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CICLO ESTRAL EM CADELAS E PRINCIPAIS ALTERAÇÕES RELACIONADAS

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CICLO ESTRAL EM CADELAS E PRINCIPAIS ALTERAÇÕES RELACIONADAS 
 
Introdução 
A cadela é uma espécie monocíclica, não sazonal, poliovulatória, submetida a elevadas 
concentrações de hormônios esteróides durante muito tempo, com início da vida 
reprodutiva de 8 a 10 meses, podendo variar mais a depender da raça, condição 
nutricional, podendo chegar a cerca de dois anos nas raças maiores como Dogue 
Alemão. Os animais apresentam no primeiro ciclo, um proestro e estro, mais curto do que 
cadelas já adultas. Seu ciclo estral tem a duração média de seis meses, podendo variar 
de 4 a 10 meses, dividido em proestro, estro, metaestro-diestro, porém neste último a 
divisão só é nítida utilizando-se a citologia vaginal, onde o metaestro é o estágio logo 
após o estro, apresentando um número muito grande de leucócitos no esfregaço. Antes 
de adentrar as fases do ciclo estral, se faz necessário o conhecimento da citologia 
vaginal, já que é um elemento muito importante para o acompanhamento das respectivas 
fases. 
Citologia Vaginal 
A citologia vaginal é uma técnica fácil de ser executada que consiste da colheita do 
material vaginal utilizando escova ginecológica ou “swab” (figura 01), avaliando-se as 
células presentes que virão a determinar a ocorrência de alterações tanto endócrinas 
quanto infecciosas. No momento da confecção do esfregaço deve ser aproveitada toda 
extensão da lâmina por rolagem da escova, tomando-se o cuidado de não deixar o 
esfregaço muito espesso, fenômeno frequente quando a fêmea apresenta sangramento, 
sendo necessária retirada do excesso de material da escova. Deve-se confeccionar se 
possível, de dois a três esfregaços para avaliar as células com a melhor lâmina. Levando-
se em consideração: a celularidade, quantitativamente; a composição celular, 
quantitativamente; a morfologia e o arranjo das células e por fim o fundo da lâmina, ou 
seja, se há bactérias, dentre outras. Na citologia vaginal podem estar presentes quatro 
tipos de achados: células do epitélio vaginal, leucócitos, hemácias e bactérias. As células 
epiteliais são as mais importantes para avaliar as diferentes fases do ciclo estral na 
cadela, onde este epitélio sofre constantemente com as oscilações nas concentrações 
estrógeno circulantes, onde este hormônio estimula a proliferação epitelial, onde partindo 
vasos até o lúmen vaginal estão as células parabasais, intermediárias pequenas, 
intermediárias grandes e as superficiais ou escamas, respectivamente (figura 2). As 
células parabasais são células epiteliais intactas, à medida que a proliferação celular vai 
aumentando por ação do estrógeno, levando ao afastamento da irrigação sanguínea, 
ocorre a diferenciação em intermediárias pequenas, intermediárias grandes e superficiais 
ou escamas, esta última são células cornificadas (queratinizadas) com finalidade de 
proteção da possível penetração peniana que a cadela sofrerá. A coloração normalmente 
utilizada é o método panótico, que possui um fixador, um corante acidófilo e o último 
basófilo. Deve-se tomar o cuidado na citologia vaginal, pois há a necessidade de exames 
seriados para um devido acompanhamento do ciclo estral na cadela, começando com 
menor frequência e aumento para a cada 2 ou 3 dias à medida que vai chegando próximo 
do estro. 
Fases do ciclo estral 
Proestro 
O proestro é definido como estágio do ciclo estral onde as mudanças são visualmente 
reconhecidas, ocorrendo descargas sanguinolentas e o intumescimento da vulva. Este 
sangramento deve ser feito diagnóstico diferencial com enfermidades que levam a um 
sangramento através da vulva, dentre as mais importantes pode-se relacionar a Erliquiose 
(doença do carrapato), Hiperestrogenismo, por conta de cisto ovariano e tumor veneréo 
transmissível (TVT). O proestro tem duração média de nove dias, podendo variar de 0 a 
27 dias. Nesta fase a cadela atrai o macho, porém não é receptiva, mostrando os dentes, 
rosnando ou sentando quando o macho se aproxima para tentativa de cópula. A atração 
ao macho é devido à feromônios presentes na urina, nas secreções de vagina e da 
glândula perianal. A citologia vaginal no proestro é caracterizada por uma mistura de 
células, apresentando hemácias, células intermediárias pequenas e grandes, as quais vão 
diminuindo e dando lugar a células superficiais, também chamadas de escamas, à medida 
que o proestro vai passando, até chegar ao estro, onde mais de 80% de células 
superficiais estão presentes. É justamente neste ponto que há a transição entre o proestro 
e o estro, ocorrendo no estro o máximo de queratinização das células epiteliais. Com 
relação aos aspectos endocrinológicos é no proestro que a concentração sérica de 
estrógeno aumenta, alcançando os valores máximos (ver diagrama 01). As concentrações 
de progesterona permanecem em valores basais do início até próximo ao fim do proestro, 
neste momento as concentrações começam a se elevar, este aumento é relacionado à 
luteinização dos folículos pré-ovulatórios, mesmo antes das ovulações. No final do 
proestro há também um aumento nas concentrações de testosterona, porém este evento 
não é bem esclarecido, ficando o questionamento, este aumento necessário para que a 
cadela demonstre os sinais de estro ou é apenas relacionado ao aumento da 
esteroideogênese. O LH aumenta sua pulsatibilidade no final do proestro, ocorrendo o 
pico da sua concentração, justamente na transição desta fase para o estro. A prolactina 
pode influenciar o termino do anestro e iniciar o proestro, por outro lado van Haaften et al. 
(1989) demonstraram que a supressão da prolactina com o agonista da dopamina, 
bromocriptina, no início do anestro leva uma antecipação do proestro. 
Estro 
O estro é o estágio caracterizado por aceitação do macho por parte da fêmea e a 
presença de mais de 80% células superficiais, sendo o momento de máxima proliferação 
do epitélio vaginal. A vulva continua edemaciada, a descarga sanguinolenta cessa, porém 
algumas cadelas continuam, embora em quantidade diminuída. A duração média desta 
fase também é de nove dias, variando de 4 a 24 dias. A aceitação da fêmea ao macho 
acontece após a concentração de estrógeno começar a diminuir e a de progesterona 
começar a subir, este declínio na concentração do estrógeno precede e influencia o pico 
de LH que ocorre próximo ao início do estro e leva a ovulação. O pico de LH ocorre de 24 
a 96 horas do início do estro, baixando logo em seguida. A ovulação ocorre 
aproximadamente dois a três dias após o pico pré-ovulatório de LH, ou seja, cerca de três 
a sete dias após início do estro, isto variando conforme a raça. Os oócitos caninos são 
ovulados como oócitos primários, desta forma a cobertura não pode ser efetuada entre as 
48 e 72 horas pós-ovulação, quando estes sofrem a primeira divisão meiótica, neste 
período os oócitos já estão no terço médio da tuba uterina, chegando o embrião ao útero, 
cerca de nove dias após ovulação. Como comentado anteriormente, o aumento gradual 
das concentrações de progesterona é resultado de uma luteinização prévia dos folículos 
pré-ovulatórios, aumentando rapidamente após o pico de LH, previamente a ovulação, 
esta situação é uma característica inerente a espécie, sendo aparentemente a única a 
exibir estro com aumento da progesterona, provavelmente isto ocorre em associação aos 
valores de estrógeno, pois à medida que ocorre desaparecimento dos sinais de estro, o 
estrógeno desce a níveis basais e a progesterona vai aumento cada vez mais até a 
chegada do metaestro-diestro. Este aumento gradual de progesterona em associação 
com a citologia vaginal e comportamento de estro podem ser utilizados para estimar o 
tempo de ovulação, observando aumento de dois a três dias antes da ovulação, 
justamente dois a três dias após o pico de LH, estando à progesterona em um nível de 5 a 
10 ng/mL no momento da ovulação. Portanto no momento em que a citologia vaginalpossui contagem de mais de 80% de células superficiais e a cadela aceita o macho, 
considera-se o início do estro, a partir do momento que as concentrações de 
progesterona passam de 5 ng/mL, será o momento ovulatório, ocorrendo também a 
intersecção entre as concentrações de LH e de estrógeno, caindo, e as de progesterona 
subindo. 
 
