocorre em 22% dos pacientes), aumento da frequência de defecação e volume de fezes e geralmente desenvolve vômito e diarréia. 
A DRC é uma das doenças mais comuns em felinos geriátras, então ter um felino com DRC é uma comorbidade (quando duas doenças estão estão etiologicamente relacionadas) e não uma consequência do hipertireídismo. Um fenômeno que pode acontecer é a piora da insuficiência renal – deve-se monitorar a função renal num paciente que vai passar por tratamento para hipertireoidismo. Os hormônios tireoidianos estão relacionados com o aumento da TFG, secreção e reabsorção tubular. Então quando trata o animal para o hipertireoidismo, que está “mascarando” os sinais clínicos da DRC, os sinais da DRC aparecem.
DIAGNÓSTICO: SINAIS CLÍNICOS, principalmente a palpação do nódulo na tireóide; depois a concentração sérica de T4 total e T4 livre. Espera que o T4 livre esteja bem aumentado e o TSH bem diminuído. Não esquecer que doenças crônicas e alguns fármacos (fenobarbital e corticóides) levam a diminuição da concentração de T4, podendo um paciente com hipertireoidismo ser interpretado como normal. Ultrassom cervical pode ver o nódulo na tireóide, não vai dar muita informação do estado funcional da glândula.
TRATAMENTO: a primeira opção é fazer medicamentos anti-tireoidianos, que são Metimazol - tratamento mais utilizado, é a recomendação inicial. Por bloquear os hormônios tireoidianos, esse fármaco reverte as condições metabólicas e cardíacas [exceto a cardiomiopatia dilatada). Bloqueia a incorporação do iodo. A dose inicial é de 2,5mg/animal BID. Efeitos adversos: trombocitopenia, vômito, diarreia e azotemia. 
Reavaliar em 15 dias se não houver nenhum efeito colateral e mensurar T4 total. Se tiver acima de 2mcg/dL, aumenta a dosagem e reavalia novamente em 15 dias. O objetivo é manter T4 total entre 1 e 2mcg/dL. Quando chegar nesse intervalo, mantêm a dosagem para o resto da vida. Se a mensuração for abaixo de 1mcg/dL, diminui a dose. Avaliar a cada duas semanas durante os três primeiros meses.
Para felinos muito agressivos ou de difícil administração de fármacos por via oral, pode-se utilizar formulações transdérmicas ou palatáveis. A transdérmica é feita no pavilhão auricular. O proprietário deve sempre usar luvas para que não absorva o fármaco. 
Ainda tem como medicamentos anti-tireoidianos o propiltiouracil e carbimazol. Começa com os medicamentos anti-tireoidianos primeiro para melhorar os sinais clínicos e a função metabólica do animal.
A função desses medicamentos é inibir a síntese de hormônio tireoidiano, mas o tumor continua crescendo.
A tireoidectomia é o tratamento definitivo, mas primeiro tem que melhorar os sinais clínicos dele para depois entrar para a cirúrgia. Não esquecer de avaliar a função renal por conta da IRC. Contraindicações: pacientes com alto risco anestésico, que já tenham insuficiência renal, em pacientes com tecido ectópico ou no caso de malignidade metastática. A principal complicação da cirurgia é um hipoparatireoidismo, pois na ressecção pode erroneamente retirar as paratireóides junto. Não terá assim o hormômio produzido por esta, paratormônio, que é responsável pela reabsorção óssea de cálcio, levando assim a uma hipocalcemia, que gera alterações comportamentais, dor, fraqueza muscular, tetania e convulsões. A cirurgia sempre deve ser precedida pelo tratamento médico e sempre avaliar a concentração sérica de cálcio, para caso se retirar as paratireóides na cirurgia, implanta-las. Deve-se monitorar o cálcio por 5 a 7 dias SID, se estiver com hipocalcemia, trata. Caso as 4 glândulas sejam removidas: terapia com cálcio e vitamina D. O cirurgião pode remover e reimplantar as paratireoides na musculatura cervical, ela vai ter revascularização. 
Dieta restrita em iodo (NÃO TEM NO BRASIL), se não tem iodo não tem formação de T3 e T4, não serve para adenocarcinoma, ou usa a dieta ou o medicamento. 
Iodo radioativo – tratamento de escolha para as neoplasias malignas também, animal vai receber o iodo 131 pode ser por via IV ou SC, a forma de ação dele é que ele se liga nas células funcionais, depois coloca o animal numa maquina de radiação para destruir esse tecido ligado ao iodo 131, não detroi as outras células afuncionais. Depois essas células que estavam atrofiadas, voltam a funcionar. Não tem no Brasil. O gato fica um pouco radioativo, tem que ficar em uma sala protegida por chumbo, até que toda a radiação seja eliminada do organismo. É feito tratamento prévio com metimazol (1 a 2 semanas) para estabilizar o paciente metabolicamente.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando