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direitos humanos 2

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ANTECEDENTES HISTÓRICOS
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A evolução dos Direitos Humanos é acompanhada por um fenômeno de crise das liberdades.
A evolução dos Direitos Humanos acompanha o processo histórico, as lutas sociais e os contrastes de regimes políticos, assim como o progresso científico, técnico e econômico.
A doutrina dos Direitos Humanos remonta à antiguidade.
Começa já no século VI a.C., com a criação das primeiras instituições democráticas em Atenas, e prossegue no século seguinte com a fundação da república romana.
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(CONTINUAÇÃO)
OBS: a antiguidade desconhecia a autonomia individual, dando ensejo à distinção clássica entre a “liberdade dos antigos” e a “liberdade dos modernos”.
Antigos: a liberdade, de índole essencialmente política, consistia na participação do homem na vida da polis (faculdade de exercer os direitos políticos do cidadão).
Modernos: a liberdade é a realização na existência individual e pessoal de cada um.
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Atenas: por mais de dois séculos (de 501 a.C. a 338 a.C.) o poder político dos governantes foi limitado:
Pela soberania das leis; e
Pela instituição de um conjunto de mecanismos de cidadania ativa.
OBS: Democracia Ateniense: (1) atribuição popular do poder de eleger os governantes; e (2) tomar diretamente em assembléia as principais decisões políticas. 
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Roma: com a instauração do governo republicano, o poder político passou a sofrer limitações, não propriamente pela soberania popular ativa nos moldes da democracia ateniense, mas em razão da elaboração de um complexo sistema de freios e contrapesos entre os diferentes órgãos políticos.
OBS: estava dado o passo inicial para a afirmação dos Direitos Humanos e, consequentemente, para a consideração de que todos os homens, independente de seu estamento social, são livres e essencialmente iguais em dignidade e direitos. 
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(CONTINUAÇÃO)
O estado da evolução histórica dos Direitos Humanos remete necessária e preliminarmente ao estudo das Declarações de Direitos.
Os Direitos Humanos passaram a ser formalmente reconhecidos, ganhando dimensão jurídica, somente com as Declarações solenes.
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(CONTINUAÇÃO)
Os Direitos Humanos começaram a ser formalmente reconhecidos no século XIII, com a Magna Charta Libertatum.
Em seguida, destacam-se as Declarações inglesas: Petition of Rigths; Habeas Corpus Act; e Bill of Rights.
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(CONTINUAÇÃO)
Mas foi no Séc. XVIII que nasceram definitivamente os Direitos Humanos Fundamentais, a partir das: (1) Declaração do Bom Povo da Virgínia e a Declaração da Independência dos E.U.A; e (2) Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Posteriormente, surgiram os outros acontecimentos e Declarações, como: (1) Constituição Mexicana; (2) Constituição Alemã; (3) Declaração Universal dos Direitos Humanos; (4) Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos; (5) Pacto Internacionais dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais; (6) Pacto de San José da Costa Rica; (7) dentre outros. 
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(CONTINUAÇÃO) 
Vislumbra-se três etapas na afirmação dos Direitos Humanos:
1ª etapa: Direitos Naturais Universais;
2ª etapa: Direitos Positivos Restritos;
3ª etapa: Direitos Positivos Universais.
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MAGNA CHARTA LIBERTATUM
Firmada em 1215 entre o Rei João Sem Terra e os Bispos e Barões ingleses.
Apesar de ter garantido tão somente privilégios feudais aos nobres ingleses, é considerada como marco de referência para algumas liberdades clássicas, como o devido processo legal, a liberdade de locomoção e a garantia da propriedade.
Foi feita para proteger os privilégios dos barões e os direitos, em decorrência da pressão tributária, dos homens livres. 
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(CONTINUAÇÃO) 
Em face desse acordo histórico, foram reconhecidas e garantidas:
A liberdade e a inviolabilidade dos Direitos da Igreja;
Propriedade privada;
Sucessão hereditária;
Matrimônio;
Penas pecuniárias;
Consentimento dos súditos ao poder de tributar (por meio dos representantes);
Devido processo legal;
Liberdade de ir e vir.
