Buscar

Exame físico do aparelho locomotor dos equinos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

www.ibvet.com.br 
Centro Universitário Vila Velha 
Curso de Medicina Veterinária 
 
 
 
Jairo Jaramillo Cardenas 
Anderson Luiz Araújo 
 
 
 
 
 
EXAME FÍSICO DO APARELHO LOCOMOTOR DOS 
EQÜINOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vila Velha – ES 
2007 
www.ibvet.com.br 
Jairo Jaramillo Cardenas 
Anderson Luiz Araújo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXAME FÍSICO DO APARELHO LOCOMOTOR DOS 
EQÜINOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vila Velha – ES 
2007 
Trabalho apresentado à disciplina de 
Estágio Supervisionado do Curso de 
Medicina Veterinária do Centro 
Universitário Vila Velha. 
 
Orientador: Prof. Dr. Jairo Jaramillo 
Cárdenas 
 
www.ibvet.com.br 
 
 
 
 
 
Dedicatória 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esse trabalho aos meus 
pais Jonathan e Elvira meus 
amores e razão da minha vida, 
meus e irmãos Andréia e Carlos 
André. E ao meu orientador e 
grande amigo Jairo pelo empenho 
e amizade não só agora nesse 
trabalho, mas sim desde quando 
eu o conheci, muito obrigado por 
me ensinar. 
 
 
 
 
www.ibvet.com.br 
 
 
 
 
 
Agradecimentos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agradeço a meus pais Jonathan e Elvira, pelo amor, apoio e dedicação durante 
toda minha vida. 
Aos meus irmãos Andréia e Carlos André meus amigos inseparáveis. 
Aos meus professores da Clinica de Animais de Grande Porte Ana Claúdia, 
Giuliano, Graziela, Odael e Jairo por serem além de professores e um exemplo 
na profissão, meus amigos com os quais sempre pude contar nas horas de 
dúvida e incertezas, muito obrigado. 
E aos meus amigos que sempre estiveram comigo, sempre que foi preciso e 
também quando não era, muito obrigado. 
 
 
 
 
 
www.ibvet.com.br 
CARDENAS, J.J. ARAÚJO, A.L. Exame físico do sistema locomotor 
dos eqüinos. Vila Velha - ES, 2007. Trabalho de Conclusão do Curso de 
Medicina Veterinária – Centro Universitário Vila Velha 
 
 
 
Resumo 
 
Desde os tempos mais remotos os cavalos tem andado ao lado do homem, sendo utilizado 
desde fonte de alimento, ferramenta de trabalho, meio de transporte e até mesmo arma de 
guerra; atualmente seu status na sociedade mudou e ele passou a ser um atleta, o que 
influencia na exigência física e justifica inúmeros problemas de saúde, sendo o sistema 
locomotor a maior causa de inatividade atlética dos eqüinos. O presente trabalho tem como 
objetivos 1) Destacar a importância do exame clinico sistemático, organizado e lógico do 
sistema locomotor eqüino. 2) Associar a anatomia topográfica com a sua aplicação ao exame 
clínico do sistema locomotor. 3) Facilitar a consulta rápida e resumida de alunos e/ou 
profissionais na avaliação do sistema locomotor. O sistema locomotor do eqüino é composto 
por uma integração entre tecidos moles e tecidos duros, que formam uma unidade funcional 
que trabalha de forma harmônica e complementar.O termo “claudicação” pode ser definido 
como um desvio no movimento normal ou uma postura alterada na dinâmica do cavalo. 
Durante o exame físico do aparelho locomotor eqüino deve-se possuir uma ordem sistemática 
da avaliação para que não pule partes do exame, minimizando os erros de interpretação. 
 
Palavras-chave: Eqüino, Claudicação, Locomotor, Exame Físico, Testes de Flexão, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
www.ibvet.com.br 
SUMÁRIO 
 Pg. 
 
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................... 1 
2. OBJETIVO.................................................................................................................. 1 
3. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................... 1 
 3.1. Anamnese............................................................................................................. 2 
 3.2. Exame Físico........................................................................................................ 3 
 3.2.1. Inspeção com o Animal em Repouso .......................................................... 3 
 3.2.2. Exame em Exercício..................................................................................... 4 
 3.2.2.1. Claudica? De que membro?................................................................... 4 
 3.2.2.2. Condução da cabeça e Local de avaliação............................................. 4 
 3.2.2.3. Membro torácico Vs membro pélvico.................................................. 5 
 3.2.2.4. Testes de flexão.................................................................................... 5 
 3.2.3. Exame em estação......................................................................................... 6 
 3.2.3.1. Avaliação do casco............................................................................... 6 
 3.2.3.2. Palpação regional.................................................................................. 8 
 3.2.3.3. Testes específicos de Flexão................................................................. 12 
 3.2.3.3.1. Membro torácico........................................................................... 12 
 3.2.3.3.2. Membro Pélvico............................................................................ 13 
 3.3 Ajudas Colaterais na focalização da dor “Bloqueios Anestésicos” ...................... 16 
 3.3.1 Bloqueios Anestésicos Perineurais................................................................ 16 
 3.3.2 Bloqueios Anestésicos Intrarticulares............................................................ 18 
4. DISCUSSÃO................................................................................................................ 20 
5. CONCLUSÕES............................................................................................................ 21 
6. REFERÊNCIAS........................................................................................................... 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
www.ibvet.com.br 
LISTA DE FIGURAS 
 
 Pg. 
 
Figura 1. Avaliação da sensibilidade do casco do eqüino com as pinças de casco. ........... 07 
Figura 2. Palpação regional de tecidos moles e duros do sistema locomotor do eqüino.... 11 
Figura 3. Testes de flexão do membro torácico do eqüino................................................. 13 
Figura 4. Testes de flexão do membro pélvico do eqüino................................................... 15 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
-SC- Via Subcutânea 
-IV- Via Intravenosa 
-IM- Via Intramuscular 
-VO- Via Oral 
-MTE- Membro Torácico Esquerdo 
-TFDP- Tendão Flexor Digital 
Profundo 
-TFDS- Tendão Flexor Digital 
Profundo 
-%- Porcentagem 
-/- Por ou Para 
-<- Menor 
->- Maior 
-®- Marca Registrada 
-US- Exame Ultrasonografico 
-RX- Exame Radiográfico 
-Seg- Segundos 
-N- Nilton 
-Mg- Miligramas 
-Ml- Mililitros 
-UI- Unidades Internacionais 
-kg- Quilograma 
-BH: brasileiro de hipismo 
-S- Sistema 
-SRD- Sem Raça Definida 
-PSI- Puro Sangue Inglês 
-BH- Brasileiro de Hipismo 
-RL- Ringer Lactato 
-KCL- Cloreto de potássio 
-Ca- Gluconato de Cálcio 
-DMSO- Dimetil Sufoxido 
-Vit- Vitamina 
-FC- Freqüência Cardíaca 
-FR- Freqüência Respiratória 
-TºC- Temperatura Retal 
-TPC- Tempo de Preenchimento 
Capilar 
-SID- Medicamento administrado acada 24 horas. 
-BID- Medicamento adiministrado a 
cada 12 horas. 
-TID- Medicamento administrado a 
cada 8 horas. 
-NR: Não realizado
 
