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PRÉDIO DA morfologia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS
LABORATÓRIO DE ENTOMOLOGIA FLORESTAL
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RELATÓRIO DE INSPEÇÃO
	DOS PRÉDIOS DA MORFOLOGIA/CCBS
NA CIDADE UNIV. PROF. JOSÉ ALOÍSIO DE CAMPOS
Eng. Agron. Paula Pigozzo
Prof. Genésio T. Ribeiro 
São Cristóvão, SE
Abril, 2017
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INTRODUÇÃO
Cupins são insetos sociais que vivem em populosas colônias divididos em um sistema de castas (Costa Lima, 1938), e que podem alcançar em torno de 1000 m² de área de forrageamento (Almeida et al, 1999). A casta dos operários é a mais numerosa e a responsável pelos danos, e estima-se que sejam gastos em torno de 1 a 10 bilhões de dólares em controle, reparo e substituições de peças atacadas (Milano e Fontes, 2002), contudo este valor provavelmente encontra-se subestimado visto que existem poucos estudos a respeito destas infestações e nem todos os danos causados são reportados aos órgãos competentes.
Os cupins podem causar diversos tipos de danos às peças de madeira das edificações que compõem o telhado, armários, batentes de portas, escadas, rodapés, entre muitas outras, como também aos materiais armazenados no interior destas, tais como caixas de papelão, documentos, livros, roupas etc. A falta de controle, ou o controle inadequado, pode favorecer as grandes infestações ou a dispersão dos pontos sob ataque expondo os usuários do local a graves acidentes ou a perdas inestimáveis do patrimônio material e intelectual.
O objetivo da vistoria foi identificar as espécies responsáveis pelos danos no patrimônio da Universidade Federal de Sergipe e elaborar plano estratégico de controle e proteção.
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PRÉDIO DA MORFOLOGIA
Duas espécies de cupins foram coletadas e identificadas. A distribuição está de acordo aos dois croqui abaixo (figuras 1 e 2).
Figura 1: Croqui do prédio da Morfologia com a distribuição dos pontos de infestação, espécies responsáveis pelos danos e localização de ninhos em árvores no entorno.
Figura 2: Croqui do prédio da Secretaria da Morfologia com a distribuição dos pontos de infestação e espécies responsáveis pelos danos.
Foi encontrado no pátio que rodeia a secretaria 2 ninhos ativos arborícolas da espécie Nasutitermes corniger. Partindo do ninho situado na árvore Delonix regia (figura 3) foram visualizados túneis na pilastra exterior, um ninho secundário, túneis no teto e descendo pela parede até atingir o batente da porta (figura 4). Ainda pela estrutura de concreto sobre o corredor partem túneis que se estendem até a secretaria da Fisiologia onde atuam no batente da porta da sala de Pós-Graduação. Esta colônia também está procurando alimento no prédio das salas de aula da Morfologia, pois foram visualizados túneis na parede externa dos banheiros para deficientes (figura 5), alcançando o batente da porta do prédio no corredor e também pela parede externa em direção a Sala de Aula 1, onde pela janela foi visualizada atividade já no seu interior (figura 6). Não foi visualizada atividade no telhado do prédio neste local.
Figura 3: Ninho de Nasutitermes corniger em Delonix regia. 
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Figura 4: Tunelamento até batente da porta da Copa. Foto Jorge Oliveira, São Cristóvão, SE, 2017.
Figura 5: Tunelamento na parede externa do banheiro para deficientes. Foto Jorge Oliveira, São Cristóvão, SE, 2017.
Figura 6: Atividade termítica nas janelas da Sala de Aula 1. Foto Jorge Oliveira, São Cristóvão, SE, 2017.
Um terceiro ninho ativo de Nasutitermes corniger foi encontrado em Mangifera indica na outra extremidade do prédio (figura 7), de onde saem túneis que se estendem para o batente da porta (figura 8). Não foi visualizada atividade no telhado do prédio neste local.
Figura 7: Ninho de Nasutitermes corniger em Mangifera indica. Foto Jorge Oliveira, São Cristóvão, SE, 2017.
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Figura 8: Tunelamento do chão até a laje de cobertura da entrada exterior do prédio da Morfologia e detalhe da chegada ao batente. Foto Jorge Oliveira, São Cristóvão, SE, 2017.
No prédio principal foram encontrados afloramentos de túneis já sem atividade espécie Heterotermes sulcatus em 3 laboratórios não sendo necessário controle desta espécie nestes locais (figura 1). Já no prédio da secretaria, túneis ativos da espécie foram encontrados em todas as salas (figura 2), principalmente na Sala da Chefia (figura 9) e Copa (figura 10). No batente da porta do Museu foi verificada alta atividade da espécie, sendo que a placa de madeira usada já perdeu toda sua resistência (figura 11). Alguns túneis com origem do piso do mezanino em mais de uma das salas indicam alta atividade no interior oco deste local, sendo necessária abertura do piso para investigação mais detalhada (figura 12). Em alguns pontos foram visualizados túneis com origem na rede elétrica (figura 10).
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Figura 9: Tunelamento na estrutura da secretaria. Foto Jorge Oliveira, São Cristóvão, SE, 2017.
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Figura 10: Tunelamento na parede da Copa e túneis com originados da rede elétrica. Foto Jorge Oliveira, São Cristóvão, SE, 2017.
Figura 11: Atividade de Heterotermes sulcatus no painel do batente da porta do Museu. Foto Jorge Oliveira, São Cristóvão, SE, 2017.
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Figura 12: Afloramento de túneis com origem no mezanino no prédio da Secretaria da Morfologia. Foto Jorge Oliveira, São Cristóvão, SE, 2017.
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MEDIDAS DE CONTROLE E PREVENÇÃO INDICADAS:
Retirada dos ninhos arborícolas existentes nos pátios que contornam o prédio principal e o prédio da secretaria, bem como do ninho secundário na cobertura de concreto do corredor.
Tratamento interno das paredes do prédio da secretaria com afloramentos de tunelamento e investigação do piso do mezanino em busca de ninho secundário.
Tratamento dos conduítes com inseticida em pó.
Medidas de reparação que tampem as frestas existentes nas janelas e os pequenos vãos e rachaduras encontradas na estrutura das mesmas e dos aparelhos de ar condicionado para dificultar a entrada e o favorecimento da instalação de novas colônias.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, J. E. M.; ALVES, S. B.; WALDER, J. M. M. Tamanho da área de forrageamento do cupim subterrâneo Heterotermes tenuis (Isoptera; Rhinotermitidae) em cana-de-açúcar. Piracicaba. Sci. gric., v.56, n.2.  1999.
COSTA LIMA. Insetos do Brasil. 1º Tomo. Série didática, nº 2, Escola Nacional de Agronomia. Rio de Janeiro, Brasil. 263-328p. 1938.
MILANO, S.; FONTES, L. R. Controle de cupins: Inteligência humana x sabedoria natural. In: Cupim e cidade: implicações ecológicas e controle. São Paulo, Brasil. 21-32p. 2002.

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