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(CONTINUAÇÃO)
OBS: inaugurou a pedra fundamental para a construção da democracia moderna, pois, a partir dela, o poder do governante passou a ser limitado, não apenas por normas superiores, fundadas no costume ou na religião, mas também por direitos subjetivos dos governados.
OBS: preocupa-se com o Direito dos ingleses e não com os Direitos dos seres humanos.
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PETITION OF RIGHTS (1628)
Trata-se de documento dirigido ao monarca e que os parlamentares pediam o reconhecimento de diversos direitos e liberdades para os súditos.
Constitui uma transação entre o Parlamento e o Rei.
O monarca cedeu ao pedido para obter em troca recursos financeiros que dependia de autorização do Parlamento.
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(CONTINUAÇÃO)
Tratam-se, basicamente, dos seguintes direitos:
Que ninguém fosse obrigado a contribuir com qualquer dádiva ou empréstimo e a pagar qualquer taxa ou imposto, sem o consentimento de todos, manifestado por ato do parlamento;
Que ninguém fosse demandado a responder ou prestar juramento ou a executar algum serviço, ou encarcerado, ou, de uma forma ou de outra, molestado ou inquietado por causa desses tributos, ou da recusa a pagá-los, e que nenhum homem livre ficasse preso ou detido, em razão dessas causas.
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HABEAS CORPUS ACT (1679)
Trata-se de documento que procurou por todos os meios limitar o poder real, notadamente o poder de prender os opositores políticos, sem submetê-los a processo criminal regular.
Veio para reforçar as reivindicações de liberdade (liberdade individual), tirando do poder real uma das suas armas mais valiosas, que eram as prisões arbitrárias, que foram suprimidas.
Trata-se, portanto, de “remédio judicial destinado a evitar ou a fazer cessar violência ou coação na liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”.
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BILL OF RIGHTS (1689)
Essa Declaração pôs fim ao regime de monarquia absoluta, no qual todo poder emana do rei e em seu nome será exercido.
Representou a passagem para a Monarquia Constitucional, organizada com base na divisão de poderes.
O essencial do documento constituiu na instituição da separação dos poderes, com a declaração de que o Parlamento é um órgão precipuamente encarregado de defender os súditos perante o Rei e cujo funcionamento não pode, pois, ficar sujeito ao arbítrio deste. 
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(CONTINUAÇÃO)
O Bill of Rigths retomou algumas das disposições da Petition of Rights, tais como:
A proibição de cobrança de impostos sem autorização do Parlamento;
A proibição de prisão sem culpa formada.
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(CONTINUAÇÃO)
Além disso, o Bill of Rigths veio fortalecer e reafirmar a:
Instituição do júri;
Alguns direitos humanos fundamentais dos cidadãos, os quais são expressos até hoje pelas Constituições modernas, tais como: (1) direito de petição; e (2) proibição de penas inusitadas ou cruéis. 
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(CONTINUAÇÃO)
OBS: o “Ato de Sucessão (Act of Settlement), de 1707, complementa o Bill of Rigths inglês e reforça o conjunto de limitações ao poder monárquico nesse período.
OBS: as declarações inglesas, apesar de limitarem o poder monárquico, não vinculavam o Parlamento, não dispondo, portanto, da necessária supremacia e estabilidade.
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DECLARAÇÃO DE DIREITOS DO BOM PODO DA VIRGINIA (1776)
Cuida-se da primeira Declaração de Direitos em sentido moderno.
Preocupa-se, essencialmente, com a fundação de um governo democrático e organização de um sistema de limitação de poderes.
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(CONTINUAÇÃO)
Exemplificativamente, são as seguintes situações:
Reconhece os “direitos inatos” de toda pessoa humana;
Firma o princípio da igualdade de todos perante a lei;
Acolheu o princípio da soberania popular;
Estabelece o princípio fundamental da separação das funções legislativa, judicial e executiva como garanti institucional das liberdades públicas.