 
 
 
 
 
 
www.ibvet.com.br 
1- INTRODUÇÃO 
 
Desde os tempos mais remotos os cavalos tem andado ao lado do homem, sendo utilizado 
desde fonte de alimento, ferramenta de trabalho, meio de transporte e até mesmo arma de 
guerra; atualmente seu status na sociedade mudou e passou a ser um atleta, o que 
influência na exigência física e justifica inúmeros problemas de saúde, entre deles o 
sistema locomotor (Goodship e Birch, 2001 apud MARANHÃO, 2006). Com estas 
mudanças, a exigência para que estes animais se tornem mais aptos para a competição, 
eles vêm sendo exigidos com treinamentos árduos, cada vez mais precocemente, e sem 
contar com as horas de viajem que estes animais são submetidos para realizar as diferentes 
modalidades de competição. É por este motivo que o medico veterinário tem um papel 
fundamental tanto na prevenção, quanto no diagnóstico e tratamento das lesões 
osteoarticulares de eqüinos, mas pela mesma complexidade do sistema e as inúmeras 
estruturas anatômicas que o cavalo possui nos membros, o exame físico deve ser muito 
bem considerado. 
 
2- OBJETIVOS 
 
O presente trabalho tem como objetivos: 1) Destacar a importância do exame clinico 
sistemático, organizado e lógico do sistema locomotor eqüino. 2) Associar a anatomia 
topográfica com a sua aplicação ao exame clínico do sistema locomotor. 3) Facilitar a 
consulta rápida e resumida de alunos e/ou profissionais na avaliação do sistema 
locomotor. 
 
3- REVISÃO DE LITERATURA 
 
O sistema locomotor do eqüino é composto por uma integração entre tecidos moles 
(tendões, ligamentos, músculos, bolsas sinoviais e nervos associados) e tecidos duros 
(esqueleto apendicular, axial e cartilagens articulares associadas), que formam uma 
unidade funcional que trabalha de forma harmônica e complementar (SPEIRS,1999). 
 
O termo “claudicação” pode ser definido como um desvio no movimento normal ou uma 
postura alterada na dinâmica do cavalo, produzido por ou um desordem mecânico 
(RAMEY;1997). Esta alteração do passo normal, por ser causada por desordem funcional 
www.ibvet.com.br 
ou estrutural no sistema locomotor manifesta-se com maior ou menosr intensidade 
depende das áreas comprometidas e o grau de lesão produzido em determinada região 
(BUCHNER; 2005). 
 
A Associação Americana de Praticantes Veterinários de Eqüinos (American Association 
Equine Practitioner-AAEP) também aconselha a utilização do escore de claudicação nos 
graus de classificação dependendo da manifestação física da dor e mudança no andamento 
assim: 
 
Grau 1: Difícil de observar; sem variações físicas ou aparentes no andamento,mesmo 
sobre certas circunstâncias. 
Grau 2: Difícil de observar quando anda ou trota em linha reta; aparente só sobre certas 
circunstâncias (círculo, carregando peso, circulando, inclinação, superfície dura, etc). 
Grau 3: Observada no trote durante todas as circunstâncias. 
Grau 4: Claudicação óbvia; marcado movimento de cabeça, claudicação ou encurtamento 
do passo longo. 
Grau 5: Suporte de mínimo peso em movimento ou parado; inabilidade para andar. 
 
 Segundo Benoit e Mitchell (2006) para realizar um adequado exame clinico do aparelho 
locomotor dos eqüinos, deve-se ter uma sistemática seqüência que começa desde a 
anamnese e termina nos mais diversos métodos diagnóstico que acabam contribuindo na 
especificidade no reconhecimento da lesão e consequentemente um tratamento mais 
eficiente; estes passos são: 
 
3.1. Anamnese: 
 
Durante o exame clinico do aparelho locomotor eqüino deve-se fazer uma pesquisa 
detalhada do histórico do animal, devendo procurar identificar o tipo de atividade 
realizada, superfície de trabalho e freqüência e intensidade do mesmo. Por exemplo, tipo 
de esporte pode ser uma ferramenta importantíssima na anamnese, pois algumas lesões 
estão intimamente ligadas ao esforço que o animal realiza durante as provas e 
treinamentos. 
 
www.ibvet.com.br 
Algumas vezes a anamnese pode não ser precisa ou trazer informações importantes, pois o 
animal foi adquirido recentemente ou o proprietário esconde o tempo de claudicação por 
não ter chamado o profissional rapidamente, mas outras vezes acaba sendo de grande 
utilidade (STASHAK, 1994). Segundo Stashak (1994), existem algumas questões que 
devem ser levantadas durante a anamnese como: Há quanto tempo começou a 
claudicação?, O animal ficou em repouso ou foi trabalhado durante esse período?, O que 
causou a claudicação?, Ao exercitar o animal melhora?, O cavalo tropeça?, Foi realizado 
algum tratamento?, Houve melhora após o mesmo?, Quando foi a ultima vez que o animal 
foi ferrado?, etc. 
 
3.2. Exame Físico 
 
3.2.1. Inspeção com o Animal em Repouso 
 
A inspeção pode ser realizada primeiramente à distância observando o animal por todos os 
ângulos, observando o tipo corpóreo alterações na postura, distribuição de peso e posição 
de membros (STASHAK, 1994, SPAIRS, 1999). Algumas vezes o animal assume uma 
postura que pode nos auxiliar no diagnostico; um exemplo comum é quando em posição 
normal os membros torácicos devem suportar quantidades iguais de peso e devem estar 
opostos um a outro, quando isto não acontece é provável que haja alterações que cursem 
com algum grau de dor (STASHAK; 1994, DYSON, 2003). 
 
Por outro lado, os aprumos realizam um importante papel no desencadeamento de lesões 
quando estes ficam com angulações erradas ou forma do padrão linear (STASHAK; 1994, 
SPAIRS, 1999; DYSON, 2003). 
 
