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Teoria geral do processo civil

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Introdução ao Direito Processual Civil
 CARACTERÍSTICAS DO PENSAMENTO JURÍDICO ATUAL
 reconhecimento da força normativa da Constituição.
 desenvolvimento da teoria dos princípios.
 transformação da hermenêutica jurídica, reconhecendo o papel criativo e normativo da atividade jurisdicional.
 expansão e consagração dos direitos fundamentais, que exige o respeito ao princípio da dignidade.
 Podemos compreender o processo de três formas:
Método de criação de normas jurídicas - o processo judiciário cria normas jurídicas aplicáveis ao caso concreto, por intermédio do exercício da jurisdição.
Ato jurídico completo (procedimento) - O processo é entendido simplesmente como um conjunto ordenado de atos que tem por finalidade atingir um fim: a decisão final. É, portanto, um ato-complexo, porque fruto da reunião de diversos atos procedimentais. O termo processo se refere à atuação da jurisdição, já o termo procedimento é a sucessão de atos, que representa a forma como o processo se desenvolve.
Relação jurídica - entende que o processo constitui um conjunto de relações jurídicas que se estabelecem entre os envolvidos no processo (juiz, advogados, partes, terceiros interessados, testemunhas, peritos).
 CONCEITO: O Direito Processual Civil é o conjunto das normas que disciplinam o processo jurisdicional civil – visto como ato-jurídico complexo ou como feixe de relações jurídicas. Compõe-se das normas que determinam o modo como o processo deve estruturar-se e as situações jurídicas que decorrem dos fatos jurídicos processuais.
 O DIREITO PROCESSUAL CIVIL ESTUDA:
 A atividade fim do Poder Judiciário, que é pacificar conflitos de interesses, pela entrega da prestação jurisdicional.
 Os denominados meios alternativos de solução de conflitos (conciliação, mediação e arbitragem).
 PRESTAÇÃO JURISDICIONAL SATISFATIVA
 O Direito Processual Civil para ser efetivo deve proferir a sentença de mérito e criar meios eficazes para o cumprimento da sentença.
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONSTITUCIONAL
 A CF – em razão da supremacia – conforma as normas processuais civis estabelecendo: a)princípios constitucionais do processo civil; b) regras de organização judiciária; c) funções essenciais à Justiça; d) procedimentos jurisdicionais constitucionalmente diferenciados.
Normas Processuais Civis
 DEVIDO PROCESSO LEGAL
Processo devido, atualmente, envolve várias garantias (contraditório, igualdade, duração razoável do processo, juiz natural, motivação, proibição da prova ilícita). Esse rol compreende o que se denomina de conteúdo mínimo do devido processo legal.
 Pelo devido processo legal substantivo entende-se a aplicação do princípio da razoabilidade e da proporcionalidade.
 Já pelo devido processo judicial (ou formal) entende-se que todo o processo deve se desenvolver seguindo rigorosamente os ditames legais.
NCPC, Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.
 PRINCÍPIO DA INÉRCIA DA JURISDIÇÃO
NCPC, Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, SALVO as exceções previstas em lei.
 “começa por iniciativa da parte”  princípio dispositivo
 “se desenvolve por impulso oficial”  princípio inquisitivo
 Temos um sistema processual misto, com destaque para o princípio dispositivo, e na medida em que o Juiz poderá atuar apenas para produção de provas no processo e para conduzi-lo ao final, é inquisitivo. 
 PRINCÍPIO DO DISPOSITIVO
 Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais.
 PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL (PRINCÍPIO DA DEMANDA)
 Uma vez provocada a jurisdição, constitui interesse público ver a demanda resolvida, de modo que o magistrado deve conduzir o processo ao desfecho final.
 PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA ATUAÇÃO JURISDICIONAL OU DA UBIQUIDADE OU DO ACESSO À JUSTIÇA 
Art. 3° Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
 abrange duas perspectivas:
1ª perspectiva – lesões já ocorridas – quem for lesado, poderá buscar reparação à violação 
2ª perspectiva – ameaça de lesão - A pessoa poderá buscar proteção jurisdicional a fim de evitar que haja lesão a direito
 é complementado por dois aspectos:
1º aspecto: relação entre contencioso judicial e administrativo.
Muito embora seja possível buscar administrativamente a solução de determinado conflito, essa via não é necessária, nem impeditiva do acesso ao Poder Judiciário. 
Há 2 exceções: 1ª) necessidade de esgotamento administrativo na Justiça Desportiva em face da exceção prevista no art. 217, §1º, da CF; e 2ª) admissibilidade do habeas data apenas após a caracterização da recusa administrativa (Súmula STJ 2).
2º aspecto: acesso à ordem jurídica justa.
Somente será considerada inafastável a atuação jurisdicional se a tutela prestada for satisfativa, ou seja, se a atuação do Poder Judiciário for efetivamente capaz de tutelar o interesse da parte. 
Atenção! A jurisdição é inafastável, portanto, é um direito do cidadão e dever do Estado, Contudo, a jurisdição não é monopólio do Estado. Os cidadãos podem – e o Estado os incentiva – buscar outros instrumentos para resolução dos seus conflitos.
 PRINCÍPIO DA PROMOÇÃO PELO ESTADO DA SOLUÇÃO POR AUTOCOMPOSIÇÃO
Art3°,§1° É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§2° O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
§3° A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
Assim, sempre que possível, o Estado deve procurar formas consensuais de solucionar os conflitos.
PRINCÍPIO DA INEVITABILIDADE
Diz respeito à vinculação obrigatória das partes ao processo, que passam a integrar a relação processual em um estado de sujeição aos efeitos da decisão jurisdicional. 
é verificado em dois momentos distintos:
a) quando os sujeitos do processo – integrantes da relação jurídica processual –não podem, ainda que não concordem, deixar de cumprir o chamado jurisdicional.
b) quando, em consequência da integração obrigatória, os sujeitos do processo estão vinculados aos efeitos da decisão judicial, do mesmo modo, ainda que não concordem.