Metaestro-Diestro 
A diferenciação entre metaestro e diestro na cadela só é observada na citologia vaginal 
(figura 03), onde no esfregaço, encontra-se um elevado número de leucócitos, isto devido 
a uma mobilização destas células para o aparelho genito-urinário e uma exacerbação 
desta resposta após a cópula. Após este período inicial do metaestro, a citologia vaginal 
de diestro é caracterizada por células parabasais e intermediárias pequenas. Esta 
mudança no aspecto citológico ocorre três dias antes do fim da aceitação do macho e 
cerca de cinco a sete dias após a ovulação. O início da citologia de diestro é facilmente 
reconhecível, já que o examinador vem acompanhando o ciclo estral da cadela em 
questão, sendo este um importante parâmetro para determinar se as inseminações ou 
montas ocorreram de forma correta. As concentrações de progesterona aumentam 
rapidamente de 15 para 90 ng/mL de 15 até 30 dias após pico de LH, sendo semelhantes 
em fêmeas gestantes, não gestantes ou histerectomizadas no diestro. A regressão do 
corpo lúteo na cadela aparenta ser mais por um envelhecimento desta estrutura do que 
por uma ação direta de prostaglandina F2α. Por incrível que pareça, o diestro em 
gestantes possui uma duração menor do que em não gestantes, sendo de 56 a 63 dias 
nas gestantes, que nada mais é que o tempo gestacional; durando 60 a 80 dias em 
cadelas não gestantes. O desenvolvimento da glândula mamária é notado tanto em 
cadelas gestantes quanto em não gestantes, isto devido intensa exposição à 
progesterona nesta fase, seguida de uma queda brusca, com liberação da prolactina em 
sequência. A queda de progesterona ocorre nos últimos sete dias do diestro. Este aspecto 
será relatado posteriormente em pseudociese. 
 
