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EROSÃO DO SOLO CONCEITO É o processo de desprendimento e arraste acelerado das partículas do solo causado pela água e pelo vento. A erosão é causada por forças ativas (chuva, declividade, comprimento do declive e capacidade de infiltração) e por forças passivas (cobertura vegetal e resistência do solo à erosão). As perdas por erosão elevam os custos de produção, aumentando a necessidade de uso de corretivos e fertilizantes e reduzindo o rendimento operacional das máquinas agrícolas. FORMA DE EROSÃO A erosão é um processo inerente à própria formação do solo. Entretanto, a ação do homem, quebra esta harmonia e origina a erosão acelerada. A erosão constitui um fenômeno de grande importância em razão da rapidez com que se processa e dos grandes prejuízos que provoca nas atividades agropecuárias, outras atividades econômicas e ao meio ambiente. EROSÃO GEOLÓGICA Erosão geológica ou natural se manifesta como uma ocorrência normal dos processos de modificação da crosta terrestre, perceptível, somente, com o decorrer de um longo período. EROSÃO ACELERADA O que a natureza levou milhares de anos para formar é desgastado em poucas dezenas de anos, se não forem estabelecidas práticas de conservação do solo. A erosão pode ser causada pela ação da água (hídrica) ou do vento (eólica), sendo a erosão hídrica a mais importante para o Brasil. O escoamento superficial carreia partículas do solo, matéria orgânica, nutrientes químicos, sementes e outras substâncias do solo (adubos e defensivos químicos). HÍDRICA Processo físico associado à erosão hídrica – impacto das gotas de chuva (proteção do solo); desestruturação dos agregados do solo em partículas menores; obstrução dos poros com aumento da compactação e diminuição da infiltração; início do escoamento superficial com transporte de partículas do solo (argila, matéria orgânica, sais, nutrientes); deposição dos sedimentos quando cessa o escoamento superficial. Os fatores que afetam o escoamento superficial são: chuvas (quantidade e intensidade); topografia; cobertura vegetal; propriedades do solo (textura, estrutura dos agregados, porosidade, proteção contra o pingo d’água). Solos arenosos apresentam menor estruturação do que argilosos. Áreas agrícolas apresentam: desproteção da cobertura do solo, desestruturação por mecanização, diminuição da porosidade e infiltração por compactação (pé de arado). Os estágios da erosão hídrica são: Erosão laminar – desgaste uniforme do solo (raízes começam a aparecer e as águas dos rios ficam barrentas) perda de componentes químicos e perda de fertilidade; Erosão por sulcos – surgimento de valetas com perda do horizonte superficial dificultando os trabalhos de mecanização; Erosão em grotas ou voçorocas – perda de horizontes subsuperficiais e impedimento dos trabalhos de mecanização do solo. Deslocamentos e escorregamentos de massa de solo – quando um lençol freático aflora na encosta de um morro. As águas começam a escavar o solo arenoso. Erosão em pedestal – erosão diferenciada em função de uma proteção do solo (pedra ou raízes) Erosão em pináculo – erosão diferenciada deixando altos pináculos Erosão em túnel – canais subterrâneos formados por escoamento da água na subsuperfície EÓLICA Ocasionada pelos ventos, em geral, em regiões planas, de pouca chuva, com vegetação natural escassa FÍSICA DAS CHUVAS A chuva é um dos fatores climáticos mais importantes para a erosão dos solos. Pode ser definida como sendo a quantidade de água que precipita, em uma área, de forma contínua em um período mais ou menos longo. CARACTERÍSTICAS Duração – período de tempo da chuva (hora) Freqüência – intervalo entre uma chuva e outra Intensidade – volume em função do tempo (21mm/hora) ENERGIA CINÉTICA A gota de chuva ao se desprender das nuvens adquire velocidade que é função de sua massa e da altura. O ar oferece resistência à queda onde a velocidade atinge um valor constante e final em alturas diferenciadas, em relação ao solo. Ec = 0,119 + 0,0873 log I (megaJoule/há-mm) Chuva de 76 mm/h – gotas não aumentam - Ec = 0,283 mJ/há-mm EROSIVIDADE DAS CHUVAS DEFINIÇÃO A erosividade das chuvas pode ser definida como a capacidade potencial das mesmas em causar erosão. A sua atuação inicia na primeira fase do processo que é a desagregação, ou seja, a destruição dos agregados que compõem a estrutura do solo. O impacto direto das gotas de chuva na superfície descoberta do solo, dada sua energia cinética, promove a anulação das forças que mantinham os agregados estáveis. Assim, os diferentes constituintes