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Hipotireoidismo

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HIPOTIREOIDISMO EM CANINO
Raro em felinos. Quer dizer que a tireóide diminuiu ou parou de produzir os hormônios T3 e T4. 
Funções destes em um animal normal: aumento de metabolismo (grande função), gera calor. Então em um animal com hipotireoidismo o metabolismo esta mais lento e logicamente a geração de calor está mais baixa, são animais mais letárgicos, que ganham peso sem polifagia e precisam de uma fonte externa de calor. Além de aumentar o tônus simpático, aumenta o metabolismo de carboidratos, reduz os níveis plasmáticos de coleterol e triglicerides para gerar calor, aumenta a captação de glicose nas células. Estes hormônios também são importantes para o crescimento e desenvolvimento normal do animal, além disso faz a glicogenólise (quebra do glicogênio, para aumentar o metabolismo).
O hipotálamo produz o TRH, vai na hipófise e faz um feed back positivo, estimula a produção do hormônio TSH, este vai na tireóide e estimula a células desta a produzir T3 e T4. Quando esses níveis de T3, T4 ou TSH aumentam, eles fazem um feed back negativo com o hipotálamo, que faz um feed back negativo na hipófise. 
Hipotireoidismo PRIMÁRIO: Ocorre algum problema na tireóide. Mais de 95% dos casos, são pelo hipotereoidismo primário. A mais comum das doenças que acometem a tireóide é a tireoidite linfocitica, por algum motivo o organismo começa a produzir anticorpos contra a células da tireóide, que começam a ser destruídas. E é caracterizada histologicamente por uma infiltração difusa da glândula por linfócitos, plasmócitos e macrófagos e resulta em destruição progressiva dos folículos e fibrose secundária.
Outra causa comum é uma atrofia idiopática, que é caracterizada histologicamente por perda do parênquima tireóideo e substituição por tecido adiposo.
Mas também são causas, uma destruição neoplasica ou iatrogênico (quando eu faço alguma terapia para detruir a tireóide, como por exemplo, um tumor na tireóide e tem que retirar ela).
DIAGNÓSTICO: T4 e T3 baixos, porém TSH vai estar alto, pois se tem uma diminuição desses hormônios, a hipófise interpreta que tem que produzir mais TSH. 
Hipotireoidismo SECUNDÁRIO: O problema esta na hipófise, que o organismo para de produzir TSH. T4 e T3 vão estar baixos por conta do baixo TSH. As doenças que isto ocorre: má formação da hipófise (congênito); neoplasia hipofisária (animal com hiperadreno hipófise dependente pode desenvolver um tumor na hipófise, que pode destruir as células produtoras de TSH, além de um hiperadreno vai desenvolver um hipotireoidismo); síndrome do eutireóideo doente (por ser uma síndrome é um conjunto de sinais clínicos. A tireóide esta normal, mas o animal esta doente, tem sinais clínicos de hipotireoídismo, mas o problema não é a hipófise, o problema está em outra doença que acaba aumentando a produção de cortisol, que vai interferir na hipófise, diminuindo a produção de TSH. Por exemplo, por um hiperadrenocorticismo; doença crônica; aplicação de glicocorticóides).
Hipotireoidismo TERCIÁRIO: O problema está no hipotálamo, é raro. Quando tem uma má formação do hipotálamo ou destruição do hipotálamo, como a síndrome do macro tumor pituitário do hiperadreno.
O hipotireoidismo é uma doença de animal adulto, 4 – 5 anos. Não tem predisposição sexual, mas fêmeas castradas apresentam um risco maior de desenvolver do que fêmeas não castradas. Geralmente os animais afetados são de raças médias a grandes, as raças toy e miniatura são raramente afetadas. Raças relatadas como predispostas incluem golden retriever, doberman, pinscher, setter irlandês, schnauzer miniatura, dachshund, cocker spaniel e terrier airedale. Os sinais clínicos vão aparecer em um hipotireoidismo primário, quando a glândula tiver 75% do seu tecido produtor de hormônio destruido. 