Na inspeção devem ser também observados os cascos a procura de desgaste anormal, 
rachaduras e contração do bulbo dos talões (STASHAK,1994; MELLO,2006). Já as 
articulações e tendões devem ser inspecionados a procura de aumentos de volume, ou 
acúmulo de líquidos; os músculos dos membros, costas e lombo a procura de edemas, 
lesões cutâneas e/ou atrofias (STASHAK, 1994; WATKINS, 2006; FONSECA, 2007). 
 
 
 
www.ibvet.com.br 
3.2.2. Exame em Exercício 
 
3.2.2.1. Claudica? De que membro? 
 
O principal objetivo de examinar o animal em exercício é determinar o membro afetado e 
o grau da claudicação; para isso na maioria das vezes é vantajoso observar primeiro os 
membros torácicos com o cavalo em direção ao avaliador e depois os pélvicos em sentido 
contrário; isto ao passo e trote respectivamente; movimentos ao galope podem ser 
realizados na guia e de forma circular (KEEGAN; 2005). Como os membros têm que 
carregar a massa corporal total e desenvolver movimento para frente, qualquer 
manifestação de dor, muda a coordenação dos membros e o padrão do passo se torna 
diferente; é por isso a grande importância da observação da cabeça na inspeção do exame 
físico em movimento (BUCHNER; 2005). Resumindo, a movimentação da cabeça, um 
possível déficit ao andar, as alteração na altura do arco de suspensão do membro, as fases 
do passo, o ângulo de flexão das articulações para a colocação dos membros e a simetria 
na duração e elevação dos glúteos são fatores em que o veterinário avaliador deve estar 
sempre familiarizado quando avalia um cavalo com claudicação (STASHAK; 1994 
ROSS, 2006a; ROSS, 2006b). Cabe destacar que antes de realizar a movimentação do 
cavalo é muito importante limpar adequadamente os cascos para garantir que nenhum 
corpo estranho ou algum material externo (cravos, pedras, ferradura solta, etc) acabam 
atrapalhando a interpretação da mecânica do movimento de este animal (SPAIRS, 1999). 
 
3.2.2.2. Condução da cabeça e Local de avaliação: 
 
Outro detalhe que deve ser levado em consideração,é que quando se realiza o exame em 
movimento a pessoa que conduz o animal deve manter a guia bem solta, com a cabeça 
centralizada e em linha reta ao corpo para assim evitar que ela junto com o pescoço 
oscilem de um lado para o outro, criando assim um movimento assimétrico que poderia 
dificultar a observação dos movimentos sutis desta região (STASHAK, 1994). 
 
Para a avaliação do exame de claudicação é preferível optar por superfícies duras que 
causam uma maior concussão nos cascos e permitem que o examinador além de observar, 
escute também a colocação do membro no solo (STASHAK, 1994). Alguns lugares 
utilizam outras técnicas avançadas como as plataformas de força ou superfícies onde além 
www.ibvet.com.br 
da amplificação do som, pode-se mensurar a força com que o cavalo coloca o membro no 
chão, tornando mais fácil a interpretação do exame (BUCHNER, 2005). 
 
3.2.2.3. Membro torácico Vs membro pélvico: 
 
A claudicação do membro torácico é mais fácil de reconhecer do que a claudicação no 
membro pélvico, já que a cabeça e o pescoço vão para cima quando o membro que 
claudica toca o chão e vão para baixo quando o membro normal apóia (ROSS, 2006a); já 
na claudicação no membro pélvico é muito mais importante o reconhecimento do conceito 
da “marcha pélvica”, onde existe uma assimetria no movimento da pelve em relação dorso 
ventral e laterolateral sem indicadores como são a cabeça e pescoço como é para o caso 
dos membros torácicos (ROSS, 2006b). Por outro lado a maioria dos cavalos quando 
sentem dor nos membros pélvicos, tendem a sair mais rápido da sincronia do que nos 
torácicos já que a contração do músculo glúteo é diminuída, o que leva a uma diminuição 
da duração no acenso pélvico, acusando a asincronia (KEEGAN, 2005). 
 
3.2.2.4. Testes de flexão: 
 
Muitas manifestações que ainda estão presentes de forma discreta mas que ainda é difícil a 
localização da dor, podem chegar a responder de forma satisfatória ao serem realizados os 
testes de flexão em cada articulação separadamente. Estes testes consistem em manter a 
região articular e as estruturas moles adjacentes flexionadas durante um pequeno espaço 
de tempo, em seguida o cavalo é trotado e procura-se por sinais de claudicação ou 
agravamento da claudicação o agravamento dos sinais após ter forçado um lugar 
específico (RAMEY, 1997). 
 
Não existe ainda um consenso na informação disponível ao praticante sobre força ideal e 
duração dos testes de flexão dos membros, mas escalas publicadas da duração ótima dos 
testes podem varia entre 30 segundos e 3 minutos; já a força recomendada para eles pode 
oscilar entre 140 e 100 N respectivamente (10 N são aproximadamente 1kg) (RAMEY, 
1997). 
 
 
 
www.ibvet.com.br 
3.2.3. Exame em estação 
 
3.2.3.1. Avaliação do casco: 
 
O casco desempenha papel fundamental na locomoção dos eqüinos, pois além de suportar 
o peso, absorver impacto e o atrito com o solo auxilia na propulsão e atua como uma 
bomba hidráulica para o retorno sanguíneo da extremidade do membro (Buttler, 1985 e 
Andrade 1986 Apud MELLO, 2006). 
 
O casco deve ser inspecionado visualmente para isso deve ser realizada a limpeza do 
casco com auxilio de um limpador de casco para remover detritos da região da sola e 
ranilha (SPAIRS; 1999). 
 
Segundo Schawarke (2006) as altercações de equilíbrio estão relacionadas a claudicação 
em eqüinos são ângulos da pinça e da quartela diferentes, talões contraídos, desequilíbrio 
médio-lateral, angulo da pinça e dos talões desiguais, ângulo da pinça dos talões do 
membro direito e esquerdo diferentes, casco muito pequeno em relação ao tamanho 
corpóreo do animal. 
 
A incidência de doenças como desmites, tendinites, sesamoidites, alterações degenerativas 
das articulações interfalangeanas e metacarpo-falangeanas, fraturas de primeira falange e 
sesamóides, doença do navicular estão fortemente ligadas a desequilíbrio do casco em 
cavalos puro sangue de corrida, principalmente nos membros anteriores (SCHAWARKE; 
2006). 
 
