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Direito Previdenciário 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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1 BENEFÍCIOS DO RGPS ...................................................................................................... 2 
1.1 Benefícios por incapacidade ................................................................................. 2 
1.1.1 Auxílio-doença ................................................................................................ 2 
1.1.1.1 Exigências pessoais ................................................................................. 6 
1.1.1.2 Carência .................................................................................................. 6 
1.1.1.2.1 Questão de concurso ..................................................................... 10 
1.1.1.3 Valor do auxílio-doença ........................................................................ 11 
1.1.1.4 Data de início do benefício - DIB .......................................................... 11 
1.1.1.5 Observações finais ................................................................................ 13 
1.1.2 Aposentadoria por invalidez ........................................................................ 15 
1.1.2.1 Exigências pessoais e carência .............................................................. 17 
1.1.2.2 Valor da aposentadoria por invalidez ................................................... 17 
1.1.2.3 Data de início de benefício - DIB........................................................... 18 
1.1.2.4 Observações.......................................................................................... 18 
1.1.3 Auxílio-acidente ............................................................................................ 20 
1.1.3.1 Exigências pessoais ............................................................................... 21 
1.1.3.2 Carência ................................................................................................ 22 
1.1.3.3 Valor do benefício ................................................................................. 22 
1.1.3.4 Data de início do benefício - DIB .......................................................... 22 
1.1.3.5 Observações.......................................................................................... 22 
1.1.3.6 Questão de concurso ............................................................................ 23 
 
 
 
 
 
 
 
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1 BENEFÍCIOS DO RGPS 
Quando falamos de benefícios previdenciários, temos que buscar extrair o 
fundamento de validade constitucional. Não há como se fazer um estudo de direito 
previdenciário desconectado da matriz de nosso ordenamento jurídico que é a Constituição 
Federal. 
Então, todos os benefícios do RGPS terão seus fundamentos no art. 201 da 
Constituição de 1988. 
1.1 Benefícios por incapacidade 
Os benefícios por incapacidade possuem como fundamento constitucional o art. 201, 
I, da CRFB/88: 
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter 
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio 
financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998) 
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
Veja-se que o dispositivo acima determina que a Previdência Social ofereça cobertura 
para os riscos de, dentre outros, doença e invalidez. Em obediência ao comando 
constitucional, o legislador estabeleceu três benefícios que vão tutelar as hipóteses de 
incapacidade: a aposentadoria por invalidez, o auxílio-doença e o auxílio-acidente. 
A diferença principal existente entre esses benefícios não é a origem da 
incapacidade, mas no seu grau de intensidade. A aposentadoria por invalidez irá proteger o 
segurado nas situações mais graves; o auxílio-doença nas situações intermediárias e o 
auxílio-acidente nas situações mais brandas. 
1.1.1 Auxílio-doença 
O auxílio-doença está previsto nos artigos 59 a 63 da Lei n.º 8.213/91, que assim 
dispõem: 
Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o 
caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou 
para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. 
Parágrafo único. Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime 
Geral de Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa para 
o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou 
agravamento dessa doença ou lesão. 
Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado empregado a contar do décimo sexto 
dia do afastamento da atividade, e, no caso dos demais segurados, a contar da data do 
início da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz. (Redação dada pela Lei nº 
9.876, de 26.11.99) 
§ 1º Quando requerido por segurado afastado da atividade por mais de 30 (trinta) dias, 
o auxílio-doença será devido a contar da data da entrada do requerimento. 
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§ 3o Durante os primeiros quinze dias consecutivos ao do afastamento da atividade por 
motivo de doença, incumbirá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário 
integral. (Redação Dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 
§ 4º A empresa que dispuser de serviço médico, próprio ou em convênio, terá a seu cargo 
o exame médico e o abono das faltas correpondentes ao período referido no § 3º, 
somente devendo encaminhar o segurado à perícia médica da Previdência Social quando 
a incapacidade ultrapassar 15 (quinze) dias. 
§ 5o Nos casos de impossibilidade de realização de perícia médica pelo órgão ou setor 
próprio competente, assim como de efetiva incapacidade física ou técnica de 
implementação das atividades e de atendimento adequado à clientela da previdência 
social, o INSS poderá, sem ônus para os segurados, celebrar, nos termos do regulamento, 
convênios, termos de execução descentralizada, termos de fomento ou de colaboração, 
contratos não onerosos ou acordos de cooperação técnica para realização de perícia 
médica, por delegação ou simples cooperação técnica, sob sua coordenação e 
supervisão, com: (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) 
I - órgãos e entidades públicos ou que integrem o Sistema Único de Saúde (SUS); 
(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) 
§ 6o O segurado que durante o gozo do auxílio-doença vier a exercer atividade que lhe 
garanta subsistência poderá ter o benefício cancelado a partir do retorno à 
atividade. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) 
§ 7º Na hipótese do § 6o, caso o segurado, durante o gozo do auxílio-doença, venha a 
exercer atividade diversa daquela que gerou o benefício, deverá ser verificada a 
incapacidade para cada uma das atividades exercidas. (Incluído pela Lei nº 13.135, 
de 2015) 
Art. 61. O auxílio-doença, inclusive o decorrente de acidente do trabalho, consistirá 
numa renda mensalcorrespondente a 91% (noventa e um por cento) do salário-de-
benefício, observado o disposto na Seção III, especialmente no art. 33 desta Lei. 
(Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) 
Art. 62. O segurado em gozo de auxílio-doença, insusceptível de recuperação para sua 
atividade habitual, deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para o 
exercício de outra atividade. Não cessará o benefício até que seja dado como habilitado 
para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando 
considerado não-recuperável, for aposentado por invalidez. 
Art. 63. O segurado empregado, inclusive o doméstico, em gozo de auxílio-doença será 
considerado pela empresa e pelo empregador doméstico como licenciado. (Redação 
dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015) 
Parágrafo único. A empresa que garantir ao segurado licença remunerada ficará 
obrigada a pagar-lhe durante o período de auxílio-doença a eventual diferença entre o 
valor deste e a importância garantida pela licença. 
Como critério para estudo dos benefícios, nós analisaremos também a 
necessidade/risco social que justifica a existência de cada um deles. 
No tocante ao auxílio-doença, o risco social tutelado é a incapacidade do segurado 
para o trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos, 
conforme art. 59 da Lei nº 8.213/91 
Da leitura do dispositivo, percebe-se que a incapacidade tutelada pode ser parcial 
e/ou temporária. 
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Incapacidade parcial é aquela que inabilita o segurado para o exercício de sua 
atividade. Não se exige aqui que o segurado esteja incapacitado para toda e qualquer 
atividade, bastando a incapacidade para a sua atividade habitual. 
Incapacidade temporária é aquela que tem prognóstico de recuperação. Mas é 
importante registrar que o que precisa ter recuperação é a incapacidade e não a doença ou a 
lesão do acidente. Não se analisa aqui se a pessoa vai ficar curada ou não, se vai recobrar 
sua saúde ou não, pois que se deve aferir nesse caso é se o segurado recuperará a sua 
capacidade para o trabalho, independentemente de eventual cura da doença ou lesão que o 
incapacitou. 
Portanto, é perfeitamente possível que o segurado seja portador de uma doença 
incurável que, apesar de incapacitá-lo para o trabalho em períodos de crise, permite a sua 
recuperação posteriormente. 
Nessa análise, é preciso levar em consideração os recursos terapêuticos disponíveis 
no momento. Não se pode classificar como temporária, uma incapacidade com base na 
mera esperança de um dia surgir determinado tratamento que recupere o segurado. Esses 
recursos terapêuticos disponíveis devem ser analisados à luz da realidade do país e da 
realidade econômica do incapacitado. 
Podemos afirmar, então, que a incapacidade temporária é aquela que tem um 
prognóstico positivo com os recursos terapêuticos disponíveis no momento. 
No âmbito das incapacidades parciais e/ou temporárias, nós podemos ter diferentes 
combinações. Isso é importante porque se estamos falando de incapacidade temporária ou 
parcial, basta que um dos dois esteja presente para dar origem ao auxílio-doença. 