 PRINCÍPIO DA INDECLINABILIDADE
 Impõe ao magistrado o dever de apreciar as demandas quando provocado pela parte.
 PRINCÍPIO DA CELERIDADE
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
 Pretende-se chegar ao resultado final com o menor número de atos possíveis.
 Solução integral de mérito.
Entre as diversas formas de manifestação do princípio da celeridade no NCPC, temos a figura processual do julgamento de processos em bloco (demandas repetitivas).
 PRINCÍPIO DO MÁXIMO APROVEITAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS
 Em nome da celeridade, um ato processual somente será anulado ou refeito em razão de vícios se não for possível aproveitá-lo.
 PRINCÍPIO DA EXCEPCIONALIDADE DOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS
 Em nome da celeridade, os recursos especiais e extraordinários constituem hipóteses excepcionalíssimas.
 PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL
 Visa obter o maior resultado com o mínimo de atos processuais.
 PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS
Consagra o respeito às formas legais estabelecidas para a prática de determinado ato. 
Está intimamente ligado à economia processual porque está baseado no aproveitamento do ato processual viciado, ao invés de declará-lo nulo: o ato gerará efeitos, desde que não evidenciado prejuízo às partes ou ao processo.
 PRINCÍPIO DA BOA-FÉ PROCESSUAL
 cláusula geral: O legislador define que tanto a hipótese de incidência quanto a consequência são variáveis.
 impõe tanto às partes, como ao Juiz, ao perito, ao advogado,
à testemunha, (todos os sujeitos do processo) que ajam no processo em respeito os padrões éticos de conduta.
 VEDAÇÃO AO COMPORTAMENTO CONTRADITÓRIO
 Decorre do princípio boa-fé processual. A máxima do venire contra factum proprium não permite que determinada pessoa exerça direito da qual é titular, contrariando comportamentos anteriores. Embora esteja dentro da sua atuação legal, fere o dever de confiança e de lealdade, constituindo ação de má-fé.
*AgRg no AREsp 569.940/RJ "Os princípios da segurança jurídica e da boa-fé objetiva, bem como a vedação ao comportamento contraditório (venire contra factum proprium), impedem que a parte, após praticar ato em determinado sentido, venha a adotar comportamento posterior e contraditório"
PRINCIPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA
 O Código busca a segurança jurídica e a isonomia, reforçando o sistema de precedentes (stare decisis) e estabelecendo como regra, no plano vertical, a observância dos precedentes e da jurisprudência e, no plano horizontal, a estabilidade, a integridade e a coerência da jurisprudência.
STARE DECISIS: é um precedente de respeito obrigatório, criado a partir de uma decisão judicial dada por algum órgão judiciário vinculante. Trata-se de teoria criada no sistema do common law.
 técnicas de adequação:
 distinguishing: comparação entre o caso concreto qualquer e as razões de decidir da decisão paradigma, para verificar se ambos os casos possuem alguma semelhança.
 overruling: revogação do entendimento paradigmático consubstanciado no precedente, em razão da modificação de valores sociais ou dos conceitos jurídicos (formação de novo paradigma) - Além de superar o precedente considerado como
paradigma, no overrruling impõe-se ao órgão julgador a construção de novo
posicionamento jurídico.
 prospective overruling: modulação dos efeitos da decisão quando há superação de paradigma. Pretende-se evitar situações em que determinada parte vencedora em instâncias inferiores, justamente em virtude de as decisões estarem seguindo o entendimento predominante nas cortes superiores, seja surpreendida com a mudança brusca de entendimento. De forma semelhante, o prospective overrruling é adotado pelo STF em sede de controle concentrado de constitucionalidade quando, em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, restringe os efeitos daquela declaração ou decida que ela só terá eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.
 PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO
 Postula por um equilíbrio, sem preponderância das partes ou do magistrado. Todos os envolvidos no processo (partes, juiz, testemunhas, peritos, servidores, advogados) devem atuar de forma cooperativa, em respeito às regras de lealdade.
Dever de Consulta: consectário do contraditório - impõe ao juiz dialogar com as partes e, especialmente, consultar as partes sobre algo que não se manifestarem antes de qualquer decisão.
Art. 10°. O juiz NÃO pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, AINDA QUE se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
dever de prevenção: torna necessário ao juiz apontar falhas processuais a fim de não comprometer a prestação de tutela jurisdicional
dever de esclarecimento: revela-se pelo dever de decidir de forma clara e, ao mesmo tempo, de intimar a esclarecerem fatos não compreendidos nas manifestações das partes
dever de auxílio: remete à remoção de obstáculos processuais, a fim de possibilitar às partes o cumprimento adequado dos seus direitos, das suas faculdades, dos seus ônus e dos deveres processuais.
A cooperação como princípio deve ser compreendida no sentido de “co-operar”, ou seja, de operar juntos, trabalhar juntos na construção do resultado do processo.
 PRINCÍPIO DA IGUALDADE NO PROCESSO (ISONOMIA ou PARIDADE DE ARMAS)
Art. 7° É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
 Paridade de tratamento se dá em relação: ao exercício dos direitos e faculdades processuais; aos meios de defesa; aos ônus; aos deveres; e à aplicação de sanções processuais.
 HERMENÊUTICA PROCESSUAL CIVIL
Art. 8° Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
 atendimento aos fins sociais e às exigências do bem comum: impõe-se ao juiz o dever de considerar na interpretação e aplicação da lei, a própria finalidade do Direito, que é regrar a vida em sociedade
 dignidade da pessoa humana: supraprincípio.
 proporcionalidade e razoabilidade
 proporcionalidade: adequação entre meios e fins
 razoabilidade: equidade, atenção à realidade e equivalência na aplicação do direito.
 legalidade: respeito ao Direito como um todo (ressignificação em razão dos precedentes judiciais)
 eficiência: racionalização, ou seja, com menos recursos e energia, atingir ao máximo a finalidade.
 PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
Art. 9º NÃO se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput NÃO SE APLICA:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;
III - à decisão prevista no art. 701.
 dimensões:
 dimensão formal refere-se ao direito de participar do processo (ser ouvido).
 dimensão material refere-se ao poder de influenciar na decisão.(AMPLA DEFESA)
 em nome da eficácia horizontal dos direitos fundamentais, aplica-se às relações interprivados.
 Nenhuma decisão deve ser tomada sem prévia oitiva das partes, com exceção das tutelas provisórias de urgência e de evidência, no qual o contraditório é diferido:
TUTELAS DE URGÊNCIA são embasadas na demonstração de probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo na forma do art. 300. Podem ser subclassificadas em tutelas de urgência satisfativa ou antecipada (assegura a efetividade do direito material) ou tutelas de urgência cautelar (assegura a efetividade do direito processual) 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.
TUTELAS DE EVIDÊNCIA são aquelas em que o direito da pessoa é tão evidente que o caminho para obtenção do provimento judicial favorável pode ser encurtado ou, em razão da atitude protelatória da outra parte, o magistrado confere rapidez ao provimento como forma de puni-la, nos termos dos art. 311 e 701. 
art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; e 
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem
de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; 
art. 701. sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 dias para o cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa.
 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
 possui 2 sentidos
1º sentido: são vedados julgamentos secretos—Em regra, todos os julgamentos devem ser acessíveis a quem quiser acompanhá-los.
2º sentido: as decisões devem ser publicizadas—Todas as decisões proferidas devem ser publicadas, a fim de cientificar as partes.
Restrições visam preservar: a)direito à intimidade do interessado; e b)interesse público.
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente as partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.
 PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO
 Exigência de fundamentação explícita do magistrado quanto à decisão adotada.
Há íntima relação entre o princípio da publicidade e a regra da motivação das decisões judiciais, na medida em que a publicidade torna efetiva a participação no controle essas mesmas decisões. A publicidade é instrumento de eficácia da garantia da motivação.
 PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO OU PERSUASÃO RACIONAL
 Relacionado com o princípio da motivação, prevê que o juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão (motivada) as razões da formação de seu convencimento pelo que consta nos autos, limitado ao pedido formulado pela parte. 
 PRINCÍPIO DA LIVRE INVESTIGAÇÃO PROBATÓRIA
 Concede liberdade ao magistrado para, diante das provas produzidas, utilizar-se daquelas que pretende para formação do seu convencimento.
 PRINCÍPIO DA CONGRUÊNCIA ou ADSTRIÇÃO
 O magistrado está vinculado àquilo que foi proposto pelas partes no processo, de modo que não poderá analisar de ofício questões que a lei atribua a iniciativa da parte. Prestigia o modelo dispositivo de processo e veda que o juiz decida fora desses limites, sob pena de caracterização de sentença ultra (aprecia o pedido e lhe atribui uma extensão maior do que a pretendida), extra (concede algo além dos pedidos da parte) ou infra petita (também conhecida como citra petita - deixa de apreciar pedido formulado). 
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.
 ORDEM CRONOLÓGICA DE CONCLUSÃO 
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão.
§ 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores.
 REGRA: processos devem ser julgados conforme a ordem cronológica de conclusão
 EXCEÇÕES: 
 julgamento de processos ou recursos anulados
 julgamento de recursos especiais e extraordinários sobrestados, quando há publicação da decisão paradigma
 julgamento de processos em audiência,
 julgamentos de sentenças homologatórias de acordo
 julgamento de sentenças de improcedência liminar do pedido
 julgamento de processos e recursos processuais em bloco (casos repetitivos)
 sentença sem julgamento de mérito
 julgamento antecipada pelo relator do processo
 julgamento de embargos de declaração e de agravo interno
 julgamento de ações que possuem preferência legal ou decorrente de metas do CNJ
 julgamento de processos de natureza criminal
 julgamento de processos urgentes, assim fundamentado na decisão.
 APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS
Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte.
 aplicação das normas processuais, com respeito aos tratados e convenções internacionais.
 irretroatividade da norma processual (tempus regit actu)  início em 18/3/2016.
Art. 14. A norma processual NÃO retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
 ao processo eleitoral, trabalhista e administrativo, o NCPC aplica-se na ausência de norma específica em caráter supletivo e subsidiário.
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.
 PRINCÍPIO A VEDAÇÃO AO JUÍZO DE EXCEÇÃO
 Veda que o Juízo seja constituído após o acontecimento dos fatos a serem julgados.
 PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL:
 ASPECTO SUBJETIVO: análise se dá a partir da atuação do sujeito magistrado.
 ASPECTO OBJETIVO: dois sentidos desse princípio:
1º sentido: tradicional, segundo o qual à luz a imparcialidade e da segurança jurídica, o magistrado deve ser constituído previamente aos fatos;
2º sentido: contemporâneo, trata da definição do magistrado competente para julgamento, com base em regras abstratas, objetivas e gerais definidas na legislação processual civil.
 PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO
 Quando houver mais de um juiz competente, será prevento o juízo em que houver registro ou distribuição do feito.
 PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE
 Significa que cabe ao réu formular toda sua defesa na contestação.
 PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE
 Significa que ninguém pode alegar o desconhecimento da lei para impedir a prestação jurisdicional.
 PRINCÍPIO DA PRODUÇÃO DA PROVA LÍCITA
 Considerado por alguns como princípio, faculta à parte produzir todas e quaisquer provas não vedadas para comprovar o alegado ou defendido em Juízo.
 PRINCÍPIO DA EFETIVIDADE
 Pretende-se conferir efetivamente o direito reconhecido em sentença para que a parte possa gozá-lo.
 PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE DOS RECURSOS
 apenas serão considerados os recursos que estiverem previstos no NCPC ou em legislação específica.
 PRINCÍPIO DA SINGULARIDADE (UNIRRECORRIBILIDADE OU UNICIDADE)
 Para cada ato judicial recorrível existe um recurso próprio previsto, de forma que é, em regra, vedado à parte utilizar de mais de um recurso para impugnar um mesmo ato decisório.