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(CONTINUAÇÃO)
Estabelece o direito de reformar,
alterar ou abolir o governo que se mostra inadequado ou contrário aos princípios basilares (proveito comum; proteção e segurança do povo, nação ou comunidade);
Direito ao sufrágio;
Direito à propriedade, não sendo privado da mesma, salvo por razões de utilidade pública;
Proibição de suspensão de lei ou da execução destas por qualquer autoridade, sem consentimento dos representantes do povo.
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(CONTINUAÇÃO)
Direito de defesa nos processos criminais;
Direito a não produzir prova contra si mesmo;
Direito a não ser privado de sua liberdade, salvo por mandado legal do país ou por julgamento de seus pares;
Instituição do júri;
Assegurou a liberdade de imprensa;
Assegurou o livre exercício da religião.
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DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA DOS E.U.A (1776)
Representou o ato inaugural da democracia moderna, combinando, sob o regime constitucional:
A representação popular com a limitação de poderes governamentais;
(2) o respeito aos Direitos Humanos.
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(CONTINUAÇÃO)
Três grandes características socioculturais atuaram como fatores predisponentes para a criação do novo Estado:
Não-reprodução, em território americano, da sociedade estamental européia;
A questão da defesa das liberdades individuais;
A submissão dos poderes governamentais ao consentimento popular.
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(CONTINUAÇÃO)
Trata-se do primeiro documento a afirmar os princípios democráticos na histórica política moderna.
Estabelece o princípio da nova legitimidade política: a soberania popular.
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DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO (1789)
Em razão da universalidade de sues princípios, trata-se no marco culminante do constitucionalismo liberal.
Pôs fim ao Acien Régime.
Proclamou os princípios da liberdade, da igualdade, da propriedade e da legalidade, bem como as garantias individuais.
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(CONTINUAÇÃO)
É de cunho universal e abstrato, preocupando-se mais com o Homem e seus direitos, do que com os direitos tradicionais dos indivíduos de determinada comunidade, que constituíam o núcleo de proteção das declarações anglo-saxônicas.
Sua finalidade última é proteger s direitos do Homem dos atos autoritários do governo. 
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(CONTINUAÇÃO)
Dada a universalização de suas idéias, apontam-se três características fundamentais, a saber:
Intelectualismo: por resultar de uma ordem de idéias, no plano intelectual, de fundamento filosófico e jurídico;
Mundialismo: porque suas idéias são universais, difundindo-se além fronteiras;
Individualismo: porque só se emprenha em prol das liberdades individuais.
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(CONTINUAÇÃO)
A doutrina costuma classificar os direitos nela declarados em Direitos do Homem e Direitos do Cidadão, tratando-se de direitos universais e nacionais, respectivamente.
Os Direitos do Homem são as liberdades, que consistiam em poderes de agir, ou não agir, independente da intervenção do Estado, que, aliás, não pode criar nenhum obstáculo ao exercício daquelas prerrogativas.
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(CONTINUAÇÃO)
Entre essas liberdades, inserem-se as seguintes:
Segurança;
Liberdade de locomoção;
Legalidade processual;
Legalidade penal;
Presunção de inocência;
Liberdade de opinião e de expressão;
Propriedade.
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(CONTINUAÇÃO)
Os Direitos do Cidadão são poderes que traduzem em meios de participação do Homem no exercício do Poder Político.
Entre esses poderes, incluem-se:
Direito de participar da vontade geral;
Direito de consentir no imposto e de controlar o dispêndio do dinheiro público;
Direito de pedir contas da atuação do agente público.
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(CONTINUAÇÃO)
Estabelece, ainda, a seguinte situação:
Art. 16: a sociedade em que não esteja assegurado o exercício dos Direitos Humanos Fundamentais, nem estabelecida a separação dos poderes, não tem Constituição.