Vamos imaginar um segurado que tenha incapacidade parcial e temporária. Ou seja, 
ele está incapacitado para o exercício de sua atividade habitual, e não para outras, apenas 
por um determinado tempo. Deverá receber o benefício de auxílio-doença. 
Outro exemplo seria um segurado que tenha incapacidade total e temporária. Ou 
seja, ele está incapacitado para o exercício de qualquer atividade laborativa, mas apenas por 
um determinado tempo. Deverá receber o benefício de auxílio-doença. 
Agora vamos imaginar que o segurado em questão tenha desenvolvido uma 
incapacidade parcial e permanente. Ou seja, ele está permanentemente incapacitado para o 
exercício de suas atividades habituais, mas não está incapacitado para o exercício de outras 
atividades. Nesse caso também, deverá o segurado receber o benefício de auxílio-doença. 
O benefício de auxílio-doença não tem prazo limite para acabar. A Lei não estabelece 
um prazo máximo pra gozo do referido benefício, podendo ele durar anos e por prazo 
indeterminado. Então, quando se está diante de uma situação como aquela colocada no 
último exemplo acima, de um segurado com incapacidade parcial e permanente, o benefício 
deverá durar até que o beneficiário seja reabilitado para o exercício de uma nova atividade. 
Isso é o que está previsto no artigo 62 da Lei n.º 8.213/91, já transcrito acima. 
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É importante ressaltar que não interessa a causa da incapacidade, se é uma doença 
ou se é um acidente, pois em qualquer dos casos o benefício a ser concedido será o auxílio-
doença, exatamente com esse nome: auxílio-doença. 
Outro ponto fundamental que precisamos saber é que a causa da incapacidade, seja 
doença ou acidente, em princípio, não pode ser preexistente à filiação do segurado à 
Previdência Social, nos termos do art. 59, parágrafo único, da Lei n.º 8.213/91: 
Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o 
caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou 
para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. 
Parágrafo único. Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime 
Geral de Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa 
para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou 
agravamento dessa doença ou lesão. 
Se o indivíduo se filia à Previdência Social já portador da doença ou lesão que gera a 
incapacidade, não terá ele, em princípio, direito ao benefício, salvo quando a incapacidade 
sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão. 
O que não pode ser preexistente, então, não é a doença ou a lesão, mas a 
incapacidade. 
Vamos utilizar como exemplo um indivíduo que é portador de diabetes e leva uma 
vida normal. Esse indivíduo, já portador de diabetes, consegue o seu primeiro emprego. 
Após conseguir o seu primeiro emprego, a diabetes se agrava e dá origem a um problema 
cardíaco que o incapacita para o trabalho. Nesse caso, a doença que deu origem à 
incapacidade é preexistente ao ingresso do segurado no RGPS, mas a incapacidade não é 
preexistente, pois sobreveio de agravamento dessa doença. Nesse caso, será devido o 
benefício. 
O que o dispositivo visa coibir é a concessão de benefício ao indivíduo que ingressou 
no RGPS já portador da incapacidade para o trabalho. 
A regra acima é aplicável não só aos casos de primeira filiação, mas também àquela 
pessoa que já foi filiada um dia, perdeu a qualidade de segurado e, após contrair a 
incapacidade, retorna ao RGPS. 
Nessas situações de retorno do indivíduo que perdeu a qualidade de segurado ao 
RGPS, a análise da preexistência ou não da incapacidade deve levar em consideração a 
filiação atual do segurado, e não a sua primeira filiação, conforme súmula 53 da TNU: 
Súmula 53 da TNU: Não há direito a auxílio-doença ou a aposentadoria por invalidez 
quando a incapacidade para o trabalho é preexistente ao reingresso do segurado no 
Regime Geral de Previdência Social. 
Para concessão do benefício de auxílio-doença é irrelevante se a pessoa deu causa àincapacidade. Mesmo que a incapacidade tenha sido causada por conduta do próprio 
segurado, não há exclusão de cobertura. Se o segurado tentou se matar, não conseguiu e 
ficou incapacitado, terá direito ao benefício de auxílio-doença. 
 
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1.1.1.1 Exigências pessoais 
Como exigência pessoal para a concessão do auxílio-doença, a Lei exige apenas a 
qualidade de segurado no momento do surgimento da incapacidade. É possível a concessão 
de auxílio-doença a um desempregado, desde que a incapacidade surja no período de graça. 
1.1.1.2 Carência 
Carência não é tempo de contribuição, nem tempo de filiação. Carência é o número 
mínimo de contribuições necessárias à concessão de um benefício, nos termos do art. 24 da 
Lei n.º 8.213/91: 
Art. 24. Período de carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis 
para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do 
primeiro dia dos meses de suas competências. 
Essa distinção faz diferença, vez que a carência é contada a partir do transcurso do 
primeiro dia dos meses de suas competências. Vamos imaginar uma pessoa que começou a 
trabalhar no dia 31/01, trabalhou o mês de fevereiro (28 dias) e também o dia primeiro do 
mês de março. Se contarmos o tempo de contribuição, veremos que essa pessoa terá 
apenas trinta dias de contribuição: 01 dia no mês de janeiro, 28 dias no mês de fevereiro e 
01 dia no mês de março, ou seja, apenas um mês. Entretanto, esse mesmo segurado terá 
três contribuições mensais para fins de carência, vez que se a pessoa trabalhar apenas um 
dia no mês, esse dia valerá como uma contribuição para fins de carência. 
O art. 25 da Lei n.º 8.213/91 traz os períodos de carência necessários para concessão 
dos benefícios, o art. 26 traz os casos de dispensa de carência e o art. 27 estabelece as 
regras para contagem da carência: 
Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social 
depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26: 
I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições mensais; 
II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço e aposentadoria 
especial: 180 contribuições mensais. (Redação dada pela Lei nº 8.870, de 1994) 
III - salário-maternidade para as seguradas de que tratam os incisos V e VII do art. 11 e o 
art. 13: dez contribuições mensais, respeitado o disposto no parágrafo único do art. 39 
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 
Parágrafo único. Em caso de parto antecipado, o período de carência a que se refere o 
inciso III será reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses em 
que o parto foi antecipado. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 
Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: 
I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente; (Redação 
dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 
II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer 
natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de 
segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções 
especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, 
atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, 
mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que 
mereçam tratamento particularizado; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) 
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III - os benefícios concedidos na forma do inciso I do art. 39, aos segurados especiais 
referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei; 
IV - serviço social; 
V - reabilitação profissional. 
VI – salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e 
empregada doméstica. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 
Art. 27. Para cômputo do período de carência, serão consideradas as contribuições: 
(Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015) 
I - referentes ao período a partir da data de filiação ao Regime Geral de Previdência 
Social (RGPS), no caso dos segurados empregados, inclusive os domésticos, e dos 
trabalhadores avulsos; (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015) 
II - realizadas a contar da data de efetivo pagamento da primeira contribuição sem 
atraso, não sendo consideradas para este fim as contribuições recolhidas com atraso 
referentes a competências anteriores, no caso dos segurados contribuinte individual, 
especial e facultativo, referidos, respectivamente, nos incisos V e VII do art. 11 e no art. 
13. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015) 
De acordo com o art. 27, nós contaremos a carência de forma diferente dependendo 
do tipo de segurado. Para o empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso existe 
uma forma de contagem. Para o contribuinte individual e para o segurado facultativo há 
outra forma de contagem da carência (o segurado especial, apesar de previsto no inciso II 
acima, é, na verdade, dispensado do cumprimento de carência, conforme veremos adiante). 
No tocante às obrigações tributárias, há uma diferença entre o tratamento dado ao 
empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso (art. 27, I) e aquele dado ao 
contribuinte individual e facultativo (art. 27, II). 