Anestro 
O anestro é a fase de “quiescência” no ciclo estral, sendo nesta fase onde o endométrio 
irá se preparar para outro ciclo normal. A vulva apresenta tamanho reduzido, sem 
presença de corrimento. A presença de células parabasais e intermediárias pequenas na 
totalidade no esfregaço vaginal. A oscilação nas concentrações de estrógeno nas cadelas 
não foi bem esclarecida. O LH aumenta a pulsatilidade apenas no final desta fase que 
levará ao aparecimento do próximo proestro. O anestro tem a duração média de 4 meses 
e meio. 
 
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES RELACIONADAS AO CICLO ESTRAL 
Hiperplasia Vaginal 
A hiperplasia vaginal é uma condição observada em algumas cadelas por conta de uma 
resposta exagerada a ação do estrógeno na proliferação e edemaciação vaginal, sendo 
observada nas fases de proestro e estro. Esta alteração leva ao prolapso vaginal (figura 
05) com maior frequência em fêmeas jovens. Este prolapso não deve ser reduzido, nem 
se consegue com facilidade. Esta condição só reverterá a partir do momento em que o 
estimulo do estrógeno cessar. Devendo tomar o devido cuidado na preservação da 
mucosa vaginal, cobrindo a porção prolapsada com calcinha higiênica ou saco plástico 
para evitar erosões, da mesma forma deve-se utilizar o colar elizabetano para evitar 
automutilações. Caso aconteça recidiva deve-se promover a castração caso não seja de 
interesse do proprietário a utilização deste animal para fins reprodutivos, porém deve-se 
tomar cuidado em prender o coto uterino na parede abdominal, pois caso na castração 
não seja efetuada a retirada de todo tecido ovariano, provocando na cadela síndrome do 
ovário remanescente, a chance do tecido vaginal prolapsar será alta, levando a um 
prognóstico desfavorável. 
 