Para explorar melhor o casco deve-se usar uma faca de casco para aparar excesso de sola, 
explorar rachaduras na sola ou superfície de apoio, remover tecido da sola ou ranilha em 
região suspeita de dor (SPAIRS, 1999) 
 
Todas as regiões sensíveis ou com coloração anormal deve ser explorada cuidadosamente 
com uma faca de casco ate chegar no tecido normal (STASHAK, 1994). 
 
No casco pode ser realizada a percussão com a utilização de um martelo ou mesmo com a 
pinça de casco, isso pode indicar uma região dolorosa, proveniente de uma fratura, 
www.ibvet.com.br 
abscesso ou laminite. A percussão da parede do casco também pode produzir um som oco 
indicativo de o que pode indicar uma separação entre a parede do casco e as estruturas 
subjacentes (SPAIRS,1999). 
 
O exame com a pinça de casco é indispensável (Fig. 1), devido à facilidade para indicar a 
região da dor e localizar o local exato de lesão (SPAIRS, 1999). A pinça de casco deve ser 
utilizada sistematicamente, primeiro as regiões do casco devem ser palpadas levemente e 
depois empregando uma força maior (STASHAK, 1994). 
 
Deve ser realizada a palpação do rodete coronário em busca de aumento de temperatura 
ou dor, também pode ser realizado o teste da prancha que é uma forma de estender a 
articulação interfalângica distal muito utilizado para testar o osso navicular na Europa 
(SPAIRS, 1999). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Avaliação da sensibilidade do casco do eqüino com as pinças de casco. 
 
A- Presença de sujeira que deve ser retirada antes do EALE. 
B- Limpeza do casco antes do EALE. 
C- Teste com a pinça de casco, pressão realizada sobre a ranilha avaliando sensibilidade 
no navicular. 
D- Teste com a pinça de casco, avaliando sensibilidade na região do navicular. 
 
www.ibvet.com.br 
3.2.3.2. Palpação regional: 
 
O exame através da palpação e manipulação deve ser realizado sistematicamente de distal 
para proximal, procurando aumento de temperatura, aumento de volume, presença de dor 
ao toque ou à pressão e lesões de pele; Todos os achados anormais devem ser comparados 
ao membro contra lateral sendo então posteriormente associados os achados com a 
interpretação clínica no transcorrer do exame do cavalo claudicante (STASHAK,1994). 
 
A quartela ou região da articulação interfalângica proximal deve ser palpada na sua 
superfície dorsal, medial e lateral a procura de aumento de volume, temperatura 
aumentada, dor ou cicatrizes (STASHAK, 1994; SPAIRS, 1999). Após a palpação e com 
o membro erguido, deve-se realizar a rotação da articulação interfalângica proximal para 
identificar sensibilidade dos ligamentos colaterais desta articulação além de serem 
palpados os ligamentos colaterais dos sesamóideos distais, e os tendões flexores 
superficial e profundo na sua respectiva inserção (STASHAK, 1994). 
 
A articulação metacarpo falangiana (boleto) deve ser palpada a procura de inchaço ou 
espessamento da cápsula articular, distensão ou dor de forma similar que a quartela. O 
ápice e a base de cada osso sesamóideo são também palpados para citada verificação da 
dor (SPAIRS, 1999). Aproveitando esta região são também verificados por palpação o 
tendão flexor digital profundo e superficial com a sua respectiva bainha; neste ponto, a 
rotação do boleto auxilia na avaliação dos ligamentos colaterais da articulação metacarpo 
falangiana (STASHAK,1994). As outras regiões proximais como sesamoideos proximais, 
os três ossos metacarpianos, carpo, ulna e espádua, podem ser verificados de forma 
similar na procura de dor, sensibilidade, aumento de temperatura ou atrofia muscular nasregiões provistas de musculatura (SPAIRS, 1999). 
 
Os tendões flexores e extensores devem ser palpados com o polegar e o indicador á 
procura de aderências; a superfícies dos ossos rudimentares (segundo e quarto 
metacarpianos) podem ser palpadas empurrando o ligamento suspensório do boleto para o 
lado oposto. Os tendões flexores digital superficial e profundo são recobertos em seu terço 
proximal e distal por uma bainha tendínea e seu terço médio é recoberto apenas por um 
paratendão. Cada região deve ser palpada cuidadosamente verificando os graus de tensão 
e deformidade na flexão; os tendões devem ser separados facilmente quando o boleto é 
www.ibvet.com.br 
flexionado já que em situações patológicas podem ser encontrados graus variáveis de 
aderência além do aumento em sua espessura (STASHAK, 1994). 
 
Os ligamentos devem ser palpados desde sua origem a sua inserção, o ligamento 
suspensório ou ligamento do músculo interósseo médio pode ser palpado na face palmar 
do terceiro metacarpiano, deve ser realizado uma palpação profundo com o polegar e o 
indicador a procura de dor ou inchaço (STASHAK, 1994). 
 
O ligamento acessório do carpo, também conhecido como ligamento acessório do tendão 
flexor digital profundo se origina dos ligamentos cárpicos palmares e se insere no tendão 
flexor profundo aproximadamente no terço meio do metacarpo; um processo inflamatório 
doloroso desse ligamento é chamado de desmite do ligamento acessório e é 
frequentemente diagnosticado pelo método direto de palpação regional 
(STASHAK,1994). 
 
O carpo deve ser avaliado pela palpação primeiro com o membro sustentando o peso e 
começando pela superfície dorsal à procura de tumefações, efusões de líquidos e dor; 
posteriormente é avaliado com o membro em flexão (suspensão), podendo-se inserir os 
dedos entre as depressões articulares formadas pela região radiocarpiana e 
carpometacarpiana (SPAIRS;1999, THOMASSIAN, 1997). 
 
A palpação da região do cotovelo deve começar primeiro com uma observação regional 
comparativa contra lateral, onde as vezes a superfície da região úmeroradioulnar encontra-
se caída associada a inflamação; esta situação poderia indicar entidades características do 
local como fratura de ulna e a palpação direta do olecrano acaba auxiliando de forma 
importante para guiar o diagnostico(STASHAK, 1994). 
 