O grupo de segurados descritos no art. 27, I, não tem responsabilidade tributária. Já o 
contribuinte individual e o segurado facultativo têm. No caso dos primeiros, o responsável 
por recolher as contribuições é o empregador. Já o contribuinte individual é, em princípio, 
responsável pelo recolhimento de suas contribuições, sendo também responsável pelo 
recolhimento de suas contribuições o segurado facultativo. 
Essa diferença impõe um tratamento diferente para cada um dos mencionados 
grupos de segurados. 
Para o empregado, o empregado doméstico e o trabalhador avulso, conta-se a 
carência a partir da filiação. Por se tratarem de segurados obrigatórios, a sua filiação ocorre 
com o exercício da atividade. Então, para esses três deve-se contar a carência a partir do 
início da atividade, independentemente do recolhimento ou não de contribuições. 
Para o contribuinte individual e para o segurado facultativo, a carência deve ser 
contada a partir do primeiro pagamento sem atraso. 
Suponhamos o seguinte: um advogado que trabalhou advogando por 35 anos sem se 
inscrever na Previdência Social. Depois desses 35 anos, ele vai ao INSS e comprova o 
exercício da atividade por todo esse período, argumentando inclusive que, por se tratar de 
segurado obrigatório, estaria apenas declarando essa condição. O INSS reconhece todo o 
tempo, faz as contas do valor das contribuições devidas em relação ao período e o advogado 
quita essas contribuições. 
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Após quitar as contribuições, o advogado volta ao INSS para requerer a sua 
aposentadoria por tempo de contribuição e obtém a seguinteresposta do servidor: você tem 
trinta e cinco anos de contribuição, falta-lhe, porém, um requisito, que é o cumprimento da 
carência. A carência para a aposentadoria por tempo de contribuição é de 180 contribuições 
(estudaremos isso mais adiante) e, por se tratar de advogado contribuinte individual que 
não prestava serviços para empresas, mas apenas para pessoas naturais, a carência desse 
profissional só começa a contar a partir do primeiro pagamento sem atraso. Logo, não tinha 
o advogado cumprido qualquer período de carência, já que as contribuições relativas aos 35 
anos foram todas recolhidas em atraso. 
A regra acima, prevista no art. 27, II, da Lei 8.213/91, vale para o contribuinte 
individual e para o segurado facultativo. Existe, porém, uma possibilidade de o contribuinte 
individual não ter responsabilidade tributária. Isso vai ocorrer quando o serviço por ele 
exercido for prestado para empresas, caso em que a empresa é que será a responsável por 
reter e recolher as contribuições previdenciárias. 
Vamos imaginar que o advogado acima, em vez de prestar serviços para pessoas 
naturais, advogava, na verdade, para várias empresas, tendo comprovado essa condição. 
Nesse caso, se o contribuinte individual trabalha prestando serviço para empresa, ele perde 
a sua responsabilidade tributária, passando a lhe ser aplicada a regra de contagem de 
carência prevista no art. 27, I, da Lei n.º 8.213/91, conforme inclusive previsto no art. 26, § 
4º, do Decreto 3.048/99: 
 Art. 26. Período de carência é o tempo correspondente ao número mínimo de 
contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, 
consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências. 
(...) 
§ 4º Para efeito de carência, considera-se presumido o recolhimento das contribuições 
do segurado empregado, do trabalhador avulso e, relativamente ao contribuinte 
individual, a partir da competência abril de 2003, as contribuições dele descontadas pela 
empresa na forma do art. 216. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) 
No caso específico do auxílio-doença, que é o beneficio do qual estamos agora 
tratando, a carência exigida pela Lei é de 12 contribuições. Há, entretanto, alguns casos em 
que é dispensado cumprimento de carência. Isso ocorre nas hipóteses do art. 26, II: 
Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: 
(...) 
II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer 
natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de 
segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções 
especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, 
atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, 
mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que 
mereçam tratamento particularizado; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) 
Note-se que o dispositivo acima trata de uma lista de doenças a ser elaborada pelos 
Ministérios da Saúde e da Previdência Social. Enquanto não for elaborada essa lista, nós 
devemos adotar a relação constante no art. 151 da Lei n.º 8.213/91: 
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Art. 151. Até que seja elaborada a lista de doenças mencionada no inciso II do art. 26, 
independe de carência a concessão de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez 
ao segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido das seguintes doenças: 
tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental, esclerose múltipla, hepatopatia grave, 
neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, 
doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estado avançado 
da doença de Paget (osteíte deformante), síndrome da deficiência imunológica adquirida 
(aids) ou contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina 
especializada. (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) 
Não basta ser portador da doença para ter direito ao auxílio-doença. É necessária a 
presença de incapacidade parcial e/ou temporária. Porém, se a incapacidade decorre de 
alguma dessas doenças listadas hoje no art. 151, não se exigirá do segurado o cumprimento 
de carência. 
Outra questão importante acerca da carência e que merece destaque é a regra do 
art. 24, parágrafo único, da Lei n.º 8.213/91: 
Art. 24. Período de carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis 
para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do 
primeiro dia dos meses de suas competências. 
Parágrafo único. Havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores 
a essa data só serão computadas para efeito de carência depois que o segurado 
contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com, no mínimo, 1/3 (um terço) 
do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o 
benefício a ser requerido. (Vide Medida Provisória nº 242, de 2005) 
Segundo a regra acima, o indivíduo que perde a qualidade de segurado e retorna ao 
RGPS só poderá recuperar/computar as contribuições anteriores para efeitos de carência 
após cumprir, a partir na nova filiação, um terço do período de carência exigido para o 
benefício pretendido. 
Imagine-se um trabalhador que possui 150 contribuições e perdeu a qualidade de 
segurado. Ao retornar ao RGPS, tornou-se incapaz após verter apenas duas contribuições na 
nova filiação. Não fará ele jus ao benefício de auxílio-doença, pois, para que ele pudesse 
recuperar as contribuições anteriores e computá-las na contagem da carência para obtenção 
do benefício, deveria contar, na nova filiação, no mínimo quatro contribuições, que 
corresponde a um terço da carência de doze meses exigida para o auxílio-doença. 
Apesar de o parágrafo único acima colocar essa exigência como regra geral, ela não é 
aplicável para as aposentadorias voluntárias, mas somente ao auxílio-doença, à 
aposentadoria por invalidez e ao salário-maternidade. Vide, a esse respeito, o art. 3º da Lei 
nº 10.666/03: 
Art. 3o A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das 
aposentadorias por tempo de contribuição e especial. 
 § 1o Na hipótese de aposentadoria por idade, a perda da qualidade de segurado 
não será considerada para a concessão desse benefício, desde que o segurado conte 
com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de 
carência na data do requerimento do benefício. 
Direito Previdenciário 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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 § 2o A concessão do benefício de aposentadoria por idade, nos termos do § 1o, 
observará, para os fins de cálculo do valor do benefício, o disposto no art. 3o, caput e § 
2o, da Lei no 9.876, de 26 de novembro de 1999, ou, não havendo salários de 
contribuição recolhidos no período a partir da competência julho de 1994, o disposto no 
art. 35 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991. 
1.1.1.2.1 Questão de concurso 
 Juiz Federal - TRF4 - 2010 - Questão 14 
 João trabalhou como empregado de Armarinhos Silva Ltda., vinculado ao Regime 
Geral de Previdência Social, por nove anos ininterruptos até 15 de janeiro de 2006 e depois 
ficou desempregado, passando a receber regularmente o seguro-desemprego pelo prazo 
legal. Cessadoo pagamento do seguro-desemprego, ele não conseguiu imediatamente 
recolocação no mercado de trabalho nem sequer providenciou o recolhimento de 
contribuições como facultativo. Em 20 de fevereiro de 2008, João conseguiu emprego 
novamente junto a Açougue Sabor da Carne Ltda. e trabalhou até 10 de maio de 2008, 
quando, em razão de problema de saúde, ficou incapacitado para o trabalho e requereu 
auxílio-doença ao INSS. Analise a situação acima à luz da legislação de regência e assinale a 
alternativa correta. 