 PRINCÍPIO DA CONSUMAÇÃO
 Uma vez que a parte interpôs um recurso, não poderá aditar ou modificar os recursos, pois o ato processual consuma-se quando praticado.
02
Jurisdição e Ação
 ESTÁGIOS DE EVOLUÇÃO:
 1° estágio: imanentistas, para os quais o processo civil é visto como parte integrante do Direito Civil. A palavra “imanente” significa “inseparável”, “inerente”. Para essa primeira corrente, o processo civil é algo inerente, inseparável do Direito Civil. O problema dessa concepção é que o D. Proc. Civil é visto como um apêndice, mero acessório, disciplina não autônoma, vinculada ao Direito Civil. 
 2° estágio: autônoma. Essa corrente destaca a importância do estudo do Direito Processual, afirmando que o mesmo possui regras e princípios próprios e está TOTALMENTE desvinculada do Direito Civil. O problema é que a ideia exagerada e extrema de autonomia (quiçá, independência) do processo em relação ao direito material, levou os processualistas ao isolamento. Se o direito processual está totalmente desvinculado do direito material, perde-se a razão de ser do direito processual, passa-se a discutir questões processuais diversas, e não há preocupação com a efetividade e com o caráter instrumental do direito processual civil.
 3° estágio: instrumentalistas. Entendem que o D. Proc. Civil representa uma disciplina autônoma (caráter ontológico), mas reconhece e busca a aproximação
com o Direito Civil, pois a razão de ser do processo é servir como instrumento de concretização do direito material. Reaproximam o direito processual ao direito material. Esse é o estágio atual consolidado do Direito Processual Civil brasileiro.
 4° estagio: NEOCONCRETISTAS: Defendem que o D. Proc. Civil e o D. Civil estão muito próximos um do outro, e que, o D. Proc. Civil tem um único sentido: prestar a tutela jurisdicional a quem fizer jus a ela no plano material.
 JURISDIÇÃO: Jurisdição constitui parcela do Poder Estatal, voltada para a função jurisdicional, que é executada como uma atividade, composta por um complexo de atos para a prestação efetiva da tutela jurisdicional.
 PODER - Poder Estatal de interferir na esfera jurídica dos jurisdicionados.
 FUNÇÃO - Encargo atribuído pela CF ao Judiciário para exercer o poder jurisdicional(em regra).
 ATIVIDADE - Conjunto de atos praticados pelos agentes estatais investidos de jurisdição.
Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em TODO o território nacional, conforme as disposições deste Código.
 CARACTERÍSTICAS:
a) Caráter substitutivo - substitui a vontade da parte pela vontade da Lei aplicada ao caso concreto, como forma de colocar fim ao conflito.
b) Lide – atua quando há um conflito de interesses em decorrência de uma pretensão resistida.
c) Inércia – fica subordinada à provocação pela parte (princípio da demanda); e
d) Definitividade – decide o conflito de interesses de forma incontestável, definitiva e imutável.
 EQUIVALENTES JURISDICIONAIS
 autônomos: as partes conferem solução ao litígio autonomamente, com ou sem auxílio de terceiros – transação, reconhecimento jurídico do pedido, renúncia;
 heterônomo: solução determinada por terceiro não investido da jurisdição - tribunais administrativos e arbitragem.
Sem necessidade de maior aprofundamento, é relevante ter em mente alguns conceitos:
 AUTOTUTELA: Solução de conflitos pelo uso da força, por intermédio do qual a parte vencedora sacrifica o interesse da outra. (permite ao possuidor exercer uma espécie de legítima defesa sobre a posse em caso de esbulho)
 CONCILIAÇÃO: Solução de conflitos pela vontade das partes, por intermédio da conciliação (transação), da submissão ou da renúncia.
 MEDIAÇÃO: Solução de conflitos fundada no exercício da vontade das partes, sem a existência de um sacrifício de interesses, mas na investigação das causas que levaram ao conflito, com a finalidade de assegurar o real interesse de ambas as partes.
 ARBITRAGEM: Solução de conflitos por intermédio da nomeação consensual (prévia ou posterior ao conflito) de árbitros que tenham a confiança das partes para a solução do conflito de interesses. Essa solução decorre da imposição da decisão pelo terceiro (árbitro), independentemente da vontade das partes.
 TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS: A solução de questões por tribunais administrativos também é considerada como um equivalente jurisdicional para parte da doutrina. São exemplos o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e o CARF (Conselho Administrativo da Receita Federal).
 PRINCÍPIOS 
 Princípio da INVESTIDURA: necessidade de que a jurisdição seja exercida pela pessoa legitimamente investida na função jurisdicional.
 Princípio da TERRITORIALIDADE: apenas poderá ser exercida a jurisdição dentro dos limites territoriais brasileiros, em razão da soberania do nosso Estado.
 Princípio da INDELEGABILIDADE:
a)perspectiva externa: o Poder Judiciário não poderá outorgar a sua competência a outros poderes, ou seja, não pode delegar a atribuição de julgar os processos aos poderes Executivo ou Legislativo.
b)perspectiva interna: a jurisdição é fixada por intermédio de um conjunto de normas gerais, abstratas e impessoais, não sendo admissível a delegação da competência para julgar de um Juiz para outro.
EXCEÇÕES À INDELEGABILIDADE: 
1ª exceção: carta de ordem determinando a prática de atos de instrução em caso de ações originárias de segundo grau:
Em regra, o processo inicia-se perante o primeiro grau de jurisdição, mas em determinadas situações (como nos casos conhecidos de foro por prerrogativa de função), o processo pode se iniciar diretamente perante um Tribunal (na segunda instância), sendo hipótese excepcional, pois a principal função da segunda instância é julgar os recursos das decisões de primeiro grau, no exercício do duplo grau de jurisdição.
De todo modo, em relação a essas ações originárias de segundo grau, quando necessária a prática de determinado ato instrutório – como a oitiva de uma testemunha –, o Tribunal (ou melhor, o relator do processo no Tribunal) poderá delegar, por intermédio da carta de ordem, a prática desse ato pelo magistrado de primeiro grau. Nesse caso, temos uma exceção ao princípio da indelegabilidade.
