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Aula 04 Uniao Estavel

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
DIREITO CIVIL IV 
(DIREITO DE FAMÍLIA)
13 – Da União Estável
e do Concubinato
PROF. RODRIGO SIMIONATO
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13. DA UNIÃO ESTÁVEL E DO CONCUBNATO
UNIÃO ESTÁVEL
	
	- CF, artigo 226, §3°
	- CC, Artigo 1723 a 1726.
	
	- artigo 1694 – efeitos patrimoniais da união estável, como a obrigação alimentar.
	- artigo 1790 – direito sucessório na união estável.
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13. DA UNIÃO ESTÁVEL E DO CONCUBNATO
	Do velho concubinato à moderna União estável 
	- CC de 1916 – não se reconheciam direitos à família constituída fora dos padrões oficiais do casamento civil ou religioso com efeitos civis.
	- as referências esparsas do texto legal à vida em concubinato eram de cunho restritivo e de censura, especialmente nas hipóteses de uniões adulterinas, que ficavam à margem de qualquer proteção jurídica.
	- lento avanço legislativo. 
	- A doutrina e a jurisprudência passaram a admitir certos direitos (matrimoniais, e consequentemente patrimoniais) aos antigos concubinos, depois chamados de companheiros, nas uniões de fato de homem e mulher, caracterizadas pela vida em comum more uxório.
	- influência religiosa
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13. DA UNIÃO ESTÁVEL E DO CONCUBNATO
A expressão “concubinato” é hoje utilizada para designar o relacionamento amoroso envolvendo pessoas casadas, que infringem o dever de fidelidade, também conhecido como adulterino. Configura-se, segundo o NCC, quando ocorrem “relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar” (art. 1727).
Malgrado a impropriedade da expressão utilizada, deve-se entender que nem todos os impedidos de casar são concubinos, pois o §1º do artigo 1723 trata como UE a convivência pública e duradoura entre pessoas separadas de fato e quem mantem o vinculo de casamento, não sendo separadas de direito.
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13. DA UNIÃO ESTÁVEL E DO CONCUBNATO
	Leis especiais da união Estável – Regulamentação infra-constitucional.
	- Artigo 226, §3° da CF – União estável como entidade familiar
	- Lei 8971/94 – Lei dos Companheiros
	
	- Lei 9278/96 – Lei dos Conviventes. 
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13. DA UNIÃO ESTÁVEL E DO CONCUBNATO
	Lei 8971/94 – Lei dos Companheiros
	Reconheceu o direito de companheiros a alimentos, sucessão (herança) e usufruto e meação em caso de morte, para aqueles que: 
	- Vivessem em união por mais de 5 anos ou com prole;
	- Fossem livres para essa união (isto é, solteiros, separados judicialmente ou divorciados) 
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13. DA UNIÃO ESTÁVEL E DO CONCUBNATO
Lei 9278/96 – Lei dos Conviventes
	
	Deu nova definição à união estável, estabelecendo direitos/deveres dos conviventes, tratando da assistência material (alimentos) em caso de rescisão estável, garantindo-se o condomínio (meação) dos bens adquiridos na constância da união e a título oneroso (salvo disposição contratual em contrário), acrescentando o direito de habitação no plano da sucessão hereditária, permitindo a conversão da união estável em casamento por requerimento ao Oficial do Registro Civil e remetendo-se toda matéria à competência do juízo da Vara de Família, assegurado o segredo de justiça. 
	
	No entanto:
	- não exigira prazo de 5 anos, tipo de união ou prole;
	- não falava em pessoas desimpedidas. 
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13. DA UNIÃO ESTÁVEL E DO CONCUBNATO
	1. Conceito
	É a que se constitui pela convivência pública, contínua e duradoura de um homem e uma mulher, estabelecida com o objetivo de constituição de família (CC, art. 1723; art. 226, §3° da CF). 
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13. DA UNIÃO ESTÁVEL E DO CONCUBNATO
	2. UNIÃO ESTÁVEL NO CC/2002 
	– 1723 a 1727/CC
	Não há período mínimo de convivência, pois vale o tempo bem como a convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
	