 
Complexo hiperplasia endometrial cística - piometra 
O complexo hiperplasia endometrial cística – piometra é uma doença aguda ou crônica 
característica de cadelas adultas em diestro. Tendo uma incidência muito grande em 
cadelas idosas. Em contraposição a hiperplasia vaginal, que é uma alteração mediada 
exclusivamente pelo estrógeno, a piometra é uma alteração uterina mediada pela 
progesterona, após uma ação inicial ao estrógeno, sendo uma alteração secundária a 
hiperplasia endometrial cística, no estro a cérvix se abre ocorrendo a contaminação 
ascendente pelas bactérias da flora vaginal, com a maior prevalência da Escherichia coli. 
O estrógeno promove o crescimento, aumento de vascularização e edema do endométrio, 
logo em seguida a progesterona estimula a proliferação e atividade secretória por parte 
das glândulas endometriais e inibe a contratilidade endometrial. A cadela tem como 
característica ser exposta a níveis muito altos de progesterona durante um período 
elevado, aumentando o risco de desenvolver esta enfermidade à medida que os ciclos 
vão sucedendo. A administração exógena de progesterona aumenta, ainda mais, a 
atividade secretória das glândulas endometriais, levando as fêmeas expostas aos 
anticoncepcionais à base progesterona a desenvolverem o complexo. Portanto caso o 
proprietário não queira obter produtos da cadela em questão, recomenda-se a castração. 
Após a contaminação do conteúdo da hiperplasia endometrial cística, tem-se a piometra, 
logicamente ocorrerá proliferação bacteriana, podendo levar da toxemia até o choque 
séptico, além da liberação de toxinas que entram na corrente sanguínea e levam a 
formação de imunocomplexos – antígeno/anticorpos, os quais serão os causadores da 
disfunção renal nos animais acometidos, pois ocorrerá a deposição destes 
imunocomplexos nos glomérulos, causando glomerulonefrite membranosa, o que 
promove decréscimo na perfusão glomerular normal. A piometra pode ser classificada em 
piometra aberta ou fechada, sendo a cérvix que irá permitir ou não a passagem do 
conteúdo purulento. A piometra do tipo aberta possui menor gravidade, pois é possível a 
visualização do corrimento e as bactérias juntamente com suas toxinas são eliminadas, o 
que não ocorre na fechada, sendo necessário para fechar o diagnóstico o exame 
ultrassonográfico, associado ao hemograma. 
 
Os sinais clínicos da piometra são: polidipsia; poliúria; anorexia; aumento do volume 
abdominal; vômitos; diarréia; corrimento purulento, caso seja uma piometra aberta; 
 
Achados laboratoriais: Leucocitose; a neutropenia pode ser observada em animais com 
endotoxemia avançada; Uréia e creatinina, indicativos de função renal, encontram-se 
aumentados. 
 
O tratamento é cirúrgico com a ovariosalpingohisterectomia, tomando-se cuidado para 
retirar todo útero (figura 04), a fim de evitar piometra de coto uterino, além de associar 
antibioticoterapia e fluidoterapia para o restabelecimento da função renal, porém alguns 
proprietários preferem o tratamento farmacológico, pois possuem interesse em colocar os 
animais em reprodução, sendo utilizadas PGF2α ou aglepristona (Alizin® - Virbac). Porém 
a prostaglandina não é muito utilizada devido às contrações exageradas no endométrio, 
podendo levar a ruptura uterina, tendo a aglepristona maior eficiência. No entanto, a 
recidiva da piometra após tratamento farmacológico é muito elevada. 
 
Pseudociese ou Pseudogestação 
Esta é uma alteração exclusiva de cadelas não gestantes em diestro, nesta fase há o 
predomínio da progesterona, como visto anteriormente. O desencadeamento da 
pseudociese é atribuído ao aumento das concentrações de prolactina junto com a 
sensibilidade de cada cadela a este hormônio, associado ao declínio rápido nas 
concentrações de progesterona ao fim do diestro. A prolactina é um hormônio 
neuropeptídeo da mesma forma que o GnRH, porém é produzido pelas células 
lactotróficas da adenohipófise ou hipófise anterior, sendo que sua secreção sofre estimulo 
a partir da supressão da dopamina.É a prolactina que promove a preparação da glândula 
mamária, desencadeando a progressão intra-acinar para intracanalicular, assim como o 
comportamento materno canino. 
Os sinais clínicos da pseudociese são: comportamentos pré, peri e pós-parto; 
comportamento de “ninho”; adoção de objetos inanimados, das mais variadas formas, 
desde ursinhos de pelúcia até pneus, filhotes de outras fêmeas, com excessivo carinho, 
atenção, proteção e defesa; lambedura das mamas; agressividade; distensão mamária; 
produção e secreção láctea; ganho de peso e/ou anorexia. 
 