2ª exceção: execução dos julgados do STF pelo Juiz de primeiro grau por intermédio de carta de ordem.
Novamente temos a determinação ao magistrado de primeiro grau para que proceda à execução das decisões dadas pelo STF, devido ao fato de que esse órgão não detém estrutura suficiente para exercer a função executória. Essa hipótese de exceção ao princípio da indelegabilidade está prevista no art. 102, I, m, da CF.
 Princípio da INEVITABILIDADE: impõe às partes a vinculação ao processo e a sujeição à decisão judicial.
1º momento: vinculação das partes ao processo judicial.
2ª momento: estado de sujeição ante a vinculação automática.
 Princípio da INAFASTABILIDADE: a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de lesão a direito.
1º aspecto: relação entre contencioso judicial e administrativo.
2º aspecto: acesso à ordem jurídica justa.
 Princípio do JUIZ NATURAL: ninguém será julgado a não ser pela autoridade competente - impossibilita que a parte escolha quem irá julgar o conflito de interesses; veda a criação de juízos de exceção, tal como prevê o art. 5º, XXXVII, da CF,
 ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO
EM RELAÇÃO AO OBJETO DA DEMANDA:
- Jurisdição Penal - matéria penal
- Jurisdição Civil - todas as matérias não penais (conceito amplo e subsidiário)
EM RELAÇÃO AO ÓRGÃO JURISDICIONAL:
- Jurisdição Inferior - enfrenta a demanda do início (originariamente)
- Jurisdição Superior - enfrenta a demanda, em regra, na esfera recursal
EM RELAÇÃO À MATÉRIA:
- Jurisdição Especial - Justiça do Trabalho, Eleitoral e Militar
- Comum - Demais “Justiças” (engloba a Justiça Estadual Comum e Federal)
EM RAZÃO DA LITIGIOSIDADE:
- Jurisdição Contenciosa: caracterizada pelo conflito de interesses
- Jurisdição Voluntária: caracterizada pelo controle jurisdicional de interesses privados.
CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
- obrigatória
- caráter inquisitivo
- possibilidade de decidir por equidade ou até mesmo contrário às partes
- atuação do MP como fiscal da ordem Jurídica
A jurisdição voluntária se constitui como ação administrativa ou judicial?
Entendimento majoritário no sentido de que, a jurisdição voluntária embora possua algumas características próprias – não perde o caráter jurisdicional, não constituindo atividade administrativa
AÇÃO 
TEORIAS DA AÇÃO:
IMANENTISTA 
- ação entendida como direito material em movimento, em razão de ameaça ou lesão a direito;
- direito de ação é prerrogativa do autor contra seu adversário
- processo é mero procedimento
TEORIA CONCRETA DA AÇÃO 
- direito de ação em 2 aspectos: contra Estado – finalidade de obter tutela favorável, e contra o adversário – para obter o direito material;
- é condicionado à existência do direito material;
- direito potestativo – sujeita o adversário ao exercício da ação e da tutela do estado
TEORIA ABSTRATA DO DIREITO DE AÇÃO 
- direito a um pronunciamento do estado
- direito de ação existe ainda que sem o direito material
- não há condição da ação ou sentença terminativa por carência de ação
- interesse e legitimidade são assuntos de mérito
TEORIA ECLÉTICA 
- predominante na doutrina brasileira
- direito de ação é condicionado (interesse e
legitimidade)
- carência da ação forma apenas coisa julgada formal
- condição da ação é matéria de ordem pública analisável a qualquer momento
- direito de petição é incondicionado
TEORIA DA ASSERÇÃO ou In Statu Assertionis ou Della Prospettazione
- distinção entre direito material e direito de ação
- direito de ação condicionado à legitimidade e interesse
- avaliação das condições da ação à vista das afirmações do demandante em cognição sumária (alegações do autor), que pode levar à carência da ação
- avaliação do interesse e legitimidade como matéria de mérito que pode conduzir à rejeição do pedido
* É certo que não aplicamos ao D.Proc.Civil brasileiro as teorias imanentista e concreta da ação. Pelo motivo de que não há mais PREVISÃO EXPRESSA de condições da ação no NCPC, as teorias eclética e da asserção permanecem perfeitamente aplicáveis.
 INTERESSE E LEGITIMIDADE
Art. 17. PARA POSTULAR EM JUÍZO é necessário ter interesse e legitimidade.
 Essa cognição é prévia, sumária e exercida in status assertionis (em asserção). 
No primeiro momento, o magistrado, ao tomar conhecimento da petição inicial, irá avaliar à vista das informações que constam da petição, sem considerar as provas que ainda serão produzidas, se a parte tem interesse e legitimidade. Caso o juiz entenda que não há interesse ou legitimidade, indeferirá a petição inicial com extinção do processo sem resolução do mérito, aplicando sentença terminativa que não produz coisa julgada material.
Superada a cognição sumária, se o magistrado decidir pela citação da parte ré, preclui a possibilidade da sentença terminativa pela não caracterização de interesse e legitimidade.
Ao final da demanda, quando o juiz for sentenciar o mérito, o art. 17, do NCPC, poderá ser novamente referido pelo juiz, que poderá rejeitar o pedido do autor por entender que faltou interesse e legitimidade. Nesse caso, a sentença também não analisará o mérito, não havendo se falar em coisa julgada.
 Interesse: O autor deve demonstrar que o provimento pretendido é capaz de melhorar a sua situação fática a ponto de justificar o dispêndio de tempo, de energia e de dinheiro no processo. 
É representado pelo binômio necessidade x adequação:
 necessário toda vez que o autor não tiver outro meio para obter o bem da vida
pretendido, a não ser por intermédio do Poder Judiciário.
 adequado se, em razão dos pedidos deduzidos, o processo for apto a resolver o conflito de interesses.
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; 
II - da autenticidade ou da falsidade de documento. 