dos agregados ficam dispersos e, por apresentarem pequena massa, são passíveis de remoção. O escorrimento superficial se encarrega de transportar estes materiais para as partes mais baixas do terreno ou para os açudes e rios. ESTIMATIVA A metodologia proposta por Wischmeier (1959) para estimativa da capacidade erosiva das chuvas requer a utilização de registros pluviográficos. Através da leitura dos pluviogramas é possível a determinação da energia cinética e a intensidade máxima de precipitação em 30 minutos. Utilizando-se esta metodologia foram definidas as linhas isoerodentes dos Estados Unidos, iniciadas por Wischmeier (1962) e concluídas por Wischmeier & Smith (1978). Os trabalhos desenvolvidos por Lombardi Neto (1977), Lago (1984), Bertol (1993), Bertol (1994), Lago (2000), Santos (2003), Santos (2008), Moreira (2006) e Cogo, Eltz e Cassol (2006) para diferentes regiões, demonstram a validade do método para as condições brasileiras. Indice de erosão - EI30 Soma de todos os valores de EI para as chuvas acima de 10mm durante o ano EI30 = Ec x I30 ERODIBILIDADE DO SOLO DEFINIÇÃO É a suscetibilidade de um solo à erosão. Depende da sua textura, estrutura e profundidade. Está relacionado com a velocidade de infiltração e resistência à dispersão das gotas da chuva e ao arrastamento pela enxurrada. FATORES DE INFLUÊNCIA Relevo, cobertura, infiltração, natureza do solo MÉTODOS DE PESQUISA EM EROSÃO DE SOLO Estudos de reconhecimento da erosão A Equação Universal de Perdas de Solo (USLE), desenvolvida por Wischmeier e Smith, baseou-se na análise de dados de escoamento superficial e perdas de solo em mais de 10.000 parcelas experimentais, em condições de chuvas naturais e simuladas, expressa a perda de solo por unidade de área como: Pu = R K L S C P, onde: Pu – perda de solo por unidade de área – t.ha-1 R – fator que considera o efeito da chuva, representando sua erosividade - Mj. ha-1 mm. h -1 Depende do produto da energia da chuva e intensidade máxima de precipitação correspondente a uma duração de 30 minutos (I30) K – fator que considera a erodibilidade do solo - t.ha-1 / Mj. ha-1 mm. h-1 Expressa a quantidade de solo erodido para um solo específico, mantido sem cobertura e submetido a práticas culturais normais em parcela unitária de 22,1 m de comprimento e 9% de declive. Depende da velocidade de infiltração da água no solo, capacidade de armazenamento do solo, forças de resistência do solo à ação das chuvas e do escoamento superficial L – fator que leva em conta a distância ao longo da qual ocorre o escoamento superficial, adimensionalS – fator que considera a declividade do terreno, adimensional Fator topográfico (LS) que é uma relação entre as perdas de solo em uma área com declive e comprimento de rampa qualquer e as perdas que ocorrem em uma parcela unitária de 22,1 m de comprimento e 9% de declive. C – fator que leva em conta o uso e manejo do solo, adimensional Expressa a relação entre as perdas que ocorrem em um terreno cultivado nas condições de interesse e as perdas que ocorrem na parcela unitária de 22,1 m de comprimento e 9% de declive submetido a práticas culturais normais. P – fator que considera as práticas conservacionistas adotadas, adimensional Expressa a relação entre as perdas do solo de um terreno cultivado com a prática de interesse e as perdas de solo quando o cultivo é feito morro abaixo. A USLE estima a perda média anual de solo provocada pelas erosões laminares e em sulcos, nas condições que foram obtidos os valores de seus componentes. Desenvolvida para as condições dos Estados Unidos necessita de banco de dados suficientes para a obtenção dos termos componentes dessa equação, exigindo a realização de pesquisas no local de interesse. Foram desenvolvidos outras equações e modelos para representar as perdas de solo levando-se em conta o comportamento do processo erosivo em bacias hidrográficas. A USLE permite a clara visualização dos principais fatores que interferem no processo erosivo. Experimentos em parcela de campo Simuladores de chuva A pesquisa de erosão de solo no Nordeste e no Brasil PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS Práticas de conservação do solo Em várias regiões do Brasil a atividade agrícola tem sido desenvolvida de forma imediatista e sem a aplicação de tecnologias apropriadas que tem provocado a degradação dos recursos naturais. Essa situação vem impondo elevados custos à sociedade pela perda de solos agricultáveis através da erosão que, anualmente, carrega consigo toneladas de terra e de insumos necessários à produção. Para um