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Altas habilidades/superdotação Concepções teóricas Desde a década de 1980 verifica-se uma preocupação maior dos cientistas com as teorias sobre inteligência e amplia-se a visão sobre altas habilidades/su- perdotação. Não há consenso sobre a definição das altas habilidades/superdota- ção, no entanto, todos concordam que a criança superdotada apresenta elevado desempenho e elevada potencialidade. Apresentamos cinco estudos que buscam definir e delinear características às pessoas superdotadas, entre eles: • Teoria da desintegração positiva de Kazimierz Dabrowski (1950) – mar- ca os primeiros estudos voltados à superdotação. Além de estudar a personali- dade humana, Drabrowski identifica a criança superdotada como tendo hiperex- citabilidade devido a um alto nível de habilidades gerais que se correlacionam positivamente. Essas habilidades apresentam cinco características: sensório-per- ceptiva, psicomotora, cognitiva, vivacidade e sensibilidade emocional. No processo de desenvolvimento socioemocional pessoal a maioria das pessoas experimenta inicialmente uma integração caracterizada na internalização de comportamentos sociais vigentes. Num segundo momento, é a desintegração positiva que leva a pessoa a períodos de reflexão e introspecção que culminam na adoção dos pró- prios valores. Esse processo de desintegração é acompanhado por angústia e an- siedade. • Teoria do círculo dos três anéis, de Joseph Renzulli (1986) – destaca os aspectos intelectuais e o raciocínio lógico-matemático, ou melhor, a capacidade de resolução de problemas, a capacidade criativa elevada e o envolvimento com a tarefa. As pessoas superdotadas são muito motivadas e comprometidas com as atividades que desenvolvem. A manifestação do comportamento é definido na dinâmica funcional entre os três anéis, em que se valoriza a realização criativo- -produtiva. Os comportamentos dos superdotados ocorrem com determinadas pessoas, em determinados momentos e em determinadas circunstâncias, ou seja, têm relação com o tema e as circunstâncias vivenciadas. Renzulli destaca que a educação escolar deve buscar o aprimoramento das potencialidades, habilidades e competências do aluno superdotado. Figura 1 - Teoria do círculo dos três anéis. Fonte: Elaborada com base em RENZULLI, 1986. • Teoria das inteligências múltiplas de Howard Gardner (1995) – baseia sua concepção de inteligência em competências cognitivas que se interpenetram às inteligências múltiplas. A maioria das pessoas é capaz de uma atuação em pelo menos sete diferentes habilidades: inteligência linguística, inteligência lógico-ma- temática, inteligência corporal-cinestésica, inteligência espacial, inteligência musi- cal, inteligência intrapessoal e interpessoal. As pessoas são inteligentes quando demonstram um comportamento intencional e habilidades na resolução de pro- blemas. “Algumas inteligências são mais valorizadas em uma cultura do que outra e, portanto, o indivíduo só pode ser considerado inteligente se o seu contexto for levado em consideração” (VIRGOLIM, 2007, p. 54). Figura 2 - Teoria das inteligências múltiplas. Fonte: Elaborada com base em STERNBERG, 1996. • Teoria triádica da inteligência de Robert Sternberg (1996) – a inteligên- cia está marcada pela habilidade de êxito. As pessoas superdotadas conhecem seus pontos fracos e fortes e são capazes de equilibrá-los para a resolução dos conflitos cotidianos. O pesquisador descreve cinco características essenciais pre- sentes na superdotação: excelência, raridade, produtividade, demonstratividade e valor. “A pessoa pode ser inteligente de três formas: pelo uso de uma inteligência analítica, ou pelo uso de uma inteligência criativa, ou ainda pelo uso de uma inteli- gência prática” (VIRGOLIM, 2007, p. 53). A pessoa superdotada poderá destacar- se apenas em uma das formas de inteligência, em duas, ou ainda nas três simulta- neamente. Sternberg adverte que a valorização e o reconhecimento sociocultural interfere na funcionalidade das atividades cotidianas da pessoa superdotada. Figura 3 - Teoria triádica da inteligência. Fonte: Elaborada com base em STERNBERG, 1996. • Teoria do modelo diferenciado de sobredotação e talento de Françoys Gagné (2000) – reconhece habilidades intelectuais inatas a priori na sobredota- ção ou superdotação. A pessoa superdotada se refere ao rendimento alcançado como resultado independente da vivência prática. Gagné descreve alguns talen- tos específicos da superdotação que decorrem das influências e interações num campo ambiental e gradativamente se desenvolvem. O pesquisador identifica cin- co talentos: cognitivo, criativo, socioafetivo, sensório-motor e perceptivo-senso- rial. O talento se aprimora no contexto relacional e a pessoa é identificada como superdotada entre seus pares. A partir dos estudos apresentados se percebe que a identificação das pes- soas com altas habilidades é um tema complexo e com implicações importantes nos diversos contextos família, escola e sociedade. A avaliação diagnóstica e o plano de intervenção devem envolver equipe de profissionais especializados nas áreas da educação e saúde. Trechos do livro Fundamentos da Educação Especial da Prof.ª Irene Carmen Picone Prestes Confira um trecho da videoaula que acompanha o conteúdo deste livro: Trechos da videoaula sobre Fundamentos da Educação Especial Para você que ficou interessado neste tema, saiba que pode se tornar um especialista nele cursando nossas pós-graduações abaixo: • ATENDIMENTO ESCOLAR ESPECIALIZADO • EDUCAÇÃO ESPECIAL COM ÊNFASE EM DEFICIÊNCIA AUDITIVA • EDUCAÇÃO ESPECIAL COM ÊNFASE EM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL • EDUCAÇÃO ESPECIAL COM ÊNFASE EM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL, FÍSICA E PSICOMOTORA • EDUCAÇÃO ESPECIAL COM ÊNFASE EM DEFICIÊNCIA VISUAL E SISTEMA BRAILLE • EDUCAÇÃO ESPECIAL COM ÊNFASE EM DEFICIÊNCIA VISUAL, AUDITIVA E SURDOCEGUEIRA • EDUCAÇÃO ESPECIAL COM ÊNFASE EM TGD E ALTAS HABILIDADES • EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA Confira em www.saoluisead.com.br
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