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CONSTITUIÇÃO MEXICANA (1917)
A fonte ideológica da “Constituição Política dos Estados Unidos Mexicanos” foi a doutrina anarcossindicalista (difundida, principalmente, na Rússia, na Espanha e na Itália).
Iniciou-se com manifestações contra a ditadura
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(CONTINUAÇÃO)
O grupo revolucionário “Regeberación” lançou em 1906 um manifesto no qual as propostas apresentadas viriam a ser as linhas-mestras do texto constitucional de 1917, quais sejam:
Proibição de reeleição do Presidente da República;
Garantias para as liberdades individuais e políticas;
Quebra do poderia da Igreja católica;
Expansão do sistema de educação pública;
Reforma agrária;
Proteção do trabalho assalariado.
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(CONTINUAÇÃO)
A Carta Política mexicana de 1917 foi a primeira a atribuir aos direitos trabalhistas a qualidade de direitos fundamentais, juntamente com as liberdades individuais e os direitos políticos.
A Constituição Mexicana, em reação ao sistema capitalista, foi a primeira a estabelecer a desmercantilização do trabalho, ou seja, a proibição de equipará-lo a uma mercadoria qualquer, sujeita à lei da oferta e da procura no mercado. 
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(CONTINUAÇÃO)
Firmou o princípio da igualdade substancial de posição jurídica entre trabalhadores e empresários na relação contratual de trabalho.
Criou a responsabilidade dos empregadores por acidentes do trabalho.
Lançou, de modo geral, as bases para a construção do moderno Estado Social de Direito.
Deslegitimou as práticas de exploração mercantil do trabalho, o que ocorria sob a invocação da liberdade de contratar.
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(CONTINUAÇÃO)
Passou a estabelecer as seguintes situações:
Limitação da jornada de trabalho;
Proteção ao desemprego;
Proteção da maternidade;
Idade mínima de admissão de empregados nas fábricas e o trabalho noturno dos menores na indústria;
Descanso semanal remunerado;
Instituição do salário mínimo;
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(CONTINUAÇÃO)
Isonomia salarial;
Instituição da hora extra;
Direito de associação;
Responsabilidade civil do empregador;
Direito de greve;
Relativização da propriedade privada (em razão da utilidade pública).
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CONSTITUIÇÃO ALEMÃ 
(1919)
Instituidora da primeira república alemã, a Constituição de Weimar surgiu como um produto da grande guerra de 194-1918.
O Estado da democracia social adquiriu na Alemanha de 1919 uma estrutura mais elaborada.
A democracia social representou efetivamente, até o final do século XX, a melhor defesa da dignidade humana, ao complementar os direitos civis e políticos com os direitos econômicos e sociais.
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(CONTINUAÇÃO)
A estrutura da Constituição de Weimar é claramente dualista:
A primeira parte tem por objeto a organização do Estado;
A segunda parte apresenta a declaração dos direitos e deveres fundamentais, acrescentando às clássicas liberdades individuais os novos direitos de conteúdo social. 
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(CONTINUAÇÃO)
Estabelece, dentre outras situações:
Igualdade jurídica entre marido e mulher;
Equiparou os filhos ilegítimos aos legitimamente havidos durante o matrimônio, no que diz respeito à política social do Estado;
Atribuiu ao Estado o dever fundamental de educação escolar;
Como limite à liberdade de mercado, a preservação de um nível de existência adequado à dignidade humana;
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(CONTINUAÇÃO)
Função social da propriedade;
Direitos trabalhistas e previdenciários;
Especificamente em relação aos Direitos trabalhistas: (1) padrões mínimos de regulação internacional do trabalho assalariado; (2) dever do Estado de desenvolver políticas públicas de pleno emprego.
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(CONTINUAÇÃO)
OBS: estabeleceu a distinção entre diferenças e desigualdades.
Diferenças: são biológicas ou culturais, e não implicam a superioridade de alguns em relação a outros.
Desigualdades: são criações arbitrárias, que estabelecem uma relação de inferioridade de pessoas ou grupos em relação a outros.

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