SINAIS CLÍNICOS: metabolismo celular diminuído, é um animal mais letargico; estado mental um pouco alterado. Os sinais mais comuns, animal ganha peso sem polifagia; termofilia (animal quer ficar o tempo inteiro no sol, não consegue gerar calor por causa dos hormônios que estão baixos); defict mental (mais letargicos pois os hormônios da tireóide tem uma função importante no SNC); tem faces trágicas/mixoedema facial (tem um acúmulo de mucopolissacarídeos na região da face). Os sinais dermatológico destes animais também são muito comuns, como a alopesia simétrica bilateral, que poupa cabeça, poupa membros e não se coça, a não ser por causa de infecção secundária; animal tem seborréia; pode ter piodermite ou otite recorrente; hiperqueratoze ou hiperpigmentação; e um dos principais sinais clínicos é a cauda de rato. Tem esta alopesia pois acaba estimulando os pelos a ficarem na fase telogenica, que não tem o crescimento de pêlo. Animal vai ter crescimento retardado. Em cães intactos, o hipotireoidismo pode causar vários distúrbios reprodutivos: em fêmeas, insuficiência no anestro ou ciclo esporádico, infertilidade, aborto ou ninhada com pouca sobrevivência; e em machos, diminuição da libido, atrofia testicular, hipospermia ou infertilidade.
Durante o período fetal e nos primeiros meses de vida, os hormônios tireóideos são cruciais para o crescimento e o desenvolvimento do esqueleto e do SNC. Portanto, além dos sinais bem reconhecidos do hipotireoidismo com início na vida adulta, nanismo desproporcional e desenvolvimento mental prejudicado (cretinismo) são sinais proeminentes de hipotireoidismo congênito de início juvenil. No hipotireoidismo congênito primário, o aumento da glândula tireóide (bócio) também pode ser detectado, dependendo da causa do hipotireoidismo.
DIAGNÓSTICO: Coleta o sangue do animal, o hemograma vai dar poucas cordenadas, o que se observa é uma anemia normocítica, normocrômica, não regenerativa. Faz o bioquímico focando no colesterol e no triglicerides (pois os efeitos dos hôrmonios da tireóide são aumentar o metabolismo celular, ele vai tirar o máximo de colesterol que está no sangue para melhorar o metabolismo. Então animal que tem hipotireoidismo, o colesterol e o triglicerides dele vão estar aumentados, pois os hôrmonios não estão agindo). Quando faz a dosagem sérica, vê hipercolesterolemia. Quando faz um ultrassom da tireóide no caso de um hipotireoidismo primário, a tireóide vai estar diminuída. É bom usar o ultrassom para diferenciar da síndrome do eutireoideu doente, pois neste a tireóide vai estar normal. 
Dentro do sangue do animal existe o T4 livre e T4 ligado a proteína plasmática (99%). O T4 livre que corresponde a menos de 1% do total de todos os hôrmonios da tireóide. A função do T4 livre, ele é um hôrmonio biologicamente ativo, ele que vai entrar dentro da célula e vai fazer os efeitos normais. Já o T4 ligado a proteína plasmática serve como um reservatório para que a concentração de T4 livre sofra o mínimo de interferencia. Como a T3 é o hormônio tireóideo mais potente no nível celular, seria lógico medir a sua concentração para fins diagnósticos. Entretanto, concentrações séricas de T3 podem estar baixas, normais ou (ocasionalmente) altas em cães com hipotireoidismo documentado. O valor diagnóstico da determinação sérica de T3 parece particularmente pequeno durante o início da insuficiência tireóidea, porque a “tireóide deficiente” tende a aumentar a síntese e a secreção relativas de T3 acima das de T4.