É muito importante relembrar que a porção proximal dos membros, tanto torácico quanto 
pélvico possuem uma cobertura de tecidos moles e musculares muito maior, o que 
dificulta a observação de lesões que não são tão aparentes mas que por outro lado acusa 
sinais visíveis a simples vista como a atrofia dos músculo, maiores tumefações e na 
maioria das vezes maior sensibilidade (SPAIRS, 1999). 
 
www.ibvet.com.br 
A região do ombro ou articulação escapuloumeral, deve ser palpada em busca de 
aumentos de volume ou atrofias. No local onde fica a bolsa bicipital deve-se realizar uma 
palpação profunda na tentativa de avaliar a sensibilidade, já que este um dos pontos alvo 
quando lesões da articulação escapuloumeral acontecem. Um pouco mais proximal deste 
local, a escapula é examinada através da inspeção na procura de atrofia dos músculos 
supra e infra-espinhosos, que pode indicar uma paralisia do nervo supra-escapular; já na 
palpação, o inchaço e o aumento de sensibilidade podem sugerir um trauma ou uma 
fratura na região escapular (STASHAK, 1994). 
 
A palpação profunda em conjunto com a auscultação local auxiliam na identificação de 
fraturas além da muita dor que causariam os movimentos de flexão, extensão, abdução e 
adução (STASHAK, 1994). 
 
A palpação do membro pélvico tem uma seqüência similar à palpação do membro torácico 
no casco e no boleto com uma especial diferença a partir do jarrete em sentido proximal. 
A região do tarso deve ser palpada a procura de distensão da articulação tibiotársica, 
espessamento da cápsula articular fibrosa, proliferação óssea nas articulações distais do 
tarso (intertarsiana distal e/ou tarsometatarsiana), distensão da bainha tendínea társica, 
inflamação do ligamento plantar longo, luxação do tendão flexor digital superficial ou 
tumores nesta região (STASHAK, 1994; SPAIRS, 1999, SHOMAKER, 2004). 
 
A cápsula da articulação femoropatelar medial e lateral pode ser palpada entre o ligamento 
patelar médio e os ligamentos patelares medial e lateral respectivamente. Os três 
ligamentos patelares devem ser palpados à procura de desmite ou à procura de aumentos 
de volume, calor ou principalmente acúmulo de líquido sinovial; Algumas vezes é 
possível palpar fragmentos ósseos ou articulares no côndilo medial do fêmur que fica 
totalmente desprovisto de tecidos moles sendo este localizado entre os ligamentos 
patelares médio e medial. A patela deve também ser palpada em busca de deslocamentos, 
crepitação ou inflamação durante o exame do joelho (SPAIRS; 1999). 
 
A pelve deve ser inspecionada a procura de assimetria dos tubérculos coxais e isquiáticos, 
se presente o examinador deve suspeitar de fraturas dessa região, pode ser notadas fraturas 
de íleo e púbis pelo edema e crepitação e de íleo e acetábulo pelo exame retal. Em éguas 
quando ocorre edema perivaginal, edema na mucosa vaginal deve-se suspeitar de uma 
www.ibvet.com.br 
fratura da sínfise do púbis o que pode ser confirmado por exame vaginal simultâneo à 
movimentação dos membros posteriores (STASHAK, 1994). 
 
O exame de palpação retal deve avaliar a presença de tumefações, anormalidades da aorta 
e seus ramos e/ou aumento de linfonodos. A simetria da pelve deve ser verificada da 
mesma forma que as regiões do acetábulo, íleo, púbis e a superfície ventral do sacro 
(SPAIRS, 1999). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. Palpação regional de tecidos moles e duros do sistema locomotor do eqüino. 
 
A- Palpação da superfície apical dos sesamóideos proximais. 
B- Palpação dos TFDS e TFDP. 
C- Palpação da região do jarrete. 
D- Palpação da região toracolombar. 
 
 
 
 
www.ibvet.com.br 
 
3.2.3.3. Testes específicos de Flexão 
 
3.2.3.3.1. Membro torácico: 
 
Para realizar a flexão do boleto, esta deve ser realizada em um ângulo de 90° e mantida 
flexionada por um tempo de aproximadamente 1 minuto (Fig 2); quando o tempo termina 
o cavalo é trotado e o teste é considerado positivo se o animal claudica ou aumenta o grau 
de claudicação após tê-lo feito (SPAIRS, 1999). 
 
Neste e em todos os outros testes, deve-se ter cuidado para não empregar uma flexão ou 
uma força excessiva durante o procedimento, já que poderá provocar uma reação de falso 
positivo, resultando numa confusão na interpretação clínica da flexão (RAMEY; 1997); 
por outro lado é importante lembrar que quando se flexiona o boleto, as articulações 
interfalângicas proximal e distal sofrem também um discreto grau de flexão e isto deve ser 
considerado quando se interpreta o teste específico para esta articulação (SPAIRS, 1999). 
 
O teste de flexão não forçado do carpo é realizado mantendo o membro suspenso pelo 
metacarpo de maneira que o talão toque o antebraço e forçado quando o membro se 
desloca levemente para lateral, o que faz com que o casco e o metacarpo se alojem 
lateralmente ao antebraço aumentando ainda mais a flexão (SPAIRS, 1999). 
 
A flexão do cotovelo é realizada quando se realiza a flexão total do carpo e se direciona o 
membro torácico em sentido dorsal sendo este segurado pelo metacarpo. Esta manobra 
flexiona cranialmente a articulação umeroraioulnar esticando a cápsula articular desta 
região e funcionando como método de flexão específica para o cotovelo. 
 
A flexão do ombro é realizadasegurando-se o casco ou a quartela com uma ou duas mãos, 
realizando uma tração forçada em sentido posterior. Entre mais esticado o membro se 
encontre, mais forçada será a dilatação da cápsula articular do ombro, o que determina 
também a avaliação da sensibilidade da bursa bicipital. Dentro das lesões que produzem 
sensibilidade aumentada após o teste de flexão do ombro encontram-se a bursite, a 
calcificação da bolsa bicipital e a calcificação do tendão do músculo bíceps braquial. 
 
www.ibvet.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3. Testes de flexão do membro torácico do eqüino. 
 
A- Teste de flexão do boleto. 
B- Teste flexão do carpo. 
C- Palpação da origem do ligamento suspensório do boleto. 
D- Extensão do ombro, dor associada a essa manobra promove aumento da tensão do 
 
 
3.2.3.3.2. Membro Pélvico: 
 
No membro pélvico o exame também deve-se realizar de distal para proximal (Fig. 4) mas 
é importante considerar que este membro possui uma dinâmica diferente do torácico (Fig. 
3) quando impede que uma articulação seja estendida ou flexionada separadamente ou de 
forma individual; isto pode aumentar um pouco a complexidade dos testes e dificultar a 
sua interpretação; isto é denominado como “mecânica do aparelho recíproco do membro 
pélvico” (SPAIRS, 1999). 
 