(a) Quando João voltou a trabalhar, em 20 de fevereiro de 2008, ele não detinha mais a 
condição de segurado, mas, ainda assim, quando ficou doente, tinha direito ao auxílio-
doença. 
(b) Mesmo que João houvesse perdido a condição de segurado após deixar o emprego 
junto à empresa Armarinhos Silva Ltda., o que não ocorreu, teria ele direito à concessão de 
auxílio-doença em maio de 2008, pois cumprida a carência exigida. 
(c) João ainda detinha a condição de segurado em 20 de fevereiro de 2008, quando voltou 
a trabalhar, mas não tinha direito à concessão de auxílio-doença quando ficou doente, 
pois não preenchia a carência exigida pela Lei 8.213/91. 
(d) João somente faria jus à concessão do auxílio-doença requerido no caso de ter sofrido 
acidente de qualquer natureza ou causa ou de ter sido acometido de doença profissional 
ou do trabalho ou de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada 
pelos Ministérios da Saúde e do Trabalho e da Previdência Social, de acordo com os 
critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira 
especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado. 
(e) Quando João voltou a trabalhar, em 20 de fevereiro de 2008, ele ainda detinha a 
condição de segurado, isso em razão do número de contribuições que recolheu até 15 de 
janeiro de 2006 sem interrupção que acarretasse a perda dessa condição, o que viabilizava 
a concessão de auxílio-doença, pois cumprida a carência exigida. 
Primeiramente, percebemos que João trabalhou por nove anos e encontra-se 
desempregado. Desse modo, o seu período de graça, que seria de 12 meses, é ampliado 
para 24 meses anos, em razão do desemprego, nos termos do art. 15, II, c/c §2º, da Lei n.º 
8.213/91: 
Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições: 
Direito Previdenciário 
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(...) 
II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de 
exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou 
licenciado sem remuneração; 
(...) 
§ 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o 
segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão 
próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social. 
Se João trabalhou até 15 de janeiro de 2006, ele só perderia a qualidade de segurado 
no dia 16 do segundo mês após o transcurso do prazo de 24 meses, o que no caso acima 
ocorreria no dia 16 de março de 2008. Como João voltou a trabalhar no dia 20.02.2008, ele 
não perdeu a qualidade de segurado. 
No novo vínculo, João já contava com 4 contribuições até a data de sua incapacidade. 
Assim, mesmo que João houvesse perdido a condição de segurado após deixar o emprego 
junto à empresa Armarinhos Silva Ltda., o que não ocorreu, teria ele direito à concessão de 
auxílio-doença em maio de 2008, pois cumprida a carência exigida, tendo em vista as 
contribuições anteriores e o recolhimento de quatro contribuições na nova filiação, que 
corresponde a um terço da carência de 12 meses necessária para o mencionado benefício. 
1.1.1.3 Valor do auxílio-doença 
O valor da renda mensal inicial do auxílio-doença corresponde a 91% do salário-de-
benefício. Conforme já estudado, o salário-de-benefício é a média dos 80% maiores salários-
de-contribuição, corrigidos monetariamente e considerados a partir de julho de 1994. No 
cálculo do auxílio-doença não incide o fator previdenciário, já que o único benefício 
obrigatoriamente calculado com fator previdenciário é a aposentadoria por tempo de 
contribuição, mesmo assim, quando não verificada a presença do fator 85/95. 
Porém, por meio das alterações recentes levadas a efeito na Lei nº 8.213/91, foi 
introduzido um limite para o valor do auxílio-doença, que é a média aritmética simples dos 
últimos doze salários-de-contribuição, conforme art. 29, § 10, da referida Lei: 
Art. 29. (...) 
§ 10. O auxílio-doença não poderá exceder a média aritmética simples dos últimos 12 
(doze) salários-de-contribuição, inclusive em caso de remuneração variável, ou, se não 
alcançado o número de 12 (doze), a média aritmética simples dos salários-de-
contribuição existentes. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) 
1.1.1.4 Data de início do benefício - DIB 
A regra básica acerca da DIB está no art. 60 da Lei n.º 8.213/91. Segundo esse 
dispositivo, o auxílio-doença será devido ao empregado a partir do 16º dia do afastamento 
da atividade. Para os demais segurados, a partir da data de início da incapacidade - DII: 
Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado empregado a contar do décimo sexto 
dia do afastamento da atividade, e, no caso dos demais segurados, a contar da data do 
início da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz. (Redação dada pela Lei nº 
9.876, de 26.11.99) 
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§ 1º Quando requerido por segurado afastado da atividade por mais de 30 (trinta) dias, 
o auxílio-doença será devido a contar da data da entrada do requerimento. 
Mas não podemos esquecer que, para qualquer dos segurados, somente a 
incapacidade superior a quinze dias é que vai gerar direito ao benefício de auxílio-doença. 
Ficando incapacitado por mais de 15 dias, a obrigação de o INSS pagar o benefício inicia-se, 
para os empregados, a partir do 16º dia, e para os demais segurados, retroativamente à data 
de início da incapacidade. No caso dos empregados, a obrigação de pagar os primeiros 
quinze dias incumbe ao empregador. 
Se o segurado, entretanto, demorar mais de trinta dias para requerer o benefício, 
sempre contando do início da incapacidade (mesmo para o empregado), só terá direito a 
recebê-lo a partir da data da entrada do requerimento administrativo - DER, conforme § 1º 
do art. 60 acima transcrito. 
Cumpre fazer menção ainda a algumas questões relacionadas à concessão do 
beneficio de auxílio-doença por meio de decisão judicial. Nesse ponto, começamos 
destacando o teor da Súmula n.º 72 da TNU: 
Súmula n.º 72 da TNU: É possível o recebimento de benefício por incapacidade durante 
período em que houve exercício de atividade remunerada quando comprovado que o 
segurado estava incapaz para as atividades habituais na época em que trabalhou. 
Se o segurado estava trabalhando, não teria, em princípio, direito ao benefício. 
Todavia, há situações em que o segurado está incapacitado e, por ter seu benefício 
indeferido administrativamente, se vê obrigado a trabalhar para o seu sustento, mesmo sem 
estar capaz para tanto. O fato de o segurado ter trabalhado sem condição não pode ser 
usado como instrumento para, mais uma vez, puni-lo. Ou seja, mesmo tendo trabalhado, 
fará jus ao recebimento do benefício no período em que trabalhou incapacitado. 
Outro ponto importante a ser tratado, que diz respeitoa regras de processo 
previdenciário, que foi inclusive chancelado pelo STF, é a exigência de prévio requerimento 
administrativo para caracterizar o interesse processual. Mas o fato é que em algumas 
situações, como a de greve, por exemplo, o segurado não consegue formular seu 
requerimento administrativo junto ao INSS. Nesses casos, qual seria a data correta para 
início do benefício? 
O STJ enfrentou a questão no RESP 1369165/SP e definiu que "A citação válida 
informa o litígio, constitui em mora a autarquia previdenciária federal e deve ser considerada 
como termo inicial para a implantação da aposentadoria por invalidez concedida na via 
judicial quando ausente a prévia postulação administrativa": 
PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C 
DO CPC. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. TERMO INICIAL PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO 
BENEFÍCIO CONCEDIDO NA VIA JUDICIAL. AUSÊNCIA DE PEDIDO ADMINISTRATIVO. ART. 
219, CAPUT, DO CPC. CITAÇÃO VÁLIDA DA AUTARQUIA PREVIDENCIÁRIA. 1. Com a 
finalidade para a qual é destinado o recurso especial submetido a julgamento pelo rito 
do artigo 543-C do CPC, define-se: A citação válida informa o litígio, constitui em mora a 
autarquia previdenciária federal e deve ser considerada como termo inicial para a 
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implantação da aposentadoria por invalidez concedida na via judicial quando ausente a 
prévia postulação administrativa. 2. Recurso especial do INSS não provido. 