PARA FAZER O DIAGNÓSTICO vai dosar o T4 total, o T4 livre e dosar o TSH. O valor de referência mínimo de T4 total é 1,5. O T4 livre o valor de referência é 0,7. TSH máximo 0,5 e o valor mínimo é 0,1.
A concentração sérica de T4 total pode sofrer interferência com outros medicamentos, como fenobarbital, glicocorticoides, AII não esteroidal e SULFA. O T4 TOTAL PODE ESTAR BAIXO.
Um T4 sérico baixo, não confirma um hipotereoidismo. Mas um T4 sérico normal, descarta um hipotireoidismo. 
O T4 livre, sofre muito menos interferência do que o T4 total, é mais confiável.
A administração de TSH bovino exógeno após a mensuração da T4 sérica fornece uma importante informação diagnóstica, pois testa a reserva secretória da tireóide.
O teste de estimulação pelo TSH é o
teste não invasivo mais definitivo para diagnosticar o hipotireoidismo primário. Um protocolo amplamente usado é coletar uma amostra sangüínea basal para determinar a T4 sérica, administrar 0,1u/kg de TSH EV (dose máxima de até 5u) e após 6h coletar uma nova amostra para determinar a T4 sérica.
No hipotireoidismo primário, a concentração sérica de T4 após a administração de TSH permanece abaixo da taxa normal para T4 basal (< 1mg/dL, < 10nmol/L) e raramente ultrapassa 0,2mg/dL (2,5nmol/L) acima do valor basal. Com o teste de estimulação pelo TSH, o hipotireoidismo primário pode ser distinguido de outras causas de diminuição das concentrações séricas de T4 (por exemplo, drogas e doenças não tireóideas), nas quais a resposta da T4 sérica pode ser suprimida, mas o aumento na sua taxa é semelhante ao normal. Para caracterizar o quadro de hipotireoidismo, a concentração de T4 após a aplicação de TSH deve aumentar para pelo menos 2mg/dL (25nmol/L) acima do seu valor basal ou exercer a sua concentração basal, 6h após a injeção de TSH. Os cães que não se enquadrarem nesse critério podem ser considerados hipotireóideos.
Se tiver suspeitando de tireoidite linfocitica, existe um teste que é a dosagem sérica de anticorpos contra antiteoglobulina. Mas tem que associar esses valores aos sinais clínicos, aos achados laboratoriais e a dosagem sérica dos hormônios.
Síndrome do eutireoideu doente -
Animal que tem outra doença, fora da tereóide, mas que é capaz de aumentar os indices séricos de cortisol que vai interferir na produção de TSH pela hipófise.
TRATAMENTO: deve ser direcionado a doença de base. Se o animal não tem esses hormônios da tireóide faz a suplementação com Levotiroxina sódica sintética 0,02mg/kg, dose máxima de 0,8mg, uso contínuo e sempre duas vezes por dia.
Começa o tratamento fazendo a levotiroxina sódica, mas tem alguns animais que não respondem a ela, e passa para o Puran T4 (medicina humana), se o animal não responder também passa para o Synthroid (humano também) e se este não der certo passa para o Canitroid, que é próprio para a veterinária, porém é muito caro. 
Para monitorar o animal tem que melhorar os sinais clínicos. Reavaliar o paciente de 6 – 8 semanas após o inicio do tratamento, mensurando o T4 livre e o TSH, 4 – 6h, depois da adminitração do medicamento. Se o T4 estiver muito alto, tem que reajustar a dose (abaixo 2,5 e acima de 6). Quando a dose do cão estiver estabilizada, recomenda-se avaliar 1 a 2 vezes por ano as concentrações séricas de T4 (com ou sem T3).
Se o animal não estiver respondendo depois de 4 – 6 meses, tem que ficar atento se o proprietário esta realmente dando o medicamento (a cada 12h); o produto fora da validade; dose inapropriada; frequência errada; comprimido de baixa potência.

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