solo com 1,4 Mg.m -3 de densidade, cada mm de solo removido por erosão equivale a 14 t.ha -1 , podendo ocorrer em uma simples chuva de maior intensidade em um solo desprotegido. As práticas conservacionistas podem ser distribuídas em: mecânicas, vegetativas e edáficas. Mecânicas – mobilização do solo e plantio em curva de nível; marcação racional dos carreadores ou estradas; cordões de pedras em contorno; mínima mobilização do solo; controle de voçorocas; terraceamento em nível e em gradiente; banquetas individuais; patamares ou banquetas contínuas; subsolagem. Vegetativas – enleiramento do mato em contorno; faixas de retenção; rotação de culturas; adubação verde; capinas alternadas; ceifa do mato e coroamento das plantas; cobertura viva (SOD); cobertura morta (MULCH); quebra vento (faixas homeostáticas); pastoreio rotativo; plantio direto; faixas alternadas; faixas de rotação (pousio). Edáficas – utilização das terras em conformidade com a sua capacidade de uso; atender a legislação ambiental (APP); controle do fogo; correção e adubação. Um dos segredos básicos no combate à erosão é evitar que a água adquira velocidade no seu percurso de escoamento superficial. De um modo geral, a topografia do solo é um dos fatores que determinam a sua aptidão agrícola. A tabela abaixo indica as práticas conservacionistas recomendadas para as diferentes declividades. Declividade (%) Práticas sugeridas 0 -3 Aração, gradagem e sulcamento em curva de nível 3 -6 Aração, gradagem, sulcamento, plantio em faixas de retenção conforme o solo 6-12 Terraços a nível ou gradiente, conforme o tipo de solo 12 – 18 Terraços em nível ou gradiente. Faixas de retenção para maior proteção do solo Acima de 18 Aconselha-se destinar a área para fins de pastagem, refúgio da fauna ou reflorestamento. O plantio direto tem se mostrado eficiente, não somente no combate a erosão, mas também na economia de energia, insumos e melhoria na qualidade ambiental. A reposição da matéria orgânica no solo propicia a melhoria na estrutura do solo e no aumento do nível de nutrientes para as plantas. As perdas nas enxurradas são minimizadas em função da maior infiltração e retenção de umidade no solo, além da melhor proteção contra a energia cinética das gotas d’água das chuvas. A minimização da mecanização agrícola propicia uma menor destruição dos agregados, a manutenção da porosidade do solo e um menor efeito na compactação do solo resultando na manutenção da aeração para o sistema radicular. Este conjunto de efeitos propicia uma agricultura com maior produtividade, com menores custos de produção e maiores ganhos ambientais. Nas regiões onde as práticas edáficas e vegetativas não são suficientes para o controle da erosão, principalmente onde ocorram chuvas de grande intensidade, o terraceamento é a prática de controle da erosão hídrica mais utilizada. Trata-se da construção de terraços, composta de um dique e um canal, disposto no sentido transversal à declividade do terreno. Deve-se fazer, antecipadamente, um estudo de relevo, clima, solo, culturas a serem utilizadas, equipamentos disponíveis para que o dimensionamento possa atingir aos objetivos propostos: controlar a erosão e manter os níveis de produtividade das culturas. O rompimento de um terraço pode provocar sérias perdas à área cultivada. Os terraços podem ser em nível (absorção da água retida), em gradiente (condução do excedente de água para fora da área cultivada) ou misto. Os dois principais parâmetros obtidos no dimensionamento de sistemas de terraceamento são o espaçamento entre terraços e a sua seção transversal. O espaçamento entre terraços depende da velocidade do escoamento superficial e da resistência do solo à erosão. Existem diversas metodologias disponíveis para a sua determinação, a proposta de Lombardi Neto ET AL (1994) leva em consideração dados de pesquisa sobre perdas de solo e água por erosão, considerando a cobertura vegetal, os sistemas de preparo do solo, o manejo dos restos culturais e a erodibilidade das classes de solos existentes. A seção transversal do terraço está relacionada com o espaçamento horizontal e com a altura máxima de água acumulada no canal. Manejo de solos em áreas irrigadas O aumento da produção agrícola, para tender a demanda populacional em crescimento, poderá ser alcançado mediante três alternativas: pela expansão da área cultivada, pelo aumento da produtividade atual e pelo aumento da intensidade do cultivo atual. Este último está relacionado com a intensificação e expansão das áreas irrigadas. Enquanto vários países já atingiram suas