(RESP - RECURSO ESPECIAL - 1369165, Relator(a) BENEDITO GONÇALVES, STJ, PRIMEIRA 
SEÇÃO, Fonte DJE DATA:07/03/2014) 
Na falta de requerimento administrativo, deve-se considerar então, como data de 
requerimento, a data da citação válida, conforme entendimento do STJ. Esse novo 
posicionamento é relevante porque supera um entendimento anterior, que considerava 
como data de requerimento de benefícios não requeridos administrativamente, a data do 
ajuizamento da ação. 
Se a perícia judicial não conseguir determinar a data de início da incapacidade, no 
passado considerava que a incapacidade tinha como início a data da perícia. Todavia, o STJ 
afirma hoje que se a perícia judicial constata a incapacidade, mas não consegue definir a 
data de seu início, deve-se considerar como data de seu início a data do requerimento 
administrativo ou, na sua falta, a data da citação válida. 
1.1.1.5 Observações finais 
O auxílio-doença, assim como a aposentadoria por invalidez, é um benefício precário. 
É precário porque não tem natureza permanente e só será pago enquanto verificar a 
presença do risco social tutelado. Mas o auxílio-doença é ainda muito mais precário, já que é 
de sua natureza ser parcial e/ou temporário. O segurado precisa, desse modo, fazer prova 
de que continua incapacitado todas as vezes que for solicitado pelo INSS. 
A fim de diminuir o número de perícias administrativas no âmbito dos benefícios por 
incapacidade, foi criada uma sistemática que foi denominada de alta programada e que está 
prevista no art. 78 do Decreto 3.048/99: 
Art. 78. O auxílio-doença cessa pela recuperação da capacidade para o trabalho, pela 
transformação em aposentadoria por invalidez ou auxílio-acidente de qualquer natureza, 
neste caso se resultar seqüela que implique redução da capacidade para o trabalho que 
habitualmente exercia. 
 § 1o O INSS poderá estabelecer, mediante avaliação médico-pericial, o prazo que 
entender suficiente para a recuperação da capacidade para o trabalho do segurado, 
dispensada nessa hipótese a realização de nova perícia. (Incluído pelo Decreto nº 
5.844 de 2006) 
 § 2o Caso o prazo concedido para a recuperação se revele insuficiente, o segurado 
poderá solicitar a realização de nova perícia médica, na forma estabelecida pelo 
Ministério da Previdência Social. (Incluído pelo Decreto nº 5.844 de 2006) 
 § 3o O documento de concessão do auxílio-doença conterá as informações 
necessárias para o requerimento da nova avaliação médico-pericial. (Incluído pelo 
Decreto nº 5.844 de 2006) 
Pela alta programada, o perito do INSS já fixa na própria perícia de concessão do 
benefício o prazo que entende como suficiente para recuperação da capacidade do 
segurado, dispensando a realização de um novo exame pericial. Assim, chegando-se ao final 
desse prazo, o benefício é cessado, salvo se o segurado solicitar a prorrogação do benefício e 
a realização de nova perícia, por se considerar ainda incapaz. 
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Esse pedido de prorrogação tem efeito suspensivo: enquanto não for realizada a 
nova perícia o benefício continua a ser pago. 
A alta programada ainda é controversa na jurisprudência. Recentemente, tivemos 
uma decisão da TNU dizendo que essa sistemática seria ilegal e não poderia ser estabelecida. 
Mas ainda não podemos afirmar que a jurisprudência é contra a alta programada. O fato é 
que se trata de uma regra vigente e aplicada. 
Outra questão a ser mencionada é a possibilidade de suspensão do benefício de 
auxílio-doença quando o segurado não comparecer para realização de perícias médicas 
administrativas, quando convocado pelo INSS. A alta programada não é obrigatória. Então, é 
possível que o INSS conceda o benefício e determine que o segurado retorne depois de 
determinado prazo para ser reavaliado. Caso o beneficiário não se submeta a essas perícias 
periódicas designadas pela autarquia previdenciária, o benefício será suspenso. 
O benefício será também suspenso se o segurado não se submeter ao tratamento 
médico indicado pelos peritos do INSS. Há, evidentemente, exceções, sobretudo quando 
baseado em questões filosóficas e/ou religiosas. Além do mais, a obrigatoriedade de se 
submeter ao tratamento está condicionada à sua disponibilidade de forma gratuita. 
O segurado fica também obrigado a se submeter a processo de reabilitação 
profissional prestado e custeado pelo INSS, sob pena de suspensão do benefício. 
Tudo isso está previsto no art. 101 da Lei nº 8.213/91, in verbis: 
Art. 101. O segurado em gozo de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e o 
pensionista inválido estão obrigados, sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se 
a exame médico a cargo da Previdência Social, processo de reabilitação profissional por 
ela prescrito e custeado, e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a 
transfusão de sangue, que são facultativos. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 
1995) 
§ 1o O aposentado por invalidez e o pensionista inválido estarão isentos do exame de 
que trata o caput após completarem 60 (sessenta) anos de idade. (Incluído pela Lei nº 
13.063, de 2014) 
 § 2o A isenção de que trata o § 1o não se aplica quando o exame tem as seguintes 
finalidades: (Incluído pela Lei nº 13.063, de 2014) 
 I - verificar a necessidade de assistência permanente de outra pessoa para a concessão 
do acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o valor do benefício, conforme 
dispõe o art. 45; (Incluído pela Lei nº 13.063, de 2014) 
 II - verificar a recuperação da capacidade de trabalho, mediante solicitação do 
aposentado ou pensionista que se julgar apto; (Incluído pela Lei nº 13.063, de 2014) 
 III - subsidiar autoridade judiciária na concessão de curatela, conforme dispõe o art. 
110. (Incluído pela Lei nº 13.063, de 2014) 
A novidade nesse ponto foi trazidapela Lei n.º 13.063/2014, que inclui o § 1º ao art. 
101 para dispensar o aposentado por invalidez e o pensionista inválido maiores de 60 anos 
do exame pericial de que trata o referido artigo. 
 
 
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1.1.2 Aposentadoria por invalidez 
O fundamento constitucional da aposentadoria por invalidez permanece sendo o art. 
201, I, da CRFB/88, tal como o auxílio-doença. Na Lei nº 8.213/91, esse benefício está 
previsto nos artigos 42 a 47: 
Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência 
exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for 
considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe 
garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição. 
§ 1º A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição 
de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência Social, podendo 
o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança. 
§ 2º A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de 
Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a 
incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou 
lesão. 
Art. 43. A aposentadoria por invalidez será devida a partir do dia imediato ao da 
cessação do auxílio-doença, ressalvado o disposto nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo. 
 1º Concluindo a perícia médica inicial pela existência de incapacidade total e definitiva 
para o trabalho, a aposentadoria por invalidez será devida: (Redação dada pela Lei nº 
9.032, de 1995) 
a) ao segurado empregado, a contar do décimo sexto dia do afastamento da atividade 
ou a partir da entrada do requerimento, se entre o afastamento e a entrada do 
requerimento decorrerem mais de trinta dias; (Redação Dada pela Lei nº 9.876, de 
26.11.99) 
b) ao segurado empregado doméstico, trabalhador avulso, contribuinte individual, 
especial e facultativo, a contar da data do início da incapacidade ou da data da entrada 
do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de trinta dias. (Redação Dada 
pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 
§ 2o Durante os primeiros quinze dias de afastamento da atividade por motivo de 
invalidez, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o salário. (Redação Dada 
pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 
Art. 44. A aposentadoria por invalidez, inclusive a decorrente de acidente do trabalho, 
consistirá numa renda mensal correspondente a 100% (cem por cento) do salário-de-
benefício, observado o disposto na Seção III, especialmente no art. 33 desta Lei. 
(Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) 
§ 2º Quando o acidentado do trabalho estiver em gozo de auxílio-doença, o valor da 
aposentadoria por invalidez será igual ao do auxílio-doença se este, por força de 
reajustamento, for superior ao previsto neste artigo. 
Art. 45. O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistência 
permanente de outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento). 