	1724/CC - reitera os deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda e educação dos filhos.
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13. DA UNIÃO ESTÁVEL E DO CONCUBNATO
	3. REQUISITOS PARA A CONFIGURAÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL
	3.1 PRESSUPOSTOS DE ORDEM SUBJETIVA
	A) CONVIVÊNCIA MORE UXORIO – parecida com a convivência resultante do casamento, envolvendo assistência material, moral e espiritual.
	B) AFFECTIO MARITALIS – ânimo ou objetivo de constituir família – filhos, mútua dependência econômica, contas bancárias conjuntas, aparecimento em eventos familiares e sociais juntos, eventual casamento religioso.
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13. DA UNIÃO ESTÁVEL E DO CONCUBNATO
	3. REQUISITOS PARA A CONFIGURAÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL
		3.2 PRESSUPOSTOS DE ORDEM OBJETIVA
	A) DIVERSIDADE DE SEXOS – ato inexistente a união entre pessoas de mesmo sexo – art. 226, § 3º/CF. A união homoafetiva seria contrato de sociedade, protegido pelo art. 1363, mas não no âmbito do direito de família.
		No entanto, no dia 05 de maio de 2011, o STF, ao julgar a ADIN 4277 e a ADPF 132 reconheceu a união homoafetiva como entidade familiar, regida pelas mesmas regras que se aplicam à união estável dos casais heterossexuais. Proclamou-se, com efeito vinculante, que o não reconhecimento da união homoafetiva contraria preceitos fundamentais como igualdade, liberdade (da qual decorre a autonomia da vontade) e o princípio da dignidade da pessoa humana, todos da CF. A referida Corte reconheceu, assim, por unanimidade, a união homoafetiva com entidade familiar, tornando automática os direitos que até então eram obtidos com dificuldade na Justiça.
		O STJ, logo depois, ou seja, no dia 11 de maio do mesmo ano, aplicou o referido entendimento do STF, por causa de seu efeito vinculante, reconhecendo também o status de UE aos relacionamentos afetivos.
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13. DA UNIÃO ESTÁVEL E DO CONCUBNATO
	B) NOTORIEDADE (Publicidade) – art. 1723/CC – convivência pública; os companheiros apresentam-se à sociedade como marido e mulher, excluindo-se as uniões sigilosas, sorrateiras. Só falta o “papel passado”. 
	C) ESTABILIDADE 
	- Duração Prolongada / Durabilidade
	 - “Estável” – mas a lei não estabelece prazo.
	 - Assim, caberá ao juiz decidir, sobre o caso concreto, qual o tempo para que se configure a união.
	D) INEXISTÊNCIA DE IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS – art. 1723, §1º e art. 1521 do CC .
	E) RELAÇÃO MONOGÂMICA 
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13. DA UNIÃO ESTÁVEL E DO CONCUBNATO
	4. DEVERES DOS COMPANHEIROS – art. 1724/CC
	- lealdade: – O dever de fidelidade está implícito no de lealdade e respeito.
	- respeito: consiste não se considerar a individualidade do outro, senão também em não ofender os direitos da personalidade do companheiro, como os concernentes à liberdade, à honra, à dignidade etc.
	- (mútua) assistência: inclui a recíproca prestação de socorro material, como também a assistência moral e espiritual.
	- guarda, sustento e educação dos filhos: sustentar os filhos menores e dar-lhes orientação moral e educacional mesmo após a dissolução da UE. O dever de educação dos filhos inclui não só o ensinamento escolar, os cuidados com a lições e o aprendizado, como também o zelo par que tenham formação cultural e moral e se desenvolvam em ambiente sadio.
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13. DA UNIÃO ESTÁVEL E DO CONCUBNATO
	5. DIREITOS DOS COMPANHEIROS
A proteção jurídica à entidade familiar constituída pela UE abrange o complexo de direitos de cunho pessoal e de natureza patrimonial, mencionados no item anterior, além de outros, esparsos na legislação.
Destacam-se, no entanto, como direitos fundamentais dos companheiros, no plano material, os concernentes a alimentos, meação e herança.
	5.1 ALIMENTOS – 1694/CC – companheiro tem direito a alimentos se comprova sua necessidade e a possibilidade de outrem. Cessa o direito com o novo casamento/união estável do credor (art. 1708).
	5.2 MEAÇÃO E REGIME DE BENS – art. 1725/CC – comunhão parcial de bens (artigos 1659 a 1661/CC)
	A doutrina entende que os companheiros maiores de 70 anos são atingidos pela regra da separação obrigatória de bens, até por interpretação do art. 226, §3º/CF.
	5.3 SUCESSÃO HEREDITÁRIA – art. 1790
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13. DA UNIÃO ESTÁVEL E DO CONCUBNATO
	6. CONTRATO DE
CONVIVÊNCIA ENTRE COMPANHEIROS 
	Companheiros promovem a regulamentação da relação por eles constituída.
	Não há forma previamente estabelecida, mas indica-se seja escrito. 
	Podem até mesmo os companheiros estabelecerem, na própria escritura, qual porcentagem pertence a cada companheiro.
	Vale lembrar que o pacto por si só não cria a união estável, sendo necessária a presença dos outros requisitos fáticos.
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13. DA UNIÃO ESTÁVEL E DO CONCUBNATO
	7. Pessoas Separadas de Fato
	O CC admite, expressamente, no §1° do artigo 1723, a união estável entre pessoas que mantiveram seu estado civil de casadas, estando, porém separadas de fato.
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13. DA UNIÃO ESTÁVEL E DO CONCUBNATO
	8. Relações Pessoais
	As Relações Pessoais entre os companheiros devem obedecer aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos (artigo 1724).
	O dever de fidelidade recíproca está implícito nos de lealdade e respeito.
	A coabitação não é indispensável à caracterização do companheirismo (STF, Súmula 382).
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13. DA UNIÃO ESTÁVEL E DO CONCUBNATO
	9. Regime de bens
	Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens (CC, artigo 1725).
	Assim, os bens adquiridos a título oneroso na constância da união estável pertencem a ambos os companheiros, assim como a sua administração. (CC, artigo 1663).
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13. DA UNIÃO ESTÁVEL E DO CONCUBNATO
	10. Conversão em Casamento
	
	Visando operacionalizar o mandamento constitucional sobre a facilitação da conversão da união estável em casamento, o artigo 1726 do CC faculta aos companheiros formular requerimento nesse sentido ao juiz e providenciar o assento no Registro Civil.
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13. DA UNIÃO ESTÁVEL E DO CONCUBNATO
	11. Concubinato
	A expressão “concubinato” é hoje utilizada para designar o relacionamento amoroso envolvendo pessoas casadas, que infringem o dever de fidelidade (adulterino).
	Configura-se quando ocorrem “relações não eventuais entre homem e mulher, impedidos de casar”(CC, artigo 1727).
	Denominado “concubinato impuro”, não enseja a configuração de união estável, pois o objetivo desta é a constituição da família.
	A definição que antes era genérica para todas as espécies de união fora do casamento, agora se restringe à situação de convivência de homem e mulher impedidos de casar designando o que se entende vulgarmente por relação adulterina, mas que também pode ser uma relação de incesto. 
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13. DA UNIÃO ESTÁVEL E DO CONCUBNATO
Assim:
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13. DA UNIÃO ESTÁVEL E DO CONCUBNATO

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