potencialidades máximas em termos de áreas irrigadas, no Brasil somente 5% da área irrigável está sendo utilizada. Dos 6 milhões de hectares que podem ser irrigados no Nordeste do Brasil, somente 600 mil hectares estão sendo cultivados. A intensificação e expansão da área irrigada pode acelerar a ocorrência de alguns efeitos adversos sobre o solo, caso não sejam tomadas medidas de prevenção e controle. Alguns países, como o Paquistão, tiveram severas perdas em suas melhores e mais produtivas terras em função da salinização do solo, sobretudo nas regiões áridas e semiáridas do planeta. O problema de salinidade se resume no acúmulo de sais solúveis (cloretos, sulfatos, bicarbonatos de sódio, cálcio, magnésio e potássio) e/ou sódio trocável no solo. A origem desse problema está relacionada com o processo de intemperização química das rochas (hidrólise, hidratação, oxidação,redução e carbonatação), onde seus constituintes são liberados gradualmente (salinização primária). Em regiões úmidas, estes sais são lixiviados para o lençol freático, geralmente distante da superfície, devido o solo ser profundo, ou eliminados para fora do local, pelas águas superficiais, devido ao relevo ondulado. No entanto, em regiões semiáridas e áridas, com precipitações inferiores à evapotranspiração, relevos planos, solos rasos e/ou com camadas impermeáveis, estes sais são acumulados, juntamente com a água, nas depressões, podendo atingir, com o tempo, níveis de salinidade que comprometem o desenvolvimento das plantas. As causas diretas da salinização dos solos nestas condições são a própria água da irrigação e/ou a elevação do lençol freático (salinização secundária). Sob condições de predominância do sódio na solução do solo (+ 50%), o cálcio e o magnésio trocáveis são substituídos pelo sódio dando início ao processo de sodificação. O sódio trocável, a partir de certo limite, dá início ao processo de dispersão da argila, formando um sub- horizonte denso e impermeável, impedindo a drenagem. A utilização de solos de textura fina (argilosa) para irrigação proporciona uma maior suscetibilidade destas áreas para este processo do que os solos de textura arenosa. O crescente aumento da concentração de sais aumenta a pressão osmótica do meio reduzindo a disponibilidade de água no solo para as plantas, iniciando-se, assim, uma deficiência nutricional em virtude da não absorção dos nutrientes contidos na solução do solo e da toxidade pelo aumento na concentração de um íon específico. As áreas irrigadas podem ser utilizadas, sem o risco de salinização, desde que sejam adotadas corretas práticas de manejo do sistema solo-água-planta. Existem três possíveis alternativas para solucionar problemas de salinidade: prevenção, convivência e recuperação. Prevenção – Realizar criterioso estudo de solos (levantamento em nível ultradetalhado) com rigorosos testes de infiltração para a correta determinação das lâminas de irrigação e sondagem da profundidade do lençol freático na área a ser irrigada. Utilizar água de boa qualidade e sistemas de irrigação adequados para cada tipo de solo. Adequar a cultura ao tipo de solo. Utilizar manejo do solo buscando manter a superfície do solo com constante cobertura. Aplicar fertilizantes nas dosagens que atendam às necessidades das plantas e na capacidade de retenção do solo. Implantar, e realizar constante manutenção, sistema de drenagem (1,5 m de profundidade) que favoreça ao escoamento do excesso da água de irrigação e da ascensão do lençol freático. Anualmente, durante o período das chuvas, os excessos de sais são lavados do perfil e lixiviados pelas águas superficiais e/ou drenados pelo sistema de drenagem. Esporadicamente, durante o ciclo de produção, aplicam-se lâminas de irrigação superiores à projetada para que os sais acumulados possam ser distanciados do sistema radicular das plantas e drenados para fora do perfil. Deve-se realizar permanente monitoramento dos principais atributos físicos do solo responsáveis pela boa infiltração da água no solo (estabilidade de agregados, argila dispersa em água, grau de floculação, porosidade, densidade) e dos principais atributos químicos do solo que possam indicar o aumento na concentração de sais e de sódio na solução do solo (condutividade elétrica (CE), porcentagem de sódio trocável (PST), relação de adsorção de sódio (RAS), pH). Recuperação – Quando os sais presentes são cloretos e sulfatos de sódio, apenas a lavagem podem melhorar o solo. Quando forem carbonato/bicarbonato de sódio, cloreto/sulfato de magnésio ou sulfato de cálcio, deve ser