Parágrafo único. O acréscimo de que trata este artigo: 
a) será devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal; 
b) será recalculado quando o benefício que lhe deu origem for reajustado; 
c) cessará com a morte do aposentado, não sendo incorporável ao valor da pensão. 
Art. 46. O aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à atividade terá sua 
aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do retorno. 
Art. 47. Verificada a recuperação da capacidade de trabalho do aposentado por 
invalidez, será observado o seguinte procedimento: 
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I - quando a recuperação ocorrer dentro de 5 (cinco) anos, contados da data do início da 
aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a antecedeu sem interrupção, o 
benefício cessará: 
a) de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à função que 
desempenhava na empresa quando se aposentou, na forma da legislação trabalhista, 
valendo como documento, para tal fim, o certificado de capacidade fornecido pela 
Previdência Social; ou 
b) após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio-doença ou da 
aposentadoria por invalidez, para os demais segurados; 
II - quando a recuperação for parcial, ou ocorrer após o período do inciso I, ou ainda 
quando o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual 
habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade: 
a) no seu valor integral, durante 6 (seis) meses contados da data em que for verificada a 
recuperação da capacidade; 
b) com redução de 50% (cinqüenta por cento), no período seguinte de 6 (seis) meses; 
c) com redução de 75% (setenta e cinco por cento), também por igual período de 6 (seis) 
meses, ao término do qual cessará definitivamente. 
Já a necessidade social tutelada pelo benefício é a invalidez total e permanente. Veja-
se que aqui os requisitos total e permanente são cumulativos, pois se verificarmos a 
presença de apenas um desses requisitos, termos uma hipótese de auxílio-doença. 
Invalidez total é aquela que inabilita o segurado para o exercício de qualquer 
atividade que lhe garanta o sustento. 
Invalidez permanente é aquela que não tem recuperação, tem prognóstico negativo 
com os recursos terapêuticos disponíveis no momento. 
Na análise da invalidez total e permanente, não se deve levar em conta apenas 
aspectos clínicos e médicos, mas também aspectos pessoais e sociais. Isso está sumulado 
por meio do enunciado nº 47 da TNU: 
Súmula n.º 47 da TNU: Uma vez reconhecida a incapacidade parcial para o trabalho, o 
juiz deve analisar as condições pessoais e sociais do segurado para a concessão de 
aposentadoria por invalidez. 
Reconhecida a incapacidade parcial do segurado do ponto de vista médico, é preciso 
analisar também as suas condições pessoais e sociais como idade, grau de escolaridade, 
atividade exercida, habilidades profissionais, mercado de trabalho no meio em que vive, etc., 
a fim de verificar se o segurado possui ou não reais condições de recuperar a sua capacidade 
de trabalho ou de ser reabilitado. 
Mas a análise das condições pessoais e sociais deve ser precedida do reconhecimento 
da incapacidade parcial. Para deixar isso bem claro, a TNU editou também a súmula n.º 77: 
Súmula n.º 77 da TNU: O julgador não é obrigado a analisar as condições pessoais e 
sociais quando não reconhecer a incapacidade do requerente para a sua atividade 
habitual. 
Para esclarecer melhor as regras acima, vamos imaginar um trabalhador braçal, de 64 
anos, analfabeto, que nunca trabalhou em outra atividade. Sofre um acidente que o 
incapacita parcial e permanentemente para o exercício de quaisquer atividades que exijam 
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esforço físico, podendo, entretanto, desenvolver atividades intelectuais. Resta evidente que 
essa incapacidade parcial, quando analisada em conjuntocom as condições pessoais e 
sociais do segurado, converte-se, na verdade, em incapacidade total, tendo em vista a 
inviabilidade de reabilitação do segurado, situação que impõe a concessão do benefício de 
aposentadoria por invalidez. 
Diferente seria se estivéssemos diante de um segurado de 34 anos, graduado em 
Engenharia Civil e com diversas experiências profissionais em seu currículo, mas que, por 
opção, trabalha atualmente como entregador de pizza. Esse segurado, caso fique 
incapacitado permanentemente para o exercício de atividades que exijam esforço físico, não 
deverá ser aposentado por invalidez, pois tem condições de desempenhar outras atividades. 
Em qualquer dos casos, foi necessário constatar primeiro a presença da incapacidade 
parcial do ponto de vista clínico/médico para, depois, fazer a análise dos aspectos pessoais e 
sociais do segurado. 
Há, porém, uma exceção a essa necessidade de se constatar primeiramente a 
incapacidade clinicamente comprovada, que é no caso da AIDS, permitindo a concessão do 
benefício com fundamento em uma incapacidade apenas social, independentemente de a 
pessoa ter ou não condições de trabalhar, clinicamente falando. Nesse sentido, também já 
sumulou a TNU: 
Súmula n.º 78 da TNU: Comprovado que o requerente de benefício é portador do vírus 
HIV, cabe ao julgador verificar as condições pessoais, sociais, econômicas e culturais, de 
forma a analisar a incapacidade em sentido amplo, em face da elevada estigmatização 
social da doença. 
1.1.2.1 Exigências pessoais e carência 
Tudo o que foi falado acerca das exigências pessoais (qualidade de segurado) e 
carência (prazo, dispensa, etc.) para o auxílio-doença é também aplicável à aposentadoria 
por invalidez. 
1.1.2.2 Valor da aposentadoria por invalidez 
Enquanto no auxílio-doença o valor do benefício corresponde a 91% do salário-de-
benefício, o valor da renda mensal inicial da aposentadoria por invalidez corresponde a 
100% do salário-de-benefício. Na aposentadoria por invalidez não é aplicado o limitador da 
média dos doze últimos salários-de-contribuição. 
De acordo com o Decreto 3048/99, quando temos uma aposentadoria por invalidez 
precedida de auxílio-doença, eu aproveito o salário-de-benefício já calculado para o auxílio-
doença e mudo apenas o coeficiente, de 91% para 100%. 
Alguns segurados requereram judicialmente que fosse feito o recálculo do salário-de-
benefício sempre que houvesse a mudança de benefício, utilizando-se os valores recebidos a 
título de auxílio-doença como salários-de-contribuição integrantes do período básico de 
cálculo para se chegar ao salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez, obtendo-se 
uma nova média. 
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ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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O STJ afirmou que esse procedimento pretendido pelos segurados só aconteceria se 
o auxílio-doença não fosse convertido em aposentadoria por invalidez, ou seja, quando o 
auxílio-doença estivesse intercalado entre períodos de atividade. Quando se tivesse a 
conversão do auxílio-doença em aposentadoria por invalidez, afirmou o STJ, aproveitar-se-ia 
o mesmo salário-de-benefício do auxílio-doença, alterando-se apenas o coeficiente, de 91% 
para 100%. 
1.1.2.3 Data de início de benefício - DIB 
É muito rara a concessão de um benefício de aposentadoria por invalidez sem antes 
se ter concedido um auxílio-doença. Consequentemente, temos, em regra, a aposentadoria 
por invalidez é precedida do auxílio-doença. Por isso, o legislador diz que a data de início da 
aposentadoria por invalidez será o dia seguinte à data de cessação do auxílio-doença. 
É possível, entretanto, em algumas situações excepcionais, a concessão direta da 
aposentadoria por invalidez, já que essa prática, apesar de incomum, não é proibida. Isso 
ocorre nas situações em que a natureza total e permanente da invalidez fica tão evidente 
que não justifica a concessão prévia do auxílio-doença. Nesses casos, a data de início de 
benefício da aposentadoria por invalidez será fixada pelas mesmas regras aplicáveis á data 
de início de benefício do auxílio-doença, já estudadas acima. 
1.1.2.4 Observações 
A primeira observação que deve ser feita aqui é que a aposentadoria por invalidez 
tutela a invalidez total e permanente do segurado para o trabalho. Mas às vezes, a situação 
é ainda mais grave: além da invalidez para o trabalho, há também uma incapacidade para os 
atos da vida cotidiana, passando a depender de um auxílio permanente de terceiros. Essa 
invalidez, por ser mais grave, é chamada de "grande invalidez". 