A região do casco é examinada como descrito para o membro anterior. A região do boleto 
é flexionada mantendo o mais baixo o membro do animal para não produzir flexão do 
jarrete ou do joelho simultaneamente, produzindo teste de flexão, dificultando a 
interpretação. 
www.ibvet.com.br 
 
Na flexão do jarrete e na flexão do joelho devem ser respeitados os mesmos princípios de 
evitar flexionar regiões que não deveriam ser avaliadas nesse momento. Erros comuns 
deste tipo acontecem quando é flexionado o jarrete para a sua avaliação e acaba sendo 
flexionado o joelho simultaneamente ou quando é flexionado o joelho e acaba sendo 
flexionada a região coxofemoral ou região sacro isquiática. 
 
Uma das formas que da para diminuir a margem de erro nos testes de flexão do membro 
posterior é começar a avaliação da flexão de cima para abaixo, já que mesmo produzindo 
flexão em regiões proximais que já forram avaliadas, os resultados não mudariam em 
termos de interpretação. A outra forma é realizando o teste de flexão do joelho 
direcionando o membro pélvico em sentido caudal sujeitando o membro com as duas 
mãos na região da tíbia; isto anula totalmente a flexão do jarrete e do boleto que serão 
avaliados posteriormente (STASHAK, 1994). 
 
Na flexão do jarrete (Teste de esparavão), o membro pélvico é sujeitado pela pinça do 
casco com as duas mãos e para evitar a flexão do boleto, este membro deve ser 
direcionado o mais cranialmente possível no momento da flexão; como todos os testes 
definidos, após um minuto e meio ou dois minutos, o cavalo será avaliado ao trote 
novamente e em linha reta (THOMASSIAN, 1997). 
 
O exame dos ligamentos cruzados não é uma pratica rotineira no exame de claudicação 
mas deve ser realizado sempre que o cavalo apresentar uma sensibilidade especial nesta 
região do joelho. O teste pode ser realizado com o examinador se posicionando atrás do 
cavalo apoiando o joelho na superfície plantar do tarso e os pés próximos ao bulbo do 
talão; neste momento o examinador fica com as duas mãos na superfície proximal da tíbia 
tracionando bruscamente para trás; se houver algum dano em ligamento cruzado, o 
examinador vai perceber uma folga no sentido em que o ligamento esta rompido ou seja se 
a folga for no sentido cranial o ligamento cruzado cranial esta rompido e se a folga for no 
sentido caudal o ligamento rompido é o cruzado caudal (DYSON, 2003). 
 
Um outro teste que pode ser realizado para avaliar os ligamentos cruzados é com o 
examinador posicionado lateral ao cavalo; ele segura a tuberosidade tibial com uma das 
mãos e com a outra segura a cauda obrigando ao cavalo se apoiar com mais firmeza; neste 
www.ibvet.com.br 
momento o examinador empurra a tíbia em sentido caudal o mais forte possível e solta-a. 
Repetindo esse movimento aproximadamente 25 vezes, o cavalo incrementará o grau de 
claudicação pelo forçamentos da região (FONSECA, 2007). 
 
Os ligamentos colaterais também devem ser avaliados; o ligamento colateral medial é 
mais fácil de ser lesionado que o lateral sendo ele testado abduzindo o metatarso com o 
ombro apoiado na porção proximal da tíbia; se o ligamento estiver rompido ou estendido, 
o examinador vai perceber uma separação entre a tíbia e o fêmur no aspecto medial da 
articulação. O ligamento lateral é testado abraçando o joelho com as duas mãos e puxando 
lateralmente. Os dois testes podem ser repetidos varias vezes e o cavalo é trotado 
avaliando o grau de claudicação (SPAIRS, 1999). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4. Testes de flexão do membro pélvico do eqüino. 
 
A- Teste de flexão do joelho. 
B- Teste de flexão do jarrete. 
C e D- Testes de flexão do boleto. 
 
 
 
 
www.ibvet.com.br 
3.3 Ajudas Colaterais na focalização da dor “Bloqueios Anestésicos” 
 
3.3.1 Bloqueios Anestésicos Perineurais 
 
Muitas vezes o membro ou a região que esta causando a dor e consequentemente a 
claudicação não é bem definida pela anamnese, inspeção, palpação e/ou pelos testes de flexão 
e extensão; por este motivo o medico veterinário acaba se auxiliando dos bloqueios 
anestésicos locais tanto perineurais quanto intrarticulares para conseguir focalizar a região da 
dor e posteriormente procurar métodos diagnósticos específicos que apresentam a lesão como 
a radiologia e a ultrasonografía (STASHAK, 1994). 
 
A anestesia local é uma das partes mais importantes na avaliação das claudicações. O 
princípio por trás de seu uso é que uma vez que uma lesão dolorosa seja dessensibilizada, a 
claudicação ou resposta dolorosa à palpação ou manipulação resolvem-se parcial ou 
completamente. Isso demonstra que o local da dor localiza-se na área que foi bloqueada e 
deste modo poderá ser examinada por outros métodos mais específicos (SPEIRS, 1999). 
 
A utilização de bloqueios anestésicos como meio de diagnóstico de claudicação em eqüinos é 
bastante aceita na prática veterinária, sendo benéfica nos casos em que, mesmo após uma 
anamnese eficiente e um acurado exame físico, a origem e a região específica desta 
claudicação ainda não tenham sido identificadas (STASHAK, 1994; CARTER, 2005). 
 
Deve-se ter o cuidado de tratar a área de aplicação do anestésico como um campo cirúrgico, 
para reduzir as chances de irritação e formar uma barreira contra a infecção. O local da 
injeção deve ser tricotomizado limpo com uma solução anti-séptica (GAYNOR & HUBELL, 
1991). 
 
Segundo Speirs (1999), uma preparação tão cuidadosa é desnecessária. Métodos usuais 
incluem simplesmente a limpeza da região com uma compressa umedecida em álcool a 70% 
ou tricotomia do local, seguida de fricção com uma compressa umedecida em álcool 70%. O 
cavalo deve ser adequadamente contido, de maneira a evitar lesões no clínico. Esse cuidado 
aplica-se particularmente à injeção nos membros pélvicos, onde é necessário uma pessoa 
competente na contenção. Em alguns cavalos, o procedimento deve ser evitado ou abreviado 
(SPEIRS, 1999). 
www.ibvet.com.br 
O bloqueio anestésico perineural é definido como o bloqueio das regiões que são inervadas 
pelo respectivo nervo a ser bloqueado após ter depositado anestésico local acima do mesmo 
geralmente pela via subcutânea (STASHAK, 1994). Estas soluções anestésicas não são 
sempre colocadas onde se deseja, portanto, antes que os resultados dos testespossam ser 
avaliados, deve ter certeza que o anestésico dessensibilizou a região desejada, distal ao local 
de injeção. 
 