Quando a parte ingressa em juízo para confirmar certeza, atestar a existência, a inexistência, ou o modo de ser de determinada relação (ação declaratória), o INTERESSE deve ser: 
JURÍDICO – a incerteza é capaz de ofender a esfera jurídica da pessoa
OBJETIVO – há alguma conduta ou fato exterior que gera duvida 
ATUAL – a certeza não é meramente possível, mas efetivamente existente.
 Legitimidade: pertinência subjetiva da ação, ou seja, refere-se à titularidade para promover ativa ou passivamente a ação. Em regra, terá legitimidade o titular da relação jurídica de direto material.
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial.
LEGITIMAÇÃO
 ordinária - a parte pleiteia direito próprio
 extraordinária - a parte pleiteia direito alheio, quando expressamente autorizado pelo ordenamento.
 Aplica-se apenas ao processo judicial individual.
 Não se confunde com substituição processual. (Na substituição uma das partes é retirada da relação processual para dar lugar a outra parte)
 Não se confunde com a legitimação ad processum (capacidade para estar em Juízo)
 O legitimado detém, em regra, todos os poderes inerentes à ação, como a capacidade de alegar, de postular e de produzir provas etc. Contudo, não poderá: a) fazer depoimento pessoal; b) praticar atos de disposição do direito material do titular do direito, como renunciar ou reconhecer o pedido e transicionar. 
 Possibilidade Jurídica do Pedido: O NCPC não fala mais em possibilidade jurídica do pedido como condição da ação, mas, ao sentenciar, o Juiz verificará se o pedido do autor é possível. De acordo com a doutrina, podemos ter: 
a)pedido apto a receber tutela judicial, porque previsto pelo ordenamento jurídico; 
b)pedido que, embora não previsto, não é vedado, e portanto, apto a ser tutelado; 
c) pedido vedado expressamente por lei* 
* se o pedido é vedado a parte não tem INTERESSE PROCESSUAL em vê-lo tutelado judicialmente, recaindo no estudo do interesse (ex: não pode a parte cobrar dívida de jogo em juízo; entrar com ação de desquite; etc)
 ELEMENTOS DA AÇÃO:
 parte
 pedido
 causa de pedir
 Partes
 Parte processual: aquela que está em uma relação jurídica processual, que exerce o contraditório, atua com parcialidade e pode sofrer consequências com a decisão.
 Parte material: é o sujeito da relação jurídica discutida em Juízo, podendo (legitimação ordinária) ou não (legitimação extraordinária) ser parte processual.
 Causa de pedir
 causa de pedir remota (ou fática)- descrição do fato que deu origem a lide
 causa de pedir próxima (ou jurídica) - é o próprio direito, aplicado a partir da descrição fática -> envolve a concretização da norma, conferindo substância ao pedido do autor
*às partes, basta a indicação da causa de pedir remota (discrição fática correta), sem necessidade de indicação dos dispositivos legais, visto que o Juiz conhece o direito (princípio iura novit curia). A fundamentação jurídica declinada pelo autor não vincula o magistrado, que poderá decidir de acordo com sua livre convicção jurídica sobre os fatos apresentados (princípio do livre convencimento motivado).
 Teoria da Individuação X Teoria da Substanciação
 TEORIA DA INDIVIDUAÇÃO: causa de pedir composta tão somente pela relação jurídica afirmada pelo autor -> caráter meramente histórico.
 TEORIA DA SUBSTANCIAÇÃO: causa de pedir formada apenas pelos fatos jurídicos narrados pelo autor -> aplicada ao Direito Processual Civil brasileiro.
 Pedido: objeto da ação, consiste na pretensão do autor que é levada ao Estado-Juiz, que irá prestar a tutela jurisdicional sobre essa pretensão.
 pedido imediato: a) aspecto processual -> espécie de tutela jurisdicional.
 pedido mediato: a) aspecto material -> bem da vida
 ESPÉCIES DE AÇÃO
Segundo a natureza da relação jurídica discutida: 
 ação real: envolve relação jurídica de direito real
 ação pessoal: envolve relação jurídica de direito pessoal
Segundo o objeto do pedido mediato: 
 ação mobiliária: envolve bens móveis.
 ação imobiliária: envolve bens imóveis.
Segundo o tipo de tutela jurisdicional: 
 ação de conhecimento - certificação de direito
 ação de execução - efetivação de direito
 ação cautelar - proteger a efetivação de um direito
Classificação das ações de conhecimento: 
 ação condenatória: aquela em que se afirma a titularidade de um direito a uma prestação e pela qual se busca a certificação e a efetivação desse mesmo direito, com a condenação do réu ao cumprimento da prestação devida.
 ações constitutivas: aquela que tem por objetivo obter uma certificação e efetivação de um direito potestativo.
 ações declaratórias: aquela que tem o objetivo de certificar a existência, a inexistência ou o modo de ser de uma relação jurídica.
Além das classificações acima, dois outros conceitos são importantes:
a) ação executiva em sentido amplo: é aquela pela qual se afirma um direito e se busca a efetivação e a certificação desse direito por intermédio de medidas de coerção direta.
b) ação mandamental: é aquela pela qual se afirma um direito e se busca a efetivação e a certificação desse direito por intermédio de medidas de coerção indireta.
Limites da Jurisdição Nacional e da Cooperação Internacional
 LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL
 Princípios:
1 – efetividade – os países irão delimitar a jurisdição sobre processos que eles entendem que poderão, posteriormente, cumprir.
2 – interesse – os países delimitam a jurisdição sobre processos que entende que é de interesse do estado 
2 – submissão – os países respeitam a decisão das partes na eleição da jurisdição internacional (contratos internacionais)
JURISDIÇÃO NACIONAL CONCORRENTE: 
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:
I - de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos;
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil;
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.
- Em tais hipóteses admite-se a atuação tanto da jurisdição brasileira quanto da estrangeira;
- Para produção dos efeitos da sentença estrangeira é necessária homologação prévia perante o STJ;
- após homologação a sentença sera executada pela justiça federal.