O tratamento da pseudociese pode ser conservativo, retirando sua atenção dos objetos 
que ela “adotou”, a utilização de colar elizabetano para evitar que a fêmea faça lambedura 
das mamas, causando estímulo na secreção láctea, a restrição hídrica por cerca de cinco 
a sete noites, tomando-se o cuidado em avaliar a função renal desta fêmea, alguns 
clínicos receitam a utilização de compressas quentes e frias alternadas a cada 15 
minutos, duas vezes ao dia (BID), durante uma semana, passando iodo PVPI nas tetas. 
Caso estes tratamentos não sejam eficazes ou o grau de intumescimento da mama 
incomode a cadela deve-se lançar mão de agonistas da dopamina ou antagonistas de 
serotonina. Dentre os agonistas de dopamina estão a bromocriptina e a cabergolina, 
sendo ambos, alcalóides do ergot. A bromocriptina suprime indiretamente a síntese e a 
secreção da prolactina, podendo causar anorexia, vômito e depressão. A dosagem da 
bromocriptina é de 10 a 20 µg/Kg BID durante 10 a 14 dias de tratamento, no Brasil esta 
medicação é onerosa e de uso humano com nomes comerciais de Parlodel® (Novartis®), 
Bromocriptina® (Neovita®) e Bagren® (Serono®). A cabergolina tem ação direta aos 
receptores tipo D2, sendo uma droga mais efetiva do que a bromocriptina, causando 
menos efeitos indesejáveis em outras áreas do sistema nervoso central. A dosagem da 
cabergolina é de 5µg/Kg, SID durante 7 dias, o nome comercial de uso veterinário é 
Galastop, porém só consegue no Brasil por importação, há um medicamento de uso 
humano chamado Dostinex® (Pfizer®) que possui a concentração de 0,5 mg. Por fim, há 
a metergolina que é antagonista de serotonina, que possui uma ação indireta e apresenta 
um efeito antiprolactínico fraco e meia vida curta, devendo-se utilizar altas concentrações, 
0,1mg/kg BID durante 10 a 14 dias no Brasil está disponível em farmácias humanas, 
como os 2 anteriores, com nome de Contralac®. 
 
Caso o proprietário, não desejar a fêmea para reprodução deve-se recomendar castração, 
pois à medida que ocorrem os ciclos estrais há alta probabilidade desta cadela, 
desenvolver outro quadro de pseudociese, sendo que a castração deve acontecer após o 
quadro de pseudociese evitando distensão mamária após procedimento cirúrgico. 
 
Bibliografia consultada 
 
BISCARDE, C.E.A.; MAZIERO, R.R.D.; PRESTES, N.C.; MATTOS, M.C.C.; MONTEIRO, 
G.A.; ARAÚJO, G.H.M; BICUDO, S.D. Peritonite pós-cobertura em cadela Boxer 
apresentando síndrome de ovário remanescente, Acta Scientiae Veterinariae, v. 37, n. 
4, 2009. 
 
BENNETTI, A.H.; TONIOLLO, G.H.; OLIVEIRA, J.A. Concentrações séricas de 
progesterona, 17 ß-estradiol e cortisol durante o final do próestro, estro e diestro 
gestacional em cadelas, Ciência Rural, v.34, n.2, p.471-478, 2004. 
 
FELDMAN, E.C.; NELSON, R.W. Canine and feline endocrinology and reproduction. 
2. ed. Phyladelphia: WB Saunders Company,1996,p. 605-618. 
 
FERREIRA, C. R.; LOPES, M. D. Complexo-hiperplasia cística endometrial/piometra em 
cadelas-revisão. Clíninica Veterinária, v. 27, p. 36-43, 2000. 
 
JOHNSTON, S. D.; KUSTRITZ, M. V. R.; OLSON, P.N.S. Canine and feline 
theriogenology. 1. ed. Phyladelphia: WB Saunders Company, 2001, p. 206-224. 
 
MARTINS, D.G. Complexo hiperplasia endometrial cística/piometra em cadelas: 
fisiopatogenia, Características clínicas, laboratoriais e Abordagem terapêutica. 
2007. 51. Dissertação (Mestrado em Cirurgia Veterinária). Faculdade de Ciências Agrárias 
e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, São Paulo, 2007. 
 
MARTINS, L. R.; LOPES, M. D. Pseudociese canina Revista Brasileira Reprodução 
Animal v.29, n.3/4, p.137-141, 2005. 
 
PINTO FILHO, S.T.L.; HENRIQUES, G.B.; DALMOLIN, F. Hiperplasia e prolapso vaginal 
em cadela- relato de caso, Revista da FZVA, v. 9, n. 1, p.89-94, 2002. 
 
ANEXOS 
 
 
Figura 01. Colheita de material e confecção de lâmina para avaliação da citologia vaginal. 
 
 
Figura 02. Representação esquemática das diferentes camadas de células epiteliais 
presentes na vagina. 
 
 
Diagrama 01. Ciclo estral na cadela e principais eventos (Adaptado de Johnston et al., 
2001). 
 
 
Figura 03. Citologia de Metaestro, presença dos leucócitos +++, juntamente com células 
parabasais e algumas intermediárias pequenas. 
 
 
Figura 04. Útero de cadela com piometra 
 
 
Figura 05. Aspecto externo da Hiperplasia vaginal