Para confirmar se o bloqueio foi realizado corretamente, devemos observar a 
dessensibilização cutânea da região inervada pelo nervo sensorial que está sendo bloqueado. 
Uma prática comum é usar uma agulha hipodérmica para testar se há sensibilidade cutânea 
embora sejams duas as desvantagens deste método: 1) é um teste não-confiável para sensação 
profunda. 2) seu uso repetido causa ressentimento no paciente após o bloqueio. Por estes 
motivos é preferível usar um objeto rombo, como uma caneta esferográfica, inicialmente 
aplicando uma pressão delicada e a seguir uma pressão mais firme sobre a pele; deste modo 
pode ser avaliada a dessensibilização da região (SPAIRS, 1999). 
 
Há numerosas razões para não se conseguir a anestesia desejada da região e estas incluem: 1) 
colocação do anestésico em local inadequado, 2) volume inadequado de anestésico, 3) 
presença de fibras nervosas aberrantes e/ou tecido fibroso, 4) origem múltipla da dor, 5) lesão 
dolorosa não-associada à região injetada (SPEIRS, 1999) e 6) infecção e inflamação (MUIR, 
1992). 
 
O bloqueio anestésico deve ser realizado de forma sistemática iniciando sempre distal para 
proximal, respetando a assepsia e relembrando a anatomia. Deste modo, os principais 
bloqueios perineurais realizados para diagnostico de claudicação em eqüinos são: 
 
No membro anterior: 
a) Bloqueio Digital Palmar 
b) Bloqueio Digital Palmar na Base dos Ossos Sesamóides Proximais (Sesamóideo Abaxial) 
c) Bloqueios Palmar e Metacárpico Palmar Inferior (Baixo em Quatro Pontos) 
d) Bloqueios Palmar e Metacárpico Palmar (Alto em Quatro Pontos) 
e) Anestesia das origens do ligamento suspensório 
f) Bloqueio palmar lateral ao nível da articulação intercápica 
g) Bloqueios mediano, ulnar e músculo cutâneo 
www.ibvet.com.br 
 
No membro posterior: 
a) Bloqueio Digital Plantar 
b) Bloqueio Digital Plantar na Base dos Ossos Sesamóides Proximais (Sesamóideo Abaxial) 
c) Bloqueios Plantar e Metatarsiano Plantar Inferior (Baixo em Quatro Pontos) 
d) Bloqueios Plantar e Metatarsiano Plantar (Alto em Quatro Pontos) 
e) Anestesia das origens do ligamento suspensório 
f) Bloqueio tibial 
g) Bloqueio fibular superficial e profundo (Peroneais) 
 
3.3.2. Bloqueios Anestésicos Intrarticulares 
 
Os bloqueios intra-articulares em eqüinos representam um método indicado, útil, barato e 
eficiente para o diagnóstico e reconhecimento de regiões com dor que não foram localizadas 
com os bloqueios perineurais e que podem estar lesadas ou que tornaram-se sensíveis aos 
testes de flexão no sistema locomotor. O bloqueio intra-articular faz parte primordial no 
reconhecimento do local a ser avaliado com outros métodos diagnósticos específicos como 
radiografia, ultra-som, termografía, ressonância magnética ou cintilografía uma vez que a dor 
desaparece. 
 
A contenção deve ser um ponto importante na hora do acesso articular já que reações 
inesperadas pela punção, dor, estresse ou outras condições externas podem fazer com que a 
técnica de acesso articular não saia corretamente e termine em contaminação, infecção 
articular ou lesão de estruturas vulneráveis como a cartilagem articular, vasos sanguíneos, 
tendões e ligamentos quando a agulha penetra ou já encontra-se dentro da estrutura articular. 
 
Quando o acesso articular é indicado para bloqueio diagnóstico, uma sedação mais profunda 
acabara interrompendo a locomoção e consequentemente a interpretação do efeito do bloqueio 
na articulação escolhida. Para este caso podem ser utilizados métodos de contenção física 
como o uso do “cachimbo” no lábio superior ou algum outro método de imobilização física 
que acabe sendo efetivo particularmente para esse animal. 
 
www.ibvet.com.br 
Alguns cuidados devem ser levados em consideração quando um acesso articular vai ser 
realizado já que o fato da região articular ser fechada, possuir um ambiente rico em nutrientes 
e propício para o crescimento bacteriano, faz com que a contaminação e uma conseqüente 
artrite séptica seja um dos agravantes mais importantes do acesso articular; por este motivo as 
técnicas de assepsia devem ser feitas tão rigorosas quanto a assepsia cirúrgica. Uma seqüência 
útil para o preparo da área a ser acessada pode sugerir os seguintes passos: a) Tricotomia 
ampla da área a ser acessada b) Lavagem com água e sabão c) Escovar com povidine 
desgermante durante 5 min no mínimo d) Anti-sepsia asséptica com luvas e gaze estéreis 
utilizando povidine tópico e depois álcool ou álcool iodado 5 a 10 vezes ou as vezes que for 
considerado necessário sem manipular a área que não foi tricotomizada e) Após o acesso 
articular colocar pomada antibiótica com ou sem bandagem, ou gaze estéril com bandagem 
protetora na região. As articulações com acesso mais freqüente são: 
 
Articulações Do Membro Anterior 
Articulação Interfalangiana distal (casco) 
Articulação interfalangiana proximal (quartela) 
Articulação metacarpofalangiana (boleto) 
Articulação radiocarpiana 
Articulação intercarpiana 
 
Articulações Do Membro Posterior 
As articulações do dedo e do boleto no membro posterior são iguais do que no membro 
anterior; por este motivo serão citadas as articulações a partir do jarrete. 
Articulações tibiotarsiana 
Articulação intertarsiana proximal 
Articulação intertarsiana distal 
Articulação tarsometatarsiana 
Articulação femorotibial lateral 
Articulação femoropatelar 
 
 
 
 
 
www.ibvet.com.br 
 
 
4- DISCUSSÃO 
 
Segundo Fonseca, (2007), as claudicações são a maior causa de inatividade atlética dos 
eqüinos, gerando grandes perdas econômicas; Nesse contesto, o medico veterinário deve estar 
apto a prevenir, diagnosticar e tratar essas lesões o mais rápido possível, sendo assim o exame 
físico do aparelho locomotor eqüino um dos pontos mais determinantes que acabam sendo um 
item fundamental na correção destes problemas. 
 
