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Compactação de Solos Terraplenagem e Pavimentação Suyen Nakahara Suyen Nakahara Compactação Procedimento que visa aumentar a compacidade de um solo pela redução de vazios de ar através esforços externos gerados por meios mecânicos. Objetivo: melhoria e estabilidade de propriedades mecânicas dos solos: – redução da compressibilidade; – aumento de resistência; – redução da variação volumétrica por umedecimento e secagem; – redução na permeabilidade Estrutura fofa Estrutura compacta Suyen Nakahara Emprego: – construção de aterros; – construção de camadas constitutivas de pavimentos; – construção de barragens de terra; – preenchimento com solo entre maciço e estruturas de arrimo; – preenchimentos de cavas de fundações e de tubulações enterradas. Técnica básica: – lançamento de material de empréstimo (oriundo de jazida) ou do próprio local (preenchimentos); – passagem de equipamentos que transmitam ao solo a energia de compactação carga móvel (amassamento, impacto ou vibração) ou estática. Suyen Nakahara Ralph Proctor, em 1933, descobriu a relação entre a massa específica do solo, o teor de umidade e grau de compactação. Trabalhando em obras de barragem na Califórnia, Proctor verificou que, para uma mesma energia de compactação, a massa específica do solo compactado cresce até atingir um valor máximo e depois tende a decrescer. Proctor propôs que a compactação como o resultado da interação de quatro variáveis: massa específica seca do solo, umidade, energia de compactação e tipo de solo. Princípios fundamentais Suyen Nakahara Representação gráfica do processo de compactação ótima d máx Suyen Nakahara ót máx Ramo seco Ramo úmido P e s o e s p e c íf ic o a p a re n te s e c o Umidade (%) Suyen Nakahara Ao teor de umidade que possibilita a massa específica máxima (ou peso específico), Proctor chamou umidade ótima. O ramo ascendente da curva é denominado ramo seco (menores valores de teor de umidade) e o ramo descendente é chamado ramo úmido (maiores umidades). As diferenças de comportamento do solo mediante compactação nos dois ramos pode ser explicada de duas formas. Ao contrário de se oporem uma a outra, as explicações têm um papel complementar. Suyen Nakahara a) No ramo ascendente a água lubrifica as partículas facilitando seu deslocamento e arranjo. No descendente a água amortiza a compactação porque há mais água do que sólidos. b) No ramo seco a água está na condição capilar. Com a entrada da água as tensões capilares são reduzidas facilitando o movimento relativo entre as partículas. No ramo úmido, a elevação do teor de água favorece o aparecimento de água livre, a qual absorve parte considerável da energia de compactação. Prática: • Colocando-se uma amostra de solo dentro de um cilindro e aplicando uma energia de compactação constante E, obtém-se, para um teor de umidade 1, o peso específico seco (ponto 1). Nessas condições, o solo terá uma certa porcentagem de vazios, a qual pode ser reduzida se for mantida a umidade e aumentada a E. • Para um novo teor de umidade 2 (2 > 1), com a mesma energia de compactação E, obtêm-se um peso específico seco d2 (ponto 2) • Aumentando a quantidade de água, mantendo E, a densidade (d3 ) irá aumentar até que sejam preenchidos os vazios possíveis. Nesse ponto, obtém-se a máxima densidade seca que pode ser atingida com esta energia de compactação E. Suyen Nakahara 1 2 3 1 d1 2 d2 Dada energia de compactação - E 3 d3 Teor de umidade ótimo ót Densidade seca máxima máx Suyen Nakahara • Continuando a adicionar água, essa água não encontrará lugar nos vazios, e parte de E será absorvida pelo excesso de água, que desenvolverá pressões que tendem a separar as partículas de solo e reduzir a densidade seca (d), pelo aumento de vazios. • Prosseguindo com o acréscimo de água, a densidade continuará decrescendo, até que o excesso de água não permita a compactação. Prática: Suyen Nakahara HOGENTOGLER (1937) apresentou uma teoria que se baseia na viscosidade da água e mostra que a curva de compactação passa por quatro estágios de umidade: • Hidratação • Lubrificação • Inchamento • Saturação do solo Suyen Nakahara Hidratação: o acréscimo de umidade aumenta a espessura das camadas de água adsorvida nos grãos do solo, na forma de filmes, reduzindo a viscosidade da água. Essa redução de viscosidade diminui o atrito entre os grãos e aumenta a massa específica do solo. Lubrificação: A partir de uma certa umidade, a adição de água implica em lubrificação das partículas, não influenciando mais na viscosidade da água. Essa é a fase que tem o maior efeito quando o solo é compactado no teor de umidade ótima. Suyen Nakahara Inchamento: Acima da umidade ótima, o acréscimo de água atua no deslocamento das partículas do solo, provocando o processo de inchamento, fase em que há uma redução significativa da densidade. Saturação: Por último, vem o estágio de saturação, que corresponde ao estado em que os vazios do solo estão completamente preenchidos pela água. Suyen Nakahara Curva de Compactação Pares d x no gráfico de compactação obtidos ao se realizar a compactação do solo por uma mesma energia de compactação para diferentes valores do teor de umidade. Suyen Nakahara • Baixo teor de umidade → o atrito entre partículas é alto dificultando a compactação; • Aumento no teor de umidade → efeito de lubrificação entre as