Nesse caso, além da aposentadoria por invalidez, o segurado receberá também um 
adicional de 25% do valor da aposentadoria, que está previsto no art. 45 da Lei n.º 8.213/91: 
Art. 45. O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistência 
permanente de outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento). 
Parágrafo único. O acréscimo de que trata este artigo: 
a) será devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal; 
b) será recalculado quando o benefício que lhe deu origem for reajustado; 
c) cessará com a morte do aposentado, não sendo incorporável ao valor da pensão. 
Da leitura do artigo acima, é possível extrair três características do adicional de 25%. 
Primeiro, ele é personalíssimo, o que significa dizer que esse valor não se incorpora à pensão 
por morte. Em segundo lugar, verifica-se que, como ele corresponde a um percentual da 
aposentadoria, será reajustado na mesma data da aposentadoria. A terceira característica é 
que a soma do adicional com a aposentadoria não está limitada ao teto do RGPS. A 
aposentadoria está limitada ao teto, mas a soma dela com o adicional pode superá-lo. 
A controvérsia existente atualmente e que ainda não foi resolvida pela jurisprudência 
é se esse adicional de 25% pode ou não ser estendido às aposentadorias voluntárias. 
Durante um tempo, prevaleceu o entendimento de que sim. Entretanto, há decisão do STJ 
afirmando que não é possível. 
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O anexo primeiro do decreto 3.048/99 traz um rol exemplificativo de situações em 
que o aposentado por invalidez terá direito à majoração de vinte e cinco por cento. 
Outra observação importante a ser feita em relação à aposentadoria por invalidez é 
que esse benefício também é precário. Apesar de exigir uma invalidez permanente, o 
benefício não é permanente, vez que, caso se verifique a recuperação da capacidade para o 
trabalho, o benefício deve ser cessado. 
O aposentado por invalidez que, voluntariamente, volta a trabalhar, terá seu 
benefício imediatamente cessado, conforme art. 46 da Lei n.º 8.213/91: 
Art. 46. O aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à atividade terá sua 
aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do retorno. 
Se não ocorrer a hipótese do art. 46 e a recuperação da capacidade do segurado for 
constatada por meio de perícia médica realizada pelo INSS, aplica-se a regra do art. 47 da 
mesma Lei, nos seguintes termos: 
Art. 47. Verificada a recuperação da capacidade de trabalho do aposentado por 
invalidez, será observado o seguinte procedimento: 
I - quando a recuperação ocorrer dentro de 5 (cinco) anos, contados da data do início 
da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a antecedeu sem 
interrupção, o benefício cessará: 
a) de imediato,para o segurado empregado que tiver direito a retornar à função que 
desempenhava na empresa quando se aposentou, na forma da legislação trabalhista, 
valendo como documento, para tal fim, o certificado de capacidade fornecido pela 
Previdência Social; ou 
b) após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio-doença ou da 
aposentadoria por invalidez, para os demais segurados; 
II - quando a recuperação for parcial, ou ocorrer após o período do inciso I, ou ainda 
quando o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual 
habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à 
atividade: 
a) no seu valor integral, durante 6 (seis) meses contados da data em que for verificada a 
recuperação da capacidade; 
b) com redução de 50% (cinqüenta por cento), no período seguinte de 6 (seis) meses; 
c) com redução de 75% (setenta e cinco por cento), também por igual período de 6 (seis) 
meses, ao término do qual cessará definitivamente. 
No caso de recuperação rápida e total, assim considerada quando ocorrer nos 
primeiros cinco anos contados do início do benefício por incapacidade, o benefício cessará 
imediatamente para o segurado empregado, que deverá retornar ao seu trabalho. Para os 
demais segurados, a Previdência Social pagará uma mensalidade de recuperação para cada 
ano em que o beneficiário ficou recebendo auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez. 
Por outro lado, quando a recuperação for lenta, assim considerada quando ocorrer 
após cinco anos da data do início do benefício por incapacidade, ou se for parcial, não se faz 
mais distinção entre empregado e demais segurados, pois todos receberão mensalidades de 
recuperação, mas na forma descrita no art. 47, II, alíneas a, b e c, que está transcrito acima. 
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Durante o período de recebimento das mensalidades de recuperação, o segurado pode 
trabalhar regularmente. 
1.1.3 Auxílio-acidente 
Enquanto na aposentadoria por invalidez nós temos uma incapacidade total e 
permanente e no auxílio-doença uma incapacidade parcial e/ou temporária, no auxílio-
acidente nós teremos uma mera redução da capacidade de trabalho. Quando falamos de 
auxílio-acidente, nós não temos, em sentido estrito, uma incapacidade, mas apenas uma 
redução na capacidade de trabalho. 
O auxílio-acidente está previsto no art. 83 da Lei n.º 8.213/91: 
Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após 
consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem 
seqüelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente 
exercia. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) 
§ 1º O auxílio-acidente mensal corresponderá a cinqüenta por cento do salário-de-
benefício e será devido, observado o disposto no § 5º, até a véspera do início de qualquer 
aposentadoria ou até a data do óbito do segurado. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 
1997) 
§ 2º O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-
doença, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo 
acidentado, vedada sua acumulação com qualquer aposentadoria. (Redação dada pela 
Lei nº 9.528, de 1997) 
§ 3º O recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto de aposentadoria, 
observado o disposto no § 5º, não prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio-
acidente. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) 
§ 4º A perda da audição, em qualquer grau, somente proporcionará a concessão do 
auxílio-acidente, quando, além do reconhecimento de causalidade entre o trabalho e a 
doença, resultar, comprovadamente, na redução ou perda da capacidade para o 
trabalho que habitualmente exercia. (Restabelecido com nova redação pela Lei nº 
9.528, de 1997) 
A redução na capacidade de trabalho necessária para obtenção do benefício de 
auxílio-acidente pode se manifestar de duas formas: 
1) quando o segurado não consegue mais exercer a sua atividade habitual, mas é 
reabilitado para o exercício de uma nova atividade. Exemplo: motorista profissional que, em 
um acidente, adquire cegueira monocular e é reabilitado para o exercício da profissão de 
mecânico. Esse segurado não está incapacitado par exercer a sua atual atividade, que agora 
é de mecânico, mas não consegue mais trabalhar como antes, tendo sofrido redução de sua 
capacidade de trabalho. 
2) quando o segurado consegue exercer a sua atividade habitual, mas depende de 
um esforço maior. Exemplo: entregador de pizza que cai da bicicleta, quebra a perna e fica 
com a redução nos movimentos de um dos joelhos. Ele vai conseguir continuar entregando 
pizza, mas com o emprego de um esforço maior. 
Em qualquer caso, a redução da capacidade de trabalho deve ser decorrente de 
sequelas de um acidente de qualquer natureza, mesmo que não seja acidente de trabalho. 
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Por se tratar de acidente de qualquer natureza, isso envolve aquelas situações que a Lei 
define como acidente mesmo sendo doença, que são os casos de doenças profissionais e 
doenças do trabalho. Essas doenças, que estão previstas no art. 20 da Lei n.º 8.213/91, são 
consideradas acidentes. Então, se uma pessoa tem uma sequela de uma doença profissional 
que gera redução na capacidade de trabalho, terá direito ao benefício de auxílio-acidente. 
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes 
entidades mórbidas: 
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do 
trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada 
pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; 
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de 
condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, 
constante da relação mencionada no inciso I. 
Acerca dessa questão, há dois entendimentos fundamentais do STJ: 
1) para o STJ, uma redução na capacidade de trabalho, ainda que inferior ao exigido 
pelo INSS, dá direito ao benefício de auxílio-acidente, vez que a Lei não determina um grau 
mínimo de redução. Já o INSS exige um determinado grau de redução, dependendo da parte 
do corpo atingida. 
2) como a Lei fala de sequela, o INSS entende que essa expressão revelaria a 
necessidade do caráter permanente dessa redução. Não obstante, o STJ entende que 
mesmo uma redução de natureza temporária dá direito ao benefício de auxílio-acidente. 