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro NÃO induz litispendência e NÃO obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, RESSALVADAS as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.
Art. 25. NÃO compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação.
§ 1º NÃO se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas neste Capítulo.
§ 2º Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1º a 4º.
 A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico.
 O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.
 Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
 Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão.
JURISDIÇÃO NACIONAL EXCLUSIVA 
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, COM EXCLUSÃO DE QUALQUER OUTRA:
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, AINDA QUE o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, AINDA QUE o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
- Haveria conflito entre o art 23 NCPC e o Art 5, XXXI, CF?
Não. Em que pese o dispositivo constitucional afirme que “a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do ‘de cujus’” o magistrado brasileiro competente (fixado por força do art 23 do NCPC) irá aplicar lei estrangeira, porque mais benéfica, sendo assim, hipótese de extraterritorialidade nas regras de competência interna.
COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL 
- envolve: 
Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e observará:
	I - o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente;
	II - a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se assistência judiciária aos necessitados;
	III - a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação brasileira ou na do Estado requerente;
	IV - a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de cooperação;
	V - a espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras.
§ 1o Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base em reciprocidade, manifestada por via diplomática.
§ 2o NÃO se exigirá a reciprocidade referida no § 1o para homologação de sentença estrangeira.
§ 3o Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado brasileiro.
§ 4o O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência de designação específica.
Art. 27. A cooperação jurídica internacional terá por objeto:
	I - citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial;
	II - colheita de provas e obtenção de informações;
	III - homologação e cumprimento de decisão;
	IV - concessão de medida judicial de urgência;
	V - assistência jurídica internacional;
	VI - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
Do Auxílio Direto
Art. 28. Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil.
Art. 29. A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à autoridade central, cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade e a clareza do pedido.
Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto terá os seguintes objetos:
I - obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso;
II - colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira;
III - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
Art. 31. A autoridade central brasileira comunicar-se-á diretamente com suas congêneres e, se necessário, com outros órgãos estrangeiros responsáveis pela tramitação e pela execução de pedidos de cooperação enviados e recebidos pelo Estado brasileiro, respeitadas disposições específicas constantes de tratado.
Art. 32. No caso de auxílio direto para a prática de atos que, segundo a lei brasileira, não necessitem de prestação jurisdicional, a autoridade central adotará as providências necessárias para seu cumprimento.
Art. 33. Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o encaminhará à Advocacia-Geral da União, que requererá em juízo a medida solicitada.
Parágrafo único. O Ministério Público requererá em juízo a medida solicitada quando for autoridade central.
Art. 34. Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida apreciar pedido de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional.
Da Carta Rogatória
Art. 35. (VETADO).
Art. 36. O procedimento da carta rogatória perante o STJ é de jurisdição contenciosa e deve assegurar às partes as garantias do devido
processo legal.
§ 1o A defesa restringir-se-á à discussão quanto ao atendimento dos requisitos para que o pronunciamento judicial estrangeiro produza efeitos no Brasil.
§ 2o Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do pronunciamento judicial estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira.
Disposições Comuns às Seções Anteriores
Art. 37. O pedido de cooperação jurídica internacional oriundo de autoridade brasileira competente será encaminhado à autoridade central para posterior envio ao Estado requerido para lhe dar andamento.
Art. 38. O pedido de cooperação oriundo de autoridade brasileira competente e os documentos anexos que o instruem serão encaminhados à autoridade central, acompanhados de tradução para a língua oficial do Estado requerido.
Art. 39. O pedido passivo de cooperação jurídica internacional será recusado se configurar manifesta ofensa à ordem pública.
Art. 40. A cooperação jurídica internacional para execução de decisão estrangeira dar-se-á por meio de carta rogatória ou de ação de homologação de sentença estrangeira, de acordo com o art. 960.
Art. 41. Considera-se autêntico o documento que instruir pedido de cooperação jurídica internacional, inclusive tradução para a língua portuguesa, quando encaminhado ao Estado brasileiro por meio de autoridade central ou por via diplomática, dispensando-se ajuramentação, autenticação ou qualquer procedimento de legalização.
Parágrafo único. O disposto no caput não impede, quando necessária, a aplicação pelo Estado brasileiro do princípio da reciprocidade de tratamento. (se o Estado exigir do Brasil autenticação, o Brasil também exigirá do Estado)
03.
COMPETENCIA INTERNA 
Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, RESSALVADO às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei.
FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA 
REGRA: Ocorrido o registro ou a distribuição, temos a perpetuação da competência
EXCEÇÃO: Supressão do órgão do Judiciário; alteração da competencia absoluta 
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, SALVO quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta.
Art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal, a competência é determinada pelas normas previstas neste Código ou em legislação especial, pelas normas de organização judiciária e, ainda, no que couber, pelas constituições dos Estados.
CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA 
CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA
CRITÉRIO OBJETIVO – leva em consideração a demanda apresentada -> Os elementos da ação.
 competência EM RAZÃO DA PESSOA (elemento PARTES) – A competência será determinada de acordo com a qualidade da parte envolvida na relação processual (foro por prerrogativa de Função). O critério é absoluto. 
ART 102 - STF - processar e julgar, originariamente 
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República; 
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara e do Senado, do TCU, do PGR e do próprio STF; 
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o DF ou o Território;
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o DF, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta; 
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do STF, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância;
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados; 
r) as ações contra o CNJ e contra o CNMP; 
ART 105 - STJ – Processar e julgar, originariamente: 
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do DF, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos TJ’s, os membros dos TCE’s e DF, dos TRF’s, dos TRE’s e dos TRT’s, os membros dos Conselhos ou TCM’s e os do MPU que oficiem perante tribunais; 
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
ART. 108 - TRF’s - processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do MPU, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; 
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal;
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;
 competência EM RAZÃO DA MATÉRIA (elemento CAUSA DE PEDIR) – A competência será determinada em razão da relação jurídica controvertida. O critério é absoluto. 
Trabalhista – Quando envolve relação de trabalho, direito de greve, sindicatos, e outras matérias correlatas.