partículas, aumentando a compactação enquanto a saída de ar é facilitada; • Após certo teor de umidade próximo a saturação - umidade ótima (ót) → a compactação não consegue mais expulsar o ar dos vazios, a maior quantidade de água resulta em redução de densidade. Curva de Compactação Relação entre d , , S e. . S w s e s d 1 S. . e w s Suyen Nakahara Interpretação da curva de compactação • ramo seco (baixa umidade) → a atração face-aresta das partículas não é vencida pela energia de compactação estrutura floculada; • ramo úmido (próximo a saturação) → a repulsão entre partículas aumenta e a compactação orienta as partículas estrutura dispersa; • para uma mesma umidade → maior a dispersão quanto maior a energia de compactação. Suyen Nakahara Floculação e perda de orientação das partículas na compactação Dispersão e melhor orientação das partículas na compactação Suyen Nakahara Estrutura do solo compactado → f(tipo de carga aplicada, tempo de aplicação desta carga e teor de umidade do solo) Logo: Tipo de compactação < ót > ót Amassamento Floculada Dispersa Impacto Floculada Pouco dispersa Vibração Floculada Pouco floculada Estática Floculada Floculada Suyen Nakahara d Curvas de compactação para diferentes solos Suyen Nakahara Suyen Nakahara Influência da Energia ou Esforço de Compactação E 1 E 2 E 3 E3 > E2 > E1 Suyen Nakahara Ensaio de Compactação O ensaio de compactação desenvolvido por Proctor foi normalizado, pela A.A.S.H.O. (American Association of State Highway Officials) e é conhecido como ensaio de Proctor Normal ou como A.A.S.H.O Standard. No Brasil foi normalizado pela ABNT NBR 7182/86 e DNER ME 162/94. Equipamentos: • cilindro metálico – V = 1000 cm3; • soquete – P = 2,5 kg, altura de queda 30,5 cm. Objetivo: estabelecer a correlação entre a massa específica aparente seca, o teor de umidade e a energia de compactação.Suyen Nakahara a) Prévia secagem ao ar e destorroamento do solo; b) Acrescenta-se água a porção destinada ao ensaio para uma umidade cerca de 5% abaixo da ót estimada para o solo (em torno do limite de plasticidade), homogeneizando a umidade do material; c) O material é disposto no cilindro de compactação em três camadas. Cada uma recebe 26 golpes do soquete (energia normal). Cada camada compactada deve ocupar 1/3 da altura do cilindro e é escarificada previamente a compactação da camada seguinte; d) Obtém-se o peso específico () e a umidade do corpo de prova obtido (); e) Novos pontos da curva de compactação são obtidos destorroando o corpo de prova e adicionando mais água em intervalos de 2% de umidade, ficando 2 pontos abaixo, 2 acima e 1 no entorno da ót Execução: Suyen Nakahara Ensaio de compactação Suyen Nakahara Ensaio de compactação Suyen Nakahara Ensaio de compactação Suyen Nakahara Ensaio de compactação Cálculos do ensaio: V W 100 cápsulaosecsolocásula osecsolocásulaúmidosolocápsula WWW WWWW 1 d sw ws d ..S .S. Ajuste dos pontos: retas definindo os ramos secos e úmido e uma parábola fazendo a transição entre as duas. Suyen Nakahara ót máx Ramo seco Ramo úmido – Ensaio sem reuso do material → uso de amostras virgens para cada ponto da curva. Embora exija maior quantidade de material, resultados mais fiéis. Uso imprescindível para solos de grãos quebradiços; – Ensaio sem secagem prévia → mais se aproxima aos procedimentos de campo. Uso para solos sensíveis à pre- secagem (exs: solos areno-argilosos lateríticos, solos residuais argilosos e siltosos); – Ensaio para solos com pedregulho → uso de cilindro maior e soquete mais pesado (com menor número de golpes para igualar a energia de compactação). Quando presentes pedregulhos > 19mm → substituir por igual peso de pedregulhos de 4,8 a 19mm. Alternativa → média ponderada entre densidade obtida com o solo < 4,8mm compactado e a densidade isolada do pedregulho Alternativas de Ensaios: Suyen Nakahara Com o desenvolvimento da engenharia mecânica, foram lançados no mercado equipamentos de compactação capazes de fornecer maior energia de uma forma econômica, gerando a necessidade de se normalizar ensaios com diferentes energias (intermediária e modificada). A energia de compactação por unidade de volume pode ser calculada, através da fórmula: V n.N.h.P E E = energia de compactação por unidade de volume P = peso do soquete h = altura de queda do soquete N = número de golpes por camada n = número de camadas V = volume do solo compactado Diferentes Energias ou Esforços de Compactação ( kg. cm / cm3 ) Suyen Nakahara Energia Proctor Normal: E 5,95 kg.cm/cm3 Energia Proctor Modificado: E 27,4 kg.cm/cm3 Energia Proctor Intermediário: E 12,9 kg.cm/cm3 Especificações para as Energias Suyen Nakahara Parâmetros utilizados nos ensaios de compactação do DNER (SOUZA, 1976). Suyen Nakahara Suyen Nakahara Suyen Nakahara • compactação dinâmica ou por impacto→ pela ação de queda do soquete; • compactação estática ou por pressão → aplicação de carga estática sobre as camadas. Procedimento restrito a moldagem de corpos de prova; • compactação por pisoteamento ou por amassamento → pistão com mola á golpeado contra o solo. Empregado para simular a ação do rolo pé-de-carneiro e avaliar a influência sobre a estrutura de solos argilosos; • compactação por vibração → vibração de um molde cilíndrico, muitas vezes o de Proctor, montado numa mesa vibratória. Técnicas de Compactação
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