Podemos afirmar que a necessidade social do benefício de auxílio-acidente é, 
portanto, a redução da capacidade de trabalho em razão de sequelas de um acidente de 
qualquer natureza. 
ATENÇÃO! Exclusivamente no caso de perda da audição, o art. 86, §4º, da Lei nº 
8.213/91 exige um nexo de causalidade entre a doença e o trabalho exercido pelo segurado. 
Em quaisquer outros casos, não precisa ter nexo com o trabalho. 
1.1.3.1 Exigências pessoais 
O auxílio-acidente só é concedido administrativamente ao empregado, trabalhador 
avulso, segurado especial e, agora, ao empregado doméstico, com base em interpretação do 
art. 18, § 1º, da Lei n.º 8.213/91: 
Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, 
devidas inclusive em razão de eventos decorrentes deacidente do trabalho, expressas 
em benefícios e serviços: 
(...) 
 § 1o Somente poderão beneficiar-se do auxílio-acidente os segurados incluídos nos 
incisos I, II, VI e VII do art. 11 desta Lei. (Redação dada pela Lei Complementar nº 
150, de 2015) 
Então todo trabalhador tem direito ao auxílio-acidente? Não. Apenas o empregado, o 
trabalhador avulso, o segurado especial e, agora, o empregado doméstico. Há judicialmente 
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alguns questionamentos sobre essa restrição, mas a jurisprudência majoritária chancela o 
posicionamento administrativo pautado no art. 18, §1º, da Lei 8.213/91. 
1.1.3.2 Carência 
Não é exigida carência para o auxílio-acidente, conforme art. 26, I: 
Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: 
I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente; 
1.1.3.3 Valor do benefício 
O auxílio-acidente corresponde a 50% do salário-de-benefício e pode ter valor 
inferior ao salário mínimo. Até a Lei n.º 9.032/95, o auxílio-acidente tinha um valor que 
variava entre 30%, 40% e 60% de acordo com o grau de redução da capacidade de trabalho. 
Os segurados quem ganham 30% e 40% recorreram ao judiciário requerendo a 
aplicação a Lei nova, a fim de majorar os seus percentuais. A jurisprudência, porém, se 
firmou no sentido de que não existe direito à majoração pretendida, sendo aplicável o 
princípio do tempus regit actum, sendo aplicável ao benefício a lei que estava vigente no 
momento de seu fato gerador. 
O que é fundamental entender é qual o fato gerador do benefício. A lei aplicável ao 
auxílio-acidente é a lei vigente ao tempo da consolidação das lesões e não ao tempo do 
acidente. No momento que ele sofreu o acidente surgiu o direito ao auxílio-doença e após a 
consolidação das lesões é que surgiu o direito ao auxílio-acidente, conforme inclusive 
previsão expressa do art. 86. 
1.1.3.4 Data de início do benefício - DIB 
Assim como acontece com a aposentadoria por invalidez, é muito difícil o auxílio-
acidente ser concedido diretamente. Em regra ele é precedido de um auxílio-doença. Então 
a data de seu início será o dia seguinte à cessação do auxílio-doença. 
Se não houver auxílio-doença que o preceda, a DIB será a data do requerimento 
administrativo. 
1.1.3.5 Observações 
O auxílio-acidente é inacumulável com qualquer aposentadoria. Ele pode ser 
cumulado com outros benefícios, menos com aposentadoria, nos termos do art. 86 e seus 
parágrafos, sendo pago somente até a véspera da aposentação do segurado. 
Ocorre que, no passado, até o advento da Lei n.º 9.528/97, o benefício de auxílio-
acidente era vitalício. O segurado se aposentava e, mesmo assim, continuava recebendo o 
auxílio-acidente até a sua morte. 
Mas qual é a lógica de se ter um auxílio-acidente inacumulável com aposentadoria 
atualmente? O valor do auxílio-acidente hoje integra o cálculo da aposentadoria, no passado 
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não integrava. O art. 31 da Lei nº 8.213/91 diz que o valor do auxílio-acidente será 
considerado no momento de concessão da aposentadoria, integrando o seu salário-de-
contribuição. Então, caso ele fosse cumulado com a aposentadoria, estaríamos diante de um 
duplo pagamento: integrando-o no cálculo da aposentadoria e mantendo o seu pagamento 
após a aposentação. 
Art. 31. O valor mensal do auxílio-acidente integra o salário-de-contribuição, para fins de 
cálculo do salário-de-benefício de qualquer aposentadoria, observado, no que couber, o 
disposto no art. 29 e no art. 86, § 5º. (Restabelecido com nova redação pela Lei nº 
9.528, de 1997) 
Vamos imaginar um segurado que obteve a concessão do auxílio-acidente e da 
aposentadoria antes da Lei nº 9.528/97. Não há dúvidas de que esse segurado faz jus aos 
dois benefícios de forma cumulativa, pois concedidos à época em que o auxílio-doença era 
vitalício. 
Se o auxílio-acidente e a aposentadoria foram concedidos depois da Lei n.º 9.528/97, 
também não há controvérsia, pois os benefícios serão inacumuláveis, nos termos do art. 86 
da Lei n.º 8.213//91. 
O problema surge então quando temos o auxílio-acidente concedido na época em 
que ele era vitalício, anteriormente à Lei n.º 9.528/97 e a aposentadoria concedida após a 
vigência da mencionada Lei, quando já não era mais permitida a cumulação entre os dois 
benefícios. Aqui, não adianta invocar o princípio do tempus regit actum, pois teremos uma 
lei para o tempo do auxílio-acidente e outra lei para o tempo da aposentadoria. 
O STJ, por muito tempo, afirmou que nesse caso poderia acumular. Todavia, houve 
mudança de posicionamento e hoje o STJ entende que não pode haver cumulação dos dois 
benefícios quando verificada a hipótese acima, afirmando que a única situação em que os 
dois benefícios podem ser cumulados é quando ambos foram concedidos anteriormente à 
Lei n.º 9.528/97. 
1.1.3.6 Questão de concurso 
Vamos analisar, agora, algumas assertivas de concurso público. 
 Juiz Federal - TRF3 - 2013 - Questão 7 
II - A consolidação de lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, que resultem 
seqüelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que o segurado 
habitualmente exercia, é um dos requisitos para a concessão do benefício de auxílio-
acidente, ainda que o segurado estivesse desempregado à época do acidente. 
A assertiva está correta, vez que o benefício de auxílio-acidente é concedido ao 
segurado mesmo que ele esteja desempregado, desde que no período de graça. 
III - Por expressa previsão constitucional, compete sempre à Justiça Estadual processar e 
julgar feitos que tenham por objeto a concessão do benefício de auxílio-acidente, 
decorrente de acidente de qualquer natureza. 
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A assertiva está falsa, vez que o benefício de auxílio-acidente pode ser concedido 
mesmo quando a redução da capacidade para o trabalho decorre de acidente de qualquer 
natureza, não sendo imprescindível a ocorrência de acidente do trabalho para tanto. Então, 
quando decorrente de acidente do trabalho (acidentário), será julgado pela Justiça Estadual. 
Quando decorrente de acidente outro qualquer (comum), será julgado pela Justiça Federal. 
IV - O benefício de auxílio-acidente, de caráter indenizatório, pode ser cumulado com 
salário, bem como com qualquer outro benefício previdenciário que venha a ser concedido 
ao segurado, exceto o de aposentadoria de qualquer espécie, ressalvado o direito 
adquirido. 
A afirmativa está integralmente correta. 
V - Todo segurado da previdência social, que não tenha perdido essa qualidade, faz jus ao 
benefício de auxílio-acidente, no valor de 50% do salário-de-benefício, sem a incidência do 
fator previdenciário, ao ter reduzida sua capacidade de trabalho em decorrência de 
seqüelas resultantes de acidente de qualquer natureza. 
Essa assertiva está falsa, vez que o auxílio-acidente não é para todo segurado, mas 
apenas para o empregado, empregado doméstico, segurado especial e trabalhador avulso.

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