Eleitoral – Quando envolve questões político-partidárias; sufrágio
MILITAR – Crimes militares
 competência EM RAZÃO DO VALOR DA CAUSA (elemento PEDIDO) – O critério atribuído é o valor que a parte atribui à causa. 
JUIZADO ESPECIAL CÍVEL – Até 40 salarios mínimos - facultativo
JUIZADO ESPECIAL FEDERAL – Até 60 Salarios minimos - obrigatório
JUIZ ESPECIAL DE FAZENDA PÚBLICA – Até 60 salarios mínimos - obrigatório
CRITÉRIO FUNCIONAL - leva em consideração aspectos internos do processo, relacionando-se com as atribuições do magistrado na marcha processual. Envolve a distinção entre:
 competência originária e recursal;
 competência de acordo com a fase do processo (cognição, cautelar ou execução);
 competência em razão de assunção de competência, instituto próprio do NCPC, que está previsto no art. 947;
 competência decorrente de arguição de inconstitucionalidade em controle difuso,
disciplinada no NPCP, art. 948 
CRITÉRIO TERRITORIAL – Cada órgão judicial tem delimitada sua circunscrição, de modo que exercerá a jurisdição no caso concreto dentro desses limites. Servem para definir, dentro da competência comum, estadual ou federal, onde a demanda será proposta.
Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável por convenção das partes. 
 as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo
internacional;
 os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou
interesses da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
 os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução
no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
 as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;
 os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos
determinados por lei, contra o
sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
 os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento
provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
 os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados
os casos de competência dos tribunais federais;
 os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça
Militar;
 os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta
rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
 a disputa sobre direitos indígenas.
 JUSTIÇA COMUM
 A competência da justiça estadual é residual (determinada por exclusão). Se não for da competência das “justiças especiais” ou da Justiça Federal, será atribuída ao poder judiciário comum estadual.
 COMPETÊNCIA TERRITORIAL NO NCPC
Ações de direito pessoal ou direito real sobre bens móveis
REGRA - foro do domicílio do réu
ESPECIFICIDADES:
 mais de um domicílio - qualquer um deles
 domicílio incerto ou desconhecido - onde for encontrado OU domicílio do autor
 não tiver domicílio ou residência no Brasil - domicílio do autor
 2 réus com domicílios diferentes - qualquer deles, à escolha do autor
Execuções Fiscais
 foro de domicílio do réu;
 no de sua residência; ou
 no do lugar onde for encontrado.
Ações fundadas em direito real sobre imóveis DEVEM SER AJUIZADAS NO FORO DA
SITUAÇAO DA COISA
 competência relativa (EXCEÇÃO) - domicílio do réu ou foro de eleição
 competência absoluta (REGRA) - direito de propriedade, de vizinhança, de servidão, de
divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova; E
Ações relativas à sucessão causa mortis
1ª regra: o último domicílio do falecido;
2ª regra: se não tiver domicílio certo, será o local da situação dos bens imóveis;
3ª regra: se tiver bens em domicílios em vários locais, poderá ser ajuizado em qualquer
foro;
4ª regra: se não tiver domicílio, nem bens imóveis, a ação poderá ser ajuizada em
qualquer local dos bens móveis do espólio.
Ação contra réu Ausente - foro do seu último domicílio
Ações contra incapaz - foro do domicílio do representante ou do assistente.
Competência para julgar ações envolvendo a união, os estados-membros e o distrito
federal
 Se os entes públicos forem autores - domicílio do réu
 Se os entes públicos forem réus: a) foro do domicílio; b) no local do ato ou fato; c) no foro
da situação da coisa; ou d) Distrito Federal.
Ação de divórcio separação, anulação de casamento e reconhecimento de união estável
1º - domicílio do incapaz;
2º - não havendo, último domicílio do casal; e
3º - se residirem em domicílios distintos do domicílio do casal, a competência será do foro do
domicílio do réu.
Ação de alimentos: de domicílio ou residência do alimentando.
Ação em que a ré for pessoa jurídica: foro do lugar onde está a sede.
Ação relativa às obrigações que a pessoa jurídica contraiu: local onde está a agência ou
sucursal.
Ação contra ré sociedade ou associação sem personalidade jurídica: local onde exerce
suas atividades.
Ação em que se lhe exigir o cumprimento: local onde a obrigação deve ser satisfeita.
Ação que verse sobre direito previsto o estatuto: local de residência do idoso.
Ação de reparação de dano por ato praticado em razão do ofício: local da serventia notarial
ou de registro.
Ação de reparação de dano ou cujo réu administrador ou gestor de negócios alheios:
foro do lugar do ato ou do fato.
Ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive
aeronaves: foro do domicílio do autor do local do fato.
 MÉTODO PARA IDENTIFICAR O JUÍZO COMPETENTE
a) verificar se a justiça brasileira é competente para julgar as causas (arts. 21 a 23 do NCPC);
b) se for, investigar se é caso de competência originária de Tribunal ou de órgão jurisdicional
atípico (Senado Federal – art. 52, I e II, da CF; Câmara dos Deputados – art. 51, da CF;
Assembleia Legislativa estadual para julgar governador de Estado)
c) não sendo o caso, verificar se é afeto à justiça especial (eleitoral, trabalhista ou militar) ou
justiça comum;
d) sendo competência da justiça comum, verificar se é da justiça federal (arts. 108 e 109, da CF),
pois, não sendo, será residualmente da estadual;
e) sendo da justiça estadual, deve-se buscar o foro competente, segundo os critérios do CPC
(competência absoluta e relativa, material, funcional, valor da causa e territorial); f) determinado
o foro competente, verifica-se o juízo competente, de acordo com o sistema do CPC (prevenção,
p. ex.) das normas de organização judiciária.
 MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA
 um Juiz que não era originariamente competente passará a ser
 isso somente é possível quando se tratar de competência relativa
 PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA:
 supressão do órgão judiciário (art. 43, do NCPC);
 alteração da competência absoluta (art. 43, do NCPC);

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