aplicado corretivo e realizar a lavagem posteriormente. RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS A demanda por alimentos pela crescente população humana vem intensificando a pressão da exploração dos recursos naturais renováveis, acarretando processos de degradação ambiental em vastas áreas do planeta. Em primeiro lugar, há redução drástica da biodiversidade, com a erradicação total da vegetação para a implantação de uma área para cultivo ou pastagem, com destocamento e queima dos restolhos. A cadeia alimentar fica radicalmente modificada com os insetos sem os seus respectivos controladores, tornando-se pragas para as culturas implantadas. O controle das pragas com agrotóxicos, intenso uso de adubos químicos, constante movimentação de máquinas ou animais, intensa movimentação do solo e exposição do mesmo às adversidades climáticas (chuvas, sol, vento) proporcionam a degradação contínua da área cultivada até a sua total exclusão do sistema produtivo. As áreas agrícolas são degradadas em função, principalmente, de: perda de fertilidade causada por erosão, compactação (desestruturação do solo), salinização, desertificação. Para que se dê a recuperação destas áreas, deve-se, primeiramente, por fim as causas que propiciaram esta degradação, ou seja, uso irracional dos recursos naturais com tecnologias ou sistemas de produção sem a devida adequação e prevenção de impactos. A retirada brusca da cobertura vegetal é a principal ação impactante para os processos de erosão e desertificação. O uso intensivo de insumos e mecanização agrícola é o principal fator para a compactação dos solos agrícolas. O manejo inadequado do solo e da água em áreas irrigadas é o causador da salinização dos solos trabalhados com irrigação. Práticas para recuperação de áreas degradadas Erosão – reposição da cobertura vegetal; plantio direto aliado às práticas conservacionistas de solo; barreiras de vento, controle de voçorocas. Nas regiões onde as práticas edáficas e vegetativas não são suficientes para o controle da erosão, principalmente onde ocorram chuvas de grande intensidade, o terraceamento é a prática de controle da erosão hídrica mais utilizada. Trata-se da construção de terraços, composta de um dique e um canal, disposto no sentido transversal à declividade do terreno. Deve-se fazer, antecipadamente, um estudo de relevo, clima, solo, culturas a serem utilizadas, equipamentos disponíveis para que o dimensionamento possa atingir aos objetivos propostos: controlar a erosão e manter os níveis de produtividade das culturas. O rompimento de um terraço pode provocar sérias perdas à área cultivada. Os terraços podem ser em nível (absorção da água retida), em gradiente (condução do excedente de água para fora da área cultivada) ou misto. Compactação – subsolação; cobertura verde; cobertura morta; uso de espécies rompedoras (tremoço); plantio direto; O plantio direto tem se mostrado eficiente, não somente no combate a erosão, mas também na economia de energia, insumos e melhoria na qualidade ambiental. A reposição da matéria orgânica no solo propicia a melhoria na estrutura do solo e no aumento do nível de nutrientes para as plantas. As perdas nas enxurradas são minimizadas em função da maior infiltração e retenção de umidade no solo, além da melhor proteção contra a energia cinética das gotas d’água das chuvas. A minimização da mecanização agrícola propicia uma menor destruição dos agregados, a manutenção da porosidade do solo e um menor efeito na compactação do solo resultando na manutenção da aeração para o sistema radicular. Este conjunto de efeitos propicia uma agricultura com maior produtividade, com menores custos de produção e maiores ganhos ambientais. Salinização – lavagem e corretivos; cobertura morta; uso de espécies resistentes para retirar os sais do sistema; cobertura vegetal. Quando os sais presentes são cloretos e sulfatos de sódio, apenas a lavagem podem melhoraro solo. Quando forem carbonato/bicarbonato de sódio, cloreto/sulfato de magnésio ou sulfato de cálcio, deve ser aplicado corretivo e realizar a lavagem posteriormente. Implantar, e realizar constante manutenção, sistema de drenagem (1,5 m de profundidade) que favoreça ao escoamento do excesso da água de irrigação e da ascensão do lençol freático. Desertificação – reposição da cobertura vegetal com utilização de espécies nativas que produzam frutos para a fauna; aumentar a oferta hídrica no solo com técnicas de barramentos na parte alta da bacia hidrográfica; sistema agrosilvopastoril
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