O conhecimento claro da anatomia do sistema locomotor tem um importante papel no 
raciocínio prático no processo de solução de problemas neste sistema nos eqüinos. Áreas 
paralelas à anatomia como diagnóstico por imagem (ultra-som e radiologia), anestesiologia 
(bloqueios anestésicos), farmacología (analgesicos, corticoides, glicosaminoglicanos), 
patología clinica e cirúrgica (tratamentos cirúrgicos do sistema locomotor), fazem parte do 
conjunto de elementos que devem ser conhecidos e utilizados neste sistema para conseguir 
resolver este tipo de problemas dos cavalos atletas. 
 
Todos os itens comentados anteriormente no sistema locomotor são de muita importância já 
que acabam guiando o clinico ou cirurgião de uma forma mais curta, rápida e correta a ter um 
diagnostico específico e consequentemente um tratamento mais eficiente. Muitos cavalos 
possuem varias lessões radiológicas em vários locais anatômicos, mas nem sempre são todas 
as lessões as que acabam reduzindo o performance atlético a traves de dor; por e4stes motivos 
o exame clínico sistemáticamente organizado faz com que algumas interpretações sejam 
dadas só no momento de realização dos testes específicos existentes para cada região e seja 
cada vez mais baixa a porcentagem de erro nestes diagnósticos. 
 
Outro ponto de vista a ser destacado, é a importância dos diferentes métodos diagnósticos a 
serem utilizados pelos clínicos e/ou cirurgiões para melhorar ainda mais a especificidade 
diagnóstica após o exame clínico. Um casal ideal seria um excelente exame clínico com uma 
escolha certa de método diagnóstico para resolver um problema com o tratamento mais 
específicopossível. Quem não utiliza os métodos diagnósticos no exame clínico do sistema 
locomotor, provavelmente não os conhece ou não os sabe interpretar; mas quem só pede 
www.ibvet.com.br 
exames diagnósticos para todos os problemas, tal vez possui um grande vazio na avaliação 
clínica do sistema locomotor ou carece de experiência. 
 
Palpar, cheirar, ver, olhar, rodar, trotar, galopar, sentir, perguntar, bloquear, flexionar, etc. 
devem ser itens de rotina inata do clínico do sistema locomotor já que radiografias, 
ultrasonografias, resonâncias magnéticas, termografias, etc, não falam sozinhas; elas não 
acusam o local de lesão sem que tenha vindo antes um excelente exame clínico para realmente 
entender o maravilhoso mundo do diagnóstico de lessões do sistema locmotor dos eqüinos. 
 
5- CONCLUSÃO 
 
1- O conhecimento claro da anatomia do sistema locomotor é fundamental para o 
raciocínio prático na hora de diagnosticar uma claudicação. 
2- A seqüência lógica, sistemática e coerente do exame clínico no sistema locomotor 
acaba auxiliando favoravelmente o veterinário para evitar entrar no erro dos vícios de 
exame que podem acabar confundindo o diagnóstico e comprometendo o tratamento. 
3- Embora a evolução dos métodos diagnósticos seja atualmente mais desenvolvida 
(radiologia digital, ressonância magnética, termografia e/ou cintilografia), estes nunca 
irão substituir o exame clínico pertinente que deverá ser utilizado antes da sua 
aplicação. 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
 
 
1- SPEIRS, V. C.; WRIGLEY, R. H.; MUELLER G. E.; Exame Clinico dos 
Eqüinos; Porto Alegre; ed.Artes Médicas Sul Ltda, 1999; cap. 5. 
 
2- RAMEY, D. W., Prospective Evaluation of Forelimb Flexion Tests in 
Pratice: Clinical Response, Radiographic Correlations, and Predictive Value 
for Future Lameness, AAEP Proceedings, 1997, vol. 43 
 
3- GETTY, R.; Anatomia dos Animais Domésticos; 5ª edição; Rio de Janeiro, 
ed. Guanabara Koogan , 1986. 
 
4- ROSS, M.W.; DYSON, S: Diagnosis and Management of lameness in the 
horse; 1ª edição; Philadelphia Saunders, 2003 
 
www.ibvet.com.br 
5- ROBINSON, N. E,; Current therapy in equine medicine 4. ed. W. B. 
Saunders, Philadelphia, 1997. 
 
6- KEEGAN, G. K; Pelvic Movement Pattern in Horse With Hindlimb and 
Forelimb Lameness, AAEP Proceedings, 2005, vol. 51 
 
7- BUCHNER H. H. F; Limb Movement Pattern in Forelimb and Hindlimb 
Lameness, AAEP Proceedings, 2005, vol. 51 
 
8- BACK W; CLAYTON H. M; Equine Locomotion, ed. W.B. Saunders, 
Philadelphia, 2001 
 
9- THOMASSIAN A; Enfermidades dos Cavalos, 3 ª edição, São Paulo, Livraria 
Varela, 1996 
 
10- ROSS W. M; Hindlimb Lameness; Proceedings of the North American 
Veterinary Conference, vol. 20, Florida, 2006 
 
11- ROSS W. M; Forelimb Lameness; Proceedings of the North American 
Veterinary Conference, vol. 20, Florida, 2006 
 
12- CANTO S. L; CORTE D. F; BRASS E. K; RIBEIRO D. M; Freqüência de 
problemas de equilíbrio nos cascos de cavalos crioulos em treinamento; 
Braz. J. vet. Res. Anim.Sci., São Paulo, v. 43,2006 
 
13- MELO P. U., FERREIRA C., SANTIAGO M. F. W. R., PALHARES S. M., 
MARANHÃO P. A. R., Equilíbrio do casco eqüino, Ciência Animal Brasileira, 
v.7,n.4, 2006 
 
14- MARANHÃO P.A.R.,PALHARES S.M.,MELO P.U.,REZENDE E.C.,BRAGA 
E.C.,FILHO S.M.J.,VASCONCELOS F.N.M., Afecções mais freqüentes do 
aparelho locomotor dos eqüídeos de tração no município de Belo 
Horizonte, Arq. Bras. Méd. Vet. Zootec.,v.58,n.1, 2006 
15- SHOEMAKER R., Osteoarthritis of distal tarsal joing (boné spavin) in the 
horse, Rounds of the Department of Large Animal Clinical Sciences of the 
Western College of Veterinary Medicine, University of Saskatchewan, 2006. 
 
16- FONSECA A.P.B., Diagnóstico e Tratamento das Lombalgias, III Simpósio 
Internacional do Cavalo Atleta e V semana do Cavalo, Belo Horizonte, 2007.

Continue navegando